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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS ALUNO(A):

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Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS

DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

Aluno(A):

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Diretoria Executiva GeralSuperintendência Técnica

Coordenação de Promoção Social e Desenvolvimento Profissional

CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DETRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

Caderno do Aluno

Elaboração, conteúdo técnico, diagramação e ilustraçãoEscola do Transporte

Versão 1.222 de fevereiro de 2011

Fale com o SEST/SENAT0800.7282891

www.sestsenat.org.br

Curso especializado para condutores de veículos de transporte de produtos perigosos : apostila do do aluno. – Brasília : SEST/SENAT, 2010. 205 p. : il. 1. Legislação de trânsito. 2. Prevenção de incêndio. 3. Movimentação de carga. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. CDU 656.073.436

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS

DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

MÓDULO I – LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO ....................................................................................................................9Unidade 1 – Determinações do Código de Trânsito Brasileiro .................................................................................. 11Apresentação ....................................................................................................................................................... 13Objetivos ....................................................................................................................................................... 13Desenvolvimento ................................................................................................................................................. 131. Código de Trânsito Brasileiro ........................................................................................................................ 132. Categoria de habilitação e relação com veículos conduzidos .............................................................. 143. Documentação exigida para condutor e veículo ...................................................................................... 154. Sinalização de trânsito e sinalização viária .............................................................................................. 155. Infrações de trânsito ...................................................................................................................................... 186. Regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação ....................................................... 21Conclusão ...................................................................................................................................................... 22Exercícios de fixação .......................................................................................................................................... 23Unidade 2 – Legislação sobre transporte de produtos perigosos ...........................................................................25Apresentação ...................................................................................................................................................... 27Objetivos ...................................................................................................................................................... 27Desenvolvimento ................................................................................................................................................ 271. Legislação específica e normas sobre transporte de produtos perigosos ........................................ 272. Cargas de produtos perigosos..................................................................................................................... 303. Acondicionamento: verificação da integridade do acondicionamento e verificação dos instrumentos de tanques .......................................................................................................................... 334. Proibição do transporte de animais, produtos para uso humano ou animal juntamente com produtos perigosos .................................................................................................................................... 35 5. Utilização do veículo para outros fins ....................................................................................................... 366. Responsabilidade do condutor durante o transporte ............................................................................ 367. Equipamentos obrigatórios no transporte de produtos perigosos ...................................................... 41Conclusão ...................................................................................................................................................... 43Exercícios de fixação ..........................................................................................................................................44Unidade 3 – Documentação e simbologia ...............................................................................................................45Apresentação ...................................................................................................................................................... 47Objetivos ...................................................................................................................................................... 47Desenvolvimento ................................................................................................................................................ 471. Documentos fiscais e de trânsito ................................................................................................................ 472. Documentos e símbolos relativos aos produtos transportados ..........................................................493. Marcação e rótulos nas embalagens e veículos ......................................................................................504. Registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo............................................................ 53 5. Infrações e penalidades no transporte de produtos perigosos ...........................................................54 Conclusão ......................................................................................................................................................56Exercícios de fixação .......................................................................................................................................... 57

MÓDULO II – DIREÇÃO DEFENSIVA ..........................................................................................................................59Unidade 1 – Direção Defensiva: acidentes de trânsito ............................................................................................ 61Apresentação ...................................................................................................................................................... 63Objetivos ...................................................................................................................................................... 63Desenvolvimento ................................................................................................................................................ 631. O que é a direção defensiva?........................................................................................................................ 632. Acidentes de trânsito ....................................................................................................................................643. Acidente evitável ou não evitável...............................................................................................................644. Condições adversas que contribuem para a ocorrência de acidentes ..............................................655. Como ultrapassar e ser ultrapassado ........................................................................................................696. O acidente de difícil identificação da causa............................................................................................. 70

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Conclusão ....................................................................................................................................................... 71Exercícios de fixação ........................................................................................................................................... 71Unidade 2 – Direção Defensiva: segurança e prevenção de acidentes ....................................................................73Apresentação ...................................................................................................................................................... 75Objetivos ...................................................................................................................................................... 75Desenvolvimento ................................................................................................................................................ 751. Como evitar acidentes com outros veículos ............................................................................................. 752. Como evitar acidentes com pedestres e outros integrantes do trânsito .......................................... 78Conclusão ......................................................................................................................................................80Exercícios de fixação ........................................................................................................................................... 81Unidade 3 – Direção Defensiva: dicas gerais ......................................................................................................... 83Apresentação ......................................................................................................................................................85Objetivos ......................................................................................................................................................85Desenvolvimento ................................................................................................................................................851. A importância de ver e ser visto ..................................................................................................................852. Os cinco elementos da condução defensiva ............................................................................................863. A importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados .................... 87Conclusão ......................................................................................................................................................88Exercícios de fixação ..........................................................................................................................................89Unidade 4 – Comportamento seguro e comportamento de risco ............................................................................ 91Apresentação ...................................................................................................................................................... 93Objetivos ...................................................................................................................................................... 93Desenvolvimento ................................................................................................................................................ 931. Comportamento seguro e comportamento de risco – diferença que pode poupar vidas .............. 932. Comportamento pós-acidente .....................................................................................................................953. Estado físico e mental do condutor ...........................................................................................................954. Consequências da ingestão e consumo de bebida alcoólica e substâncias psicoativas ............... 97Conclusão ......................................................................................................................................................98Exercícios de fixação ..........................................................................................................................................99

MÓDULO III – NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E PREVENÇÃO AO INCÊNDIO ........ 101Unidade 1 – Noções de primeiros socorros ........................................................................................................... 103Apresentação .....................................................................................................................................................105Objetivos .....................................................................................................................................................105Desenvolvimento ...............................................................................................................................................1051. A importância de prestar os Primeiros Socorros ...................................................................................1052. Primeiras providências quanto ao acidente de trânsito ......................................................................1053. Sinalização do local de acidente ................................................................................................................1064. Acionamento de recursos: bombeiros, polícia, ambulância, concessionária da via e outros .....1075. Verificação das condições gerais de vítima de acidente de trânsito ............................................... 1086. Atendimento às vítimas de acidente ........................................................................................................1097. Cuidados com as vítimas de acidente (o que não fazer) .......................................................................114Conclusão ...................................................................................................................................................... 116Exercícios de fixação .......................................................................................................................................... 116Unidade 2 – Meio ambiente ................................................................................................................................... 117Apresentação ...................................................................................................................................................... 119Objetivos ...................................................................................................................................................... 119Desenvolvimento ................................................................................................................................................ 1191. O veículo como agente poluidor do meio ambiente ............................................................................... 1192. Regulamentação do Conama sobre poluição ambiental causada por veículos .............................. 1213. Manutenção preventiva do veículo ........................................................................................................... 1234. O indivíduo, o grupo e a sociedade ........................................................................................................... 1245. Relacionamento interpessoal ..................................................................................................................... 1266. O indivíduo como cidadão ........................................................................................................................... 1277. A responsabilidade civil e criminal do condutor e o CTB ..................................................................... 1288. Conceito de poluição: causas e consequências ..................................................................................... 129

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Conclusão .....................................................................................................................................................130Exercícios de fixação .........................................................................................................................................130Unidade 3 – Prevenção de incêndio ....................................................................................................................... 131Apresentação ..................................................................................................................................................... 133Objetivos ..................................................................................................................................................... 133Desenvolvimento ............................................................................................................................................... 1331. Conceitos de fogo e incêndio ...................................................................................................................... 1332. Classificação de incêndios .......................................................................................................................... 1363. Tipos de aparelhos e agentes extintores ................................................................................................. 1364. Escolha, manuseio e aplicação dos agentes extintores ....................................................................... 137Conclusão .....................................................................................................................................................138Exercícios de fixação .........................................................................................................................................138

MÓDULO IV – MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS ..................................................................................... 139Unidade 1 – Produtos Perigosos ............................................................................................................................ 141Apresentação .....................................................................................................................................................143Objetivos .....................................................................................................................................................143Desenvolvimento ...............................................................................................................................................1431. Classificação e simbologia dos produtos perigosos ...............................................................................1432. Reações químicas (conceituações)............................................................................................................1443. Efeito de cada classe sobre o meio ambiente ........................................................................................145Conclusão .....................................................................................................................................................148Exercícios de fixação .........................................................................................................................................149Unidade 2 – Explosivos e gases ............................................................................................................................ 151Apresentação ..................................................................................................................................................... 153Objetivos ..................................................................................................................................................... 153Desenvolvimento ............................................................................................................................................... 1531. Explosivos ..................................................................................................................................................... 1532. Gases .....................................................................................................................................................159Conclusão .....................................................................................................................................................165Exercícios de fixação .........................................................................................................................................165Unidade 3 – Líquidos e sólidos inflamáveis ...........................................................................................................167Apresentação .....................................................................................................................................................169Objetivos .....................................................................................................................................................169Desenvolvimento ...............................................................................................................................................1691. Líquidos inflamáveis e produtos transportados a temperaturas elevadas................ ......................1692. Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis ................ ................................. 174Conclusão ..................................................................................................................................................... 178Exercícios de fixação ......................................................................................................................................... 178Unidade 4 – Substâncias oxidantes, peróxidos orgânicos, tóxicas, infectantes, material radioativo, corrosivas e artigos perigosos diversos .............................................................................................................. 179Apresentação ......................................................................................................................................................181Objetivos ......................................................................................................................................................181Desenvolvimento ................................................................................................................................................1811. Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos ..........................................................................................1812. Substâncias tóxicas e substâncias infectantes. .................................................................................... 1883. Substâncias radioativas ...............................................................................................................................190 4. Substâncias corrosivas ................................................................................................................................ 192 5. Substâncias perigosas diversas ................................................................................................................. 193 6. Riscos múltiplos e resíduos .........................................................................................................................199 Conclusão .....................................................................................................................................................201Exercícios de fixação ........................................................................................................................................202

Referências Bibliográficas ...................................................................................................................................203

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APRESENTAÇÃO

Prezado Aluno,

Desejamos-lhe boas-vindas ao Curso para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Pe-rigosos! Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui!

Este curso é destinado aos condutores interessados em atuar no transporte de produtos perigosos e que já possuam a Carteira Nacional de Habilitação – nas categorias B, C, D ou E. Outros requisitos ne-cessários são:

• Ser maior de 21 anos;

• Não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos doze meses;

• Não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação da carteira nacional de ha-bilitação – CNH, pena decorrente de crime de trânsito, bem como não estar impedido judicialmente de exercer seus direitos.

O objetivo geral do curso é proporcionar condições para que o condutor de transporte de cargas conduza o veículo com segurança e responsabilidade.

O curso foi desenvolvido em quatro módulos, cujos temas e carga horária seguem criteriosamente o estabelecido na Resolução nº 168, de 14 de dezembro de 2004, e na Resolução nº 285, de 29 de julho de 2008, que altera seu anexo, ambas do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). Os módulos são: Legislação de Trânsito; Direção Defensiva; Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Prevenção de Incêndio; Movimentação de Produtos Perigosos.

No início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos que se pretende alcançar.

O texto contém ícones com a finalidade de orientar o estudo, estruturar o texto e ajudá-lo na com-preensão do conteúdo. Você encontrará também situações extraídas do cotidiano, conceitos, exercícios de fixação e atividades de aprendizagem. Confira o significado de cada ícone:

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Os módulos do Curso para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos estão divididos em unidades para facilitar o aprendizado. Nesse sentido, esperamos que este Curso seja muito proveitoso para você! Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho.

Bom estudo!

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MÓDULO I

LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

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DETERMINAÇõES DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO

UNIDADE

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ApresentAção

Para começar o curso, vamos conhecer a legislação de trânsito, especialmente quanto à circulação de veículos. Essas regras são impor-tantes para aumentar a segurança e para organizar a circulação de veí-culos, pedestres e demais usuários das vias.

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Conhecer as categorias de habilitação e a relação com veículos conduzidos;

• Apresentar a documentação exigida para condutor e veículo;

• Conhecer a sinalização viária básica;

• Conhecer as infrações, crimes de trânsito e penalidades segundo o CTB;

• Apresentar as regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação.

Desenvolvimento

1. Código de Trânsito Brasileiro

O Brasil possui um conjunto de leis que regem e disciplinam o trânsi-to nas vias terrestres. A principal delas é a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Além do CTB, existe a legislação complementar, as Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), as Portarias do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e outras regulamentações estaduais e municipais.

No Art 1, o CTB estabelece: “O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código”. No parágrafo 2º, assegura que “o trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades compe-tentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destina-das a assegurar esse direito”.

O Art. 5 define que o Sistema Nacio-nal de Trânsito (SNT) é um conjunto de ór-gãos e entidades que tem a finalidade de promover as atividades de planejamento,

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

administração, normalização, pesquisa, registro e licenciamento de veí-culos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, enge-nharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicações de penalidades.

2. Categoria de habilitação e relação com veículos conduzidos

Todo condutor deve possuir um documento de habilitação, denomi-nado Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O Anexo I da Resolução nº 168, do CONTRAN, estabelece:

Categoria A Todos os veículos automotores e elétricos, de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral.

Categoria b Veículos automotores e elétricos, de quatro ro-das cujo peso bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a 08 (oito) lugares, excluído o do moto-rista, contemplando a combinação de unidade acoplada, reboque, semi-reboque ou articulada, desde que atenda a lotação e capacidade de peso para a categoria.

Categoria C Todos os veículos automotores e elétricos utili-zados em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogra-mas; tratores, máquinas agrícolas e de movi-mentação de cargas, motor-casa, combinação de veículos em que a unidade acoplada, rebo-que, semi-reboque ou articulada, não exceda a 6.000 kg de PBT e, todos os veículos abrangidos pela categoria “B”.

Categoria D Veículos automotores e elétricos utilizados no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a 08 (oito) lugares e, todos os veículos abrangi-dos nas categorias “B” e “C”.

Categoria e Combinação de veículos automotores e elétri-cos, em que a unidade tratora se enquadre nas categorias “B”, “C” ou “D”; cuja unidade acopla-da, reboque, semi-reboque, articulada, ou ainda com mais de uma unidade tracionada, tenha seis mil quilogramas ou mais, de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a oito lugares, enquadrados na categoria trailer, e, todos os veículos abran-gidos pelas categorias “B”, “C” e “D”.

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3. Documentação exigida para condutor e veículo

Os condutores de veículos de transporte de cargas devem obrigato-riamente portar o original da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), de-vendo estar habilitados na Categoria compatível com o tipo de veículo que estiverem conduzindo.

Os condutores de veículos de transporte de produtos perigosos devem portar o comprovante de realização do Curso Especializado para Condutores de Veículos de Transporte Produtos Perigosos. Segundo a Resolução 205/06, o porte desse documento é obrigatório até que essa informação seja registrada no Registro Nacional de Carteira de Habilitação (RENACH), que é um grande banco de dados que registra toda a vida do condutor de veículo. O condutor deve portar o certifi cado apenas até emitir uma nova CNH, nos ter-mos do §4, Art. 33 da Resolução 168/04 do CONTRAN.

Para saber como efetuar o registro de seu veículo e obter a documentação obri-gatória e necessária, leia cuidadosamente os Art. 120 a 129, no Capítulo XI do CTB.

É obrigatório portar o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo – CRLV. O Art. 131 determina que o CRLV será expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de Registro, no modelo e especifica-ções estabelecidos pelo Contran. A Resolução do Contran nº 205, de 10 de novembro de 2006, estabelece quais são os documentos de porte obri-gatório e também determina que esses documentos devem ser originais.

4. Sinalização de trânsito e sinalização viária

O Capítulo VII do CTB trata da sinalização necessária para orientar os condutores e os pedestres na forma correta de circulação, garantindo maior fluidez no trânsito e maior segurança para veículos e pedestres. O Art. 87 apresenta a classificação para os sinais de trânsito: verticais, horizontais, dispositivos de sinalização auxiliar, dispositivos luminosos, sonoros e gestos do agente de trânsito e do condutor.

De acordo com o Art. 89, a sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:

I – as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais;

II – as indicações do semáforo sobre os demais sinais;

III – as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.

portar o comprovante de realização do Curso Especializado para Condutores de Veículos de Transporte Produtos Perigosos. Segundo a Resolução 205/06, o porte desse documento é obrigatório até que essa informação seja registrada no Registro Nacional de Carteira de Habilitação (RENACH), que é um grande banco de dados que registra toda a vida do condutor de veículo. O condutor deve portar o certifi cado apenas até emitir uma nova CNH, nos ter-mos do §4, Art. 33 da Resolução 168/04 do CONTRAN.

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4.1 Sinalização Vertical

A Resolução Nº 160/04 aprova o Anexo II do CTB e define que a sinalização vertical é aquela cujo meio de comunicação está na posição vertical, normalmente em placa, fixada ao lado ou suspenso sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter permanente e, eventualmente, vari-áveis.

A sinalização vertical classifica-se de acordo com sua função, com-preendendo os seguintes tipos:

a) Sinalização de Regulamentação: tem por finalidade informar aos usuários as condições, proibições, obrigações ou restrições no uso das vias. Suas mensagens são imperativas e o desrespeito a elas constitui infração;

b) Sinalização de Advertência: tem por finalidade alertar os usuários da via para condições potencialmente perigosas, indicando sua natureza;

c) Sinalização de Indicação: tem por finalidade identificar as vias e os locais de interesse, bem como orientar condutores de veículos quanto aos percursos, os destinos, as distâncias e os serviços auxiliares, podendo também ter como função a educação do usuário.

4.2 Sinalização Horizontal

A sinalização horizontal utiliza linhas, marcações, símbolos e legen-das pintados ou apostos sobre o pavimento das vias. Sua função é orga-nizar o fluxo de veículos e pedestres; controlar e orientar os deslocamen-tos em situações com problemas de geometria, topografia ou obstáculos; complementar os sinais verticais de regulamentação, advertência ou indi-cação. Em casos específicos, tem poder de regulamentação.

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4.3 Dispositivos Auxiliares

Os dispositivos auxiliares são elementos aplicados ao pavimento junto à via ou nos obstáculos próximos, de forma a tornar mais eficiente e segura a operação da via. Podem ser balizadores, tachas, prismas, gra-dis de canalização e retenção, defensas metálicas, dispositivos luminosos, cones e outros. Os Dispositivos Auxiliares são agrupados, de acordo com suas funções, em:

• Dispositivos Delimitadores;

• Dispositivos de Canalização;

• Dispositivos de Sinalização de Alerta;

• Alterações nas Características do Pavimento;

• Dispositivos de Proteção Contínua;

• Dispositivos Luminosos;

• Dispositivos de Proteção a Áreas de Pedestres e/ou Ciclistas;

• Dispositivos de Uso Temporário.

4.4 Sinais Sonoros

O sinal sonoro é aquele emitido por um agente da autoridade de trân-sito e somente deve ser utilizado junto com os gestos dos agentes. Estes sinais sonoros são emitidos, por exemplo, quando um guarda de trânsito está em um semáforo e quer mudar a direção do trânsito, ou seja, quer parar o fluxo em uma direção e iniciar o fluxo em outra direção.

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4.5 Gestos do agente de trânsito e do condutor

Finalmente, existem os gestos efetuados tanto pelos agentes de trânsito quanto pelos condutores, que também são sinais de trânsito. Os gestos dos condutores são movimen-tos convencionais de bra-ço, adotados exclusiva-mente pelos condutores, para orientar ou indicar que vão efetuar uma ma-nobra de mudança de di-reção, redução brusca de velocidade ou parada.

Já os gestos dos agentes são movimentos de braço, adotados ex-clusivamente pelos agentes de autoridades de trânsito nas vias, para orientar, indicar o direito de passagem dos veículos ou pedestres ou emi-tir ordens. As ordens emanadas por gestos de Agentes da Autoridade de Trânsito prevalecem sobre as regras de circulação e as normas definidas por outros sinais de trânsito.

Toda a ampla sinalização viária do Código de Trânsito Brasileiro está reunida no anexo II do CTB, que foi apro-vado pela resolução 160/2004, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

5. Infrações de trânsito

De acordo com o Art. 161 do CTB, constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito presente no CTB, da legislação com-plementar ou das Resoluções do Contran, estando o infrator sujeito às pe-nalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX do Código.

Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados na direção do veículo. Quando não for feita a identifi-cação imediata do condutor infrator, o proprietário do veículo terá 15 dias de prazo, após a notificação da autuação, para apresentá-lo.

O CTB traz uma classificação das infrações cometidas no trânsito pelos condutores e pedestres. De acordo com o Art. 259, a cada infração cometida são computados os seguintes pontos na CNH do condutor:

nAtureZA DA inFrAção pontuAção nA CnH

Gravíssima 7 (sete)

Grave 5 (cinco)

Média 4 (quatro)

Leve 3 (três)

No Capítulo XV do Código de Trânsito Brasileiro estão apresentadas as in-frações que os con-dutores não podem cometer. Do artigo 161 até o 255, o CTB descreve todas as infrações e suas respectivas pena-lidades e medidas administrativas

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5.1 Penalidades

As penalidades poderão ser impostas ao condutor, ao proprietário do veículo, ao embarcador e ao transportador. Aos proprietários e con-dutores de veículos serão impostas, ao mesmo tempo, as penalidades em que houver responsabilidade solidária em infração dos preceitos que lhes couber observar, respondendo cada um pela falta em comum que lhes for atribuída.

Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração referente à prévia regularização e preenchimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre, conserva-ção e inalterabilidade de suas características, componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus condutores, quando esta for exi-gida, e outras disposições.

O Art. 256 do CTB define as seguintes penalidades para os infratores:

I - advertência por escrito;

II - multa;

III - suspensão do direito de dirigir;

IV - apreensão do veículo;

V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação – CNH;

VI - cassação da Permissão para Dirigir;

VII - frequência obrigatória em curso de reciclagem.

Vamos ver em detalhes as penalidades abaixo:

i) Suspensão do direito de dirigir

A penalidade de suspensão do direito de dirigir foi regulamenta-da pela Resolução 182/05. De acordo com a Resolução, essa penalida-de será imposta:

I – sempre que o infrator atingir a contagem de 20 pontos, no perí-odo de 12 meses;

II – por transgressão às normas estabelecidas no CTB, cujas infra-ções preveem, de forma específica, a penalidade de suspensão do direito de dirigir.

Art. 16. Na aplicação da penalidade de suspensão do direito de diri-gir a autoridade levará em conta a gravidade da infração, as circunstân-cias em que foi cometida e os antecedentes do infrator para estabelecer o período da suspensão, na forma do art. 261 do CTB.

ii) Apreensão do veículo

Nos casos em que é aplicada a penalidade de apreensão do ve-ículo, o agente de trânsito adota também a medida administrativa de recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual. A restituição dos veículos apreendidos só ocorre com o pagamento das multas impostas, taxas e despesas com remoção e estada no depósito do órgão de trân-sito, além de outros encargos previstos na legislação. A retirada, pelos proprietários, dos veículos apreendidos é condicionada, ainda, ao reparo de qualquer componente ou equipamento obrigatório que não esteja em perfeito estado de funcionamento.

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iii) Cancelamento da Autorização, Concessão ou Permissão para Dirigir

Essas penalidades são aplicadas por decisão fundamentada da au-toridade de trânsito, em processo administrativo, assegurando-se ao in-frator amplo direito de defesa. O recolhimento da CNH e da Permissão para Dirigir é feito mediante recibo, inclusive quando há suspeita de falsa autenticidade ou de adulteração do documento.

Quando se tratar de infração gravíssima, ou seja, que oferece maio-res riscos à segurança, o valor da multa sofre adição a partir de um fator multiplicador (elas poderão ser multiplicadas por 3 ou 5), estabelecido no artigo 162 do CTB.

