Upload
katia-amaral
View
363
Download
3
Embed Size (px)
Citation preview
Acolhimento com
classificação de risco em obstetrícia
Débora Rodrigues LimaEmail- [email protected]
Telefone: (31) 94752576Florianópolis
2013
Atenção Integral à Saúde da Mulher e da Criança
REDE CEGONHA
Estratégia de qualificação da assistência materno infantil
REDE CEGONHA: POR QUÊ?
Apesar dos esforços para melhorar a saúde materno-infantil, tais como:• Programa de Humanização do Parto e Nascimento – PHPN 2000• Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal – 2004• Agenda de Atenção Integral à Saúde da Criança - 2005• Compromisso para Acelerar a Redução da Desigualdade na Região
Nordeste e Amazônia Legal – 2009.
Ainda se identificam: • Elevadas taxas de morbi-mortalidade materna e infantil, sobretudo a
neonatal• Rede de atenção fragmentada e pouco resolutiva
BRASIL, 2011
COMPONENTES DA REDE CEGONHA
COMPONENTE 1: • ARTICULAÇÃO DA REDE E PRÁTICAS
DE ATENÇÃO
PROPOSTAS: • Garantia do ACOLHIMENTO, ampliação do
acesso e melhoria da qualidade do pré-natal.
Ações:• 1 - Vincular todas as gestantes da unidade básica
à maternidade, com critério de acesso geográfico: “Gestante não Peregrina!”
• 2 - Implantar o Acolhimento com Classificação de Risco em obstetrícia e neonatologia nas portas das maternidades: garantia de “vaga sempre” para gestante e RN.
ACOLHIMENTO
Acolher significa receber, recepcionar e, aceitar o outro como sujeito de direitos e desejos e como co-responsável pela produção da saúde, tanto no âmbito da atenção individual como do ponto de vista coletivo. Envolve relações, competências profissionais e condições ambientais.
(INOJOSA, 2005)
O Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR)
• É um marcador que permite a garantia de acesso, e concretização do principio da equidade, pois possibilita a identificação das prioridades para atendimento.
ACCR EM OBSTETRÍCIA
• A PORTARIA 2.048 DE 05 DE NOVEMBRO DE 2002 DO MINISTÉRIO DA SAÚDE COLOCA QUE O ACCR...“deve ser realizado por profissional de saúde de nível superior, mediante treinamento específico e utilização de protocolos pré – estabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes colocando – os em ordem de prioridade para o atendimento”.(BRASIL, 2002)
ACCR EM OBSTETRÍCIA
• A Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, em parceria com a Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG) e as maternidades públicas de Belo Horizonte, apresentou a partir de 2010 a proposta de implantação do Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) nas maternidades do SUS-BH.
1º Grupo – Prioridade Máxima (Vermelha) Emergência
Atender mediatamente encaminhar diretamente para atendimento, no pré-
parto ou bloco obstétrico.
2º Grupo – Prioridade I (Laranja) - Muito Urgente
Atender em até 10 minutos e encaminhar para consulta priorizada.
3º Grupo – Prioridade II (Amarelo) - Urgente
• Atender em até 30 minutos e encaminhar para consulta priorizada.
• Reavaliar periodicamente.
4º Grupo – Prioridade III (Verde) Pouco urgente
• Atender em até 120 minutos e encaminhar para consulta sem priorização.
• Informar expectativa do tempo de atendimento e reavaliar periodicamente.
5º Grupo – Prioridade IV (Azul) Não urgente
• Atender em até 240min e informar.
• Pacientes classificados como AZUL poderão ser encaminhados, através de documento escrito, para a Unidade Básica de Saúde de referência.
