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Caso Diva. Agravo Regimental.[1]

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AGRAVO REGIMENTAL, PEDIDO DE SUSPENSÃO DE EXECUÇÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA.

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1

EXMA. DESª. PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA

BAHIA – TJBA.

DIVA CORDEIRO DA COSTA PIMENTEL, brasileira, solteira,

médica, residente e domiciliada na Rua Portugal, nº. 144, no bairro Abel Barbosa, CEP

48605-240, na cidade de Paulo Afonso, deste mesmo estado, portadora do CPF do MF de

nº. 819.003.684-04, por seu advogado infra-firmado e constituído na forma do mandato de fl.

11 dos autos copiados e em anexo, regularmente inscrito na OAB e no CPF do MF,

estabelecido na Rua Santos Dumont, s/n, CEP 48.602-500, Centro, na mesma cidade retro

citada, onde receberá as comunicações processuais, com fundamento no art. 15, “caput”, da

Lei nº. 12.016, de 07.08.2009, publicada no DOU de 10.08.2009 c.c. o art. 319 do RITJBA e

arts. 3º e 499 do CPC, nos autos do PEDIDO DE SUSPENSÃO DE EXECUÇÃO DE

MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA de iniciativa do MUNICÍPIO DE

PAULO AFONSO , de nº. 48517-2/2009, como terceiro interessado, vem interpor o presente

AGRAVO REGIMENTAL , nos termos das inclusas razões.

J. A.

P. Deferimento.

Salvador, 24 de agosto de 2009.

Antonio Fernando Dantas Montalvão.

OAB.Sec.-BA 4425.

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2 PROC. 48517-2/2009.

NATUREZA – Suspensão de Execução de Limi9nar em Mandado de segurança.

RECURSO – Agravo regimental.

AGRAVANTE – Diva Cordeiro da Costa Pimentel – 3º Interessado.

AGRAVADO – Município de Paulo Afonso.

RAZÕES DO REGIMENTAL.

MM. DESª. PRESIDENTE.

1. DO PRAZO.

A r. decisão atacada de regimento foi publicada no DPJ, edição de

20.08, e como o prazo para interposição do recurso é de 05 dias, “caput” do art. 15 da Nova

Lei do Mandado de Segurança, o termo final recai no dia de hoje, 3ª feira, 25, restando o

presente como tempestivo.

2. DA LEGITMIDADE PARA AGRAVAR.

A Agravante participou do Concurso Público promovido pelo

Município de Paulo Afonso e convocado pelo EDITAL DE Nº. 001/2008, datado de

30.01.2008, no qual, concorreu para o cargo de Médico Pediatra , sendo classificada,

aprovada, e convocada para apresentar os documentos exigidos pelo ato convocatório,

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3 pelo que deveria ser nomeada e empossada depois de ultrapassado o período da vedação

eleitoral, ou seja, a partir de 01.01.2009.

Empossado o novo Prefeito Municipal em 01.01.2009, ele se omitiu

em nomeá-la e empossá-la, não somente a Agravante, como também, todos os

concursados classificados e aprovados para o número de vagas, razão pela qual demandou

perante o Juízo da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Paulo Afonso com ação

sumária constitucional, a teor do art. 5º, LXIX, da CF, onde lhe foi deferida medida liminar,

autos de nº. 051/2009 . Cópia anexa.

O nosso ordenamento processual civil dispõe no seu art. 3º que para

propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade e o mesmo diploma

processual, no art. 499, admite a interposição de recurso pelo 3º interessado, condicionando

apenas ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu i nteresse de

intervir e a relação jurídica submetida à apreciaçã o judicial , § 1º do artigo último citado.

A Nova Lei do Mandado de Segurança -, de nº. 12.016/2009 -, no

seu art. 15, § 5º, prevê que “as liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser

suspensas em uma única decisão, podendo o president e do tribunal estender os

efeitos da suspensão a liminares supervenientes, me diante simples aditamento do

pedido original ”, e acontecendo, a liminar deferida em favor da Agravante também terá

seus efeitos suspensos até o trânsito em julgado da segurança requerida.

Reside no § 5º do art. 15 da lei nº. 12.016, a legitimidade e o

interesse da Agravante para interpor o presente regimental, posto que, a teor da norma

acima citada, poderá vir sofrer os efeitos da r. decisão atacada, já que em seu favor houve

deferimento de medida liminar.

