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NEGÓCIO JURÍDICO Parte I Geraldo Magela Batista Faculdade de Direito de Ipatinga FADIPA Email: [email protected]

Nj parte 1

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Page 1: Nj parte 1

NEGÓCIO JURÍDICO

Parte I

Geraldo Magela Batista

Faculdade de Direito de Ipatinga – FADIPA

Email: [email protected]

Page 2: Nj parte 1

Requisitos de existência são os elementos estruturais do

negócio jurídico, faltando qualquer deles, o negócio não existe.

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

• Agente capaz

• Objeto lícito, possível, determinado ou determinável

• Forma prescrita ou não defesa em lei.

Disposições Gerais

Artigo 104 CC

Artigo 107 CC - A validade da declaração de vontade não dependerá de forma

especial, senão quando a lei expressamente a exigir.

Mas a Vontade (consentimento) tem que existir

Page 3: Nj parte 1

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

Disposições Gerais

• Agente (Partes)

• Vontade

• Objeto

• Forma

Plano da Existência

Page 4: Nj parte 1

Escada Ponteana

Plano da Existência

• Agente (Partes)

• Vontade

• Objeto

• Forma

Plano da Validade

• Capaz (Capacidade)

• Consentimento (Liberdade)

• Lícito e possível

• Prescrito e não defeso em lei

Plano da Eficácia

Efeito do negócio jurídico

Disposições Gerais

Page 5: Nj parte 1

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

Disposições Gerais

Artigo 105 CC - A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser

invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados

capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação

comum.

• Só poderá ser formulada pelo próprio incapaz ou pelo seu representante

para defesa de seu patrimônio contra abusos de outrem.

• O contratante capaz não poderá alegar a incapacidade deste em seu próprio

proveito (se arrepender do negócio, por exemplo).

Mas... Se o objeto ou a obrigação comum for indivisível, ante a impossibilidade de separar o interesse dos

contratantes, o capaz estará autorizado legalmente a invocar em seu favor a incapacidade relativa.

Page 6: Nj parte 1

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

Disposições Gerais

Artigo 106 CC - A impossibilidade inicial do objeto não invalida o

negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a

condição a que ele estiver subordinado.

• Impossibilidade relativa: A prestação puder ser realizada por outrem, embora não

o seja pelo devedor.

N Não invalida o negócio jurídico.

• Cessação da impossibilidade: Quando o objeto impossível, tiver sua eficácia

subordinada a um evento futuro e incerto, e aquela impossibilidade cessar antes

de realizada a condição.

Negócio Jurídico será válido.

Page 7: Nj parte 1

Disposições Gerais

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

Artigo 108 CC - Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é

essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição,

transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de

valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no país.

Conclusão:

Todos os negócios envolvendo direitos reais sobre imóveis não podem ser

realizados sem escritura pública.

Salvo ...

• Nos casos previstos em lei especial

• Quando valor do imóvel não ultrapassar a 30 vezes o maior salário

mínimo vigente no País.

Page 8: Nj parte 1

Disposições Gerais

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

Artigo 109 CC - No negócio jurídico celebrado com a cláusula de

não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.

Exemplos:

Estatuto de um condomínio pode exigir uma “Procuração

Pública” para que o procurador possa votar em nome de um

condômino.

Se ocorrer uma reunião e depois observado que a procuração não foi

realizado como instrumento público (cartório), as decisões são

passíveis de anulação.

Page 9: Nj parte 1

Do ponto de vista do direito, somente vontade que se

exterioriza é considerada suficiente para compor suporte

fático de negócio jurídico. A vontade que permanece interna,

como acontece com a reserva mental, não serve pelo de ser

difícil apuração.

Artigo 110 - A manifestação de vontade subsiste ainda que o

seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que

manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

Disposições Gerais

Page 10: Nj parte 1

Formas da Manifestação da vontade

• Expressa: Manifestação clara. Pode ser escrita ou realizada por

meio de sinais e gestos. não podendo deixar dúvidas sobre a

vontade.