5.2. O Processo e as medidas administrativas

A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das compe-tências e dentro de sua região de atuação, deverão adotar as seguintes medidas administrativas:

I. Retenção do veículo;

II. Remoção do veículo;

III. Recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;

IV. Recolhimento da Permissão para Dirigir;

V. Recolhimento do Certificado de Registro;

VI. Recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;

VII. Transbordo do excesso de carga;

VIII. Realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de subs-tância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica;

IX. Recolhimento dos animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus proprietá-rios, após o pagamento de multas e encargos devidos.

5.3. Os Crimes de trânsito

O CTB trata dos crimes de trânsito no Capítulo XIX, dos Art. 291 a 312. O Art. 291 determina que aos crimes cometidos na direção de veículos au-tomotores, previstos no CTB, aplicam-se as normas gerais do Código Penal

e do Código de Processo Penal, se esse Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099 de 26 de setembro de 1995, no que couber.

De acordo com o Art. 298, são circunstâncias que sem-pre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o con-dutor do veículo cometido a infração:

I. Com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros;

II. Utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adul-teradas;

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III. Sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

IV. Com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de catego-ria diferente da do veículo;

V. Quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga;

VI. Utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamen-tos ou características que afetem a segurança ou o funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante;

VII. Sobre a faixa de trânsito temporária ou permanentemente desti-nada à circulação de pedestres.

6. Regras gerais de estacionamento, parada, conduta e circulação

As normas gerais de conduta e circulação definem o comportamen-to correto dos usuários das vias, principalmente dos condutores. De acor-do com o Art. 26 do CTB, os usuários das vias terrestres devem:

I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda cau-sar danos a propriedades públicas ou privadas;

II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depo-sitando ou abandonando na via ob-jetos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo.

De acordo com o Art. 28, o condu-tor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.

O Art 29 apresenta diversas normas para circulação e conduta de veículos nas vias terrestres. De maneira resumida, o artigo define que:

I - a circulação far-se-á pelo lado di-reito da via, admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas;

II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e fron-tal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista;

III - terá preferência de passagem:

a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela;

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b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;

c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;

IV - quando houver várias faixas na pista, as da direita são desti-nadas ao deslocamento dos veículos mais lentos, e as da esquer-da, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade;

V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamen-tos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento.

Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito. Onde não existir sinalização regulamenta-dora, a velocidade máxima será de:

O CTB define regras para se reduzir a velocidade do veículo, frear, parar ou estacionar. Existem normas, também, para o uso das luzes do veículo e de buzina. Fique atento, pois o CTB também estabelece procedi-mentos para as ultrapassagens e para os cruzamentos, além de situações em que sejam necessárias mudanças de direção ou outras manobras.

ConClusão

Condutores que não respeitam as leis e os sinais de trânsito são considerados infratores e são penalizados com multas e com a contabili-zação de pontos em seu prontuário no DETRAN.

Existe um limite para pontuação na CNH de cada condutor, estabele-cido pelo Art. 261 do CTB. Ultrapassar esse limite pode levar à suspensão do seu direito de dirigir. Esta é uma dentre outras medidas administrativas que o Sistema Nacional de Trânsito é obrigado a adotar, visando assim à proteção da vida de pedestres, ciclistas, passageiros e motoristas.

I - nas vias urbanas: a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:

b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;

c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;

d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;

II - nas vias rurais a) nas rodovias:

- 110 (cento e dez) quilômetros por hora para automóveis, camionetas e motocicletas (Redação dada pela Lei nº 10.830, de 23.12.2003);

- noventa quilômetros por hora, para ônibus e microônibus;

- oitenta quilômetros por hora, para os demais veículos.

b) nas estradas, sessenta quilômetros por hora.

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Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) A sinalização horizontal de trânsito é pintada sobre o pavimento e utiliza linhas, mar-cações, símbolos e legendas. Tem como uma de suas principais funções organizar o fluxo de veículos e pedestres, sendo muitas vezes aplicada para complementar a sinalização vertical.

( ) Certo ( ) Errado

2) São exemplos de penalidades previstas no artigo 256 do Código de Trânsito Brasi-leiro:

( ) Advertência por telefone.

( ) Suspensão da permissão para habilitar.

( ) Suspensão do direito de dirigir.

( ) Cassação do direito de sair na rua.

3) O Código de Trânsito Brasileiro traz uma classificação das infrações cometidas no trânsito pelos condutores. As infrações classificam-se em quatro categorias, de acordo com sua gravidade e com pontuação que será atribuída à CNH do condutor. As pontuações variam entre 3 e 7 pontos.

( ) Certo ( ) Errado

4) Ao condutor, caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de:

( ) Prévia regularização e preenchimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito do veículo.

( ) Atos praticados na direção do veículo.

( ) Modificações da identificação do veículo.

( ) Falhas de projetos e da qualidade dos materiais usados na fabricação do veículo.

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LEGISLAÇÃO SOBRE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

UNIDADE

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ApresentAção

Nesta unidade, vamos apresentar a você a legislação relacionada ao transporte de cargas, especialmente das cargas que são considera-das produtos perigosos. Vamos conhecer os requisitos básicos para o transporte, algumas dicas para acondicionamento e as responsabilida-des do condutor na realização desta atividade.

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Apresentar o conceito e a legislação dos produtos perigosos;

• Conhecer exemplos de produtos perigosos;

• Identificar procedimentos necessários para o acondicionamento das cargas;

• Apresentar algumas responsabilidades do condutor durante o transporte.

Desenvolvimento

1. Legislação específica e normas sobre transporte de pro-dutos perigosos

No Brasil, a movimentação dos produtos é realizada por todos os modos de transporte. O modo rodoviário é o mais utilizado, representando mais de 60% da movimentação de cargas. Para o transporte de produtos perigosos, além da legislação básica, é necessário seguir a legislação espe-cífica, que apresentaremos a seguir.

1.1 Legislação brasileira aplicada ao transporte de cargas

As principais regras definidas para o transporte rodoviário de car-gas realizado no Brasil estão previstas na Lei nº 11.442/07 e na Resolu-ção nº. 3.056/09 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A Lei nº. 11.442/07 define o transporte rodoviário de cargas como sendo uma atividade econômica de natureza comercial, que pode ser exerci-da por pessoa física ou jurídica mediante remuneração pelo serviço de transporte realizado.

Esta legislação prevê que para atuar no transporte rodoviá-rio de cargas existe a obrigatoriedade de obtenção do Registro Nacional do Transpor-tador Rodoviário de Carga (RNTRC) junto à Agência Nacional de Transportes Ter-restres (ANTT). Para efetuar este registro, o transportador, seja ele autônomo, empresa de transporte ou coo-perativa de transpor-te, deverá satisfazer alguns requisitos.

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A Resolução nº. 3.056/09 da ANTT e suas alterações detalham os critérios e requisitos para a inscrição no RNTRC, além de tratar de ques-tões acerca da identificação dos veículos, o conhecimento de transportes, as infrações e as penalidades que podem incidir sobre o transportador.

1.2 Legislação brasileira aplicada ao transporte de produtos perigosos

A Regulamentação do Transporte Ter-restre de Produtos Perigosos tem como ob-jetivo proporcionar condições de segurança para todos os envolvidos na operação de transporte, para tanto seguem padrões inter-nacionais ditados pela Organização das Na-ções Unidas (ONU).

A Legislação vigente no Brasil é compos-ta por:

• Decreto-Lei nº 2.063, de 06 de outubro de 1983, que dispõe sobre multas a serem apli-cadas por infrações à regulamentação para a execução do serviço de transporte rodoviário de cargas ou produtos perigosos;

• Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988, que aprova o Regula-mento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos;

• Decreto nº 1.797, de 25 de janeiro de 1996, que dispõe sobre a execução do Acordo de Alcance Parcial para a Facilitação do Trans-porte de Produtos Perigosos, entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, de 30 de dezembro de 1994;

• Decreto nº 4.097, de 23 de janeiro de 2002, que altera a Redação dos itens 7º e 19º dos Regulamentos para Transporte Rodoviário e Ferroviário de Produtos Perigosos, aprovado pelos Decretos nº 96.044 de 18/05/88 e 98.973 de 21/02/90;

• Portaria MT nº 349, de 10 de maio de 2002, que aprova instruções para a fiscalização do transporte rodoviário de produtos perigosos, em âmbito nacional;

• Resolução ANTT nº 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova instruções complementares ao Regulamento do Transporte Terres-tre de Produtos Perigosos;

• Resolução CONTRAN Nº 168, de 14 de dezembro de 2004, que estabelece Normas e Procedimentos para a formação de conduto-res de veículos automotores e elétricos, a realização dos exames, a expedição de documentos de habilitação, os cursos de formação, especializados, de reciclagem;

• Lei nº 3.665, de 3.665, de 20 de novembro de 2000, que dá nova redação ao Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controla-dos pelo Exército (R-105);

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• Lei nº 10.357, de 27 de dezembro de 2001, que estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos os quais dire-ta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem de-pendência física ou psíquica;

• Decreto nº 4.262, de 10 de junho de 2002, que regulamenta a Lei nº 10.357, de 27 de dezembro de 2001;

• Portaria nº 1.274-MJ, de 26 de agosto de 2003, que revoga a Por-taria nº 169, de 21 de fevereiro de 2003, redefinindo os produtos químicos a serem controlados e fiscalizados pela Policia Federal e estabelece outras providências;

• Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as san-ções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

As Normas Técnicas aplicáveis ao transporte de produtos perigosos são:

• Norma Brasileira ABNT NBR 7500:2009 – Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos;

• Norma Brasileira ABNT NBR 7501:2005 – Transporte terrestre de produtos perigosos;

• Norma Brasileira ABNT NBR 7503:2005 – Ficha de Emergência e Envelope para o transporte de produtos perigosos;

• Norma Brasileira ABNT NBR 9735:2008 – Conjunto de equipamen-tos para emergências no transporte terrestre de produtos perigosos;

• Norma Brasileira ABNT NBR 10271:2005 – Conjunto de equipamen-tos para emergências no transporte rodoviário de ácido fluorídrico;

• Norma Brasileira ABNT NBR 12982:2007 – Desvaporização de tan-que para transporte terrestre de produtos perigosos – Classe de ris-co 3 – Líquidos inflamáveis;

• Norma Brasileira ABNT NBR 13221:2010 – Transporte terrestre de resíduos;

• Norma Brasileira ABNT NBR 14619:2009 – Transporte terrestre de produtos perigosos - Incompatibilidade química;

• Regulamentos Técnicos – Instituto Nacional de Metrologia, Nor-matização e Qualidade Industrial – INMETRO;

• Portarias Estaduais – Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN;

• Legislações Estaduais e Municipais.

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2. Cargas de produtos perigosos

2.1 Definição

Produtos Perigosos, para fins de transporte, são as substâncias en-contradas na natureza ou produzidas por qualquer processo que, por suas características físico-químicas, representem risco para a saúde de pessoas, para a segurança pública e para o meio ambiente.

2.2 Conceitos, considerações e exemplos

A legislação atual sobre o transporte de produtos perigosos é com-plexa, pois para cada tipo de produto há especificidades a serem considera-das. Em 1988, o governo federal aprovou o regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos com a publicação do Decreto nº 96.044 e o Ministério dos Transportes o complementou com diversas portarias. Alguns anos mais tarde, a ANTT atualizou as instruções complementares do Decreto Lei n° 96.044/88 por meio das Resoluções nº 420/04. Esta resolução traz informações importantes sobre Classes de Risco, Grupos de embalagens, nomes apropriados de embarque e outras informações neces-sárias ao transporte de produtos perigosos.

Os produtos perigosos são classificados da seguinte maneira:

Classe 1: Explosivos

• Subclasse 1.1: Substâncias e artigos com risco de explosão em massa;

• Subclasse 1.2: Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa;

• Subclasse 1.3: Substâncias e artigos com risco de fogo e com pe-queno risco de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa;

• Subclasse 1.4: Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo;

• Subclasse 1.5: Substâncias muito insensíveis, com risco de explo-são em massa;

• Subclasse 1.6: Artigos extremamente insensíveis, sem risco de ex-plosão em massa.

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Classe 2: Gases

• Subclasse 2.1: Gases inflamáveis;

• Subclasse 2.2: Gases não-inflamáveis, não-tóxicos;

• Subclasse 2.3: Gases tóxicos.

Classe 3: Líquidos inflamáveis

Classe 4: Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis.

• Subclasse 4.1: Sólidos inflamáveis, substâncias autorreagentes e explosivos sólidos insensibilizados;

• Subclasse 4.2: Substâncias sujeitas à combustão espontânea;

• Subclasse 4.3: Substâncias que, em contato com água, emitem ga-ses inflamáveis.

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Classe 5: Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos

• Subclasse 5.1: Substâncias oxidantes;

• Subclasse 5.2: Peróxidos orgânicos.

Classe 6: Substâncias tóxicas e substâncias infectantes

• Subclasse 6.1: Substâncias tóxicas;

• Subclasse 6.2: Substâncias infectantes.

Classe 7: Material radioativo

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Classe 8: Substâncias corrosivas

Classe 9: Substâncias e artigos perigosos diversos

Produtos perigosos que se enquadram nos critérios de definição de mais de uma classe ou subclasse de risco e que não se encontram listados pelo nome na Relação de Produtos Perigosos são alocados a uma classe e subclasse com base na precedência dos riscos. Os resíduos devem ser trans-portados de acordo com as exigências aplicáveis à classe apropriada, con-siderando seus riscos. Resíduos que não se enquadrem nos critérios aqui estabelecidos devem ser transportados como pertencentes à Classe 9.

3. Acondicionamento: verificação da integridade do acon-dicionamento e verificação dos instrumentos de tanques

O transporte de substâncias perigosas diversas só pode ser realizado por veículos e equipamentos (como, por exemplo, tanques e contêineres) cujas características técnicas e estado de conservação garantam seguran-ça compatível com os riscos correspondentes aos produtos transportados.

Durante as operações de carga, transporte, descarga, transbordo, limpeza e descontaminação, os veículos e equipamentos utilizados no transporte de produto perigoso deverão portar rótulos de risco e painéis de segurança específicos, de acordo com as NBR-7500. Após as operações de limpeza e completa descontaminação dos veículos e equipamentos, os rótulos de risco e painéis de segurança devem ser retirados.

Os veículos e equipamentos (como tanques e contêineres) destina-dos ao transporte de produto perigoso a granel deverão ser fabricados de acordo com as Normas Brasileiras ou, na inexistência destas, com norma internacionalmente aceita. O Instituto Nacional de Metrologia, Normaliza-ção e Qualidade Industrial – INMETRO – ou entidade por ele credenciada, atestará a adequação dos veículos e equipamentos ao transporte de pro-duto perigoso, nos termos dos seus regulamentos técnicos.

Os veículos utiliza-dos no transporte de produto perigoso deverão portar o conjunto de equi-pamentos para situações de emer-gência, indicado por Norma Brasileira ou, na inexistência des-ta, o recomendado pelo fabricante do produto.

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Para o transporte de produto perigoso a granel, os veículos deverão estar equipados com tacógrafo, ficando os discos utilizados à disposição do expedidor, do contratante, do destinatário e das autoridades com jurisdição sobre as vias, durante três meses, salvo no caso de acidente, hipótese em que serão conservados por um ano.

A escolha dos veículos para o transporte dos diversos tipos de produ-tos perigosos dependerá do tipo e do tamanho do embalado (volume) a ser transportado, podendo ser caminhões de pequeno, médio e grande portes, bem como furgão, todos devidamente identificados. É proibido utilizar mate-riais facilmente inflamáveis para acondicionar ou proteger contra choques as embalagens nos veículos.

Produtos perigosos fracionados deverão ser acondicionados de ma-neira a suportar os riscos de carregamento, transporte, descarregamento e transbordo, sendo o expedidor responsável pela adequação do acondiciona-mento segundo especificações do fabricante. No transporte de produto peri-goso fracionado, também as embalagens externas deverão estar rotuladas, etiquetadas e marcadas de acordo com a correspondente classificação e o tipo de risco.

É importante evitar a presença de qual-quer impureza ou resíduos de produtos trans-portados anteriormente no mesmo veículo e que sejam passíveis de reação com sólidos infla-máveis. Durante as operações de transporte, as embalagens contendo produtos autorreagentes devem ser protegidas do sol e mantidas em local frio, bem ventilado e longe de qualquer fonte de calor. Esses produtos devem ser protegidos, tam-bém, contra a ação da umidade.

Os recipientes e embalagens conten-do produtos infl a-máveis devem ser estivados no veículo de maneira que não se desloquem nem sejam submetidos a atrito ou choques. A quantidade total dos produtos, o tipo e o número de embala-gens e o método de carregamento nos veículos devem ser tais que evitem o risco de explosão. O expedidor é res-ponsável por essa avaliação.

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4. Proibição do transporte de animais, produtos para uso humano ou animal juntamente com produtos perigosos

É proibido o transporte de produto perigoso juntamente com:

I – Animais;

II – Alimentos ou medicamentos destinados ao consumo humano ou animal, ou com embalagens de produtos destinados a estes fins;

III – Outro tipo de carga, salvo se houver compatibilidade entre os diferentes produtos transportados.

Entende-se como compatibilidade entre dois ou mais produtos a au-sência de risco potencial de ocorrer explosão, desprendimento de chamas ou calor, formação de gases, vapores, compostos ou misturas perigosas, bem como alteração das características físicas ou químicas originais de qualquer um dos produtos transportados, se postos em contato entre si (por vazamento, ruptura de embalagem, ou outra causa qualquer).

É vedado transportar produtos para uso humano ou animal em tan-ques de carga destinados ao transporte de produtos perigosos a granel. Alguns produtos poderão ser carregados em veículos abertos, sendo prefe-rível o uso de veículos fechados, observando as regras a seguir:

a) Volumes rotulados como tóxicos e infectantes não devem ser transportados no mesmo vagão, caminhão ou outra unidade de transporte juntamente com gêneros alimentícios ou outras substân-cias comestíveis destinadas a consumo humano ou animal;

b) Os diferentes volumes num carregamento contendo produtos tóxicos e infectantes devem ser convenientemente arrumados e escorados entre si ou presos por meios adequados, na unidade de transporte, de maneira a evitar qualquer deslocamento, seja de um volume em relação a outro, seja em relação às paredes da unidade de transporte;

c) Não é permitido o transporte de produtos tóxicos e substâncias infectantes em cabines de veículos, automóveis e outros tipos de veículos não apropriados;

d) Para pequenas quantidades o veículo recomendado é do tipo ca-minhonete, onde os produtos devem estar, preferencialmente, co-bertos por lona impermeável e presos à carroceria do veículo;

e) Acondicionar os produtos fitossanitários de forma a não ultrapassarem o limite máximo da altura da carroceria;

f) Uma caixa especial (cofre de carga) pode ser usada para separar pequenas quantidades de substâncias tóxicas e infectantes, quando transportados junto com outro tipo de carga.

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5. Utilização do veículo para outros fins

Qualquer unidade de transporte deve, antes do carregamento, ser inspecionada para se assegurar que não apresenta defeitos estruturais ou deterioração em qualquer um de seus componentes. E, quando aci-dentados, avariados ou modificados estruturalmente, deverão ser visto-riados e testados por organismo ou entidade credenciada, antes de retor-narem à atividade.

Os veículos e equipamentos que tenham sido usados no transporte de produtos perigosos somente serão utilizados para quaisquer outros fins, após sofrerem completa limpeza e descontaminação.

Caminhões ou outras unidades de transporte que tenham sido utilizadas para transportar substâncias tóxicas e infectantes devem ser inspecionadas quanto à contaminação antes de serem recolocadas em serviço. Se houver contaminação, a unidade de transporte deverá ser cui-dadosamente lavada com água corrente e devidamente descontaminada antes de retornar ao serviço, em local previamente licenciado pelo órgão de controle ambiental;

Durante as operações de carga, transporte, descarga, transbordo, limpeza e descontaminação, os veículos e equipamentos utilizados no transporte de produtos perigosos deverão portar os rótulos de risco e painéis de segurança identificadores do carregamento. Além disso, de-verão portar o conjunto de equipamentos para situações de emergência indicado para o tipo de produto transportado.

6. Responsabilidade do condutor durante o transporte

O condutor de veículo utilizado no transporte de produto perigoso, além das qualificações e habilitações previstas na legislação de trânsito, de-verá receber treinamento específico, segundo programa a ser aprovado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Para esse tipo de transporte:

• O transportador, antes de mobilizar o veículo, deverá inspecioná-lo, assegurando-se de suas perfeitas condições para o transporte ao qual é destinado e com especial atenção para o tanque, carroceria e demais dispositivos que possam afetar a segurança da carga transportada;

• O condutor, durante a viagem, é o responsável pela guarda, con-servação e bom uso dos equipamentos e acessórios do veículo, in-clusive os exigidos em função da natureza específica dos produtos transportados;

• O condutor deverá examinar, regularmente e em local adequado, as condições gerais do veículo, verificando, inclusive, a existência de vazamento, o grau de aquecimento e as demais condições dos pneus do conjunto transportador;

• O condutor interromperá a viagem e entrará em contato com a transportadora, autoridades ou a entidade cujo telefone esteja lis-tado no Envelope para o Transporte, quando ocorrerem alterações nas condições de partida capazes de colocar em risco a segurança de vidas, de bens ou do meio ambiente;

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• O condutor não participará das operações de carregamento, des-carregamento e transbordo da carga, salvo se devidamente orien-tado e autorizado pelo expedidor ou pelo destinatário, e com a anu-ência do transportador;

• Todo o pessoal envolvido nas operações de carregamento, descar-regamento e transbordo de produto perigoso usará traje e equipa-mento de proteção individual, conforme normas e instruções baixa-das pelo Ministério do Trabalho;

• Durante o transporte, o condutor do veículo usará o traje mínimo obrigatório, ficando desobrigado do uso de equipamentos de prote-ção individual, salvo em situações de emergência;

• Todo o pessoal envolvido na operação de transbordo de produto perigoso a granel receberá treinamento específico.

6.1 Estacionamento

De acordo com o Decreto Nº 96.044, o veículo transportando pro-duto perigoso só poderá estacionar para descanso ou pernoite em áreas previamente determinadas pelas autoridades competentes. Na inexistên-cia de tais áreas, deverá evitar o estacionamento em zonas residenciais, lo-gradouros públicos ou locais de fácil acesso ao público, áreas densamente povoadas ou de grande concentração de pessoas ou veículos, devido aos riscos oferecidos pela carga.

6.2 Cuidados em relação à eletricidade estática

A eletricidade estática é uma carga elétrica causada pelo acumulo de elétrons na superfície de um material. Associada à eletricidade estática, a descarga eletrostática pode causar faíscas quando do contato do corpo que acumulou eletricida-de estática com outro corpo passível de receber essa carga de eletricidade. Em se tratando de produtos perigosos, esse fator de risco pode provocar explosões e incêndios.

Certifique-se de ter descarregado qualquer eletricidade estática do seu corpo e de acessórios (dispositivos eletrôni-cos, roupas, cintos etc.), antes de iniciar qualquer contato com o produto transportado. Existem vários modos de se realizar essa ação, incluindo:

Quando, por motivo de emergência, parada técnica, falha mecânica ou aci-dente, o veículo parar em local não autorizado, deverá permanecer sinaliza-do e sob a vigilância de seu condutor ou de autoridade local, salvo se a sua ausência for imprescindível para a comunicação do fato, pedido de socorro ou atendimento médico. Somente em caso de emergência o veículo poderá estacionar ou parar nos acostamentos das rodovias.

