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Universidade Lusíada de Lisboa Licenciatura em Psicologia
2.º ano/ Turma PLPsicologia da Personalidade
Regente: Prof.ª Dra. Maria Leonor Balancho
“A minha vida é a história de um inconsciente que se auto - realizou. Tudo nele busca uma manifestação externa e a personalidade também deseja sair dos seus estados inconscientes”
- Carl Jung -
Carl Gustav Jung• Nasceu no dia 26 de julho de 1875, em Kesswil, Suíça.• A sua infância foi marcada e afetada por questões religiosas
e espirituais, influenciando o seu trabalho.• Em 1905, Jung tornou-se professor de psiquiatria da
Universidade de Zurich, ocupando na mesma época o cargo de médico psiquiatra.
• Em 1921, Jung publicou o seu trabalho principal, “Tipos Psicológicos”.– que trata o relacionamento entre o consciente e o
inconsciente e propõe os tipos de personalidade: introvertido e extrovertido.
• Morreu no dia 06 junho de 1961, em Kusnacht, na Suíça.
Diferenças
FREUD JUNG Associação livre Condução/ orientação do discurso do paciente Analista atrás do paciente (divã)
Analista em frente do paciente
Analista apenas observador e ouvinte (sem interferência)
Relação terapêutica de analista/ paciente
Utilização apenas de discurso verbal
Expressões artísticas (desenhos, pinturas, argilas); Amplificação (associação da mitologia e contos de fadas ao discurso do paciente); Imaginação ativa (interação dos conteúdos do inconsciente através da sua personificação); Caixa de areia (manusear areia seca ou molhada e criar miniaturas num ambiente livre e protegido, que desenvolvem a personalidade).
Natureza do inconsciente é visto como um repositório de memórias e pulsões negadas e reprimidas da consciência desde o nascimento até à morte da pessoa.
Além disto, acrescentou o inconsciente coletivo. As imagens dos sonhos e das fantasias manifestam-se de forma “incompreensível”, porque o inconsciente comunica de forma simbólica, pois não possui as ferramentas necessárias.
Líbido uma energia psíquica que direcciona o sujeito na busca de prazer e relacionada com fenómenos psicossexuais.
Líbido não tem somente esta natureza sexual, manifesta-se por qualquer necessidade do indivíduo em qualquer momento (fome, sede, intelectualização, etc.).
Objetivo não era a cura completa. Era entender traumas infantis e abrandar sintomas.
Objectivo da análise era a individuação (levar os indivíduos ao centro do seu interior, o self).
Opostos, Equivalência e Entropia
Os contributos da Psicologia Analítica de Jung
• A PSIQUE– A personalidade como um todo é denominada psique.
Todos os pensamentos, sentimentos e comportamentos são abrangidos pela psique, tanto os conscientes como os inconscientes.
– Distingue-se em três níveis: a consciência, o inconsciente pessoal e coletivo.
1. A Consciência– Jung denominou quatro funções mentais: pensamento,
sentimento, sensação e intuição.– E duas atitudes, que determinam a orientação
consciente: a introversão e extroversão.
2. O Inconsciente Pessoal– Espécie de recipiente que contém todas as
atividades psíquicas e os conteúdos que não se harmonizam com a individuação ou com a função consciente.
3. O Inconsciente Coletivo– Os conteúdos do inconsciente coletivo nunca foram
conscientes no período de vida de um indivíduo.– São inatos, de natureza universal, o quer isto dizer
que são arquétipos.
• ARQUÉTIPOS
– São bases filogenéticas e instintivas da raça humana que foram herdadas pela psique devido às experiências repetidas que as pessoas foram tendo durante toda a história da humanidade.
– Os arquétipos que se caracterizam mais nitidamente são os que mais frequente e intensamente afetam o “Eu”.
– São exemplos de arquétipos:- a persona, a sombra, a anima, o animus e o self.
Persona– É a máscara usada pelo indivíduo em resposta às
solicitações da convenção e da tradição social e às suas próprias necessidades arquetípicas internas.
– Somente através da persona é que o indivíduo consegue adaptar-se ao mundo.
A Sombra– Na sombra estariam contidos os aspetos que a criança
reprimiu em si para que tivesse a aceitação que desejava, fazendo só as coisas que saberia que receberia aprovação social.
– Contém aspetos que a própria pessoa considera negativos, ou aspetos que desconhece.
Anima e Animus Anima É a parte interior feminina da psique do homem.
Animus É a parte interior masculina da psique da mulher, dando equilíbrio do sistema psíquico, uma vez que compensam a atitude masculina ou feminina da consciência.
Self É a unidade e harmonia da personalidade total.
A realização do self está no futuro sendo uma meta dificilmente alcançável. O Self é uma força motivadora.
