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Sistemas de Inventário: FEFO

Licenciatura em Gestão – Logística e Operações Docente: Professor Catedrático Amílcar Gonçalves

Discentes: Filipa Brandão nº 20130326 Lisboa, 20 Janeiro 2016

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Índice Introdução ............................................................................................................................................... 2 Metodologia ............................................................................................................................................ 2 Inventários e sua gestão .......................................................................................................................... 3 Movimentação de Inventário .................................................................................................................. 3

FIFO...................................................................................................................................................... 4 LIFO ...................................................................................................................................................... 4 FEFO ..................................................................................................................................................... 5

Comparação das fórmulas de determinação da ordem de saída dos inventários .................................. 5 Guia de Boas Práticas na Distribuição, na Europa ................................................................................... 6 Importância do uso da data de validade ................................................................................................. 6 Considerações finais ................................................................................................................................ 7 Bibliografia .............................................................................................................................................. 8

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Introdução O presente trabalho foi elaborado para a cadeira de Logistica e Operações, e tem como objetivo estudar uma ferramenta de controlo de inventários – FEFO – ainda não abordado no decurso da licenciatura. O inventário é uma parte integrante da cadeia de abastecimentos e portanto a implementação de um sistema de gestão eficiente e consequente maximização do uso de armázem é de estrema importancia. Esta ferramenta específica para a gestão dos inventários é utilizada principalmente nas indústrias agroalimentares e farmacêuticas, onde a degradação das matérias e produtos é crítica. Metodologia Comecei por fazer uma revisão de litratura, sobre as diferentes ferramentas de controlo de inventários, comparando as suas vantagens e desvantagens e aplicações, focando a minha maior atenção na ferramenta em causa. De seguida explorei um estudo sobre os hábitos de consumo de produtos alimentares, e a importância demonstrada à data de validade dos produtos.

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Inventários e sua gestão Os inventários são a acumulação de matérias-primas, produtos em produção e produtos acabados, bem como de peças e equipamentos do processo de produção. Em geral, significam um “empate” de capital substancial, sem que leve à criação de valor, e portanto é de grande interesse a sua racionalização. Os inventários devem, em geral, ser tão grandes quanto possível para se poder obter descontos de quantidades, economias de escala e redução dos custos de armazenagem e movimentação. Por outro lado, devem ser tão pequenos que não comprometam o capital da empresa, via custos de oportunidades, minimize as despesas com armazenagem e custos de seguros, e ainda não requeiram custos de manutenção e deterioração nem fiquem obsoletos. A gestão dos inventários é uma função da logística, e deve ser considerada como um elo integrante na gestão eficiente da cadeia de valor. (Universidade do Minho, 2005) A gestão de inventários é composta por 3 grandes áreas:

1. Gestão Administrativa - trata todo o circuito de aquisição de bens ou serviços, desde o pedido pelo serviço requisitante até à emissão da requisição externa pela secção de compras;

2. Gestão de Armazéns - gere as entradas e saídas de materiais do armazém e os objetos de custo a que aqueles se destinam;

3. Gestão Económica - otimiza as quantidades em armazém e indicadores de gestão, nomeadamente stock de segurança, ponto de encomenda, QEE e classificação ABC.

Movimentação de Inventário A gestão administrativa de stocks engloba todos os conhecimentos ao nível das quantidades e valor das existências da empresa, para apoiar alguns departamentos que precisem desses valores como a contabilidade e a tesouraria. A gestão da movimentação do inventário é portanto de grande importância. A determinação da prioridade dos lotes a consumir ou vender pode ser feita através de diferentes ferramentas, sendo que algumas também servem como fórmulas para a valorização do inventário. A sua utilização pretende diminuir os lead times e racionalizar os níveis de inventários necessários para o funcionamento ótimo da empresa. Para Aquiliano, Chase e Davies (2001), os movimentos do stock devem estar concebidos de forma a assegurar o inventário contabilístico permanente, apoiado no registo válido das entradas e saídas de modo a permitir conhecer as existências em quantidade e valor durante o

