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• Cinco Aposentados Vs. Peru • Crianças Yean e Bosico Vs. República Dominicana • Ximenes Lopes Vs. Brasil • Acevedo Buendía e Outros Vs. Peru • González e Outras (“Campo Algodoeiro”) Vs. México • Comunidade Indígena Xákmok Kásek Vs. Paraguai • Atala Riffo e Crianças Vs. Chile • Fornerón e Filha Vs. Argentina • Furlan e Familiares Vs. Argentina • Artavia Murillo e Outros Vs. Costa Rica DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS E DISCRIMINAÇÃO JURISPRUDÊNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos - Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e Discriminação

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Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos - Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e Discriminação

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  • 1. JURISPRUDNCIA DACORTE INTERAMERICANADE DIREITOS HUMANOSDIREITOS ECONMICOS,SOCIAIS E CULTURAIS E DISCRIMINAO Cinco Aposentados Vs. Peru Crianas Yean e Bosico Vs. RepblicaDominicana Ximenes Lopes Vs. Brasil Acevedo Buenda e Outros Vs. Peru Gonzlez e Outras (Campo Algodoeiro)Vs. Mxico Comunidade Indgena Xkmok KsekVs. Paraguai Atala Riffo e Crianas Vs. Chile Fornern e Filha Vs. Argentina Furlan e Familiares Vs. Argentina Artavia Murillo e Outros Vs. Costa Rica

2. JURISPRUDNCIA DACORTE INTERAMERICANADE DIREITOS HUMANOSDIREITOS ECONMICOS,SOCIAIS E CULTURAIS E DISCRIMINAO 3. EXPEDIENTECORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSHumberto Antonio Sierra Porto, PresidenteRoberto F. Caldas, Vice-PresidenteManuel E. Ventura Robles, JuizDiego Garca Sayn, JuizAlberto Prez Prez, JuizEduardo Ferrer Mac-Gregor Poisot, JuizPablo Saavedra Alessandri, SecretrioEmilia Segares Rodrguez, Secretria AdjuntaPRESIDENTA DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASILDilma RousseffMINISTRO DA JUSTIAJos Eduardo CardozoSECRETRIO EXECUTIVO DO MINISTRIO DA JUSTIAMarivaldo de Castro PereiraSECRETRIO NACIONAL DE JUSTIA E PRESIDENTEDA COMISSO DE ANISTIAPaulo AbroDIRETORA DA COMISSO DE ANISTIAAmarilis Busch TavaresDIRETOR DO DEPARTAMENTO DE ESTRANGEIROSJoo Guilherme GranjaDIRETOR DO DEPARTAMENTO DE RECUPERAODE ATIVOS E COOPERAO JURDICA INTERNACIONALRicardo Andrade SaadiDIRETORA DO DEPARTAMENTO DE JUSTIA,CLASSIFICAO, TTULOS E QUALIFICAOFernanda Alves dos AnjosGABINETE DA COMISSO DE ANISTIALarissa Nacif Fonseca, Chefe de GabineteMarleide Ferreira Rocha, AssessoraGABINETE DA SECRETARIA NACIONAL DE JUSTIAFrederico de Morais Andrade Coutinho, Chefe de GabineteCristina Timponi Cambiaghi, AssessoraCapa e Projeto Grfi co: Alex FuriniTraduo: Secretaria da Corte Interamericanade Direitos HumanosReviso: Ncleo de Direitos Humanos doDepartamento de Direito da Pontifcia UniversidadeCatlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)Tiragem: 2.000 exemplaresImpresso por: Prol Editora Grfi ca Ltda341.27J95c Jurisprudncia da Corte Interamericana de Direitos Humanos / SecretariaNacional de Justia, Comisso de Anistia, Corte Interamericana deDireitos Humanos. Traduo da Corte Interamericana de DireitosHumanos. Braslia : Ministrio da Justia, 2014.7 v.ISBN : 978-85-85820-81-71. Direitos humanos. 2. Direitos indgenas. 3. Direitos e garantiasindividuais. 5. Liberdade de expresso 6. Migrao. I. Brasil Ministrioda Justia. II. Corte Interamericana de Direitos Humanos.CDDFicha elaborada pela Biblioteca do Ministrio da Justia 4. SUMRIOAPRESENTAO 5CASO CINCO APOSENTADOS VS. PERU 7CASO DAS CRIANAS YEAN E BOSICO VS. REPBLICA DOMINICANA 69CASO XIMENES LOPES VS. BRASIL 135CASO ACEVEDO BUENDA E OUTROS VS. PERU 215CASO GONZLEZ E OUTRAS (CAMPO ALGODOEIRO) VS. MXICO 255CASO DA COMUNIDADE INDGENA XKMOK KSEK VS. PARAGUAI 371CASO ATALA RIFFO E CRIANAS VS. CHILE 439CASO FORNERN E FILHA VS. ARGENTINA 511CASO CASO FURLAN E FAMILIARES VS. ARGENTINA 555CASO ARTAVIA MURILLO E OUTROS VS. COSTA RICA 633 5. APRESENTAOA publicao desta Coleo indita em lngua portuguesa contendo decises da CorteInteramericana de Direitos Humanos supre uma lacuna histrica para a formao dopensamento jurdico e da jurisprudncia brasileira.O Sistema Interamericano de Direitos Humanos (SIDH), composto pela ComissoInteramericana de Direitos Humanos (CIDH) e pela Corte Interamericana de DireitosHumanos (CorteIDH) surgiu no contexto da evoluo ps-guerra do direito internacionale em complementaridade lgica, temporal e jurdica construo do Sistema Universalde proteo que comeou a ser erguido com a Declarao da ONU de 1948. Tantoem escala mundial quanto continental esse novo sistema representou uma reaonormativa, jurdica, poltica, tica e moral aos confl itos e extermnios produzidos naSegunda Guerra.O SIDH constituiu-se como sistema regional de proteo e defesa dos direitos humanos,contribuindo para a difuso regional da ideia de que o Estado no o nico sujeito dedireito internacional, passando-se a aceitar o indivduo como pleiteador de seus direitosem escala internacional. Tal movimento deu incio reviso do conceito de soberaniaestatal ps-Westphalia, admitindo-se um certo grau de interveno internacional nocontexto interno, em nome da garantia e do respeito aos direitos humanos.A Comisso j completava dez anos de existncia quando veio luz o instrumentonormativo que lhe garantiu estrutura institucional abrangente, a Conveno Americanasobre Direitos Humanos, em vigncia desde 1978. Desde essa data, passou a contarcom seu ramo jurisdicional, a Corte Interamericana dos Direitos Humanos, sediada emSo Jos da Costa Rica.Apesar de o Brasil ter ratifi cado a Conveno Americana sobre Direitos Humanos (Patode San Jos da Costa Rica) em 25 de setembro de 1992, apenas seis anos depois, em10 de dezembro de 1998, reconheceu a jurisdio contenciosa da Corte Interamericanade Direitos Humanos.Antes disso, a Constituio Federal de 1988, a Constituio Cidad, j previa no art.7dos Atos das Disposies Constitucionais Transitrias que O Brasil propugnar pelaformao de um tribunal internacional dos direitos humanos. preciso reconhecer que, seja por desconhecimento ou difi culdades de acesso, osoperadores do direito e administradores pblicos nos trs poderes do Estado brasileiroainda fundamentam muito pouco as suas aes, demandas ou decises judiciaisna jurisprudncia internacional, a despeito do longo acervo de Tratados e Acordosfi rmados pelo Brasil.Mas este cenrio est em mudana. Quase duas dcadas depois de reconhecida acompetncia da Corte, pode-se afi rmar que os Tribunais brasileiros, em especial oSupremo Tribunal Federal, vm ampliando as citaes Conveno Americana sobreDireitos Humanos em suas decises, a exemplo do caso sobre priso do depositrioinfi el, do duplo grau de jurisdio, do uso de algemas, da individualizao da pena, dapresuno de inocncia, do direito de recorrer em liberdade e da razovel durao doprocesso. Afi nal, so mais de 160 sentenas j emitidas pela CorteIDH em distintoscasos e cuja aplicabilidade vincula a todos os pases aderentes da Conveno.Assim, impulsionada pela sua misso institucional de promover e construir direitos epolticas de justia voltadas garantia e ao desenvolvimento dos Direitos Humanos e daCidadania, por meio de aes conjuntas do poder pblico e da sociedade, a SecretariaNacional de Justia (SNJ/MJ) e a Comisso de Anistia do Ministrio da Justia vemestreitando laos institucionais com a Corte Interamericana de Direitos Humanos. 6. As primeiras iniciativas ocorreram por ocasio da realizao no Brasil do Curso sobreControle de Convencionalidade e Jurisprudncia da Corte Interamericana de DireitosHumanos, quando durante uma semana membros da Corte e operadores judiciais dediversos pases e estados brasileiros se reuniram para discutir sobre a jurisprudnciado Sistema Interamericano de Direitos Humanos.Posteriormente foi fi rmado convnio com a Corte para o fortalecimento da difuso desua jurisprudncia em lngua portuguesa para os operadores jurdicos brasileiros ecujo resultado mais concreto est na presente obra.Como produto foram selecionadas, editadas, sistematizadas e traduzidas as sentenasparadigmticas e mais relevantes da Corte de maneira a tornar acessvel seus critriosjurisprudenciais a todos os brasileiros, sejam agentes do Estado, sejam vtimas deviolaes, e disponibilizando, assim, mais uma ferramenta de ampliao da efetividadeda justia que poder ser aplicada de maneira que infl uencie nas normas, decises,prticas e polticas pblicas internas.A presente obra distribuda em 7 volumes que correspondem a diferentes temasde direitos protegidos pela Conveno Americana de Direitos Humanos, a saber:Volume 1: Direito vida (execues extrajudiciais e desaparecimentos forados),Anistias e Direito Verdade; Volume 2: Direitos dos Povos Indgenas; Volume 3:Direitos Econmicos Sociais e Culturais (DESC) e Discriminao; Volume 4: Direito Integridade Pessoal; Volume 5: Direito Liberdade Pessoal; Volume 6: Liberdade deExpresso; e Volume 7: Migrao, Refgio e Aptridas. com muita satisfao que esta obra trazida aos operadores de direito de todo oBrasil, sociedade civil, aos estudantes, professores e acadmicos, e aos advogados edefensores dos direitos humanos, esperando que essa iniciativa possa contribuir paraa difuso e a ampliao do acesso a mais um instrumento da tutela efetiva dos direitoshumanos, para o fortalecimento do interesse em sua aplicabilidade cotidiana e para aaproximao de sistemas jurdicos com mais profundo dilogo tcnico e humano entreas naes e povos do continente.Paulo AbroSecretrio Nacional de JustiaPresidente da Comisso de AnistiaHumberto Sierra PortoPresidenteCorte Interamericana deDireitos Humanos***Jos Eduardo CardozoMinistro da JustiaRoberto F. CaldasVice-PresidenteCorte Interamericana deDireitos Humanos 7. CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSCASO CINCO APOSENTADOS VS. PERUSENTENA DE 28 DE FEVEREIRO DE 2003(Mrito, Reparaes e Custas)No caso Cinco Aposentados,A Corte Interamericana de Direitos Humanos (doravante denominada a Corte, a Corte Interamericanaou o Tribunal), integrada pelos seguintes juzes:*Antnio A. Canado Trindade, Presidente;Sergio Garca Ramrez, Vice-Presidente;Hernn Salgado Pesantes, Juiz;Oliver Jackman, Juiz;Alirio Abreu Burelli, Juiz;Carlos Vicente de Roux Rengifo, Juiz; eJavier de Belaunde Lpez de Romaa, Juiz ad hoc;7presentes, ademais,Manuel E. Ventura Robles, Secretrio, ePablo Saavedra Alessandri, Secretrio Adjunto,em conformidade com os artigos 29, 55, 56 e 57 do Regulamento da Corte (doravante denominado oRegulamento)** e com o artigo 63.1 da Conveno Americana sobre Direitos Humanos (doravantedenominada a Conveno ou a Conveno Americana), profere a presente Sentena.IIntroduo da Causa1. Em 4 de dezembro de 2001, a Comisso Interamericana de Direitos Humanos (doravante denominada aComisso ou a Comisso Interamericana) submeteu Corte uma demanda contra o Estado do Peru (doravantedenominado o Estado ou o Peru), a qual teve origem na denncia n 12.034, recebida na Secretaria daComisso em 1 de fevereiro de 1998.2. A Comisso apresentou a demanda com base no artigo 51 da Conveno Americana, com o fi m de que aCorte decidisse se o Estado violou os artigos 21 (Direito Propriedade Privada), 25 (Proteo Judicial) e 26(Desenvolvimento Progressivo) da Conveno Americana, em relao s obrigaes estabelecidas nos artigos1.1 (Obrigao de Respeitar os Direitos) e 2 (Dever de Adotar Disposies de Direito Interno) deste tratado,devido modifi cao no regime de penses que os senhores Carlos Torres Benvenuto, Javier Mujica Ruiz-Huidobro, Guillermo lvarez Hernndez, Reymert Bartra Vsquez e Maximiliano Gamarra Ferreyra (doravantedenominados as supostas vtimas, os cinco aposentados ou os aposentados) vinham desfrutandoconforme a legislao peruana at 1992, e pelo descumprimento das sentenas da Corte Suprema de Justia edo Tribunal Constitucional do Peru que ordenaram aos rgos do Estado peruano pagar aos aposentados umapenso calculada da maneira estabelecida na legislao vigente no momento em que eles comearam a desfrutarde um determinado regime de aposentadoria.3. Alm disso, a Comisso solicitou Corte que ordenasse ao Estado a concesso de uma compensao pelo danomoral causado s supostas vtimas, e que cumprisse o disposto nas sentenas da Corte Suprema de Justia do* O Juiz Mximo Pacheco Gmez informou Corte que, por motivos de fora maior, no poderia estar presente no LVIII Perodo Ordinrio deSesses do Tribunal, de maneira que no participou na deliberao e assinatura da presente Sentena.