• Tácita: Nesse caso, da atitude da parte se deduz a vontade.

Um táxi estacionado em seu ponto ou próximo a eventos.

De tal atitude, se deduz que ele esteja disponível.

• Presumida: Financiamento. Quando o credor paga a última

parcela, presume-se que houve a quitação da dívida, salvo se

comprovado o contrário.

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

Disposições Gerais

Page 11: Nj parte 1

O silêncio. Tem validade jurídica? Sim. Mas depende.

Artigo 111 - O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o

autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.

O silêncio no direito privado implica anuência, ou seja, um consentimento

tácito. O legislador impôs duas circunstâncias para que o silêncio tenha a

característica de aceitação:

• Circunstâncias em que o silêncio foi utilizado ou quando o uso do

silêncio indica claramente ou costumeiramente uma aceitação.

• Que não haja obrigatoriedade de vontade expressa, por força de

lei, para a realização do negócio jurídico.

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

Disposições Gerais

Page 12: Nj parte 1

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

Artigo 112 - Nas declarações de vontade se atenderá mais à

intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da

linguagem.

Divergências em Contratos ou cláusulas:

• Vontade (intenção)

• Palavras empregadas

Exemplo – Consta em convenção coletiva de trabalho que a empresa pagará a seus

trabalhadores vale refeição. No entanto ela fornece refeição e não o vale.

Já houve uma ação neste sentido contra empresa (TRT7) e prevaleceu este artigo, pois

a intenção “fornecer alimentação” foi atendida.

Disposições Gerais

Page 13: Nj parte 1

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

Artigo 113 - Os negócios jurídicos devem ser interpretados

conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.

• Interpretados: Nem sempre são exatos

• Boa-fé

• Usos do Lugar

Boa-fé

• Subjetiva: Crença interna da pessoa. Ela não conhecimento do vicio. Exemplo:

Maria casa com Manoel sem ter conhecimento de que ele já é casado.

• Objetiva: Conduta baseada na honestidade entre as partes. Exemplo: João e José

firmaram um contrato de compra e venda de uma casa. José alega que sua

assinatura foi falsificada. De acordo com a honestidade das partes no NJ, José

terá que provar que sua assinatura e falsa.

Disposições Gerais

Page 14: Nj parte 1

Requisitos essenciais da existência do negócio jurídico

Artigo 114 - Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia

interpretam-se estritamente.

Disposições Gerais

• Benéficos: Uma parte tem o ônus e a outra o bônus. Exemplo:

Contrato de doação, João dou sua casa para Maria.

• Renúncia: Abrir mão de um direito. Exemplo: Joaquim renunciou ao

quinhão a que tinha direito a herança de seu pai.

• Interpretam-se estritamente: Limita-se ao texto. Exemplo: João dou

sua casa para Maria. Não foi para o filho de Maria.

Page 15: Nj parte 1

Representação ocorre quando uma pessoa tem poderes para

agir juridicamente em nome de outra.

Considerações sobre a representação

Representação

Atenção:

• Quem pratica o ato é o representante

• Quem fica vinculada ao negócio jurídico é o representado

Page 16: Nj parte 1

Artigo 115 CC - Os poderes de representação conferem-se por

lei ou pelo interessado.

Considerações sobre a representação

Representação

Assim temos:

• Representação legal: Quando está previsto em lei.

Exemplo: Os pais em relação aos filhos menores, tutores e

curadores.

• Representação convencional (voluntária):

Recebe de terceiro para exercer determinados negócio jurídico em

seu nome. Ela é uma autorização privada mediante a outorga de

procuração (que é instrumento do mandato) conforme artigo 653

CC.

Temos a Representação Judicial que é o nomeado pelo juiz em face de processo. É

caso do inventariante, do síndico da falência e o administrador da empresa penhorada.

Page 17: Nj parte 1

Artigo 115 CC - Os poderes de representação conferem-se por

lei ou pelo interessado.

