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Ano 41 - Nº 494 - DEZEMBRO 2015 - R$ 9,90
32 - Dirigente LojistaDezembro | 2015
P L A N E JA M E N TO
Planejamento Sucessório Patrimonial
“O tempo é efêmero, no momento em que se nasce, já se começa a morrer, ser é apenas uma face do não ser” Cassiano Ricardo
1) INTRODUÇÃO
Não obstante a racionalidade con-tida no entendimento acima, e deixando de lado o aspecto espi-
ritual / religioso, o certo é que, na quase totalidade das situações que são impostas no decorrer da nossa existência, o ser hu-mano pensa em viver, crescer, se desen-volver, estudar, trabalhar, formar uma fa-mília e angariar recursos para dar suporte às necessidades materiais, dentre outras.
Geralmente, não ficamos pensando em eventos negativos, tais como adoecer, se separar, na separação dos filhos, em mor-rer, e nem tampouco que o seu emprego, o seu negócio, o seu empreendimento, en-fim o seu patrimônio material, possa ser afetado por tais eventos negativos.
Todavia, e infelizmente, situações des-favoráveis acontecem, e se não estivermos preparados e minimamente planejados, as consequências podem ser desastrosas. Para isso, aliás, que existem planos de saú-de, seguros de vários tipos e coberturas, além de outras formas legais e legítimas de enfrentar ou mitigar, de modo antecipado, as imprevisíveis ocorrências futuras.
Em termos de patrimônio material dos empresários em geral, o Planejamento Su-cessório é de suma importância ser reali-zado o mais cedo possível, para efeitos de proteção, prevenção de conflitos e preser-vação dos interesses familiares, conforme adiante explorado, ainda que de maneira superficial.
Dirigente Lojista - 33Dezembro | 2015
P L A N E JA M E N TO
Da mesma forma do que acontece com as pessoas físicas, as empresas também estão sujeitas a sucessos e fracassos, podendo receber reflexos de situações posi-tivas e negativas dos sócios, de modo que um Planeja-mento Sucessório Patrimonial deve fazer parte do dia a dia do empresário.
É sabido que todo empreendedor tem por sonho crescer e manter a unidade familiar, todavia, em al-guns casos, deixar de se precaver quanto a eventos futuros e negativos, pode acarretar prejuízos para si e/ou para herdeiros, sócios, empregados e sociedade em geral.
2) TEORIA DA EVOLUÇÃODAS EMPRESAS
e Holding Familiar
Em primeiro lugar, sugere-se a contratação de pro-fissionais das áreas contábil e jurídica, a fim de que os mesmos analisem toda a documentação e situações das pessoas físicas e jurídicas envolvidas, numa etapa chamada de check-list.
Mesmo que às vezes não seja possível manter uma linearidade na sequência dos assuntos, o ideal é que na próxima etapa, se perfaça um rascunho do Projeto de Planejamento Sucessório, podendo contemplar modi-ficação ou regularização no regime de bens, criação de uma Holding Familiar (ou várias), a fim de compor os interesses, bem como a eventual inclusão de imóveis ao capital da sociedade, mediante a operação denomi-nada Conferência de Bens.
Tal projeto, ademais, pode prever doações de cotas aos membros da família, com cláusulas res-tritivas, por exemplo, de usufruto ou inalienabili-dade, assim como a elaboração de procedimentos preventivos, no conceito Family Office (Acordo de Cotistas e Conselho de Administração).
Como não existe fórmula mágica, e dada a nossa falada efemeridade, deve ser constantemente avaliado tal Planejamento Sucessório Patrimonial, para eventu-al correção de rumos.
3) FÓRMULAS LEGAIS PARACORREÇÃO DE RUMOS
A adoção de tais precauções, via de regra, trazem 2 tipos de benefícios, a saber:
a) De ordem econômica = não incidência de ITBI na operação de integralização do imóvel ao capital; não incidência de ITBI em caso de morte (estará em nome da sociedade); não incidência de honorários ad-vocatícios e taxas judiciárias, pois não será necessário inventário e nem divisão de bens em juízo; redução de tributação em rendimentos de aluguéis e na venda de imóveis da sociedade; antecipação e pagamento plane-jado de custos, sem transferir para os herdeiros.
b) De ordem pessoal e empresarial = redução da ingerência familiar na gestão da empresa (profissio-nalização); facilidade na substituição de sócio (fale-cimento, interdição, separação); transformação das empresas num Grupo Econômico, assim como outras situações específicas.
4) PRINCIPAIS BENEFÍCIOS
CONCLUSÃOMesmo em tempos de crise na economia, e a des-
peito de o empresário encontrar-se no início da carrei-ra, no meio ou em estágio mais avançado das situações pessoais / profissionais, nunca é tarde para separar al-guns momentos para reflexão sobre o seu futuro, dos seus negócios e a estabilidade financeira da sua famí-lia, visando se precaver de eventos futuros e factíveis em face da nossa efêmera trajetória terrena
ADELMO DOS SANTOS FREIRE,advogado.
ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (Estadual).