3. DA ADEQUAÇÃO PROCESSUAL.

O agravo regimental tem sua adequação processual no art. 15,

“caput”, da Lei nº. 12.016, e art. 319 do RITJBA.

4. DA DECISÃO AGRAVADA DE REGIMENTO.

Insurge-se a Agravante contra a r. decisão da lavra de V.Exa., nos

autos do Pedido de Suspensão de execução de Medida Liminar e m Mandado de

segurança formulado pelo Município de Paulo Afonso, de nº. 48517-2/2009, que sobrestou

a execução da medida liminar deferida em sede do Mandado de Segurança impetrado na

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4 Vara da Fazenda Pública da Comarca de Paulo Afonso, onde são Impetrantes Arnaldo

Rodrigues de Alcântara e outros, de nº. 2766927-1/2009 (030/2009).

Na motivação e na conclusão da r. decisão monocrática atacada de

regimento, encontramos:

“É O R E L A T Ó R I O

4.0.0 Infere-se, dos autos, que o aludido concurso público

fora deflagrado pelo ex-gestor municipal e, diante da

existência de fortes indícios de gravíssimas irregularidades, o

atual prefeito baixou o Decreto nº. 3.658/2009, constituindo

uma comissão para avaliar a legalidade do certame.

4.1.0 As irregularidades apuradas envolvem a realização do

concurso em ano eleitoral, sem observância do interstício

legal; o fato de que edital não teria sido publicado no Diário

Oficial dos Municípios, tampouco em outros órgãos da

imprensa oficial, além de, supostamente, “um seleto grupo de

221candidatos, em um universo de 1867” haver tido a

oportunidade de escolher o cargo para o qual concorreriam,

no momento da realização da prova, “quando já se tinha

conhecimento, até porque divulgado, da relação

candidato/vaga.”

5.0.0 Diante da existência de tão graves indícios, que, no

mínimo, apontam a ocorrência de séria afronta ao princípio

da impessoalidade, capaz de ensejar a nulidade do

concurso, o atual prefeito municipal agiu com acerto e a

devida cautela, ao instituir comissão para apuração das

ilegalidades apontadas, antes de dar início às nomeações

dos aprovados, protegendo , em última instância, o

interesse público .

6.0.0 Nessa ordem de idéias, forçoso é concluir-se que a

liminar objurgada , ao determinar a nomeação do impetrante

no cargo para o qual fora aprovado, desconsiderando o

grave quadro fático relativo à legalidade do concur so em

referência , de conhecimento geral da sociedade de Paulo

Afonso, ofende a ordem pública .

6.1.0 Por outro lado, deve-se considerar, ainda, o risco de

grave lesão à economia municipal, dado o efeito

multiplicador do decisum , uma vez que, segundo afirma o

requerente, existem 1.864 (mil oitocentos e sessenta e

quatro) cargos a serem preenchidos, podendo vir a ser

ajuizadas, portanto, inúmeras outras ações mandamentais

com idêntico objeto.

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5 7.0.0 Isso posto, presentes os requisitos autorizantes do

acolhimento do pleito, defere-se o pedido de suspensão

dos efeitos da liminar concedida no Mandado de

Segurança nº. 2766927-1/2009 (030/2009).

8.0.0 Comunique-se, por ofício, ao Juiz da causa.

9.0.0 Publique-se.”

5. FUNDAMENTOS DO REGIMENTAL.

Quando do deferimento da suspensividade requerida pela

Municipalidade, V. Exa, na fundamentação, articulou: a) possível ocorrência de fraude na

realização do concurso público promovido pelo Município de Paulo Afonso; b) efeito

multiplicador por ensejar as liminares nomeação de 1800 servidores.

5.1. OS FATOS.

O Município de Paulo Afonso para regularizar seu quadro de

servidores e atender o disposto no art. 37, II, da CF, desde que por mais de 20 anos não era

realizado concurso público, bem como cumprir os TCAs firmados com o Ministério Público

Estadual, pelo EDITAL DE Nº. 001/2008, datado de 30.01.2008, convocou a realização de

concurso público para o provimento dos cargos efetivos da Prefeitura Municipal e

discriminados nos Anexos do Ato Convocatório, constante dos autos acostados da ação

mandamental.

Para realização do concurso público e finalidade de dar maior

transparência, o Município convidou para acompanhá-lo, a sociedade organizada por

diversos de seus segmentos, além do acompanhamento pari passu, pelo parquet Estadual,

culminando com a realização dele.