Considerações sobre a representação

Representação

Atenção Artigo 149 CC – Em caso de Dolo:

• Representação legal: Representando responde até a importância do

proveito

• Representação convencional (voluntária): Representado responde

solidariamente.

Page 18: Nj parte 1

Artigo 116 CC - A manifestação de vontade pelo representante,

nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao

representado.

Considerações sobre a representação

Representação

Os efeitos jurídicos, da vontade do representante, produz efeitos

para o representando. Tanto da representação legal ou na

convencional.

Desde que respeitado: Os limites de poderes.

Exemplo: João confere uma procuração a José para realizar sua matricula no

curso de Direito. Mas ele, sem constar na procuração, o matriculou também

no curso de inglês.

Excesso de poder (limites): Matricular no curso de Inglês

Page 19: Nj parte 1

O representante deve buscar os interesses do representado.

Por este motivo: Não deve celebrar negócios consigo

mesmo.

Salvo se o permitir em lei ou o representado. Artigo 685

CC – Prevê procuração em causa própria.

Considerações sobre a representação

Representação

Artigo 117 CC - Salvo se o permitir a lei ou o representado, é

anulável o negócio jurídico que o representante, no seu

interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.

Parágrafo único: Substabelecimento - Passar poderes para outras pessoas, tem

como se celebrado pelo representado o fosse.

Page 20: Nj parte 1

Considerações sobre a representação

Representação

Artigo 118 CC - O representante é obrigado a provar às

pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua

qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o

fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.

• Qualidade de representante

• Extensão de seus poderes

• Natural: Exemplo - Registro civil, Termo de Tutela.

• Legal: Exemplo - Contrato social, Estatuto.

• Convencional - Exemplo: Instrumento de mandato (procuração).

Page 21: Nj parte 1

Considerações sobre a representação

Artigo 119 CC - É anulável o negócio concluído pelo

representante em conflito de interesses com o representado,

se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com

aquele tratou.

Conflito de interesse:

• Abuso de Direito

• Excesso de Poder

• É anulável se o conflito de interesses era do conhecimento da outra parte.

• É de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação

da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação.

Representação

Page 22: Nj parte 1

Considerações sobre a representação

Artigo 120 CC - Os requisitos e os efeitos da representação

legal são os estabelecidos nas normas respectivas; os da

representação voluntária são os da Parte Especial deste

código.

• Legal: Normas respectivas (especiais e código

Civil). Exemplo - Tutela (artigo 36 ao 38 do Estatuto

da Criança e do Adolescente).

• Convencional: Código Civil - Parte especial Artigos

653 ao 692.

Representação

Page 23: Nj parte 1

Elementos acidentais do negócio jurídico

• Uma Condição

• Um Termo

• Um Encargo

Elemento Acidental Artigos 121 ao 137 CC

Tem por função alterar ou determinar alguma

consequência na eficácia do negócio jurídico de

alguma forma. Excepcionalmente as partes podem

inserir:

Page 24: Nj parte 1

Elementos acidentais do negócio jurídico

• Condição Suspensiva

• Condição Resolutiva

Elemento Acidental Condição (se...)

Subordina a eficácia do negócio jurídico a um

evento futuro e incerto, somente existe condição

quando termos o evento tanto futuro quanto incerto,

se faltar um deles a condição não existe. Ela pode ser:

Page 25: Nj parte 1

Elementos acidentais do negócio jurídico

Elemento Acidental Condição Suspensiva (se...)

Suspende a aquisição do direito enquanto não for

implementada a condição suspensiva imposta pelas

partes. Artigo 125 CC

Exemplo

Um pai promete dar um carro para um filho se ele passar no curso de Direito

na UFMG. Enquanto o filho não passar ele não terá direito ao carro.

Futuro e incerto: Ele só exercerá o direito se for aprovado no vestibular

do curso de Direito na UFMG.

