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CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Odireito processual, como um todo, é o mecanismo que torna eficaz o direitomaterial.Assim, podemos dizer que o direito processual do trabalho é o conjunto de regras que viabilizam os direitos eminentemente sociais ligados à relação de trabalho. ORGANIZAÇÃO DA JUSTiÇA DO TRABALHO A Justado Trabalho compõe-se dos seguinte órgãos • Varas do Trabalho; • Tribunais Regionais do Trabalho; • Tribunal Superior do Trabalho. DlssíDIOS O dissidio é o questionamento deum ou mais pontos da relação de tra- balho. Pluralidade de reclamantes (chamado, no processo civil, de litisconsórcio ativo) Inquérito judicial para afastar o empregado estável, por justa causa.Hoje ainda é utilizado, pois, mesmo as o encerramento da estabilidade decenal com aCF/88 , substituída pelo regime do FGTS(deixou de existir a esta- bilidade por tempo deserviço),há empregados que m direito adquirido (obviamente, aqueles que não optaram pelo novo sistema) edirigentes sindicais que também têm estabilidade, bem como membros da CIPA. Aqui as partes não são chamadas de reclamante e reclamado, mas requerentes e requeridos, e existe a possibilidade da oitiva de seis testemunhas para cada parte. •Dissídio coletivo: éaquele que envolve interesses de uma coletividade (p. ex.: bancários que pedem redução de jornada, pedem horas extras com 100%, quando a CLT fala que o mínimde 50%, etc.). Diz-se que estes dissídios atuam abstratamente. Por quê! Porque o ações de pessoas indeterminadas, são ações de categorias. Não há necessidade de procuração de cada um dosintegrantes dacategoria. O sindicato é que atua como substituto processual. Aquele em que a Justiça determina o au- mento salarial. Aquele em que não se firmam novas con- vicções mas, sim, servem somente para interpretar normas coletivas. É o mais comum. Esses díssidios são de competência originária do TRT ou TST, depen- dendo da natureza da ação ou recurso. De todas as suas decisões caberão recursos, como veremos nos quadros recursais ao final do presente resumo. COMPETÊNCIA MATERIAL • A competência da Justiça do Trabalho é estabelecida pelo art. 114, caput da CF, reformulado pela EC 45/2004: "Art. 114. Compete à Justa do Trabalho processar e julgar: 1- as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- nicípios; 11- as ações que envolvam exercício do direito de greve; 111- as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quan- do o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição tra- balhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e, li, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei." o mesmo art. 114 dispõe, em seus §§ 1° e 2°, que, no caso de negocia- ção coletiva, as partes poderão eleger árbitros; na recusa da negociação coletivae/ou da arbitragem, será ajuizado dissídio coletivo de natureza econômica, a ser decidido pela Justiça do Trabalho. Ainda, o Ministério Público do Trabalho pode interpor dissídio coletivo em caso degreve em serviço essencial, com possibilidade de lesão do interesse público. Neste caso, acompetência também será da Justiça do Trabalho (art. 114, § 3°).

Direito processo trabalho

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CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

O direito processual, como um todo, é o mecanismo que torna eficaz odireito material. Assim, podemos dizer que o direito processual do trabalhoé o conjunto de regras que viabilizam os direitos eminentemente sociaisligados à relação de trabalho.

ORGANIZAÇÃO DA JUSTiÇA DO TRABALHO

A Justiça do Trabalho compõe-se dos seguinte órgãos• Varas do Trabalho;• Tribunais Regionais do Trabalho;• Tribunal Superior do Trabalho.

DlssíDIOS

O dissidio é o questionamento de um ou mais pontos da relação de tra-balho.

Pluralidade de reclamantes (chamado, no processo civil,de litisconsórcio ativo)

Inquérito judicial para afastar o empregado estável, porjusta causa. Hoje ainda é utilizado, pois, mesmo apóso encerramento da estabilidade decenal com a CF/88 ,substituída pelo regime do FGTS(deixou de existir a esta-bilidade por tempo de serviço), há empregados que têmdireito adquirido (obviamente, aqueles que não optarampelo novo sistema) e dirigentes sindicais que tambémtêm estabilidade, bem como membros da CIPA. Aqui aspartes não são chamadas de reclamante e reclamado,mas requerentes e requeridos, e existe a possibilidade daoitiva de seis testemunhas para cada parte.

