Upload
marcelo-rio2016
View
270
Download
6
Embed Size (px)
Citation preview
Título V DAS PENAS
Capítulo I Das espécies da pena
Art. 32 do CP
As penas são:
I - Privativas de liberdade (reclusão e detenção);
II - Restritivas de direito (prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de
serviço à comunidade ou a entidades públicas, interdições temporárias de direito);
III - De multa.
Pena: sanção aflitiva imposta pelo Estado, mediante ação penal, ao autor de uma
infração (penal), como retribuição de seu ato ilícito, consistente na diminuição de um
bem jurídico, e cujo fim é evitar novos delitos (Soler).
Características
Personalidade (CF, art. 5º, XLIV);
Legalidade (CF, art. 5º, XXXIX);
Inderrogabilidade (certeza de sua aplicação);
Proporcionalidade.
Penas proibidas pela constituição
De morte, salvo em caso de guerra declarada (CF, art. 5º, XLVII, a);
Perpétua (b);
De trabalhos forçados (c);
De banimento (d);
Cruéis (e).
Penas permitidas pela constituição federal
Privação ou restrição de liberdade (CF, art. 5º, XLVI, a);
Perda de bens (b);
Multas (c);
Prestação social alternativa (d);
Suspensão ou interdição de direitos (e).
Constituição Federal Código Penal
Privação ou restrição de liberdade (CF,
art. 5º, XLVI, a);
Perda de bens (b);
I - Privativas de liberdade;
II - Restritivas de direito;
III - De multa.
Multas (c);
Prestação social alternativa (d);
Suspensão ou interdição de direitos (e).
CRIMES HEDIONDOS LEI N. 8072/90
São considerados crimes hediondos:
I - homicídio (CP, art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado;
II - latrocínio (art. 157, § 3º, in fine);
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º);
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput e §§ 1º, 2º e 3º);
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei nº 12015/09).
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º);
VII – epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
VII- B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e §1º-B, com redação dada
pela Lei n. 9677/98). (Inciso incluído pela Lei n. 9695/98).
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio...
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática de tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
I – anistia, graça e indulto;
II – fiança. (Redação dada pela Lei n. 11464/07).
Seção I Das penas privativas de liberdade
Art. 33 Reclusão e detenção
Há três regimes penitenciários:
Fechado, semiaberto, aberto.
Regime fechado é a execução da pena privativa de liberdade em estabelecimento
de segurança máxima ou média (§ 1º, a).
Regime semiaberto é a execução da pena em estabelecimento de colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar (al. b).
Regime aberto é a execução da pena em casa de casa de albergado ou
estabelecimento adequado (al. c).
A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto
(art. 33, caput, 1ª parte).
A pena de detenção deve ser cumprida em regime semiaberto ou aberto, salvo a
necessidade de transferência para regime fechado (art. 33, caput, 2ª parte).
Início do cumprimento da pena, nos termos do § 2º.
O condenado a pena superior a oito anos deverá começar a cumpri-la em regime
fechado (al. a);
O não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito,
poderá desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto (al. b);
O não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá desde o
início, cumpri-la em regime aberto (al. c);
Nas hipóteses b e c o condenado reincidente inicia o cumprimento da pena em
regime fechado.
Forma progressiva da execução
O art. 112 da Lei de Execução Penal (LEP), com redação da Lei n. 10792/03,
tratando dos regimes, determina que “a pena privativa de liberdade será executada em
forma progressiva, com transferência para regime menos rigoroso, a ser determinado
pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena do regime
anterior”.
Pena restante
Imagine-se a hipótese de réu condenado a doze anos de reclusão, iniciando o seu
cumprimento em regime fechado (art. 33, § 2º, a). Cumprido um sexto (dois anos),
passa para o regime semiaberto (art. 112, LEP). O segundo sexto deve recair sobre os
dez e não sobre os doze (a pretensão executória é regulada pelo restante e não pelo total).