Page 26: Nj parte 1

Elementos acidentais do negócio jurídico

Elemento Acidental Condição Resolutiva (se...)

Na condição resolutiva, vigorará o negócio enquanto

esta não se realizar. Artigo 127 CC

Exemplo

Um pai doa uma casa para a filha, com a condição de que ela não se separe

do marido. Se ela divorciar, o imóvel volta para a propriedade do pai.

Futuro e incerto: Ela pode vir a separar. Mas exercerá o direito enquanto

não divorciar.

Page 27: Nj parte 1

Elementos acidentais do negócio jurídico

Elemento Acidental Termo ou Prazo (Quando...)

Os contratantes vinculam os efeitos desejados a um

evento futuro e certo. Logo, o termo usa muito a

expressão “QUANDO”,

Exemplo

você pagará R$ 30,00 dia 2 de março, R$ 35,00 dia 2 de abril, R$ 40,00 dia 2 de

março..." está-se, assim, vinculando efeitos jurídicos. O evento e futuro e

certo, pois já se sabe a data do vencimento (quando).

Page 28: Nj parte 1

Elementos acidentais do negócio jurídico

Elemento Acidental Cuidado com a palavra “Morte”

• Condição - Futuro e Incerto

“Se eu morrer até o fim do ano meu carro é seu.

• Termo - Futuro e Certo

“Quando eu morrer meu carro é seu”

Page 29: Nj parte 1

Elementos acidentais do negócio jurídico

Elemento Acidental Encargo

Artigo 136 e 137 CC: Prática de uma liberalidade

subordinada à um ônus. Por exemplo a doação de um

terreno com o encargo de que nele seja construído uma

escola. O encargo deve ser cumprido, caso não seja, a

pessoa que praticou a doação poderá pedir a revogação ou o

cumprimento do encargo.

O encargo, usam-se muito as expressões “desde que”, “com

incumbência de”, “com o compromisso de”. Tanto o exercício

quanto a aquisição são imediatos se não houver disposição em

contrário.

Page 30: Nj parte 1

Defeitos no Negócio Jurídico - Quando há um vicio que incida:

• Sobre a Vontade da Pessoa Vícios do consentimento

• Com a intenção de prejudicar terceiros Vícios sociais

Defeitos do Negócio Jurídico

Page 31: Nj parte 1

Vícios de consentimento Vontade real da vontade declarada

Exemplo:

Assinatura de uma escritura pública de compra e venda

com uma arma apontada na cabeça.

• Vontade real Não queria assinar

• Vontade declarada A pessoa assinou

Defeitos do Negócio Jurídico

Page 32: Nj parte 1

Vícios do consentimento

Defeitos do Negócio Jurídico

Nos vícios do consentimento o prejudicado é um dos

contratantes, pois a manifestação da vontade não

corresponde com o seu íntimo e o seu verdadeiro querer.

• O erro ou ignorância

• O dolo

• A coação

• O estado de perigo

• A lesão

São vícios do consentimento

Page 33: Nj parte 1

Prazo de decadência para pleitear anulação do negócio

jurídico 4 anos

• Coação: do dia em que ela cessar

• Erro, dolo, estado de perigo ou lesão: do dia em que se

realizou o negócio jurídico

• Atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade

Vícios do consentimento

Passando os 4 anos, sem uma ação anulatória de ato jurídico por vício de

consentimento, o negócio jurídico é convalidado (validado).

Defeitos do Negócio Jurídico

Page 34: Nj parte 1

Vícios do consentimento

Defeitos do Negócio Jurídico

Erro ou Ignorância: Ninguém induz o sujeito a erro, é ele quem

tem na realidade uma noção falsa sobre determinado objeto.

Esta falsa noção é o que chamamos de ignorância, ou seja, o completo

desconhecimento acerca de determinado objeto.

• Erro acidental: Sobre a qualidade secundária da pessoa ou

objeto. Não vicia o ato jurídico, pois não incide sobre a vontade.