• Dissídio coletivo: é aquele que envolve interesses de uma coletividade(p. ex.: bancários que pedem redução de jornada, pedem horas extrascom 100%, quando a CLTfala que o mínimo é de 50%, etc.). Diz-se queestes dissídios atuam abstratamente. Por quê! Porque são ações depessoas indeterminadas, são ações de categorias. Não há necessidadede procuração de cada um dos integrantes da categoria. O sindicato éque atua como substituto processual.

Aquele em que a Justiça determina o au-mento salarial.

Aquele em que não se firmam novas con-vicções mas, sim, servem somente parainterpretar normas coletivas. É o maiscomum.

Esses díssidios são de competência originária do TRT ou TST, depen-dendo da natureza da ação ou recurso. De todas as suas decisões caberãorecursos, como veremos nos quadros recursais ao final do presente resumo.

COMPETÊNCIA MATERIAL

• A competência da Justiça do Trabalho é estabelecida pelo art. 114,caput da CF, reformulado pela EC 45/2004:

"Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

1- as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entesde direito público externo e da administração pública direta eindireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios;

11- as ações que envolvam exercício do direito de greve;

111- as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entresindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;

IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quan-do o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;

V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição tra-balhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;

VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,decorrentes da relação de trabalho;

VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostasaos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações detrabalho;

VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstasno art. 195, I, a, e, li, e seus acréscimos legais, decorrentes dassentenças que proferir;

IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, naforma da lei."

o mesmo art. 114 dispõe, em seus § § 1° e 2°, que, no caso de negocia-ção coletiva, as partes poderão eleger árbitros; na recusa da negociaçãocoletiva e/ou da arbitragem, será ajuizado dissídio coletivo de naturezaeconômica, a ser decidido pela Justiça do Trabalho.

Ainda, o Ministério Público do Trabalho pode interpor dissídio coletivo emcaso de greve em serviço essencial, com possibilidade de lesão do interessepúblico. Neste caso, a competência também será da Justiça do Trabalho(art. 114, § 3°).

• Outras hipóteses de competência da Justiça do Trabalho:

a) Decisão sobre abusividade de greve (Súmula 189 do TST);

b) Cadastramento no PIS (Súmula 300 do TST);

c) Contribuições fiscais (Súmula 368 do TST);

d) Seguro-desemprego (Súmula 389 do TST)

COMPETÊNCIA TERRITORIAL

É aquela fixada para delimitar a jurisdição, fixa o foro em que a açãodeve ser proposta.

No CPC a regra é que a ação seja proposta no domicílio do réu (art. 94).Isso não ocorre no processo do trabalho, já que o art. 651 da CLTdiz quea competência do foro para dirimir as questões trabalhistas é o local daprestação de serviços. Assim, sendo o empregado autor ou réu, a açãodeverá ser proposta no local da prestação de serviço.

• Exceções:

Foro optativo: se houver um empregador que de-senvolva atividades em locais diversos, com a contra-tação do empregado em um local para prestar servi-ços em outro, qualquer local terá competência paradistribuir a ação.

Viajantes: neste caso, será competente o foro daempresa ou de suas filiais (aquela que o empregadoestiver subordinado), ou, na inexistência delas, no do-micílio do empregado.

Empregados que são enviados ao exterior: pos-tulam perante a legislação do país em que estiveremprestando serviços, mas podem entrar com a ação noBrasil.

• Prorrogação da competência: a incompetência relativa (territo-rial), como veremos adiante, não pode ser declarada de ofício, temde haver requerimento das partes. Sendo assim, se não houver esterequerimento, a competência se prorroga, podendo o juiz, que inicial-mente seria incompetente, julgar a demanda.

