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A fé cristã primitiva

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Carlos Martins Nabeto

A FÉ CRISTÃ PRIMITIVA Coletânea de Sentenças Patrísticas

2ª Edição - Revista e Ampliada

Paradosis / Clube de Autores

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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto

Direitos Autorais do Autor

NABETO, Carlos Martins. 1969-

A Fé Cristã: Coletânea de Sentenças Patrísticas. Volume Único. São Paulo-SP: Clube de Autores, 2012 (2ª edição revista e ampliada, A4, 697 páginas).

Registrado na Fundação Biblioteca Nacional sob o nº 361.898, Livro 669, fls. 58.

1. Catolicismo; 2. Patrística; 3. Patrologia; 4. Literatura cristã primitiva. I. Título

CDD – 281.1

Índices para Catálogo Sistemático:

1. Literatura cristã primitiva 281.1

2. Padres da Igreja: literatura cristã primitiva 281.1

3. Escritores eclesiásticos: literatura cristã primitiva 281.1

4. Patrística 281.1

5. Patrologia 281.1

Arte da Capa: Carlos Eduardo Campos dos Anjos

ícone russo de Cristo Pantokrator entre os anjos Miguel e Gabriel

+NIHIL OBSTAT

Pe.Dr. Caetano Rizzi - Vigário Judicial

Santos-SP, 31 de janeiro de 2012 (”memória de São João Bosco”).

+IMPRIMATUR

Conforme o cânon 827, §3, do Código de Direito Canônico, autorizo a publicação desta obra.

+D.Jacyr Francisco Braido - Bispo Diocesano de Santos

Santos-SP, 03 de fevereiro de 2012.

Esta compilação, ora ampliada e devidamente registrada perante as autoridades civis e eclesiásticas, é o resultado de mais de dez anos de pesquisas e muitas horas de trabalho para sua organização e editoração final.

© 2005-2012. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfilmáticos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos, Internet, e-books ou outros, sem prévia autorização por escrito do autor. Vedada a memorização e/ou recuperação total ou parcial em qualquer sistema de processamento de dados e a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer programa juscibernético. Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal, cf. Lei no 6.895, de 17.12.1980), com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (artigos 102, 103 parágrafo único, 104, 105, 106 e 107 itens 1, 2 e 3, da Lei no 9.610, de 19.06.1998 [Lei dos Direitos Autorais]).

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Apresentação da Edição Revista e Ampliada

Trata esta obra das sentenças apresentadas pelos Padres da Igreja em diversas fases do Período Patrístico. A amplitude do trabalho merece destaque dada à dedicação e pesquisa que, acredito, podem ajudar-nos no conhecimento e aprimoramento.

O trabalho apresenta um conjunto valioso de informações e se torna ainda mais ampliado nesta 2ª edição.

A dedicatoriedade nos estudos dos Padres da Igreja hoje, com a ajuda de diversos peritos, possibilita conhecermos a atividade e o período em que tais sentenças foram apresentadas e aplicadas.

Nos seis livros que compõem este trabalho nos é apresentado, de forma sistemática, uma pesquisa favorecedora e possibilitadora.

Nesta Apresentação quero apenas motivar a proposta em alguns aspectos presentes e que beneficiará aqueles que fizerem uso destas fontes: a proposta é atualizante, torna-se atual e, por conseguinte, trás a novidade na continuidade.

Atualizante, pois torna presente, de forma envolvente, as sentenças apresentadas nas diversas fases em que a Igreja como instituição se fundamenta. É atual, pois torna convidativo o saber da fé; e é a novidade continuada como a busca que devemos fazer para poder evangelizar os tempos exigentes que somos convidados como cristãos a viver.

Acredito que esta obra é um beneficio para aqueles que acompanham o estudo desenvolvido por Carlos Martins Nabeto.

Santos-SP, 09 de Agosto de 2012,

na memória litúrgica de S. Teresa Benedicta da Cruz.

Fr. Lino de Oliveira, OC

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Prefácio da 2ª Edição

Quando o jovem advogado CARLOS MARTINS NABETO veio à Cúria Diocesana de Santos para obter o “Nihil Obstat” e o “Imprimatur” da primeira edição deste livro, ao longo da conversa e ao manusear seus escritos, pude notar um grande amor à Igreja Católica Apostólica Romana. Além disso, notei também o imenso zelo à pesquisa e ao conhecimento da Verdadeira Doutrina. Seus escritos imediatamente se espalharam pelo mundo de língua portuguesa alcançando um êxito impressionante.

Agora, continuando suas pesquisas sobre a Patrística, querendo ajudar a todos os que anseiam por saber mais, surge a segunda edição do livro “A FÉ CRISTÃ PRIMITIVA”. Li, com alegria, pois cabia a mim apresentar seu conteúdo ao Bispo Diocesano para o necessitado “Imprimatur”, e fiquei impressionado pela precisão dos fatos e acontecimentos, bem como a distribuição das matérias conforme a tempo e o assunto.

Queira Deus que este livro alcance seu objetivo, ou seja, informar, catequizar e evangelizar. Era esta a intenção primeira dos Padres da Igreja quando ensinavam nos primórdios do cristianismo. Seus ensinamentos foram tão inspirados que, ainda hoje, são de uma importância extraordinária na transmissão do Magistério e da Tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.

Numa das citações do livro, encontramos o que nos diz o Papa Gregório I, de Roma, referindo-se sobre Ezequiel 1, 7-8 : “As palavras divinas crescem com o leitor” (n° 2845)..

Que o leitor deste livro, que busca na fonte a água pura da verdadeira Doutrina, possa saciar-se e tornar conhecido o seu conteúdo. Assim sendo, entramos em sintonia com a Igreja, a amamos cada vez mais e a tornamos conhecida. Seus escritos permanecem para sempre e são transmitidos de geração em geração, sem que haja alteração dos mesmos.

Deus abençoe nosso jovem advogado, exemplo de católico comprometido com a Verdade, e faça frutificar cento por um o conteúdo deste livro.

Santos, 10 de Fevereiro de 2012,

na memória litúrgica de Santa Escolástica.

Pe. Dr. Caetano Rizzi

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Prefácio da 1ª Edição

Carlos Martins Nabeto é, sem dúvida, um dos maiores apologistas católicos do Brasil, reconhecido por seu trabalho em prol da verdadeira Fé – especialmente por meio do Apostolado Veritatis Splendor – não só nesta Terra de Santa Cruz, como também em todos os países lusófonos e em várias nações do mundo inteiro.

Um dos seus mais queridos e colossais projetos é esta “Série Citações Patrísticas”, que ora lança em volume único. “Citações Patrísticas” é uma hercúlea coletânea das palavras e ensinamentos dos Santos Padres da Igreja, aqueles homens que, no início desta Era Cristã, estabeleceram as bases da nossa Fé Católica, guiados pelo Espírito Santo.

Carlos Nabeto, a quem temos a honra de chamar de amigo e a deferência de seguir como a um modelo, convidou-nos para redigir este prefácio ao volume único de suas “Citações Patrísticas”, pelo que, mais uma vez, agradecemos a confiança e a gentileza.

Qual a importância de uma obra como esta de Carlos Martins Nabeto para os nossos dias? Grandiosa, responderíamos. Não só pelo seu caráter histórico e doutrinário, mas pelo contexto singular e estarrecedor no qual vivemos nestes tempos modernos.

A Igreja sofre. Sofre como Cristo, um dia, sofreu e foi crucificado. Disse, profeticamente, o Servo de Deus, o Papa Pio XII:

“A Igreja de Deus não só é soberbamente desprezada e perseguida por aqueles que, menoscabada a luz da sabedoria cristã, voltam miseramente às doutrinas, usos e costumes do antigo paganismo, mas frequentemente é desconhecida, descurada, aborrecida por muitos cristãos, que se deixam seduzir pelas aparências, falsas doutrinas, ou arrastar pelos atrativos e corrupção do mundo” (Encíclica Mystici Corporis, n.3).

É a Paixão da Igreja, como a Paixão de Cristo. “O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir”, já disse Nosso Senhor Jesus Cristo (João 15,20).

Desde a Revolução Protestante, os maiores absurdos se têm justificado em nome de um pretenso retorno às origens. A própria Revolução de Lutero foi levada à cabo visando destronar a “Prostituta do Apocalipse”, a “Nova Babilônia”, como se referiam os primeiros protestantes à Santa Igreja Católica Romana, e restaurar o Cristianismo primitivo, aquele do início de nossa Era.

E em nome deste retorno ao Cristianismo primitivo, deste retorno às origens, justificou-se a divisão, a quebra da unidade, o racha, o cisma, a heresia – como se tudo isso fosse Cristianismo primitivo, embora São Paulo o tenha execrado como obras da carne e do demônio (cf. Gálatas 5,19-21).

Hoje em dia, em prol deste pretenso retorno às origens, Teólogos da Libertação justificam o mais malfadado marxismo travestido de cristão. E em prol do marxismo, querem uma nova Revolução comunista, desta vez no interior da Igreja, uma Revolução que abale as bases da Fé e promova o igualitarismo de tudo e todos e o relativismo das doutrinas. Em nome de um retorno às origens.

Os demais modernistas, contra o Magistério, em nome deste retorno às origens, desobedecem ao Papa, fazem pouco ou nenhum caso das doutrinas mais basilares do Cristianismo, lançam fora todo o patrimônio da Fé Cristã, e ainda justificam uma maldita balbúrdia litúrgica, que não guarda

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nenhum respeito pelo Santo Sacrifício da Missa, transformando-a antes num culto do povo e não de Deus Eucarístico.

E tudo em nome do retorno ao Cristianismo primitivo.

O Cristianismo primitivo, na mente desta gente, se caracterizaria, portanto, nas seguintes palavras: desobediência, divisão, relativismo, igualitarismo, revolução, balbúrdia, bagunça, desrespeito, heresia, cisma.

Qual é, pois, a importância de uma obra como a de Carlos Martins Nabeto? Mais que grandiosa!

Ao reunir herculeamente tantas palavras e ensinamentos dos primeiros Pais da Igreja, Carlos Martins Nabeto retorna realmente às origens, vai realmente no Cristianismo primitivo, e de lá, das bases, do alicerce de tudo, comprova-nos o maior temor de modernistas, protestantes e Teólogos da Libertação: a Igreja primitiva é exatamente esta mesma Igreja Católica de hoje! Não houve mudança, não houve ruptura: a Igreja primitiva, a Igreja dos Santos Padres, dos primeiros cristãos, é a mesma Igreja Católica que vemos hoje, edificada sobre o Papa, governada por ele e pelos Bispos em comunhão com ele.

Por isto ensinaram os Padres Conciliares:

“Esta é a única Igreja de Cristo, que no Credo confessamos ser una, santa, católica e apostólica; que o nosso Salvador, depois da sua ressurreição, confiou a Pedro para apascentar (cf. João 21,17), encarregando-o a Ele e aos demais Apóstolos de a difundirem e de a governarem (cf. Mateus 28,18ss.); levantando-a para sempre como coluna e sustentáculo da verdade (cf. I Timóteo 3,15). Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele” (Conc. Ecum. Vaticano II, Const. Dogm. Lumen Gentium, n.8).

Como salientamos em nossa obra, “O 21º Concílio – Reflexões sobre o Concílio Vaticano II” (Ed. Clube de Autores, 2009), o “subsistit in” deste trecho, longe de contrariar o est, como quiseram alguns, na verdade o reafirma: quer dizer que apesar de todas as divisões, apesar dos cismas, heresias e perseguições, apesar de tudo, a única Igreja de Cristo subsiste neste mundo como um único sujeito histórico, caminhando desde o início desta Era pelas páginas da História até os dias atuais – é a Igreja Católica. Ela subsiste, apesar dos ataques cruéis que contra ela foram sendo desferidos; ela continua e continuará sendo sempre – subsistindo, portanto – a única e verdadeira Igreja de Cristo.

Quem, pois, rompeu com a Igreja primitiva? Quem, pois, rejeitou o patrimônio da Fé dos primeiros cristãos e quis inovar a tudo? Foram aqueles mesmos que, em nome do retorno às origens, rejeitaram a Cristo e sua única Igreja: protestantes, modernistas, Teólogos da Libertação. A obra de Carlos Martins Nabeto – ele mesmo convertendo-se ao Catolicismo por meio da leitura dos Santos Padres e desta constatação – é prova cabal desta realidade.

Reunindo estas citações dos Santos Padres, Carlos Martins Nabeto não só prestou um incomensurável serviço aos católicos desejosos de tomar sempre mais contato com os ensinos destes grandes homens, não só desferiu um golpe contra o Protestantismo, o Modernismo e a Teologia da Libertação, como também faz um convite a todos os que, em nome deste pretenso “retorno às origens” – um retorno em tudo mal-conduzido –, justificam seus cismas, suas heresias, sua balbúrdia: esta é a única Igreja de Cristo, a Igreja Católica; se quiserem retornar às origens do Cristianismo, retornem a Ela, única guardiã e depositária fiel da verdadeira Fé. É o que nos diz o autor, com sua colossal coletânea.