• Erro substancial: Refere-se à natureza do próprio ato e incide

sobre as circunstâncias principais do negócio jurídico. Este erro

enseja a anulação do negócio pois uma das partes ignora uma

das facetas do Negócio Jurídico.

Page 35: Nj parte 1

Defeitos do Negócio Jurídico

Vícios do consentimento

Dolo: É o meio empregado para enganar alguém. Ocorre dolo

quando o sujeito é induzido por outra pessoa a cometer o erro.

Page 36: Nj parte 1

Defeitos do Negócio Jurídico

Vícios do consentimento

Coação: Ocorre com o constrangimento a uma determinada

pessoa, feita por meio de ameaça com intuito de que ela pratique

um negócio jurídico contra sua vontade. Pode ser :

• Física (absoluta)

• Moral (compulsiva)

Page 37: Nj parte 1

Defeitos do Negócio Jurídico

Vícios do consentimento

Estado de Perigo: É quando alguém, premido de necessidade de

se salvar ou a outra pessoa de grave dano conhecido pela outra

parte, assume obrigação excessivamente onerosa.

Atenção:

• O juiz pode também decidir que ocorreu estado de perigo com relação à pessoa

não pertencente à família do declarante.

• No estado de perigo o declarante não errou, não foi induzida a erro ou coagido,

mas, pelas circunstâncias foi obrigada a celebrar um negócio desfavorável.

• É necessário que a pessoa que se beneficiou do ato saiba da situação

desesperadora da outra pessoa.

Page 38: Nj parte 1

Defeitos do Negócio Jurídico

Vícios do consentimento

Lesão: Ocorre quando determinada pessoa, sob premente

necessidade ou por inexperiência, se obriga a prestação

manifestadamente desproporcional ao valor da prestação

oposta.

Caracteriza-se por um abuso praticado em situação de desigualdade,

evidenciando-se um aproveitamento indevido na celebração de um

negócio jurídico.

Page 39: Nj parte 1

• Fraude contra credores

Negócio realizado para prejudicar o credor quando o

devedor se torna insolvente.

• Simulação (passivo de Nulidade)

Declaração enganosa da vontade, visando obtenção

de resultado diverso da finalidade aparente, para

iludir terceiros ou burlar a lei.

Vícios Sociais

Defeitos do Negócio Jurídico

Materializa-se em atos contrários à boa fé ou à lei,

prejudicando terceiro.

São vícios Sociais

Page 40: Nj parte 1

São vícios sociais - Conclusão

1. Prejudicar terceiros

2. Ferir a lei ou a boa-fé

Aqueles que incidem sobre o negócio jurídico com a

intenção:

Fraude contra credores - Artigos 158 a 165 CC

Defeitos do Negócio Jurídico

Page 41: Nj parte 1

• Na simulação, a vítima é lesada sem participar do negócio

simulado. As partes fingem ou simulam uma situação visando

fraudar a lei ou prejudicar terceiros.

• No dolo, a vítima participa diretamente do negócio, mas somente

a outra conhece a maquinação e age de má-fé".

Defeitos do Negócio Jurídico

Observações para tirar dúvidas

Diferença entre Dolo é Simulação

Page 42: Nj parte 1

É Nulo: - Artigo 166 CC

• Celebrado por pessoa absolutamente incapaz

• For ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto

• O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito

• Não revestir a forma prescrita em lei

• For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade

• Tiver por objetivo fraudar lei imperativa

• A lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção

Invalidade do Negócio Jurídico

Page 43: Nj parte 1

Mas ...

Subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância

e na forma.

É Nulo: Negócio jurídico simulado é nulo - Artigo 167 CC

Invalidade do Negócio Jurídico

A simulação ocorre quando as partes, maliciosamente, pactuam

um determinado negócio jurídico, mas na verdade desejam outros

efeitos, visando fraudar a lei ou terceiros.

Page 44: Nj parte 1

Mas ...

Subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância

e na forma.