A audiência é una, como descreve o princípio da concentração Ocorreque, muitas vezes, os juízes, pela falta de tempo, a dividem em inicial,instrução e julgamento. A presença das partes é obrigatória, em face doprincipio da conciliação.

RECLAMANTE • Enseja o arquivamento (art 844 da CLT);

• Se move a segunda reclamação e não compa-rece, somente poderá entrar com a terceira seficar seis meses inerte (art. 732 da CLT);

• Se move a terceira e não comparece, é caso de.perempção, não podendo, portanto, promoveroutra ação.

• Enseja revelia e pena de confissão quanto à~atéria de fato (art. 844 da CLT).

Caso o reclamante ou o reclamado se ausentem na audiência de prosse-guimento, ficarão condicionados à pena de confissão quanto à matériade fato.

CONCILIAÇÃO

A fase de conciliação, no processo do trabalho, é obrigatória (art.da CLT)

• Antes da defesa (posto que ainda não foiestabelecido o contraditório, iniciada a oiti-va de provas etc.).

• Antes da sentença, a parte que se viu pre-judicada no decorrer da instrução poderátentar amenizar os efeitos da sentença,propondo um acordo.

• A conciliação pode ser proposta pelo juiz aqualquer momento.

Ocorre nulidade do feito quando não existem as duas tentativas. Ha-vendo acordo, o Juiz homologará através da sentença, a qual transitadesde logo em julgado, sendo, pois, insuscetível de recurso

O acordo que encobre simulação (para preju-A dicar terceiros e fraudar a lei) enseja ação

rescisória (OJ 94, da SDI-II).

O § 4° do art. 832 da CLT, com redação dada pela Lei 10.035/2000,menciona que, mesmo em acordos, o INSS deverá ser informado para orecolhimento de verbas previdenciárias. Essacontribuição incide sobre ovalor total do acordo (OJ 368, SOl-I). E, mesmo que o acordo seja homo-logado após o trãnsito em julgado da sentença condenatória, incide acontribuição previdenciária (OJ 376, da SOl-I)

Se for homologado acordo com vício, nenhuma parte poderá interporrecurso, pois a sentença de acordo transita desde logo em julgado, maspoderá entrar com ação rescisória (Súmula 259 do TST).

A sentença homologatória é título executivo judicial, passível de imediataexecução quando não cumprida.

• Pressupostos do recurso:

a) Subjetivos: Legitimidade para recorrer - além da parte vencidapoder recorrer, bem como o terceiro prejudicado e o Ministério Público,há também o recurso ex officio, em que a sentença proferida contra ospoderes públicos (envolvendo valores maiores que 60 salários-mínimos)necessariamente só produz efeito após confirmada pelo tribunal (art.475 do CPC)

b) Objetivos: 1) Previsão legal- só pode ser interposto o recurso previstoem lei para a situação específica; 2) Tempestividade - deve ser inter-posto dentro do prazo previsto: recursos previstos na CLT: 8 dias; em-bargos de declaração: 5 dias; recurso extraordinário: 15 dias; órgãos daAdministração Pública direta têm prazo em dobro (Oec.-lei 779/1969);3) Preparo - teto máximo destinado apenas à empresa que quer re-correr.; 4) Custas processuais - quem perder a ação terá de arcar comcustas no valor-limite de 2% sobre o valor da condenação ou sobre ovalor da causa.

• Efeitos

a) Devolutivo: quando os autos são devolvidos à análise do Poder Ju-diciário, mas agora em em instância superior àquela que proferiu a de-cisão.

b) Suspensivo: suspende os efeitos da decisão recorrida, e, por con-sequência, a execução (no processo do trabalho, em regra, os recursosnão são recebidos neste efeito, razão pela qual pode o reclamante iniciarexecução provisória da sentença).