Pena imposta por crime hediondo, de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
terrorismo
Deve ser cumprido inicialmente em regime fechado (art. 2, §1, da Lei n. 8072/90,
com a redação dada pela Lei n. 11464/07), não se aplicando o art. 33, § 2º do CP ou o
art. 112 da LEP). A progressão do regime dar-se-á depois do cumprimento de dois
quintos da pena, se primário, o autor do crime hediondo ou equiparado, ou três quintos,
se reincidente (em face de qualquer crime, e não somente o reincidente específico).
Art. 34 regras do regime fechado
Fica sujeito a trabalho no período diurno e isolamento durante o repouso noturno
(§ 1º). É admissível o trabalho externo em serviços ou obras públicas (§ 3º).
Art. 35 regras do regime semiaberto
O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno em
colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar (§ 1º). É admissível o trabalho
externo, bem como a frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de
segundo grau ou superior (§ 2º).
Art. 36 o condenado deverá fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar,
frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante
o período noturno e nos dias de folga (§ 1º)
Fechado Semiaberto Aberto
Estabelecimento de
segurança máxima ou
média (art. 33, § 1º, a)
Colônia agrícola, industrial
ou estabelecimento similar
(al. b).
Casa de albergado ou
estabelecimento adequado
(al. c)
Reclusão (art. 33, caput, 1ª
parte)
Reclusão e detenção (art.
33, caput, 2ª parte)
Reclusão e detenção (art.
33, caput, 2ª parte)
Pena superior a oito anos
(art. 33, § 2º, a)
Não reincidente. Pena
superior a quatro anos e
inferior a oito anos (art. 33,
§ 2º, b)
Não reincidente. Igual ou
inferior a quatro anos (art.
33, § 2º, c)
Trabalho no período diurno
dentro do estabelecimento.
Admissível o trabalho
externo em serviços ou
obras públicas (art. 34)
Trabalho no período diurno
em colônia agrícola,
industrial ou
estabelecimento similar.
Admissível frequência a
cursos supletivos,
profissionalizantes, de
instrução de segundo grau
ou superior (art. 35)
Trabalho fora do
estabelecimento.
Frequentar cursos.
Recolhimento durante o
período noturno e nos dias
de folga (art. 36)
Art. 38 direito dos presos
LEP
CAPÍTULO IV Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
Seção II Dos Direitos
Art. 41. Constituem direitos dos presos:
I – alimentação suficiente e vestuário;
II – atribuição de trabalho e sua remuneração;
III – previdência social;
IV – constituição de pecúlio;
V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a
recreação;
VI – exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas
anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX – entrevista pessoal e reservado com o advogado;
X – visita do cônjuge, da companheira, de parente e amigos em dias determinados;
XI – chamamento nominal;
XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV – representação e petição a qualquer autoridade, em defesa do direito;
XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de
outros meios de informação que não comprometam a moral e dos bons costumes;
XVI – atestado da pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena de responsabilidade da
autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V (proporcionalidade na
distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação), X (visita do cônjuge,
da companheira, de parente e amigos em dias determinados) e XV (contato com o
mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de
informação que não comprometam a moral e dos bons costumes) poderão ser suspensos
ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Art. 39 trabalho do preso (art. 28 a 37 da LEP)
O trabalho do preso não está sujeito ao regime da CLT.
O trabalho será remunerado, não podendo ser inferior a três quartos do salário
mínimo.
O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender a indenização dos danos
causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros
meios, à assistência familiar, a pequenas despesas pessoais, e ao ressarcimento do
Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser
fixada e sem prejuízo do que está supra citado. Poderá ser depositada a parte restante
para constituição do pecúlio em cadernetas de poupança. As tarefas executados como
prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.
Para o preso provisório o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no
interior do estabelecimento. A jornada normal de trabalho não será inferior a seis, nem
superior a oito horas, com descanso nos domingos e feriados, podendo ser atribuído
horário especial aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção
do estabelecimento penal.
Art. 42 detratação
Detratação penal é cômputo na pena privada liberdade e na medida de segurança
do tempo de prisão provisória ou administrativa e o de internação em hospital ou
manicômio.
Medidas cautelares pessoais alternativas ou à prisão (Lei n. 12403)
Disponíveis no Título IX do Livro I do Código de Processo Penal.