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exercício. Para tal ser possível, a empresa precisa de gerir de uma forma eficiente a receção de mercadorias, ter registo das movimentações dos produtos, controlo contabilístico dos stocks e uma boa gestão do reabastecimento da empresa. (Santos, 2011) No âmbito da gestão operacional das existências, uma das tarefas mais importantes é a definição do valor da rubrica de custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas (CMVMC), que representa precisamente o custo dos bens que a empresa vende (no caso das mercadorias) ou consome durante o processo produtivo (no caso das matérias). Muitas vezes, a determinação deste custo é de difícil execução, designadamente quando se verifica uma grande diversidade de produtos transacionados pela empresa em causa e um constante movimento de entrada e saída de existências em armazém. Neste contexto, existem, de acordo com o SNC, vários métodos de custeio das saídas de armazém, sendo o FIFO e Custo Médio Ponderado os mais utilizados. Estes métodos têm como base a entrada das existências ao custo histórico, ou seja, ao custo de aquisição. (Infopedia, 2016) As fórmulas LIFO e FEFO não podem ser usadas como método de custeio pelo SNC, mas podem ser usadas para a determinação da ordem das saídas das matérias ou produtos. O método de custeio pelo custo médio ponderado não pode ser utilizado como método de determinação da ordem de saída dos produtos do armazém/ loja. FIFO O FIFO (First in first out) é um método de mensuração e custeio, aprovado pelo SNC Português, das saída de mercadorias em que as primeiras existências a entrar em armazém são também as primeiras a sair, pelo que as existências remanescentes ficam sempre valoradas aos preços mais recentes. (NCRF 18 - Inventários, 2009) Assim sendo, a utilização deste método em períodos de inflação elevada pode provocar uma sobreavaliação dos resultados, na medida em que as saídas são valoradas a preços inferiores aos das existências. Em contrapartida, a utilização deste método em épocas de deflação tem o efeito inverso, resultando numa possível subavaliação dos resultados, na medida em que as saídas são valoradas a preços superiores. (Santos, 2011) LIFO Por sua vez, o LIFO (Last in First out) parte da utilização do lote mais recente para a definição do valor do custo de saída das existências. Assim, enquanto as saídas são valoradas

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aos preços mais recentes, as existências em stock ficam valoradas aos preços mais antigos. A utilização do LIFO é adequada especialmente em épocas de elevada inflação, na medida em que as saídas são valoradas a preços mais reais e não se sobreavaliam os lucros ou resultados. (Santos, 2011) FEFO O FEFO (First expired first out) é uma fórmula para a saída de mercadorias que tem em consideração o seu prazo de validade, e não a ordem de receção. Este conceito, pela sua natureza, é muito utilizado nas indústrias alimentar, agroalimentar, de bebidas e farmacêuticas, visto ser o processo mais aconselhado para bens rapidamente perecíveis. (Santos, 2011) É o método de gestão de produtos farmacêuticos aconselhado pela Organização Mundial de Saúde, principalmente para vacinas, no manual “Guide to Good Storage Practices for Pharmaceuticals” e consequentemente, o método adotado pelos sistemas de saúde de diversos países. (WHO, 2015) Comparação das fórmulas de determinação da ordem de saída dos inventários Fórmula Rotatividade Perecibilidade Exemplos de Aplicação FIFO Elevada Indiferente Alimentar Papel Tintas LIFO Média/ Baixa Baixa Automóveis FEFO Média Elevada Alimentar Agroalimentar Cosméticos Farmacêuticos Assim, o critério de FIFO deve ser utilizado quando os materiais ou produtos em armazém têm uma rotatividade elevada, de tal modo que a perecibilidade destes se torna indiferente, isto é, o prazo de validade nunca é atingido, ainda dentro do armazém/ loja. A sua utilização deve ser evitada em períodos de elevada inflação. Este método é mais intuitivo e fácil de aplicar, e está presente em diversos softwares de gestão de armazéns. (Software Advice, 2016)