• Embargos declaratórios (arts. 535 do CPC e 897-A da CLT): a sen-tença tem que ser precisa e conter todos os seus requisitos. Quandoocorre algum erro material ou erro de cálculo na sentença, o juiz quea proferiu pode, ex officio, consertá-Io (e a parte pode requerer a cor-reção independentemente da interposição de recurso). Porém, quandoocorrem na sentença os erros da obscuridade, omissão ou contradição,o recurso cabível são os embargos declaratários ou embargos de decla-ração, cujo prazo é de 5 (cinco) dias para sua interposição

a) Não há preparo ou custas para este recurso.

b) Notem, portanto, que ele não pode ter como objetivo a reforma dadecisão, conquanto isso possa ocorrer como consequência do julgamen-to dos embargos, mas sim sanar omissão, obscuridade ou contradiçãona sentença.

c) O art. 538 do CPC diz que os embargos interrompem o prazo pararecurso.

d) Os embargos serão propostos perante o mesmo órgão que julgou asentença (Vara, TRT ou TST) e serão sanados pelo mesmo juiz ou órgãocolegiado que proferiu a decisão que originou os embargos.

e) Sobre embargos de declaração no âmbito do TST,d. arts. 241 a 243desse Tribunal.

• Recurso ordinário: recurso que equivale à apelação no processo civil.É cabível das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juizos,bem como dos Tribunais Regionais (desde que em ações de sua com-petência originária), conforme o art. 896 da CLT,e do TST,conforme oart. 224 do Regimento Interno desse Tribunal.

a) Este recurso também é admitido nas hipóteses de decisão de TRT quejulga MS (Súmula 201 do TST) e de decisão proferida em ação rescisória(Súmula 158 do TST)

b) Tem prazo de oito dias e é passível de recolhimento de depósito recur-sal e custas processuais.

c) A petição de recurso é endereçada ao juízo que prolatou a sentença,pois este irá ver se os requisitos de admissibilidade estão cobertos. As razõesserão remetidas ao tribunal que irá julgar o recurso.

• Recurso de revista (art. 896, CLT): este recurso não tem como ob-jetivo reanalisar questões de fato (Súmula 126 do TST) É um recursoque objetiva a uniformização da jurisprudência, ou seja, só se discutequestões de direito pertinentes a estas hipóteses de divergência emrelação à decisão recorrida:

a) Divergência jurisprudencial ou de súmula: a redação dada pelaLei 9.756/1998 ao art. 896 esclarece que a divergência jurisprudenciala ser apontada deve ser de tribunal diferente do que proferiu a decisãoguerreada.

b) Divergência em relação a dispositivo de lei estadual, conven-ção coletiva de trabalho, acordo coletivo, sentença normativa ouregulamento empresarial de observância obrigatória: a decisão pa-radigma (= usada para comprovar a divergência) deve ter sido proferidaem área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal que prolatou adecisão recorrida.

c) Divergência em relação a lei federal ou à Constituição Federal: adecisão recorrida deve ter violado diretamente essas duas normas.

d) Será cabível, portanto, do acórdão que julgou o recurso ordiná-rio proferido em dissídios individuais pelo TRT.

e) Deverá ser endereçado ao Presidente do TRT de origem e asrazões encaminhadas ao TST. O cabimento do recurso é examinadopelo Presidente do TRT ou outro Juiz designado para isso, conforme oRegimento desse Tribunal (art. 226 do Regimento Interno do TST).

f) As razões do recurso deverão indicar o dispositivo legal violado(Súmula 221 do TST). É ainda necessário seu prequestionamento atravésde embargos declaratórios (Súmula 297 do TST), bem como é precisoate r-se à IN 23 do mesmo Tribunal, tendo prazo de 8 (oito) dias e sendopassível de pagamento de depósito recursal e custas processuais

o art. 896-A da CLT estabelece: "O Tribunal Supe-rior do Trabalho, no recurso de revista, examinará

previamente se a causa oferece transcendência com relaçãoaos reflexos gerais de natureza econômica, política, social oujurídica." Ou seja, o recurso de revista deve ser justificadopor um interesse mais amplo na solução da questão do recor-rente. A transcendência da causa é semelhante, de certa for-ma, à repercussão geral do recurso extraordinário (art. 102, §3.° da CF e arts. 543-A e 543-8 do CPC).