• AS FUNÇÕESa) Funções irracionais
Define-se pelas duas maneiras possíveis de receber informação sobre algo, ou seja, qual a maneira que preferimos receber informações do meio. Há duas formas possíveis:
• Ou diretamente dos órgãos dos sentidos;•Ou criando uma ideia concreta sobre a informação. Sendo assim temos a sensação e a intuição
- SensaçãoPrivilegia as informações recebidas pelos órgãos dos sentidos. É a
função que nos diz que algo existe. - IntuiçãoVai além da perceção (sensação), procura os significados, relações e
possibilidades futuras das informações recebidas. A função intuição está associada a um tipo de perceção que antevê possibilidades de acontecimentos. Corresponde aos pressentimentos, palpites e impressões.
b) Funções racionaisSão definidas como funções que determinam dois modos possíveis
de tomada de posição. Qual a maneira que preferem avaliar as informações recebidas do meio ambiente e tomar decisões. Há duas possibilidades:
• Ou através de uma análise lógica e racional• Ou através de uma avaliação valorativa pessoal.Sendo assim temos o pensamento e o sentimento.
- PensamentoO pensamento discrimina, julga e classifica os fenómenos a partir da
lógica da razão, de forma a avaliar objetivamente os “prós” e “contras” da natureza desses mesmos fenómenos. Nomeia e conceitua os objetos.
- SentimentoSentimento faz a avaliação dos fenómenos a partir de uma dimensão
valorativa (se são agradáveis ou não). Julga pela lógica de valores pessoais
O conceito de sentimento não deve ser confundido com os conceitos de emoção e afeto. A emoção é um afeto de grande intensidade de energia chegando a alterar funções orgânicas.
c) Funções : principal, auxiliar, terciária e inferiorJung também estruturou quatro outras funções, a combinação dessas funções resulta numa equilibrada abordagem do mundo para o indivíduo. Ninguém desenvolve no entanto de forma igual todas as quatro funções. Cada indivíduo tem uma função dominante.
- Função PrincipalÉ a mais desenvolvida pelo sujeito e é usada de forma consciente.
Semelhante à lateralidade. A função principal pode manifestar-se de maneira introvertida ou extrovertida.
- Função AuxiliarSegunda mais desenvolvida, também utilizada de forma consciente e
auxilia a função principal, oferecendo um segundo ponto de vista a ser considerado e contribuirá para uma compreensão mais ampla de uma situação qualquer.
- Função TerciáriaPossui um desenvolvimento rudimentar, age num plano mais inconsciente.
- Função InferiorMais indiferenciada, menos desenvolvida, permanece num plano quase que exclusivamente inconsciente, corresponde ao lado sombrio da personalidade e constitui a porta de acesso ao inconsciente. Representa o nosso lado não desenvolvido. A principal característica é a autonomia, pois ela não está subordinada à autoridade da consciência (ego) e por isso mesmo pode agir de maneira independente da vontade da pessoa e prejudicar sensivelmente os planos desta.
O mais importante da tipologia de Jung é não nos fixarmos no tipo, mas no dinamismo da psique, pois a tipologia não é estrutural, mas sim funcional e fenomenológica.
A prática na Clínica Junguiana• É psicanalítica, pois trabalha com o inconsciente.
• É muito semelhante à prática de Freud- Introdução do Inconsciente coletivo.
• Defende que a psique é autorreguladora, procurando a organização mesmo em estados caóticos.
• A manifestação do inconsciente (pessoal ou coletivo) e o trabalho do mesmo, não funciona apenas para resolver conflitos.
• O inconsciente tem o objetivo de:-desenvolver todas as potencialidades do indivíduo-mobilizar a consciência-e procurar o desenvolvimento como um todo (a individuação).
• Jung foi considerado místico e não levado a sério pela comunidade científica por estudar este tipo de assuntos.
• Os junguianos utilizam muitas técnicas expressivas para auxiliar o discurso e a manifestação do inconsciente:
- expressões corporais como a dança,- os desenhos,- modelagem,- trabalho com o barro, etc... • A abordagem junguiana tem como objetivo:- a busca da individuação.- mas, respeitando a capacidade do ego do paciente em lidar
com o seu inconsciente e também a intenção dele.
• A abordagem junguiana não prioriza tanto o diagnóstico, o mais importante é como ela vai lidar e organizar-se diante daquilo, e qual o significado que aquilo tem para a pessoa.
– Caminho para o real.
– O sonho como preparação para o futuro.
– O sonho como ato compensatório e elemento de equilíbrio.
– Estudo através de sucessivas associações até encontrar um elemento comum que explicasse a origem do problema.
Jung e os Sonhos
BibliografiaHall, L. (1973). Teoria analítica de Jung, cap.3 In: Teorias da
personalidade, ed. Pedagógica e universitária ltda., Sao Paulo.
Jung, C. G. (1921/1923). General description of the types. Chapter 10 of Psychological types (H.G. Bayes,Trans.). (Original work published 1921) .
Martinho, J. (2001). Freud & Companhia. Coimbra: Almedina.
Reis, Magalhães, Gonçalves (1984). Carl Jung e a Psicologia Analítica, cap.2 In: Teorias da personalidade, ed. Pedagógica e universitária ltda., São Paulo.
Schultz D., Schultz S. (2006). Carl Jung, cap.3 In: Teorias da Pesonalidade, ed. Thomson Learning Edições Ltda, São Paulo.
www. psicologia.pt
Trabalho realizado por: Ana Almeida n.º 11000713 Catarina Filipe n.º 11003514
Mónica Silva n.º 11008014