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E, neste sentido, desejamos a Carlos Nabeto os melhores resultados com esta sua grande obra, “Citações Patrísticas”, para bem da Santa Igreja e de todos os homens e aproveitamos, novamente, para agradecer-lhe a sincera amizade, que tanto nos honra.

Que esta obra seja ad majorem Dei gloriam, como um dia bradou Santo Inácio de Loyola.

Que estejamos todos, todos com Pedro, a Jesus, por Maria – Omnes cum Petro, ad Iesum, per Mariam – como nos conclama outro grande Santo, este dos tempos modernos, São Josemaría Escrivá.

Deus abençoe a Carlos Martins Nabeto e sua grande obra! Que produza muitos e duradouros frutos!

Taiguara Fernandes de Sousa

Campina Grande, 29 de Agosto de 2009,

Martírio de São João Batista.

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SumárioApresentação da Edição Revista e Ampliada.......................................................................................7Prefácio da 2ª Edição............................................................................................................................9Prefácio da 1ª Edição..........................................................................................................................11Introdução Geral.................................................................................................................................23

Depósito da Fé: Tradição Escrita e Tradição Oral.........................................................................23O Período Patrístico.......................................................................................................................24Ocasião da presente Obra..............................................................................................................25

Novidades da 2ª Edição Revista e Ampliada......................................................................................26Livro 1................................................................................................................................................27A Palavra de Deus e a Profissão de Fé...............................................................................................27

Prefácio..........................................................................................................................................27Parte I - A Palavra de Deus............................................................................................................291. As Sagradas Escrituras ..............................................................................................................29

a) A Bíblia.................................................................................................................................29b) Tradução dos Setenta: a Bíblia Cristã...................................................................................32c) O Cânon Bíblico...................................................................................................................33d) Livros Deuterocanônicos......................................................................................................36e) O Antigo Testamento.............................................................................................................39f) O Novo Testamento...............................................................................................................43g) Inspiração dos Livros da Bíblia............................................................................................51h) Inerrância da Bíblia...............................................................................................................53i) Impossibilidade do Livre Exame...........................................................................................55

2. A Sagrada Tradição ...................................................................................................................56a) O Depósito da Fé..................................................................................................................56b) O Valor da Tradição..............................................................................................................58c) A Rejeição da "Sola Scriptura".............................................................................................67

3. O Sagrado Magistério ...............................................................................................................70a) O Magistério da Igreja..........................................................................................................70b) A Autoridade da Igreja Católica............................................................................................71

Parte II - A Profissão de Fé ...........................................................................................................761. Expressões Simbólicas...............................................................................................................762. Símbolos Regionais e Universais..............................................................................................80

Livro 2................................................................................................................................................87Deus Pai, Filho e Espírito Santo.........................................................................................................87

Prefácio..........................................................................................................................................87Deus...............................................................................................................................................891. A Santíssima Trindade ..............................................................................................................89

a) Existência da Trindade..........................................................................................................89b) Unidade das Pessoas Divinas..............................................................................................103c) Distinção das Pessoas Divinas............................................................................................107

2. Deus Pai ..................................................................................................................................113a) Existência de Deus..............................................................................................................113b) Um Só Deus (Monoteísmo)................................................................................................115c) Como Deus é Invocado.......................................................................................................119d) Deus Onipotente.................................................................................................................120e) Deus Onisciente, Justo e Sábio...........................................................................................120f) Relacionamento de Deus com o Homem............................................................................121

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g) Deve ser Amado pelos Homens..........................................................................................123h) É inatingível à mente humana.............................................................................................123i) Não possui Corpo material..................................................................................................125

3. Deus Filho, Jesus Cristo ..........................................................................................................126a) Filho Unigênito de Deus.....................................................................................................126b) Verbo do Pai........................................................................................................................130c) A Primeira Vinda de Cristo.................................................................................................131d) Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem...............................................................................131e) Homem sem qualquer Pecado.............................................................................................147f) "Novo Adão".......................................................................................................................148g) O Mistério da Encarnação...................................................................................................151h) O Santo Nome de Jesus......................................................................................................162i) Seu conhecimento e Vontade...............................................................................................164j) Amou Perfeitamente sua Mãe..............................................................................................167k) Não teve Irmãos Consanguíneos.........................................................................................167l) Morreu Verdadeiramente.....................................................................................................172m) Desceu aos Infernos...........................................................................................................173n) Ressuscitou dos Mortos......................................................................................................175o) O Preciosíssimo Sangue de Jesus.......................................................................................177p) Redentor do Gênero Humano.............................................................................................179q) Mediador.............................................................................................................................183r) A Segunda Vinda.................................................................................................................184s) Ultrajado por Judeus e Pagãos............................................................................................186t) Deve ser Confessado pelos Homens....................................................................................187u) Apêndice: Existência Histórica de Jesus.............................................................................189

4. Deus, Espírito Santo ...............................................................................................................192a) Verdadeiramente Deus........................................................................................................192b) Procedente do Pai e do Filho (Filioque).............................................................................195c) Sua Ação Vivificante...........................................................................................................198

Livro 3 .............................................................................................................................................201Maria, os Anjos e os Santos .............................................................................................................201

Prefácio........................................................................................................................................201Maria, os Anjos e os Santos.........................................................................................................2031. Maria Santíssima .....................................................................................................................203

a) Descendente da Tribo de Davi............................................................................................203b) "Nova Eva".........................................................................................................................204c) Imaculada Conceição..........................................................................................................208d) A Mais Bem-Aventurada porque Creu................................................................................212e) Virgem antes do Parto de Jesus...........................................................................................214f) Virgem durante o Parto de Jesus..........................................................................................215g) Virgem após o Parto de Jesus..............................................................................................217h) "Sempre Virgem Maria"......................................................................................................218i) "Mãe de Deus".....................................................................................................................223j) Assunção aos Céus...............................................................................................................230k) Maria e a Igreja...................................................................................................................233

2. Os Santos ................................................................................................................................234a) Existência dos Santos..........................................................................................................234b) A Predestinação de Alguns..................................................................................................239

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c) O Martírio...........................................................................................................................243d) Expansão da Igreja graças à Santidade e o Martírio...........................................................249e) A Intercessão dos Santos.....................................................................................................251f) Possibilidade de Aparições dos Santos................................................................................255

3. Os Anjos ..................................................................................................................................257a) Existência dos Anjos...........................................................................................................257b) Criaturas de Deus................................................................................................................260c) Hierarquia Angélica............................................................................................................261d) Anjos da Guarda.................................................................................................................263

4. Culto aos Anjos e Santos ........................................................................................................264a) Idolatria...............................................................................................................................264b) Veneração não é Adoração..................................................................................................265c) Culto Mariano.....................................................................................................................273d) Emprego de Imagens Sagradas...........................................................................................275e) O Simbolismo das Velas.....................................................................................................280f) Peregrinações.......................................................................................................................281

Livro 4 .............................................................................................................................................283A Igreja de Cristo..............................................................................................................................283

Prefácio........................................................................................................................................283A Igreja........................................................................................................................................2841. A Igreja ....................................................................................................................................284

a) Definição.............................................................................................................................284b) Foi instituída por Cristo......................................................................................................284c) Cristo é a Cabeça da Igreja.................................................................................................285d) É o Corpo de Cristo............................................................................................................286e) A relação entre Cristo e sua Igreja......................................................................................290f) Deve ser amada pelos fiéis..................................................................................................292g) É Santa................................................................................................................................294h) É pecadora..........................................................................................................................296i) É católica.............................................................................................................................298j) Prega o Reino de Deus na Terra...........................................................................................301k) Não há salvação fora dela...................................................................................................302

2. Igreja Apostólica .....................................................................................................................306a) Pregação dos Apóstolos......................................................................................................307b) Fundamento Apostólico......................................................................................................308c) Sucessão Apostólica............................................................................................................310

3. Igreja Única e Una ..................................................................................................................313a) Unicidade............................................................................................................................313b) Unidade...............................................................................................................................315c) A verdadeira Igreja..............................................................................................................321

4. Clero ........................................................................................................................................323a) Função.................................................................................................................................323b) Hierarquia...........................................................................................................................326c) Deveres...............................................................................................................................332d) O título "Padre" (=Pai)........................................................................................................337e) Pode perdoar os pecados.....................................................................................................337f) A disciplina do Celibato......................................................................................................339

5. Fiéis Cristãos ...........................................................................................................................342

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a) Quem são............................................................................................................................342b) São imitadores de Cristo.....................................................................................................348c) Filhos adotivos de Deus......................................................................................................350d) Devem obediência e comunhão ao clero............................................................................352e) Falsos cristãos.....................................................................................................................355f) Fé.........................................................................................................................................355g) A rejeição da "Sola Fides"..................................................................................................358h) Fé e Razão...........................................................................................................................371

6. O Papa .....................................................................................................................................375a) Primazia da Igreja de Roma................................................................................................375b) Primazia do Papa................................................................................................................380c) Pedro, a pedra......................................................................................................................385d) Presença e morte de Pedro em Roma..................................................................................389e) Sucessor de São Pedro........................................................................................................392f) A autoridade do Papa...........................................................................................................393

7. Culto: a Santa Missa ...............................................................................................................398a) A liturgia da celebração da Missa.......................................................................................398b) A Missa é a ação sagrada por excelência............................................................................401c) O sacrifício único de Jesus e o sacrifício da Missa.............................................................404

8. Dias e Tempos Sagrados .........................................................................................................407a) Domingo, o Dia do Senhor.................................................................................................407b) Solenidades Litúrgicas Diversas.........................................................................................412

9. Instrução Religiosa .................................................................................................................414a) A teologia............................................................................................................................414b) Catequese............................................................................................................................416c) Os Dez Mandamentos.........................................................................................................417

10. Oração ...................................................................................................................................419a) Definição.............................................................................................................................419b) O Pai Nosso........................................................................................................................428c) O Sinal da Cruz...................................................................................................................431d) Liturgia das Horas...............................................................................................................437

11. Hereges .................................................................................................................................438a) Condenação dos Hereges....................................................................................................438b) "Sementes de verdade" entre os hereges.............................................................................448c) Divisões na Igreja...............................................................................................................449

Livro 5..............................................................................................................................................453Os Sete Sacramentos e a Criação ....................................................................................................453

Prefácio........................................................................................................................................453Parte I - Os Sete Sacramentos......................................................................................................4551. Sacramentos ............................................................................................................................455

a) Existência de Sacramentos..................................................................................................4552. Batismo ...................................................................................................................................457

a) Sacramento do Batismo......................................................................................................457b) Necessário para a Salvação.................................................................................................460c) Efeito da regeneração..........................................................................................................461d) Possibilidade de ser ministrado às crianças, inclusive recém-nascidas..............................467e) Possibilidade de ser ministrado por infusão........................................................................475f) Fórmula trinitária.................................................................................................................475

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g) Possibilidade de ser ministrado validamente por hereges..................................................478h) Tempo recomendado para sua realização...........................................................................480i) Batismo de Sangue..............................................................................................................480

3. Confirmação ............................................................................................................................4814. Penitência ................................................................................................................................485

a) Sacramento da Penitência...................................................................................................485b) Busca de conversão.............................................................................................................491c) Confissão.............................................................................................................................495d) Possibilidade da confissão auricular...................................................................................496e) Penas espirituais..................................................................................................................498

5. Eucaristia ................................................................................................................................498a) Sacramento da Eucaristia....................................................................................................498b) Transubstanciação e presença real de Cristo na Eucaristia.................................................504c) Culto Eucarístico.................................................................................................................515d) Possibilidade de se receber a sagrada comunhão na mão...................................................515e) O viático..............................................................................................................................516f) Jejum eucarístico.................................................................................................................517

6. Matrimônio .............................................................................................................................517a) Sacramento..........................................................................................................................517b) Indissolubilidade do Matrimônio........................................................................................521

7. Ordem......................................................................................................................................5228. Unção dos Enfermos ...............................................................................................................525Parte II - A Criação .....................................................................................................................5281. A Obra de Deus .......................................................................................................................528

a) O bem e o mal.....................................................................................................................529b) A criação do mundo............................................................................................................531c) A graça divina.....................................................................................................................536

2. O Homem ................................................................................................................................543a) Definição de "Homem".......................................................................................................543b) É imagem e semelhança de Deus........................................................................................544c) Composição humana: corpo + alma....................................................................................547d) Sua alma é imortal..............................................................................................................550e) Possui livre arbítrio.............................................................................................................551f) É chamado por Deus............................................................................................................553g) Nada é sem Deus................................................................................................................555h) Deve amar a Deus...............................................................................................................556i) Deve buscar a Deus.............................................................................................................558

3) O Pecado .................................................................................................................................559a) Existência do pecado...........................................................................................................560b) O Pecado Original...............................................................................................................563c) Tentação..............................................................................................................................565d) O pecado no mundo............................................................................................................567e) A existência de graus de pecado..........................................................................................570f) A renúncia ao pecado...........................................................................................................571g) O perdão dos pecados.........................................................................................................571h) A prática das virtudes..........................................................................................................574