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• Encostar ou segurar em um corpo sólido (poste, parede etc.) em contato direto com o solo ou uma superfície metálica aterrada;

• Aumentar a umidade relativa do ambiente.

As condições em que aumenta a chance de acontecer uma descarga eletrostática no ambiente incluem baixa umidade relativa do ar e o tipo de material em que a pessoa fica permanentemente em contato, ou seja, o tipo de material que acumula carga. Materiais sintéticos são mais propen-sos a acúmulos estáticos do que fibras naturais, como por exemplo, o algo-dão. Se o assento do motorista, o material do volante e outros itens dentro do veículo tiverem facilidade de acumular eletricidade estática, isso pode representar risco para as operações de explosivos.

6.3 Fatores de interrupção da viagem

Diversos são os fatores que podem interromper uma viagem, tais como: problemas mecânicos no veículo, acidentes, derramamento e queda das cargas, problemas com o condutor, problemas com a fiscalização etc.

Em caso de acidente, avaria ou outro fato que obrigue a imobilização de veículo transportador de produto perigoso, o condutor adotará as medi-das indicadas na Ficha de Emergência e no Envelope para o Transporte, corres-pondentes a cada produto transporta-do, dando ciência à autoridade de trân-sito mais próxima, pelo meio disponível mais rápido, detalhando a ocorrência, o local, as classes e as quantidades dos materiais transportados.

De acordo com o Art. 301, do CTB, ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em fla-grante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.

No entanto, considerando o Decreto nº 1.866, de 16/4/96 que dispõe sobre a execução do Acordo sobre o Contrato de Transporte e a Respon-sabilidade Civil do Transportador no Transporte Rodoviário Internacional de Mercadorias, o transportador não será responsável por perdas ou ava-rias ou demora na entrega das mercadorias quando alguma das situações abaixo ocorrer:

• Ações de guerra, comoção civil ou atos de terrorismo;

• Greves, greves patronais, interrupção ou suspensão parcial ou to-tal do trabalho, fora do controle do transportador;

• Circunstâncias que tornem necessário descarregar, destruir ou tornar sem perigo em qualquer momento ou lugar, as mercadorias

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cuja existência de perigo em seu manuseio não fora declarada pelo remetente quando o transportador as tomou a seu cargo;

• Caso de força maior.

6.4 Participação do condutor no carregamento e descarregamento do veículo

Antes de começar a carga/descarga é necessário fazer um exame rá-pido da Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte, para verificar se os docu-mentos estão de acordo com o pedido de compra de materiais. Após este exame, direciona-se o caminhão para a doca, a fim de que seja realizado o processo de carregamento ou descarregamento do caminhão.

É aconselhável a realização de um Exa-me de avarias e conferência de volumes. Caso as irregularidades sejam significativas, pode--se recusar a carga. Se estiver tudo certo, ini-cia-se a descarga das mercadorias, que pode ser manual ou com o uso de equipamentos. Após descarregar o caminhão, é recomendá-vel realizar a conferência quantitativa. Isto é, o conferente deve verificar, junto ao condutor, se a quantidade de mercadorias que está na nota fiscal é igual à carga recebida.

Antes de qualquer viagem em que sejam transportados produtos perigosos, devem ser tomadas algumas medidas para que se evitem transtornos.

• O acondicionamento dos produtos perigosos deve ser capaz de suportar os riscos de carregamento, transporte, descarregamento e transbordo, segundo especificações do fabricante destes, obede-cidas as condições gerais e particulares aplicáveis a embalagens e contentores intermediários para granéis;

• O transportador somente receberá para transporte aquele produ-to cujo acondicionamento esteja rotulado, etiquetado e marcado de acordo com as correspondentes classificações e os tipos de risco;

• É proibido o transporte no mesmo veículo ou contêiner, de produto perigoso com outro tipo de mercadoria, ou com outro produto peri-goso, salvo se houver compatibilidade entre os diferentes produtos transportados;

• Os produtos perigosos que forem armazenados em depósitos de transferência de carga deverão observar as normas e medidas de segurança específicas, adequadas à natureza de seus riscos;

• Quando um carregamento incluir produtos perigosos e não perigo-sos, estes deverão ser estivados separadamente.

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6.5 Deveres, obrigações e responsabilidades dos envolvidos no transporte de produtos perigosos

O Decreto Nº 96.044 que Aprova o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos define no Capítulo IV:

Do Contratante, do expedidor e do Destinatário

Art. 32. O contratante do transporte deverá exigir do transportador o uso de veículo e equipamento em boas condições operacionais e adequados para a carga a ser transportada, cabendo ao expedidor, antes de cada viagem, avaliar as condições de segurança.

Art. 33. Quando o transportador não os possuir, deverá o contratante fornecer os equipamentos necessários às situações de emergência, acidente, ou avaria, com as devidas instruções do expedidor para sua utilização.

Art. 34. O expedidor é responsável pelo acondicionamento do produto a ser transportado, de acordo com as especificações do fabricante.

Art. 35. No carregamento de produtos perigosos o expedidor adotará todas as precauções relativas à preservação dos mesmos, especialmente quanto à compatibilidade entre si.

Art. 36. O expedidor exigirá do transportador o emprego dos rótulos de risco e painéis de segurança cor-respondentes aos produtos a serem transportados, conforme art. 2º.Parágrafo único – O expedidor entregará ao transportador os produtos perigosos fracionados devida-mente rotulados, etiquetados e marcados, bem assim os rótulos de risco e os painéis de segurança para uso nos veículos, informando ao condutor as características dos produtos a serem transportados.

Art. 37. São de responsabilidade:I – do expedidor, as operações de carga;II – do destinatário, as operações de descarga.§ 1º Ao expedidor e ao destinatário cumpre orientar e treinar o pessoal empregado nas atividades refe-ridas neste artigo.§ 2º Nas operações de carga e descarga, cuidados especiais serão adotados, especialmente quanto à amarração da carga, a fim de evitar danos, avarias ou acidentes.

Do Fabricante e do importador

Art. 29. O fabricante de equipamento destinado ao transporte de produto perigoso responde penal e civilmente por sua qualidade e adequação ao fim a que se destina.Parágrafo único. Para os fins do disposto no art. 22, item I, cumpre ao fabricante fornecer ao INMETRO as informações relativas ao início da fabricação e desativação específica dos equipamentos.

Art. 30. O fabricante de produto perigoso fornecerá ao expedidor:I – Informações relativas aos cuidados a serem tomados no transporte e manuseio do produto, assim como as necessárias ao preenchimento da Ficha de Emergência; II – Especificações para o acondicionamento do produto e, quando for o caso, a relação do conjunto de equipamentos a que se refere o art. 3º.

Art. 31. No caso de importação, o importador, do produto perigoso assume, em território brasileiro, os deveres, obrigações e responsabilidade do fabricante.

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Do transportador

Art. 38. Constituem deveres e obrigações do transportador:I – dar adequada manutenção e utilização aos veículos e equipamentos;II – fazer vistoriar as condições de funcionamento e segurança do veículo e equipamento, de acordo com a natureza da carga a ser transportada, na periodicidade regulamentar;III – fazer acompanhar, para ressalva da responsabilidade pelo transporte, as operações executadas pelo expedidor ou destinatário de carga, descarga e transbordo, adotando as cautelas necessárias para pre-venir riscos à saúde e integridade física de seus prepostos e ao meio ambiente;IV – transportar produtos a granel de acordo com o especificado no “Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel” (art. 22, I);V – requerer o Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel”, quando for o caso, e exigir do expedidor os documentos de que tratam os Itens II e III do art. 22;VI – providenciar para que o veículo porte o conjunto de equipamentos necessários às situações de emer-gência, acidente ou avaria (art. 3º), assegurando-se do seu bom funcionamento;VII – instruir o pessoal envolvido na operação de transporte quanto à correta utilização dos equipamen-tos necessários às situações de emergência, acidente ou avaria, conforme as instruções do expedidor;VIII – zelar pela adequada qualificação profissional do pessoal envolvido na operação de transporte, pro-porcionando-lhe treinamento específico, exames de saúde periódicos e condições de trabalho conforme preceitos de higiene, medicina e segurança do trabalho;IX – fornecer a seus propostos os trajes e equipamentos de segurança no trabalho, de acordo com as nor-mas expedidos pelo Ministério do Trabalho, zelando para que sejam utilizados nas operações de trans-porte, carga, descarga e transbordo;X – providenciar a correta utilização, nos veículos e equipamentos, dos rótulos de risco e painéis de se-gurança adequados aos produtos transportados;XI – realizar as operações de transbordo observando os procedimentos e utilizando os equipamentos recomendados pelo expedidor ou fabricante do produto;XII – assegurar-se de que o serviço de acompanhamento técnico especializado preenche os requisitos deste Regulamento e das instruções específicas existentes (art. 23);XIII – dar orientação quanto à correta estivagem da carga no veículo, sempre que, por acordo com o ex-pedidor, seja co-responsável pelas operações de carregamento e descarregamento.Parágrafo único. Se o transportador receber a carga lacrada ou for impedido, pelo expedidor ou desti-natário, de acompanhar carga e descarga, ficará desonerado da responsabilidade por acidente ou avaria decorrentes do mau acondicionamento da carga.

Art. 39. Quando o transporte for realizado por transportador comercial autônomo, os deveres e obri-gações a que se referem os itens VI a XI do artigo anterior constituem responsabilidade de quem o tiver contratado.

Art. 40. O transportador é solidariamente responsável com o expedidor na hipótese de receber, para transporte, produtos cuja embalagem apresente sinais de violação, deterioração, mau estado de con-servação ou de qualquer forma infrinja o preceituado neste Regulamento e demais normas ou instru-ções aplicáveis.

7. Equipamentos obrigatórios no transporte de produ-tos perigosos

A NBR 9735/2008 estabelece o conjunto mínimo de equipamentos para emergências no transporte terrestre de produtos perigosos, constitu-ído de equipamento de proteção individual, a ser utilizado pelo condutor e pessoal envolvido (se houver) nas operações de transporte, equipamentos para sinalização, isolamento da área da ocorrência (avaria, acidente e/ou emergência) e extintor de incêndio portátil.

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7.1 Traje mínimo orbigatório

Acidentes com produtos perigosos afetam o transportador e podem gerar graves consequências para o meio ambiente e para os demais usu-ários das estradas. Por isso, todo transportador deve conhecer e utilizar corretamente os Equipamentos de Proteção, em especial os de Proteção Individual – EPI;

Para efetuar a avaliação da emergência e ações iniciais constantes na Ficha de Emergência e/ ou Envelope para Transporte, o motorista, ou qual-quer outra pessoa envolvida, deve utilizar o EPI indicado na norma ABNT NBR 9735/2008. O traje mínimo obrigatório é composto de:

• Calça comprida;

• Camisa ou camiseta com mangas curtas ou compridas;

• Calçados fechados.

7.2 Equipamentos de proteção individual

Os EPIs são classificados em 11 grupos, de acordo com os produtos transportados e devem estar sempre higienizados, livres de contaminação, acondicionados em local de fácil acesso e no interior da cabine do veículo. Os produtos perigosos e os grupos correspondentes estão listados no ane-xo A da NBR 9735:2008, sendo que o EPI básico é composto de:

• Capacete;

• Luvas de material adequado ao(s) produto(s) transportado(s), de-finidos pelo fabricante do produto.

De acordo com o ma-nual de autoproteção, manu-seio e transporte rodoviário de produtos perigosos, os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) obrigatórios para o transporte de subs-tâncias químicas e/ou radio-ativas variam dependendo do tipo de material trans-portado, mas de forma geral incluem:

• Luvas e capacetes de boa resistência, confeccionados em material adequado aos produtos transportados;

• Óculos de segurança;

• Macacão e capuz com elevada resistência e confeccionados em material adequado aos produtos transportados;

• Máscara semifacial com filtro GA combinado ou máscara de fuga;

• Máscara panorâmica com filtro GA combinado.

Todas as pessoas envolvidas devem utilizar os EPIs indicados para cada classe de produto perigoso. Portanto, é necessário prover o veículo com tantos conjuntos de EPI quantas forem as pessoas envolvidas nas operações de transporte.

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7.3 Outros equipamentos obrigatórios

• Equipamentos para sinalização e isolamento da área de ocorrência:

- Fita para isolamento da área do acidente e da via;

- 4 placas autoportantes sinalizando “PERIGO. AFASTE-SE”

- Dispositivos de suporte (tripés, cones ou cava-letes) para sustentação da fita;

• Jogo de ferramentas: alicate universal, chave de fenda ou Philips, conforme a necessidade, chave de boca apropriada para a desconexão do acbo da bateria;

• Quatro cones para sinalização da via, conforme ABNT NBR 15071;

• Uma lanterna comum;

• Extintor de incêndio compatível com a carga.

Para produtos com risco de inflamabilidade, o material deve ser an-tifaiscante e a lanterna deve ser à prova de explosão. Para o transporte de produtos perigosos sólidos de qualquer classe de risco é obrigatório portar pá de material de fabricação compatível e apropriado aos produtos trans-portados e de material antifaiscante, em se tratando de produtos cujo risco principal ou subsidiário seja inflamável, e lona totalmente impermeável, re-sistente ao produto, de tamanho mínimo de 3m x 4m.

ConClusão

É importante que o condutor tenha muito cuidado com os produtos que são transportados, na forma de conduzir o veículo, no momento de descarga do veículo e no seu carregamento. Caso o transporte e a arruma-ção não sejam feitos com cuidado, o condutor corre o risco de danificar os produtos, que poderão ser recusados, gerando grandes prejuízos.

A quantidade e a capacidade dos ex-tintores, bem como a quantidade de fi tas variam conforme o veículo e a carga transportada. Para saber mais, leia atentamente a NBR 9735/2008.

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Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) No mesmo veículo em que se transporta qualquer produto perigoso é proibido transportar:

( ) animais.

( ) qualquer carga compatível com o produto transportado.

( ) alimentos ou medicamentos destinados ao consumo humano ou animal.

( ) qualquer outro produto ou substância perigosa.

2) O conjunto básico de EPIs é composto por:

( ) capacete.

( ) luvas de material adequado aos produtos transportados.

( ) botas de borracha ou pano.

( ) camisa ou camiseta branca.

3) Por oferecerem riscos de contaminação da carga, os veículos e equipamentos que tenham sido usados no transporte de produtos perigosos somente serão utilizados para quaisquer outros fins, após sofrerem completa limpeza e descontaminação.

( ) Certo ( ) Errado

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DOCUMENTAÇÃO E SIMBOLOGIA

UNIDADE

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ApresentAção

O transporte rodoviário de cargas é uma atividade econômica que necessita de constante acompanhamento do governo, por meio de proposições de normas e atuação eficaz dos órgãos vinculados ao setor. A necessidade de realizar um controle mais efetivo dos veículos gerou uma busca por equipamentos e simbologias cada vez mais aper-feiçoados. Vamos conhecê-los.

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Apresentar os documentos obrigatórios para o transporte de pro-dutos perigosos;

• Apresentar a simbologia e sinalização obrigatória para os veículos;

• Conhecer as normas, o funcionamento e a importância do registra-dor instantâneo e inalterável de velocidade e tempo.

Desenvolvimento

1. Documentos fiscais e de trânsito

Para o transporte de cargas consideradas produtos perigosos são exigi-dos os seguintes documentos:

1.1 Nota Fiscal de transporte da mercadoria

Documento que comprova a posse da mercadoria e tem como prin-cipal objetivo às exigências do Fisco quanto ao trânsito e as operações re-alizadas entre adquirentes e fornecedores. A Nota Fiscal para Transporte de Produtos Perigosos deve conter:

a) O nome apropriado para embarque (Resolução N° 420/04 ANTT):

O nome apropriado para embarque, a ser usado no transporte do pesticida, deve ser selecionado com base no ingrediente ativo, no estado físico do pesticida e em quaisquer riscos subsidiários que apresente.

Quando são usados nomes apropriados para embarque “genéricos” ou “N.E.”, estes devem ser acompanhados do nome técnico do produto. As designações “genéricas” ou “N.E.” que exigem essa informação suple-mentar são indicadas pela Provisão Especial 274, constante na coluna 7 da Relação de Produtos Perigosos.

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O nome técnico deve figurar entre parênteses, imediatamente após o nome apropriado para embar-que, e deve ser um nome químico reconhecido ou outro nome correntemente utilizado em manuais, periódicos, compêndios técnicos ou científicos. Nomes comerciais não devem ser empregados com esse propósito.

b) A Classe ou a Subclasse do produto:

Nos casos de existência de riscos subsidiários, po-derão ser incluídos os números das Classes e Subclas-ses correspondentes, entre parênteses, após o número da Classe ou Subclasse principal do produto, conforme a Resolução N° 420/04 ANTT.

c) O número ONU: deve ser precedido das letras “UN” ou “ONU”;

d) Grupo de Embalagem:

O Grupo de Embalagem da substância ou artigo, considerando a Classe de Risco principal segue os seguintes critérios:

Grupos de embalagem de acordo com o risco das substâncias

Grupo de Embalagem I - Substâncias que apresentam alto risco.

Grupo de Embalagem II - Substâncias que apresentam risco médio.

Grupo de Embalagem III - Substâncias que apresentam baixo risco.

e) Declaração do expedidor:

Estão dispensados dessa declaração os estabelecimentos que usualmente forneçam produtos perigosos, desde que apresentem do-cumento com a declaração impressa na Nota Fiscal de que o produto está adequadamente acondicionado para suportar os riscos normais de carregamento, descarregamento, transbordo e transporte, conforme a Resolução N°420/04 ANTT. A declaração deve ser datada, independente da data da Nota Fiscal.

f) A quantidade total por produto perigoso

A quantidade do produto, abrangido pela descrição (em volume, massa ou conteúdo líquido de explosivos, conforme apropriado), deve ser discriminada em sua totalidade.

1.2 Conhecimento de Transporte Rodoviário

É o documento que comprova a contratação do transportador pelo embarcador para a realização do serviço de transporte rodoviário de car-gas. Esse documento, emitido pelo transportador, representa que as mer-cadorias estão sob sua responsabilidade para a realização de sua entrega, de acordo com o que está descrito no conhecimento.

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1.3 Autorização de Carregamento e Transporte

Será utilizada no transporte de carga, a granel, de com-bustíveis líquidos ou gasosos e de produtos químicos ou petro-químicos, quando, no momento da contratação do serviço, não forem conhecidos os dados relativos a peso, distância e valor da prestação do serviço; sendo que a utilização da autorização de carregamento não dispensa a posterior emissão do Conhe-cimento de Transporte Rodoviário de Cargas.

1.4 Ordem de Coleta de Carga

Utilizada pelo estabelecimento transportador que exe-cutar serviço de coleta de cargas no endereço do remetente, e destina-se a acobertar a prestação de serviço, do endereço do remetente até o do transportador, para emissão obrigatória do Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, no qual será anotado o número da ordem de coleta.

2. Documentos e símbolos relativos aos produtos transportados

Sem prejuízo do disposto na legislação fiscal, de transporte, de trânsito e relativa ao produto transportado, os veículos que estejam transportando produto perigoso ou os equipamentos relacionados a essa finalidade, só poderão circular pelas vias públicas portando os se-guintes documentos:

I - Certificado de Capacitação para o Transporte de Produtos Perigo-sos a granel do veículo e dos equipamentos, expedido pelo INMETRO ou entidade por ele credenciada;

II - Documento Fiscal do produto transportado, contendo as seguin-tes informações:

• Número e nome apropriado para embarque;

• Classe e, quando for o caso, subclasse à qual o produto pertence;

• Declaração assinada pelo expedidor de que o produto está ade-quadamente acondicionado para suportar os riscos normais de car-regamento, descarregamento e transporte, conforme a regulamen-tação em vigor.

III - Ficha de Emergência e Envelope para o Transporte, emitidos pelo expedidor, de acordo com a NBR-7503 preenchidos conforme instru-ções fornecidas pelo fabricante ou importador do produto transpor-tado, contendo:

• Orientação do fabricante do produto quanto ao que deve ser feito e como fazer em caso de emergência, acidente ou avaria;

Manifesto de Carga: é de uso obrigatório somen-te no transporte rodoviário de carga fracionada, sendo utilizado pelos transportadores de cargas que execu-tarem serviço de transporte inter-municipal e inte-restadual.

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• Telefone de emergência da corporação de bombeiros e dos órgãos de policiamento do trânsito, da defesa civil e do meio ambiente ao longo do itinerário.

A Ficha de Emergência deve conter instruções forne-cidas pelo expedidor, conforme informações, recebidas do fabricante ou importador do produto transportado, que expli-citem de forma concisa:

• A natureza do risco apresentado pelos produtos perigosos transportados, bem como as medidas de emergência;

• As disposições aplicáveis, nos casos de contato com os produtos transportados ou com substâncias que podem des-prender-se deles;

• As medidas que se devem tomar, no caso de ruptura ou deterioração de embalagens ou tanques, ou em caso de va-zamento ou derramamento de produtos perigosos transpor-tados;

• No caso de vazamento ou no impedimento do veículo pros-seguir viagem, as medidas necessárias para a realização do transbordo da carga ou, quando for o caso, restrições de ma-nuseio do produto;

• Números de telefones de emergência do Corpo de Bombei-ros, Polícia, Defesa Civil, órgão de meio ambiente e, quando

for o caso, órgãos competentes para as Classes 1 e 7, ao longo do itinerário.

No transporte rodoviário de produtos perigosos, a Ficha de Emergência deverá estar num Envelope para Transporte, contendo os números de Corpo de Bombei-ros – 193, da Polícia – 190, identificação do expedidor, identificação do transpor-tador, outros endereços úteis e procedimentos para sinalização e isolamento de emergência, conforme padrão estabelecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, devendo ambos serem mantidos a bordo junto ao condutor do veículo. A figura 4, a seguir, apresenta um modelo de Ficha de Emergência e a figura 5 um modelo de Envelope de Transporte.

3. Marcação e rótulos nas embalagens e veículos

3.1 Rótulos de risco principal e subsidiário

Os produtos perigosos são sinalizados com rótulos de risco e painéis de segurança, com o objetivo de tornar os produtos perigosos facilmente reconhecíveis à distância e permitir a identificação rápida dos riscos que o produto oferece durante o carregamento e transporte.

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risco principal risco subsidiário

1 Explosivos 2 Desprendimento de gás devido à pressão ou à reação química.

2 Gases 3 Inflamabilidade de líquidos (vapo-res) e gases ou líquido sujeito a au-toaquecimento.

3 Líquidos inflamáveis 4 Inflamabilidade de sólidos ou sóli-do sujeito a autoaquecimento.

4 Sólidos inflamáveis 5 Efeito oxidante (intensifica o fogo).

5 Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos

6 Toxicidade ou risco de infecção.

6 Substâncias tóxicas e substâncias infec-tantes

7 Radioatividade.

7 Material radioativo 8 Corrosividade.

8 Substâncias corrosi-vas

9 Risco de violenta reação espontâ-nea.

9 Substâncias e artigos perigosos diversos

X A substância reage perigosamente com água (utilizado como prefixo do código numérico).

Rótulos de risco são utilizados nos veículos e nas embalagens para visualizar e distinguir a classe de risco a que o produto transportado per-tence. No veículo, o rótulo deve ser afixado nas laterais (do centro para trás da carroceria) e na traseira do caminhão (ou camionetes e utilitários, no caso de cargas menores). Dependendo do tipo de produto, podem vir afixados nas embalagens internas e nas embalagens externas (ou volu-mes) que compõem uma expedição.