Em razão do impedimento para nomeações no período eleitoral por

força do art. 73, V, da Lei nº. 9.504, de 30.09.1997, o Prefeito da época convocou os

classificados aprovados para apresentar os documentos exigidos pelo Edital Convocatório,

para que o novo Prefeito promovesse a nomeação e posse deles.

O atual Prefeito, com preterição , deixou de nomear e empossar os

candidatos aprovados e classificados para as vagas definidas, para em seu lugar, nomear

1.125 servidores correligionários, sem concurso público, entre janeiro e o mês em curso,

mantendo um total de 2.054 servidores públicos admitidos sem concurso pú blico.

Incorrendo, portanto, em ato de improbidade administrativa, a teor do art. 37, §§ 2º e 4º, da

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6 CF, e art. 11 da Lei de Improbidade Administrativa - nº. 8.429/1992. O § 2º do art. 37 da CF

tem o seguinte teor:

§ 2º - A não-observância do disposto nos incisos II e III

implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade

responsável, nos termos da lei.

Em face da omissão da Autoridade Municipal em nomear e

empossar os concursados classificados e aprovados para o número de vagas previstas no

Edital de Convocação, mantendo 2.054 servidores contratados, foi impetrado um total de 15

mandados de segurança no Juízo da Vara da Fazenda Pública, , nos quais, em bela lição, o

MM Juiz Titular deferiu medidas liminares com espelho na jurisprudência predominante do

STJ.

Contra as medidas liminares deferida, o Município interpôs recursos

de agravo de instrumentos num total de 14, sendo que deles, 13 não foram conhecidos ou

se conhecido negado provimento.

Negados ou extintos os agravos de instrumento, por via obliqua, o

Município, mediante Pedido de Suspensão de Execução de Medida Liminar e m

Mandado de Segurança , pretende obter o direito negado, a suspensão dos efeitos das

medidas liminares, sob alegação de fraude na realização do concurso público.

Na r. decisão agravada, V.Exa. acolheu a discussão posta,

apreciando o mérito das ações, hipótese incabível, ao dizer:

“4.1.0 As irregularidades apuradas envolvem a

realização do concurso em ano eleitoral, sem

observância do interstício legal; o fato de que edital não

teria sido publicado no Diário Oficial dos Municípios,

tampouco em outros órgãos da imprensa oficial, além

de, supostamente, “um seleto grupo de 221candidatos,

em um universo de 1867” haver tido a oportunidade de

escolher o cargo para o qual concorreriam, no momento

da realização da prova, “quando já se tinha

conhecimento, até porque divulgado, da relação

candidato/vaga.”

Manter a suspensão da liminar deferida, com possibilidade de ser

ampliada sobre todas liminares deferidas, art. 15, § 5º, da LMS, proporcionará a mantença

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7 do estado de ilegalidade em Paulo Afonso, em face das constantes contratações

irregulares de servidores públicos, com finalidade de manter o status quo político, com

preterição dos concursados.

5.2. DE MÉRITO.

5.2.1. SUSPENSÃO DE LIMINAR. VIA ESTREITA.

IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DO MÉRITO DAS

DEMANDAS.

No enunciado do art. 15, “caput”, da Lei nº. 12.016, encontramos:

“Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público

interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão

à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas , o

presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do

respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada , a

execução da liminar e da sentença, ......(grifos)”.

A fundamentação expendida quando da prolação da r. decisão

agravada de regimento, se acolheu, a título de fundamentação, a afirmação feita pela

municipalidade, de possíveis irregularidades na realização do concurso público convocado

pelo EDITAL DE Nº. 001/2008

O pedido de suspensão de execução de decisão judicial é também

regulado pelo art. 4º da Lei n. 8.437/1992, norma de natureza restritiva, onde não cabe

apreciação do mérito das demandas em curso.

Dois seriam os caminhos para a Municipalidade: a) promover

Processo Administrativo onde fosse assegurado aos concursados o devido processo e a

ampla defesa, art. 5º, LIV e LV, da CF; b) propor ação ordinária anulatória de ato

administrativo com pedido de antecipação de tutela , chamando no feito os concursados

e o Ministério Público, em razão do interesse público.

Nenhuma das medidas foi tomada e as indicações de fraude são

levantamentos unilaterais e fantasiosos, não servindo para suspensão de execução de

medida liminar, que, no caso específico, se mantida, leva ao descrédito do Poder Judiciário

perante a comum idade local e proporciona a municipalidade manter permanente quadro de

ilegalidade e atentado ao princípio da moralidade pública, violando-se os mais elementares

princípios de direito constitucional e desnaturando a ação mandamental.