Temos a prisão provisória, que se subdivide em:
Prisão em flagrante de natureza precária, podendo ser convertida em prisões preventiva
(CPP, art. 310, II), preventiva (arts. 311 a 316) e temporária (Lei n. 7960).
Medidas cautelares diversas da prisão (arts. 319 e 320):
Comparecimento periódico em juízo;
Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares;
Proibição de manter contato com pessoa determinada;
Proibição de ausentar-se na Comarca
Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga
Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou
financeira
Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-inimputável;
Fiança;
Monitoração eletrônica;
Proibição de ausentar-se do País.
Seção II Das Penas Restritivas de Direitos
Art. 43 penas restritivas de direito (redação dada pela Lei n. 9714/98)
I – prestação pecuniária
Consiste no pagamento à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou
privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a um nem
superior a trezentos e sessenta salários mínimos (art. 45, § 1º).
II – perda de bens e valores pertencentes ao condenado em favor do Fundo Penitenciário
Nacional, considerando-se o prejuízo causado pela infração penal ou proveito obtido
pelo agente ou por terceiro (art. 45, § 3º).
III – vetado
IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas: atribuição de tarefas
gratuitas ao condenado (art. 46, § 1º) em entidades assistenciais, escolas, hospitais etc.
(art. 46, § 2º).
V – interdição temporária de direitos (art. 47)
I – proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de
mandato eletivo;
II – proibição de exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;
III – suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo;
IV – proibição de frequentar determinados lugares;
V – proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos (Lei n.
12550/11);
VI – limitação de fim de semana.
Consiste na obrigação de permanecer aos sábados e domingos, por cinco horas
diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
Atuação
Art. 44 As penas restritivas de direitos substituem as privativas de liberdade,
quando:
I – se tratar de crime culposo ou for aplicada pena privativa de liberdade superior a
quatro anos, excluída a hipótese de crime cometido com violência ou grave ameaça
conta pessoa;
II – o réu não for reincidente em crime doloso;
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado,
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
Critério da conversão
Na pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da
pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de reclusão.
Suponha-se que o condenado a três meses da pena alternativa cumpra somente
dois meses e vinte dias. Embora tenha débito de dez dias, a lei lhe impõe, no caso de
tinta, desprezando a detração penal pelo débito real. Pelo descumprimento, a lei
determina a execução genérica de trinta dias de reclusão ou detenção, superior a pena
mínima cominada a vinte e cinco contravenções previstos no Decreto-lei n. 3688/41 ou
Lei das Contravenções Penais (LCP).
Outras hipóteses legais de conversão análogas ou descumprimento da restrição imposta
LEP, art. 181,
§ 1º a pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o
condenado:
a) Não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a
internação por edital;
b) Não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva
prestar serviço;
c) Recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
d) Praticar falta grave;
e) Sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução
não tenha sido suspensa.
§ 2º a pena de limitação de fim de semana será convertida quando:
Não comparecer a exercer ao estabelecimento designado para o cumprimento da
pena;
Recusar-se a exercer a atividade determinada pelo juiz;
Quando ocorrer a situação das alíneas a (não for encontrado por estar em lugar
incerto e não sabido, ou desatender a internação por edital), d (praticar falta grave) e e
(sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não
tenha sido suspensa) do parágrafo anterior.
§ 3º a pena de interdição temporária de direitos será convertida quando:
O condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado.
Quando ocorrer a situação da alienas a (não for encontrado por estar em lugar
incerto e não sabido, ou desatender a internação por edital), e e (sofrer condenação por
outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa) do
primeiro parágrafo.