Livro 6 .............................................................................................................................................579Escatologia e Questões Diversas .....................................................................................................579

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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto

Prefácio........................................................................................................................................579Parte I - Escatologia.....................................................................................................................5811. Morte .......................................................................................................................................581

a) Certeza da morte.................................................................................................................581b) Vida após a morte...............................................................................................................584c) Juízo Particular....................................................................................................................585d) Salvação..............................................................................................................................585e) Operação da salvação antes da primeira vinda de Cristo....................................................588f) Fé x Obras...........................................................................................................................589

2. As últimas coisas .....................................................................................................................595a) O fim dos tempos................................................................................................................595b) O Juízo Final ou Público.....................................................................................................596

3. Purgatório ................................................................................................................................598a) Existência............................................................................................................................598b) Orações pelos falecidos......................................................................................................602

4. Inferno .....................................................................................................................................608a) Existência e eternidade de suas penas.................................................................................608b) O Diabo e os demônios.......................................................................................................609c) Exorcismo...........................................................................................................................612

5. A Nova Criação .......................................................................................................................614a) A ressurreição da carne.......................................................................................................614b) A vida eterna.......................................................................................................................619

Parte II - Questões Diversas ........................................................................................................6211. Amor .......................................................................................................................................621

a) Caridade..............................................................................................................................621b) Correção Fraterna...............................................................................................................631c) Pobreza e Riqueza...............................................................................................................631

2. O sofrimento humano..............................................................................................................6363. Moral .......................................................................................................................................638

a) Aborto.................................................................................................................................638b) Castidade e virgindade........................................................................................................641

4. Esoterismo e Espiritismo ........................................................................................................644a) Astrologia, superstições e magias.......................................................................................644b) Impossibilidade da reencarnação........................................................................................647

5. Direito .....................................................................................................................................649a) Direito Natural....................................................................................................................649b) Direito Eclesial...................................................................................................................650c) Relação Igreja e Estado.......................................................................................................651

6. Dízimo e ofertas.......................................................................................................................6577. Desaprovação da "Teologia da Prosperidade".........................................................................6588. Milagres e sinais......................................................................................................................6649. A condição da mulher..............................................................................................................66610. A escravidão...........................................................................................................................66711. O jejum...................................................................................................................................66912. Abstenção de sangue..............................................................................................................67213. Miscelânea.............................................................................................................................673

Anexos..............................................................................................................................................6791. Tabela Cronológica de Autores e Eventos...............................................................................679

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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto

Autor/Obra, Falecimento/Realização......................................................................................679Século I ..................................................................................................................................679Século II .................................................................................................................................679Século III ................................................................................................................................679Século IV ................................................................................................................................680Século V .................................................................................................................................680Século VI ................................................................................................................................681Século VII ..............................................................................................................................681Século VIII .............................................................................................................................682Século IX ................................................................................................................................682

2. Autores e Obras Referidas.......................................................................................................683A) Antigo Testamento.............................................................................................................692B) Novo Testamento................................................................................................................692C) Outras.................................................................................................................................692

Bibliografia e Sites Consultados .....................................................................................................693Livros...........................................................................................................................................693Sites..............................................................................................................................................697Para saber mais............................................................................................................................697

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Novidades da 2ª Edição Revista e Ampliada

A calorosa acolhida da 1ª edição de “A Fé Cristã Primitiva – Coletânea de Sentenças Patrísticas” e os contínuos pedidos no sentido de que a obra fosse expandida motivou-me a revisar e redigir esta nova Edição, bastante ampliada.

Assim, além de proceder a uma nova correção ortográfica e gramatical, e estender o número de citações de cerca de 1.600 para 4.970 – um acréscimo de mais de 200%! –, em razão de ter ampliado a quantidade de livros e sites pesquisados, padronizei ao máximo os nomes de obras e autores, identifiquei diversos escritos não identificados na 1ª edição e, em cada submatéria, reclassifiquei as citações de acordo com a ordem alfabética das obras de cada autor, deixando por fim as obras não identificadas (isto porque a bibliografia consultada, formada por autores sérios e renomados, nos dá a certeza, embora omita o título da obra, de que a(s) sentença(s) apresentada(s) de fato pertence(m) àquele autor primitivo).

Apesar de ter mantido a estrutura original, classificando as sentenças patrísticas conforme matérias e submatérias, tendo aberto mais algumas submatérias, a grande novidade da presente edição – adotando a sugestão de diversos leitores amigos – trata-se da numeração sequencial de cada sentença, nos moldes de outras obras de referência como aquelas preparadas por Denzinger, Jurgens e Collantes.

Por outro lado, o grande incremento no número de sentenças patrísticas nesta nova edição exigiu, como seria de se esperar, maior espaço físico em papel. Na impossibilidade de manter o formato A5 – pois certamente ultrapassaria a casa das 1.400 páginas – tive que optar pela impressão no formato A4 e, assim, consegui “fechar” a edição dentro de 700 páginas, dispondo as sentenças em dupla coluna para facilitar a leitura. Por fim, a encadernação em capa dura – para quem optar por ela – permite não só um melhor acabamento à obra como também uma maior proteção para o livro quando for manuseado.

Finalmente, no tocante aos Apêndices, foram estes refeitos visando aumentar sua utilidade. Agora trazemos uma lista cronológica de autores e uma lista alfabética de autores e obras. As abreviações usadas ao longo deste livro também são esclarecidas em um dos apêndices.

Espero sinceramente que esta nova edição vá de encontro às suas expectativas, caro leitor, e que novamente alcance a sua finalidade, já esboçada na Introdução Geral original.

Que o Senhor abençoe e fortaleça todos aqueles que se aproximarem deste verdadeiro e límpido manancial que constitui o ensinamento da Igreja Primitiva, que ainda hoje é mantido e respeitado, devendo assim permanecer como um porto seguro para todos os cristãos de boa vontade!

Carlos Martins Nabeto

Aos 8 dias de Dezembro de 2012,

na Solenidade da Imaculada Conceição.

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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto

Livro 1

A Palavra de Deus e a Profissão de Fé

PrefácioChamamos de “Padres da Igreja” (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja, aproximadamente do século II ao século VIII, que foram no Oriente e no Ocidente como que “Pais” da Igreja, no sentido de que foram eles que firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, de certa forma, foram responsáveis pelo que chamamos hoje de Tradição da Igreja; sem dúvida, são a sua fonte mais rica. Padre ou Pai da Igreja se refere a um escritor leigo, sacerdote ou bispo da Igreja antiga, considerado pela Tradição como uma testemunha da fé.

Normalmente se considera o período da Patrística o que vai dos Apóstolos até Santo Isidoro de Sevilha (560-636) no Ocidente e até a morte de São João Damasceno (675-749) no Oriente, o gigante que combateu o iconoclasmo.

Esses gigantes da fé católica, ao longo desses oito séculos, defenderam e formularam a fé, a liturgia, a catequese, a moral, a disciplina, os costumes e os dogmas cristãos; por isso são chamados de “Pais da Igreja”, porque lhes traçaram o caminho.

Quando o Papa João Paulo II esteve no Brasil pela primeira vez, em 1981, se referiu a eles dizendo que “são eles os melhores intérpretes da Sagrada Escritura”. Então precisamos conhecer os seus ensinamentos para podermos compreender melhor a Bíblia.

Chamamos de Patrologia o estudo sobre a vida, as obras e a doutrina desses Pais da Igreja. No século XVII criou-se a expressão “Teologia Patrística” para indicar a doutrina dos Padres.

Certa vez, disse o cardeal Henri de Lubac:

“Todas as vezes que no Ocidente tem florescido alguma renovação, tanto na ordem do pensamento como na ordem da vida – ambas estão sempre ligadas uma à outra – tal renovação tem surgido sob o signo dos Padres”.

Esses gigantes da fé e da Igreja souberam fixar para sempre o que Jesus nos deixou através dos Apóstolos. Eles foram obrigados a enfrentar as piores heresias que a Igreja conheceu desde o seu início. Nesta luta, eles amadureceram os conceitos teológicos uma vez que tiveram de enfrentar muitos hereges, de dentro da própria Igreja, especialmente nos Concílios Ecumênicos. Neste combate árduo em defesa da fé, onde muitos foram perseguidos, exilados e até martirizados, eles formularam a fé que hoje professamos sem erro.

Desde o primeiro século já encontramos o gigante de Antioquia, Santo Inácio (+107), provavelmente sagrado bispo pelo próprio São Pedro. Santo Inácio nos deixou as suas belas cartas escritas às comunidades por onde passou no caminho que o levou ao martírio em Roma, no Coliseu, desde Antioquia. A caminho do martírio ele escreveu belas cartas aos romanos, aos magnésios, aos tralianos, aos efésios, aos esmirnenses e a São Policarpo, bispo e mártir de Esmirna.

No segundo século encontramos o grande Santo Ireneu de Lião (+202) enfrentando os Gnósticos

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que, sorrateiramente, penetraram na Igreja e ameaçavam destruir a fé cristã. Contra eles, Santo Ireneu escreveu uma longa obra “Contra as Heresias”. Tão difícil foi esse combate que o Santo o comparou a alguém que precisa cortar todas as árvores de uma floresta para finalmente poder capturar a fera que nela se esconde.

Os Padres da Igreja tiveram uma participação fundamental nos primeiros Concílios Ecumênicos, como o de Niceia, no ano 325, que condenou o Arianismo que negava a divindade de Jesus; o Concílio de Constantinopla I, em 381, que condenou o Macedonismo que negava a divindade do Espírito Santo; e os outros Concílios que enfrentaram e condenaram as heresias cristológicas e trinitárias.

Os Padres da Igreja estiveram um tanto esquecidos, mas a partir do anos 1940, surgiu na Europa, de modo especial na França, um forte movimento voltado à Patrística. Esse movimento foi liderado pelo cardeal Henri de Lubac e Jean Daniélou, o qual deu origem à coleção “Sources Chréstiennes”, hoje com mais de 300 títulos.

No Concílio Vaticano II cresceu ainda mais esse movimento de redescoberta da Patrística por causa do desejo de renovação da liturgia, da exegese, da espiritualidade e da teologia a partir dos primórdios da Igreja. Foi a sede de “voltar às fontes” do Cristianismo.

Desses Padres, alguns foram papas, mas nem todos; a maioria foram bispos, mas há também diáconos, presbíteros e até leigos. Entre eles, muitos receberam o título de “Doutor da Igreja”, sempre por algum Papa, por terem ensinado de maneira extraordinária os dogmas e as verdades da nossa fé.

É, assim, com muita alegria e satisfação que tomei conhecimento da obra de Carlos Martins Nabeto sobre os Padres da Igreja, da série “Citações Patrísticas”, em seis volumes, onde é apresentada “a Fé Cristã” por meio de uma “Coletânea de Sentenças Patrísticas”. (...)

Trata-se de um riquíssimo material para estudo dos fiéis e especialmente para os estudiosos da Teologia, e aborda uma grande quantidade de temas do Cristianismo.

Rogamos a Deus que esta obra possa dar muitos frutos de salvação para a Sua Glória, para a edificação da Igreja e salvação das almas.

Prof. Felipe Rinaldo Queiroz de Aquino

Lorena-SP, 09 de março de 2007.

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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto

Daniel Abade

• {200} "[Arsênio] jamais quis responder a uma questão da Escritura, embora muito bem tivesse podido se quisesse. Do mesmo modo, não escrevia espontaneamente uma carta. Quando de tempos em tempos vinha à igreja, sentava-se atrás de uma coluna a fim de que ninguém lhe visse o rosto e ele mesmo não prestasse atenção aos outros".

Agostinho de Hipona

• {201} "Minha ambição na juventude era me aplicar no estudo das Sagradas Escrituras e em todo o requinte da dialética. Fiz isso, mas sem a humildade do verdadeiro pesquisador. Pensava que, batendo na porta, ela se abriria para mim; eu tentava entender

com orgulho o que só aprenderia coma humildade. Porém, o Senhor todo misericordioso elevou-me e manteve-me a salvo" (Sermão 51,6).

Diádoco de Fótico

• {202} "Para impedir [nosso intelecto] de falar demais e, na sua alegria, querer voar além dos seus meios, apliquemo-nos com maior frequência à oração, à salmodia, à leitura das Santas Escrituras, sem negligenciar as pesquisas dos sábios (=Padres da Igreja), cujas palavras são a garantia de sua fé. Agindo assim, não misturaremos nossas próprias palavras à linguagem da graça e não deixaremos a vanglória arrastar nosso espírito à agitação de uma verbosidade excessiva".

No Mesmo Sentido: Ireneu de Lião: Contra as Heresias 4,33,8. * Clemente de Alexandria: Estrômatos 7,16. * Tertuliano de Cartago: Da Prescrição dos Hereges 32. * Orígenes de Alexandria: Comentário sobre Mateus 46. * Hilário de Poitiers: Da Trindade 12,36. * Atanásio de Alexandria: Contra os Arianos 1,37. * Basílio de Cesareia: Carta Canônica 52,1. * Cirilo de Jerusalém: Leituras Catequéticas 4,2. * Gregório de Nissa: Contra Eunômio 4,6. * Agostinho de Hipona: Tratado sobre João 18,1. * João Cassiano: Da Encarnação 6,5. * Vicente de Lérins: Comonitório 2,4; 23,59; 24,63. * Teodoreto de Ciro: Fábulas dos Hereges 12.