• Agravo de instrumento (art. 897, b, da ClT): recurso tem efei-to absolutamente restrito no processo do trabalho. Enquanto noprocesso civil ele vale para todas as decisões interlocutórias que pos-sam causar à parte lesão grave e de difícil reparação e naquelas queenvolvam a admissibilidade da apelação, no processo do trabalhovale somente para as decisões que denegarem seguimento arecurso.

a) O agravo de instrumento é recebido pelo juiz que denegou seguimen-to a recurso e julgado pela instância imediatamente superior.

b) A petição de interposição do agravo deverá estar acompanhada doinstrumento, que é o conjunto das peças necessárias para o correto pro-cessamento do agravo 1) Cópia da decisão agravada; 2) Certidão deintimação; 3) Procurações outorgadas aos advogados das partes; 4) Peti-ção inicial; 5) Defesa; 6) Decisão recorrida; 7) Comprovação de depósitorecursal e de recolhimento das custas.

c) A CLT adota esse procedimento porque, se provido o agravo, o re-curso anteriormente denegado será analisado em seguida. E, conformedispõe o § 6° do art. 897, o agravado terá que contraminutar o agravoe contra-arrazoar o recurso de negado, podendo juntar outras peças queentenda necessárias para o julgamento dos dois recursos.

d) O prazo para a interposição do agravo de instrumento é igualmentede 8 (oito) dias, mas é importante destacar que não existe preparo paraeste recu rso.

e) Sobre o agravo de instrumento no âmbito do TST,d. arts. 227 a 230do Regimento Interno desse Tribunal

• Embargos no TST: antigamente, o art. 894 da CLT previa comorecursos no TST os embargos para o Pleno. Com o advento da Lei7.701/1988, houve a derrogação deste artigo. E, posteriormente, coma redação dada pela Lei 11.496/2007 ao art. 894, os embargos, antesdivididos em infringentes, divergentes e de nulidade, passaram a reu-nir todas as hipóteses anteriores num único tipo de recurso, cabívelcontra:

a) Decisão não unânime de julgamento que conciliar, julgar ou homo-logar conciliação em dissídios coletivos, que excedam a competênciaterritorial dos Tribunais Regonais do Trabalho e estender ou rever as sen-tenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstosem lei;

b) Decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões pro-feridas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorridaestiver em consonância com súmula ou orientação jurisrpudencial doTribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal.

c) O prazo é de 8 (oito) dias, e a outra parte terá igualmente oito diaspara contra-arrazoar os embargos, sendo passível também de depósitoe custas processuais.

~

.O Regimento Interno do TST, aprovado pela

: Resolução Administrativa 1.295/2008, diferenciaos embargos de divergência dos infringentes(arts. 231 a 233).

• Agravo regimental: em seu Regimento Interno, aprovado pela Re-solução Administrativa 1.295/2008, o TST prevê o agravo regimentalcomo um dos recursos possíveis de suas decisões. O art. 235 traz ashipóteses de cabimento do agravo regimental

a) contra despacho do Presidente do tribunal que denegar seguimentoaos embargos infringentes;

b) contra despacho do Presidente do Tribunal que suspender execuçãode liminares ou decisão concessiva de MS;

c) contra despacho do Presidente do Tribunal concessivo de liminar emMS ou em ação cautelar;

d) contra despacho do Presidente do Tribunal proferido em pedido deefeito suspensivo;

e) contra decisões e despachos proferidos pelo Corregedor-Geral da Jus-tiça do Trabalho;

f) contra despacho do Relator que negar proseguimento a recurso, res-salvada a hipótese do art. 239;

g) contra despacho do Relator que indeferir inicial de ação de compe-tência originária do Tribunal;

h) contra despacho ou decisão do Presidente do Tribunal, de Presidentede Turma, do Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho ou que causarprejuízo ao direito da parte, ressalvados aqueles contra os quais hajarecursos próprios previstos na legislação ou no Regimento.