**De acordo com a Resoluo da Corte de 13 de maro de 2001, sobre Disposies Transitrias ao Regulamento da Corte adotado por meioda Resoluo de 24 de novembro de 2000, a presente Sentena proferida nos termos do Regulamento de 2000, o qual entrou em vigor em1 de junho de 2001. 8. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSPeru de 2 de maio, 28 de junho, 1 e 19 de setembro, e 10 de outubro, todas de 1994, e tambm as proferidaspelo Tribunal Constitucional do Peru em 9 de julho de 1998, 3 de agosto e 21 de dezembro, ambas de 2000, demaneira que as supostas vtimas e seus familiares recebessem as diferenas que foram deixadas de pagar novalor de suas aposentadorias a partir de novembro de 1992 e acrescidos dos respectivos juros, bem como queo Estado continuasse pagando um montante nivelado de suas aposentadorias. Ademais, a Comisso solicitou Corte que ordenasse ao Estado que derrogue e faa cessar, de maneira retroativa, os efeitos do artigo 5 doDecreto-Lei n 25.792, de 23 de outubro de 1992. Finalmente, a Comisso solicitou Corte que ordenasse aoEstado que investigue os fatos, estabelea as responsabilidades pela violao dos direitos humanos cometida nopresente caso, e condene o Estado a pagar as custas e os gastos produzidos na tramitao do caso na jurisdiointerna e perante o Sistema Interamericano.IICompetncia4. O Peru Estado Parte na Conveno Americana desde 28 de julho de 1978 e reconheceu a competnciacontenciosa da Corte em 21 de janeiro de 1981. Portanto, a Corte competente para conhecer do presente caso,nos termos dos artigos 62 e 63.1 da Conveno.IIIProcedimento perante a Comisso5. Em 1 de fevereiro de 1998, os senhores Carlos Torres Benvenuto, Javier Mujica Ruiz-Huidobro, Guillermolvarez Hernndez, Reymert Bartra Vsquez, e Sara Castro, viva do senhor Gamarra, bem como o Programa deDireitos Humanos do Centro de Assessoria Laboral do Peru (doravante denominado CEDAL) e a AssociaoPr Direitos Humanos (doravante denominada APRODEH), apresentaram uma denncia perante a ComissoInteramericana. Esta denncia foi ampliada em 3 de junho de 1998 por estas ltimas duas organizaes.6. Em 16 de julho de 1998, a Comisso procedeu a abrir o caso sob o n 12.034.7. Em 27 de setembro de 1999, a Comisso aprovou o Relatrio n 89/99, mediante o qual declarou admissvel ocaso e, em 18 de outubro de 1999, colocou-se disposio das partes com o objetivo de alcanar uma soluoamistosa.8. Em 5 de maro de 2001, a Comisso, de acordo com o artigo 50 da Conveno, aprovou o Relatrio n 23/01,8mediante o qual recomendou ao Estado:1. Reparar adequadamente os senhores Torres Benvenuto, Mujica Ruiz-Huidobro, lvarez Hernndez,Bartra Vsquez, e os familiares do senhor Gamarra Ferreyra, nos termos do artigo 63 da ConvenoAmericana, incluindo tanto o aspecto moral como o material, pelas violaes de seus direitoshumanos e, em particular,2. Pagar imediatamente aos senhores Torres Benvenuto, Mujica Ruiz-Huidobro, lvarez Hernndez,Bartra Vsquez, e aos familiares do senhor Gamarra Ferreyra, a diferena no valor das aposentadoriasniveladas que foram deixadas de pagar a partir de novembro de 1992 at a presente data. Paracalcular esta diferena o Estado dever tomar em conta o valor das aposentadorias que havia pago,em comparao com o valor das aposentadorias que lhes deveria pagar, com base, como explicadoanteriormente, no direito adquirido das vtimas a receber uma penso de aposentadoria niveladaprogressivamente remunerao do titular em atividade da Superintendncia de Bancos e Segurosque tenha ocupado o mesmo posto, ou funo anloga, que desempenhavam os mencionadossenhores na data de sua aposentadoria.3. Em seguida, pagar aos senhores Torres Benvenuto, Mujica Ruiz-Huidobro, lvarez Hernndez, BartraVsquez, e aos familiares do senhor Gamarra Ferreyra uma aposentadoria nivelada, calculada deacordo com os parmetros com os quais vinha fazendo at agosto de 1992, isto , de maneira niveladaprogressivamente remunerao do titular em atividade da Superintendncia de Bancos e Segurosque tenha ocupado o mesmo posto, ou funo anloga, que desempenhavam os mencionadossenhores na data de sua aposentadoria.4. Derrogar e fazer cessar, de maneira retroativa, os efeitos do artigo 5 do Decreto Lei n 25.792, de 23de outubro de 1992. 9. DIREITOS ECONMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS E DISCRIMINAO - CASO CINCO APOSENTADOS VS. PERU5. Realizar uma investigao completa, imparcial e efetiva dos fatos com o objetivo de estabelecer asresponsabilidades pelo descumprimento das mencionadas sentenas proferidas em 1994 pela CorteSuprema de Justia do Peru e em julho de 1998 pelo Tribunal Constitucional, e que pela via dosprocessos penais, administrativos e de outra ndole que venham a ser realizados, sejam aplicadasaos responsveis as sanes pertinentes, adequadas gravidade das violaes mencionadas.9. Em 9 de maro de 2001, a Comisso transmitiu o relatrio anteriormente indicado ao Estado e concedeu umprazo de dois meses para cumprir as recomendaes realizadas. Em 31 de maio de 2001, o Estado solicitouuma prorrogao de prazo de quatro meses, contada a partir desse mesmo dia, com o objetivo de cumpriras recomendaes formuladas; esta foi concedida. Em 14 de maio e em 10 e 27 de setembro de 2001, oEstado informou Comisso sobre as aes que estava efetuando com o propsito de cumprir as referidasrecomendaes.10. Em 1 de outubro de 2001, o Estado solicitou Comisso uma nova prorrogao de dois meses para cumprir asrecomendaes, a qual foi concedida no dia seguinte, contada a partir de 1 de outubro de 2001.11. Mediante escrito de 11 de outubro de 2001, o CEDAL afi rmou que incorporava o Centro pela Justia e o DireitoInternacional (doravante denominado CEJIL) como co-peticionrio neste caso.12. Em 3 de dezembro de 2001, a Comisso decidiu submeter o caso jurisdio da Corte.IVProcedimento perante a Corte13. A Comisso apresentou a demanda perante a Corte em 4 de dezembro de 2001.14. De acordo com o artigo 22 do Regulamento, a Comisso designou como delegados os senhores Hlio Bicudoe Santiago Cantn, e como assessores jurdicos os senhores Ignacio lvarez e Ariel Dulitzky. Assim mesmo,de acordo com o artigo 33 do Regulamento, a Comisso indicou o nome e o endereo das supostas vtimas einformou que estas seriam representadas pelo senhor Javier Mujica Petit, do CEDAL, e pela senhora Mara ClaraGalvis, do CEJIL.15. Em 11 de janeiro de 2002, a Secretaria da Corte (doravante denominada a Secretaria), seguindo instruesdo Presidente da Corte (doravante denominado o Presidente), e de acordo com o artigo 34 do Regulamento,solicitou Comisso que remetesse, no prazo de 20 dias, determinados anexos da demanda que se encontravamincompletos ou ilegveis. Em 4 de fevereiro de 2002, a Comisso apresentou os anexos indicados.16. Em 17 de janeiro de 2002, a Secretaria, depois de um exame preliminar da demanda realizado pelo Presidente,a notifi cou ao Estado juntamente com seus anexos, e lhe informou sobre os prazos para contest-la e nomearsua representao no processo. Ademais, nesse mesmo dia a Secretaria, seguindo instrues do Presidente ede acordo com o disposto no artigo 18 do Regulamento e no artigo 10 do Estatuto da Corte, informou ao Estadosobre seu direito a designar um juiz ad hoc para que participasse na considerao do presente caso. Igualmente,nessa mesma data, de acordo com o disposto nos artigos 35.4 e 35.1.e) do Regulamento, a demanda foinotifi cada aos representantes das supostas vtimas e seus familiares, CEDAL e CEJIL, nas pessoas de JavierMujica Petit e Mara Clara Galvis, respectivamente, para que apresentassem o escrito de peties, argumentose provas. Finalmente, de acordo com o artigo 35.1.d) do Regulamento, a demanda foi notifi cada ao primeiropeticionrio, senhor Francisco Sobern, Diretor Geral da Associao Pr Direitos Humanos (APRODEH).17. Em 14 de fevereiro de 2002, o Estado apresentou uma comunicao, mediante a qual informou que haviadesignado o senhor Javier de Belaunde Lpez de Romaa como Juiz ad hoc e o senhor Fernando Elas Manterocomo Agente.18. Em 14 de fevereiro de 2002, os representantes das supostas vtimas e seus familiares remeteram um escrito, noqual solicitaram uma prorrogao de 20 dias para a apresentao do escrito de peties, argumentos e provas(art. 35.4 do Regulamento). No dia seguinte, a Secretaria, seguindo instrues do Presidente, informou aosrepresentantes que a prorrogao de prazo havia sido concedida at 4 de maro de 2002.19. Em 1 de maro de 2002, a Secretaria, seguindo instrues do Presidente, informou s partes que havia procedidoa mudar o nome do caso Torres Benvenuto e outros para Cinco Aposentados.20. Em 5 de maro de 2002, os representantes das supostas vtimas e seus familiares remeteram, via fax, o escrito9 10. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSde peties, argumentos e provas. Do mesmo modo, no dia 8 de maro do mesmo ano, apresentaram o escritooriginal, ao qual incorporaram seus anexos, exceto o primeiro e o quinto.21. Em 15 de maro de 2002, o Peru apresentou seu escrito de contestao demanda, e em 18 de abril de 2002remeteu os anexos correspondentes a este escrito. Entretanto, algumas folhas dos anexos 8 e 9 da mencionadacontestao se encontravam ilegveis.22. Em 20 de maro de 2002, a Secretaria transmitiu o escrito de peties, argumentos e provas ao Estado e Comisso e indicou que quando os anexos pendentes (par. 20 supra) fossem recebidos na Secretaria, seriamento transmitidos s outras partes. Ademais, seguindo instrues do Presidente, foi concedido um prazoimprorrogvel de 30 dias para que apresentassem as observaes que considerassem pertinentes.23. Em 18 de abril de 2002, a Secretaria remeteu a contestao da demanda Comisso, aos representantes dassupostas vtimas e seus familiares e ao peticionrio original, e lhes indicou que quando as folhas pendentes (par.21 supra) fossem recebidas na Secretaria, lhes seriam transmitidas.24. Em 22 de abril de 2002, o Estado apresentou suas observaes ao escrito de peties, argumentos e provasapresentado pelos representantes das supostas vtimas e seus familiares. Posteriormente, no dia 30 de abril de2002, o Peru apresentou o escrito original com seus respectivos anexos.25. Em 22 de abril de 2002, os representantes das supostas vtimas e seus familiares apresentaram cpia dasprocuraes no processo perante a Corte, outorgadas pelos senhores Carlos Torres Benvenuto, Javier MujicaRuiz-Huidobro, Guillermo lvarez Hernndez, Reymert Bartra Vsquez e Sara Castro, viva do senhor Gamarra,a favor de Viviana Krsticevic, Javier Mujica Petit e Mara Clara Galvis.26. Em 22 de abril de 2002, a