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Plantio. p•••• ld.ncla do Tribunal de Justiça do Estado de Rond6nla SuspensAo de segurança Requerente: Municlpio de Porto Velho Requeridas : Três Marias Transporte Ltda, Transporte Coletivo Rio Macieira Ltda. Relator: Oes. Eurico Montenegro Junior Trata-se de suspendo de segurança oposta pelo Munlclpio de Porto Velho em faca de Três Marias Transporte Ltda e Transporte Coletivo Rio Madeira Ltda. Narra o municlplo requerente que o Prefeito municipal editou o Decreto Munrcipal n. 13.84212015, que "Declara a caducidade do coiltrato de ConcessAo Pública Municipal de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Porto Velho, outorgada ao Consórcio Vale do Guapor6 e suas respectivas consorciadas .." Afinna, a seguir, que o Chefe do ExecutIvo editou outro Decreto (de n. 13.84812015), que 'Oisp6e sobra o processo de cadastramento de Pessoa Jurldlca de Veículos Automotores a serem utilizados na ExpIoraçIo de Unhas do sistema de Transporte de OnlbUsColetivo Urbano na Cidade de Porto Velho, em Edital de chamamento público em Caráter Emergencial.." . Aduz o requerente que, em faca de tal cenário, as empresas requeridas ajuizaram açlo cautelar perante a 2" vara da fazenda pública de capital, objetivando restaurar o contrato extinto (por caducidade) pelo Decreto Municipal 13.84212015, ao fundamento, ainda, da exlst6ncia de relaçAo jurldica, a qual estaria, inclusive, sendo discutida em sede de outras demandas judiciais. Assevera que o magistrado de primeiro grau concedeu a liminar almejada para •••..".,,_ oa efeItoa do Decreto n. 13."2115, .,. decido uHerlor, detemJlrHIIIdo 110 Munlclplo de Porto velho, que s• ....,."",. de Incidir oa efeItoS,..cIs6r1os, mantendo-ae 8 orl~ na l"fIfI/W do contmo de conceuIo.". Neste contexto, opôe, agora, o presente expediente a fim de obter a "suspendo da liminar concedida pelo MM. Juiz da 2 8 Vara da Fazenda Pública desta Comarca", ao fundamento de que a citada decido imp6e grave !lclaImentll__ dlgll8l"""""" 111OS12011 17:21:!lI ccnlllrme MP rf' 2.200-2i2001 de 24108/2001. •••• _: EURICO IIONTENEBIlO JUNlOR:fOfOO77 NOmero V_ 2IIOO.OOOG.OOOO.30IUAIo-7U7 PfIg. 1 de 6

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Plantio. p•••• ld.ncla do Tribunal de Justiça do Estado de Rond6nla

SuspensAo de segurançaRequerente: Municlpio de Porto VelhoRequeridas : Três Marias Transporte Ltda, Transporte Coletivo Rio MacieiraLtda.Relator: Oes. Eurico Montenegro Junior

Trata-se de suspendo de segurança oposta pelo Munlclpio dePorto Velho em faca de Três Marias Transporte Ltda e Transporte Coletivo RioMadeira Ltda.

Narra o municlplo requerente que o Prefeito municipal editou oDecreto Munrcipal n. 13.84212015, que "Declara a caducidade do coiltrato deConcessAo Pública Municipal de Transporte Coletivo Urbano de Passageirosde Porto Velho, outorgada ao Consórcio Vale do Guapor6 e suas respectivasconsorciadas .."

Afinna, a seguir, que o Chefe do ExecutIvo editou outro Decreto(de n. 13.84812015), que 'Oisp6e sobra o processo de cadastramento dePessoa Jurldlca de Veículos Automotores a serem utilizados na ExpIoraçIo deUnhas do sistema de Transporte de OnlbUsColetivo Urbano na Cidade dePorto Velho, em Edital de chamamento público em Caráter Emergencial.." .

Aduz o requerente que, em faca de tal cenário, as empresasrequeridas ajuizaram açlo cautelar perante a 2" vara da fazenda pública decapital, objetivando restaurar o contrato extinto (por caducidade) pelo DecretoMunicipal 13.84212015, ao fundamento, ainda, da exlst6ncia de relaçAojurldica, a qual estaria, inclusive, sendo discutida em sede de outras demandasjudiciais.