2. A Sagrada Tradição Quanto à Sagrada Tradição, ela transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos para que, sob a luz do Espírito da verdade, eles, por sua pregação, fielmente a conservem, exponham e difundam. Daí resulta que a Igreja, à qual estão confiadas a transmissão e a interpretação da Revelação, não deriva a sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado somente da Sagrada Escritura. Por isso, ambas devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência (CIC 81, 82).

a) O Depósito da Fé"Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que está em Jesus Cristo e o que ouviste de mim diante de muitas

testemunhas, confia-o a homens fiéis que sejam capazes de instruir também a outros" (2Tim. 2,1-2).

"O patrimônio sagrado da fé ('depositum fidei') contido na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, foi confiado pelos Apóstolos à totalidade da Igreja. Apegando-se firmemente ao mesmo, o povo santo todo, unido a seus pastores, persevera continuamente na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, na fração do pão e nas orações, de sorte que na conservação, no exercício e na profissão da fé transmitida, se crie uma singular unidade de espírito entre os bispos e os fiéis" (CIC 84).

Policarpo de Esmirna

• {203} E quem distorcer as palavras do Senhor segundo os próprios desejos e negar a ressurreição e o juízo, este é o primogênito de Satanás. Por isso, abandonando a vaidade

de muitos e suas falsas doutrinas, voltemos à Doutrina que desde o início nos foi transmitida" (Carta aos Filipenses 7,1-2).

Ireneu de Lião

• {204} "A pregação da Igreja apresenta por

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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto

todos os lados firme solidez, perseverando idêntica e beneficiando-se - como pudemos mostrar - com o testemunho dos profetas, apóstolos e seus discípulos, testemunho este que engloba o começo, o meio e o fim, isto é, a totalidade da economia de Deus e de sua operação infalivelmente ordenada à salvação do homem, fundamento de nossa fé. Eis porque esta fé, que recebemos da Igreja, guardamos com cuidado, como um depósito de grande valor, guardado em vaso excelente e que, sob a orientação do Espírito de Deus, se renova e se faz renovar o próprio vaso que o contém. Pois como fora entregue o divino sopro ao barro modelado, foi confiado à Igreja o 'Dom de Deus' (Jo. 4,10), afim de que todos os seus membros pudessem dele participar e ser por ele vivificados. À Igreja foi entregue a comunhão com Cristo, isto é, o Espírito Santo, penhor da incorruptibilidade, confirmação de nossa fé e escada de nossa ascensão para Deus; foi dito: 'Na Igreja Deus colocou apóstolos, profetas, doutores' (1Cor. 12,1) e tudo o mais que pertence à operação do Espírito. Deste Espírito se excluem os que, recusando-se a aderir à Igreja, se privam a si mesmos da vida, por suas falsas doutrinas e depravadas ações" (Contra as Heresias 3,24,1).

• {205} "Fizemos conhecer a verdade e manifestamos a pregação da Igreja que os profetas fizeram (...) Cristo a completou, os apóstolos a transmitiram e somente a Igreja, depois de tê-la recebido deles, a guarda com fidelidade e a transmite a seus filhos" (Contra as Heresias 5,1).

Gregório de Nanzianzo

• {206} "Adeus, grande cidade, amada por Cristo (...) Meus filhos, suplico-vos: guardai o depósito [da fé] que vos foi confiado (cf. 1Tim 6,20); recordai-vos dos meus sofrimentos (cf. Col. 4,18). Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós" (Oratória 42,27).

Epifânio de Salamina

• {207} "A Igreja deve guardar este costume, recebido como tradição dos Pais. E quem haverá de suprimir o mandato da mãe ou a lei do pai? Conforme o que diz Salomão, 'tu,

filho meu, escuta as correções de teu pai e não rejeites as advertências da tua mãe'. Com isto, se ensina que o Pai, o Deus unigênito e o Espírito Santo, tanto por escrito como sem escritura, nos deram doutrinas, e que nossa Mãe, a Igreja, nos legou preceitos, os quais sãos indissolúveis e definitivos" (Panarion 75,8).

Jerônimo

• {208} "Procuremos aprender na terra essas verdades cuja consistência permanecerá também no tempo" (Carta 53,10).

Agostinho de Hipona

• {209} "[Os Santos Padres,] depois dos Apóstolos, foram os que plantaram, regaram, edificaram, pastorearam e alimentaram a Santa Igreja e por cuja ação ela cresceu" (Contra Juliano 2,10,37).

Vicente de Lérins

• {210} "A Igreja de Cristo, cuidadosa e cauta guardiã dos dogmas que lhe foram confiados, jamais os altera; em nada os diminui, em nada lhes adiciona; não a priva do que é necessário, nem lhe acrescenta o que é supérfluo; não perde o que é seu, nem se apropria do que pertence aos outros, mas com todo zelo, recorrendo com toda fidelidade e sabedoria aos antigos dogmas, tem como único desejo aperfeiçoar e purificar aqueles que antigamente receberam uma primeira forma e esboço, consolidar e reforçar aqueles que já foram evidenciados e desenvolvidos, salvaguardar aqueles que já foram confirmados e definidos" (Comonitório 23).

Papa Gelásio I de Roma

• {211} "Abaixo, acrescentamos as obras dos santos padres que são recebidas pela Igreja Católica: as obras do bem-aventurado Cecílio Cipriano, mártir e bispo de Cartago; as obras do bem-aventurado Gregório Nanzianzeno, bispo; as obras do bem-aventurado Basílio, bispo da Capadócia; as obras do bem-aventurado João, bispo de Constantinopla; as obras do bem-aventurado Teófilo, bispo de Alexandria; as obras do bem-aventurado Cirilo, bispo de Alexandria; as obras do bem-aventurado bispo Hilário Pictaviense; as obras do bem-aventurado

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Ambrósio, bispo de Milão; as obras do bem-aventurado Agostinho, bispo de Hipona; as obras do bem-aventurado Jerônimo, sacerdote; as obras do bem-aventurado Próspero, homem extremamente religioso. Também a carta do bem-aventurado papa Leão destinada a Flaviano, bispo de Constantinopla, onde, se houver alguma parte do texto disputada, não sendo aquela que foi recebida desde a antiguidade por todos, seja anátema; também as obras e cada

um dos tratados dos padres ortodoxos, desde que não se desviem em nada do [ensinamento] comum da Santa Igreja romana, e que não tenham nunca se separado da fé ou adoração, mantendo-se em comunhão pela graça de Deus até o último dia de suas vidas (...) Os demais escritos que foram compilados ou reconhecidos pelos hereges ou cismáticos, a Igreja Católica, Apostólica e Romana não recebe de forma alguma" (Decreto 4,2-3; 5,1).

b) O Valor da Tradição"Portanto, permanecei constantes, irmãos, e conservai as Tradições que aprendestes, quer por nossas palavras, quer

por nossa carta" (2Tes. 2,15).

"Esta transmissão viva, realizada no Espírito Santo, é chamada de Tradição enquanto distinta da Sagrada Escritura, embora intimamente ligada a ela. Através da Tradição, a Igreja, em sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê. O ensinamento dos Santos Padres testemunha a presença vivificante desta Tradição, cujas riquezas se transfundem na praxe e na vida da Igreja crente e orante" (CIC 78).

Didaqué

• {212} "Não viole os mandamentos do Senhor. Guarde o que você recebeu, sem nada acrescentar ou tirar" (4,13).

Papa Clemente I de Roma

• {213} "Renunciemos, portanto, às nossas vãs preocupações e retornemos à gloriosa e veneranda regra da nossa Tradição" (1ª Carta aos Coríntios 7,2).

Hegésipo

• {214} "E a Igreja de Corinto continuou em sua fé verdadeira até que Primo se tornasse bispo de Corinto. Eu conversei com eles em minha viagem para Roma e permaneci com os Coríntios vários dias, durante os quais nós estivemos mutuamente recordando a verdadeira doutrina. E quando cheguei a Roma permaneci ali até o tempo de Aniceto, cujo diácono era Eleutério. E Aniceto foi sucedido por Sótero, e esse por Eleutério. Em cada sucessão, e em cada cidade se confirmou que foi pregado de acordo com a lei, os profetas e o Senhor" (Memórias; cf. Eusébio de Cesareia in História Eclesiástica 4,22).

Papias de Hierápolis

• {215} "Para ti eu não hesitarei em

acrescentar às minhas explicações o que outrora ouvi muito bem dos presbíteros, e cuja lembrança guardei bem, pois estou seguro de sua verdade. De fato, eu não me comprazia, como faz a maioria, com os que falam muito, mas com os que ensinam a verdade. Eu também não me comprazia com os que recordam mandamentos alheios, mas com os que recordam os mandamentos dados pelo Senhor à fé e nascidos da própria verdade. Se acontecia, por acaso, vir algum dos que tinham seguido os presbíteros, eu me informava a respeito da Palavra dos presbíteros: o que haviam dito André, Pedro, Filipe, Tomé, Tiago, João, Mateus ou qualquer outro dos discípulos do Senhor. E também o que dizem Aristão e o presbítero João, discípulos do Senhor. Eu não pensava que as coisas conhecidas pelos livros não me ajudassem tanto quanto as coisas ouvidas, através da palavra viva e permanente" (Explicação das Sentenças do Senhor; cf. Eusébio de Cesareia in História Eclesiástica 3,39,1-4).

Carta de Barnabé

• {216} "Guarda o que recebeste, sem nada acrescentar ou tirar" (19,11).

Policarpo de Esmirna

• {217} "Por isso, abandonando os discursos

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vazios de muitos e falsos ensinamentos, retornemos à Palavra que nos foi transmitida desde o começo (=Tradição)" (Carta aos Filipenses 7,2).

Justino de Roma

• {218} "Em troca, Cristo, que foi crucificado, morreu e ressuscitou em nosso tempo, não só reinou ao subir ao céu, mas pela Sua doutrina, pregada pelos Apóstolos em todas as nações, é a alegria de todos os que esperam a imortalidade que Ele nos prometeu" (1ª Apologia 42,4).

Carta a Diogneto

• {219} "Discípulo dos Apóstolos, torno-me agora mestre das nações e transmito o que me foi entregue para aqueles que se tornaram discípulos dignos da verdade (...) Essa graça inspira a sabedoria, desvela os mistérios, anuncia os tempos, alegra-se nos fiéis, entrega-se aos que a buscam, sem infringir as regras da fé nem ultrapassar os limites dos Padres. Celebra-se então o temor da lei, reconhece-se a graça dos Profetas, conserva-se a fé dos Evangelhos, guarda-se a tradição dos Apóstolos e a graça da Igreja exulta" (11,1.5-6).

Ireneu de Lião

• {220} "Estas [tuas] opiniões não estão de acordo com a Igreja e jogam na maior impiedade aqueles que delas compartilham (...) Não foram essas as opiniões que os presbíteros que viveram antes de nós e que frequentavam os Apóstolos te transmitiram (...) Essas coisas (=o Evangelho), também então, pela misericórdia de Deus que veio sobre mim, eu as ouvi com cuidado e anotei-as, não em papel, mas no meu coração; e sempre, pela graça de Deus, eu as tenho ruminado com fidelidade" (Carta a Fotino; cf. Eusébio de Cesareia in História Eclesiástica 5,20).

• {221} "A Igreja, apesar de estar espalhada por todo o mundo até às extremidades da terra, conserva com solicitude [a fé dos Apóstolos], como se habitasse numa só casa; ao mesmo tempo crê nestas verdades, como se tivesse uma só alma e um só coração; em plena sintonia com estas verdades proclama, ensina e transmite, como se tivesse uma só

boca. As línguas do mundo são diversas, mas o poder da Tradição é único e é o mesmo: as Igrejas fundadas nas Alemanhas não receberam nem transmitiram uma fé diversa, nem as que foram fundadas na Espanha ou entre os Celtas ou nas regiões orientais ou no Egito ou na Líbia ou no centro do mundo" (Contra as Heresias 1,10 1-2).