Os rótulos somente poderão ser retirados após as operações de lim-peza e completa descontaminação do veículo e no equipamento. O Rótulo de Risco possui a medida de 30 x 30 cm para veículo com PBT maior que 3.500 kg e 25 x 25 cm para veículo com PBT menor que 3.500 kg. Para as embalagens usa-se a medida de 10x 10 cm.

Rótulo de Risco é a sinalização utiliza-da a fi m de visua-lizar e distinguir a classe de risco que o produto pertence (Coluna 1 da ta-bela). O rótulo de risco é usado tanto nas embalagens dos produtos peri-gosos, bem como no veículo e no equipamento. Além do risco principal, os produtos podem apresentar riscos subsidiários (Co-luna 2 da tabela), indicada na Rela-ção de Produtos Perigosos.

Os rótulos de risco já foram apre-sentados. Verifique a Unidade 2 do Módulo 1. Ali estão apresentadas as classes de produtos perigosos e seus respectivos rótulos de risco.

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3.2 Painel de segurança

É a simbologia utilizada para identificar os riscos do produto peri-goso em caso de emergência. Consiste de um retângulo de cor laranja podendo ou não apresentar inscrições. O painel de segurança possui a medida de 30 x 40 cm para veículo com PBT maior que 3.500 kg e 25 x 35 cm para veículo com PBT menor que 3.500 kg.

Os painéis de segurança devem ser afixados à superfície externa das unidades de transporte e de carga, em posição adjacente ao rótulo de risco para advertir que seu conteúdo é composto de produtos perigosos e apresenta riscos. Os painéis deverão ser afixados em quatro posições, na dianteira e na traseira, do lado esquerdo (lado do motorista), e em suas laterais, do centro para trás. Somente poderão ser retirados após as operações de limpeza e completa des-contaminação do veículo e do equipamento.

As inscrições apresentadas no Painel de Segurança são:

• Número de identificação do produto: na parte inferior do painel de segurança, deve ser colocado o número de identificação do produto (nº ONU), formado por quatro algarismos;

• Número de identificação de risco: a parte superior do painel de segurança é destinada ao número de identificação de risco, o qual é constituído por dois ou três algarismos e, quando aplicá-vel, a letra X (A letra X é usada quando o produto reagir perigo-samente com água).

O primeiro número é o de Risco Principal (classe de risco a qual o produto pertence). O segundo número é o de Risco Subsidiário, que representa um risco a mais que o produto apresenta. A repetição de um número indica, em geral, aumento da intensidade daquele risco específi-co, por exemplo:

• 60 – Substância tóxica;

• 66 – Substância altamente tóxica.

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Quando o risco associado a uma substância puder ser adequada-mente indicado por um único algarismo, este deve ser seguido do alga-rismo “zero”.

4. Registrador instantâneo e inalterável de velocida-de e tempo

O item II do Art. 105 do CTB determina que são equipamentos obri-gatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo Contran:

II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os de trans-porte de passageiros com mais de dez lugares e os de carga com peso bruto total superior a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo.

O tacógrafo é um equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo, que grava as informações relativas às viagens do veículo. Suas funções são realizadas instantaneamente e em período in-tegral (ininterruptamente), pois o tempo em que o veículo está parado durante a operação também é registrado.

Os tacógrafos podem ser encontrados em três distintas tecnologias:

• Tacógrafo mecânico: utiliza disco-diagrama e seu acionamento é feito através de eixo flexível.

• Tacógrafo eletrônico: utiliza disco-diagrama e seu acionamento é feito através de chicote elétrico.

• Tacógrafo digital: utiliza disco ou fita-diagrama, apresenta unidade de registro e gravação em separado; possui um visor de cristal líqui-do com todas as informações registradas.

Com o uso do registrador podem ser obtidas diversas informações, dentre as quais a distância percorrida e a ve-locidade do veículo ao longo da viagem. Com este equipa-mento é possível um maior controle, auxiliando na identi-fi cação de possíveis falhas e causas de acidentes.

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O aparelho possui um relógio de horas, uma luz indicadora de limite de velocidade e um indicador de quilometragem percorrida (hodômetro). O aparelho possui em sua parte frontal uma tampa, com fechadura, que permite o acesso aos discos-diagramas do aparelho. Nesses discos, regis-tram-se de forma inalterável os dados relativos à viagem, permitindo uma análise sobre a operação do veículo.

O disco de tacógrafo, ou disco--diagrama, é uma folha de papel que possui uma camada de cera e outra camada de tinta em sua superfície. Quando o disco é instalado no tacó-grafo, as agulhas do equipamento “removem” a cera depositada na fo-lha deixando, assim, uma marca que pode ser interpretada posteriormen-te. Existem dois tipos de discos de ta-cógrafo, o diário e o semanal. O diário (24 horas) utiliza apenas um disco--diagrama, que deve ser substituído impreterivelmente após a vigésima quarta hora. O semanal (7 dias) utiliza um conjunto com 7 discos de 24 ho-ras cada, que devem ser substituídos após a vigésima quarta hora do séti-mo dia, contados após sua colocação.

De acordo com Art. 5o. do Decreto 96044/088 o transporte de produto perigoso a granel os veículos deverão estar equipados com ta-cógrafo, ficando os discos utilizados à disposição do expedidor, do con-tratante, do destinatário e das autoridades com jurisdição sobre as vias, durante 3 (três) meses, salvo no caso de acidente, hipótese em que serão conservados por 1 (um) ano. Para conservação integral dos registros, o disco-diagrama não deve ser contaminado por derivados de petróleo ou produtos químicos; não deve ser dobrado, perfurado ou ainda ficar sob peças pesadas ou pontiagudas. Recomenda-se guardá-lo em envelope, para protegê-lo de golpes e riscos.

5. Infrações e Penalidades no transporte de produtos perigosos

O objetivo da legislação é tornar o transporte rodoviário de produ-tos perigosos o mais seguro, atribuindo uma série de responsabilidades a todos os envolvidos (fabricantes, importadores, expedidores/embarca-dores, contratantes, transportadores e destinatários) e, também, punindo os infratores.

As infrações punidas com multa classificam-se de acordo com sua gravidade em três grupos:

• Grupo I - R$ 656,56;

• Grupo II - R$ 328,28;

• Grupo III - R$ 131,31.

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Conforme anexo da Portaria 38/98 do Departamento Nacional de Trânsito - Denatran, que codifica as infrações previstas no Decreto 96.044/88 – RTPP, as principais infrações referentes ao transporte de produtos perigosos são:

DesCrição DA inFrAção inFrAtor Grupo

Transportar produto cujo deslocamento rodoviário seja proibido pelo Ministé-rio dos Transportes.

Transportador I

Transportar produto perigoso a granel que não conste do Certificado de Ca-pacitação (ou de Inspeção).

Transportador I

Transportar produto perigoso em veículo desprovido de Certificado de Capa-citação (ou de Inspeção) válido.

Transportador I

Transportar, juntamente com produto perigoso, pessoas, animais, alimentos ou medicamentos destinados ao consumo humano ou animal, ou ainda, emba-lagens destinadas a esses fins sem observar a utilização de cofres de cargas conforme determina o Decreto 4.097/02.

Transportador I

Transportar produtos incompatíveis entre si, apesar de advertido pelo expedidor. Transportador I

Não dar manutenção ao veículo ou ao seu equipamento. Transportador II

Estacionar ou parar em inobservância ao preceituado no artigo 14 (do RTPP). Transportador II

Transportar produtos cujas embalagens se encontrem em más condições e não certificadas pelo Inmetro (Resolução ANTT 420/04).

Transportador II

Não adotar, em caso de acidente ou avaria, as providências constantes da Fi-cha de Emergência e do Envelope para o Transporte.

Transportador II

Transportar produto a granel sem utilizar o tacógrafo ou não apresentar o disco à autoridade competente, quando solicitado.

Transportador II

Transportar carga mal estivada. Transportador III

Transportar produto perigoso em veículo desprovido de equipamento para situação de emergência e proteção individual.

Transportador III

Transportar produto perigoso desacompanhado de Certificado de Capacita-ção (ou de Inspeção) para o Transporte de Produto Perigoso a Granel.

Transportador III

Transportar produto perigoso desacompanhado de declaração de responsa-bilidade do expedidor (Art. 22-II c) aposta no Documento Fiscal, ou em outro documento que acompanhe a expedição, conforme determinado no Capítulo 5.4 da Resolução ANTT 420/04.

Transportador III

Transportar produto perigoso desacompanhado de Ficha de Emergência e En-velope para o Transporte.

Transportador III

Transportar produto perigoso sem utilizar, nas embalagens e no veículo, ró-tulos de risco e painéis de segurança em bom estado e correspondentes ao produto transportado.

Transportador III

Circular em vias públicas nas quais não seja permitido o trânsito de veículos transportando produto perigoso.

Transportador III

Embarcar no veículo produtos incompatíveis entre si. Expedidor I

Embarcar produto perigoso não constante do Certificado de Capacitação (ou de Inspeção) do veículo ou equipamento ou estando esse Certificado vencido (ou não previsto na “Lista de Grupos de Produtos Perigosos” da Portaria In-metro 196/04).

Expedidor I

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

DesCrição DA inFrAção inFrAtor Grupo

Não lançar no Documento Fiscal as informações de que trata o item II do arti-go 22 (do RTPP), complementadas pela Resolução ANTT 420/04, item 5.4.1.1.

Expedidor I

Expedir produto perigoso mal acondicionado ou com embalagem em más condições. Expedidor I

Não comparecer ao local do acidente quando expressamente convocado pela autoridade competente.

Expedidor I

Embarcar produto perigoso em veículo que não disponha de conjunto de equi-pamentos para situação de emergência e proteção individual.

Expedidor II

Não fornecer ao transportador a Ficha de Emergência e o Envelope para o Transporte.

Expedidor II

Embarcar produto perigoso em veículo que não esteja utilizando rótulos de risco e painéis de segurança, afixados nos locais adequados.

Expedidor II

Expedir carga fracionada com embalagem externa desprovida dos rótulos de risco específicos.

Expedidor II

Embarcar produto perigoso em veículo ou equipamento que não apresente adequadas condições de manutenção.

Expedidor II

Não prestar os necessários esclarecimentos técnicos em situações de emer-gência ou acidentes, quando solicitado pelas autoridades.

Expedidor II

ConClusão

A movimentação dos produtos perigosos, em todas as suas etapas, requer a utilização de equipamentos especiais e estratégias que envol-vem um grande número de atividades. Conhecer estes procedimentos é extremamente importante para que o transporte desses produtos seja seguro e eficiente.

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Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Os tacógrafos podem ser encontrados em três distintas tecnologias: mecânico, ele-trônico e digital. O tacógrafo mecânico:

( ) apresenta acionamento através de chicote elétrico.

( ) utiliza disco-diagrama e seu acionamento é feito através de eixo flexível.

( ) apresenta unidade de registro e gravação em separado.

( ) possui um visor de cristal líquido com todas as informações registradas.

2) O produto perigoso somente poderá ser identificado pelo número de quatro alga-rismos, conhecido como número da ONU.

( ) Certo ( ) Errado

3) Deve ser considerada uma infração gravíssima, segundo o CTB:

( ) Transitar com o veículo danificando a via.

( ) Transportar produtos perigosos.

( ) transitar com o veículo derramando a carga transportada.

( ) Transportar substâncias perigosas.

4) Para os casos de Classes que apresentarem produtos com riscos subsidiários, po-derão ser incluídos os números das Classes e Subclasses correspondentes, entre parênte-ses, após o número da Classe ou Subclasse principal do produto, conforme a Resolução N° 420/04 ANTT.

( ) Certo ( ) Errado

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MÓDULO II

DIREÇÃO DEFENSIVA

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DIREÇÃO DEFENSIVA: ACIDENTES DE TRÂNSITO

UNIDADE

1

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A direção defensiva é o modo de dirigir a fi m de evitar aci-dentes, apesar das condições adversas e das ações incorretas de outros motoris-tas ou pedestres, prevendo antecipa-damente a possibili-dade de acidentes e agir instantaneamen-te para evitar que isso aconteça.

ApresentAção

De acordo com pesquisas do DNIT (Departamento Nacional de In-fraestrutura de Transportes), o Brasil perde 35 mil pessoas ao ano em acidentes rodoviários. Por causa destes acidentes, anualmente cerca de 100 mil pessoas ficam inválidas e outras 400 mil ocupam os leitos dos hospitais durante muitos dias. Esses dados levam à reflexão sobre a necessidade de trabalharmos mais com a prevenção dos acidentes rodoviários e sobre os procedimentos de segurança para reduzi-los ou evitar suas consequências.

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Apresentar a definição de direção defensiva;

• Entender o que é um acidente evitável ou não evitável;

• Aprender como ultrapassar e ser ultrapassado;

• Compreender o acidente de difícil identificação da causa.

Desenvolvimento

1. O que é a direção defensiva?

Direção defensiva, ou direção segura, é a melhor maneira de dirigir e de se comportar no trânsito. É uma forma de conduzir o veículo preservan-do a vida, a saúde e o meio ambiente. Mas, o que é a direção defensiva?

Ela pode ser entendida como uma forma de dirigir, que permite a você reconhecer antecipadamente as situações de perigo e prever o que pode acontecer com você, com seus acompanhantes, com o seu veículo, com os outros veículos e demais usuários da via, procurando, assim, evi-tar a ocorrência de acidentes.

Podemos também conceituar direção defensiva como sendo um conjunto de princípios e cuidados aplicados com a finalidade de evitar aci-dentes. Nem sempre você é a causa do acidente, pois, infelizmente, muitos motoristas dirigem com atitudes que pioram as condições do trânsito. A direção defensiva ajuda você a se proteger dos riscos que estão presentes ao seu redor.

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2. Acidentes de trânsito

Outras definições apontam que o acidente de trânsito é todo even-to danoso que envolve: o veículo, a via, o homem e/ou animais. Para ca-racterizar-se como acidente, é necessária a presença de ao menos dois desses fatores.

De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP), as estatísticas comprovam que, a cada ano no Brasil, 33 mil pessoas chegam ao óbito e cerca de 400 mil ficam feridas ou inválidas em consequência de ocorrências de trânsito.

Mesmo sendo bastante elevados, esses números podem não refle-tir uma realidade ainda mais drástica. Várias cidades e estados não for-necem a totalidade dos dados e muitas vezes as vítimas fatais constam como feridos nas estatísticas. Isso porque, aqueles que saíram com vida do acidente, mas vieram a falecer a partir das 72 horas após o acidente são registrados como feridos. Assim, a quantidade de mortos em aci-dentes é bem maior e o número de feridos informado pelas estatísticas oficiais.

A primeira coisa a aprender é que o acidente não acontece por acaso, por destino ou por azar. Na maioria dos acidentes, o fator huma-no está presente, ou seja, cabe aos condutores e aos pedestres uma boa dose de responsabilidade. E isso inclui você!

3. Acidente evitável ou não evitável

O Detran/SP define que o Acidente Evitável é aquele em que os motoristas envolvidos não fizeram tudo o que pode ser feito para evitar que o acidente aconteça. Já o Acidente Inevitável, ou não evitável, é aquele em que o motorista fez tudo o que era possível fazer, mas não conseguiu evitá-lo.

Acidentes acontecem devido a um fator ou uma combinação de fato-res causadores. A direção defensiva ajuda a prever estes fatores e ensina técnicas para controlá-los, de forma a evitar que os acidentes ocorram. Porém, não existe uma divisão clara entre estes dois tipos de acidentes, de maneira que muitas vezes fica impossível classificá-los.

Normalmente as pessoas perguntam quem é o culpado, sendo que a pergunta correta é: “quem poderia ter evitado o acidente”. Uma das maiores causas dos acidentes é o comportamento do próprio condutor do veículo.

De acordo com o IPEA/ANTP, o acidente de trânsito é todo evento ocorrido na via pública, inclusive calçadas, decorrente do trânsito de veículos e pesso-as, que resulta em danos humanos e materiais. Compreende colisões entre veículos, choques com objetos fi xos, capotamentos, tombamentos, atropela-mentos e queda de pedestres e ciclistas.

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De acordo com as estatísticas apresentadas pelo Detran/SP, consi-derando os acidentes de trânsito no Brasil:

• 75% são causados por falhas humanas;

• 12% são causados por falhas mecânicas dos veículos;

• 6% são causados por más condições das vias;

• 7% outras causas.

Dessa forma, considerando que a produção e conservação dos veí-culos e a construção e manutenção das estradas também são responsabi-lidades humanas, podemos dizer que o homem, no mínimo, é responsável, direta ou indiretamente, por 93% dos acidentes.

4. Condições adversas que contribuem para a ocorrência de acidentes

Muitos acidentes são causados por situações adversas, que são aquelas situações contrárias ao desejado ou esperado. Para evitar que os acidentes ocorram, o motorista precisa estar preparado para reconhecer essas condições. As principais condições adversas e que podem gerar aci-dentes são:

4.1 Condições adversas de luz

A luz deficiente ou em excesso, afeta a nossa capacidade de ver ou de sermos vistos, seja ela natural ou artificial. Sem que o motorista tenha condições de ver ou de ser visto perfeitamente, há um risco muito grande de ocorrer acidente.

Dentre outras causas, pode haver ofuscamento da visão causado pelo farol alto de um veículo em sentido contrário, ou mesmo a luz solar incidindo diretamente nos olhos do condutor. Portanto, o condutor deve tomar cuidado com o uso indevido dos faróis.

Todo acidente é evitável? A resposta é sim, porque sem-pre haveria algo que poderia ter sido feito por alguém para evitá-lo, caso o responsável tivesse usado a razão e o bom senso.

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No período noturno, ocorre uma redução da visibilidade e, em função disso, o motorista deve conduzir com uma velocidade menor e aumentar a distância de segurança. Para os veículos de grande porte é necessário man-ter uma distância ainda maior. É importante tomar cuidados especiais ao dirigir nos pe-ríodos noturnos, pois a visibilidade humana nesses casos fi ca reduzida para 1/6 em rela-ção à capacidade visual durante o dia.

4.2 Condições adversas de tempo (clima)

A ocorrência de chuva, granizo, vento forte, neblina etc. afetam a percepção e o controle do veículo. Grande parte dos acidentes automo-bilísticos ocorre em dias chuvosos. Isso acontece porque com a chuva a pista fica escorregadia. Ao dirigir com pista molhada ou em dias chu-vosos, independentemente da quantidade de água na pista, diminua a velocidade, aumente a distância de outros veículos e não utilize o freio bruscamente.

Em situações de pista molhada, pode ocorrer o que chamamos de aquaplanagem ou hidroplanagem, que consiste na perda de controle do veículo em decorrência da diminuição do atrito e da diminuição da ade-rência dos pneus ao solo. A falta de contato dos pneus com a pista faz com que o veículo derrape e o condutor perca o controle do veículo, po-dendo causar um acidente.

Além das condições de chuvas, os condutores podem enfrentar si-tuações de ventos fortes. Se os ventos forem transversais, o condutor deverá abrir os vidros e reduzir a velocidade. Se os ventos forem frontais, deverá reduzir a velocidade, segurando com firmeza o volante.

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4.3 Condições adversas na via

O desenho geométrico, a largura, o tipo e o estado da pavimentação da pista é que definem as velocidades máximas indicadas para cada via. As vias nem sempre estão em bom estado de conservação ou sinalizadas adequadamente, por isso o condutor deve estar sempre atento a fim de evitar acidentes.

4.4 Condições adversas de trânsito

As condições adversas de trânsito afetam todos os usuários das vias. O motorista precisa conhecer bem as leis de trânsito contidas no CTB, respeitando os demais usuá-rios e suas preferências na circulação.

O condutor deve estar atento aos congestionamentos ou trânsito lento resultantes do excesso de veículos e ao trânsito rápido, pois muitos motoristas ignoram a distância de segurança. Ocorrendo alguma adversidade, não conse-guem parar o veículo a tempo, provocando colisões ou mes-mo “engavetamentos”.

4.5 Condições adversas dos veículos

Manter o veículo em bom estado de conservação é de-ver do condutor. Ele deve verificar, periodicamente, pneus e estepes (mantendo os sulcos dos pneus) e calibrá-los; além de revisar motores, para-brisas e limpadores, combustível e radiadores, freios desregulados, suspensão desalinhada, direção com folga, sinaleiras e faróis com defeitos, espelhos mal regulados ou sujos, vazamentos de fluidos etc.

• Para manter os pneus em ordem e evitar a derrapagem:

• Calibre os pneus de acordo com a indicação do manual do fabricante;

• Faça o rodízio dos pneus;

• Evite a sobrecarga no veículo. Excesso de peso compromete a es-trutura do pneu e aumenta o risco de danos e de alterações estru-turais importantes;

• Faça a manutenção preventiva de todo o veículo. Amortecedores, molas, freios, rolamentos, eixos e rodas atuam diretamente sobre os pneus;

• Utilize rodas e pneus de acordo com as medidas indicadas pelo fabricante do veículo. Alterações nas medidas causam instabilidade ao veículo;

• Alinhe o sistema de direção e suspensão e balanceie os pneus con-forme indicações do fabricante do veículo;

• Utilize os pneus mais indicados para cada tipo de solo, respeite os ambientes em que você circula predominantemente;

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• Observe periodicamente o desgaste da rodagem (TWI). Este indicador existe em todos os pneus e indica o momento adequado de efetuar sua troca;

• Não permita o contato do pneu com derivados de pe-tróleo e/ou solventes. Estes produtos atacam a borracha, reduzindo sua vida útil;

• Evite dirigir de forma agres-siva, com freadas fortes e mu-danças bruscas de direção. Cuidado com lombadas, bura-cos e imperfeições na pista.

4.6 Condições adversas dos condutores

As condições físicas e mentais são muito importantes, pois são elas que alteram o modo de dirigir do condutor e sua “performance”. Existem fatores físicos como: fadiga, capacidade de atenção, audição e visão. E fatores mentais e emocionais, como a inexperiência, a familiaridade com a via, a excitação ou a depressão. Estas características levam o motorista a dirigir com pressa ou sem atenção, com raiva, ira, calor, frustração, in-segurança etc.

a) Fadiga e sono

Uma pessoa cansada ou com sono não tem condições de dirigir. O cansaço e o sono, muitas vezes, são mais fortes do que a vontade de per-manecer acordado e a pessoa adormece sem perceber. Assim, é importan-te descansar nos momentos de folga, para poder dirigir com mais tranqui-lidade durante a jornada de trabalho.

b) Álcool

Para dirigir com segurança, o motorista precisa contar com boas condições físicas e mentais, e o álcool, ao contrário do que se imagina, é uma droga depressora do sistema nervoso. Após beber, o motorista pode se envolver em acidentes, pois o álcool afeta o cérebro, diminuindo o sen-so de cuidado, tornando lentos os reflexos, prejudicando a visão, a audi-ção, enfim, comprometendo toda a capacidade para dirigir.

c) Drogas e medicamentos

A automedicação é uma prática prejudicial à saúde, pois pode acar-retar sérias consequências ao organismo. Alguns remédios também po-dem atrapalhar o ato de dirigir. Por isso, não se deve tomar medicamentos

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sem prescrição médica. Já as drogas, especialmente as ilícitas, são subs-tâncias de origem natural ou sintética que alteram o comportamento das pessoas quando são consumidas.

d) Aspectos Psíquicos

Os aspectos psíquicos influenciam bastante na maneira de ser das pessoas. Alguém que passou por uma emoção muito forte, como, por exemplo, o falecimento de uma pessoa querida, poderá ter o seu compor-tamento alterado.

O comportamento de outras pessoas em con-tato com o condutor também é importante. Ele pode contribuir para desviar a atenção do condutor ou para a ocorrência direta de um acidente.