É Nulo: Negócio jurídico simulado é nulo - Artigo 167 CC

Invalidade do Negócio Jurídico

Haverá simulação quando:

• Aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às

quais realmente se conferem, ou transmitem;

• Contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não

• Os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do

negócio jurídico simulado

Page 45: Nj parte 1

Nulidade do Negócio Jurídico

NULIDADES

Invalidade do Negócio Jurídico

Não convalesce pelo decurso do tempo

(prescrição e decadência)

Nem o juiz nem as partes podem suprir

Devem ser pronunciadas de ofício pelo

juiz

Podem ser alegadas por qualquer

interessado e pelo MP

Artigo 169 CC Artigo 168 CC

Artigo 168 CC Artigo 168 CC Artigo 168 CC

Atenção:

Artigo 170 CC: Trouxe uma importante medida conservatória do negócio jurídico denominada conversão.

Consiste no aproveitamento de elementos materiais de um negócio nulo ou anulável, transformando-o em

outro válido e lícito.

Page 46: Nj parte 1

ANulidade do Negócio Jurídico

Invalidade do Negócio Jurídico

Artigo 171 - Além dos casos expressamente declarados na lei, é

anulável o negócio jurídico:

• Por incapacidade relativa do agente

• Por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo,

lesão ou fraude contra credores

Page 47: Nj parte 1

Da convalidação dos negócios anuláveis

Invalidade do Negócio Jurídico

• Há possibilidade do aproveitamento dos negócios jurídicos

anuláveis. Basta, tão e somente, sejam eles ratificados pelas

partes.

• É pacífico o entendimento acerca da possibilidade de se

convalidarem os negócios jurídicos anuláveis (Artigo 172 ao

Artigo 184).

Page 48: Nj parte 1

Anulidade – Pequeno Resumo

ANULIDADES

Invalidade do Negócio Jurídico

Convalesce pelo decurso do tempo

(prescrição e decadência)

Podem ser confirmada pelas partes, salvo

direito de terceiro.

Não podem ser pronunciadas de ofício

pelo juiz

não podem ser alegadas por qualquer

interessado. Apenas pelas partes

Artigo 178 e 179 CC Artigo 172 CC

Artigo Artigo 177 CC Artigo 177 CC

Page 49: Nj parte 1

Da convalidação dos negócios anuláveis

Invalidade do Negócio Jurídico

A anulabilidades caducam. O Artigo 178 CC/2002 estabelece quatro

anos de prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio

jurídico.

• No caso de coação, do dia em que ela cessar

• No de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou

lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico

• No de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade

Atenção...

Page 50: Nj parte 1

Da convalidação dos negócios anuláveis

Invalidade do Negócio Jurídico

Atenção...

A anulabilidades caducam. Quando lei dispuser que determinado

ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação,

será de dois anos, a contar da data da conclusão do ato, segundo o

Artigo 179 do CC.

Quando for anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao

estado em que antes dele se achavam. Se não for mais possível, serão

indenizadas com o equivalente, na regra do Artigo 182 CC.

Artigo 182 CC - Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao

estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las,

serão indenizadas com o equivalente.

Page 51: Nj parte 1

Da convalidação dos negócios anuláveis

Invalidade do Negócio Jurídico

Atenção aos atos praticados pelos relativamente incapazes.

Exceção à regra de que o ato praticado por incapaz sem

assistência é anulável

• Artigo 180 CC - O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para

eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou

quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se

maior.

• Artigo 181 CC - Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada,

pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a

importância paga.

Se provar que o pagamento feito ao incapaz reverteu em benefício

dele, o ato é válido

Page 52: Nj parte 1

Da convalidação dos negócios anuláveis

Invalidade do Negócio Jurídico

Artigo 173 CC - O ato de confirmação deve conter a substância do

negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo.

• Precisa conter claramente a livre intenção de confirmar o negocio

sabidamente anulável.