• {222} "Porque [os hereges], ao usarem as Escrituras para argumentar, a convertem em fiscal das próprias Escrituras, acusando-as de não dizer as coisas com retidão ou de não possuir autoridade e, assim, narrar as coisas de modos diversos: não se poderia, pois, descobrir nelas a verdade se não se conhece a [sua] tradição [gnóstica particular], porque - segundo dizem - não se transmitiria [a verdade] nelas, mas apenas por viva voz, razão pela qual Paulo teria dito: 'Falamos da sabedoria entre os perfeitos, sabedoria que não é deste mundo'. E cada um deles (=os hereges) pretende que esta sabedoria foi por ele encontrada - uma ficção - de modo que a Verdade se encontraria dignamente às vezes em Valentim, outras vezes em Marcião, outras vezes em Cerinto e, finalmente, em Basílides ou em quem discorda dele, mas que nada puderam dizer de salvífico, já que cada um deles encontra-se tão pervertido que não se envergonha de pregar a si mesmo, depravando a regra da verdade. E quando os atacamos com a Tradição que a Igreja guarda a partir dos Apóstolos pela sucessão dos presbíteros, se opõem à Tradição dizendo que possuem não apenas presbíteros como também apóstolos mas sábios que encontraram a verdade sincera, 'porque os Apóstolos teriam misturado às palavras do Salvador aquilo que pertence à Lei'; e não apenas os Apóstolos, mas 'o próprio Senhor teria pregado coisas que provinham às vezes do demiurgo, outras vezes do intermediário, outras vezes da Suma Potência'; com efeito, eles conheceriam 'o mistério oculto, indubitável, incontaminável e sincero'. Isto não é outra coisa senão blasfemar contra o Criador. E terminam não estando de acordo nem com a Tradição, nem com as Escrituras" (Contra as Heresias 3,2,1-2).

• {223} "Sob Clemente, tendo surgido um

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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto

contraste não pequeno entre os irmãos de Corinto, a Igreja de Roma enviou aos Coríntios uma carta importantíssima para os reconciliar na paz, renovar a sua fé e anunciar a Tradição, que há pouco tempo tinha recebido dos Apóstolos" (Contra as Heresias 3,3,3).

• {224} "Esta fé que recebemos da Igreja, nós a guardamos com cuidado, pois, sem cessar, sob a ação do Espírito de Deus, à guisa de um depósito de grande preço encerrado em um vaso precioso, ela rejuvenesce e faz rejuvenescer o próprio vaso que a contém" (Contra as Heresias 3,24,1).

• {225} "E se os Apóstolos não tivessem deixado quaisquer Escrituras, não se deveria seguir a ordem da Tradição que eles legaram aos mesmos aos quais confiaram as Igrejas? Este método é seguido por muitos povos bárbaros que creem em Cristo. Sem papel e sem tinta, estes trazem inscrita em seus corações a salvação por obra do Espírito Santo, conservando fielmente a antiga Tradição" (Contra as Heresias).

• {226} "A fé nos é concedida pela verdade, pois a fé se fundamenta na verdade. De fato, cremos o que realmente é e como é; e crendo no que realmente é e como sempre foi, mantemos firme nossa adesão. Pois bem: posto que a fé sustenta nossa salvação, é necessário prestar-lhe muita atenção para obter uma inteligência autêntica da realidade. A fé é que nos faz procurar tudo isso, como nos transmitiu os Presbíteros, discípulos dos apóstolos" (Demonstração da Pregação Apostólica 3).

• {227} "Pois bem: se os profetas vaticinaram que o Filho de Deus deveria manifestar-se sobre a terra e predisseram o lugar, a maneira e a forma de sua manifestação sobre a terra, e se no Senhor se cumpriram todas estas predições, nossa fé Nele está bem fundamentada, é autêntica a tradição da pregação, isto é, o testemunho dos apóstolos. Estes, enviados pelo Senhor, pregaram pelo mundo inteiro" (Demonstração da Pregação Apostólica 86).

• {228} "Esta é a pregação da verdade e a imagem da nossa salvação: assim é o caminho da vida, que os profetas

anunciaram, o que Cristo instituiu, que os apóstolos consignaram e que a Igreja transmite aos seus filhos, através de toda a terra. Deve ser custodiado com amor e com vontade decidida, para agradar a Deus com as boas obras e com um modo puro de pensar" (Demonstração da Pregação Apostólica 98).

Clemente de Alexandria

• {229} "Eles preservavam a Tradição da santa doutrina derivada diretamente dos santos Apóstolos - Pedro, Tiago, João e Paulo -, os filhos que recebiam do pai - porém, poucos foram como os pais; [a santa doutrina] veio a nós pela vontade de Deus, também para depositar aquelas sementes ancestrais e apostólicas. E bem sei que se exultarão. Não quero estar maravilhado com este tributo, mas apenas por causa da preservação da verdade, segundo a entregaram. Para um esboço como este, imagino que isto seja conforme a uma alma que deseja evitar perder a santa Tradição" (Estrômatos 1,1).

• {230} "Os dogmas ensinados pelas seitas famosas serão abordados e contra estes se levantará tudo aquilo que deveria ser premissa conforme a mais profunda contemplação do conhecimento, o que vem a nós a partir do renomado e venerável cânon da Tradição (...) De modo que possamos ter nossos ouvidos atentos à recepção do verdadeiro conhecimento da Tradição. O solo é previamente limpo dos espinhos e de cada erva daninha pelo semeador, visando a plantação da videira" (Estrômatos 1,1).

Tertuliano de Cartago

• {231} "Prescrevemos contra estes falsificadores da nossa doutrina, dizendo-lhes que a única regra de fé é a que vem de Cristo, transmitida por seus próprios discípulos. Quanto a estes inovadores, fácil será provar que vieram depois" (Apologético 47,10).

• {232} "Ninguém poderá nos acusar de ter inventado os nossos documentos. Com efeito, já foram publicados, quer as opiniões em si mesmas, quer sua refutação, em obras escritas por pessoas que se destacavam por sua santidade e talento. Não quero me referir

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somente aos que viveram na época precedente, mas também dos contemporâneos dos próprios heresiarcas. Por exemplo: Justino, filósofo e mártir; Melcíades, o sofista das igrejas; Ireneu, o pesquisador preciso de todas as doutrinas; nosso Próculo, modelo de casta anciandade e de eloquência cristã. Gostaria de segui-los bem de perto em qualquer obra sobre a fé e nesta [obra] em particular" (Contra os Valentinianos 5).

• {233} "A quem compete a fé, a fé à qual se referem as Escrituras? Por quem, por meio de quem e a quem a doutrina que nos fez cristãos foi transmitida? Porque onde parecer estar a verdade da doutrina cristã, aí estará a verdade das Escrituras, a verdade das interpretações e de todas as tradições cristãs (...) Foi inicialmente na Judeia que (os Apóstolos) estabeleceram a fé em Jesus Cristo e fundaram Igrejas, partindo em seguida para o mundo inteiro a fim de anunciarem a mesma doutrina e a mesma fé. Em todas as cidades iam fundando Igrejas das quais, desde esse momento, as outras receberam o enxerto da fé, semente da doutrina e ainda recebem, cada dia, para serem Igrejas. (...) A partir daí, eis a prescrição que assinalamos: desde o momento em que Jesus Cristo, nosso Senhor, enviou os Apóstolos para pregarem, não se podem acolher outros pregadores senão os que Cristo instituiu, pois ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho tiver revelado. E qual a matéria da pregação, isto é, o que lhes tinha revelado o Cristo? Aqui ainda assinalo esta prescrição: para sabê-lo, é necessário ir às Igrejas fundadas pessoalmente pelos Apóstolos, por eles instruídas tanto de viva voz quanto pelas epístolas depois escritas" (Da Prescrição dos Hereges 20).

• {234} "Um tratado sobre esta matéria (=o Batismo) não será de todo inútil para instruir tanto os que estão em estágio de formação (=catecúmenos) quanto os que, satisfeitos com a sua fé simples, não investigaram os fundamentos da Tradição e, devido à sua ignorância, possuem uma fé que está à mercê de todas as tentações" (Do Batismo 1).

• {235} "A crença uniformemente professada por diversas comunidades não deriva do erro, mas da legítima Tradição".

Hipólito de Roma

• {236} "Justamente por não observarem as Sagradas Escrituras e não guardarem a Tradição de algumas santas pessoas é que os hereges criaram essas [ímpias] doutrinas" (Refutação de Todas as Heresias 1,Pref.).

• {237} "Impelidos pelo amor a todos os santos, chegamos ao ponto mais alto da Tradição que convém às igrejas. Que todos, bem instruídos, conservem a Tradição que persiste até hoje e (...) permaneçam absolutamente firmes, considerando o que ocorreu recentemente: heresia ou erro motivado pela ignorância e pelos ignorantes" (Tradição Apostólica).

• {238} "Vós todos, fiéis, procedendo dessa forma, prezando a Tradição, instruindo-vos mutuamente e exortando os catecúmenos, não podereis ser tentados, nem perecer, pois tereis sempre o Cristo presente na lembrança" (Tradição Apostólica).

• {239} "Se estes ensinamentos [tradicionais] forem recebidos com gratidão e fé ortodoxa, proporcionarão à Igreja a edificação e, aos que creem, a vida eterna. Aconselho a que sejam guardados por todos os que têm o coração puro. Se todos seguirem a Tradição dos Apóstolos (...) e souberem conservá-la, nenhum herege - nenhum, absolutamente - poderá afastar-vos do reto caminho. Na verdade, muitas heresias desenvolveram-se porque os [seus] líderes não quiseram aprender a doutrina dos Apóstolos, mas seguindo a sua própria fantasia, fizeram o que quiseram e não o que deveriam fazer" (Tradição Apostólica).

Orígenes de Alexandria

• {240} "Os que creem e estão convencidos de que a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo, e que Jesus Cristo é a própria Verdade, segundo Sua afirmação: 'Eu sou a Verdade' (Jo. 14,6), não procuram a ciência da verdade e felicidade mais que nas próprias palavras e doutrina de Cristo. E pelas palavras de Cristo não entendemos apenas aquelas que pronunciou como

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homem em sua vida mortal, pois já antes Cristo, o Verbo de Deus, se encontrava em Moisés e nos Profetas, porque sem o Verbo de Deus como poderiam ter profetizado a Cristo? E por termos nos proposto manter este tratado dentro dos limites da brevidade, não nos seria difícil demonstrar pelas divinas Escrituras a prova da nossa afirmação: como Moisés e os Profetas falaram e fizeram tudo o que fizeram porque estavam repletos do Espírito de Cristo (...) Por outro lado, estas palavras de São Paulo indicam que Cristo, após sua ascensão aos céus, falou pela boca de seus Apóstolos: 'Quereis ver se em mim fala Cristo?' (2Cor. 13,3). Mas como entre os que professam crer em Cristo há muitas divergências, não apenas em detalhes insignificantes mas ainda em matérias de suma importância (...) parece necessário estabelecer sobre todos esses pontos uma regra de fé fixa e precisa antes de abordar o exame das demais questões (...) Mas como o ensino eclesiástico, transmitido por sucessão ordenada desde os Apóstolos, é conservado e perdura nas igrejas até o [dia] presente, não se deve aceitar como verdade além daquilo que em nada divirja da Tradição eclesiástica e apostólica (...) Convém saber que os santos Apóstolos, ao pregar a fé de Cristo, manifestaram clarissimamente aqueles pontos que creram saber necessários a todos os crentes, inclusive a aqueles [fieis] que pareciam menos cuidadosos na investigação da ciência divina, deixando a tarefa de indagar as razões dessas afirmações a aqueles que mereceram os dons superiores do Espírito, sobretudo a aqueles que, por meio do mesmo Espírito Santo, obtiveram o dom das línguas, da sabedoria e da ciência. Quanto aos demais, contentaram-se em afirmar o fato, sem explicar o porquê, o como e a origem, sem dúvida para que, avançando o tempo, os amigos apaixonados pelo estudo e sabedoria tivessem no quê exercitar com proveito o seu ingênio; refiro-me àquelas pessoas que se preparam para ser dignos receptáculos da sabedoria" (Dos Princípios, Pref.,1-3).

Cipriano de Cartago

• {241} "Com todo cuidado deve-se guardar a Tradição divina e as práticas apostólicas; e

deve-se observar que o que fazemos entre nós é o que é feito em quase todas as províncias do mundo" (Carta 67,5).

Pseudo-Clemente

• {242} "Ao despontar do dia que fora escolhido para a disputa com Simão [Mago], Pedro [Apóstolo], levantando-se aos primeiros cantos do galo, despertou também a nós; todos juntos, éramos treze a dormir no mesmo aposento. (...) À luz da candeia (...) sentamo-nos todos. Pedro, vendo-nos alertas e bem atentos, saudou-nos e começou seu discurso: 'É surpreendente, irmãos, a elasticidade de nossa natureza, a qual me parece ser adaptável e maleável a tudo. Digo-o apelando para o que eu mesmo tenho experimentado. Logo depois da meia-noite, costumo acordar espontaneamente e não consigo voltar a dormir. Isto me acontece porque me habituei a evocar em minha memória as palavras que ouvi do meu Senhor Jesus Cristo. Desejo de as revolver no espírito, incito o meu ânimo e a minha mente a se despertarem, a fim de que, em estado de vigília, recorde cada palavra de Jesus em particular e as guarde todas ordenadamente na memória. Já que desejo com profundo deleite meditar no meu coração as palavras do Senhor, adquiri o hábito de ficar em vigília, mesmo que nada fora deste intento me preocupe o espírito'" (Reconhecimentos 2,1).