Assevera que o magistrado de primeiro grau concedeu a liminaralmejada para •••..".,,_ oa efeItoa do Decreto n. 13."2115, .,. decidouHerlor, detemJlrHIIIdo 110 Munlclplo de Porto velho, que s• ....,."",. deIncidir oa efeItoS,..cIs6r1os, mantendo-ae 8 orl~ na l"fIfI/W docontmo de conceuIo.".

Neste contexto, opôe, agora, o presente expediente a fim deobter a "suspendo da liminar concedida pelo MM. Juiz da 28 Vara da FazendaPública desta Comarca", ao fundamento de que a citada decido imp6e grave

!lclaImentll__ dlgll8l"""""" 111OS12011 17:21:!lI ccnlllrme MP rf' 2.200-2i2001 de 24108/2001.•••• _: EURICO IIONTENEBIlO JUNlOR:fOfOO77NOmeroV_ 2IIOO.OOOG.OOOO.30IUAIo-7U7

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ledo à ordem e à economia pública, na medida em que, por impedir acontinuidade da IicltaçAo para novas concess6es públicaS, (cuja audiência serealizaria hoje às 09:00 hs), afetaria toda o sistema de transporte urbano dacidade, e consequentemente, toda a populaçlo da capital.

Requer a suspendo da liminar concedida pelo MM Juiz da 'J.8Vara da Fazenda Pública, além da declaraçAo de que os efeItoS da suspendodeferida perdurem até o trênsito em julgado da açlo, a teor do disposto no 590do art. 4 ° da L. 8.437/92, com a redaçlo dada pela MP n° 2.180-3512001.

É o que se tinha a relatar.

Decido.

saliento, inicialmente, que atuo nos autos face a aus6nciajustificada do Presidente da Corte, Des. Rowilson Teixeira, bem como ante oimpedimento de seu substituto legal, o Vice-Presidente, Des. AlexandreMiguel.

Pois bem.

Culda-se de suspenslo de liminar e sobre o tema convém trazera baila alguns conceitos.

A suspenslo de segurança, contida tanto no art. 15 da Lei nO12.016109, quanto no art. 4.° da Lei 8.437/92, possibilita a suspendo dequalquer decislo liminar, inclusive a antecipatória de tutela, pelo presidente dotribunal competente para conhecer.

E sobre o conteúdo deste instituto, anota o prot" Jorge TadeoGoffi Flaquer Scartezini:

"..,0 pedido de suspendo possui natureza de incidentepl'QC8SSualpreventivo, já que se manifesta através do surgimentode uma questAo pl'QC8SSualque pode ser arguida mediantedefesa impeditiva pela Fazenda Pública. ~ tlpico incidenteprocessual voluntário que deve ser suscitado por parteslegitimamente interessadas, dirigido ao Presidente do Tribunal aoqual couber o respectivo recurso. É fato que o pedido desuspendo depende da existência de um processo anterior o quelhe dá contomo acessório ou secundário, elemento básico detodo incidenta processual.. .•(autor citado in Suspendo de Segurança, Editora RT, 2014)

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Neste compasso, importa dizer que o deferimento da suspenaAoda liminar pretendida cuida.• de providência absolutamente excepcional. ou,utIlizando-se das precisas palavraa de Hely Lopes Meirelles. "pmto •••WJMdO da IImlnar ou doi "'"U '" !!rJ1InC' umt !H!tVId4ncII~t.G U IUlC#fIcIllUIrd9 • ,,"""o 9"" """ dat;jijêii a_cl, • ICOnomll, • ,,49'1 gu pyr'putr oqflpIn ÇGIíiVIdâdí que .""""" fUI ,.,.,.. Ifí o IWqtmtnto""" da leio".

E mais, importa em afirmar que inexiste instruçAo ou apreciaçAode pedido contraposto, consumando-se em si mesmo com a prolaçAo dadecislio pelo Órglo Julgador (Presidente).