Comisso remeteu suas observaes ao escrito de peties, argumentos e provas dosrepresentantes das supostas vtimas e seus familiares. Assim mesmo, a Comisso informou que a ComissriaMarta Altolaguirre tambm atuaria como delegada no presente caso, e assinalou que recebeu informao segundoa qual o Estado havia derrogado os efeitos do artigo 5 do Decreto Lei n 25.792 e havia dado cumprimentoao ordenado nas sentenas proferidas pela Corte Suprema de Justia e pelo Tribunal Constitucional do Peru, eacrescentou que [e]ste cumprimento [era] um dos pontos fundamentais do objeto da [] demanda.27. Em 3 de maio de 2002, o CEDAL apresentou um escrito mediante o qual solicitou a substituio do testemunhodo senhor Jorge Santistevan de Noriega pela declarao testemunhal do senhor Walter Albn Peralta; remeteucpia do anexo quinto do escrito de peties, argumentos e provas, o qual havia sido solicitado pela Secretariapor encontrar-se ilegvel (par. 20 supra), e anexou as procuraes originais outorgadas pelas supostas vtimasa favor de Viviana Krsticevic, Javier Mujica Petit e Mara Clara Galvis (par. 25 supra). Seguindo instrues doPresidente, em 6 de maio de 2002, a Secretaria informou ao Estado e Comisso que lhes concedia um prazo at24 de maio de 2002 para que formulassem as observaes que considerassem pertinentes em relao ao pedidode substituio da testemunha Jorge Santistevan de Noriega.28. Em 21 de maio de 2002, a Comisso, de acordo com o artigo 36.4 do Regulamento, apresentou um escrito dealegaes sobre a eventual exceo preliminar que poderia ser considerada como interposta pelo Ilustre Estadodo Peru [] em seu escrito de contestao demanda. Neste mesmo dia os representantes das supostasvtimas e seus familiares apresentaram um escrito sobre esse mesmo assunto. Em 28 de maio de 2002, osrepresentantes das supostas vtimas e seus familiares remeteram o escrito original, ao qual incorporaram oanexo indicado neste documento.29. Em 22 de maio de 2002, o Estado apresentou suas observaes sobre o pedido de substituio da testemunhaJorge Santistevan de Noriega (par. 27 supra) e sobre as procuraes apresentadas pelos representantes dassupostas vtimas e seus familiares (pars. 25 e 27 supra), nas quais afi rmou certas irregularidades. Neste mesmodia o Peru apresentou outro escrito, por meio do qual se referiu informao exposta pela Comisso (par. 26supra) em relao ao cumprimento das sentenas proferidas pela Corte Suprema de Justia e pelo TribunalConstitucional do Peru e a derrogao do artigo 5 do Decreto-Lei n 25.792. Em 1 de julho de 2002, o Peruapresentou as verses originais dos escritos anteriores.30. Em 24 de maio de 2002, a Secretaria concedeu ao Estado um prazo de 30 dias para que, em ateno ao solicitadopela Comisso em seu escrito de demanda, apresentasse informao sobre o valor da penso mensal quehavia pago aos senhores Carlos Torres Benvenuto, Javier Mujica Ruiz-Huidobro, Guillermo lvarez Hernndez,Reymert Bartra Vsquez e Maximiliano Gamarra Ferreyra, ou a seus familiares, a partir de novembro de 1992; eo valor do salrio recebido, a partir de novembro de 1992, pelas pessoas que ocupavam os seguintes cargos, ou10 11. DIREITOS ECONMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS E DISCRIMINAO - CASO CINCO APOSENTADOS VS. PERUcargos com funes similares, na Superintendncia de Bancos e Seguros (doravante denominada a SBS ou aSuperintendncia):a) Diretor Geral de Comunicaes (ltimo cargo ocupado na SBS pelo senhor Carlos Torres Benvenuto);b) Gerente Geral de Crditos da Superintendncia de Bancos e Seguros (ltimo cargo ocupado na SBS11pelo senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro);c) Assessor Administrativo da Alta Diretoria (ltimo cargo ocupado na SBS pelo senhor Guillermolvarez Hernndez);d) Assessor Tcnico da Superintendncia Adjunta de Entidades Especializadas em Seguros (ltimocargo ocupado na SBS pelo senhor Reymert Bartra Vsquez); ee) Superintendente de Bancos e Seguros (ltimo cargo ocupado na SBS pelo senhor MaximilianoGamarra Ferreyra).31. Em 24 de maio de 2002, a Secretaria, seguindo instrues do Presidente, solicitou aos representantes dassupostas vtimas e seus familiares que esclarecessem a informao do Estado em relao s procuraesoutorgadas pelos senhores Javier Mujica Ruiz-Huidobro, Carlos Torres Benvenuto e Reymert Bartra Vsquezperante o notrio Alfredo Aparicio Valdez (pars. 25, 27 e 29 supra).32. Em 3 de junho de 2002, o Estado apresentou os documentos correspondentes aos anexos 8 e 9 do escrito decontestao demanda (par. 21 supra).33. Em 14 de junho de 2002, os representantes das supostas vtimas e seus familiares apresentaram um escritono qual informaram sobre a situao das procuraes outorgadas pelos senhores Javier Mujica Ruiz-Huidobro,Carlos Torres Benvenuto e Reymert Bartra Vsquez perante o notrio Alfredo Aparicio Valdez (pars. 25, 27, 29e 31 supra). Alm disso, apresentaram as procuraes originais de representao no processo perante a Corteconferidas em 3 e 4 de junho de 2002 pelos senhores Javier Mujica Ruiz-Huidobro e Reymert Bartra Vsquez afavor de Viviana Krsticevic, Javier Mujica Petit e Mara Clara Galvis.34. Em 1 de julho de 2002, o Peru apresentou um escrito, mediante o qual remeteu parte da informao solicitadapela Secretaria (par. 30 supra) em relao aos salrios recebidos pelas pessoas que haviam ocupado cargosou funes similares aos ocupados pelas supostas vtimas na SBS. Posteriormente, em 17 de julho de 2002, oEstado apresentou documentos relativos informao solicitada pela Secretaria (par. 30 supra) em relao aovalor da penso mensal que havia pago s supostas vtimas ou a seus familiares a partir de novembro de 1992 eem relao aos valores dos salrios pagos s pessoas que haviam ocupado cargos ou funes similares aos queas supostas vtimas ocuparam na SBS.35. Em 2 de julho de 2002, o senhor Carlos Torres Benvenuto apresentou cpia da procurao no processo perantea Corte, por ele conferida em 14 de junho de 2002 a favor de Viviana Krsticevic, Javier Mujica Petit e Mara ClaraGalvis.36. Em 8 de julho de 2002, a Comisso remeteu a lista defi nitiva das testemunhas e peritos oferecidos para acelebrao da audincia pblica sobre o mrito e as eventuais reparaes neste caso. No dia seguinte osrepresentantes das supostas vtimas e seus familiares remeteram sua lista defi nitiva, e fi zeram suas as provastestemunhais e periciais oferecidas na demanda da Comisso.37. Em 16 de julho de 2002, o Presidente emitiu uma Resoluo mediante a qual rejeitou as objees expostas peloEstado sobre a prova testemunhal e pericial e admitiu as declaraes testemunhais e periciais oferecidas pelaComisso e pelos representantes das supostas vtimas e seus familiares. Alm disso, convocou as partes a umaaudincia pblica que seria celebrada na sede da Corte, a partir das 10:00 horas do dia 3 de setembro de 2002,para receber seus argumentos sobre as eventuais excees preliminares, o mrito e as eventuais reparaes,bem como as declaraes das testemunhas e peritos propostos pela Comisso e pelos representantes dassupostas vtimas e seus familiares.38. Em 22 de julho de 2002, os representantes das supostas vtimas e seus familiares apresentaram um escritoinformando sobre o estado atual do caso. Posteriormente, em 21 de agosto de 2002, remeteram os anexosindicados neste escrito.39. Em 1 e 5 de agosto de 2002, a Secretaria, seguindo instrues do Presidente e de acordo com o artigo 44do Regulamento, solicitou aos representantes das supostas vtimas e seus familiares que apresentassem osseguintes documentos: cpia da proposta de soluo amistosa apresentada por eles Secretaria Executiva do 12. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSConselho Nacional de Direitos Humanos do Ministrio de Justia do Peru; cpia da resoluo da Defensoria doPovo do Peru n 026-97/DP, e cpia do amicus curiae apresentado pela Defensoria do Povo durante a tramitaodo caso perante a Comisso. Para a apresentao dos referidos documentos foi concedido um prazo at 16 deagosto de 2002.40. Em 9 de agosto de 2002, a senhora Delia Revoredo Marsano de Mur, convocada pelo Presidente da Corte paraapresentar um parecer pericial na audincia pblica (par. 37 supra), informou que por motivos laborais nopoderia comparecer mencionada audincia.41. Em 21 de agosto de 2002, os representantes das supostas vtimas e seus familiares apresentaram um escritoao qual anexaram, inter alia, os documentos requeridos pela Secretaria em 1 e 5 de agosto de 2002 (par. 39supra), e o documento intitulado Constncia da 5 Promotoria Provincial Penal de Lima, referente ao caso506010105-2002-7-0, a qual indica como acusado o senhor Oscar Oitoa Rivera, pelo delito de falsifi caodocumental e como vtima o senhor Martn Gregorio Or Guerrero, com o fi m de provar que perante estadependncia se tramita uma investigao referente falsifi cao das assinaturas das procuraes de trs dassupostas vtimas.42. Em 21 de agosto de 2002, os representantes das supostas vtimas e seus familiares enviaram um escrito,mediante o qual solicitaram Corte que autorizasse que o senhor Walter Albn Peralta participasse na audinciapblica na qualidade de perito e no de testemunha. A Secretaria, mediante nota de 22 de agosto de 2002,requereu que apresentassem o curriculum vitae do senhor Walter Albn Peralta com o propsito de que a Cortepudesse resolver o pedido apresentado. Em 23 de agosto de 2002, os representantes das supostas vtimas eseus familiares apresentaram o curriculum vitae indicado.43. Em 23 de agosto de 2002, a Secretaria, seguindo instrues do Presidente, concedeu prazo at 27 de agostode 2002 para que a Comisso e o Estado apresentassem suas observaes ao pedido dos representantes dassupostas vtimas e seus familiares indicado no pargrafo anterior.44. Em 27 de agosto de 2002, o Estado apresentou um escrito, mediante o qual formulou sua oposio ao pedidodos representantes das supostas vtimas e seus familiares de considerar a declarao do senhor Walter AlbnPeralta como prova pericial e no como prova testemunhal. Nesse mesmo escrito, o Peru comunicou que, deacordo com o disposto no artigo 21.1 do Regulamento, havia designado o senhor Mario Pasco Cosmpolis comoAgente Assistente no presente caso. No dia seguinte, a Comisso enviou um escrito atravs do qual comunicouque no tinha objeo ao pedido dos representantes antes indicado.45. Em 27 e 28 de agosto de 2002, os representantes das supostas vtimas e seus familiares informaram que osenhor Walter Albn Peralta no poderia participar na audincia pblica e, em seu lugar, solicitaram que fosseconvocado, na qualidade de perito, o senhor Daniel Soria Lujn, para o que apresentaram seu curriculum vitae.46. Em 29 de agosto de 2002, a Secretaria, seguindo instrues do Pleno da Corte, informou s partes que o Tribunalhavia rechaado o pedido dos representantes das supostas vtimas e seus familiares de que o senhor Daniel SoriaLujn fosse convocado a prestar declarao pericial na audincia pblica.47. Em 30 de agosto de 2002, o senhor Carlos Rafael Urquilla Bonilla, representante da organizao Direitos Humanosnas Amricas, apresentou um escrito em qualidade de amicus curiae.48. Em 2 de setembro de 2002, o Estado apresentou um escrito no qual se referiu alegao de falta de esgotamentodos recursos internos exposta na contestao da demanda. A este respeito, afi rmou que no presente casoqualquer questionamento procedncia da demanda por no ter sido esgotada a via indicada na jurisdiointerna do Peru deve ser resolvida conjuntamente com a sentena e com vista da totalidade dos elementosprobatrios