• Recurso de revisão: pouco usado, ocorre quando a inicial não con-tém valor dado à causa e o juiz o fixar.

a) Se uma das partes não concordar com este valor, poderá impugná-I oem audiência. Porém, na eventualidade de o juiz manter o valor fixa-do, caberá o recurso de revisão.

b) Criado pela Lei 5.584/1970, será endereçado e encaminhado direta-mente ao Presidente do TRT Deve ser interposto em 48 horas da deci-são do juiz, com cópia, autenticada pela Secretaria da Junta, da iniciale da ata de audiência, e deverá ser julgado em 48 horas também.

• Recurso extraordinário: o Supremo Tribunal Federal é o órgão máxi-mo do Poder Judiciário. Assim, em todas as ocasiões em que as deci-sões de outros tribunais contrariarem dispositivo constitucional, decla-rarem a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, julgar válida leiou ato de governo local contestado em face da CF ou julgar válida leilocal contestada em face de lei federal, cabe recurso extraordinário. Éa última instância. Previsto no art. 102, 111, a, b e c, da CF.

O prazo é de 15 dias, sendo imprescindível o recolhimento de custas edepósito recursal.

O recurso deverá conter a exposição do fato e do direito, a demonstra-ção do cabimento do recurso interposto (= enquadramento numa dashipóteses do art. 102, III da CF) e as razões do pedido de reforma dadecisão recorrida.

i",,,ort8nt8 O recurso extraordinário, após a Emen-da Constitucional 45/2004, só será ad-mitido a julgamento se for comprovada

a repercussão geral daquestão nele discutida, istoé, a relevânciaeconômica, política, social ou jurídica dessa questão (art. 102,§ 3.° da CF e art. 543-A, § 1.° do CPC). A verificação da existên-cia da repercussão geral se dá por meio do procedimento pre-visto nos arts. 543-A e 543-8 do cpc.

• Conceito: transitada em julgado a decisão do Juiz (sentença de-finitiva), ou sendo interposto um recurso cujo efeito será somenteo devolutivo (como ocorre com a maioria), tem início a execução,que é o mecanismo adequado para garantir o julgado. Também es-tão sujeitos à execução os acordos não cumpridos, os termos deajuste de conduta firmados perante o MPT e os termos de concilia-ção firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia (art. 876da CLT). No caso das sentenças, para iniciar a execução provisória,é necessária a carta de sentença, que vai até a penhora (quando háa interposição de recurso)

Para que a sentença enseje a execução definitiva, são necessários doiselementos:

a) trânsito em julgado;

b) liquidez da sentença.

É preciso então que desta sentença não caiba mais recurso e que sejalíquida, ou seja, que tenha a quantia certa.

Se não estiver presente o requisito da liquidez, será preciso iniciar oprocedimento de liquidação de sentença, que será feita por cálculo, porarbitramento ou por artigos (art. 879 da CLT).

CÁLCULO

ARBITRAMENTO!

ARTIGOS

Apresentação de cálculo aritmético que justifica ovalor da execução.

Elaboração do cálculo por meio de perito judicial.

Necessidade de alegação e prova de ato novopara justificar o valor da execução.

Podem ocorrer duas hipóteses após a liquidação:

a) o executado, inconformado com a sentença, poderá impugná-Ia nosembargos à execução;

b) o exequente pode também não se conformar com a sentença daliquidação, mas não através de embargos, somente podendo fazê-I omediante impugnação a sentença de liquidação.

Desta sentença, caberá agravo de petição

A liquidação abrange também o cálculo das contribuiçõesprevidenciárias devidas (art. 879, § 1.0-A da CLT).

Qualquer interessado ou o juiz (ex officio) - estaúltima hipótese é obrigatória quando se tratar decontribuição social devida em decorrência de deci-são da Justiça do Trabalho, resultantes de condena-ção por acordo.

Decisão dos TRTspoderão ser executadas pela Pro-curadoria da Justiça do Trabalho.

Juiz ou presidente do Tribunal que tiver conciliadoou julgado originariamente o dissídio.