Prestação de serviço à
comunidade
Limitação de fim de
semana
Interdição temporária de
direitos
a) Não for encontrado
por estar em lugar
incerto e não
sabido, ou
desatender a
internação por
edital;
b) Não comparecer,
injustificadamente,
à entidade ou
programa em que
deva prestar
serviço;
c) Recusar-se,
injustificadamente,
a prestar o serviço
que lhe foi imposto;
Não comparecer a exercer
ao estabelecimento
designado para o
cumprimento da pena;
Recusar-se a
exercer a atividade
determinada pelo juiz;
a) Não for encontrado
por estar em lugar
incerto e não
sabido, ou
desatender a
internação por
edital;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação
por outro crime à pena
O condenado exercer,
injustificadamente, o
direito interditado;
a) Não for encontrado
por estar em lugar
incerto e não
sabido, ou
desatender a
internação por
edital;
f) sofrer condenação
por outro crime à
pena privativa de
liberdade, cuja
execução não tenha
sido suspensa.
d) Praticar falta grave;
e) Sofrer condenação
por outro crime à
pena privativa de
liberdade, cuja
execução não tenha
sido suspensa.
privativa de liberdade,
cuja execução não
tenha sido suspensa.
Alíneas a, b, c, d, e Alíneas a, d, e Alíneas a, e
Prestação de serviço à
comunidade
Limitação de fim de
semana
Interdição temporária de
direitos
Conversão facultativa
Se, durante a execução da pena alternativa, nas modalidades restritivas de
direitos, sobrevier a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução
penal deverá decidir sobre a conversão em privação da liberdade, podendo deixar
aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. A conversão
é facultativa e não obrigatória.
Regras da conversão facultativa
Compatibilidade entre as duas penas: não há conversão. Ex.: prestação
pecuniária. O condenado, não obstante a pena posterior, não está impedido de continuar
pagando as prestações
Incompatibilidade: há conversão. Ex.: limitação de fim de semana. Condenado
pelo segundo delito à privação de liberdade, o condenado não pode ao mesmo tempo,
continuar cumprindo a pena anterior de limitação de fim de semana.
Exigência de sentença condenatória com transito julgado
A causa da conversão é uma sentença condenatória irrecorrível.
Art. 45 prestação pecuniária
Conceito
Consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade
ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz.
Valor
Não pode ser inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta
salários mínimos
Pena alternativa inominada (§ 2°)
Pena substitutiva da substitutiva
Significa que a pena alternativa, aplicada no lugar da privativa de liberdade,
pode ser substituída por uma terceira, à prestação de outra natureza.
Perda de bens e valores
Conceito
Cuida-se de perda de bens e valores pertencentes ao condenado
Destinação
Fundo Penitenciário Nacional
Art. 46 prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
Aplicação
Nos casos de penas superiores a seis meses de privação de liberdade
Entidades (§ 2°)
O serviço deve ser prestado em entidades assistenciais, hospitais, escolas e
outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.
Fixação da pena (§ 3°)
Uma hora de tarefa por dia de condenação, considerada de modo a não
prejudicar a jornada normal de trabalho do apenado.
Art. 47 interdição temporária de direitos
Distinções
A proibição do exercício do cargo etc. não se confunde com a perda de função
pública, cargo etc.
Proibição do exercício de mandato efetivo e “sursis”
Durante o período de prova ficam suspensos os direitos políticos (CF, art. 15, III)
Art. 49 multa
Dia-multa
Deve ser fixada pelo juiz, variando de,dez dias-multa a, no máximo, trezentos e
sessenta dias-multa (caput)
Valor do dia-multa
Não pode ser superior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente
ao tempo do fato, nem superior a cinco vezes esse salário (§ 1°).
Art. 50 pagamento da multa
Dentro de dez dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Não
efetuado o pagamento a prazo legal, ou o depósito da respectiva importância, proceder-
se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
Pagamento em parcelas mensais
A requerimento do condenado, contudo, e conforme as circunstâncias do caso, o
juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.
Descontos
Limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remuneração, e o
mínimo o de um décimo;
O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do
condenado e de sua família (§ 2°).
Art. 52 suspensão da execução da multa
Reversão da doença mental
Reinicia-se a execução
COMINAÇÃO DAS PENAS
Cominação é o ato de cominar, de aplicar castigo ou pena; prescrição legal.
Art. 54 penas restritivas de direito
Derrogação
Derrogação é o ato de derrogar. Revogação parcial de uma lei, por ato do poder
competente.