As pessoas diferem muito entre si quanto aos aspectos psíquicos. As-sim, há pessoas que se irritam com mais facilidade, outras são mais tran-quilas, outras ainda não se deixam abalar por fatos desagradáveis. Mas, independente do tipo psíquico da pessoa, uma coisa é certa: ao dirigir irri-tado, nervoso ou sob emoções fortes, o motorista pode causar acidentes.

5. Como ultrapassar e ser ultrapassado

Quando houver sinalização proibindo a ultrapassagem, não ultra-passe. A sinalização é a representação da lei. Ela foi pensada e implan-tada por uma equipe técnica que já calculou que naquele trecho não é possível realizar a ultrapassagem de forma segura.

De acordo com o Art 29 do CTB:

IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser fei-ta pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas neste Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;

X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, cer-tificar-se de que:

a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo;

b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;

c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão su-ficiente para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário;

XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:

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a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço;

b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal for-ma que deixe livre uma distância lateral de segurança;

c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de ori-gem, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou;

Nos declives, as velocidades dos veículos tendem a ser maiores. Para ultrapassar, tome cuidado adicional com a velocidade necessária para a manobra. Lembre-se de que mesmo para ultrapassar você não pode exce-der a velocidade máxima permitida naquele trecho da via.

6. O acidente de difícil identificação da causa

Em muitos casos de acidente, não é possível identificar completa-mente os motivos de sua ocorrência. Um exemplo disso são as chamadas “colisões misteriosas”. A colisão misteriosa é definida como um acidente de trânsito que envolve apenas um veículo, cujo condutor não sabe exa-tamente (ou não quer revelar) qual foi a causa do acidente. Ninguém sabe o que houve e o condutor não admite caso tenha errado (isso se ainda estiver vivo).

Nas subidas só ultra-passe quando estiver disponível a terceira faixa, destinada aos veículos lentos. Se não existir esta faixa, siga as orientações anteriores, mas con-sidere que a potência exigida do seu veícu-lo vai ser maior que na pista plana. Nas subidas é mais difícil ultrapassar do que em locais planos.

Na verdade isso é apenas um conceito, porque uma co-lisão nunca poderá ser verdadeiramente “misteriosa”. Lembre-se de que sempre haverá uma ou mais causas para qualquer acidente. Novas técnicas de perícia são de-senvolvidas e, a cada dia, mais acidentes têm suas verda-deiras causas reveladas. O fato de o condutor não poder relatar o que aconteceu ou não querer admitir que tenha cometido uma falha nada tem de “misterioso”. Muitas ve-zes ainda é possível comprovar sua responsabilidade.

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ConClusão

A prática da direção defensiva ou direção segura é fundamental para se evitar acidentes no trânsito. Ela pode ser entendida como uma forma de conduzir que preserva a vida, a saúde e o meio ambiente, ante-vendo e evitando situações de risco que podem causar acidentes com o seu veículo, com os outros veículos e com os demais usuários da via. Sua atitude no trânsito pode evitar muitos acidentes ou ao menos minimizar as conseqüências maléficas causadas por eles.

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) São exemplos claros de situações adversas e que podem gerar acidentes:

( ) Boas condições das vias em que o veículo trafega.

( ) Más condições de limpeza do veículo.

( ) Más condições de iluminação que podem afetar as condições de visão.

( ) Dirigir na velocidade permitida.

2) Direção defensiva é a forma de dirigir, que permite a você reconhecer antecipada-mente as situações de perigo e prever o que pode acontecer, mas somente o que pode acon-tecer com você.

( ) Certo ( ) Errado

3) Nos trechos onde houver sinalização permitindo a ultrapassagem, ou onde não hou-ver qualquer tipo de sinalização, só ultrapasse se:

( ) a faixa do sentido contrário de fluxo estiver completamente ocupada.

( ) não houver faixa livre para a manobra.

( ) a faixa do sentido contrário de fluxo estiver livre.

( ) o outro veículo estiver em velocidade maior que a sua.

4) A aquaplanagem é uma situação séria, que ocorre principalmente em situações de chuva. Quando a pista está molhada pode ocorrer a perda de controle do veículo em decor-rência da diminuição do atrito e da diminuição da aderência dos pneus ao solo.

( ) Certo ( ) Errado

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DIREÇÃO DEFENSIVA: SEGURANÇA E PREVENÇÃO DE ACIDENTES

UNIDADE

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ApresentAção

O condutor tem a responsabilidade de zelar por sua integridade, do veículo e das pessoas ou das cargas que ele transporta. Nesta uni-dade vamos aprender mais sobre a direção defensiva e conhecer os procedimentos necessários para a condução segura de veículos.

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Aprender como evitar acidentes com outros veículos;

• Aprender a evitar acidentes com pedestres e outros integrantes do trânsito.

Desenvolvimento

1. Como evitar acidentes com outros veículos

Algumas situações no trânsito exigem cuidados especiais, que de-vem ser redobrados quando estamos conduzindo veículos de transporte especializado. Para evitar acidentes é importante conhecer os conceitos de tempo e distância de reação, de frenagem e de parada (Detran/PR).

• Tempo de reação: é o tempo que o motorista leva para agir frente a um perigo;

• Tempo de frenagem: é o tempo que é gasto desde o acionamento do mecanismo de freio até a parada total do veículo;

• Tempo de parada: é o tempo gasto desde que o perigo é visto até a parada total do veículo;

• Distância de reação: é aquela que seu veículo percorre, desde o momento que você vê a situação de perigo, até o momento em que pisa no freio. Ou seja, desde o momento em que o condutor tira o pé do acelerador até colocá-lo no freio;

• Distância de frenagem: é aquela que o veículo percorre depois de você pisar no freio até o momento total da parada;

• Distância de parada: é aquela que o seu veículo percorre desde o momento em que você vê o perigo e decide parar até a parada total do seu veículo, ficando a uma distância segura do outro veículo, pe-destre ou qualquer objeto na via.

Qualquer veículo em movimento necessita de uma distância míni-ma quando deseja parar, por menor que seja sua velocidade. Por isso, para poder evitar acidentes, é preciso estudar também o que é a distân-cia de seguimento.

A distância de parada é a soma da distância da reação mais a distância de frenagem e, portan-to, deve ser maior que essas duas juntas para poder evitar a colisão.

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• Distância de seguimento: é aquela que você deve manter entre o seu veículo e o que vai à sua frente, de forma que você possa parar, mesmo numa emergência, sem colidir com a traseira do outro.

É importante ressaltar, também, a importância de considerar a Distância de Per-cepção, que é aquela distância a partir da qual você já é ca-paz de identificar as situações de perigo e diferenciar riscos.

Uma colisão pode ser entendida como um acidente envolvendo dois veículos em movimento. Acontece em vá-rias situações: com o veículo da frente, com o de trás, em cruzamentos, entre outros.

1.1 Colisões com o veículo da frente

Usualmente, a colisão com outro veículo que está à frente acontece por desatenção do condutor ou porque ele não obedeceu a distância de seguimento, podendo ocorrer também ambos os motivos simultaneamen-te. Para evitar este tipo de colisão, o condutor deve:

• Concentrar sua atenção no que está ocorrendo no trânsito;

• Observar os sinais do motorista da frente;

• Olhar além do veículo à sua frente, a fim de perceber possíveis si-tuações que possam forçá-lo a agir;

• Manter os vidros do veículo limpos e desimpedidos de objetos que diminuam o campo de visão;

• Manter a distância de segurança;

• Evitar as frenagens bruscas.

1.2 Colisões com o veículo de trás

Muitas vezes não estamos vendo o veículo que se aproxima por trás e somos pegos de surpresa. A colisão pode ser evitada avisando correta-mente aquilo que pretendemos fazer, diminuindo a marcha gradualmente e posicionando-nos corretamente na pista. Siga alguns princípios de dire-ção defensiva:

• Saiba exatamente o que fazer no trânsito (aja com decisão);

• Sinalize suas intenções;

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• Pare de forma suave e gradativa;

• Mantenha-se livre dos veículos que estão colados na traseira de seu veículo, facilitando a ultrapassagem.

1.3 Colisões frontais

A colisão frontal entre dois veículos é, por sua vez, uma das mais graves, pois muitas vezes leva à morte. Essas colisões são frequentes nos casos de ultrapassagem, quando o veículo que realiza a ultrapassagem está na pista de direção contrária. Para evitar estes acidentes, só ultra-passe outro veículo se houver visibilidade suficiente e se a faixa de sen-tido contrário estiver livre. Fique atento nas curvas em que existe menor visibilidade e aos pedestres, ciclistas e animais que poderão entrar repen-tinamente na pista.

Em curvas, a reunião de vários fatores pode provocar a saída de um veículo da sua mão de direção, levando-o para a contramão ou para o acostamento. A força responsável por este perigoso deslocamento cha-ma-se “força centrífuga”.

1.4 Colisões nos cruzamentos entre vias

Nos cruzamentos, o movimento de veículos e de pessoas se altera a todo instante. Quanto mais movimentado o cruzamento, mais conflito haverá entre veículos, pedestres e ciclistas, aumentando os riscos de co-lisões e atropelamentos. Além de pessoas e veículos, é muito comum a presença de equipamentos como “orelhões”, postes, lixeiras, bancas de jornal e até mesmo cavaletes com propagandas, junto às esquinas, redu-zindo ainda mais a visibilidade e a percepção dos condutores.

Ao se aproximar de um cruzamento você deve redobrar a atenção e reduzir a velo-cidade. Nos semáforos, você deve observar apenas o foco de luz que controla o tráfego da via em que você está e aguardar o sinal verde direcionado para você antes de movi-mentar seu veículo, mesmo que outros veí-culos, ao seu lado, se movimentem.

Troque a sua preferência pela sua segurança!

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1.5 Colisões nos estreitamentos de pista

Qualquer estreitamento de pista aumenta os riscos de ocorrerem acidentes. Pontes estreitas ou sem acostamento, obras, desmoronamento de barreiras e presença de objetos ou obstruções na pista são exemplos de estreitamentos. Assim que você enxergar a sinalização de um estreita-mento ou perceber um estreitamento adiante, redobre sua atenção, redu-za a velocidade e a marcha.

2. Como evitar acidentes com pedestres e outros inte-grantes do trânsito

Para evitar estes acidentes, os condutores devem estar especialmente atentos para os casos de colisões na marcha-ré, atropelamentos, choques com objetos fixos, bicicletas, motocicletas, colisões com animais etc.

2.1 Atenção com árvores e vegetação

Árvores e vegetação nos canteiros centrais e nas laterais da pis-ta podem esconder placas de sinalização. Por não ver essas placas, os motoristas podem ser induzidos a fazer manobras que tragam perigo de colisão entre veículos ou do atropelamento de pedestres e de ciclistas. Ao notar árvores ou vegetação encobrindo a sinalização, redobre sua aten-ção, reduza a velocidade, procure identificar restrições de circulação.

Além de esconder sinalização, as árvores oferecem um perigo a mais no caso do veículo perder o controle e sair da via. O veículo pode colidir com árvores nas laterais da via e nestes casos o impacto é muito grande devido à rigidez e a desaceleração brusca.

2.2 Atropelamentos de pessoas e colisões com animais

De acordo com o Contran, em texto do Anexo I da Resolução Nº 166 de 15 de setembro de 2004, a cada ano, mais de 33 mil pessoas chegam ao óbito e cerca de 400 mil ficam feridas ou inválidas em ocorrências de trânsito.

Quando falamos em acidentes de trânsito, quase sempre pensamos nas colisões entre dois veículos. No entanto, uma pesquisa realizada pelo IPEA e pela ANTP (Brasil, 2003) revelou que as vítimas de atropelamento representam cerca de 40% do total de óbitos decorrentes de acidentes de trânsito.

Quando o estrei-tamento permitir a passagem de apenas um veículo por vez, aguarde o momento ade-quado, alternando a passagem com os outros veículos que estão no senti-do oposto.

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Não são somente os pedestres que devem ser tratados com aten-ção. Animais nas vias são sérios fatores de risco de acidentes, seja pela reação imprevisível de seus movimentos, seja pela atitude dos motoristas de desviar, bruscamente, para tentar evitar a colisão. Tenha muita aten-ção e cuidado!

2.3 Atenção com calçadas ou passeios públicos

As calçadas são para o uso exclusivo de pedestres e só podem ser utilizadas pelos veículos para o acesso a lotes ou garagens. De acordo com o Art. 29 do CTB, o trânsito de veí-culos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento. Mesmo nestes casos, o tráfego de veículos deve ser feito com muito cuidado, observando a prefe-rência de passagem dos pedestres.

2.4 Colisões com bicicletas

A bicicleta tem direito de trânsito como qualquer outro veículo. Porém, alguns motoristas parecem ignorar os ciclistas, atrapalhando a circulação das bicicletas ou mesmo colocando-as em situações de risco de acidente.

Alguns cuidados devem ser mantidos no trânsito em relação aos ciclistas, já que a maioria deles é menor de idade e por isso nem sempre eles têm conhecimento das regras de trânsito:

• Mantenha uma distância lateral mínima de 1,5 metro da bicicleta;

• Olhe antes de abrir as portas do veículo, quando estiver estacio-nado ou parado;

Muitas vezes é difícil prever o comportamento dos pedestres, assim, a melhor maneira de evitar atropelamentos é ser atento e cuidadoso. Dê preferência de passagem aos pedestres, especialmente quando forem crianças, pessoas com restrições de mobilidade ou com defi ciências e pessoas idosas. Além disso, há locais que exigem atenção redo-brada dos motoristas, como os pontos de parada de ônibus ou na saída das escolas. Ao passar por esses locais, os condutores precisam manter cuidado redobrado.

Você também deve fi car atento em vias sem calçadas, ou quando elas estive-rem em construção ou deterioradas, forçando o pedestre a caminhar na pis-ta de rolamento.

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• Atenção especial à noite, pois muitos ciclistas não usam os dispo-sitivos refletivos previstos em lei, dificultando visualizá-los;

• Este é um veículo silencioso. Ao fazer uma curva, principalmente à direita, assegure-se de que não venha alguma bicicleta.

ConClusão

Para conduzir seu veículo com segurança, é necessário ter certeza de que você está vendo tudo que ocorre à sua volta e de que os outros condutores e pedestres também podem ver você. Certifique-se, antes de iniciar a viagem, de que os retrovisores internos e externos estejam em perfeitas condições. Na atividade de motorista profissional, você deve ter responsabilidade e atenção redobradas. Fique atento a tudo e a todos.

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Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Coloque Verdadeiro (V) ou Falso (F):

( ) Os acidentes de trânsito são aqueles que envolvem apenas veículos.

( ) Os estreitamentos de pista causam maior risco de acidente no trânsito.

( ) A vegetação não é capaz de prejudicar a visão do condutor.

( ) As colisões frontais são aquelas em que um dos veículos está na pista de mão contrária ao seu deslocamento.

2) Usualmente a colisão com outro veículo que está à frente acontece por desaten-ção do condutor ou porque ele não obedeceu a distância mínima de seguimento. Se estiver muito próximo do outro veículo, o condutor não tem tempo de reagir quando o veículo da frente freia bruscamente.

( ) Certo ( ) Errado

3) Distância de seguimento é:

( ) aquela que você deve manter entre o seu veículo e o que vai à sua frente, de forma que você possa parar seu veículo sem colidir.

( ) aquela que o seu veículo percorre desde o momento em que você vê o perigo até a parada total do seu veículo.

( ) aquela que seu veículo percorre, desde o momento que você vê a situação de perigo, até o momento em que pisa no freio.

( ) aquela percorrida pelo veículo durante toda a viagem.

4) Coloque Verdadeiro (V) ou Falso (F):

( ) Para evitar colisões frontais é preferível andar na faixa da esquerda.

( ) As calçadas são de uso preferencial de pedestres mesmo quando o veículo esti-ver entrando em uma garagem. Ele deve esperar.

( ) As árvores nas laterais da via podem contribuir para agravar as consequências de um acidente quando o veículo sai da pista.

( ) Para evitar colisões frontais é preferível andar na faixa da direita.

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DIREÇÃO DEFENSIVA: DICAS GERAIS

UNIDADE

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ApresentAção

A direção defensiva é uma importante arma contra os acidentes. A cada ano são gastos bilhões de reais com acidentes de trânsito no Brasil, no atendimento a feridos, reabilitação de mutilados, afastamentos do trabalho, consertos de veículos envolvidos e outros. Se a direção defensiva for mais utilizada essas ocorrências podem ser reduzidas, tornando o trânsito mais seguro. Nesta unidade vamos apresentar dicas importantes para uma con-dução segura dos veículos de grande porte, como ônibus e caminhões.

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Compreender a importância de ver e ser visto;

• Conhecer a importância do comportamento seguro na condução de veículos especializados.

Desenvolvimento

1. A importância de ver e ser visto

Quanto mais você enxerga o que acontece à sua volta, maior a possibilidade de evitar situações de perigo. Os retro-visores externos, esquerdo e direito, devem ser ajustados de maneira que você, sentado na posição correta para dirigir, en-xergue o limite traseiro do seu veículo abrindo o máximo (90 graus) e com isso reduza a possibilidade de “pontos cegos”.

Nos veículos com o retrovisor interno, sente-se na posi-ção correta e ajuste-o numa posição que dê a você uma visão ampla do vidro traseiro. Não coloque bagagens ou objetos que impeçam sua visão através do retrovisor interno. Caso seu veículo não possua o retrovisor interno, a regra para os externos continua a mesma, mas é imprescindível que sejam colocados retrovisores convexos adicionais nas laterais para possibilitar maior am-plitude de visão, facilitando pequenas manobras e permitindo a visão completa do veículo.

Aos poucos vem se popularizando e baixando de custo, a instalação de uma câmera de vídeo na traseira do veícu-lo, aumentando a segurança na marcha ré.

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Se você não conseguir eliminar os “pontos cegos” apenas movi-mentando os retrovisores, antes de iniciar uma manobra, movimente a cabeça ou o corpo para encontrar outros ângulos de visão pelos espelhos externos. Fique atento também ao ruído do motor dos outros veículos e só inicie a manobra se estiver seguro de que não vai causar acidentes.

O uso adequado de faróis, luzes in-dicadoras de direção (setas) e pisca-alerta também é essencial. Eles auxiliam você a ser visto pelos demais condutores. Mantenha sempre em perfeito funcionamento as luzes de ré e de freio. Lembre-se de que sinalizar corretamente as manobras no trânsito é fundamental para que todas as pessoas que utilizam as vias possam perceber a presença do seu veículo e prever seus movimentos.

2. Os cinco elementos da con-dução defensiva

Como você já observou, dirigir defensivamente é uma questão de atitude. Essa atitude envolve, principalmente, ser capaz de prevenir aci-dentes, antecipando possíveis situações de risco e preparando-se para contorná-las.

2.1 Conhecimento

Para se tornar um bom condutor, você deve possuir o conhecimento teórico que orientará seu comportamento no trânsito. O ponto de partida para uma condução segura é: conhecer as leis de trânsito, os procedimen-tos para ultrapassagens seguras, o direito de preferência nas vias e uma série de outras informações essenciais a qualquer condutor.

2.2 Atenção

É preciso estar sempre alerta para o que se passa à sua volta, para as condições de tráfego, para o limite de velocidade na via percorrida etc. Dirigir um veículo significa prestar atenção constante no trânsito, pois alguns segundos de desatenção podem causar acidentes.

2.3 Previsão

Prever é antecipar situações de perigo, sejam elas mediatas ou imediatas. A previsão mediata é aquela que deve ser feita antes de se iniciar uma viagem. Já a imediata acontece quando o motorista está dirigindo. Prever significa lembrar-se, por exemplo, de verificar as

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condições do veículo antes de uma viagem. Um motorista descuidado pode enfrentar sérios problemas, pois não há habilidade na direção que contorne uma falha mecânica.

2.4 Decisão

É fundamental decidir e agir rapida-mente em situações de risco. Nesses mo-mentos, a decisão é auxiliada pelo conheci-mento que o condutor possui, pela atenção que ele mantém e pela previsão do perigo. A capacidade de decisão depende das outras habilidades do motorista. Para decidir, você precisa ter elementos: conhecimento, aten-ção e previsão.

2.5 Habilidade

Possuir habilidade é saber qual a melhor maneira de parar, dar marcha ré, fazer conversões, enfim, de conduzir o veículo. Este requisito é fundamental, principalmente, em manobras de emergência. A habili-dade ao volante é a capacidade de manusear corretamente os instru-mentos de comando e executar com sucesso as manobras de trânsito. Procure conhecer bem o seu veículo e os locais por onde você transita com mais frequência.

3. A importância do comportamento seguro na condu-ção de veículos especializados

Muitas coisas que fazemos no trânsito são automáticas, feitas sem que pensemos nelas. Isso, no entanto, esconde um problema que está na base de muitos acidentes.

Os veículos de grande porte (caminhão, ônibus), em função de suas dimensões, apresentam uma capacidade de manobra muito limitada quando comparados aos veículos menores. Assim, todas as manobras, sem exceção, são mais difíceis de executar:

Em condições normais, nosso cérebro leva alguns décimos de segundo para registrar as imagens que enxergamos. Isso signifi ca que, por mais atento que você esteja, vão existir situações em que não será possível observar tudo.

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• As curvas precisam ter raios maiores, ou seja, serem feitas mais abertas;

• Em frenagens, os veículos de grande por-te precisam do dobro ou até o triplo da distân-cia para parar, quando comparados com veículos menores.

ConClusão

O condutor de veículos de grande porte, como ônibus e caminhões, quando realiza manobras como conversões, ultrapassagens, manobras em cruzamentos, frenagens ou paradas, deve ser mais cuidadoso do que os outros motoristas. É indispensável manter atenção aos requisitos de segurança, utilizando sempre a direção defensiva.

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Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Motoristas de veículos de grande porte devem ter cuidado especial, como:

( ) Fazer curvas com raios sempre menores.

( ) Frear imediatamente nas curvas, principalmente em velocidades elevadas.

( ) Frear antecipadamente pois o veículo demora mais tempo para responder.

( ) Utilizar o acostamento para trafegar.

2) Os retrovisores externos devem ser ajustados de maneira que você, sentado na posição correta de direção, enxergue o limite traseiro do seu veículo e com isso reduza a possibilidade de “pontos cegos” ou sem alcance visual.

( ) Certo ( ) Errado

3) Os cinco elementos da condução defensiva são:

( ) Conhecimento, Atenção, Previsão, Atitude e Habilidade.

( ) Conhecimento, Opinião, Previsão, Decisão e Habilidade.

( ) Conhecimento, Atenção, Precaução, Decisão e Habilidade.

( ) Conhecimento, Atenção, Previsão, Decisão e Habilidade.

4) Conhecimento é antecipar situações de perigo, sejam elas mediatas ou imediatas. A previsão mediata é aquela que deve ser feita antes de se iniciar uma viagem.

( ) Certo ( ) Errado

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COMPORTAMENTO SEGURO E COMPORTAMENTO DE RISCO

UNIDADE

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ApresentAção

Em qualquer atividade profissional é importante dominar a teoria. Dirigir não foge a essa regra. Os condutores devem conhecer todas as regras para a condução segura e aplicá-las em sua atividade.

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Diferenciar o comportamento seguro do comportamento de risco;

• Apresentar as atitudes indicadas em caso de acidentes;

• Apresentar consequências da atividade de transporte no estado físico e mental do condutor.