IndicadoresDados da maternidade, janeiro a outubro de 2013
Mês Consultas PA Obstétrico Internações Total de
partosPercentual de
cesáreasPN Alto
RiscoPC Alto Risco
Janeiro 2.842 1.359 900 23,8% 30 50Fevereiro 2.629 1.331 920 25,0% 10 24Março 2.721 1.364 948 23,7% 27 72Abril 2.731 1.472 985 24,2% 21 66Maio 2.725 1.442 986 21,1% 20 65Junho 2.503 1.349 888 26,4% 29 83Julho 2.644 1.357 882 24,3% 31 84Agosto 2.609 1.358 901 23,4% 53 93Setembro 2.647 1.200 791 24,3%Outubro 2.919 1.418 882 29,7%
Total 26.970 13.650 9.083 - 221 537Média mensal 2.697 1.365 908 24,5% 28 67
Fonte: SGH, Livros de registro - HSF e DataSus
Fluxograma
RegulamentaçãoPORTARIA N.º 163, DE 22 DE SETEMBRO DE 1998Art. 1º - Regulamentar a realização do procedimento 35.080.01.9 – Parto
Normal sem Distócia Realizado Por Enfermeiro Obstetra.• 1.1 – A realização deste procedimento será exclusiva de profissionais
titulares de diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeiro Obstetra;
• 1.2 – Cabe ao enfermeiro obstetra:• 1 – Identificação de distócias obstétricas e tomada de providências até a
chegada do médico• 2 – Prestação de assistência a parturiente e ao parto normal• 3 – Realização de episiotomia e episiorrrafia com aplicação de anestesia
local, quando necessário• 4 – Acompanhamento do trabalho de parto• 5 – Execução do parto sem distócia• 6 – Emissão de laudo de internação
Estrutura física do Pronto Atendimento
Recepção
Ficha de atendimento
Banner informativo
Sala de espera / Recepção
Sala de espera
Consultórios
Equipe
Enfermeira do acolhimento
Modelo de identificação de cores
Modelo de identificação de cores
1º GRUPOVERMELHA/EMERGENTE
1. Mulheres com ou sem confirmação de gravidez: (M)
* Convulsão* Hipotensão (PAS ≤ 80 mmHg)* Bradicardia (≤ 45 bpm)* Taquicardia (≥ 120 bpm)* Pele fria, palidez acentuada/ perfusão limítrofe, sudorese, pulso fino e síncope postural
1.1 – Insuficiência Respiratória (M)
* Incapacidade de falar* Cianose* FR ≤ 10 ipm ou FR ≥ 32 irpm* Respiração Agônica/ dispnéia/ fadiga muscular* Uso de musculatura acessória
2. Gestante2.1. – Alteração do estado mental (M)
* Não-responsiva/ déficit cognitivo/ confusão mental* Letargia/ agitação/ paralisia* Hipoglicemia com sudorese e/ou alteração no nível de consciência e/ou visão turva e/ou pulso anormal e/ou dispnéia. * Alteração grave de comportamento com risco de agressão
2.2- Trabalho de parto (M/E)* Período expulsivo
2.3- Hemorragia genital e/ou dor de garganta (M)* ≥ 8/ 10
2.4- Prolapso de cordão (M)
2.5- Exteriorização de partes fetais pelos genitais (M)
2º GRUPOLARANJA/ MUITO URGENTE
1.Gravidez > 20 semanas (M/E)* Trabalho de Parto* Ausência de Movimentação Fetal* Pós parto imediato – Parto no trajeto ou domiciliar
2. Gestante ou puérpera (M)2.1- Hipertensão com PA ≥ 160 x 100 mmHg2.2- Hipertensão com PA ≥ 140 x 100 mmHg com:
* Cefaléia* Epigastralgia* Alterações visuais
2.3- Febre (M)* Tax ≥ 40 º C* Toxemia* Alteração mental
2.4- Doença psiquiátrica com rigidez de membros (M)
2.5- Relato de convulsão em pós comicial (M)
3. Não gestante com dor abdominal aguda, de forte intensidade associada à náusea e/ou vômito e/ou sudorese e/ou sangramento genital com suspeita de gravidez. (M)
3º GRUPO AMARELO/ URGENTE
1. Hipertensão em gestante ou puérpera (M)* PA ≥ 140x90 mmHg e < 160x 100 mmHg
2. Gestante com:2.1- Sangramento genital e/ou dor (M)
* Dor (≥ 4/10) e (≤ 8/ 10)* sem repercussões hemodinâmicas
2.2- Êmese ou hiperêmese (M)Sinais de desidratação como:* Letargia* Mucosas secas* Turgor pastoso