Redação dada pela Lei n. 9714/98, onde as penas restritivas de direito são
aplicáveis no caso de condenação por crime doloso a pena até quatro anos de privação
de liberdade, e nos crimes culposos.
Duração
As penas restritivas de direitos não podem ter duração inferior à pena privativa
de liberdade, a quem substituem; nem superior (art. 55). Tratando-se, entretanto, de
prestação de serviço à comunidade, há exceção (CP, art. 46, § 4°), onde facultativo é ao
condenado, desde que a pena seja superior a um ano, cumpri-la em menor tempo.
Art. 56 As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47(I –
proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública; II – proibição do exercício
de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou
autorização do poder público), aplicam-se para todo o crime cometido no exercício da
profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que violação houver dos deveres
que lhe são inerentes.
Art. 57 A pena de interdição prevista no inciso III do art. 47 (III – suspensão de
autorização ou de habilitação para dirigir veículo), aplica-se aos crimes culposos de
trânsito.
Art. 58 penas de multa
Casos em que a multa independe de cominação abstrata
Art. 44,§ 2°: crimes culposos, qualquer que seja a quantidade da pena;
Art. 60,§ 2°: pena privativa de liberdade não superior a um ano.
ESTUDOS DIREITO PENAL
O que é pena?
Sanção imposta pelo estado mediante ação penal, ao autor de uma infração
(penal), como retribuição de seu ato ilícito, consistente na diminuição dum bem jurídico,
e cujo fim é evitar novos delitos.
Quais são as características da pena?
Personalidade (CF, art. 5º, XLIV), legalidade (CF, art. 5, XXXIX),
inderrogabilidade (certeza da sua aplicação), proporcionalidade.
Quais são os crimes hediondos?
São considerados crimes hediondos:
I - homicídio (CP, art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado;
II - latrocínio (art. 157, § 3º, in fine);
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º);
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput e §§ 1º, 2º e 3º);
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei nº 12015/09).
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º);
VII – epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
VII- B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e §1º-B, com redação dada
pela Lei n. 9677/98). (Inciso incluído pela Lei n. 9695/98).
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio...
Quais são os crimes elevados à categoria de crimes hediondos?
A prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o
terrorismo.
Os crimes arrolados na Lei de Crimes Hediondos são insuscetíveis de quê?
I – anistia, graça e indulto;
II – fiança. (Redação dada pela Lei n. 11464/07).
De acordo com o Código Penal (CP), quais são as penas?
Privativas de liberdade, restritivas de direito e de multa.
Quais são os tipos de penas privativas de liberdade?
Reclusão e detenção.
Quais são os tipos de penas restritivas de direito?
Prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviço à
comunidade ou a entidades públicas, interdições temporárias de direito.
Quais são as penas proibidas na constituição (CF)?
De morte, salvo em caso de guerra declarada (CF, art. 5, XLVII, a), perpétua (b),
de trabalhos forçados (c), de banimento (d), cruéis (e).
Quais são as penas permitidas pela constituição federal?
Privação ou restrição de liberdade (CF, art. 5º, XLVI, a), perda de bens (b),
multas (c), prestação social alternativa (d), suspensão ou interdição de direitos (e).
Quais são as três espécies de regimes penitenciários previstas no CP?
Fechado, semiaberto e aberto (art. 33, caput)
O que é regime fechado?
Execução da pena privativa de liberdade em estabelecimento de segurança
máxima ou média (§ 1º, a).
O que é regime semiaberto?
Execução de pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar (al.
b).
O que é regime aberto?
Execução da pena ocorre em casa de albergado ou estabelecimento adequado (al.
c).
A pena de reclusão deve ser cumprida em quais regimes penitenciários?
Fechado, semiaberto e aberto (art. 33, caput, 1ª parte).
A pena de detenção deve ser cumprida em quais regimes penitenciários?
Semiaberto e aberto (art. 33, caput, 2ª parte).
O parágrafo 2º do art. 33 detalha os critérios acerca progressão para as penas
privativas de liberdade. Apresente-os.