Desenvolvimento

1. Comportamento seguro e comportamento de risco – diferença que pode poupar vidas

Alguns fatores contribuem para a redução na con-centração do condutor:

• Usar o telefone celular ao dirigir, mesmo que seja viva-voz;

• Assistir à televisão a bordo enquanto dirige;

• Ouvir aparelho de som em volume que não permita escutar os sons do seu próprio veículo e dos outros veículos;

• Transportar animais soltos e desacompanhados no interior do veículo;

• Transportar na cabine objetos que possam se deslocar durante o percurso.

Muitas vezes é difícil manter nossa atenção concentrada durante o tempo todo enquanto dirigimos. Constantemente somos levados a pensar em outras coisas, sejam elas importantes ou não. Force a sua concentra-ção no ato de dirigir, acostumando-se a observar sempre e alternadamen-te enquanto dirige:

• As informações no painel e os sinais luminosos;

• Os espelhos retrovisores;

• A movimentação de outros veículos em todas as direções;

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• A movimentação dos pedestres, em especial próximo aos cruza-mentos;

• A posição de suas mãos no volante.

1.1. Método básico de prevenção de acidentes

A segurança no trânsito pode ser garantida com a utili-zação do método básico de prevenção de acidentes, que con-siste em três ações:

A) Preveja o perigo

A previsão de situações dos riscos, que indicam a pos-sibilidade de que os acidentes aconteçam, deve ser efetuada com antecedência, podendo ser de horas, dias, ou até sema-nas, caracterizando a previsão mediata.

B) Descubra o que fazer

A mesma falha que provoca um acidente leve pode cau-sar um acidente fatal. Isso quer dizer que os acidentes, mesmo os pequenos, merecem ser revistos, analisando-se o tipo de erro cometido para afastar a possibilidade de repetição. Mui-tas vezes o acidente ocorre porque o motorista não agiu em tempo, não sabia como se defender, ou ainda, que desconhe-cia o perigo.

C) Aja a tempo

Além de estar consciente sobre as atitudes que devem ser tomadas, é preciso saber agir imediatamente, sem esperar para ver o que vai acontecer. Algumas vezes, os acidentes ocorrem porque o mo-torista espera a atitude dos outros e espera que os demais conheçam e respeitem as regras de trânsito.

1.2. Uso do cinto de segurança

No momento do acidente, acontecem dois choques simultâneos: o pri-meiro, do veículo contra o obstáculo e o segundo, dos ocupantes contra as partes internas do veículo. O uso do cinto de segurança evita ou pelo menos ameniza o segundo choque, pois mantém o motorista e os demais ocupan-tes fixos no banco. Além disso, o uso do cinto evita que as pessoas sejam arremessadas para fora do veículo, o que quase sempre é muito grave.

O Art 65 do CTB determina que é obrigatório o uso do cinto de segu-rança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo Contran.

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2. Comportamento pós-acidente

Cada acidente é diferente do outro e apresenta suas particularida-des. Por isso, só se pode falar na melhor forma de agir após um acidente quando se conhece suas características. Um veículo em chamas, um local perigoso (uma curva, por exemplo), vítimas presas nas ferragens, a pre-sença de cargas tóxicas etc., tudo isso interfere na forma do socorro.

Suas ações também serão diferentes caso haja outras pessoas ini-ciando os Primeiros Socorros, ou mesmo se você também estiver ferido. A sequência das ações a serem realizadas pelo socorrista será sempre a mesma:

1) Manter a calma;

2) Garantir a segurança;

3) Pedir socorro;

4) Controlar a situação;

5) Verificar a situação das vítimas;

6) Realizar algumas ações com as vítimas.

3. Estado físico e mental do condutor

Se você estiver pouco concentrado na direção, seu tempo normal de reação vai aumentar, transformando os riscos da direção em perigos no trânsito. Alguns dos fatores que alteram o estado físico e mental do condutor, reduzem a sua concentração e retardam os reflexos são:

• Consumir bebida alcoólica;

• Usar drogas;

• Usar medicamento que modifique o comportamento;

• Ter participado, recentemente, de discussões fortes com familiares, no trabalho, ou por qualquer outro motivo;

• Ficar muito tempo sem dormir, dormir pouco ou dormir muito mal;

• Ingerir alimentos muito pesados, que acarretam sonolência.

Alguns fatores humanos ou comportamentos também são considerados importantes na ocorrência de acidentes, exemplo:

• Ocorrência de fadiga, resultante do excesso de trabalho ou das más condições ergonômicas do veículo;

• Aspectos psíquicos do condutor, que influen-ciam sua maneira de ser e de se comportar.

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3.1 O desgaste físico

A sua posição correta ao dirigir evita desgaste físico e contribui para evitar situações de perigo. Siga as orientações:

• Dirija com os braços e pernas ligeiramente dobrados, evitando tensões;

• Apoie bem o corpo no assento e no encosto do banco, o mais pró-ximo possível de um ângulo de 90 graus;

• Ajuste o encosto de cabeça de acordo com a altura dos ocupantes do veículo, de preferência na altura dos olhos;

• Segure o volante com as duas mãos, como os ponteiros do relógio na posição de 9 horas e 15 minutos. Assim você enxerga melhor o painel, acessa melhor os comandos do veículo e, nos veículos com “air bag”, não impede o seu funcionamento;

• Procure manter os calcanhares apoiados no assoalho do veículo e evite apoiar os pés nos pedais, quando não os estiver usando;

• Utilize calçados que fiquem bem fixos aos seus pés, para que você possa acionar os pedais rapidamente e com segurança;

• Coloque o cinto de segurança, de maneira que ele se ajuste fir-memente ao seu corpo. A faixa inferior deve passar pela região do abdome e a faixa transversal passar sobre o peito e não sobre o pescoço;

• Fique em posição que permita enxergar bem as informações do painel e verifique sempre o funcionamento de sistemas importantes como, por exemplo, a temperatura do motor.

3.2 O desgaste mental

Apesar de os motoristas de cargas se colocarem constantemente no limite de sua capacidade de trabalhar mais rápido para cumprir prazos exíguos, a organização do trabalho os vê sempre como devedores em re-lação à flexibilização, otimização e rentabilidade do tempo.

No transporte de cargas, o objetivo do motorista é correr contra o tempo. Dessa forma, a velocidade na condução é estimulada constante-mente pela pressão por produtividade que lhes é imposta.

Envolvidos com a rotina frequentemente estressante do trânsito, os conduto-res são alvo de desgaste mental e de pressão por realizar maior quantidade de viagens e por cumprir as viagens em prazos menores. Em algumas situações da movimentação, os motoristas estão sob constante estresse, por trabalhar com cargas cujo transporte é delicado e que por um pequeno descuido pode gerar acidentes muito graves ou perdas financeiras muito elevadas.

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Após a publicação da Lei 11.705, a redação do Art. 306 do CTB determina que conduzir veículo automotor, na via pública, es-tando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência pode acarretar uma pena de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor.

4. Consequências da ingestão e consumo de bebida al-coólica e substâncias psicoativas

A combinação álcool-volante resulta em situações de muito risco. Grande parte dos acidentes com vítimas fatais envolvem um motorista alcoolizado. Ingerir bebida alcoólica ou usar drogas, além de reduzir a concentração, afeta a coordenação motora, muda o comportamento e diminui o desempenho, limitando a percepção de situações de perigo e reduzindo a capacidade de ação e reação do motorista.

O álcool presente na corrente sanguínea provoca al-terações na percepção e o retardamento dos reflexos. A dosagem excessiva conduz à perigosa diminuição

da percepção e à total lentidão dos reflexos, diminuindo a consciência do perigo. Todo condutor em estado de embriaguez, mesmo leve, comprome-te sua segurança e a segurança dos demais usuários da via.

A Lei 11.705 de 19 de junho de 2008, regulamentada pelo decreto 6.488 do mesmo dia, alterou os Artigos 165, 276 e 277 do CTB. Essa lei define novas regras para o consumo de bebidas alcoólicas por condutores de veículos. Antes, era permitida a ingestão de até 6 decigramas de álcool por litro de sangue (equivalente a aproximadamente dois copos de cerve-ja). Pela nova Lei é proibido dirigir se o motorista tiver bebido qualquer quantidade de álcool.

O condutor que apresentar mais de 2 decigramas de álcool por litro de sangue, ou 1 décimo de miligrama de álcool por litro de ar expelido (em média, menos de um copo de cerveja), deverá pagar uma multa de R$ 957,00 e terá suspenso seu direito de dirigir por 12 meses.

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Veja abaixo algumas dicas de como evitar problemas por causa das bebidas:

• Não beba antes de dirigir;

• Os efeitos do álcool são mais fortes se você beber em jejum;

• Se você vai a uma festa e pretende consumir bebidas alcoólicas, procure uma alternativa de transporte: pegue carona, um ônibus ou um táxi;

• Não deixe os condutores consumirem bebida alcoólica;

• Ao sair da festa, não aceite carona de quem consumiu bebidas al-coólicas;

• Se você ingeriu alguma bebi-da alcoólica o único remédio é o tempo. Não se engane! Café e banho gelado não conseguem eliminar os efeitos do álcool;

• Se você gosta de beber, deixe sempre o carro em casa.

ConClusão

Algumas atitudes dos condutores podem salvar muitas vidas. Todo condutor em estado de embriaguez, mesmo leve, compromete sua segu-rança durante seu trabalho.

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Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) A Lei 11.705/2008, que alterou o CTB, define que:

( ) O condutor que beber até 3 copos de cerveja não pode ser multado.

( ) A pessoa que beber mais de 3 copos de cerveja não deve sair de casa.

( ) O condutor que beber não deve dirigir.

( ) O condutor e os caronas podem beber a mesma quantidade de cerveja.

2) O Método Básico de Previsão de acidentes considera a necessidade de que o condutor esteja atento para que possa perceber as situações de perigo. Dessa forma, ele poderá encon-trar a melhor forma de evitar o acidente caso tome uma atitude rápida.

( ) Certo ( ) Errado

3) São considerados exemplos de conduta para evitar situações de risco envolvendo o consumo de álcool.

( ) Não beber antes de dirigir.

( ) Beber sempre em jejum, pois evita a embriaguez.

( ) Tomar banho gelado para eliminar os efeitos do álcool.

( ) Não deixar que ninguém consuma bebida alcoólica.

4) Coloque Verdadeiro (V) ou Falso (F):

( ) O condutor que apresentar mais de 2 decigramas de álcool por litro de sangue deverá pagar uma multa de R$ 957,00.

( ) Usar o telefone celular ao dirigir, mesmo que seja viva-voz atrapalha a concentração do condutor.

( ) Ser capaz de prever o perigo é uma qualidade do condutor que permite evitar que os acidentes ocorram.

( ) Beber é perigoso porque o álcool presente na corrente sanguínea provoca alterações na percepção e o retardamento dos reflexos.

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MÓDULO III

NOÇõES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E PREVENÇÃO DE INCêNDIO

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NOÇõES DE PRIMEIROS SOCORROS

UNIDADE

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ApresentAção

Em casos de acidente ou quando existe alguma pessoa se sentindo mal, o que se aconselha é, antes de tudo, chamar o Corpo de Bombeiros ou um socorro especializado. No entanto, há momentos em que o quadro da vítima pode piorar se ela não for socorrida imediatamente.

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Conhecer a importância da sinalização do local do acidente;

• Saber fazer o acionamento de recursos em casos de acidente;

• Aprender a verificar as condições gerais da vítima;

• Identificar os principais cuidados com a vítima (o que não fazer).

Desenvolvimento

1. A importância de prestar os Primeiros Socorros

Quando nos vemos diante de um acidente, que-remos logo ajudar a vítima. No entanto, se não estamos preparados, podemos agra-var a situação, causando lesões graves e defi nitivas. Mesmo que você não seja o causador da situação, se-gundo o Artigo 135 do Códi-go Penal Brasileiro, é crime deixar de pedir socorro ou de prestar assistência a pessoas em grave e iminente estado de perigo, nos casos em que essa atitude não lhe causa risco pessoal.

2. Primeiras providências quanto a acidente de trânsito

Só se pode saber a melhor forma de agir quando se conhece as características do acidente. Um veículo em chamas, um local perigo-so, vítimas presas nas ferragens etc., tudo isso interfere na melhor forma do socorro.

Primeiro Socorro é o tipo de atendimento, temporário e ime-diato, prestado à ví-tima de acidente ou mal súbito, antes da chegada do socorro médico. Este socorro pode proteger a pes-soa contra maiores danos. Mas atenção! Nesses casos, é im-portante não causar o chamado segundo trauma, isto é, não ocasionar outras lesões ou agravar as lesões já existentes.

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Cada acidente é diferente do outro, por isso, só se pode saber a melhor forma de agir quando se conhece as características do aci-dente. Um veículo em chamas, um local perigoso (uma curva, por exemplo), vítimas presas nas ferragens etc., tudo isso interfere na melhor forma do socorro.

3. Sinalização do local de acidente

Os acidentes acontecem nas vias públicas urbanas e rurais em geral (ruas, avenidas, vielas, caminhos, estradas, rodovias etc.), impedindo ou dificultando a passagem normal dos outros veículos. Por isso, esteja certo de que situações de perigo vão ocorrer (novos acidentes ou atropelamen-tos), se você demorar muito ou não sinalizar o local de forma adequada.

3.1 A sinalização deve ser visível

Não adianta perceber o acidente quando já não há tempo suficien-te para parar ou diminuir a velocidade. No caso de vias com grande fluxo de veículos, é preciso alertar os motoristas antes que eles percebam o acidente. Dessa forma os outros motoristas poderão reduzir a velocida-de, concentrar a atenção e desviar com segurança.

3.2 Demarque todo o desvio do tráfego até o acidente

Não é só a sinalização que deve ser iniciada bem antes do local do acidente. É necessário que todo o trecho, do início da sinalização até o acidente, seja demarcado, indicando o desvio de direção. Se isso não pu-der ser feito de forma completa, faça o melhor que puder, aguardando as equipes de socorro, que deverão completar a sinalização e os desvios.

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3.3 Mantenha o tráfego fluindo

Outro objetivo importante da sinalização é manter a fluidez do trá-fego. Apesar do afunilamento provocado pelo acidente, deve sempre ser mantida uma via segura para os veículos passarem. Você não é o respon-sável pela via, mas pode auxiliar em sua fluidez! Faça isso por duas razões: se ocorrer uma parada no tráfego, o congestionamento, ao surgir repenti-namente, pode provocar novas colisões. Além disso, não se esqueça de que, com o trânsito parado, as viaturas de socorro vão demorar mais a chegar.

4. Acionamento de recursos: bombeiros, polícia, ambu-lância, concessionária da via e outros

Em grande parte do Brasil, podemos contar com serviços de atendimento às emergências, que recebem chamados por telefone, fazem uma triagem prévia e enviam equipes treinadas em ambulân-cias equipadas para o atendimento. Após uma primeira avaliação, os feridos são atendidos emergencialmente para, em seguida, serem transferidos aos hospitais.

A sinalização deve ser colocada sempre antes do local do acidente. Em primeiro lugar, deve-se ligar o pisca-alerta do veículo que estiver mais perto do fluxo da via. Em seguida, colocar o triângulo de segurança, cones a uma boa distância do veículo acidentado (se o acidente ocorrer na estrada, contar pelo menos 30 passadas largas, ou seja, aproximada-mente 30 metros). Se necessário, usar também galhos de árvores, nas estradas, para ajudar na sinalização.

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5. Verificação das condições gerais de vítima de aciden-te de trânsito

Após garantir a sua segurança, você poderá iniciar contato com a vítima preocupando-se inicialmente com os sinais vitais. Ao se aproximar, a primeira coisa a ser observada é o nível de consciência. Adote o A.V.D.I.:

• Procure descobrir se a vítima está em Alerta;

• Veja se ela responde ao Estímulo Verbal;

• Se ela não responder, efetue um Estímulo Doloroso;

• Se não obtiver êxito, então a vítima deve estar Inconsciente.

Em seguida você deve observar se a vítima está respirando. Em vítimas de trauma, adotamos apenas a tração mandibular para verificação da respiração, sem mexer com o pescoço. Adote o Ver, Ouvir e Sentir para certificar que a vítima está mesmo respirando.

Na seguência, verifique o pulso. Com o dedo indicador e anular, coloque os dois dedos na cartilagem crecóidea e deslize para o lado. Você estará apoiado na artéria carótida.

Onde estiver disponível, o SAMU é o mais indicado para atender a maioria das víti-mas de acidente de trânsito. Já o Corpo de Bombeiros deverá ser acionado quando outras circunstâncias se apresentarem, como, por exemplo, acidentes com alguma vítima presa na ferragem ou com riscos de incêndio. Para facilitar as providências de socorro, é importante dar algumas informações, como: local exato do acidente, os veículos envolvidos, o número de vítimas, as condições de tráfego e outros fatores agravantes, se houver.

Os atendimentos de emergência são serviços gratuitos, com núme-ros de telefone padronizados em todo o Brasil. Use um celular, os telefo-nes dos acostamentos das rodovias, os telefones públicos ou peça para alguém que esteja passando para telefonar. Os telefones de emergência mais comuns são:

190 Polícia Militar

191 Polícia Rodoviária Federal (para aci-dentes em estradas e rodovias)

192 SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)

193 Resgate do Corpo de Bombeiros

199 Defesa Civil

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6. Atendimento às vítimas de acidente

São necessários alguns cuidados básicos nas diversas situações de emergência, os quais podem variar de acordo com o estado das vítimas.

6.1 Casos de Hemorragia

São consequências de um rompimento, cisão ou dilaceração dos va-sos sanguíneos, veias ou artérias, o que provoca a perda de sangue cir-culante para dentro ou para fora do corpo. As medidas a serem tomadas para reter uma hemorragia dependerão do local afetado.

A hemorragia pode ser interna ou externa e a gravidade é determi-nada pela duração e pela quantidade de sangue perdido. A hemorragia externa é o sangramento de estruturas superficiais e, normalmente, pode ser contida com compressão direta sobre o ferimento, com a elevação do membro afetado e por último, com a compressão de pontos arteriais. Já a hemorragia interna se caracteriza pela ruptura de vasos ou órgãos internos. Como o sangramento não pode ser visto, é necessário prestar muita atenção aos sinais e sintomas específicos da vítima e ter tempo de encaminhá-la ao socorro adequado.

Veja se o cinto de segurança está dificultando a respiração da vítima. Neste caso, e somente neste caso, você deverá soltá-lo cuidadosamente, sem mo-vimentar o corpo da vítima.

Segure a cabeça da vítima, pressionando a região das orelhas e im-pedindo a movimentação da cabeça. Se a vítima estiver de bruços ou de lado, procure alguém treinado para avaliar se ela necessita ser virada e como fazê-lo. Em geral ela só deverá ser virada se não estiver respirando. Se estiver de bruços e respirando, sustente cabeça nesta posição e aguar-de o socorro chegar.

Terminada a verficação de sinais vitais, devemos nos preocupar em dar sequência ao atendimento, partindo para a avaliação secundária. Ve-rificamos, nesse caso: objetos encarvados, deslocamento de articulações, estados de choque, hemorragias, e monitoramento de sinais vitais

Ao realizar os Primeiros Socorros em caso de he-morragia uma proteção para suas mãos é indispen-sável. Use luvas apropriadas e caso você apresen-te ferimentos, cubra seus próprios ferimentos para prevenir e evitar o contágio de doenças transmitidas pelo sangue, como AIDS, hepatite, entre outras.

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6.2 Vítima em estado de choque

Todo acidente, ferimento ou doença repentina pode levar a vítima a um estado de choque. Nesses casos a pessoa pode apresentar pele fria e úmida, suor na testa e na palma das mãos, face pálida, sensação de frio e calafrios, náuseas e vômito, respiração irregular, pulso fraco e rápido etc.

Existem diferentes situações em que a vítima pode ser considerada “em estado de choque”: Choque cardiogênico; Choque Pirogênico; Cho-que Anafilático; Choque Hipovolêmico; Choque neurogênico. Cada situ-ação apresenta seus respectivos sinais e sintomas. Para evitar o agrava-mento da situação:

• Retirar a vítima do veículo utilizando a técnica e os materiais adequados;

• Deitar a vítima e afrouxar-lhe as roupas no pescoço, no peito e na cintura;

• Verificar se há prótese dentária, algum objeto ou alimento na boca da vítima e, se estiverem visíveis e acessíveis retirá-los;

• Pés e pernas devem ser erguidos, para levar mais oxigênio para o cérebro;

• Se a vítima estiver inconsciente, vomitando ou sangrando pela boca ou nariz, deite-a na posição lateral de segurança para evi-tar a asfixia.

6.3 Casos de desmaio

Trata-se da perda repentina e temporária da consciência. Os desmaios são considerados uma forma leve de estado de choque, sendo, geralmen-te, provocados por emoções súbitas violentas, nervosismo intenso, pressão baixa ou fome (hipoglicemia), reação vasovagal, hipotensão postural etc.

O que fazer:

• Deitar a vítima para facilitar a circulação do sangue;

• Se possível, levantar suas pernas;

• Virar a cabeça da vítima para o lado a fim de evitar asfixia em caso de vômito e excesso de saliva;

• Se estiver consciente (ameaça de desmaio), sentar a vítima com os joelhos ligeiramente afastados e a cabeça entre eles, se possível abaixo deles;

• Quando a pessoa tiver recuperado a consciência, orientá-la para que respire profundamente e, ainda, para que force a elevação da cabeça, enquanto a pessoa que a socorre segura a cabeça dela pres-sionada levemente para baixo;

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• É necessário manter a vítima sentada e com a cabeça em nível bai-xo (entre os joelhos) ou mesmo deitada, pelo tempo necessário ao desaparecimento dos sintomas. Não deixe que fique em pé.

6.4 Convulsões

São contrações musculares generalizadas, violentas ou não, com pos-sível perda da consciência. As causas são: febre muito alta, falta de oxige-nação do cérebro e diversas doenças, como epilepsia, meningite e outras.

O que fazer:

• Proteger a vítima de objetos que possam machucá-la;

• Proteger a cabeça da vítima para que não bata no chão;

• Abrir vias aéreas proporcionando hiperextensão da traquéia;

• Deitar a vítima de lado para evitar a broncoaspiração.

• Verificar obstrução das vias aéreas (se há na boca da vítima chicle-te, biscoito ou outro objeto que possa impedir a respiração);

• Não tentar controlar os movimentos convulsivos.

6.5 Casos de parada cardiorrespiratória

Execute os procedimentos previstos pela Associação Americana do Coração:

1) Chamar a vítima, avaliando seu nível de consciência;

2) Se a vítima não estiver responsiva, grite por socorro. Se não hou-ver socorro disponível, acione o sistema de atendimento de emer-gência e solicite um DEA se estiver disponível;

3) Posicione a vítima em decúbito dorsal em uma superfície rígida;

4) Abra vias aéreas. Utilize o Ver, Ouvir e Sentir. Não menos que 5 segundos e não mais que 10 segundos para certifircar-se de que a vítima esteja respirando;

5) Se a vítima não respira, aplicar duas ventilações de resgate;

6) Checar pulso carotídeo. Não menos que 5 segundos e não mais que 10 segundos para certificar-se de que a vítima encontra-se em parada cardíaca;

7) Não tendo pulso, expor o tórax da vítima. Ao centro da região in-termamilar (centro do peito), posicionar a região hipotenar (base da mão), entrelaçar a outra mão e realizar 30 compressões torácicas, numa freqüência de 100 por minuto.

Veja a seguir algumas técnicas de respiração e reanimação de vítimas.