apresentados pelas partes.49. Nesse mesmo dia o Peru apresentou um escrito no qual exps suas consideraes sobre a proposta de soluoamistosa apresentada pelos representantes das supostas vtimas e seus familiares perante a Secretaria Executivado Conselho Nacional de Direitos Humanos do Ministrio de Justia do Peru e sobre o amicus curiae apresentadopela Defensoria do Povo durante a tramitao do caso perante a Comisso (pars. 39 e 41 supra).50. Nos dias 3 e 4 de setembro de 2002, a Corte recebeu, em audincia pblica sobre o mrito e as eventuaisreparaes, as declaraes das testemunhas e o parecer do perito, propostos pela Comisso e pelosrepresentantes das supostas vtimas e seus familiares, respectivamente. A Corte tambm escutou as alegaesfi nais orais das partes.12 13. DIREITOS ECONMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS E DISCRIMINAO - CASO CINCO APOSENTADOS VS. PERUCompareceram perante a Corte:pela Comisso Interamericana de Direitos Humanos:13Marta Altolaguirre, Delegada; eIgnacio lvarez, Assessor.pelas supostas vtimas e seus familiares:Mara Clara Galvis Patio, Advogada do CEJIL; eJavier Mujica Petit, Representante do CEDAL.pelo Estado do Peru:Fernando Elas Mantero, Agente; eMario Pasco Cosmpolis, Agente Assistente.Testemunhas propostas pela Comisso Interamericana de Direitos Humanos:Carlos Torres Benvenuto; eGuillermo lvarez Hernndez.Perito proposto pelos representantes das supostas vtimas e seus familiares:Mximo Jess Atauje Montes.51. Durante a audincia pblica sobre o mrito e as eventuais reparaes o Presidente concedeu s partes o prazode 30 dias para que apresentassem suas alegaes fi nais escritas.52. Em 3 de setembro 2002, durante a audincia pblica sobre o mrito e as eventuais reparaes, o senhor MximoJess Atauje Montes tambm apresentou seu relatrio pericial por escrito.53. Em 4 de setembro de 2002, durante a exposio das alegaes fi nais das partes na audincia pblica sobre omrito e as eventuais reparaes, os representantes das supostas vtimas e seus familiares apresentaram umdocumento intitulado A previdncia social e os sistemas de penses no Peru.54. Em 5 de setembro de 2002, os representantes das supostas vtimas e seus familiares apresentaram algunsdocumentos que haviam oferecido durante a audincia pblica sobre o mrito e as eventuais reparaes.55. Em 2 de outubro de 2002, os representantes das supostas vtimas e seus familiares solicitaram uma prorrogaode 30 dias para a apresentao de suas alegaes fi nais escritas. Nesse mesmo dia a Secretaria informou spartes que, seguindo instrues do Presidente, o prazo que havia sido concedido era improrrogvel at 30 deoutubro de 2002 para que os representantes das supostas vtimas e seus familiares, a Comisso e o Estadoapresentassem suas alegaes fi nais escritas.56. Em 3 de outubro de 2002, o senhor Juan lvarez Vita, proposto pela Comisso para prestar declarao pericial naaudincia pblica sobre o mrito e as eventuais reparaes,1 enviou uma comunicao eletrnica, mediante a qualapresentou seu relatrio pericial escrito sobre este caso. No dia seguinte, a Comisso enviou uma comunicao qual anexou cpia do relatrio pericial escrito do senhor lvarez Vita. Em 25 de outubro de 2002, o senhorlvarez Vita remeteu o original do referido relatrio pericial escrito.57. Em 25 de outubro de 2002, a Comisso apresentou suas alegaes fi nais escritas.58. Em 29 de outubro de 2002, o Peru remeteu suas alegaes fi nais escritas, juntamente com seus anexos. Nessemesmo dia o Estado tambm apresentou um documento intitulado Explicao dos regimes trabalhistas e deaposentadoria que se aplicam na Repblica do Peru e anlise especfi ca da situao de cada um dos aposentados,ao qual incorporou um anexo.59. Em 30 de outubro de 2002, os representantes das supostas vtimas e seus familiares remeteram suas alegaesfi nais escritas. Em 6 de novembro de 2002 apresentaram os anexos a este escrito.1. O senhor Juan lvarez Vita no prestou declarao pericial na audincia pblica celebrada nos dias 3 e 4 de setembro de 2002, devido aque a Comisso Interamericana desistiu de apresentar de maneira oral a sua percia. A Corte aprovou que, em seu lugar, fosse apresentado orelatrio deste perito de forma escrita. 14. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS60. Em 7 de novembro de 2002, o Estado remeteu um escrito no qual fez referncia percia apresentada pelo senhor14Mximo Jess Atauje Montes no caso.61. Em 18 de novembro de 2002, os senhores Vctor Abramovich, Julieta Rossi, Andrea Pochak e Jimena Garrote,todos eles do Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS), e Christian Courtis, professor da Faculdade de Direitoda Universidade de Buenos Aires, apresentaram um escrito em qualidade de amicus curiae.62. Em 24 de fevereiro de 2003, o Estado apresentou um escrito extemporaneamente.VA Prova63. Antes do exame das provas recebidas, a Corte realizar, luz do estabelecido nos artigos 43 e 44 do Regulamento,algumas consideraes aplicveis ao caso especfi co, a maioria das quais foram desenvolvidas na prpriajurisprudncia do Tribunal.64. Em primeiro lugar, importante indicar que em matria probatria rege o princpio do contraditrio, no qual serespeita o direito de defesa das partes, sendo este princpio um dos fundamentos do artigo 43 do Regulamento,no que se refere oportunidade em que se deve oferecer a prova com o fi m de que exista igualdade entre aspartes.265. Ademais, a Corte indicou anteriormente, quanto recepo e apreciao da prova, que os procedimentosseguidos ante si no esto sujeitos s mesmas formalidades dos atos judiciais internos e que a incorporao dedeterminados elementos ao acervo probatrio deve ser efetuada prestando particular ateno s circunstnciasdo caso concreto, e tendo presentes os limites traados pelo respeito segurana jurdica e ao equilbrioprocessual das partes.3 Assim mesmo, a Corte teve em conta que a jurisprudncia internacional, ao considerarque os tribunais internacionais tm a possibilidade de apreciar e avaliar as provas segundo as regras da crticas, sempre evitou adotar uma determinao rgida do quantum da prova necessria para fundamentar umadeciso.4 Este critrio especialmente vlido em relao aos tribunais internacionais de direitos humanos, osquais dispem, para efeitos da determinao da responsabilidade internacional de um Estado por violao dedireitos da pessoa, de uma ampla fl exibilidade na apreciao da prova oferecida perante eles sobre os fatospertinentes, de acordo com as regras da lgica e com base na experincia.566. Com base nisso, a Corte proceder a examinar e avaliar o conjunto dos elementos que conformam o acervoprobatrio deste caso, segundo a regra da crtica s, dentro do marco jurdico em estudo.A) Prova Documental67. Ao apresentar seu escrito de demanda (pars. 1 e 13 supra), a Comisso incorporou como prova 69 anexos quecontinham 87 documentos.668. Os representantes das supostas vtimas e seus familiares anexaram ao escrito de peties, argumentos e provas(pars. 20, 25 e 27 supra) sete anexos que continham 13 documentos.769. O Estado, por sua vez, anexou como prova a seu escrito de contestao demanda (pars. 21 e 32 supra) 60documentos contidos em nove anexos.82. Cf. Caso da Comunidade Mayagna (Sumo) Awas Tingni. Sentena de 31 de agosto de 2001. Srie C N 79, par. 86.3. Cf. Caso Cantos. Sentena de 28 de novembro de 2002. Srie C N 97, par. 27; Caso Las Palmeras. Reparaes (art. 63.1 ConvenoAmericana sobre Direitos Humanos). Sentena de 26 de novembro de 2002. Srie C N 96, par. 18; e Caso do Caracazo. Reparaes (art. 63.1Conveno Americana sobre Direitos Humanos). Sentena de 29 de agosto de 2002. Srie C N 95, par. 38.4. Cf. Caso Cantos, nota 3 supra; Caso do Caracazo. Reparaes, nota 3 supra; Caso Hilaire, Constantine e Benjamin e outros. Sentena de 21de junho de 2002. Srie C N 94, par. 65; e Caso Trujillo Oroza. Reparaes (art. 63.1 Conveno Americana sobre Direitos Humanos). Sentenade 27 de fevereiro de 2002. Srie C N 92, par. 37.5. Cf. Caso Cantos, nota 3 supra; Caso do Caracazo. Reparaes, nota 3 supra, par. 39; e Caso Trujillo Oroza. Reparaes, nota 4 supra, par. 38.6. Cf. anexos 1 a 69 do escrito de demanda apresentado pela Comisso em 4 de dezembro de 2001 (folhas 1 a 356 do expediente de anexos demanda).7. Cf. anexos 2 a 7 do escrito de 5 de maro de 2002 de peties, argumentos e provas dos representantes das supostas vtimas e seusfamiliares, apresentados em 8 de maro de 2002 (folhas 216 a 255 do tomo I do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes); anexo1 do referido escrito apresentado pelos representantes das supostas vtimas e seus familiares em 22 de abril de 2002 (folhas 530 a 535 dotomo III do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes); e uma cpia mais legvel do anexo 5 apresentada pelos representantes dassupostas vtimas e seus familiares em 3 de maio de 2002 (folio 576 bis do tomo III do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes).8. Cf. anexos 1 a 7 do escrito de contestao demanda de 15 de maro de 2002, apresentados pelo Estado em 18 de abril de 2002 (folhas 15. DIREITOS ECONMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS E DISCRIMINAO - CASO CINCO APOSENTADOS VS. PERU70. Ao apresentar suas observaes ao escrito de peties, argumentos e provas dos representantes das supostasvtimas e seus familiares (par. 24 supra) o Estado remeteu seis documentos.971. Os representantes das supostas vtimas e seus familiares anexaram ao escrito de alegaes em relao a umaeventual exceo preliminar apresentada pelo Estado na contestao demanda (pars. 21 e 28), dois documentoscontidos em um anexo.1072. Ao apresentar seu escrito de observaes sobre as procuraes apresentadas pelos representantes dassupostas vtimas e seus familiares (pars. 25, 27 e 29 supra) o Estado anexou dois documentos.11 Outrossim,os representantes das supostas vtimas e seus familiares anexaram ao escrito de esclarecimento sobre asprocuraes (par. 33 supra) dois anexos contendo 21 documentos.12 Em 2 de julho de 2002, o senhor CarlosTorres Benvenuto remeteu cpia da procurao no processo perante a Corte.1373. O Peru remeteu vrios documentos (pars. 30 e 34 supra),14 como prova para melhor resolver, em relao aossalrios pagos s pessoas que haviam ocupado cargos ou funes similares aos que ocuparam as supostasvtimas na SBS e sobre o valor da penso mensal que havia pago s supostas vtimas ou seus familiares a partirde novembro de 1992.74. Os representantes das supostas vtimas e seus familiares apresentaram um escrito sobre o estado atual docaso (par. 38 supra), ao qual anexaram 12 documentos contidos em seis anexos.1575. Os representantes das supostas vtimas e seus familiares apresentaram como prova para melhor resolver (pars.39 e 41 supra) trs documentos16 e uma constncia da Promotoria Provincial Penal de Lima com o objetivo deprovar que perante esta dependncia se tramita uma investigao referente falsifi cao das assinaturas dasprocuraes das supostas vtimas (par. 41 supra).1776. Em 3 de setembro de 2002, durante a percia oferecida na audincia pblica (par. 52 supra), o perito MximoJess Atauje Montes tambm apresentou seu relatrio pericial por escrito, o qual consta de 151 folhas, e ao qualincorporou 10 documentos como anexos.1877. Em 4 de setembro de 2002, durante a exposio das alegaes fi nais das partes na audincia pblica (par. 53supra), os representantes das supostas vtimas e seus familiares apresentaram um documento intitulado Aprevidncia social e os sistemas de aposentadorias no Peru, o qual consta de 25 folhas.1978. Os