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Por outro lado, o FEFO deve ser utilizado quando esse prazo pode ser atingido ainda dentro do armazém ou loja, quer porque a rotatividade do produto é baixa, quer porque o período de vida útil ser curto. Com a aplicação desta ferramenta de gestão evitam-se perdas por diminuição na qualidade, deterioração ou decomposição dos produtos. Esta ferramenta não é ainda incluída em todos os sistemas informáticos de gestão de armazéns, o que condiciona a sua aplicabilidade. (Software Advice, 2016) (PHC, 2013) O LIFO deve ser utilizado quando o tempo de armazenagem não influencia a qualidade do produto, e em períodos ou de pouca oscilação de preços, ou elevada inflação. (Software Advice, 2016) Guia de Boas Práticas na Distribuição, na Europa O guia europeu das boas práticas na distribuição foi atualizado em 2013 (Ref: 2013/C 68/01). No capítulo referente às operações, entre muitas outras alterações (como a necessidade de guias de transporte, ou de autorizações especiais para o transporte de medicamentos), impõe-se a alteração do uso de stock seguindo a fórmula FEFO, em substituição da FIFO. (Inspiredpharma, 2013) Importância do uso da data de validade Os consumidores atuais estão cada vez mais atentos às datas de validade, já que estas são entendidas como mais do que um requisito legal, mas também como um certificado da “frescura” e segurança do produto. Um estudo conduzido por Software Advise sobre os hábitos de compras de produtos alimentares concluiu que aproximadamente 92% dos consumidores verifica a data de validade dos produtos, e que destes, cerca de 42% não compra produtos com data de validade a expirar numa semana ou menos. Assim a adoção do método FEFO pode tornar-se numa vantagem competitiva para as empresas de venda e de distribuição. (Software Advice, 2016)

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Considerações finais Após a pesquisa bibliográfica sobre a temática do uso do FEFO, fiquei, por um lado, a conhecer melhor esta ferramenta, e por outro a entender a sua importância para a gestão em geral, e para a logística em particular. Esta técnica demonstra ser mais eficaz na prevenção de gastos desnecessários com a armazenagem por diminuição das perdas de matérias-primas e produtos. Ainda, a crescente preocupação quer das autoridades quer dos consumidores com as datas de validade demonstram a importância desta ferramenta. Por outro lado, o facto de ainda não ser parte das ferramentas base de todos os sistemas informáticos de gestão de armazéns condiciona o seu uso.

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Bibliografia Infopedia. (2016). FIFO. Obtido em 9 de Janeiro de 2016, de http://www.infopedia.pt/$fifo-%28first-

in-first-out%29 Inspiredpharma. (2013). update-to-eus-good-distrubution-practice-guidelines. Obtido em 17 de

Janeiro de 2016, de Inspiredpharma.com: http://inspiredpharma.com/2013/03/13/update-to-eus-good-distrubution-practice-guidelines/

NCRF 18 - Inventários. (2009). Sistema de Normalização Contabilistica. Obtido em 6 de Janeiro de 2016

PHC. (2013). Gestão de Lotes por data de validade. Obtido em 11 de Janeiro de 2016, de PHC: http://www.phc.pt/portal/programs/ewpview.aspx?codigo=IDIR130911

Santos, N. (2011). A Logistica na Industria do Ovo. Obtido em 6 de Janeiro de 2016, de https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=5&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiT3Ivh2LbKAhWFxIMKHXADALEQFgg4MAQ&url=https%3A%2F%2Festudogeral.sib.uc.pt%2Fbitstream%2F10316%2F18113%2F1%2FRelat%25C3%25B3rio%2520-%2520A%2520log%25C3%25ADstica%2520

Software Advice. (2016). fefo-warehouse-software-food-distribution. Obtido em 11 de Janeiro de 2016, de softwareadvice: http://www.softwareadvice.com/resources/fefo-warehouse-software-food-distribution/

Universidade do Minho. (2005). Obtido em 3 de Janeiro de 2016, de Gestão de Inventários: Introdução: http://pessoais.dps.uminho.pt/sameiro/Docs_io/2sem/stocks_T.pdf

WHO. (2015). Documentos de Medicina. Obtido em 4 de Janeiro de 2016, de http://apps.who.int/medicinedocs/en/d/Js4882e/12.html