Veja-se o que estabelece a Lei 8.437192:

Att. •••Compttt 80 prwld!tOCI dq frlbullll.lO qual .",.,. o~mento dq m'P""'YP. ctCIIIH, "m"""" tm~fwKftmtnfIdo. • l!ICUdo da UtnInac OM'C1'"movld8, ÇOIJfrI o POder Públlçq pu U" 'PtIIfII, •=ru:tlii",1p do""",,*,0 p81it:o ou "'Pu'a luddlcl dediííiêô _Ica I•••••••••• ." eMa .IIIIIJ"-. #""'7"p4b/Iç9 ou di "P'11Ú8 IJW1ItImldIdt, • "'A IV"" flI'IDíi=iõ i ordtm, • sa4de, • UflUIIIJ9' •• IC9DpmIt mWlre'U. JW/CI-SI odlapOlfO lJtIte láIgO • ""Çf proftI1d4~ da acIo c"""" 'nomt""", nq SC"M de~". na leio cNt' púbI'Çf. _ nIo ClIIJIlfIdaMI/uIqtdo.

~ 2" O Presidente do Tribunal poderá ouvir o autor e o MinistérioPúblico, em setenta e duas horas.

5 3. Do despacho que conceder ou negar a suspenslio, caberáagravo, no prazo de cinco dias, que será levado a julgamento nasesslio seguinte a sua interposiçAo.

[...]5 9" A suspendo deferida pelo Presidente do Tribunal vigoraráaté o trlnslto em julgado da decislio de mérito na açAo principal.(g.n)

Extrai-se que o expediente da suspendo de liminar (segurança

DocumontDo_odo digltlll_ em 1_5 17:21:55 conformeMP li" 2.200-212001de :wo6I2OO1._ ••_, EtIIlICO IIONTSIEGRO JfJIIIOR:101«JT7Nwn••••V_cedor: 2000.0000._ :ill53.H35-TUT

~.3de6

ou sentença) é de caráter meramente polltico, conveniente ao juizodiscricionário do Presidente da respectiva Corte Estadual.

Neste sentido:

EMBARGOS DE DECLARAçAo. PROCESSUAL CML.PREQUESTlONAMENTO DE DISPOSmVo CONSTITUCIONAL.ANALISE DE MA~RIA CONSTITUCIONAL. COMprnNCIADO STF. MEDIDA CAUTELAR. ACORDA0 EM PEDIDO DESUSPENSÃO DE SEGURANÇA. DECISÃO COM NATUREZAPOLITICA. NÃo CABIMENTO DO APELO EXTREMO.OMISSÃO INEXISTENTE.[...15. Ademais, o SEI"do artigo 4° da Lei nO8.437192 é Imperativo aoafirmar que "a interposlçlo do agravo de instrumento contraliminar concedida nas açOell movidas contra o Poder PClblicoeseus agentes nAo prejudica nem condiciona o julgamento dopedido de suspendo a que se refere este artigo", ou seja, oalcance do recurso de agravo de Instrumento e da suspendo desegurança do distintos, urna vez que nessa C1ltlma,o PMIdt"do Tribunal .orce", lulzo PIo IIItI'III1IIÂ l"rldJco. !DM~ rlzo polltlco. _!dIOdo ••• a==- idi ordem.• MO. • '"UADCi • •,,_ Dia IUlM.' ou 01091 ".,.,. d.

dtc!llo l"dlc"l.6. NAo hOlNe análise do fato superveniente alegado, a umaporque tal fato (exist6ncia do Decreto nO33.556112) nAo é novo,datado de 1° de março de 2012, a duas porque o recursoespecial sequer foi conhecido, o que Impediria a análise de talponto. Mesmo que assim nAo fosse, o referido Decretodetermina a continuidade da prestaçlo de serviços de transportecoletivo pClblico.durante o periodo de transiçlo para as novasconcessões. enquanto o objeto do recurso especial li bemdistinto: pretende-ae que a linhas atualmente operadas pelarecorrente sejam simplesmente excluldas da Iicitaçlo,invlablllzando o certame. Desse forma, o "fato novo" nioinfluenciaria em nada o julgamento dos autos.7. Por melo dos aclaratórlos, é n[tida a pretendo da parteembargante em provocar rejulgamento da cause. situaçlo que.na .Inexistêneiadas hipóteses previstas no art. 535 do CPC, não é.compatlvel com o recurso protocolado.8. Embargos de declarsçlo rejeitados.(STJ • EDcI no REsp 1379717/DF, ReI. Ministro MAURO

Documonlo_.- dIil- em 111011201117:21:Jl1 conformeMP ri' 2.200-212001 de ~1 ....-: EURICO IIONT11iNaRO JUNIOR:11tf0l117N6IMro V••••• c.do."": 2OOOJJQOO.OOOO aol3~""7127

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CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em07/1112013, DJe 18/1112013).