representantes das supostas vtimas e seus familiares apresentaram oito documentos, os quais haviam sidooferecidos durante a audincia pblica (par. 54 supra).2079. O senhor Juan lvarez Vita, proposto pela Comisso para prestar uma declarao pericial na audincia pblicasobre o mrito e as eventuais reparaes (par. 56 supra), remeteu seu relatrio pericial escrito sobre este caso.21Outrossim, a Comisso remeteu, via fax, uma cpia do referido documento.22 Neste relatrio se analisam osdireitos econmicos, sociais e culturais.314 a 470 do tomo II do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes) e anexos 8 e 9 do referido escrito apresentados em 3 de junhode 2002 (folhas 649 a 667 do tomo III do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes).9. Cf. anexos 1 e 2 do escrito apresentado em 22 de abril de 2002 pelo Estado, em relao s suas observaes ao escrito de peties,argumentos e provas dos representantes das supostas vtimas e seus familiares, remetidos pelo Estado em 30 de abril de 2002 (folhas 558 a571 do tomo III do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes).10. Cf. anexo 1 do escrito de 21 de maio de 2002 de alegaes dos representantes das supostas vtimas e seus familiares em relao com umaeventual exceo preliminar apresentada pelo Estado na contestao da demanda, apresentado em 28 de maio de 2002 (folhas 639 a 644 dotomo III do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes).11. Cf. anexos 1 e 2 do escrito de 22 de maio de 2002 do Estado (folhas 614 e 615 do tomo III do expediente sobre o mrito e as eventuaisreparaes).12. Cf. anexos 1 e 2 do escrito apresentado pelos representantes das supostas vtimas e seus familiares em 14 de junho de 2002 (folhas 676a 706 do tomo IV do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes).13. Cf. folhas 786 e 787 do tomo IV do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes.14. Cf. folhas 752 a 771 e 842 a 888 do tomo IV do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes.15. Cf. anexos 1 a 6 do escrito de 22 de julho de 2002 dos representantes das supostas vtimas e seus familiares, apresentados em 21 deagosto de 2002 (folhas 959 a 995 do tomo IV do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes).16. Cf. folhas 936 a 956 do tomo IV do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes.17. Cf. folha 935 do tomo IV do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes.18. Cf. folhas 1108 a 1258 do tomo V do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes.19. Cf. folhas 1263 a 1287 do tomo V do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes.20. Cf. folhas 1292 a 1350 do tomo V do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes.21. Cf. folhas 1364 a 1406 do tomo VI do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes.22. Cf. folhas 1408 a 1449 do tomo VI do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes.15 16. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS80. Ao apresentar seu escrito de alegaes fi nais (par. 58 supra) o Estado incorporou como prova dois anexos que16continham cinco documentos.2381. O Estado apresentou (par. 58 supra) um documento intitulado Explicao dos Regimes Trabalhistas e deAposentadoria que se aplicam na Repblica do Peru e anlise especfi ca da situao de cada um dos aposentados,ao qual incorporou um anexo.2482. Ao apresentarem seu escrito de alegaes fi nais (par. 59 supra) os representantes das supostas vtimas e seusfamiliares apresentaram como prova 11 anexos que continham 13 documentos.25B) Prova Testemunhal e Pericial83. Nos dias 3 e 4 de setembro de 2002, a Corte recebeu as declaraes das testemunhas e o parecer do perito,propostos, respectivamente, pela Comisso Interamericana de Direitos Humanos e pelos representantes dassupostas vtimas e seus familiares (par. 50 supra). A seguir, o Tribunal resume as partes relevantes destasdeclaraes.a. Declarao de Carlos Torres Benvenuto, suposta vtimaComeou a trabalhar na SBS em janeiro de 1950 e deixou de trabalhar para esta instituio em 31 de dezembrode 1986. Ocupava o cargo de Diretor Geral; no total, trabalhou 37 anos, 11 meses e 15 dias na SBS. Deixoude trabalhar para a SBS porque tinha mais de 37 anos de servio e por razes familiares.Com sua penso cobria os gastos de seu lar, a manuteno, alimentao, educao e sade de toda sua famlia,a qual est conformada por seus seis fi lhos, dos quais um deles ainda depende economicamente dele. Pensavaem continuar mantendo a sua famlia recebendo a penso do regime do Decreto-Lei n 20.530, o qual lhepermite ter uma penso conhecida no Peru como a clula viva, a qual consiste em receber o que ganha apessoa que desempenha esse cargo em atividade; isso signifi ca uma aposentadoria nivelada. A testemunhaefetuou contribuies sobre seu salrio para receber uma aposentadoria ao encerrar sua vida laboral. A SBScriou um fundo de penses no ano de 1943, com o qual eram cobertas as penses dos trabalhadores dessainstituio. Em 1982 a SBS mudou seu regime trabalhista, o qual naquele momento era pblico, e passou a umregime privado. Entretanto, no houve modifi cao no regime trabalhista de todos os empregados; houve umdispositivo que estipulava que os que quisessem aceitar a mudana, poderiam faz-lo e os que no queriampermaneceriam no regime vigente. Foi dada uma opo de mudar de regime ou de permanecer naquele doDecreto-Lei n 20.530. A testemunha permaneceu no regime antigo com um salrio reduzido. Permanecer noregime antigo signifi cava conservar o direito de aposentadoria com a remunerao do pessoal ativo.A SBS comeou a realizar os pagamentos de sua penso a partir do dia em que concluiu seu trabalhona instituio, em 31 de dezembro de 1986. O valor que recebia variava a cada ano, de acordo com asregulamentaes feitas pela SBS. Os ajustes se realizavam quando aumentava o salrio da pessoa que estavaem atividade no cargo que o funcionrio exercia antes de se aposentar; este reajuste era feito uma ou duasvezes por ano, segundo as necessidades econmicas que atravessava o pas naqueles momentos. Essapenso era paga com o fundo de penses da SBS. A penso foi paga por seis anos e meio, at setembro de1992, quando os pagamentos foram abruptamente cortados sem nenhum aviso, no houve comunicaoalguma a respeito, a SBS no realizou nenhum processo para diminuir as penses, mas de forma abruptadiminuiu a uma sexta parte a penso que recebia. Ficou sabendo que a penso havia diminudo quando foireceb-la em setembro de 1992; seu salrio diminuiu a um valor bruto de S/. 504,00 (quinhentos e quatrosoles), menos os descontos do seguro e S/. 100,00 (cem soles) de servios mdicos, de maneira que o valorlquido recebido era de S/. 308,00 (trezentos e oito soles), ao passo que em agosto daquele ano recebeuS/. 2.450,00 (dois mil quatrocentos e cinquenta soles). Esta aposentadoria era sua principal e nica renda.Pensava que seu valor aumentaria j que, de acordo com seu regime de penso, sua aposentadoria seajustaria a cada vez que fosse modifi cado o salrio do funcionrio ativo; jamais pensou que o valor recebidode aposentadoria seria diminudo, j que isso atropela os direitos que os trabalhadores tm; no se podediminuir a aposentadoria.23. Cf. anexos 1 e 2 do escrito de alegaes fi nais do Estado apresentado em 29 de outubro de 2002 (folhas 1507 a 1530 do tomo VI doexpediente sobre o mrito e as eventuais reparaes).24. Cf. folhas 1552 a 1582 do tomo VI do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes.25. Cf. anexos 1 a 11 do escrito de 30 de outubro de 2002 dos representantes das supostas vtimas e seus familiares, apresentados em 6 denovembro de 2002 (folhas 1643 a 1724 do tomo VI do expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes). 17. DIREITOS ECONMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS E DISCRIMINAO - CASO CINCO APOSENTADOS VS. PERUAs consequncias econmicas que lhe causou a reduo de sua aposentadoria foram grandes, j que tevede vender seu carro, pedir emprstimos a amigos e ao fi nal teve at de vender sua casa e mudar-se a umapartamento. Reduziu gastos, alimentos, medicamentos, colgio de seus fi lhos, foi uma situao catastrfi ca.Com respeito aos colgios de seus fi lhos, nessa poca, a aposentadoria que recebia era menor do que o valorque pagava no Colgio San Agustn de Lima, Peru, que o colgio onde se educaram seus fi lhos.Esta situao no apenas o afetou economicamente, mas tambm nos aspectos psicolgico e social.Quanto s repercusses na sade, a testemunha teve um infarto, e esteve internado dois meses e teve deser atendido em um hospital pblico do Peru porque o seguro mdico que tinha havia sido cancelado pelaSBS. Nessa instituio ele contava com um seguro mdico que pagava mensalmente um valor aproximadode S/. 89,00 a S/. 100,00 (oitenta e nove a cem soles). Esse seguro deveria continuar enquanto recebesse aaposentadoria, mas desgraadamente foi impossibilitado disso tambm.A partir da reduo das penses foram tentadas vrias aes legais. Foram impetrados mandados desegurana, os quais foram ganhos, mas a SBS no cumpriu o pagamento; foram interpostas aes penais,devido a que a SBS emitiu resolues que no cumpriu. Apelou-se ao Tribunal Constitucional, o qual decidiu aseu favor; recorreu-se Defensoria do Povo, a qual exigiu do Superintendente o cumprimento das sentenas,mas este tampouco as cumpriu. Foi consultada a Ordem de Advogados se o que estava ocorrendo erapermitido e esta deu razo aos aposentados, inclusive o prprio Ministro de Economia e Finanas enviou umacarta ao Superintendente, Dr. Porta Barrea, ordenando-o a cumprir as sentenas para evitar aes penais. Atestemunha falou diretamente com os diferentes Superintendentes, enviou cartas autenticadas para chegara um acordo, e ainda perdendo alguns direitos, mas tudo foi nulo. Tambm realizaram denncias perantea imprensa e fi zeram manifestaes ou plantes na entrada da SBS reclamando, mas no obtiveramnenhuma resposta. Em 1992, iniciaram aes legais contra a SBS, a qual nesse momento era o organismoencarregado do pagamento das aposentadorias. Poucos meses depois, em outubro de 1992, foi sancionadoo Decreto-Lei n 25.792. A partir dessa data a SBS j no pagava as penses. A testemunha e os demaisaposentados no constavam para o Tesouro Pblico, porque tinham seus ingressos provenientes do fundode penses da SBS. Ento, a partir de novembro de 1992, o Ministrio de Economia e Finanas (doravanteo MEF) pagou as penses at maro do ano de 2002, quando foi derrogado o artigo quinto do mencionadodecreto-lei. As aes de garantia (ou mandados de segurana) foram propostas contra a SBS, que era aentidade que devia pagar-lhes; o MEF no foi demandado no processo, j que houve um jogo entre esteMinistrio e a SBS, pois a SBS dizia que de acordo com o artigo quinto do Decreto-Lei n 25.792 o MEF deviapagar-lhes a penso, e este ltimo alegava que o artigo quinto indicado no criava nenhuma obrigao depagamento em face dos aposentados da SBS, e que esta devia transferir os valores, com recursos prprios,para atender o pagamento dos aposentados. A sentena do Tribunal Constitucional que resolveu a ao demandado de segurana e foi proferida com posterioridade ao ano de 1994, e a sentena da Corte Suprema deJustia, ordenaram que fossem restitudos os direitos dos aposentados pagando-lhes a penso que vinhamrecebendo de acordo com o Decreto-Lei n 20.530. A testemunha nunca esteve incorporada ao regime dainiciativa privada. Atualmente recebe uma aposentadoria nivelada aos salrios de um trabalhador do regimetrabalhista privado.Em maro de 2002, a SBS emitiu resolues nas quais anexou um pagamento, o qual os cinco aposentadosacataram, de modo que foram pagas as penses devidas durante os 10 anos nos quais a SBS havia deixadode pagar; com posterioridade a este fato a aposentadoria lhes foi paga mensalmente. Depois de uma luta dedez anos, durante os quais houve tanta penria, a testemunha afi rmou que se sente um pouco confortado. Ovalor que lhe foi pago como reembolso de mais ou menos S/. 