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a) Técnica da respiração boca a boca

• Prenda o nariz da vítima com os dedos;

• Inspire profundamente, enchendo os seus pulmões. Coloque a sua boca sobre boca da vítima, não deixan-do qualquer passagem de ar;

• Sopre o ar que está em seus pulmões, observando, ao mesmo tempo, se o tórax da vítima está se expan-dindo (se não ocorrer mudança no tórax, pode existir alguma coisa impedindo a passagem de ar); solte o nariz da vítima e verifique sua reação.

b) Massagem cardíaca em vítimas adultas

• Fique ao lado da vítima e localize o ponto de compressão: nos adultos esse ponto fica a um palmo do pescoço, sobre o osso ester-no (dois dedos acima do complexo xifoide);

• Coloque a base da mão esquerda sobre o ponto de compressão e sobre a mão esquerda, coloque a mão direita;

• Mantenha os braços esticados e use o peso do seu corpo para pressionar o ponto de compressão. Cuidado! Não solte todo o seu peso sobre as costelas da vítima, porque pode provocar fratura;

• Empurre o peito dela cerca de três a cinco centímetros a cada compressão. Repita os movimentos por 2 minutos e volte a fazer a respiração boca a boca, imitando o ritmo natural do coração;

• Verifique se a vítima voltou a respirar e o seu coração a pulsar durante a aplicação da massagem cardíaca. Se a respiração e o coração voltaram, deixe a pessoa em repouso e previna o esta-do de choque.

Quando ocorre simultaneamente parada cardíaca e respiratória há necessidade de se fazer respiração artificial (boca a boca) e a massagem cardíaca ao mesmo tempo, o que conhecemos como Ressuscitação ou Reanimação Cárdio Pulmonar (RCP). Se possível, aplique as técnicas de reanimação junto com outra pessoa. Procedimento:

2 assopros (respiração boca-a-boca) + 30 compressões cardíacas

REPETIR 5 VEZES (5 CICLOS)

c) Massagem cardíaca para bebês e crianças

A reanimação cardiopulmonar em bebês e crianças pode seguir exatamente a mesma sequência que a utilizada nos adultos. No entanto, no caso de bebês e crianças, não é necessário usar muita pressão nas compressões torácicas. Ao realizar a massagem, pressione o esterno até cerca de um terço da sua profundidade. Em bebês use dois dedos para executar as compressões torácicas. Em crianças use uma ou duas mãos para executar cuidadosamente as compressões.

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6.6 Casos de queimaduras

Queimadura é toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor ou frio, produtos químicos, corrente elétrica, radiação ou mesmo alguns animais e plantas (larvas, água-viva, urtiga), entre outros. Pessoas com queimaduras profundas podem correr sério risco de vida. Quanto maior a extensão, maiores os perigos para a vítima.

a) Queimaduras de primeiro grau

As queimaduras deste tipo atingem apenas a epiderme, que é a camada mais superficial da pele. É considerada queimadura leve, e pede socorro médico apenas quando atinge grande exten-são do corpo.

b) Queimaduras de segundo grau

Já não é superficial: epiderme e derme são atingidas. Carac-teriza-se pela presença de bolhas sobre a pele. Há liberação de lí-quidos e a dor é intensa. É grave quando a queimadura de segundo grau atinge rosto, pescoço, tórax, mãos, pés, virilha e articulações, ou uma área muito extensa do corpo.

c) Queimaduras de terceiro grau

Qualquer caso de queimaduras de terceiro grau é grave: elas atingem todas as camadas da pele, podendo chegar aos músculos e ossos. Como os nervos são destruídos, não há dor - mas a vítima pode reclamar de dor devido a outras queimaduras, de primeiro e segundo grau, que tiver. A aparência deste tipo de ferimento é escura (carbonizada) ou esbranquiçada.

Em caso de queimadura, não se deve aplicar nenhum produto sobre o ferimento. Ao atender uma vítima:

• Não passar pasta de dente, pomadas, ovo, manteiga, óleo de cozinha;

• Não passar gelo;

• Não furar as bolhas;

• Não retirar a pele morta;

• Não arrancar a roupa grudada na área queimada;

• Não apertar o ferimento.

6.7 Casos de fraturas

A fratura é a quebra de um osso causada por uma pancada muito forte, uma queda ou esmagamento (por exemplo, devido à queda de uma carga ou uma colisão do veículo). Há dois tipos de fraturas: as fechadas, que, apesar do choque, deixam a pele intacta, e as expostas, quando o osso fere e atravessa a pele. As fraturas expostas exigem cuidados es-peciais, portanto, cubra o local com um pano limpo ou gaze e procure socorro imediato.

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Não movimente a vítima até imobilizar o local atingido. Soli-cite assistência médica, enquanto isso mantenha a pessoa calma e aquecida. Verifique se o ferimento não interrompeu a circulação sanguínea. Imobilize o osso ou articulação atingida com uma tala. Mantenha o local afetado em nível mais elevado que o resto do cor-po e aplique compressas de gelo para diminuir o inchaço, a dor e a progressão do hematoma.

7. Cuidados com a vítima de acidente (o que não fazer)

Sua intenção é ajudar, mas muitos procedimentos podem agravar a situação das vítimas. Esteja atento aos procedimentos que devem ser evitados.

7.1 Não movimente a vítima

A movimentação da vítima poderá causar o agravamento de uma lesão na coluna ou piorar uma fratura de braço ou perna. A movimenta-ção da vítima só deve ser realizada antes da chegada de socorro se hou-ver algum perigo imediato como incêndio, perigo do veículo cair, ou seja, desde que esteja presente algum risco incontrolável. Não havendo risco imediato, não movimente as vítimas.

Caso seja extremamente necessário movimentar a vítima, se ela estiver cons-ciente, o transporte de apoio pode ser feito por uma ou duas pessoas. Se estiver sozinho, proceda da seguinte forma:

• Fique do mesmo lado em que está a perna com a lesão e coloque o braço da vítima sobre o seu ombro, dando a volta em seu pescoço;

• Abrace a vítima e, com a mão li-vre, segure o braço que está sobre seu pescoço, mantendo-o na altura do seu peito;

• Durante a caminhada, a perna fe-rida não deve encostar-se ao chão. O peso da vítima deve ficar apoia-do sobre seu ombro.

No caso de vítimas inconscientes ou em estado grave, a maneira mais segura de se transportá-la é com uma maca, que dá estabilidade e segurança à movimentação. Se não houver maca, arrume uma tábua larga e resistente ou improvise algo semelhante.

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Quando verifi camos os sinais vitais da vítima e suspeitamos de morte, de acordo com o Có-digo de Trânsito Brasileiro, não se pode mexer na posição do corpo, para que a perícia possa avaliar o que aconteceu.

7.2 Não retire o capacete do motociclista acidentado

Retirar o capacete de um motociclista que se acidenta é uma ação de alto risco. A atitude apresenta maior risco ainda, se o motociclista estiver inconsciente. A simples retirada do capa-cete pode movimentar intensamente a cabeça e agravar lesões existentes no pescoço ou mes-mo no crânio. Aguarde a equipe de socorro ou pessoas habilitadas para que eles realizem essa ação.

O capacete somente poderá ser retirado em último caso. Por exemplo, quando notar que a vítima não está respirando, sendo assim neces-sário fazer respiração artificial.

7.3 Não aplique torniquetes

O torniquete não deve ser feito para estancar hemorragias exter-nas. Atualmente este procedimento é feito só por profissionais treinados e mesmo assim, em caráter de exceção, pois quase nunca é aconselhado.

7.4 Não ofereça nada para a vítima ingerir

Nada deve ser oferecido para a vítima ingerir, pois ela pode apre-sentar lesões internas ou fraturas. Não ofereça nem mesmo água. Se o socorro já foi chamado, aguarde os profissionais que vão decidir se devem ou não oferecer algo. Somente ofereça algo se a vítima for uma pessoa cardíaca que faz uso de medicamento em situações de emergência, geral-mente aplicados embaixo da língua. No caso de pacientes cardíacos, não os impeça de fazer uso dos medicamentos se for rotina para eles.

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ConClusão

Os Primeiros Socorros são procedimentos imediatos e temporários com a finalidade de manter as funções vitais da vítima e evitar o agrava-mento da situação, até a chegada de socorro médico.

Como os motoristas profissionais estão sempre expostos ao risco de acidentes de trânsito, é importante que tenham noções de Primeiros Socorros, para atender a vítimas de acidentes envolvendo outros veículos, quando necessário.

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Em caso de acidente é necessário sinalizar o local do acidente para:

( ) indicar a necessidade de desvio de tráfego.

( ) que os outros condutores saibam que não é mais necessário ajudar.

( ) evitar a ocorrência de um novo acidente.

( ) manter o tráfego fluindo.

2) Alguns procedimentos podem agravar a situação das vítimas, por exemplo:

( ) Aplicar torniquetes para estancar hemorragias.

( ) Movimentar uma vítima.

( ) Falar com a vítima.

( ) Retirar capacetes de motociclistas.

3) Primeiro Socorro é o tipo de atendimento, temporário e imediato, prestado à vítima de acidente ou mal súbito, antes da chegada do socorro médico. Este socorro pode proteger a pessoa contra maiores danos e tem como principal objetivo a manu-tenção da vida.

( ) Certo ( ) Errado

4) A vítima somente deve ser movimentada se houver perigo maior, como, por exemplo, um risco de explosão ou incêndio. O ideal é que ela nunca esteja imobilizada ao ser movimentada.

( ) Certo ( ) Errado

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MEIO AMBIENTE:

UNIDADE

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ApresentAção

Em biologia, sobretudo na ecologia, meio ambiente é o conjunto de todos os fatores que afetam diretamente o metabolismo ou o comporta-mento dos seres vivos. Nesta unidade vamos discutir a importância de estar sempre atento ao ambiente, aprendendo a preservá-lo melhor. Va-mos conhecer também a importância de interagir com outras pessoas e conhecer o papel de cada indivíduo no convívio em grupo.

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Apresentar os conceitos de poluição, suas causas e consequências;

• Conhecer a regulamentação do Conama sobre poluição ambiental;

• Mostrar a contribuição que o motorista pode oferecer ao Meio Ambiente;

• Compreender as relações entre o indivíduo, o grupo e a sociedade;

• Compreender o papel do indivíduo como cidadão;

• Identificar a responsabilidade civil e criminal do condutor perante o CTB.

Desenvolvimento

1. O veículo como agente poluidor do meio ambiente

O veículo de transporte de cargas contribui com efeitos negativos ao meio ambiente, emitindo gases, partículas (fumaça), ruídos e des-truindo a camada de ozônio.

1.1 Emissão de gases e partículas (fumaça)

O motor dos veículos transforma o combustível em gases que são lançados no ar. Aproximadamente 99% desses gases podem ser considerados inofensivos. No entanto, existe 1% dos gases que é al-tamente perigoso ao homem e ao meio ambiente. Considerando a enorme frota de veículos automotores no país, essa pequena parcela representa uma enorme quantidade de gases poluentes.

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1.2 Emissão de ruídos

O veículo também provoca poluição sonora. Uma pessoa que fica exposta aos ruídos excessivos dos veículos está sujeita ao estresse pre-coce, ao desgaste físico e a outros aborrecimentos, como: desequilíbrio emocional, dor de cabeça, zumbido no ouvido, deficiência auditiva, agi-tação, irritação, distúrbios gástricos, palpitação, insônia etc.

A poluição sonora, causada pelo excesso de barulho, tem muitas fontes, sendo que os veículos contribuem em grande parte com este tipo de poluição. As consequências dela sobre cada organismo depen-dem de fatores como a intensidade, frequência, continuidade ou inter-mitência, duração da exposição e, também, de características físicas e de saúde da pessoa.

Os escapamentos dos veículos mo-vidos à gasolina ou diesel lançam gases tóxicos no ar, dentre os quais se destacam o monóxido e o dióxi-do de carbono, além dos compostos sulfurosos. A poluição do ar também é causada pela evaporação do óleo e do combustível. Essa evaporação ocorre com o veículo parado ou em movimento, devido às variações da temperatura externa e do motor. Além da queima de combustíveis e

da evaporação de óleos e combustíveis, o veículo também elimina partículas no ar pelo atrito dos pneus com o asfal-to, e partículas liberadas pelas pastilhas do freio a disco. Em uma Combinação de Veículos de Cargas (CVC), ape-nas o veículo trator emite fumaça pelo escapamento. No entanto, os reboques e semirreboques também eliminam partículas pelo atrito dos pneus.

A consequência mais grave da po-luição sonora para a saúde humana é a redução da capacidade auditi-va. Muitas pessoas não sabem, mas a perda de audição é irreversível.

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1.3 Efeito estufa e a destruição da camada de ozônio

A camada de ozônio é uma camada gasosa que envolve o plane-ta Terra, protegendo-o dos raios ultravioletas. Esses raios são nocivos, podendo causar câncer de pele e queimaduras graves, se em contato muito próximo da pele humana. A poluição e a liberação de gases como o cloroflúorcarbono (CFCs), provocam a destruição dessa camada.

A poluição causada pelos veículos contribui para o agravamento do Efeito Estufa. Devido aos gases se acumularem na atmosfera, a irra-diação de calor da superfície fica nela retida e o calor não é lançado para o espaço. Assim essa retenção provoca o efeito estufa artificial.

2. Regulamentação do Conama sobre poluição ambien-tal causada por veículos

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é o órgão que estabelece as normas gerais para proteção do meio ambiente. Algu-mas de suas resoluções fazem referência às normas para fabricação, comercialização e distribuição de novos combustíveis; estabelecem limites para emissão de gases e ruídos; prevêem normas para manu-tenção e regulagem de veículos, e normas para projeto, fabricação e montagem de veículos.

O gás CFC, quando entra em contato com a camada de ozônio, produz uma substância que a dilui. Isso só preju-dica a vida humana, porque se a destrui-ção continuar, daqui a alguns anos os raios ultravioletas estarão muito fortes. Mesmo se a poluição parar, o buraco ainda existirá. O ideal é tentar reduzir, ou ainda, substituir os gases poluentes, para gases naturais e não-poluentes.

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2.1 Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Auto-motores (Proconve)

O Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automo-tores (Proconve) foi instituído pelo Conama com o intuito de reduzir a poluição ambiental. Esse programa envolve a conscientização a respeito da poluição causada pelos veículos, o incentivo ao desenvolvimento da tecnologia no setor automobilístico para redução de poluentes emitidos, o aprimoramento da qualidade dos combustíveis líquidos utilizados, a fiscalização, a criação de programas de inspeção e a manutenção para veículos em uso.

A Resolução Conama Nº 8, de 31 de agosto de 1993, estabelece os Limites Máximos de Emissão de poluentes para os motores destinados a veículos pesados novos, nacionais e importados. Nesse mesmo ano, o Conama criou os Programas de Inspeção e Manutenção para Veículos Automotores em Uso - I/M, com diretrizes e regulamentos estabelecidos em nível federal. Em 1998, com a promulgação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o controle da emissão de gases poluentes passou a ser previsto como condição obrigatória para o licenciamento dos veículos. De acordo com a Resolução Conama Nº 8, os motores destinados a ve-ículos pesados, fabricados e comercializados no Brasil, devem atender aos limites máximos de emissão, independentemente do tipo de com-bustível que utilizem. Fique atento a esses limites!

2.2 Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis

Existe um programa de recolhimento de pneus, imposto a todos os fabricantes, chamado Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis. Este programa foi inicialmente instituído pela Reso-lução nº 258, de 26 de agosto de 1999, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama, sendo modificado pela Resolução nº 416, de 30 de setembro de 2009.

O programa determinou que as empresas fabricantes e as impor-tadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final ambientalmente adequada aos pneus inservíveis. Inicialmente, a meta de recolhimento era bem maior, na qual se previa que fossem recolhidos até 5 pneus para cada pneu novo colocado no mercado. No entanto, a Resolução nº 416 reduziu drasticamente estas metas, definindo que o mercado de reposição de pneus é o resultante da seguinte fórmula:

Para conhecer melhor a Resolução Conama Nº 8 e outras re-soluções, consulte o site do órgão, no site do Ministério do Meio Ambiente (http://www.mma.gov.br/conama/).

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MR = (P + I) – (E + EO)

na qual:

MR = mercado de reposição de pneus;

P = total de pneus produzidos;

I = total de pneus importados;

E = total de pneus exportados;

EO = total de pneus que equipam veículos novos.

A partir da entrada em vigor desta resolução, para cada pneu novo comercializado para o mercado de reposição, as empresas fabricantes ou importadoras deverão dar destinação adequada a um pneu inservível.

3. Manutenção preventiva do veículo

A manutenção é fundamental para que a vida útil prescrita de um veí-culo ou de um equipamento seja maximizada, tanto no que se refere ao seu desempenho quanto à sua disponibilidade. São objetivos da manutenção:

• Otimizar os insumos garantindo segurança e reduzindo impactos ambientais;

• Garantir a frota disponível para a operação do serviço;

• Manter o controle histórico da manutenção no período de vida útil do veículo.

A manutenção preventiva é efetuada de acordo com critérios pré-estabelecidos para reduzir a probabilidade de falha do veículo ou a degra-dação de um serviço efetuado. Os tipos de manutenção preventiva são:

• Manutenção sistemática: de acordo com o tempo de uso do equipamento;

• Manutenção condicional: executada de acordo com o estado do equipamento após a evolução de um sintoma significativo.

A manutenção sistemática é geralmente realizada em intervalos fi-xos. Especialistas recomendam que ela seja adotada se sua utilização criar uma oportunidade para reduzir falhas que não são detectáveis antecipada-mente ou se ela for imposta por exigência de produção ou segurança.

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A manutenção preventiva evita que potenciais problemas ocorram e possibilita a tomada de ações para aumentar a segurança e evitar aci-dentes. Dentre outros, são itens básicos que devem ser verificados:

• Pneus e rodas;

• Cintos de segurança;

• Faróis, lanternas, luz de freio, pisca-pisca e pisca-alerta;

• Freios;

• Limpadores de pára-brisa;

• Nível de água do radiador;

• Nível de óleo;

• Direção.

4. O indivíduo, o grupo e a sociedade

O condutor de veículo de carga passa bastante tempo sozinho, mas ele também faz parte de um grupo com seus colegas de trabalho. Quan-do uma pessoa começa a participar de um grupo, ela traz características suas que são diferentes daquelas do restante do grupo.

A maneira como essas diferenças são encaradas pelas outras pes-soas determina o tipo de relacionamento que ocorre nesse grupo. Se há respeito pela opinião do outro, estabelece-se um tipo de relacionamento em que ideias e sentimentos são ouvidos e há troca de informações.

As relações interpessoais desenvolvem-se em função do processo de interação. A qualidade dos relacionamentos e a capacidade que temos em mantê-los são fortes influências em nossa qualidade de vida e no po-sicionamento social perante os demais. Para manter uma boa convivência com as pessoas é importante conhecer e respeitar as diferenças individu-ais, que podem ser: sociais, físicas, psicológicas, culturais e religiosas.

Para entender o conceito de Rela-ções Humanas, é necessário defi nir o termo personalida-de. Personalidade é o conjunto total de características que torna o indivíduo único e diferente dos outros, sendo passí-vel de mudanças.

Os diferentes grupos sociais dos quais a pessoa faz parte podem ter influência na sua personalidade, da mesma forma como a personali-dade de cada pessoa tem influência dentro dos grupos sociais.

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A base para boas relações interpessoais é compreender que cada pessoa tem uma personalidade própria, que precisa ser respeitada e que traz consigo, em todas as situações, necessidades sociais, materiais e psi-cológicas, que precisa satisfazer, e que influencia o seu comportamento.

4.1 Diferenças individuais

As Diferenças Individuais são as várias formas em que os indiví-duos se distinguem uns dos outros, seja nos aspectos físicos, psíquicos, intelectuais, emocionais ou sociais. Podemos destacá-las através dos se-guintes pontos:

Assim, podemos conceituar Relações Humanas como:

“Uma disposição interior, uma aceitação do outro, que transparece no modo de falar, de olhar, na postura e, sobretudo, na forma adequada de agir. É a técnica de convivência.

Fatores que determinam as Diferenças individuais

Atitudes Grau de Maturidade Aspirações Temperamento

Aptidões Constituição Física Interesses Saúde

Habilidades Sexo Sensibilidade Valores

Inteligência Idade Sociabilidade Pontos de Vista

É possível distinguir diferentes aspectos na conduta de qual-quer indivíduo. É o seu comportamento total que consideramos como sua personalidade.

4.2 Fatores que determinam a personalidade

A personalidade é o conjunto dos processos psicológicos do indiví-duo, que lhe permitem condutas próprias. A personalidade é construída a partir de aspectos inatos e adquiridos.

a) Inatos

• Caracteres Físicos: fatores como raça, sexo, cor, altura etc.;

• Temperamento: tendência que faz o indivíduo reagir de maneira peculiar;

• Inteligência: capacidade dos indivíduos para enfrentar certas situ-ações ou executar certas tarefas.

b) Adquiridos

• Caráter: aspecto da personalidade responsável pela forma habi-tual e constante de agir peculiar a cada indivíduo; é um conjunto de traços particulares de cada pessoa;

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

Habilidade interpes-soal é a capacidade que uma pessoa tem de relacionar-se efi cazmente com outras pessoas, de forma adequada às necessidades do outro e às exigên-cias da situação.

• Cultura: são os costumes, as tradições, padrões de vida, os modos de produção, os valores e as instituições de um grupo social.

4.3 Fatores que influem no processo perceptivo

A percepção é o processo pelo qual adquirimos conhecimento sobre o mundo externo. Alguns fatores influenciam nossa percepção:

• Seletividade perceptiva (percebemos apenas parte dos estímulos);

• Características pessoais (usar a si próprio como referência);

• Experiências passadas (anteriores);

• Condicionamento (premiar ou punir por uma resposta);

• Fatores contemporâneos (fatores presentes e situacionais).

5. Relacionamento interpessoal

Sentimentos positivos de comunicação, cooperação, respeito e ami-zade, repercutem favoravelmente e aumentam a produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos de antipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações, ao afastamento, à menor comunicação, repercutindo des-favoravelmente, com provável queda da produtividade.

As pessoas possuem diversas características que podem ser consi-deradas habilidades pessoais e que facilitam as relações, por exemplo:

• Habilidade de comunicar ideias de forma clara e precisa em situa-ções individuais e de grupo;

• Habilidade de ouvir e compreender o que os outros dizem;

• Habilidade de aceitar críticas sem fortes reações emocionais defen-sivas (tornando-se hostil ou “fechando-se”);

• Habilidade de dar feedback aos outros de modo útil e construtivo;

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• Habilidade de percepção e consciência de necessidades, sentimen-tos e reações dos outros;

• Habilidade de reconhecer e lidar com conflitos e hostilidade dos outros;

• Habilidade de modificar um ponto de vista em função do feedback dos outros e dos objetivos a alcançar;

• Tendência a procurar relacionamento mais próximo com as pes-soas, dar e receber afeto no seu grupo de trabalho.

Todos nós possuímos algumas habilidades que são mais desenvol-vidas e outras que são menos. A mudança é difícil, pois exige de cada um a compreensão dolorosa de que algumas de suas atitudes não são adequadas.

Competência Interpessoal não é, portanto, um dom ou talento inato da personalidade, e sim uma capacidade que se pode desenvolver por meio de treinamento próprio. No entanto, é preciso conhecer melhor as pessoas para podermos utilizar melhor nossas habilidades.

6. O indivíduo como cidadão

As normas de conduta são definidas por leis e códigos. No Brasil, a lei máxima é a Constituição Federal (CF), que prevê uma série de direitos individuais. Essa distinção se faz porque os chamados direitos do homem são aqueles inerentes à condição humana, cabendo ao Estado, por meio da Constituição, não o dever de criá-los, mas somente de reconhecê-los como pré-existentes.