• Precisa conter, por extenso, o contrato primitivo que se pretende

convalidar, indicando-o de modo que não haja dúvida alguma.

• Não se poderá fazer uso de frases vagas ou imprecisas, pois a

vontade de ratificar deverá constar de declarações explícitas e

claras.

Page 53: Nj parte 1

Da convalidação dos negócios anuláveis

Invalidade do Negócio Jurídico

Artigo 174 CC - É escusada a confirmação expressa, quando o

negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que

o inquinava.

• É um confirmação tácita pelo fato da obrigação já cumprida em parte pelo

devedor, mesmo ciente do vício que a inquinava.

• O mesmo vale para quando o devedor consumar-se a decadência de seu

direito.

• A vontade de confirmar está ínsita, pois, mesmo sabendo do vício, não se

importou com ele, e teve a intenção de confirmá-lo e de não reparar a mácula

nele contido.

Page 54: Nj parte 1

Da convalidação dos negócios anuláveis

Invalidade do Negócio Jurídico

Artigo 175 CC - A confirmação expressa, ou a execução voluntária

de negócio anulável, nos termos dos artigos 172 a 174, importa a

extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele

dispusesse o devedor.

• Expressa ou tácita, importa a extinção de todas as ações ou

exceções de que dispusesse o devedor contra o negócio anulável.

• Subentende-se que houve renúncia a qualquer providência que

possa obter a decretação judicial da nulidade relativa.

Page 55: Nj parte 1

Artigo 176 - Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de

autorização de terceiro, será validado se este a der posteriormente.

Trata-se da convalidação posterior de negócio anulável. Se a

nulidade relativa do ato ocorrer por fala de autorização de

terceiro, passará a ter validade se, posteriormente, a anuência

se der.

Da convalidação dos negócios anuláveis

Invalidade do Negócio Jurídico

Page 56: Nj parte 1

Artigo 183 - A invalidade do instrumento não induz a do negócio

jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio.

Exemplo: Locação. Contrato. Incapaz. Curador.

Não há falar em nulidade pelo fato de não ter constado o nome

do incapaz no contrato, mas sim da curadora que sempre agiu

no interesse da pupila do incapaz, depois de nomeada por

decisão judicial para o exercício da curatela.

Da convalidação dos negócios anuláveis

Invalidade do Negócio Jurídico

Page 57: Nj parte 1

Artigo 184 - Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um

negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a

invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas

a destas não induz a da obrigação principal.

Atenção...

• A nulidade parcial de um ato não o atingirá na parte válida, se esta puder

subsistir autonomamente.

• A nulidade da obrigação principal implicará a da acessória. Exemplo: a

nulidade de um contrato de locação acarretará a da fiança.

• A nulidade da obrigação acessória não atingirá a obrigação principal, que

permanecerá válida e eficaz. Se numa locação for anulada a fiança, o pacto

locatício subsistirá.

Da convalidação dos negócios anuláveis

Invalidade do Negócio Jurídico

Page 58: Nj parte 1

Artigo 184 - Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um

negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a

invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas

a destas não induz a da obrigação principal.

Atenção...

• A nulidade parcial de um ato não o atingirá na parte válida, se esta puder

subsistir autonomamente.

• A nulidade da obrigação principal implicará a da acessória. Exemplo: a

nulidade de um contrato de locação acarretará a da fiança.

• A nulidade da obrigação acessória não atingirá a obrigação principal, que

permanecerá válida e eficaz. Se numa locação for anulada a fiança, o pacto

locatício subsistirá.

Da convalidação dos negócios anuláveis

Invalidade do Negócio Jurídico

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Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos,

aplicam-se, no que couber, as disposições do título anterior.

Artigo 185

Atos Jurídicos Lícitos

Atos Jurídicos Lícitos

Condutas humanas que produzem efeitos

jurídicos. Caracteriza-se pelo fato de ter seus

efeitos predeterminados pela lei e depende do

querer do homem em praticá-lo ou não.