1.400.000,00 (um milho e quatrocentos milsoles), que convertendo em dlares seria de aproximadamente US$ 400.000,00 (quatrocentos mil dlaresdos Estados Unidos da Amrica), quantia qual no foram somados nenhum tipo de juros legais. Os salriosda SBS no aumentam os dos aposentados e, de acordo ao regime trabalhista do Decreto-Lei n 20.530, atestemunha deve receber o salrio da pessoa que est em seu cargo, salrio que chegaria a S/. 21.000,00(vinte e um mil soles), o que representaria cerca de US$ 6.000,00 (seis mil dlares dos Estados Unidos daAmrica). Este pagamento est sujeito a uma condio que mortifi cante para os aposentados, j que noltimo pargrafo do artigo terceiro da resoluo da SBS se diz que tudo isso est sujeito deciso da CorteInteramericana, o que quer dizer que ainda os esto ameaando.A testemunha pediu ao Tribunal que emitisse seu pronunciamento o mais rapidamente possvel para poderter tranquilidade.17 18. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSb. Declarao de Guillermo lvarez Hernndez, suposta vtimaAposentou-se da SBS com 55 anos em 1984; o ltimo cargo que ocupou foi o de Assessor Administrativo.At 1992, a SBS manteve o regime trabalhista pblico do Decreto n 11.377 e do Decreto-Lei n 20.530,e ento mudou de regime trabalhista, passando de um regime estatutrio pblico a um regime de direitotrabalhista privado. Ao pessoal que vinha trabalhando sob o regime pblico foi dada a opo de permanecernesse regime, com suas remuneraes e sua expectativa de aposentadoria, ou a opo de mudar deregime trabalhista e passar ao regime privado. A testemunha e os demais aposentados supostas vtimaspermaneceram no regime do Decreto-Lei n 20.530, o que signifi ca que no mudaram de regime. Duranteos 36 anos trabalhados na SBS a testemunha contribuiu com o fundo de penses. O percentual de salriode contribuio variava entre 8%, 12% e 15% para os cargos mais altos da SBS. O cargo da testemunhaera um dos mais altos desta instituio. Enquanto ocupava seu cargo pensava que, quando se aposentasse,se manteria com a penso que lhe correspondia de acordo com a lei.Desvinculou-se da SBS por razes de enfermidade e porque j tinha o tempo sufi ciente para se aposentar.Depois da desvinculao da SBS, recebeu sua aposentadoria completa durante oito anos. Em 1984,o valor aproximado de sua penso era de S/. 2.400,00 (dois mil e quatrocentos soles) sem incluir asgratifi caes, o que, em dlares, representava a quantia aproximada de US$ 1.400,00 (mil e quatrocentosdlares dos Estados Unidos da Amrica). Em setembro de 1992, ocorreu um corte bastante signifi cativo,o qual consistia em 80% da penso. Este corte se efetuou de uma maneira arbitrria, sem que avisassemnada aos aposentados e sem nenhuma base legal para faz-lo. A testemunha tomou conhecimento dareduo quando foi retirar seu cheque e em lugar de receber os aproximadamente S/. 2.500,00 (doismil e quinhentos soles) que recebia, lhe entregaram um cheque de S/. 504,00 (quinhentos e quatrosoles). Em nenhum momento pensou que o valor destas penses pudesse ser reduzido, j que na leide aposentadoria se estabelecia como deveriam ser niveladas. A Constituio Poltica estabelece que asaposentadorias devem ser niveladas com os cargos que desempenham os funcionrios de igual nvel aosaposentados e tambm h outras leis, tais como o Decreto-Lei n 20.530 e a Lei 23.495 e seu regulamento,que estabelecem as mesmas disposies a este respeito.As aes legais interpostas para que o Estado efetivamente cumprisse o pagamento das penses foramvrias: foi interposto um mandado de segurana (recurso de amparo) perante o Juzo de primeira instncia,que era um juzo de planto naquele momento. Esta ao foi interposta contra a SBS e nunca se incorporouo MEF, j que o Decreto-Lei n 25.792 foi emitido com posterioridade impetrao do mandado desegurana, e as leis posteriores no possuem carter retroativo. Com este Decreto-Lei n 25.792 comeoua receber sua penso do MEF. Este mandado de segurana foi denegado, de maneira que apelaram CorteSuperior onde deram a razo aos aposentados; posteriormente, a SBS apelou desta ltima deciso e aCorte Suprema de Justia, em 1994, lhes deu a razo e ordenou que a penso devia ser paga integralmenteconforme a resoluo que fi xava essa soma, mas tambm assinalou que deviam nivelar as penses; estassentenas no foram cumpridas. Foram realizadas outras aes atravs dos juizados provisrios, os quaistambm lhes deram a razo. No ano 2000, o Tribunal Constitucional, ao resolver as aes de cumprimento,deu razo aos aposentados e ordenou que fossem cumpridas as sentenas da Corte Suprema de Justiado Peru. O Estado no respondia em face do descumprimento das resolues e os aposentados tentavambuscar respostas, mas no as recebiam; mandaram cartas autenticadas ao Estado para tentar chegar a umacordo, mas nunca conseguiram. Alm destas aes, foram interpostas aes penais com o propsito deque fossem cumpridas as sentenas da Corte Suprema de Justia e, como consequncia destas, a SBSemitiu resolues administrativas no caso dos cinco aposentados, ordenando que lhes reintegrassem apenso, mas estas resolues em nenhum momento foram cumpridas.Tudo isso causava testemunha e sua famlia um sentimento de impotncia ao no poder obter resultadoalgum. Seu grupo familiar se compe de sua esposa e dois fi lhos, que atualmente possuem 40 e 32 anos.Com a penso, a testemunha efetuava os pagamentos de manuteno de sua casa, o estudo de seusfi lhos, o seguro mdico familiar e outros gastos e situaes. Alm da penso, no tinha outra renda parase manter porque na sua idade difcil conseguir outra fonte de renda. A diminuio da penso lhe trouxecomo consequncia danos econmicos, psicolgicos e morais. Sua famlia teve de reduzir o oramentomensal. Seu fi lho estudava na Universidade do Pacfi co, que uma universidade privada, e teve de mudarpara a Universidade Garcilazo de la Vega, que uma universidade estatal. Ele e sua famlia sofreramconsequncias emocionais por causa da diminuio na aposentadoria.18 19. DIREITOS ECONMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS E DISCRIMINAO - CASO CINCO APOSENTADOS VS. PERUDiante das recomendaes da Comisso e da derrogao do Decreto-Lei n 25.792, o Estado chegou a pagaraos cinco aposentados as quantias que lhes eram devidas pelos dez anos de reduo da aposentadoria.As sentenas no continham nenhum pagamento, este foi elaborado pela SBS. Os aposentados acataramas quantias que lhes foram pagas, mas em um artigo das resolues da SBS se diz que estes pagamentosesto sujeitos sentena da Corte Interamericana. Isto uma ameaa de que poderia haver algumadevoluo dos valores.O valor da penso da testemunha, em dlares, atualmente de aproximadamente US$ 3.500,00 (trsmil e quinhentos dlares dos Estados Unidos da Amrica) sem incluir as gratifi caes, e recebeu comoreembolso pelos dez anos nos quais deixaram de lhe de pagar corretamente suas penses e com asnivelaes correspondentes, aproximadamente US$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil dlares dosEstados Unidos da Amrica) ou US$ 380.000,00 (trezentos e oitenta mil dlares dos Estados Unidos daAmrica). Esta penso atualmente no est vinculada ao imposto de renda, mas est vinculada ao impostoprevial. O salrio do funcionrio ativo sim est vinculado ao imposto de renda.Em uma entrevista recente na televiso, na qual lhe perguntaram se considerava justo que havendo tidoum salrio de US$ 1.200,00 (mil e duzentos dlares dos Estados Unidos da Amrica), sua penso hojepudesse ser de US$ 3.600,00 (trs mil e seiscentos dlares dos Estados Unidos da Amrica) e que lhetivessem pago um reembolso de US$ 380.000,00 (trezentos e oitenta mil dlares dos Estados Unidosda Amrica), respondeu entrevistadora que efetivamente eram altas as penses, eram altas as somasrecebidas, mas [que] lamentavelmente essa era a lei, o que estabelecia a lei.Agradeceria se o Tribunal se pronunciasse no sentido de eliminar o artigo que est includo na resoluoadministrativa da SBS de 2002 que se refere deciso da Corte, para poder estar tranquilo.c. Percia de Mximo Jess Atauje Montes, economista e perito judicialO perito se referiu ao lucro cessante, ao dano emergente e aos juros legais que, em seu entender,correspondem s supostas vtimas.19C) Apreciao da ProvaApreciao de Prova Documental84. Neste caso, como em outros,26 o Tribunal admite o valor probatrio dos documentos apresentados pelaspartes em sua oportunidade processual ou como prova para melhor resolver, que no foram controvertidosou objetados, ou cuja autenticidade foi colocada em dvida. Por outro lado, a Corte admite, de acordo com oartigo 43 do Regulamento, a prova apresentada pelas partes em relao aos fatos supervenientes ocorridoscom posterioridade apresentao da demanda.Apreciao da Prova Testemunhal e Pericial85. Em relao s declaraes oferecidas por duas das supostas vtimas no presente caso (par. 50 supra), aCorte as admite na medida em que concordem com o objeto do interrogatrio proposto pela Comisso. Aesse respeito, este Tribunal considera que por tratar-se de supostas vtimas e terem um interesse direto nestecaso, suas manifestaes no podem ser apreciadas isoladamente, mas dentro do conjunto das provas doprocesso. Em matria tanto de mrito como de reparaes, as declaraes das supostas vtimas so teis namedida em que podem proporcionar maior informao sobre as consequncias das violaes que podem tersido perpetradas.2786. A respeito dos pareceres dos peritos oferecidos (pars. 50 e 56 supra), os quais no foram objetados nemcontrovertidos, o Tribunal os admite e lhes concede valor probatrio. Alm disso, a Corte levou em conta asobservaes formuladas pelo Estado, em 7 de novembro de 2002 (par. 60 supra), a respeito da percia dosenhor Mximo Jess Atauje Montes.26. Cf. Caso Cantos, nota 3 supra, par. 41; Caso Las Palmeras. Reparaes, nota 3 supra, par. 28; e Caso do Caracazo. Reparaes, nota 3supra, par. 57.27. Cf. Caso Cantos, nota 3 supra, par. 42; Caso do Caracazo. Reparaes, nota 3 supra, par. 59; e Caso Trujillo Oroza. Reparaes, nota 4supra, par. 52. 20. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSVIFatos Provados87. Efetuado o exame dos documentos, das declaraes das testemunhas, dos pareceres dos peritos, e dasmanifestaes da Comisso, dos representantes das supostas vtimas e seus familiares e do Estado, nocurso do presente processo, esta Corte considera provados os seguintes fatos:88. Fatos Gerais88.a) Em 26 de fevereiro de 1974, foi sancionado o Decreto-Lei n 20.530, intitulado Regime de Aposentadoriase Compensaes por Servios Civis Prestados ao Estado no includos no Decreto-Lei 19.990.2888.b) As supostas vtimas trabalharam na SBS e se aposentaram depois de terem prestado mais de 20 anosde servios na Administrao Pblica.29 Os cinco aposentados comearam a trabalhar na AdministraoPblica entre 1940 e 1964, e se aposentaram da SBS entre 1975 e 1990.3088.c) Segundo estabelece a lei orgnica da SBS, emitida em 1981, esta entidade uma Instituio Pblicacom personalidade jurdica de direito pblico, com autonomia funcional, administrativa e econmica.O pessoal da SBS se encontrava dentro de um regime trabalhista da atividade pblica, at que nestalei orgnica de 1981 se disps que seu pessoal se enc[ontraria] includo no regime trabalhistacorrespondente atividade privada, exceto no caso dos trabalhadores includos no regime da Lei n11.377 e no de aposentadorias estabelecido pelo Decreto Lei 20.530, ou que, por sua prpria escolha,pod[iam] continuar neste regime.3188.d) As supostas vtimas escolheram continuar com o regime do Decreto-Lei n 20.530.32 Conforme o referidodecreto-lei e suas normas conexas e complementares, o Estado reconheceu s supostas vtimas odireito a uma aposentadoria nivelada progressivamente, de acordo com a remunerao dos servidorespblicos em atividade nas respectivas categorias, que ocuparam o mesmo posto ou funo anloga que desempenhavam os aposentados no momento em que se aposentaram da SBS.3388.e) As nivelaes das aposentadorias das supostas vtimas se realizaram de maneira sucessiva e peridica,cada vez que se produzia um incremento por escala nas remuneraes dos trabalhadores e funcionriosativos da Superintendncia de Bancos e Seguros,34 desde o momento da aposentadoria de cada umdos cinco aposentados at que, em abril de 1992, a SBS suspendeu o pagamento da penso do senhorReymert Bartra Vsquez e, em setembro daquele mesmo ano, reduziu o valor da penso dos senhores28. Cf. Decreto-Lei n 20.530 Regime de Aposentadorias e Compensaes por Servios Civis Prestados ao Estado no Includos no Decreto-Lei n 19.990 de 26 de fevereiro de 1974 (expediente de anexos demanda, anexo 19, folhas 78 a 85).29. Cf. resoluo administrativa SBS n 003-87 de 6 de janeiro de 1987, em relao ao senhor Carlos Torres Benvenuto (expediente de anexos demanda, anexo 10, folha 66); resoluo administrativa SBS n 376-83-EFC/97-10 de 2 de agosto de 1983, em relao ao senhor JavierMujica Ruiz-Huidobro (expediente de anexos demanda, anexo 12, folha 68); resoluo administrativa SBS n 330-95 de 4 de maio de 1995,em relao ao senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro (expediente de anexos demanda, anexo 51, folhas 194 e 195); resoluo administrativaSBS n 228-84 de 16 de agosto de 1984, em relao ao senhor Guillermo lvarez Hernndez (expediente de anexos demanda, anexo 14,folhas 70 e 71); resoluo administrativa SBS n 412-90 de 4 de julho de 1990, em relao ao senhor Reymert Bartra Vsquez (expediente deanexos demanda, anexo 16, folha 73); e resoluo administrativa SBS n 398-75-EF/97-10 de 21 de outubro de 1975, em relao ao senhorMaximiliano Gamarra Ferreyra (expediente de anexos demanda, anexo 18, folhas 76 e 77).30. Cf. nota 29 supra.31. Cf. Decreto Legislativo n 197 Lei Orgnica da Superintendncia de Bancos e Seguros de 12 de junho de 1981, publicado em julho de1981 no Dirio Ofi cial El Peruano, artigos 1 e 35 (expediente de anexos demanda, anexo 9, folhas 60 a 65).32. Cf. testemunho do senhor Carlos Torres Benvenuto prestado perante a Corte em 3 de setembro de 2002; testemunho do senhor Guillermolvarez Hernndez prestado perante a Corte em 3 de setembro de 2002; resoluo administrativa SBS n 003-87 de 6 de janeiro de 1987, emrelao ao senhor Carlos Torres Benvenuto (expediente de anexos demanda, anexo 10, folha 66); resoluo administrativa SBS n 330-95de 4 de maio de 1995, em relao ao senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro (expediente de anexos demanda, anexo 51, folhas 194 e 195);resoluo administrativa SBS n 228-84 de 16 de agosto de 1984, em relao ao senhor Guillermo lvarez Hernndez (expediente de anexos demanda, anexo 14, folhas 70 e 71); resoluo administrativa SBS n 412-90 de 4 de julho de 1990, em relao ao senhor Reymert BartraVsquez (expediente de anexos demanda, anexo 16, folha 73); e resoluo administrativa SBS n 398-75-EF/97-10 de 21 de outubro de 1975,em relao ao senhor Maximiliano Gamarra Ferreyra (expediente de anexos demanda, anexo 18, folhas 76 e 77).33. Cf. Lei n 23.495 Nivelao Progressiva das Penses dos Desempregados e dos Aposentados da Administrao Pblica no submetidosao Regime do Seguro Social ou a outros Regimes Especiais de 19 de novembro de 1982 (expediente de anexos demanda, anexo 21, folhas133 e 134); e Decreto-Lei n 20.530 Regime de Aposentadorias e Compensaes por Servios Civis Prestados ao Estado no Includos noDecreto-Lei n 19.990 de 26 de fevereiro de 1974 (expediente de anexos demanda, anexo 19, folhas 78 a 85).34. Cf. resoluo administrativa SBS n 283-95 de 7 de abril de 1995, em relao ao senhor Carlos Torres Benvenuto (expediente de anexos demanda, anexo 50, folhas 192 e 193); resoluo administrativa SBS n 330-95 de 4 de maio de 1995, em relao ao senhor Javier MujicaRuiz-Huidobro (expediente de anexos demanda, anexo 51, folhas 194 e 195); resoluo administrativa SBS n 331-95 de 4 de maio de 1995,em relao ao senhor Guillermo lvarez Hernndez (expediente de anexos demanda, anexo 52, folhas 196 a 198); resoluo administrativaSBS n 332-95 de 4 de maio de 1995, em relao ao senhor Maximiliano Gamarra Ferreyra (expediente de anexos demanda, anexo 53 folhas199 a 201); e resoluo administrativa SBS n 254-2002 de 12 de maro de 2002, em relao ao senhor Reymert Bartra Vsquez (expedientesobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo IV, anexo 6 do escrito de 22 de julho de 2002 apresentado pelos representantes das supostasvtimas e seus familiares, folhas 991 a 994).20 21. DIREITOS ECONMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS E DISCRIMINAO - CASO CINCO APOSENTADOS VS. PERUCarlos Torres Benvenuto, Javier Mujica Ruiz-Huidobro, Guillermo lvarez Hernndez e MaximilianoGamarra Ferreyra, em aproximadamente 78%, sem prvio aviso nem explicao alguma.3588.f) Em 14 de outubro de 1992 foi promulgado o Decreto-Lei n 25.792,36 o qual Autoriza a Superintendnciade Bancos e Seguros-SBS a estabelecer um Programa de Incentivos para a Demisso Voluntria deseus Funcionrios e, de acordo com o artigo 5, [t]ransfe[riu] ao Oramento do Ministrio deEconomia e Finanas a arrecadao das contribuies e a ateno das penses, remuneraes ousimilares que a Superintendncia de Bancos e Seguros deveria pagar a seus aposentados, pensionistase desempregados includos no regime do Decreto Lei n 20.530. Outrossim, estipulou-se que [e]staspenses, remuneraes ou similares ter[iam] como referncia, inclusive para sua homologao, as queeste Ministrio paga a seus trabalhadores e funcionrios, conforme o Decreto Legislativo No. 276 e,acrescentou-se que [e]m nenhum caso sero homologadas ou se referiro s remuneraes pagas pelaSuperintendncia de Bancos e Seguros ao pessoal sujeito atividade privada.88.g) A partir de novembro de 1992 e enquanto esteve vigente o Decreto-Lei n 25.792, o MEF continuoupagando s supostas vtimas uma penso calculada nos termos desta norma.3788.h) Cada uma das supostas vtimas interps um mandado de segurana contra a SBS e durante 1994 todosforam declarados com mrito pela Sala de Direito Constitucional e Social da Corte Suprema de Justia do35. Cf. testemunho do senhor Carlos Torres Benvenuto prestado perante a Corte em 3 de setembro de 2002; testemunho do senhor Guillermolvarez Hernndez prestado perante a Corte em 3 de setembro de 2002; escrito do Diretor de Relaes Trabalhistas da SBS de 20 de fevereirode 1992, mediante o qual se notifi ca ao senhor Carlos Torres Benvenuto a resoluo administrativa SBS n 050-92 (expediente de anexos demanda, anexo 23, folhas 138 e 139); planilha de pagamento da SBS de agosto a respeito do senhor Carlos Torres Benvenuto (expediente deanexos demanda, anexo 24, folha 140); planilha de pagamento da SBS de setembro de 1992, a respeito do senhor Carlos Torres Benvenuto(expediente de anexos demanda, anexo 32, folha 154); planilha de pagamento da SBS de outubro de 1992, a respeito do senhor Carlos TorresBenvenuto (expediente de anexos demanda, anexo 32, folha 155); escrito do Diretor Geral de Recursos Humanos da SBS de 10 de julho de1990, mediante o qual se notifi ca ao senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro a resoluo administrativa SBS n 480-90 (expediente de anexos demanda, anexo 25, folhas 143 e 144); escrito do Diretor Geral de Recursos Humanos da SBS de 16 de agosto de 1990, mediante o qual senotifi ca ao senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro a resoluo administrativa SBS n 583-90 (expediente de anexos demanda, anexo 25, folha144); escrito do Diretor Geral de Recursos Humanos da SBS de 14 de setembro de 1990, mediante o qual se notifi ca ao senhor Javier MujicaRuiz-Huidobro a resoluo administrativa SBS n 637-90 (expediente de anexos demanda, anexo 25, folha 145); resoluo administrativaSBS n 115-91 de 14 de maro de 1991, em relao ao senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro (expediente de anexos demanda, anexo 26, folhas146 e 147); planilhas de pagamento da SBS de maro e abril de 1992, a respeito do senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro (expediente de anexos demanda, anexo 25, folhas 141 e 142); planilha de pagamento da SBS de junho de 1992, a respeito do senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro(expediente de anexos demanda, anexo 27, folha 148); mandado de segurana de 6 de outubro de 1992 interposto pelo senhor Javier MujicaRuiz-Huidobro perante o Juiz de Primeira Instncia Civil (expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo II, anexo 8 do escrito decontestao demanda, folhas 343 a 358); escrito do Diretor de Relaes Trabalhistas de 20 de fevereiro de 1992, mediante o qual se notifi caao senhor Guillermo lvarez Hernndez a resoluo administrativa SBS n 050-92 (expediente de anexos demanda, anexo 28, folhas 149 e150); planilha de pagamento da SBS de junho de 1992, a respeito do senhor Guillermo lvarez Hernndez (expediente de anexos demanda,anexo 29, folha 151); planilha de pagamento da SBS de junho de 1992, a respeito do senhor Guillermo lvarez Hernndez (expediente deanexos demanda, anexo 29, folha 151); planilha de pagamento da SBS de julho de 1992, a respeito do senhor Guillermo lvarez Hernndez(expediente de anexos demanda, anexo 30, folha 152); planilha de pagamento da SBS de setembro de 1992, a respeito do senhor Guillermolvarez Hernndez (expediente de anexos demanda, anexo 33, folha 156); mandado de segurana de 6 de outubro de 1992 interposto pelosenhor Guillermo lvarez Hernndez perante o Juiz de Primeira Instncia Civil (expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo II,anexo 8 do escrito de contestao demanda, folhas 362 a 371); planilha de pagamento da SBS de fevereiro de 1992, a respeito do senhorReymert Bartra Vsquez (expediente de anexos demanda, anexo 31, folha 153); mandado de segurana de 30 de junho de 1992 interpostopelo senhor Reymert Bartra Vsquez em 1 de julho de 1992 ante o Vigsimo Sexto Juzo Civil (expediente de anexos demanda, anexo 42,folhas 173 a 175); planilha de pagamento do MEF de fevereiro de 1993, a respeito do senhor Reymert Bartra Vsquez (expediente de anexos demanda, anexo 34, folha 157); e mandado de segurana de 6 de outubro de 1992 interposto pelo senhor Maximiliano Gamarra Ferreyraperante o Juiz de Primeira Instncia Civil (expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo II, anexo 8 do escrito de contestao demanda, folhas 372 a 381).36. Cf. Decreto-Lei n 25.792 Autoriza a Superintendncia de Bancos e Seguros-SBS- a estabelecer um Programa de Incentivos para aDemisso Voluntria de seus Funcionrios de 14 de outubro de 1992 (expediente de anexos demanda, anexo 35, folha 159).37. Cf. testemunho do senhor Carlos Torres