Eusébio de Cesareia

• {243} "Papias, de quem já falamos, reconhece ter recebido as palavras dos Apóstolos diretamente dos que os seguiram. Por outro lado, diz ter sido ouvinte pessoa de Aristão e de João, o presbítero. De fato, ele os menciona frequentemente pelo nome em seus escritos, para transmitir as tradições deles (...) Não é inútil dizermos essas coisas. Vale a pena acrescentar às citadas palavras de Papias outros relatos seus, em que narra também outros casos extraordinários, dizendo que chegaram a ele através da Tradição (...) O próprio Papias acrescenta outras coisas que teriam chegado a ele por meio da Tradição oral (...) Papias também transmite em sua obra outras explicações sobre os discursos do Senhor, ouvidas do já citado Aristão, assim como tradições de

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João, o presbítero" (História Eclesiástica 3,39,5-8.11-14).

• {244} "Entre os que floresceram na igreja deste tempo, estiveram Hegésipo, sobre quem já abordamos; o bispo Dionísio de Corinto, o bispo Pinito de Creta, Felipe, Apolinário, Melinto, Musano, Modesto e, sobretudo, Ireneu; sua ortodoxia e fervor pela Tradição Apostólica nos chegaram por escrito" (História Eclesiástica 4,21).

• {245} "O primeiro entre os homens deste tempo, Cipriano, pastor da comunidade de Cartago, pensava que eles (=os hereges) não deviam ser admitidos sem antes se purificarem de seus erros pelo banho (=rebatismo). Mas [o Papa] Estêvão, julgando que não se deveria introduzir nenhuma inovação contrária à Tradição vigente desde o princípio, ficou vivamente indignado contra ele" (História Eclesiástica 7,3,1).

Atanásio de Alexandria

• {246} "Mas nossa fé é reta e tem sua origem no ensino dos Apóstolos e na Tradição dos Padres, ambas confirmadas tanto pelo Novo quanto pelo Antigo Testamento" (Carta 60).

• {247} "Só isto já é o suficiente para responder a essas coisas: estamos contentes pelo fato de que tal coisa não é o ensinamento da Igreja Católica, nem é mantido pelos Padres. Mas para evitar que os inventores de maldades façam de nosso silêncio um pretexto para a [sua] falta de vergonha, é bom citar algumas passagens da Sagrada Escritura" (Carta a Epiteto 3).

• {248} "Desde as origens, a autêntica Tradição, Doutrina e Fé da Igreja Católica foi dada pelo Senhor, pregada pelos Apóstolos e conservada pelos Padres (...) Note-se que a Tradição, a doutrina e a fé da Igreja Católica têm sua origem na pregação dos Apóstolos, que foi preservada pelos Padres. Sobre isto a Igreja foi edificada; logo, quem se afasta disto, não poderá ser chamado ‘cristão’" (Carta a Serapião 1,28).

• {249} "Porém, depois dele (=Ário) e com ele estão todos os inventores de ímpias heresias, que na verdade fazem referência às Escrituras mas não mantêm as opiniões

ditadas pelos Santos" (Cartas Festais 2,6).

• {250} "Obviamente, as Sagradas Escrituras, divinamente inspiradas, são auto-suficientes para a proclamação da verdade. Mas existe também numerosas obras compostas para esse fim por santos doutores; quem as ler, compreenderá a interpretação das Escrituras e será capaz de alcançar o conhecimento que almeja" (Contra os Pagãos 1).

• {251} "Com efeito, o que nossos Pais nos entregaram, isto sim é verdadeira doutrina; isto é verdadeiramente o símbolo dos doutores; uns e outros confessam a mesma coisa e não divergem entre si e nem de seus Pais. Ao contrário, aqueles que não possuem esta característica não são denominados 'verdadeiros doutores', mas 'malvados'" (Dos Decretos do Concílio de Niceia 4).

• {252} "Deixem que eles (=os hereges) nos digam de Mestre ou de que Tradição receberam essas noções referentes ao Salvador" (Dos Decretos do Concílio de Niceia 13).

Basílio de Cesareia

• {253} "Investiguemos quais são as nossas concepções comuns acerca do Espírito, assim como as que obtemos a partir da Sagrada Escritura em relação com aquelas que recebemos da Tradição não-escrita dos Padres" (Do Espírito Santo 9,22).

• {254} "Diz: 'Em um só Espírito todos nós fomos batizados em um só corpo'. E em harmonia com isto são as passagens:'Serão batizados no Espírito Santo' e 'Ele vos batizará com o Espírito Santo'. Contudo, a este respeito, ninguém justificaria chamar esse batismo como 'perfeito batismo', já que só o nome do Espírito Santo foi invocado. Ao contrário, a Tradição [do batismo trinitário] que nos foi entregue pela graça deve permanecer inviolável para todo o sempre" (Do Espírito Santo 12,28).

• {255} "Me faltaria tempo se eu tentasse enumerar [todos] os mistérios não-escritos da Igreja (...) As Tradições não-escritas não muitas e sua incidência no mistério da Piedade é muito importante" (Do Espírito Santo 27,67).

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Cirilo de Jerusalém

• {256} "Mas, ao aprender e confessar a fé, guarda apenas aquilo que agora a Igreja te entrega, defendida por todas as Escrituras Sagradas. Já que nem todos podem ler as Sagradas Escrituras - visto que a rudeza impede isto a muitos, enquanto que, noutros, isto ocorre em razão de suas ocupações -, vamos reunir em poucos versículos todo o dogma da fé, para que a alma não pereça de ignorância (...) O Símbolo da Fé não foi composto pelo capricho dos homens; os principais pontos sagrados, retirados das Santas Escrituras, aperfeiçoam e completam esta única doutrina da fé" (Leituras Catequéticas 5,12.33).

Gregório de Nissa

• {257} "Se um problema é desproporcional ao nosso raciocínio, o nosso dever é permanecer bem firmes e irremovíveis na Tradição que recebemos da sucessão dos Padres" (Sermão sobre o Intervalo de Três Dias).

Ambrósio de Milão

• {258} "Mas se eles não crerem nas doutrinas dos Padres, deixe que acreditem nas palavras de Cristo e nas advertências dos anjos que dizem: ‘Para Deus nada é impossível’, bem como que creiam na fé dos Apóstolos que a Igreja romana sempre manteve imaculada" (Carta a Sirício).

Epifânio de Salamina

• {259} "A Igreja deve guardar este costume, recebido como Tradição dos Pais. E quem haverá de suprimir o mandato da mãe ou a lei do pai? Conforme o que diz Salomão, 'tu, filho meu, escuta as correções de teu pai e não rejeites as advertências da tua mãe'. Com isto, se ensina que o Pai, o Deus unigênito e o Espírito Santo, tanto por escrito como sem escritura, nos deram doutrinas, e que nossa Mãe, a Igreja, nos legou preceitos, os quais sãos indissolúveis e definitivos" (Panarion 75,8).

Jerônimo

• {260} "Permanece firmemente unido à doutrina da Tradição que te foi ensinada para que possas exortar segundo a sã doutrina e

refutar quem a contradiz" (Carta 52,7).

• {261} "Tenha sempre em mãos os opúsculos de Cipriano; folheie, sem medo de tropeçar, as cartas e os livros de Hilário. Aprecie os autores em cujos livros a devoção e a fé não vacilam" (Carta 107,12).

• {262} "Você quer uma prova da Escritura? Poderá encontrar nos Atos dos Apóstolos. E se não restar provado com a autoridade da Escritura, o consenso de todo o mundo (=isto é, da Igreja Católica) sobre esse assunto serve como força de comando" (Diálogo com os Luciferianos 8).

Egéria de Constantinopla

• {263} "Ele me falou: 'Dize, filha, o que queres e eu te responderei, se o souber'. Disse eu, então: 'Sei, pelas Escrituras, que o santo Abraão com o pai Taré e Sara, a mulher e Ló, o filho do irmão, veio para este lugar (Gên. 11,31); porém, não li quando por aqui passaram Naor e Batuel; só isto sei que, pouco depois, o servo de Abraão veio a Carras, em busca de Rebeca, filha de Batuel, filho de Naor, para Isaac, filho do seu senhor, Abraão (Gên. 22,23; 24,2ss)' Ao que respondeu o santo bispo: 'Na verdade, filha, está escrito, como dizes, no Gênesis, que o santo Abraão por aqui passou com os seus; porém, não dizem as Escrituras canônicas quando passaram Naor com os seus e Batuel. Mas, evidentemente, passaram também eles, pouco depois, e suas sepulturas aí estão, a mil passos da cidade, pouco mais ou menos'" (Peregrinação 20,9-10).

Agostinho de Hipona

• {264} "Tudo o que observamos por Tradição, ainda que não se encontre escrito [nas Sagradas Escrituras], tudo o que a Igreja observa em todo orbe [terrestre] se subentende que é guardado por recomendação ou preceito dos Apóstolos ou dos Concílios plenários, cuja autoridade é indiscutível na Igreja. Por exemplo: a Paixão do Senhor, sua Ressurreição, ascensão aos céus e a vinda do Espírito Santo a partir do céu, [tudo isto] é celebrado a cada ano. Diremos a mesma coisa acerca de qualquer outra prática semelhante observada por toda

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a Igreja universal" (Carta 54,1-2).

• {265} "Uma observância mantida pela Igreja inteira e sempre conservada, que não tenha sido instituída pelos Concílios, acaba por não ser outra coisa, com pleno direito, senão uma Tradição que emana da autoridade dos Apóstolos" (Do Batismo 4,24,31).

• {266} "É óbvio que se a fé permite e a Igreja Católica aprova, então deve ser crido como verdade" (Sermão 117,6).

Concílio Ecumênico de Éfeso

• {267} "E agora te lembrarei, como a um irmão em Cristo, que é preciso transmitir aos povos a doutrina e o senso da fé com toda segurança (...) Fazemos isso de maneira correta se abordamos os ensinamentos dos Santos Padres, tendo o cuidado de lhes dar todo o valor. Devemos examinar a nós mesmos para ver se nossa fé está em consonância com o que está escrito e assim conformar integralmente o nosso modo de pensar com o que pensaram, de modo reto e irrepreensível (...) Também nós devemos acatar a essas declarações e decretos" (Sessão 1).

Capreólogo de Cartago

• {268} "Para exemplo da posterioridade, é preciso que se preserve o que já foi definido pelos Padres. Com efeito, quem deseja perpetuar o que foi decretado sobre o sistema católico, deve fundamentar sua opinião não na própria autoridade, mas no voto dos anciãos" (Carta aos Bispos reunidos no Concílio de Éfeso).

Vicente de Lérins

• {269} "Na Igreja Católica é preciso dar grande cuidado para que guardemos aquilo que, em toda a parte, sempre e por todos tem sido acreditado" (Comonitório 2).

• {270} "Nossos antepassados semearam outrora neste campo da Igreja as sementes do trigo da fé. Será sumamente injusto e inconveniente que nós, os pósteros, em vez da verdade do trigo autêntico recolhamos o erro da simulada cizânia. Bem ao contrário, é justo e coerente que, sem discrepância entre o início e o término, ceifemos das desenvolvidas plantações de trigo a messe

também de trigo do dogma. E se algo daquelas sementes originais se desenvolver com o andar dos tempos, seja isto agora motivo de alegria e cultivo" (Comonitório).

Teodoreto de Ciro

• {271} "Este ensinamento nos chegou não apenas pelos Apóstolos e profetas, mas também por aqueles que interpretaram seus escritos, como Inácio, Eustáquio, Atanásio, Basílio, Gregório e outras luzes do mundo, e, antes destes, pelos Santos Padres que se reuniram em Niceia para confessar a fé que deveria ser mantida intacta, como herança dada pelo Pai. Aqueles que se atrevem a violar estes ensinamentos chamamos ‘corruptores’ e ‘inimigos da verdade’" (Carta 89).

Posídio

• {272} "Muitos livros [de Santo Agostinho de Hipona] foram redigidos por ele e publicados, muitas pregações foram pronunciadas na Igreja, transcritas e corrigidas, ora para refutar hereges, ora para interpretar as Sagradas Escrituras, para a edificação dos santos filhos da Igreja. Estas obras são tão numerosas que dificilmente um estudioso tem a possibilidade de lê-las e aprender a conhecê-las" (Vida de Agostinho 18,9).

Barsanúfio e João de Sérida

• {273} "É proveitoso ler a vida dos Padres; é um meio de iluminar o espírito no Senhor".

Concílio Ecumênico de Constantinopla II

• {274} "Confessamos manter e pregar a fé dada desde o princípio pelo grande Deus e Salvador nosso, Jesus Cristo, a seus santos Apóstolos e, por estes, pregada no mundo inteiro. Também os Santos Padres e, sobretudo, aqueles que se reuniram nos quatro santos Concílios (=Niceia, Constantinopla I, Éfeso e Calcedônia) a confessaram, explicaram e transmitiram às santas Igrejas. A estes Padres seguimos em tudo e por tudo e, por isso, recebemos tudo o que é conforme com o que estes mencionados quatro Concílios definiram como a verdadeira Fé, enquanto tudo o que não esteja conforme com o que foi definido pelos mesmos quatro Santos Concílios, o

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julgamos alheios à piedade e o condenamos e o anatematizamos" (Sessão 3).

