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A crise nos Estados Unidos é um desdobramento da crise financeira internacional precipitada pela falência do tradicional banco de investimento Lehman Brothers, seguida pela maior seguradora dos EUA, a American International Group, que em um efeito domino começou a derrubar outras grandes instituições financeiras. Porém o governo norte-americano se recusou a oferecer garantias para que o banco inglês Barclays adquirisse o controle do Lehman Brothers, e preocupado com o efeito da falência dessa poderosa instituição financeira nos mercados financeiros do mundo, resolveu injetar oitenta e cinco bilhões de dólares do dinheiro público na AIG, mas, em poucas semanas, a crise norte-americana já tinha afetado várias empresas do mundo, com perdas colossais em seus balanços financeiros, o que agravou ainda mais a situação. O que é a divida Assim como outros países, os EUA também emitem títulos do Tesouro (Treasuries), para financiar as atividades do governo federal. Os Treasuries são considerados os títulos mais seguros do mundo e, por isso, atraem muitos investidores. Para quem os EUA devem Brasil, Japão, Reino Unido, os países exportadores de petróleo, que detêm 32% dos títulos da dívida pública; e a China, maior credor dos EUA com US$ 1,1 trilhão em bônus. CONSEQUENCIAS

Crise eua

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A crise nos Estados Unidos é um desdobramento da crise financeira internacional

precipitada pela falência do tradicional banco de investimento Lehman Brothers,

seguida pela maior seguradora dos EUA, a American International Group, que em um

efeito domino começou a derrubar outras grandes instituições financeiras.

Porém o governo norte-americano se recusou a oferecer garantias para que o banco

inglês Barclays adquirisse o controle do Lehman Brothers, e preocupado com o efeito

da falência dessa poderosa instituição financeira nos mercados financeiros do mundo,

resolveu injetar oitenta e cinco bilhões de dólares do dinheiro público na AIG, mas, em

poucas semanas, a crise norte-americana já tinha afetado várias empresas do mundo,

com perdas colossais em seus balanços financeiros, o que agravou ainda mais a

situação.

O que é a divida

Assim como outros países, os EUA também emitem títulos do Tesouro (Treasuries),

para financiar as atividades do governo federal.

Os Treasuries são considerados os títulos mais seguros do mundo e, por isso, atraem

muitos investidores.

Para quem os EUA devem

Brasil, Japão, Reino Unido, os países exportadores de petróleo, que detêm 32% dos

títulos da dívida pública; e a China, maior credor dos EUA com US$ 1,1 trilhão em

bônus.

CONSEQUENCIAS

Brasil

Um eventual calote do país que é considerado o pagador mais seguro do mundo teria

grandes efeitos ao mundo. No Brasil, por exemplo, encareceria o custo de

financiamento para bancos e empresas brasileiras, valorizaria o dólar e aumentaria o

preço dos importados, o que geraria inflação, consequentemente causando o aumento

dos juros para controlar os preços.

Alem de que no Brasil, as empresas Sadia, Aracruz Celulose e Votorantim anunciaram

perdas bilionárias.

Mundo

Em outubro de 2008, a Alemanha, a Áustria, a França, os Países Baixos e a Itália

anunciaram pacotes, que somam 1,17 trilhões de euros, em ajuda aos seus sistemas

financeiros. O PIB da Zona do Euro teve uma queda de 1,5% no quarto trimestre de

2008, em relação ao trimestre anterior, a maior contração da história da economia do

Euro.

Mas como tudo tem um lado bom, as emissões de CO² na União Européia foram

reduzidas em 6% em 2008 em decorrência da crise.

O COMEÇO

Tudo começou em 2001, quando o presidente da Reserva Federal Americana, Alan

Greenspan, decidiu orientar investimentos para o setor imobiliário, adotando uma

política de juros muito baixos e reduzindo as despesas financeiras, incitando uma

clientela cada vez maior a investir em imóveis, principalmente através da Fannie Mae e

da Freddie .

Isto aumentou a procura por hipotecas, ou seja, os americanos pediam dinheiro

emprestado aos bancos dando como garantia de pagamento as suas próprias casas.

Usavam este dinheiro para consumir mais e, inclusive, comprar mais de uma casa, já

que compravam barato hoje, para num futuro, revender por um preço maior e lucrar

com a diferença.

Logo as empresas hipotecárias começaram a emprestar dinheiro para uma classe de

mau-pagadores e mesmo de inadimplentes. Neste caso os juros pelo risco eram maior, o

que garante maiores lucros para a empresa que empresta o dinheiro.

Como o governo garantia os investimentos feitos por essas duas empresas. Então

Bancos de vários países, atraídos pelas garantias, acabaram emprestando dinheiro às

imobiliárias, comprando Treasuries da Fannie Mae e da Freddie Mac, permitindo que os

EUA sugassem da poupança mundial muito mais do que produzia.

Porem a Reserva Federal Americana precisou aumentar os juros, logo o consumo

diminuiu, o que fez o preço dos imóveis começarem a cair.

Assim, os bancos que emprestavam dinheiro entre si começaram a negar esses

empréstimos, pois um não sabia se o outro conseguiria pagar, já que estava com aqueles

títulos de mau-pagadores. Com isso, o valor dos títulos em hipotecas despencou e o juro

no empréstimo interbancário aumentou.

Acontece que as pessoas e empresas precisavam retirar dinheiro do banco, que muitas

vezes, sem ter dinheiro próprio suficiente, precisavam de crédito para cobrir

temporariamente esta despesa. Com este crédito restrito devido aos altos juros, os

bancos não conseguiam garantir dinheiro para essas pessoas e empresas.

Daí os Bancos Centrais entram injetando dinheiro a juros baixos para garantir dinheiro

no caixa dos bancos. Se isso não resolver, a solução é abrir falência ou tentar que

alguém compre o banco e garanta dinheiro no caixa. Diversos bancos tradicionais

acabam sendo incorporados por outros ainda maiores, numa tentativa de evitar uma

quebradeira e, pior, uma crise aonde todos iriam aos seus bancos retirar seus dinheiros e

aí todos os bancos quebrariam de uma só vez.

Essa decisão de injetar dinheiro nesses setores em risco endividou não só os EUA, mas

de outros países que hoje enfrentam problemas com a dívida, por exemplo, Grécia,

Irlanda e Itália.

Outro problema: se você perde seu dinheiro, você não compra se não há consumo, há

menos dinheiro circulando, criando uma bola de neve.

Em 2006 as quebras de instituições de crédito dos EUA, principalmente do tradicional

banco de investimento Lehman Brothers, arrasaram vários bancos e repercutiram

fortemente nas bolsas de valores do mundo. A crise foi revelada ao público a partir de

fevereiro de 2007, começando a Crise econômica de 2008.