O condenado a pena superior a oito anos deverá começar a cumpri-la em regime
fechado (al. a). O não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e inferior a oito,
poderá desde o princípio, cumpri-la em regime fechado (al. b). O não reincidente, cuja
pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá desde o início, cumpri-la em regime
aberto (al. c). Nas hipóteses b e c, o condenado reincidente inicia o cumprimento da
pena em regime fechado.
Escreva sobre forma progressiva de progressão.
O art. 113 da Lei de Execução Penal, com redação da Lei n. 10792, tratando dos
regimes, determina que “a pena privativa de liberdade será executada em forma
progressiva, com transferência para regime menos rigoroso, a ser determinado pelo juiz,
quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena do regime anterior.”.
Em relação aos crimes hediondos, de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
terrorismo, a pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado (art. 2, §1, da Lei
n. 8072). A progressão de regimes dar-se-á depois do cumprimento de dois quintos da
pena, se primário o autor do crime hediondo ou equiparado, ou três quintos, se
reincidente (em face de qualquer crime, e não somente o reincidente específico).
Quais as atividades admissíveis no regime fechado?
O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e isolamento durante o
repouso noturno (art. 34, § 1º). Dentro do estabelecimento o trabalho será em comum,
de acordo com as aptidões e ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis
com a execução da pena. Possível o trabalho externo em serviços ou obras públicas (§
3º).
Quais as atividades admissíveis no regime semiaberto?
O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno em
colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar (art. 35, § 1º). Possível o trabalho
externo, bem como a frequência a cursos supletivos, profissionalizantes, de instrução de
segundo grau ou superior (§ 2º).
Quais são as atividades admissíveis no regime aberto?
O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar,
frequentar curso ou exercer outra atividade, frequentar curso ou exercer outra atividade
autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folgas (art.
36, § 1º).
Quais são os direitos dos presos?
O art. 41 do CP confere os seguintes direitos dos presos:
I – alimentação suficiente e vestuário;
II – atribuição de trabalho e sua remuneração;
III – previdência social;
IV – constituição de pecúlio;
V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a
recreação;
VI – exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas
anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX – entrevista pessoal e reservado com o advogado;
X – visita do cônjuge, da companheira, de parente e amigos em dias determinados;
XI – chamamento nominal;
XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV – representação e petição a qualquer autoridade, em defesa do direito;
XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de
outros meios de informação que não comprometam a moral e dos bons costumes;
XVI – atestado da pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena de responsabilidade da
autoridade judiciária competente.
Quais os direitos dos presos que podem ser suspensos ou restringidos mediante
ato motivado do diretor do estabelecimento?
Os direitos previstos nos incisos V (proporcionalidade na distribuição do tempo
para o trabalho, o descanso e a recreação), X (visita do cônjuge, da companheira, de
parente e amigos em dias determinados) e XV (contato com o mundo exterior por meio
de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não
comprometam a moral e dos bons costumes).
O que é detratação?
Detratação penal é cômputo na pena privada liberdade e na medida de segurança
do tempo de prisão provisória ou administrativa e o de internação em hospital ou
manicômio.
Quais são as medidas cautelares pessoais alternativas à prisão?
Temos a prisão provisória, que se subdivide em:
Prisão em flagrante de natureza precária, podendo ser convertida em prisões
preventiva (CPP, art. 310, II), preventiva (arts. 311 a 316) e temporária (Lei n. 7960).
Medidas cautelares diversas da prisão (arts. 319 e 320):
Comparecimento periódico em juízo;
Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares;
Proibição de manter contato com pessoa determinada;
Proibição de ausentar-se na Comarca
Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga
Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou
financeira
Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-inimputável;
Fiança;
Monitoração eletrônica;
Proibição de ausentar-se do País.
Segundo o Código Penal, quais são as penas restritivas de direito?
Prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviços à
comunidade ou a entidades públicas e interdição temporária de direitos.
O que é prestação pecuniária?
Consiste no pagamento à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou
privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a um nem
superior a trezentos e sessenta salários mínimos (art. 45, § 1º).
O que é prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas?
Atribuição de tarefas gratuitas ao condenado (art. 46, § 1º) em entidades
assistenciais, escolas, hospitais etc. (art. 46, § 2º).