• {275} "Confessando, portanto, deste modo o que recebemos tanto da divina Escritura como do ensinamento dos Santos Padres e do que foi definido pelos referidos Quatro Concílios a respeito da única e mesma fé, e proferida também por nós a condenação aos hereges e à sua impiedade (...): se alguém pretender transmitir, ou ensinar, ou escrever contra o que por nós foi santamente disposto, será ele, se for bispo ou clérigo, suspenso 'a divinis' no episcopado ou no estado clerical, por sua conduta estranha a um sacerdote e ao estado eclesiástico; se for monge ou leigo, será excomungado" (Sessão 8).

Cassiodoro

• {276} "Em Agostinho há tanta riqueza que me parece impossível encontrar algo que já não tenha sido tratado abundantemente por ele" (Da Alma).

João Mosco

• {277} "Ao me falar sobre a salvação da alma, aconteceu de pai Cosme citar Atanásio, bispo de Alexandria. Disse-me o ancião: 'Quando te deparares com um pensamento de Atanásio e não tiveres uma folha à mão, escreve-o em tua roupa'. Tal era o amor daquele velho por nossos pais e mestres" (O Prado 40).

Concílio Regional do Latrão

• {278} "Se alguém não confessar, segundo os Santos Padres, retamente e em toda a verdade, com a palavra e com o pensamento, até os mínimos detalhes, tudo o que foi transmitido e pregado à Santa, Católica e Apostólica Igreja de Deus, em obediência aos Santos Padres e aos Cinco Veneráveis Concílios Ecumênicos, seja condenado" (Sessão 5).

Pseudo-Anastácio do Sinai

• {279} "[Título desta Obra:] 'Discursos dos Santos Padres' ou 'Seleção de Citações por

meio das quais Aprendemos Sabiamente toda a Doutrina da Igreja Apostólica e também o Querigma da Teologia e os Discursos da Economia Divina e a Exatidão dos outros Dogmas Sustentados pela Igreja'".

Concílio Ecumênico de Constantinopla III

• {280} "Pregamos também duas vontades naturais nele (=Jesus), bem como duas operações naturais, sem divisão, sem mudança, sem separação, sem partilha, sem confusão. Isto pregamos de acordo com a doutrina dos Santos Padres (...) Pois a vontade da carne tinha de ser dirigida e estar sujeita à vontade divina, segundo o sapientíssimo Atanásio (...) Assim também sua vontade humana não foi destruída ao ser deificada, mas antes foi preservada, como diz Gregório, o Teólogo".

Papa Agatão I de Roma

• {281} "Da mesma forma, a regra de Fé nos ensina que o mesmo e único Senhor Jesus Cristo tem também duas vontades naturais e duas operações naturais enquanto perfeito Deus e perfeito homem, pois é comprovado que isto nos ensinaram a Tradição Apostólica e evangélica e o Magistério dos Santos Padres reconhecidos pela Santa Igreja Católica e Apostólica e pelos veneráveis Concílios" (Carta "Omnium Bonorum Spes").

João de Damasco

• {282} "Aquele que não crer conforme a Tradição da Igreja Católica não pode ser tido por crente" (Contra os Nestorianos).

Concílio Ecumênico de Niceia II

• {283} "Quem rejeitar toda a Tradição da Igreja, seja escrita ou não-escrita - seja anátema" (Anátema 4).

• {284} "Para proferir sucintamente a nossa profissão de fé, conservamos todas as Tradições da Igreja, escritas ou não escritas, que nos têm sido transmitidas sem alteração".

No Mesmo Sentido: Inácio de Antioquia: Carta aos Filadelfos 8,2; Carta aos Esmirnenses 8. * Ireneu de Lião: Contra as Heresias 3,1; 3,5,1; 5,Pref.; 5,20,1-2. * Clemente de Alexandria: Estrômatos 1,11; 7,104. *

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Tertuliano de Cartago: Da Pureza 9,1; Da Prescrição dos Hereges 32. * Orígenes de Alexandria: Das Doutrinas Fundamentais 1,2; Dos Princípios 1,2. * Cipriano de Cartago: Carta 59,14; 75,3. * Concílio Ecumênico de Niceia I: Credo. * Hilário de Poitiers: Frag. Oper. Hist. 7,3. * Atanásio de Alexandria: Aos Africanos 1; 2; Carta 59; 60; Carta a Serapião 1,28; Carta Sinodal 13; 47; 48; 54; Dos Decretos do Concílio de Niceia 3; 4; 13; 20; 27; Homilia 1,37-38.44; 2,34; 3,10.28.58; Vida de Antão 89. * Basílio de Cesareia: Carta 204,67; Carta Canônica; Do Espírito Santo 22; 67; 71. * Gregório de Nanzianzo: Carta 101; Oratória 33,15. * Gregório de Nissa: Contra Eunômio 4,6. * Epifânio de Salamina: Panarion 61,6. * João Crisóstomo: Homilia sobre 2Tessalonicenses 2,15; Homilia sobre Atos 1,1; Homilia sobre Filipenses 3,4. * Agostinho de Hipona: Carta 164; Contra a Carta de Manes 5,6; Contra a Carta chamada 'Fundamentos' 14,18; Contra Crescônio; Contra Fausto 8,5; Contra Juliano 1,7,34; Da Trindade 4,6,10. Do Batismo 5,23.26. * Sócrates de Constantinopla: História Eclesiástica 5,10. * Vicente de Lérins: Comonitório 1,26. * João de Damasco: Da Fé Ortodoxa 4,12.16.

c) A Rejeição da "Sola Scriptura""Muitas outras coisas há que fez Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que nem no mundo todo

poderiam caber os livros que seria preciso escrever" (Jo. 21,25).

"Todavia, a fé cristã não é uma 'religião do Livro'. O Cristianismo é a religião da 'Palavra' de Deus, não de um verbo escrito e mudo, mas do Verbo encarnado e vivo. Para que as Escrituras não permaneçam letra morta, é preciso que Cristo, Palavra eterna de Deus vivo, pelo Espírito Santo, nos abra o espírito à compreensão das Escrituras (Luc. 24,45)" (CIC 108).

Justino de Roma

• {285} "Ainda que não me fosse possível demonstrar-vos pelas Escrituras que um daqueles três (=Pessoas da Trindade) é Deus e é chamado 'Mensageiro' - pois, como já disse, Ele anuncia o que o Deus Criador do universo ordena para alguém - todavia, seria razoável que a Este que apareceu a Abraão sobre a terra em forma de homem, como os outros dois Anjos que O acompanhavam, dizer que este é Deus antes da Criação do mundo; e vós O conheceis da mesma forma que o vosso povo O conhece" (Diálogo com o Judeu Trifão 56,10).

Ireneu de Lião

• {286} "Ainda que os Apóstolos não tivessem deixado nenhum escrito, bastaria seguir a regra de Fé que eles ensinaram aos chefes das Igrejas" (Contra as Heresias 3,4,1).

• {287} "Convém, pois, evitar as sentenças dos hereges e precaver-se atentamente para não ser por eles incomodado em qualquer parte; convém refugiar-se na Igreja e ser educado em seu meio, nutrido com as santas Escrituras do Senhor; pois a Igreja está plantada neste mundo como o paraíso. 'Comereis o fruto da árvore do paraíso' - diz o Espírito de Deus. Isto é, comei de toda a Escritura do Senhor; não comais, porém,

com senso mais elevado do que convém nem vos envolvais nas dissensões dos hereges, que pretendem possuir o conhecimento do bem e do mal, lançando sobre Deus, que os criou, suas ímpias proposições. Pretendem compreender acima da medida da compreensão. Diz, pois, o Apóstolo: 'Não saber mais do que convém, mas saber com prudência', para não sermos expulsos do paraíso da vida por comermos de conhecimento como o dos hereges, que prova mais do que convém. Nesse paraíso o Senhor coloca os que ouvem seu preceito, 'recapitulando em si tudo o que existe no céu e na terra'. As coisas do céu são espirituais e as da terra estão na medida do homem. Foram elas todas que Ele recapitulou em si mesmo, unindo ao Espírito o homem, infundindo o Espírito no homem. Tornou-se assim a cabeça do Espírito e fez do Espírito a cabeça do homem, o Espírito em quem vemos, ouvimos e falamos" (Contra as Heresias 5,2,29).

Tertuliano de Cartago

• {288} "Eles (=os hereges) usam as Escrituras e, com semelhante audácia, imediatamente impressionam a alguns. Porém, durante o debate, fatigam certamente os fortes, captam os débeis, deixam cheios de escrúpulos os de condição intermédia. Por isso os amarramos,

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Page 31: A fé cristã primitiva

A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto

2. Autores e Obras ReferidasABÉRCIO DE HIERÁPOLIS: Epitáfio

ADAI E MARI: Prece Eucarística

AFRATES DA PÉRSIA: Exposição - Homilia sobre a Penitência - Tratados

AGATÃO ABADE

AGOSTINHO DE HIPONA: 83 Questões - Aos Catecúmenos - Carta a Macedônio - Cartas - Comentário aos Salmos - Comentário sobre Gálatas - Comentário sobre Oseias - Comentário sobre Romanos - Confissões - Contra 2 Cartas dos Pelagianos - Contra a Carta de Manes - Contra Adimanto - Contra a Carta de Parmeniano - Contra as Cartas de Petiliano - Contra Crescônio - Contra Fausto - Contra Juliano - Contra os Donatistas - Correção dos Donatistas - Da Agonia de Cristo - Da Catequização dos Rudes - Da Defesa do Gênesis contra os Maniqueus - Da Doutrina Cristã - Da Fé e do Símbolo - Da Fé nas Coisas que não se Veem - Da Fé, Esperança e Caridade - Da Graça - Da Graça de Cristo e do Pecado Original - Da Graça e do Livre Arbítrio - Da Instrução dos Catecúmenos - Da Justiça Humana - Da Literalidade do Gênesis - Da Mentira - Da Moralidade da Igreja Católica - Da Morte de Valentiniano - Da Natureza e da Graça - Da Oração do Senhor - Da Predestinação dos Santos - Da Sagrada Viuvez - Da Trindade - Da Unidade da Igreja - Da Utilidade de Crer - Da Verdadeira e Falsa Penitência - Da Verdadeira Religião - Da Vida Beata - Da Vida Conjugal - Da Virgindade Consagrada - Das Oito Questões de Dulcício - Das Núpcias e da Concupiscência - De Consec. Dist. - Do Adultério Conjugal - Do Castigo e Remissão dos Pecadores - Do Batismo - Do Bem do Matrimônio - Do Combate Cristão - Do Consenso entre os Evangelistas - Do Cuidado devido aos Mortos - Do Dom da Perseverança - Do Espírito e da Letra - Do Heptateuco - Do Livre Arbítrio - Do Sermão da Montanha - Dos Costumes da Igreja Católica - Enquirídio - Explicação da Missa aos Neófitos - Exposição da Carta aos Partos - Instrução do Amante - Obra Imperfeita contra Juliano - Regra - Retratações - Resposta a Juliano - Salmo contra a Cerimônia Donatista - Sermão da Oitava Pascal - Sermão da Páscoa - Sermão na Igreja da Cesareia - Sermão sobre a Ressurreição - Sermão sobre Mateus - Sermões - Sobre Diversas Questões - Solilóquios - Tratado sobre 1João - Tratado sobre João

ALEXANDRE DE ALEXANDRIA: Cartas

AMBRÓSIO AUTPERTO: Da Cupidez - Sobre o Apocalipse

AMBRÓSIO DE MILÃO: Apologia de Davi - Carta a Sirício - Comentário aos Salmos - Da Encarnação do Senhor - Da Fé - Da Instituição das Virgens - Da Morte de seu Irmão - Da Penitência - Da Virgindade - Das Viúvas - De Bonif. - Do Espírito Santo - Do Símbolo - Dos Deveres do Clero - Dos Mistérios - Dos Ofícios - Dos Sacramentos - Hexaemeron - Sermão no Funeral de Teodósio - Sobre 1Reis - Sobre 1Tessalonicenses - Sobre Abraão - Sobre Êxodo - Sobre Lucas - Sobre Nabot - Sobre Tobias

AMONAS ABADE

AMUM ABADE

ANASTÁCIO DO SINAI: Guia - Hexaemeron

ANATÓLIO DE CONSTANTINOPLA: Cartas

ANDRÉ DE CRETA: Sermão da Dormição de Maria - Sermão da Natividade de Maria

ANÔNIMOS: Anáfora de São Marcos Evangelista - Antiga fórmula latina - Ata de Frutuoso Mártir -Ata do Martírio de Saturnino - Atas dos Mártires - Atas dos Mártires da Abissínia - Atas dos Mártires da Silícia - Cânon de Muratori - Carta a Diogneto - Carta das Igrejas de Viena e Lion às Igrejas da Ásia e Frígia - Carta de Barnabé - Carta dos Apóstolos - Constituições Apostólicas - Constituições Egípcias - Contra os Hereges - Credo da Igreja Copta - Credo da Igreja de Cesareia - Didaqué (ou: Doutrina dos Apóstolos) - Didascalia - Eucológio Egípcio - Fórmula Clemente Trindade - Hino Jubilosa Luz - Inscrição "De Pectorio" - Inscrições Fúnebres e Grafitos - Livro dos Pontífices - Livro dos Oito Tons - Mártires de Lião - Martírio de Cipriano - Martírio de Inácio - Martírio de Justino e seus Companheiros - Martírio de Policarpo - Oração Mariana Egípcia - Paixão de Perpétua e Felicidade - Papiro de Dêr-Balyzeh - Prólogos Anti-Marcionistas - Rótulo de Ravena - Símbolo Atanasiano - Talmud Babilônico - Vida de Amando da Irlanda - Vida de Cesário de Arles