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8 A suspensão da execução da liminar como postado, revela-se

abusiva e desfundamentada, “data venia”, nula, portanto, porque em desacordo com o art.

4º da Lei n. 8.437/1992, e art. 15, “caput”, da Lei nº. 12.016.

A suspensividade como deferida vai de encontro à jurisprudência

predominante do STJ, tão bem postada pelo eminente Min. Humberto Gomes de Barros, no

AgRg na SUSPENSÃO DE LIMINAR E DE SENTENÇA Nº 845 – PE, decisão de

29.05.2008, publicada no DJ de 23.06.2008, cuja ementa é a seguinte:

“AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE LIMINAR. LESÃO

À ORDEM E ECONOMIA PÚBLICAS NÃO DEMONSTRADA.

- O potencial lesivo à ordem pública e econômica deve ser

demonstrado de forma inequívoca. Precedentes. - Não se admite suspensão louvada apenas em suposta

ameaça de grave lesão à ordem jurídica . Precedentes.”

Lesão a ordem jurídica e possível fraude no concurso público não

servem como fundamento para pedido de suspensão de execução de liminar. No sentido, da

bela lição trazida pelo eminente Ministro Min. Humberto Gomes de Barros, extrai-se:

“2. Nesta sede, cabe tão-só examinar-se acerca da ocorrência

ou não de possível lesão aos bens jurídicos tutelados pelo art.

4º da Lei n. 8.437/1992, quais sejam, a ordem, a saúde, a

segurança e a economia públicas.

Entre esses valores protegidos, não se encontra a ordem

jurídica, conforme entendimento pacificado desta Corte, in

verbis: “a expedita via da suspensão de segurança não é

própria para a apreciação de lesão à ordem jurídica. É

inadmissível, ante a sistemática de distribuição de

competências do Judiciário brasileiro, a Presidência arvorar-se

em instância revisora das decisões emanadas dos Tribunais de

Justiça e dos Tribunais Regionais Federais .” (AgRg na SS nº

1.302/PA, rel. Min. Nilson Naves, entre outros). Dessa forma, é

inviável, neste feito, o exame da alegada violação do art. 526

c/c o 557 do CPC.

Em sede de suspensão, também, não há espaço para debates

acerca de questão de mérito, como, no caso, a controvérsia

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9 sobre a possibilidade ou não do bloqueio de bens em foco,

que deve ser discutida nas vias próprias.

Nesse sentido: “Não se admite, na via excepcional da

suspensão, discussão sobre o mérito da controvérsia, eis que

não se trata de instância recursal, devendo os argumentos que

não infirmem a ocorrência de grave lesão à ordem, à economia,

à saúde e à segurança públicas ser analisados nas vias

recursais ordinárias ” (AgRg na SS n. 1.355/DF, relator Ministro

Edson Vidigal).

No mais, o requerente não logrou demonstrar, concretamente,

o potencial lesivo do decisório atacado. Alegações genéricas

não se mostram suficientes para justificar o deferimento da

medida excepcional ora apresentada.

O STJ não atende pedido de suspensão louvado apenas em

grave lesão à ordem jurídica. Nesse sentido: AgRg na SLS

782/BARROS MONTEIRO, AgRg na SLS 114/VIDIGAL e AgRg

na SS 1.302/NAVES.

Para o êxito do pedido de suspensão, não é suficiente a

afirmação de que a manutenção da decisão atacada pode

causar grave lesão à economia e ordem públicas. Cabe ao

requerente comprovar essa ameaça a alguns dos bens

relacionados no Art. 4º da Lei 4.348/64. É o que diz nossa

jurisprudência: AgRg na SLS 770/BARROS MONTEIRO, AgRg

na SLS 744/BARROS MONTEIRO, AgRg na SLS

350/BARROS MONTEIRO, AgRg na SLS 127/VIDIGAL, AgRg

na SLS 191/VIDIGAL, dentre outros.

No caso, não há demonstração precisa, tampouco provas, de

que a ordem pública e econômica foram gravemente

prejudicadas pela decisão que ora se pretende suspender. Era

imprescindível a comprovação do potencial lesivo que a medida

causará às finanças do Estado.

Não bastasse, o STJ não admite, na via excepcional da

suspensão, discussão sobre o mérito da controvérsia , eis

que não se trata de instância recursal. AgRg na SS

1355/VIDIGAL. Assim, não se pode discutir sobre a

possibilidade ou não do bloqueio dos bens do intere ssado.