Dito isso, verifica-se que a açlo originária é uma cautelar, compedido de liminar, proposta pelas empresa. permissionária. de TransportesColetivos desta Capital, em face do Municlplo de Porto Velho, que instaurouprocedimento administratIVo com a finalidade de declarar a caducidade desues concess6es e que resultou na ediçlo do Decreto Municipal nO 13.842, de24 de abril de 2015, extinguido o contrato de concess6es.

Sustente o requerente que a decisIo reclarrtada ofenderia àordem administrativa, uma vez que já foi deflagrado processo de seleç10 denovo empresu interessadas em assumir o sistema atual de transportes, alémde afronter a segurança jurldica, afetar a credibilidade das decls6esadministrativas devidamente motivadas, sem contar na manutençAo deserviço de péssima qualidade ao usuário.

Acrescenta qua a manutençAo da decido combatidacaracterizaria, também, uma grave Ieslo à ordem e à Economia Pública, umavez que existe um débito vultoso de tributos municipais do concessionáriasjunto ao Municlpio.

Desde logo, diga-ee que, em tese, a AdminlstraçAo Pública podeunilateralmente, por razoes de Interesse público, por melo de ato devidamentemotivado, rescindir seus contratos, ressalvado, por .6bvio o direito doconcessionário de pleitear indenizaçlo pelos. prejulz(IS comprovados quehouver sofrido (art. 58, 11, c/c arts. 78 e 79, I da Lei 8.866J93).

sem dÚVida,a liminar concedida com o revlgoramento da eficáciajurldica do contrato com o cons6rclo atual, prejudicaria a seleçlo de novasempresas, que, na certa, nlo terlo interesse em partlclpar do processo deseleÇlo, já aberto e com audiência de credenciamento. marcado para estadata. .

Estou com o MM Juiz de Primeiro grau, quando assinala que aprofuslo de aç6es judiciais, envolvendo a relaçao de concesslo objeto dacaducidade, comporta ponderaçlo do Juizo, entrtJanto. a meu sentir, essedeve ser levado.em conta em favor dos usuários do serviço público, que. temdireito a um serviço adequado, o que me parece nlo tem sido atendido pelasatuais empresas. Estas, por sua vez, têm direito ao proseguimento das açllesproposto para se verem ressarcidas dos prejulzos, que por ventura tenhamtido ou venham a sofrer em decorrência da rescislo do contrato..

DocumenlD_.-dlgl1lllmenleem lt1OS/201517:21:55 conIorme MP n' 2.200-212001 de24lll6l2OO1....-a, EllRlCO IION7&NEGRO J1JNIOR:1011J077N_roV.~-":2OOO.0aa0.~71Z7

PlIg. 5 deS

"

Pelo exposto. com arrImO no art. 40 da lei no 8.437/92,suspendo a liminar concedida pelo MM Juiz da ,.. Vara da FazendaPíabllca desta Capital. que suspendeu os efeitos do Decreto Municipal no13.842116. at6 o Julgamento do m6r1to da açlo principal (art. 9" da Lei8437/92).

Sem custas e honorários face a natureza do incidente.

Intimem-se. Dê-se dAneia ao Juizo da causa.

Porto Velho-RO, 18 de maio de 2015.

Desembargador Eurico Montllnegro Jíanlorno Impedimento do Presidente e do Vice-Presidente.

oac:umen1<>_~ dlgltalmenll em 18I08I2011 17:21:11 contonne MP n" 2.200-212001 de 2Wll/2OO1.__ lo; I!IJRICO.ON7ENEGRO JUNIOR:11111N1T7NIlmero Vlllllc8dor. 2000.0000.0000.3013.1131-7127

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