Benvenuto prestado perante a Corte em 3 de setembro de 2002; testemunho do senhor Guillermolvarez Hernndez prestado perante a Corte em 3 de setembro de 2002; planilha de pagamento do MEF de fevereiro de 1993, a respeitodo senhor Reymert Bartra Vsquez (expediente de anexos demanda, anexo 34, folha 157); sentena do Tribunal Constitucional do Peruemitida em 3 de agosto de 2000, em relao ao de cumprimento interposta pelo senhor Carlos Torres Benvenuto (expediente de anexos demanda, anexo 54, folhas 202 a 205); resoluo administrativa SBS n 250-2002 de 12 de maro de 2002, em relao ao senhor CarlosTorres Benvenuto (expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo IV, anexo 6 do escrito de 22 de julho de 2002 apresentado pelosrepresentantes das supostas vtimas e seus familiares, folhas 975 a 978); resoluo administrativa SBS n 251-2002 de 12 de maro de 2002,em relao ao senhor Maximiliano Gamarra Ferreyra (expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo IV, anexo 6 do escrito de 22de julho de 2002 apresentado pelos representantes das supostas vtimas e seus familiares, folhas 979 a 982); resoluo administrativa SBS n252-2002 de 12 de maro de 2002, em relao ao senhor Guillermo lvarez Hernndez (expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes,tomo IV, anexo 6 do escrito de 22 de julho de 2002 apresentado pelos representantes das supostas vtimas e seus familiares, folhas 983 a 986);resoluo administrativa SBS n 253-2002 de 12 de maro de 2002, em relao ao senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro (expediente sobre omrito e as eventuais reparaes, tomo IV, anexo 6 do escrito de 22 de julho de 2002 apresentado pelos representantes das supostas vtimase seus familiares, folhas 987 a 990); e resoluo administrativa SBS n 254-2002 de 12 de maro de 2002, em relao ao senhor ReymertBartra Vsquez (expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo IV, anexo 6 do escrito de 22 de julho de 2002 apresentado pelosrepresentantes das supostas vtimas e seus familiares, folhas 991 a 994).21 22. JURISPRUDNCIA DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOSPeru por meio de sentenas defi nitivas.38 As sentenas foram publicadas no Dirio Ofi cial El Peruano.39 Nafase de execuo de sentena os correspondentes Juzos Especializados Civis de Lima emitiram decisesatravs das quais ordenaram SBS e ao MEF que cumprissem o disposto nas sentenas defi nitivas quedeclararam com mrito os mandados de segurana interpostos pelas supostas vtimas.4088.i) A SBS apenas cumpriu a devoluo s supostas vtimas das diferenas entre a penso recebida e a que vinhamrecebendo de forma nivelada, correspondente aos meses de abril a outubro de 1992 no caso do senhorReymert Bartra Vsquez e correspondente aos meses de setembro e outubro de 1992, no caso das outrasquatro supostas vtimas.4188.j) Algumas das supostas vtimas apresentaram denncias penais contra quem consideravam responsveis pelo22descumprimento das sentenas.4288.k) Em 1995, a SBS emitiu cinco resolues com o propsito de que fosse cumprido o disposto nas sentenasdefi nitivas que decidiram os referidos mandados de segurana. Nestas resolues, a SBS ordenou que fossemniveladas as aposentadorias das supostas vtimas com base nas remuneraes que recebiam os servidoresativos da SBS da mesma categoria ou equivalente na oportunidade em que se deram os reajustes de salrios,bem como que fossem realizadas as devolues correspondentes, de acordo com os clculos dispostos nestasresolues.43 Outrossim, no artigo 2 destas resolues se disps que as mesmas deveriam ser transmitidasao MEF para os fi ns pertinentes. Tais resolues no foram cumpridas.4438. Cf. sentena da Sala de Direito Constitucional e Social da Corte Suprema de Justia emitida em 2 de maio de 1994, em relao ao mandadode segurana interposto pelo senhor Carlos Torres Benvenuto contra a SBS (expediente de anexos demanda, anexo 36, folha 160); sentenada Sala de Direito Constitucional e Social da Corte Suprema de Justia emitida em 1 de setembro de 1994, em relao ao mandado desegurana interposto pelo senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro contra a SBS (expediente de anexos demanda, anexo 38, folha 165); sentenada Sala de Direito Constitucional e Social da Corte Suprema de Justia emitida em 19 de setembro de 1994, publicada no Dirio Ofi cial ElPeruano de 25 de julho de 1995, em relao ao mandado de segurana interposto pelo senhor Guillermo lvarez Hernndez (expediente deanexos demanda, anexo 41, folha 172), sentena da Sala de Direito Constitucional e Social da Corte Suprema de Justia emitida em 28de junho de 1994, publicada no Dirio Ofi cial El Peruano de 14 de setembro de 1994, em relao ao mandado de segurana interposto pelosenhor Reymert Bartra Vsquez (expediente de anexos demanda, anexo 46, folhas 183 e 184); e sentena da Sala de Direito Constitucional eSocial da Corte Suprema de Justia emitida em 10 de outubro de 1994, publicada no Dirio Ofi cial El Peruano de 2 de dezembro de 1994, emrelao ao mandado de segurana interposto pelo senhor Maximiliano Gamarra Ferreyra (expediente de anexos demanda, anexo 48, folhas187 e 188).39. Cf. sentena da Sala de Direito Constitucional e Social da Corte Suprema de Justia emitida em 19 de setembro de 1994, publicada noDirio Ofi cial El Peruano de 25 de julho de 1995, em relao ao mandado de segurana interposto pelo senhor Guillermo lvarez Hernndez(expediente de anexos demanda, anexo 41, folha 172); sentena da Sala de Direito Constitucional e Social da Corte Suprema de Justiaemitida em 28 de junho de 1994, publicada no Dirio Ofi cial El Peruano de 14 de setembro de 1994, em relao ao mandado de seguranainterposto pelo senhor Reymert Bartra Vsquez (expediente de anexos demanda, anexo 46, folhas 183 e 184); e sentena da Sala deDireito Constitucional e Social da Corte Suprema de Justia emitida em 10 de outubro de 1994, publicada no Dirio Ofi cial El Peruano de 2de dezembro de 1994, em relao ao mandado de segurana interposto pelo senhor Maximiliano Gamarra Ferreyra (expediente de anexos demanda, anexo 48, folhas 187 e 188).40. Cf. ofcio n 914-94-DNJCL/JNLA de 16 de janeiro de 1995 do Juiz Titular do 19 Juzo Especializado Civil de Lima dirigido ao Superintendentede Bancos e Seguros, mediante o qual lhe solicita que d cumprimento resoluo de 3 de novembro de 1994 emitida por este Juzo(expediente de anexos demanda, anexo 37, folhas 161 a 164); ofcio de 19 de dezembro de 1994 do Juiz Titular do 19 Juzo EspecializadoCivil de Lima dirigido ao Chefe da Superintendncia de Bancos e Seguros, mediante o qual se refere resoluo de 22 de novembro de 1994emitida por este Juzo (expediente de anexos demanda, anexo 49, folha 190); resoluo administrativa SBS n 330-95 de 4 de maio de 1995,em relao ao senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro (expediente de anexos demanda, anexo 51, folhas 194 e 195); e resoluo administrativaSBS n 331-95 de 4 de maio de 1995, em relao ao senhor Guillermo lvarez Hernndez (expediente de anexos demanda, anexo 52, folhas196 a 198).41. Cf. escrito de demanda apresentado pela Comisso Interamericana (expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo I, folha21, par. 60); e escrito de peties, argumentos e provas apresentado pelos representantes das supostas vtimas e seus familiares (expedientesobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo I, folha 176).42. Cf. resoluo do Promotor Superior Penal do Ministrio Pblico emitida em 2 de dezembro de 1996, a respeito da queixa n 34-96(expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo I, anexo 3 do escrito de peties, argumentos e provas, folha 228); resoluo doPromotor da Nao emitida em 27 de junho de 1997, a respeito do expediente n 001-97-D-SBS (expediente sobre o mrito e as eventuaisreparaes, tomo I, anexo 4 do escrito de peties, argumentos e provas, folhas 229 a 234); resoluo do Juiz do Trigsimo Juzo Penal de Limaemitida em 2 de fevereiro de 1996 (expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo I, anexo 5 do escrito de peties, argumentose provas, folhas 235 a 237); denncia de 4 de julho de 1995 interposto pelo senhor Javier Mujica Ruiz-Huidobro perante o Controlador Geralda Repblica (expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo I, anexo 6 do escrito de peties, argumentos e provas, folhas 238 a242); e testemunho do senhor Guillermo lvarez Hernndez prestado perante a Corte em 3 de setembro de 2002.43. Cf. resoluo administrativa SBS n 283-95 de 7 de abril de 1995, em relao ao senhor Carlos Torres Benvenuto (expediente de anexos demanda, anexo 50, folhas 192 e 193); resoluo administrativa SBS n 330-95 de 4 de maio de 1995, em relao ao senhor Javier MujicaRuiz-Huidobro (expediente de anexos demanda, anexo 51, folhas 194 e 195); resoluo administrativa SBS n 331-95 de 4 de maio de 1995,em relao ao senhor Guillermo lvarez Hernndez (expediente de anexos demanda, anexo 52, folhas 196 a 198); resoluo administrativaSBS n 332-95 de 4 de maio de 1995, em relao ao senhor Maximiliano Gamarra Ferreyra (expediente de anexos demanda, anexo 53, folhas199 a 201); e resoluo administrativa SBS n 254-2002 de 12 de maro de 2002, em relao ao senhor Reymert Bartra Vsquez (expedientesobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo IV, anexo 6 do escrito de 22 de julho de 2002 apresentado pelos representantes das supostasvtimas e seus familiares, folhas 991 a 994).44. Cf. resoluo administrativa SBS n 250-2002 de 12 de maro de 2002, em relao ao senhor Carlos Torres Benvenuto (expediente sobre omrito e as eventuais reparaes, tomo IV, anexo 6 do escrito de 22 de julho de 2002 apresentado pelos representantes das supostas vtimase seus familiares, folhas 975 a 978); resoluo administrativa SBS n 251-2002 de 12 de maro de 2002, em relao ao senhor MaximilianoGamarra Ferreyra (expediente sobre o mrito e as eventuais reparaes, tomo IV, anexo 6 do escrito de 22 de julho de 2002 apresentado pelosrepresentantes das supostas vtimas e seus familiares, folhas 979 a 982); resoluo administrativa SBS n 252-2002 de 12 de maro de 2002, 23. DIREITOS ECONMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS E DISCRIMINAO - CASO CINCO APOSENTADOS VS. PERU88.l) Trs das supostas vtimas interpuseram aes de execuo contra o Superintendente de Bancos e Seguros. Aopronunciar-se sobre tais aes nos anos 1998 e 2000, o Tribunal Constitucional do Peru resolveu que a SBSdevia cumprir o disposto em suas resolues administrativas de 1995. As sentenas do Tribunal Constitucionalindicadas foram publicadas no Dirio Ofi cial El Peruano.4588.m) Em 21 de janeiro de 2002, o Congresso da Repblica do Peru promulgou a Lei n 27.650, mediante a qualderrogou o artigo 5 do Decreto-Lei n 25.792 e a segunda disposio transitria do Decreto Legislativo n680. A referida lei foi publicada no Dirio Ofi cial El Peruano em 23 de janeiro de 2002.4688.n) Em 12 de maro de 2002, a SBS emitiu cinco resolues na quais, inter alia, resolveu dar cumprimento sresolues da SBS expedidas em 1995, deduzindo da soma a pagar a[os cinco aposentados] as quantiasque o Ministrio de Economia e Finanas lhe[s tivesse] depositado, em aplicao do Art. 5 do Decreto Lei n25.792, entre 1 de novembro de 1992 e 23 de janeiro de 2002. No artigo terceiro destas resolues de 2002,a SBS [deixou] salvo o direito [] de deduzir, de acordo deciso que emita a Corte Interamericana deDireitos Humanos [], o valor que possa resultar excessivo ao dar-se cumprimento s [resolues de 1995],caso no qual se te