O tema deve ser discutido nas vias próprias (grifo).”

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10 A via estreita do pedido de suspensão de Liminar não serve para

apreçar o mérito das demandas pendentes. No sentido:

"2. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no

sentido de que, na suspensão de Segurança, de que tratam os

artigos 4º da Lei n. 4.348/64, de 26-6-94, 294 do RISTF, e 25

da Lei n. 8.038, de 28-5-1990, compatíveis, todos com a

Constituição de 1988. O Presidente não examina as

questões da causa, na qual foi a segurança deferida grifo)."

(RTJ 144/98)14.”

O mesmo Min. Humberto Gomes de Barros, no AgRg na SLS 856 /

CE, decisão de 27.11.2008, , publicada no DJ de 12.02.12009, voltou a manifestar:

“SUSPENSÃO DE LIMINAR. REQUISITOS. AUSÊNCIA.

1 - A suspensão de liminar exige para o seu deferimento a

demonstração inequívoca de ser a execução da medida lesiva

à ordem, à saúde, à segurança ou à economia públicas.

2 - Mera e unilateral declaração de que a decisão possa causar

situação de grave risco ao interesse público não satisfaz os

requisitos do art. 4º da Lei nº 4.348/1964.

3 - Agravo regimental não provido.”

O eminente Min. César Asfor no pedido de Suspensão de Liminar nº,

nº. 2.0141, em decisão recente, manifestou o seguinte entendimento:

no pedido de Suspensão de Suspensão de o STJ entendeu:

“A nomeação de candidato garantida por Mandado de

Segurança não gera lesão à ordem pública capaz de

suspender a decisão . O entendimento é do presidente do

Superior Tribunal de Justiça, ministro Cesar Asfor Rocha.”

O entendimento do STF é o mesmo do STJ, quanto à

excepcionalidade e a limitação da Suspensão de execução de Liminar, conforme

entendimento do eminente Ministro Celso de Melo na SS 1233/PA, publicada no DJ de

02.02.1998:

“Impõe-se ressaltar, por necessário, que, na análise do

pedido de suspensão de segurança, não se examina, e m

princípio, o mérito da causa mandamental, devendo a

apreciação jurisdicional limitar-se aos aspectos

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11 concernentes à potencialidade lesiva do ato decisór io

impugnado sobre a ordem, a saúde, a segurança e a

economia públicas (grifo) (RTJ 125/904, Rel. Min. RAFAEL

MAYER - RTJ 140/366, Rel. Min. SYDNEY SANCHES - RTJ

143/23, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA.

..............................................................................

Quero acentuar, neste ponto, ante as razões já

precedentemente expostas, que interpreto de maneira

estrita a norma consubstanciada no art. 4º da Lei n º

4.348/64, recusando-me - sempre em obséquio à garan tia

superior representada pelo remédio constitucional d o

mandado de segurança - a frustrar-lhe a eficácia ju rídica e

a converter o pedido de medida de contracautela em

verdadeiro (e inaceitável) sucedâneo recursal, dest inado a

rediscutir, prematuramente, no âmbito do Supremo

Tribunal Federal, teses ainda dependentes de resolu ção

em instância jurisdicional inferior (grifo). Somente situações

extraordinárias - cuja ocorrência não vislumbro na espécie -

podem justificar a medida radical fundada no art. 4º da Lei nº

4.348/64, cabendo ter presente, neste ponto, a grave

advertência contida no magistério de HELY LOPES

MEIRELLES, para quem, "Sendo a suspensão da liminar ou

dos efeitos da sentença uma providência drástica e

excepcional, só se justifica quando a decisão possa afetar de

tal modo a ordem pública, a economia, a saúde ou qualquer

outro interesse da coletividade, que aconselhe sua sustação

até o julgamento final do mandado" ("Mandado de Segurança,

Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção e

Habeas Data", p. 61/62, 14ª ed., 1992, Malheiros - grifei).

Sendo assim, indefiro o pedido ora formulado pelo Estado do

Pará. Arquivem-se os presentes autos. Publique-se. Brasília,

15 de dezembro de l997. Ministro CELSO DE MELLO

Presidente.”

O Município depois das tentativas de cassar as liminares em recurso

próprio, agravo de instrumento, formulou pedido de suspensão da liminar como sucedâneo

dos recursos frustrados, buscando atribuir efeitos infringentes, o que não tem guarida nos

textos que regulamentam o pedido de suspensão de execução de sentença ou de liminar.