ANTÃO DO DESERTO

ARISTIDES DE ATENAS: Apologia

ARNÓBIO DE SICA: Crônica contra os Pagãos

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A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto

ARSÊNIO ABADE

ATANÁSIO DE ALEXANDRIA: Aos Recém-Batizados - Carta a Epiteto - Carta a Serapião - Carta ao Presbítero Adélfio - Carta Encíclica - Carta Sinodal - Cartas - Cartas Festais - Contra os Arianos - Contra os Pagãos - Da Encarnação do Verbo - Da Opinião de Dionísio - Da Virgindade - Dos Decretos do Concílio de Niceia - Fragmento contra Novato - Sobre 1Timóteo - Sobre Lucas - Tomo aos Antioquenos - Vida de Antão

ATENÁGORAS DE ATENAS: Da Ressurreição dos Mortos - Súplica pelos Cristãos

BARSANÚFIO E JOÃO DE SÉRIDA

BASÍLIO DE ANCIRA: Da Virgindade

BASÍLIO DE CESAREIA: Anáfora - Aos Jovens - Carta a Anfilóquio - Contra Eunômio - Da Profissão de Fé - Do Espírito Santo - Homilia de Natal - Homilia sobre a Fé - Homilia sobre o Batismo - Homilia sobre os Salmos - Homilias - Protríptico do Santo Batismo - Regra Breve - Regra Moral - Regras

BASÍLIO DE SELÊUCIA: Homilia sobre a Mãe de Deus

BEDA VENERÁVEL: Carta a Egberto - Comment. in Locum - Expl. Ap. - História Eclesiástica do Anglos - Vita Beatorum Abbatum

BENTO DE NÚRSIA: Regra

BOÉCIO DE ROMA: Da Consolação da Filosofia

BONIFÁCIO DA GERMÂNIA: Cartas

CAIO DE ROMA: Contra Proclo

CAPREÓLOGO DE CARTAGO: Carta aos Bispos reunidos no Concílio de Éfeso

CASSIODORO: Complicações - Da Alma

CESÁRIO DE ARLES: Da Profissão de Fé - Do Símbolo - Sermões

CIPRIANO DE CARTAGO: Caminheiro - Carta a Demetriano - Carta a Donato - Carta a Fortunato - Cartas - Da Inutilidade dos Ídolos - Da Morte - Da Oração do Senhor - Da Penitência - Da Peste - Da Unidade Igreja Católica - Das Boas Obras e Esmolas - Do Hábito das Virgens - Do Zelo e da Inveja - Dos Lapsos - Dos Pecadores - Exortação ao Martírio - Sentenças Episcopais

CIRILO DE ALEXANDRIA: Carta à Imperatriz - Carta a Nestório - Carta a Sucenso - Cartas - Comentário ao Evangelho de João - Comentário ao Evangelho de Lucas - Contra Juliano - Da Adoração - Diálogo sobre a Trindade - Homilia da Encarnação do Verbo - Homilia no Concílio de Éfeso - Maria, Mãe de Deus - Resposta a Tibério Sociosqua

CIRILO DE JERUSALÉM: Carta ao Imperador Constâncio - Homilia sobre o Batismo - Leituras Catequéticas - Sobre João

CLEMENTE DE ALEXANDRIA: Estrômatos - Exortação aos Gregos - Pedagogo - Protréptico - Qual é o Rico que se Salva? - Sobre a Carta de Judas - Sobre João - Sobre Números

COLUMBANO: Instruções - Penitencial

CROMÁCIO DE AQUILEIA: Sermões - Tratados

DANIEL ABADE

DANIEL DE WINCHESTER: Carta a Bonifácio

DIÁDOCO DE FÓTICO

DÍDIMO O CEGO: Da Trindade - Do Espírito Santo - Sobre Salmos

DIODORO DE TARSO: Sobre Gênesis

DIONÍSIO DE ALEXANDRIA: Das Promessas

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Page 33: A fé cristã primitiva

A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto

DIONÍSIO DE CORINTO: Carta ao Papa Sótero

DOUGLAS ABADE

EFRÉM DA SÍRIA: Carmina Nisibena - Carmina Soguita - Comentário ao Diatessaron - Da Virgindade - Hino da Natividade - Hino sobre a Fé - Hino sobre a Pérola - Hino sobre o Paraíso - Hinos - Homilia para a Semana Santa - Homilias - Testamento

EGÉRIA DE CONSTANTINOPLA: Peregrinação

ELIAS ABADE

ENÉIAS DE GAZA: Theophrastes

EPIFÂNIO DE SALAMINA: Ancoratus - Exposição do Símbolo de Niceia - Panarion

EUDÓXIO DE CONSTANTINOPLA

EUSÉBIO DA PANFÍLIA

EUSÉBIO DE CESAREIA: Da Solenidade Pascal - Discursos - História Eclesiástica - Preparação Evangélica - Vida de Constantino

EUSÉBIO DE VERCELLI: Cartas

EUSTÁQUIO DE ANTIOQUIA: Da Feiticeira de Endor

EUTÍQUIO: Da Páscoa

EVÁGRIO DO PONTO: Praktikos

FÁBIO DE ANTIOQUIA: Carta "Quantam Sollicitudinem"

FAUSTO DE RIEZ

FILON DA CARPÁSIA: Comentário aos Cânticos

FILOXENO DA SÍRIA

FIRMILIANO DA CAPADÓCIA: Carta a Cipriano de Cartago - Cartas

FULGÊNCIO DE RUSPE: A Fabiano - Da Fé de Pedro

FRUTUOSO MÁRTIR

GERMANO DE CONSTANTINOPLA: Homilia da Dormição de Maria - Homilias

GREGÓRIO ABADE

GREGÓRIO DE NANZIANZO: Carmina - Cartas - Em Defesa de sua Exaltação - Discurso Teológico - Oratória - Poemas Dogmáticos - Sermão sobre o Batismo

GREGÓRIO DE NISSA: A Eustácio - Cartas - Contra Eunômio - Da Alma e da Ressurreição - Do Amor aos Pobres - Da Criação do Homem - Da Inexistência de Três Deuses - Da Oração do Senhor - Da Vida de Moisés - Da Virgindade - Das Beatitudes - Discurso Catequético - Do Batismo de Cristo - Do Espírito Santo - Dos Princípios - Homilia da Natividade - Homilia sobre Cânticos - Homilia sobre Eclesiastes - Homilias sobre os Salmos - Homilias - Panegírico de São Teodoro - Quando Tudo for Submetido ao Filho - Refutação das Opiniões de Apolinário - Sermão sobre a Morte - Sermão sobre as Bem-Aventuranças - Sermão sobre o Intervalo de Três Dias - Vida de Gregório Taumaturgo - Vida de Macrina - Vida de Moisés

GREGÓRIO DE TOURS: Em Honra aos Mártires - História dos Francos

GREGÓRIO TAUMATURGO: Carta Canônica - Discurso de Gratidão a Orígenes - Exposição da Fé

HEGÉSIPO: Memórias

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Page 34: A fé cristã primitiva

A Fé Cristã Primitiva Carlos Martins Nabeto

3. Abreviações

A) Antigo Testamento1Cron. – 1Crônicas

2Cron. – 2Crônicas

1Mac. – 1Macabeus

2Mac. – 2Macabeus

1Rs. – 1Reis

2Rs. – 2Reis

1Sam. – 1Samuel

2Sam. – 2Samul

Ab. – Abdias

Ag. – Ageu

Am. – Amós

Bar. – Baruc

Cant. – Cânticos

Dan. – Daniel

Deut. – Deuteronômio

Ecl. – Eclesiastes

Eclo. – Eclesiástico

Esd. – Esdras

Est. – Ester

Ex. – Êxodo

Ez. – Ezequiel

Gên. – Gênesis

Hab. – Habacuc

Is. – Isaías

Jer. – Jeremias

Jl – Joel

Jó – Jó

Jon – Jonas

Jos. – Josué

Jdt. – Judite

Jz. – Juízes

Lam. – Lamentações

Lev. – Levítico

Mal. – Malaquias

Miq. – Miquéias

Na. – Naum

Ne. – Neemias

Núm. – Números

Os. – Oséias

Prov. – Provérbios

Rut. – Rute

Sab. – Sabedoria

Sal. – Salmos

Sof. – Sofonias

Tob. – Tobias

Zac. – Zacarias

B) Novo Testamento1Cor. – 1Coríntios

2Cor. – 2Coríntios

1Jo. – 1João

2Jo. – 2João

3Jo. – 3João

1Ped. – 1Pedro

2Ped. – 2Pedro

1Tes. – 1Tessalonicenses

2Tes. – 2Tessalonicenses

1Tim. – 1Timóteo

2Tim. – 2Timóteo

Apoc. – Apocalipse

At. – Atos dos Apóstolos

Col. – Colossenses

Ef. – Efésios

Flm. – Filemon

Flp. - Filipenses

Gál. – Gálatas

Heb. – Hebreus

Jo. – João

Jud. – Judas

Luc. – Lucas

Mat. – Mateus

Marc. – Marcos

Rom. – Romanos

Tiag. – Tiago

Tit. – Tito

C) Outrascf. - Conforme

cfr. - Confrontar com

p.ex. - Por exemplo

PG – Migne, Padres Gregos

PL – Migne, Padres Latinos

LXX – Septuaginta

TM – Texto Massorético

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Page 35: A fé cristã primitiva

AO REI DOS SECVLOS

IMORTAL E INVISIVEL

HONRA E GLORIA

PELOS SECVLOS DOS SECVLOS

Page 36: A fé cristã primitiva

LEIA TAMBÉM ALGUMAS OBRAS INTEGRAIS DO PERÍODO PATRÍSTICO

Lançados pela Paradosis / Clube de Autores & Central de Obras do Cristianismo Primitivo-COCP

Das Heresiaspor Santo Agostinho de Hipona

Adquira já o seu:

Nesta obra, escrita em 428, pouco antes de seu falecimento, Santo Agostinho atende aos insistentes pedidos do diácono Quodvultdeus de Cartago e aborda 88 heresias. Embora redigido há cerca de quinze séculos, permite-nos enxergar a existência de muitas heresias antigas em inúmeras "comunidades cristãs" de hoje, mantendo assim a sua atualidade e servindo-nos ainda como um precioso alerta.

http://www.clubedeautores.com.br/book/126064--Das_Heresias

Comonitório - Memorial contra os Heregespor São Vicente de Lérins

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Uma das grandes pérolas da literatura patrística, distingue metodicamente a Fé Católica autêntica das inovações heréticas, adotando um triplo critério de apreciação das doutrinas: universalidade, antiguidade e consenso dos Padres. De enorme importância nos séculos V e VI, esta obra readquiriu sua fama após a eclosão da Reforma Protestante, no século XVI.

http://www.clubedeautores.com.br/book/4094--Comonitorio

Demonstração da Pregação Apostólicapor Santo Ireneu de Lião

Adquira já o seu:

Obra clássica de Santo Ireneu, famoso apologista do século II, é um mini-compêndio da Fé Cristã, cuidando da Santíssima Trindade, da Criação e Queda do homem, da Encarnação e Redenção do Verbo, e da verdade da Revelação Cristã, tudo fundamentado pelas inúmeras provas proféticas do Antigo Testamento.

http://www.clubedeautores.com.br/book/4322--Demonstracao_da_Pregacao_Apostolica

Acompanhe pelo Blog oficial os novos lançamentos desta série:

http://santos-padres.blogspot.com

Page 37: A fé cristã primitiva

Visite e Divulgue o Apostolado

CATÓLICO PORQUE...

O que nos move neste Sítio é o sublime desafio de São Pedro: 'Estai preparados para dar a todos a razão da vossa Fé' (1Pedro 3,15). Aqui você encontrará respostas para todas as suas perguntas

pessoais bem como para todos aqueles questionamentos que lhe são feitos pelos não-católicos. Com efeito, você se orgulhará de ser católico e ainda aprofundará os seus conhecimentos e a sua Fé

Cristã, podendo também responder prontamente aqueles que lhe dirigir perguntas!!

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Visite também:

CENTRAL DE OBRAS DO CRISTIANISMO PRIMITIVO – COCP

http://cocp.50webs.com

Recorde um dos Sites Católicos pioneiros da Internet:APOSTOLADO AGNUS DEI

http://agnusdei.50webs.com