• Penhora: após a requisição da execução, determina-se a expediçãode mandado de citação do executado para que cumpra a deci-são, em 48 horas, ou a garanta, sob pena de penhora. Caso nãohaja pagamento nem garantia da execução, proceder-se-á à penhora,em valor suficiente para cobrir a importância da condenação. Havendopenhora pelo juízo, seguem-se as hipóteses abaixo:

a) Arrematação: é a transferência dos bens penhorados a terceiros me-diante pagamento em dinheiro, para ulterior satisfação do exequente.Será feita através de praça ou leilão que serão marcados em edital erealizados na própria Vara, quando um funcionário falará em voz altaos bens. Estes serão vendidos pela melhor oferta do arrematante que,após seu lance aceito, deverá garantir a compra com sinal de pelo menos30% (em caso de bem imóvel), completando o preço por hipoteca sobreo próprio imóvel, sob pena de perda do sinal. É possível também o paga-

mento a prestações, que deverão ser juntas aos autos indicando prazo,modalidade e condições de pagamento.

b) Adjudicação: distingue-se da arrematação, pois o adquirente dosbens penhorados é o próprio exequente, ou seja, o próprio reclamantefica com os bens.

c) Remição: a qualquer tempo, mas antes da arrematação, poderá oexecutado remir seus bens pagando o total do débito com encargos,ou seja, o reclamado paga a divida e tem de volta seus bens. 1) Se odevedor julgar necessário, poderá opor embargos à arrematação e àadjudicação, mostrando alguma fraude nestes procedimentos. 2) Destasentença caberá ainda agravo de petição. 3) O CPC também prevê asatisfação do crédito do exequente por meio do usufruto de bem mó-velou imóvel (arts. 716 a 724). 4) Se a penhora, como comumente érealizada, é feita sobre bens que não pertencem ao executado, cabeembargos de terceiros, propostos pelo real proprietário dos bens. Oprazo destes embargos de terceiro é de cinco dias da arrematação,adjudicação ou remição

• Embargos à execução: fixado o valor da condenação, só é lícito aoexecutado impugná-Io por meio de embargos à execução (art.884, § 3.°, CLT). Contudo, para que o executado possa se valer dosembargos, é necessário que este garanta a execução, ou tenhabens penhorados. Os embargos devem ser opostos em 5 (cinco)dias (o mesmo prazo vale para a defesa do embargado). A matériaa ser discutida nos embargos limita-se àquelas previstas no art. 884, §1.°, da CLT,e será recebido com efeito suspensivo, aplicação subsidiáriado CPC, art. 739.

• Agravo de petição (art. 897, a, (LT): é o recurso próprio a serinterposto das decisões dos juizes nas execuções. Deve ser inter-posto em 8 (oito) dias, e pode ser recebido no efeito suspensivo,além do devolutivo. Deve ser interposto à vara e será julgado peloTRT sendo que, de sua decisão, se contrária à CF, será cabível recursode revista ao TST

E.T5T (divergentesou infringentes) -AR

TST - Turmas(27 Ministros)

RO = Recurso Ordinário

RR = Recurso de Revista

E. TST = Embargos no TST

REX = Recurso Extraordinário

AI = Agravo de Instrumento

ED = Embargos de Declaração

AR = Agravo Regimentaí

E. TST(divergentes oude nulidade-AR

E. TST(infringentes)-AR

EDSTF

ED

TST - SDIou SDe

TST - Turmas(27 Ministros)

Abreviações Utilizadas:

EE. = Embargos à Execução

Imp. = Impugnação

ET = Embargos de Terceiro

AP = Agravo de Petição

RR = Recurso de Revista

AI = Agravo de Instrumento

ED = Emb. DeclaraçãoVARA

Julgamento daImp., EE, ET

EDITORA ('iiIREVISTA DOS TRIBUNAIS

COLEÇÃO RETA FINAL EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS LTDA.Diretor responsável:Carlos Henrique de Carvalho Filho

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Impresso no Brasil [05-2010]Fechamento desta edição: [10.04.2010]

Coordenação: Marco Antonio Araujo Junior e Darlan Barroso

Processo do Trabalho2.' edição reformulada da Coleção Resumo de Bolso

André Luiz Paes de Almeida

Criação: Equipe RTDiagramação: LinotecImpressão: Gráfica Ripress

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