A então Presidente do STF, Minª. Ellen Gracie, ao negar o pedido

de Efeito Suspensivo de iniciativa da União, SS 203, decisão de 12.02.2008, na parte

conclusiva, repudiou o pedido como sucedâneo de recurso ao dizer:

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12 “Percebe-se, ademais, no presente pedido de suspensão de

liminar, nítido caráter recursal infringente, o que não se

coaduna com esta estreita via suspensiva, nos termos do

mencionado art. 4º da Lei 8.437/92 e da iterativa jurisprudência

desta Corte (Suspensões de Liminares 14/MG, rel. Min.

Maurício Corrêa, DJ 03.10.2003; 80/SP, rel. Min. Nelson Jobim,

DJ 19.10.2005; 98/SP e 56-AgR/DF, por mim relatadas, DJ

1º.02.2006 e 23.6.2006; e na Suspensão de Segurança

2.900/DF, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 24.3.2006).”

A concepção da doutrina majoritária, na qual se insere Lucia Valle

Figueiredo, enfatiza a impossibilidade de apreciação do mérito pelo Presidente do Tribunal:

"Ora, a legalidade da decisão, matéria de mérito, somente

pode ser conhecida em sede de apelação, ou, então, em

mandado de segurança contra ato judicial ou, quando for o

caso, em agravo de instrumento, nos termos da Lei 9.139, de

30.11.95, ou, ainda, na cautelar a ser requerida diretamente

aos Tribunais. Não é, pois, o caso de ser examinada pelo

presidente do tribunal."16 Teori Albino Zavaski adota idêntico

posicionamento, asseverando que as questões processuais ou

de mérito não são analisadas quando da apreciação do pedido

de suspensão: "Portanto, no pedido de suspensão não se

examinam ´as questões processuais ou o mérito da causa´,

que é domínio reservado ao juízo recursal, mas tão-somente a

presença ou não dos pressupostos essenciais que dão ensejo

à suspensão." 17 Refere-se, em nota de rodapé, à

jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: "Nesse sentido é

uniforme a jurisprudência do STF, como pode ver, entre outros,

dos seguintes precedentes: RTJ 125/904; 144/98; 147/512 e

149/727.

Não se vislumbra na espécie, lesão a ordem pública, pressuposto

para obtenção da suspensividade da execução da liminar, não podendo se confundir lesão a

ordem jurídica com lesão a ordem pública, como aconteceu na r. decisão hostilizada de

Regimental.

Tal como postada a r. decisão hostilizada pelo regimental, resulta ela

como desfundamentada, com manifesta violação ao art. 93, IX, da Carta Federal, que exige

que toda decisão seja fundamentada. A fundamentação dissociada da ordem jurídica é

decisão desfundamentada, gerando a sua nulidade.

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13 5.2.2. FRAUDE. INOCRRÊNCIA. CONCURSO REALIZADO

SOB FISCALIZAÇÃO DA SOCIEDADE ORGANIZADA.

A suposta fraude na realização do concurso público de iniciativa do

Município de Paulo Afonso para provimento dos cargos efetivos, na gestão anterior, não

tem sede para discussão em pedido de suspensão de execução de liminar em

mandado de segurança , isso porque, o ente administrativo provocador do pedido de

suspensão deverá demonstrar que a decisão deferida em mandado de segurança ou

decisão análoga, causou grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à econo mia

públicas , o que não fez, e a discussão da ocorrência de fraude a macular o concurso

público não serve como fundamentação para deferimento do pedido suspensivo, eis porque

se diz que a decisão é nula por falta de fundamentação.

Da r. decisão é feita a transcrição:

“6.0.0 Nessa ordem de idéias, forçoso é concluir-se que a

liminar objurgada , ao determinar a nomeação do impetrante

no cargo para o qual fora aprovado, desconsiderando o grave

quadro fático relativo à legalidade do concurso em

referência , de conhecimento geral da sociedade de Paulo

Afonso, ofende a ordem pública .”