Quais são as modalidades de interdição temporária de direitos?
Proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de
mandato eletivo; proibição de exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam
de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; suspensão de
autorização ou de habilitação para dirigir veículo; proibição de frequentar determinados
lugares; proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos; e
limitação de fim de semana.
O que é limitação de fim de semana?
Consiste na obrigação de permanecer aos sábados e domingos, por cinco horas
diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
Quando as penas restritivas de direitos substituem as privativas de liberdade?
Quando se tratar de crime culposo ou for aplicada pena privativa de liberdade
superior a quatro anos, excluída a hipótese de crime cometido com violência ou grave
ameaça conta pessoa; quando o réu não for reincidente em crime doloso; ou quando a
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem
como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
Quando a pena de prestação de serviços à comunidade será convertida?
A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o
condenado:
Não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a internação
por edital;
Não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar
serviço;
Recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
Praticar falta grave;
Sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não
tenha sido suspensa.
Quando a pena de limitação de fim de semana será convertida?
A pena de limitação de fim de semana será convertida quando:
Não comparecer a exercer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena;
Recusar-se a exercer a atividade determinada pelo juiz;
Quando ocorrer a situação das alíneas a (não for encontrado por estar em lugar
incerto e não sabido, ou desatender a internação por edital), d (praticar falta grave) e e
(sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não
tenha sido suspensa) do parágrafo anterior.
Quando a pena de interdição de direitos será convertida?
A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando:
O condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado.
Quando ocorrer a situação da alienas a (não for encontrado por estar em lugar
incerto e não sabido, ou desatender a internação por edital), e e (sofrer condenação por
outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa) do
primeiro parágrafo.
O que é prestação pecuniária?
Consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade
pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz.
Qual o valor da prestação pecuniária?
Não pode ser inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta
salários mínimos.
Qual a destinação dos recursos da pena de perda de bens e valores?
Fundo Penitenciário Nacional.
Em que casos devem ser aplicadas a pena de serviços á comunidade ou a
entidades públicas?
Nos casos de penas superiores a seis meses de privação de liberdade.
Em que entidades devem ser prestadas a pena de prestação de serviços à
comunidade ou a entidades públicas?
Em entidades assistenciais, hospitais, escolares e outros estabelecimentos,
congêneres, em programas comunitários ou estatais.
Qual deve ser a variação do dia-multa?
Variando de dez dias-multa a, no máximo, trezentos e sessenta dias-multa.
Qual o valor do dia-multa?
Não pode ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao
tempo do fato, nem superior a cinco vezes esse salário.
Qual o limite máximo e mínimo de desconto da multa?
O limite máximo de desconto mensal será o da quarta parte da remuneração, e o
mínimo o de um décimo.
Em quantos dias a multa deve ser paga?
Dentro de dez dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
O que acontece caso não seja pago a multa?
Proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
Sobre o quê o desconto não deve incidir?
O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do
condenado e de sua família.
Quando haverá a suspensão de execução da multa?
Quando o condenado estiver na situação de doente mental. Revertendo-se a
doença, reinicia-se a execução.
O que é cominação?
Cominação é o ato de cominar, de aplicar castigo ou pena; prescrição legal.
O que é derrogação?
Derrogação é o ato de derrogar. Revogação parcial de uma lei, por ato do poder
competente.
Qual é a duração das penas restritivas de direito? Exponha a exceção no que
tangente à pena de serviço à comunidade.
As penas restritivas de direitos não podem ter duração inferior à pena privativa
de liberdade, a quem substituem; nem superior (art. 55). Tratando-se, entretanto, de
prestação de serviço à comunidade, há exceção (CP, art. 46, § 4°), onde facultativo é ao
condenado, desde que a pena seja superior a um ano, cumpri-la em menor tempo.
Quais os casos em que a pena de multa é aplicada independentemente de
cominação abstrata?
Segundo os artigos seguintes do CP:
Art. 44,§ 2°: crimes culposos, qualquer que seja a quantidade da pena;
Art. 60,§ 2°: pena privativa de liberdade não superior a um ano.