3. Paciente com ou sem confirmação de gravidez e puérpera (M)* Febre ( Tax ≥ 38,5 ºC e < 40º C)
4. Queixa ligada à amamentação (M)* Hiperemia, dor e febre* Sinais de abcesso
5. Situações especiais (M)* Referenciadas de outras unidades, já avaliadas por outro médico e com diagnóstico de urgência* Vítima de violência
6. Paciente não grávida com corrimento genital associado a dor e febre (M)
4º GRUPOVERDE/ POUCO URGENTE
1. Gestante com febre (M)* Tax < 38,5º C
2. Êmese ou hiperêmese (M/E)* Sem sinais de desidratação
3. Dor abdominal aguda (M)* De moderada a leve intensidade (<4/10)* Sem contrações – avaliar dinâmica uterina
4. Queixas urinárias (M)* Algúria, disúria, febre
5. Sintomas Gripais : sem dispnéia (M)
6. Avaliação de ferida operatória com suspeita de infecção superficial (M)
7. Sinais de Bartholinite (M)
8. Gestante do Pré- Natal de alto risco (M)* Sem queixas que demandem urgência
9. Queixas ligadas a amamentação (M/E)* Ingurgitamento* Qualquer dificuldade ligada à amamentação
10. Gestante com perdas de líquido (M/E)
11. Risco social (M/E)* Encaminhar ao serviço social (exceto
vítimas de violência)
12. Gestante de risco habitual (M/E)* Queixas não sanadas no Centro de saúde* Encaminhadas dos CS, não enquadradas nas situações de urgência* Gestantes escoltadas
5º GRUPOAZUL/ NÃO URGENTE
1. Consultas de baixa complexidade* Consulta de Pré- natal sem procura ao CS (M/E)* Questões sociais sem acometimento clínico (M/E)* Curativos (M/E)* Trocas ou requisição de receitas (M)* Dor pélvica crônica ou recorrente (M)* Atraso menstrual sem dor abdominal e/ou sangramento genital (p/ diagnóstico de gravidez) (M/E)* Irregularidades menstruais, hipermenorréia/menorragia sem alteração de dados vitais, ou seja, sangramento genital que não configure urgência (M/E)
* Problemas com contracepção oral/ injetável (M/E)* Retiradas de DIU ainda que o fio não visível (M)* Retirada de pontos (M/E)* Avaliações de exames solicitados em caráter eletivo (M/E)* Exame preventivo (M/E)* Solicitação de atestado médico (M)
Escala analógica da dor
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Programa Humanização do Parto: Humanização no pré-natal e nascimento. Brasília, 2002; BRASIL.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. NúNacional
de Humanização. Humanizasus: documento base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – 4. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008.
INOJOSA, R. M. Acolhimento: a qualificação do encontro entre profissionais de saúde e usuários. Trabalho apresentado ao X Congresso Internacional Del CLAD sobre La Reforma Del Estado y de La Administrassem Pública, Santiago, Chile, p. 18-21, out., 2005. Disponível em: <http://www.bresserpereira.org.br/Documents/MARE/OS/inojosa_saude.pdf> Acesso em: 21 dez 2012.
REFERÊNCIAS
ABBÊS, C.; MASSARO, A. Acolhimento com Classificação de Risco. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 49p.
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAIS . Parecer Técnico nº10, de 22 de fevereiro de 2007. Dispõe sobre a participação do enfermeiro na triagem de pacientes sem a presença de médicos especialistas. Belo Horizonte, MG, 22 fev.2007. Disponível em: < http://www.coren-mg.org.br/gerencial1007>. Acesso em: 21 dez. 2012.
FREITAS, Paulo (Ed.). Triagem do serviço de urgência: Grupo de Triagem de Manchester. 2.ed.Portugal: BMJ Publishing Group, 2002. 149p.
MAFRA, A. A. et al. Acolhimento com Classificação de Risco . Belo Horizonte: Hospital Odilon Behrens. 2006. 24p.