Sobre a ocorrência de possíveis irregularidades na realização do

concurso público, o contraponto a afirmativa da eminente Desª. Presidente, manifestado,

vem da própria sociedade organizada acompanhadora da realização do concurso público,

que, por suas entidades, fez publicar a seguinte Nota Pública:

“OAB – CREA/BA – APLB – ASCOPA – ABO – CROBA - SINE RGIA

NOTA PÚBLICA

As entidades OAB (Ordem dos Advogados do Brasil/Subseção de Paulo Afonso), CREA/BA

(Conselho Regional de Arquitetura, Engenharia e Agronomia), APLB (Sindicato dos

Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia), ASCOPA (Associação Comercial de

Paulo Afonso), ABO (Associação Brasileira de Odontologia), CROBA (Conselho Regional

de Odontologia da Bahia) e SINERGIA (Sindicato dos Eletricitários da Bahia), nomeadas

pelo Decreto Municipal nº 3.571/2007 para integrar a Comissão de Acompanhamento do

Concurso Público 01/2007, promovido pela Prefeitura Municipal de Paulo Afonso, vem a

público prestar os seguintes esclarecimentos:

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14 1- Representando a sociedade civil do nosso Município, a Comissão acompanhou

juntamente com o Ministério Público todas as fases do Concurso Público nº 01/2007

(observou os lacres dos envelopes que continham as provas, acompanhou a

abertura dos referidos envelopes e também acompanhou a leitura dos cartões de

resposta).

2- Em nenhum momento das fases acima, foram identificados elementos que

pudessem ensejar a nulidade dos atos praticados.

3- Até a presente data, as citadas entidades representativas, não receberam qualquer

convite da Prefeitura Municipal, visando conhecer algum tipo de irregularidade

identificado pela atual gestão.

4- Os representantes que integram a Comissão, colocam-se à disposição do

Município, para auxiliar naquilo que for da competência e atribuição de cada

entidade, objetivando a total transparência do processo.

As instituições que fazem parte da Comissão, reiteram o firme

propósito de continuarem trabalhando em conjunto, visando a concretização do Concurso

Público nº 01/2007, bem como pelo respeito e fiel cumprimento do princípio constitucional

dos direitos adquiridos, consagrado no art. 5º, inciso XXXVI da Constituição.

Paulo Afonso/BA, 03 de março de 2009.

OAB-ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

José Fernandes Neto

CREA/BA-CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETUR A E AGRONOMIA Marcos Souza Dantas

APLB-SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO EST ADO DA BAHIA

Esmeralda Patriota

ASCOPA-ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE PAULO AFONSO

Auriany de Menezes Dias

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA Antonio Simões de Souza

CROBA-CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA DA BAHIA

Guiarone Garibaldi Santiago de Melo

SINERGIA-SINDICATO DOS ELETRICITÁRIOS DA BAHIA Luiz Vieira Sandes”

5.2.3. EFEITO MULTIPLICADOR. INOCORRÊNCIA.

POSSIBILIDADE DE MANTENÇA DE PERMANENTE

ESTADO DE ILEGALIDADE.

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15 O argumento do efeito multiplicador não se assenta para

fundamentar o deferimento da Suspensão, pois, se o número de concursados aptos para

nomeação é de 1.800, o Município, ao arrepio da lei, mantém em seu quadro de pessoal

2.054 servidores contratados , sendo que do total, o atual Prefeito entre janeiro e o

corrente mês, contratou 1.125.

Os cargos foram criados por lei e o Município necessita dos

concursados para prestação dos serviços públicos. Não se opera efeito multiplicador na

espécie em face do Município manter 2.054 servidores contratados, enquanto o número de

aprovados foi de 1.800, número inferior aos dos contratados e que serão substituídos pelos

nomeados.

O efeito multiplicador somente se apresentaria se não houvesse Lei

Orçamentária prevendo despesas com pagamento de pessoal e, por outro lado, nenhum

acréscimo de despesas haverá, uma vez que realizado o concurso público, os servidores

contratados irregularmente serão demitidos e em seu lugar nomeados os concursados.

5.2.4. APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. DIREITO A

NOMEAÇÃO DO CANDIDATO CLASSIFICADO E

APROVADO.

A CF no art. 37, II, exige que a admissão de servidor no serviço

público se processe mediante concurso público, penalizando, a Carta Federal, o

Administrador Público que haja em desacordo com os incisos II e III do mesmo artigo citado,

a teor do seu § 2º.

O ex-prefeito promoveu o concurso como meio moralizador da vida

pública municipal, para atender a ordem constitucional, art. 37, II, da CF, e cumprir os TACs

firmados com o Ministério Público.

Já o deferimento das liminares buscou proteger o direito líquido e

certo dos concursados classificados e aprovados, dentro da orientação jurisprudencial do E.

STJ:

“CONCURSO PÚBLICO. NOMEAÇÃO. ATO VINCULADO .

