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Carla Lanza Débora Neves Luana Reis Sarah de Pinho Stéphano Lunardi Vitória Ferreira Insensibilidade Congênita à Dor Seminário de Neurofisiologia e Neuroanatomia

Insensibilidade congênita à dor

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Page 1: Insensibilidade congênita à dor

Carla LanzaDébora Neves

Luana ReisSarah de Pinho

Stéphano LunardiVitória Ferreira

Insensibilidade Congênita à Dor

Seminário de Neurofisiologia e Neuroanatomia

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Sensação desagradável;

“Indispensável” à vida;

Mecanismo de proteção do corpo;

O quinto sinal vital.

Importância da Dor

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Dor rápida: pontual, aguda;

Dor lenta: pulsátil, crônica.

Tipos de Dor

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Receptores Nociceptivos: Transdução

◦ Hiperalgesia: aumento da sensibilidade dos nociceptores em um local que foi lesado.

Fisiologia da Dor

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Estímulos dolorosos

Fisiologia da Dor

Mecânico

Térmico

Químico: K+, enzimas

proteolíticas acetilcolina, etc.

Estímulos

Dor rápida

Dor lenta

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Vias duplas de transmissão

Fisiologia da Dor

Via Neoespinotalâmica

• Fibras dolorosas Aδ transmitem dor mecânica e térmica aguda.

• Terminam na Lâmina I dos cornos dorsais• Secretam glutamato de forma rápida e pouco

duradoura.• Áreas reticulares do TE • Complexo ventro basal no tálamo • Córtex somatossensorial

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Fisiologia da Dor

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Via Paleoespinotalâmica• Fibras C, não mielinizadas, transmitem dor lenta-crônica.• Terminam nas Lâminas II, e III (Substância gelatinosa);• Secretam glutamato (duração rápida) e Substância P+

(duração lenta);• Terminam no TE de forma difusa: núcleos reticulares

do bulbo, ponte e mesencéfalo; - área tectal do mesencéfalo; - região da substância cinzenta periaquedutal ~¼ segue para núcleos intralaminares e ventrolaterais no tálamo, hipotálamo e regiões basais do encéfalo.

Fisiologia da Dor

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Fisiologia da Dor

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Sistemas de supressão da dor◦ Componentes:

Áreas periventricular e da substância cinzenta periaquedutal

Núcleo magno da rafe e núcleo reticular paragigantocelular

Complexo inibitório da dor nos cornos dorsais (bloqueiam a dor antes de ser transmitida).

◦ Neurotransmissores: Encefalina, serotonina;◦ Teoria da comporta da dor: Estimulação tátil reduz

estímulo doloroso.◦ Opióides (Morfina - atua na área 1); Anti-inflamatórios

não esferoidais; Adjuvantes (antidepressivos, etc).

Fisiologia da Dor

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Fisiologia da Dor

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Nelaton, em 1852, foi o primeiro a descrever um paciente com Neuropatia Sensitiva Autonômica Hereditária (HSAN);

Em 1932, Deaborn reportou o primeiro caso de um paciente com uma inabilidade congênita de perceber a dor.

Dyck e Ohta (1983) classificaram a NSAN em 5 tipos diferentes de acordo com o modo de herança, a neuropatologia e os sintomas clínicos;◦ foi revista, em 2003, por Nagasako;

Breve Histórico

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Mudança na Classificação◦ Até 1983: insensibilidade congênita à dor indiferença congênita à dor

◦ A partir de 1983 (Dyck et al.): insensibilidade congênita à dor indiferença congênita à dor

Indiferença congênita à dor passa a ser reservado para as

condições de defeito nos componentes afetivos-emocionais da percepção da dor, mas com respostas sensoriais periféricas normais.

Breve Histórico

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Possível relação com os casamentos consanguíneos:◦ Doença rara, com maior presença em algumas

populações, que são focos de estudo: Famílias do norte do

Paquistão; Escandinavos (Suécia

Noruega e Dinamarca); Israelitas-beduínos;

Breve Histórico

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A expectativa de vida geralmente não ultrapassa a segunda década

Breve Histórico

Riscos associados à

própria doença

Ausência de

tratamento

específico

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Nos pacientes com ICD a analgesia é universal, mas todas as outras modalidades sensitivas (tato, sensações térmicas) permanecem intactas.

Entender a modulação e a inibição da dor lança bases à formulação de hipóteses em busca da descrição da fisiopatologia em profundidade.

Entendendo a fisiopatologia, pode-se pensar em projetos terapêuticos eficazes para os portadores da ICD.

Como o corpo inibe a dor?

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Como o corpo inibe a dor?

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Modulação Terapêutica da Dor

Prometheus, 2007.

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Foram descobertas múltiplas mutações do tipo perda de função no gene SCN9A em portadores de ICD.

Os dados demonstraram nitidamente que mutações truncadas no gene SCN9A resultam em perda funcional da proteína Nav 1.7.

O que acontece na ICD?

SCN9A codifica uma proteína de membrana do plasma: na figura, a membrana plasmática é mostrado em cinza; a região extracelular é a superior; e a região intracelular é a inferior.Nav1.7 está prevista para dobrar em quatro domínios semelhantes, com cada domínio que compreende seis alfa-hélices transmembranares (marcadas 1-6). Segmentos transmembrana 5 e 6 são os segmentos de revestimento de poros e o sensor de tensão está localizado no segmento transmembra de cada domínio 4 (representado por um sinal de adição). As setas vermelhas indicam a localização da mutação sem sentido em cada família. (Cox et al., 2006)

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O acompanhamento multidisciplinar e contínuo durante toda vida do portador é essencial;

Verificação diária de possíveis lesões nas mucosas e na pele e presença de febre;

Consultas frequentes com um médico;

Evitar atividades de risco.

Cuidados de Rotina

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Steven Pete, 31 anos, norte-americano:◦ "A primeira vez que ficou claro para os

meus pais que algo estava errado foi quando eu tinha apenas cinco meses de vida.Eu comecei a mastigar minha língua à medida que meus dentes nasciam. Meus pais me levaram a um pediatra, onde passei por uma bateria de exames.”

◦ “Hoje, não me considero uma pessoa particularmente imprudente. Acho até que sou mais atento do que a maioria, porque sei que, se eu me machucar, não saberei a gravidade do machucado.”

Casos Clínicos

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Marisa de Toledo, 27 anos, brasileira:◦ No primeiro parto, uma cesariana, ela não

precisou de anestesia e, durante o nascimento do segundo de seus três filhos, ela pegou no sono.

◦ "Eu falo para as pessoas 'como pode doer tanto', como em um parto. Para mim, eu fico imaginando como é a dor. Um dia queria ter dor, mas acho que nunca vou ter porque desde criança eu não tenho.“

◦ "Quero sentir dor. Quando você sente dor, você corre para o médico. Quando você se corta, ou outra coisa, mas eu não sinto isso. Então (o corte) fica inflamado. Minha perna está fora do lugar, se eu tivesse dor, eu nem estaria andando", afirmou.

Casos Clínicos

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Mutação do canal de sódio em:

◦ Camundongos – rápida mortalidade em relação aos humanos

Hipóteses: cuidado parental e diferente padrão de expressão ou função do canal

Considerações Finais

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Mutação de um único gene em uma via numerosa e complexa:

◦ Completa falta de recepção nociceptiva.

Considerações Finais

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A descoberta desse tipo de canalopatia é crucial para pesquisas sobre drogas inibitórias da dor crônica:

◦ Bloqueio da função do canal de sódio.

Considerações Finais

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Referências

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