É dever da Administração Pública nomear os candidatos

aprovados para as vagas oferecidas no edital do concurso.

Com a veiculação em edital de que a Administração necessita

prover determinado número de vagas, a nomeação e posse,

que seriam, a princípio, atos discricionários, tornam-se

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16 vinculados, gerando, em conseqüência, direito subjetivo para

o candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no

edital. Precedentes citados: RMS 15.420-PR; RMS 15.345-GO,

DJ 24/4/2007, e RMS 15.034-RS, DJ 29/3/2004. RMS 19.478-

SP, Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 6/5/2008.”

O STJ, em decisão anunciada na página Notícias da Corte, de

08.02.2008, assim se manifestou:

"Candidato aprovado dentro das vagas previstas no ed ital

tem direito à nomeação .

O candidato aprovado em concurso público dentro do número

de vagas previstas em edital possui direito líquido e certo à

nomeação. A decisão, que muda o entendimento jurídico sobre

o tema, é da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça

(STJ). Por maioria, os ministros entenderam que o instrumento

convocatório (edital), uma vez veiculado, constitui-se em ato

discricionário da Administração Pública, ensejando, em

contrapartida, direito subjetivo à nomeação e à posse para os

candidatos aprovados e classificados dentro do número de

vagas previstas no edital.”

Noutra decisão, o mesmo STJ, 5ª Turma, no ROMS 19.924, rel. Min.

Arnaldo Esteves Lima, a Corte determinou a Fazenda Pública do Estado de São Paulo a

nomear candidata aprovada em concurso para o cargo de oficial de justiça de Itanhaém e o

Min. Relatou consignou:

“... o candidato aprovado em concurso público tem expectativa

de direito à nomeação e isso se transforma em direito

subjetivo .”

A nossa Corte Estadual em reiterados julgados, assimilando a

orientação jurisprudencial do STJ, passou a entender que a aprovação em concurso

público gera direito subjetivo do aprovado ser nomeado e empossado, dentro do número

de vagas estabelecidas pelo Edital Convocatório: MS-75138-5/2008, Tribunal Pleno, relª.

Desª. Rosita Falcão de Almeida, j. de 24.04.2009; MS – 10081-8/2009, Tribunal Pleno, rel.

o eminente Des. José Cícero Landim Neto, j. de 23.07.2009; MS-74795-2/2008, Tribunal

Pleno, relª. A Desª. Rosita falcão de Almeida Maia, j. de 24.04.2009; AG 45427-8/2008, 2ª

C.Cívl, rel. o Des. Edmilson Jathay Junior, j. de 10.02.2009;

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17 A admissão de servidor no serviço público somente poderá ocorrer

mediante concurso público, inciso II do art. 37 da CF, e “a não-observância do disposto nos

incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos

da lei, respondendo o administrador público por improbidade administrativa, § 4º.

Se mantida a r. decisão deferitória da suspensão da liminar não

somente estará contrariando frontalmente a norma que trata da suspensão de execução

de sentença ou de liminar, e estará se validando todas as contratações ilegais da atual

Administração Municipal de Paulo Afonso e autorizando ao Prefeito Municipal a continuar

com tais contratações, em detrimento do interesse público e da moralidade

administrativa .

PELO EXPOSTO, requer:

a) O recebimento e processamento do presente regimental,

porque demonstrada a legitimidade processual da Agravante;

b) que V. Exa. reconsidere a r. decisão deferitória da Suspensão

da Execução da Medida Liminar, indeferindo o pedido da Municipalidade;

c) caso mantida a r. decisão hostilizada, que seja o presente

levado a mesa de julgamento do Pleno da Corte na primeira Sessão em seguida,

esperando-se o provimento do recurso para revogar a suspensão deferida e indeferir o

pedido formulado pela Municipalidade, por ser medida de

J U S T I Ç A.

J. A.

P. Deferimento.

De Paulo Afonso para Salvador, 25 de agosto de 2009.

Antonio Fernando Dantas Montalvão.

OAB.Sec.-BA 4425

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18

DOCUMENTOS COLADOS:

a) Cópia da r. decisão Agravada de Regimento;

b) Cópia na íntegra dos autos do mandado de segurança onde a Agravante obteve

provimento liminar;

c) Cópia na Nota Publica das entidades de Paulo Afonso;

d) relação dos servidores contratados da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso extraída do

site do TCM-BA, onde consta datas de admissão, cargo e salário;

.