A Constituição trata dos direitos sociais em um capítulo próprio. São direitos sociais definidos na Constituição: educação, saúde, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade, à infância e a as-sistência aos desamparados. Entende-se que, ao falar nisso, a Constituição está tratando do mínimo necessário à realização da dignidade humana.

O direito à saúde implica que, nos casos de doença, cada indivíduo tenha direito a um tratamento condizente com os avanços da medicina, não importando a sua situação econômica. Esse direito exige do Esta-do garantia da continuidade da vida, executando medidas e serviços que previnam e tratem as doenças da população.

Um verdadeiro cida-dão é um indivíduo consciente de seu papel na sociedade. A Cidadania pode ser defi nida como o conjunto de direitos e deveres que um indivíduo tem perante o Estado, que cons-tituem as normas de conduta do cidadão. Ser cidadão é parti-cipar ativamente da vida e do governo de seu povo.

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

Ainda sob essa perspectiva, existe o direito à educação. A Constitui-ção diz que “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família”. Isso significa, em primeiro lugar, que o Estado deve fornecer ou possibili-tar, a todos, acesso aos serviços educacionais e que, em segundo lugar, é dever da família verificar que seus membros tenham acesso à educação.

7. A responsabilidade civil e criminal do condutor e o CTB

De acordo com o CTB, ao proprietário do veículo caberá sempre a responsabilidade pela infração referente à prévia regularização e preen-chimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de suas características, componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus conduto-res, quando esta for exigida, e outras disposições que deva observar. Já ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados na direção do veículo.

De acordo com o Art. 227. do CTB, constitui infração leve, com pena-lidade de multa usar buzina:

I - em situação que não a de simples toque breve como adver-tência ao pedestre ou a conduto-res de outros veículos;

II - prolongada e sucessiva-mente a qualquer pretexto;

III - entre as vinte e duas e as seis horas;

IV - em locais e horários proi-bidos pela sinalização;

V - em desacordo com os pa-drões e frequências estabelecidas pelo Contran.

Em relação aos danos ocasionados ao meio ambiente, O CTB, em seu Art. 97, determina que as características dos veículos, inclusive em relação às emissões, suas especificações básicas, configuração e condições essenciais para registro, licenciamento e circulação serão estabelecidas pelo Contran, em função de suas aplicações. Já no Art. 231, o CTB estabelece que transitar com veículo produzin-do fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fixados pelo Contran é infração grave, prevendo penalidade de multa e medida administrativa de reten-ção do veículo.

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O CTB estabelece como infração grave, em seu Art. 228, usar no ve-ículo equipamento com som em volume ou frequência que não sejam au-torizados pelo Contran. Haverá penalidade de multa com retenção do veí-culo para regularização. O Art. 229. estabelece que usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que produza sons e ruído que perturbem o sossego público, em desacordo com normas fixadas pelo Contran constitui infração média, com penalidades de multa e apreensão do veículo.

O artigo 301 deixa claro que ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito com vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se o condutor prestar pronto e integral socorro à vítima. Dessa forma lembre-se: em caso de acidente, oferecer socorro à vítima é uma obrigação!

8. Conceito de poluição: causas e consequências

Podemos dizer que o Meio Ambiente, comumente chamado apenas de Ambiente, é o conjunto de fatores naturais, sociais e culturais que en-volvem um indivíduo e com os quais ele interage, influenciando e sendo influenciado por eles.

Pode-se definir a poluição ambiental como a ação de contaminar as águas, solos e ar. Essa poluição pode ocorrer com a liberação ou depósito no meio ambiente de lixo orgânico, resíduos industriais gases poluentes, objetos, materiais descartados, elementos químicos etc.

Os principais poluentes ambientais são: chumbo, mercúrio, benze-no, enxofre, monóxido de carbono, pesticidas, dioxinas e gás carbônico.

A poluição ambiental prejudica o funcionamento dos ecossistemas, que são entendidos como os conjuntos formados por todas as comunida-des que vivem e interagem em determinada região e pelos fatores que atuam sobre essas comunidades. A poluição pode ser extremamente pre-judicial, chegando a matar várias espécies animais e vegetais.

Segundo o artigo 291 do CTB, aos crimes cometidos na direção de veículos aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se o CTB não dispuser de modo diverso, bem como, no que couber, a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências.

O homem também é prejudicado com este tipo de ação, pois depen-de muito dos recursos hídricos, do ar e do solo para sobreviver com qualidade de vida e saúde.

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ConClusão

Na relação “trânsito x meio ambiente”, a atenção de todos os se-tores da sociedade deve estar voltada para a diminuição da emissão de poluentes pelos veículos e para a preservação dos recursos naturais.

Devemos nos preocupar, também, com a convivência entre os in-tegrantes do trânsito. É por meio das interações e das relações com as pessoas que estabelecemos nossos valores, propósitos, atitudes e compor-tamentos. Por esse motivo percebemos a importância do empenho em de-senvolver bons relacionamentos e interagir com as pessoas. Lembre-se de que o comportamento do condutor é muito importante em sua atividade.

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) São exemplos de objetivos da manutenção preventiva:

( ) Otimizar os insumos garantindo segurança.

( ) Aumentar a vida útil do veículo.

( ) Reduzir impactos ambientais.

( ) Aumentar a emissão de poluentes.

2) São exemplos de habilidades pessoais:

( ) Habilidade de rejeitar críticas.

( ) Habilidade de comunicar ideias.

( ) Habilidade de percepção.

( ) Habilidade de provocar conflitos.

3) Habilidade interpessoal é a dificuldade de relacionar-se eficazmente com outras pesso-as de forma adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação.

( ) Certo ( ) Errado

4) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se:

( ) este evitar de prestar socorro à vítima.

( ) este prestar pronto e integral socorro à vítima.

( ) este não conversar com a vítima.

( ) este não conhecer a vítima.

5) Meio Ambiente resume o conjunto de plantas e animais que interagem com os seres humanos.

( ) Certo ( ) Errado

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PREVENÇÃO DE INCêNDIO

UNIDADE

3

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ApresentAção

O princípio de incêndio é o resultado de uma reação química que produz luz e calor e é considerado o momento inicial desta reação. Nesta unidade vamos compreender como os incêndios ocorrem, como devemos agir em caso de incêndio e como preveni-los.

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Apresentar os conceitos de fogo e triângulo de fogo;

• Conhecer quais são as fontes de ignição;

• Conhecer as classes de incêndio;

• Apresentar os aparelhos e agentes extintores.

Desenvolvimento

1. Conceitos de fogo e incêndio

Conceitua-se incêndio como a presença de fogo em local não dese-jado e capaz de provocar, além de prejuízos materiais, quedas, queima-duras e intoxicações por fumaça.

O fogo, por sua vez, é um tipo de queima, combustão ou oxidação que resulta de uma reação química em cadeia, que ocorre na medida em que atuam os combustíveis, oxigênio e calor.

Muitas vezes o fogo pode ocorrer a partir da mangueira de borra-cha envelhecida que leva o combustível para o motor e este, aquecido, pode provocar o incêndio. Além disso, incêndios causados pelo aqueci-mento das lonas de freio em veículos de carga são muito comuns.

Fogo ou combus-tão é o resultado de uma reação química simples e, para que ela se efetive, é necessá-ria a presença de quatro elementos: combustível, com-burente, ignição e reação em cadeia.

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1.1 Triângulo de fogo

A conhecida figura do triângulo de fogo foi agora foi substituída pelo tetraedro do fogo, devido à inclusão de um quarto elemento: a reação em cadeia.

I. Combustível – é o material oxidável (sólido ou gasoso) capaz de reagir com o comburente (em geral o oxigênio) numa reação de combustão.

ii. Comburente – é o material gasoso que pode reagir com um combustível, produzindo a combustão.

iii. Ignição – é o agente que dá início ao processo de com-bustão, introduzindo na mistura combustível/comburente, a energia mínima inicial necessária.

iv. Reação em cadeia – é o processo de sustentabilidade da combustão, pela presença de radicais livres, que são forma-dos durante o processo de queima do combustível.

1.2 Transmissão do calor

Eliminando-se um dos quatro elementos do tetraedro, se encerra a combustão e, consequentemente, o foco de incêndio. Pode-se afastar ou eliminar a substância que está sendo queimada. Pode-se eliminar ou afastar o comburente (oxigênio), por abafamento ou pela sua substitui-ção deste por outro gás não comburente. Pode-se eliminar o calor, pro-vocando o resfriamento no ponto em que ocorre a queima ou combus-tão. Ou ainda, pode-se interromper a reação em cadeia.

Alguns materiais, em temperatura ambiente, podem pegar fogo com uma simples faísca. Outros, no entanto, necessitam de aquecimento prévio para que entrem em combustão. Exemplos: a gasolina pode quei-mar em temperatura ambiente e o ferro necessita de altíssimas tempe-raturas para queimar. Por isso, é importante conhecer o que significam pontos de inflamabilidade.

1.3 Pontos de inflamabilidade

• Ponto de fulgor

É a temperatura mínima em que um combustível começa a liberar gases ou vapores inflamáveis que, se entrarem em contato com alguma fonte externa de calor, se incendeiam. Só que as chamas não se mantêm, não se sustentam, por não existirem gases ou vapores suficientes.

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• Ponto de combustão

É a temperatura mínima em que o combustível libera gases ou va-pores inflamáveis, que em contato com fonte externa de calor, se incen-deiam, mantendo-se as chamas.

• Ponto de ignição

É a temperatura mínima em que um combustível libera gases ou va-pores inflamáveis, que se incendeiam espontaneamente, na presença do oxigênio, independentemente de uma fonte externa de calor. Vale ressal-tar que muitos produtos perigosos inflamáveis, apenas em temperatura ambiente, já ultrapassam seu ponto de fulgor, isto é, liberam gases ou vapores suficientes para serem inflamados.

Exemplos:

produtos inflamáveis ponto de fulgor

Gasolina - 42ºC

Tintas, vernizes e di-luentes

+ 23ºC

Querosene + 34ºC

Butano - 60ºC

Etanol + 12,2°C

Metanol + 16,1°C

Madeira + 150°C

Asfalto + 204°C

1.4 Fontes de ignição

As causas de incêndio são muito variadas. Alguns materiais, em temperatura ambiente, podem pegar fogo com uma simples faísca. Ou-tros, no entanto, necessitam de aquecimento prévio para que entrem em combustão.

É importante conhecer as fontes de ignição, responsáveis por ini-ciar uma combustão. Dentre as fontes de ignição mais comuns, podem destacar-se:

• Fontes de origem térmica (fósforos, cigarros, fornos, soldadura, recipientes a gasolina, óleo ou outros);

• Fontes de origem elétrica (interruptores, disjuntores, aparelhos elétricos defeituosos, eletricidade estática);

• Fontes de origem mecânica (chispas provo-cadas por ferramentas, sobreaquecimento de-vido à fricção mecânica);

• Fontes de origem química (reação química com libertação de calor, reação de substâncias auto-oxidantes).

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2. Classificação de incêndios

Os incêndios podem pertencer a diferentes classes, conforme des-crito a seguir:

• Classe A: fogo em combustíveis comuns que deixam resíduos, o resfriamento é o melhor método de extinção. Exemplo: Fogo em pa-pel, madeira, tecidos etc.

• Classe B: fogo em líquidos inflamáveis. Os materiais queimam em su-perfície e em profundidade. Nesse caso, o abafamento é o melhor mé-todo de extinção. Exemplo: Fogo em gasolina, óleo e querosene etc.

• Classe C: fogo em equipamentos elétricos energizados, agente extintor ideal é o pó químico e o gás carbônico. Exemplo: Fogo em motores transformadores, geradores, computadores motores etc.

• Classe D: fogo em metais combustíveis, agente extintor ideal é o pó químico especial. Essa classe requer agentes extintores específi-cos. Exemplo: Fogo em zinco, alumínio, sódio, magnésio etc.

• Classe E: fogo em material radioativo. Essa classe requer isolamen-to imediato da área. Contate imediatamente o corpo de bombeiros (telefone 193). Exemplo: Fogo em produtos perigosos radioativos.

• Classe K: fogo em óleo e gorduras em cozinhas. O abafamento é o melhor método de extinção.

3. Tipos de aparelhos e agentes ex-tintores

Existem diversos tipos, tamanhos, modelos e pro-cessos de funcionamento de extintores de incêndio, que são encontrados em uso no mercado. Vamos conhecer os tipos de extintores e suas respectivas operações:

• Extintor de água pressurizada;

• Extintor de espuma mecânica;

• Extintor de gás carbônico;

• Extintor de Pó-químico seco pressurizado.

Veículos como ônibus, microônibus, cami-nhão, reboque e semi-reboque devem ter um extintor de incêndio, com carga de pó químico seco ou de gás carbônico. Os veí-culos de carga para transporte de líquidos

ou gases inflamáveis devem ter um extintor de incêndio com carga de pó químico de oito quilogramas, ou dois ex-tintores de incêndio com carga de gás carbônico de seis quilogramas cada.

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4. Escolha, manuseio e aplicação dos agentes extintores

É preciso conhecer e saber identificar bem o incêndio que se vai combater, antes de escolher o agente extintor ou equipamento de com-bate ao fogo. Verifique sempre o rótulo dos extintores. Eles devem con-ter no mínimo:

• Data de validade: o extintor deve estar dentro do prazo de validade;

• Lacre de segurança: certifique-se de que o lacre esteja intacto;

• Conformidade Inmetro: veja se o extintor possui o selo do Inmetro;

• Condições gerais do extintor: o extintor não pode estar amassado, não pode ter ferrugem e outros danos.

tipo de extintor Descrição operação

Extintor de água pressurizada

O cilindro contém água e um gás iner-te que dá a pressão necessária ao seu funcionamento. É utilizado para a prá-tica de resfriamento.

Levá-lo próximo ao local do fogo;

Retirar a trava ou pino de segurança;

Empunhar a mangueira;

Atacar o fogo, dirigindo o jato de água para sua base.

Extintor de espuma mecânica

O cilindro contém solução extintora pressurizada e um gás expelente (ni-trogênio). Trata-se de uma pré-mistu-ra de 95% de água potável e 5% de líquido gerador de espuma (LGE).

Puxe a trava, rompendo o lacre, e segure na posição vertical;

Libere a mangueira e direcione para a base do fogo;

Aperte o gatilho, mantendo o jato sobre o material em chamas.

Extintor de gás carbônico

Esse cilindro contém dióxido de carbo-no (CO2) sob pressão. O gás carbônico presta-se ao processo de abafamento da superfície, reduzindo ou eliminan-do a presença do comburente.

Levá-lo próximo ao local do fogo;

Retirar a trava ou o pino de segurança;

Empunhar a mangueira;

Atacar o fogo procurando abafar toda área atingida.

Extintor de Pó-quí-mico seco pressuri-zado

Esse cilindro contém bicarbonato de sódio não higroscópico (que não ab-sorve umidade) e um gás inerte, para dar a pressão necessária ao seu fun-cionamento. Esse extintor presta-se ao processo de abafamento da super-fície, reduzindo ou eliminando a pre-sença do fogo.

Levá-lo próximo ao local do fogo;

Retirar a trava ou o pino de segurança;

Atacar o fogo, procurando formar uma nuvem de pó em toda a sua área.

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

1) Relacione o tipo de incêndio com as suas classes.

A - Incêndio de Classe A

B - Incêndio de Classe B

C - Incêndio de Classe C

D - Incêndio de Classe D

( ) fogo em líquidos inflamáveis.

( ) fogo em combustíveis comuns que deixam resíduos.

( ) fogo em metais combustíveis.

( ) fogo em equipamentos elétricos energizados.

2) O extintor de pó-químico seco pressurizado utiliza o método de abafamen-to para a extinção do fogo.

( ) Certo ( ) Errado

3) Enumere de 1 a 4 os procedimentos para utilizar o extintor de água pres-surizada no combate aos incêndios.

( ) Empunhar a mangueira.

( ) Retirar a trava ou pino de segurança.

( ) Levá-lo próximo ao local do fogo.

( ) Atacar o fogo, dirigindo o jato de água para sua base.

4) O fogo pode ser entendido como um tipo de queima, combustão ou oxida-ção, resultante de uma reação química em cadeia.

( ) Certo ( ) Errado

ConClusão

Quanto mais rápido for iniciado o ataque às chamas, maiores se-rão as possibilidades de reduzi-las e eliminá-las. Por isso, conhecer os procedimentos e os equipamentos de combate a incêndios são valiosos aliados para se salvar vidas em caso de incêndios durante o transporte rodoviário de cargas. É importante que os transportadores conheçam os conceitos de fogo, suas origens e como combatê-lo para aumentar a segurança no trabalho.

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MÓDULO IV

MOVIMENTAÇÃO DEPRODUTOS PERIGOSOS

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PRODUTOS PERIGOSOS

UNIDADE

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ApresentAção

Esta unidade trata da movimentação dos produtos perigosos. Va-mos começar apresentando suas classes, a simbologia utilizada e os pos-síveis efeitos desses produtos sobre o meio ambiente.

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Apresentar a classificação dos produtos perigosos;

• Conhecer a simbologia utilizada para identificá-los;

• Apresentar a conceituação e exemplos de reações químicas;

• Conhecer o efeito dos produtos perigosos sobre o meio ambiente.

Desenvolvimento

1. Classificação e simbologia dos produtos perigosos

Um produto é considerado perigoso para o transporte, quando o mesmo se enquadrar numa das nove classes de produtos perigosos, esta-belecidas na Resolução nº. 420, de 12/2/04 da ANTT. O produto não precisa necessariamente estar listado na Relação de Produtos Perigosos, cabendo ao expedidor ou fabricante verificar a partir das características físico-quí-micas, se o seu produto se enquadra em uma das classes.

Classes exemplos de produtos

Classe 1: Explosivos Pólvora, foguetes, munições.

Classe 2: Gases GLP, oxigênio, nitrogênio.

Classe 3: Líquidos inflamáveis Gasolina, álcool, diesel, tintas.

Classe 4 Subclasse 4.1: Sólidos inflamáveis Celulóides e naftenatos de cobalto em pó .

Subclasse 4.2: Substâncias sujeitas à combustão espontânea

Carvão, fósforo.

Subclasse 4.3: Substâncias que, em conta-to com a água, emitem gases inflamáveis

Carbureto de cálcio.

Classe 5 Subclasse 5.1: Substâncias oxidantes Nitrato de sódio, permanganato de sódio.

Subclasse 5.2: Peróxidos orgânicos Peróxido orgânico, tipo B, líquido.

Classe 6 Subclasse 6.1: Substâncias Tóxicas Pesticida à base de arsênio, líquido, tóxico

Subclasse 6.2: Substâncias Infectantes Resíduos (bio) médicos, N.E.

Classe 7: Material radioativo Material radioativo, volume exceptivo arti-gos manufaturados com urânio natural.

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Classes exemplos de produtos

Classe 8: Substâncias corrosivas Ácido sulfúrico, ácido clorídrico.

Classe 9: Substâncias e artigos perigosos diversos Amianto, Farinha de peixe.

2. Reações químicas (conceituações)

Reações ou fenômenos físicos e químicos ocorrem a todo momento. A seguir serão apresentados seus conceitos.

a) Fenômenos físicos

Fenômeno físico é uma modificação ocorrida em uma substância sem que sua estrutura interna seja alterada. Não se altera a constituição íntima da matéria, não formam novas substâncias, e podem ser repetidos várias vezes.

b) Fenômenos químicos

São combinações de uma ou mais substâncias que se alteram for-mando novas substâncias. Não podem ser repetidas com as mesmas subs-tâncias. Podemos concluir, portanto, que fenômeno químico é a modifica-ção de uma substância devido à reação que ocorre entre duas ou mais substâncias.

c) Reações exotérmicas, endotérmicas e adiabáticas

Em algumas reações químicas pode ocorrer desprendimento ou reti-rada de calor do meio ambiente em que ocorrem as reações. Podem ser:

• Reações exotérmicas: liberam calor para o meio ambiente;

• Reações endotérmicas: retiram calor do meio ambiente;

• Reações adiabáticas: não ocorre liberação nem retirada de calor do meio ambiente em que ocorrem.

Alguns produtos, quando colocados em contato, produzem reações. Consideram-se incompatíveis, para fins de transporte conjunto, produtos que, quando postos em contato entre si, apresentem alterações das carac-terísticas físicas ou químicas originais de qualquer deles, gerando risco de provocar explosão, desprendimento de chama ou calor, formação de com-postos, misturas, vapores ou gases perigosos.

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X= Incompatível

A= Incompatível para produtos da subclasse 2.3 que apresentem toxicidade por ina-lação LC50 < 1000 ppm.

B= Incompatível apenas para os produtos da subclasse 4.1 com os seguintes números ONU: 3221, 3222, 3231 e 3232.

C= Incompatível apenas para os produtos da subclasse 5.2 com os seguintes números ONU: 3101, 3102, 3111 e 3112.

D= Incompatível apenas para os produtos da subclasse 6.1 do grupo de embalagem I.

E= Em caso de incompatibilidade química dentro de uma mesma classe ou subclasse de produtos perigosos

NOTA: Cianetos ou misturas de cianetos não devem ser transportados com ácidos.

Os critérios de incompatibilidade previstos na norma da ABNT não são exclusivos, sendo que os embarcadores devem, de acordo com as ca-racterísticas específicas dos produtos perigosos ou não perigosos para o transporte, fazer as considerações necessárias e aplicar relações de incom-patibilidade não previstas nas tabelas da norma, desde que mais rígidas.

3. Efeito de cada classe sobre o meio ambiente

Uma política de segurança inclui a sustentabilidade ambiental, ou seja, os preceitos de respeito à vida, a preservação de danos am-bientais e precaução nas ações emergenciais Nos acidentes provocados pelo desconhecimento e falta de cuidados com o transporte de produ-tos perigosos, cabem medidas emergenciais de precaução e redução de impactos negativos. Vamos conhecer alguns efeitos negativos dos produtos perigosos ao ambiente.

Produtos da Classe 1 oferecem diversos riscos. As explosões podem causar danos ao meio ambiente do tipo: incêndios em floresta, destruição

classesubclasse

2.1 2.2 2.3 3 4.1 4.2 4.3 5.1 5.2 6.1 6.2 8 9

2.1 A B C D2.2 B C2.3 A A A ou B A A A A ou C A3 A B X C D

4.1 B B A ou B B B B B B B ou C B ou D B X B4.2 A B C D X4.3 A B C D X5.1 A X B C D X5.2 C C A ou C C B ou C C C C C C ou D C X C6.1 D D B ou D D D D C ou D D6.2 B C8 A X X X X X D E9 B C

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de imóveis etc., além de atingir a fauna, abatendo grande número de algu-mas espécies. Em contato com o fogo, alguns produtos da Classe 1 podem produzir vapores ou substâncias líquidas que são irritantes, corrosivos ou tóxicos, como por exemplo: o Perclorato de Amônia (ONU 0402), Nitrato de Amônio (ONU 0222), Dinitrofenol, Acido Trinitrobenzoico. Esses produtos, se inalados, ingeridos ou absorvidos pela pele, podem causar lesões graves, queimaduras ou a morte. O meio ambiente pode ser contaminado por esses produtos em caso de vazamentos resultantes do controle de incêndio ou a diluição com água.

Gases inflamáveis (Subclasse 2.1) são extremamente perigosos e podem inflamar-se facilmente com o calor, fagulhas ou chamas. Já os gases tóxicos, da Subclasse 2.3, podem ser fatais se inalados ou absor-vidos pela pele.

Produtos da Classe 3 oferecem os seguintes riscos:

• Inalação dos vapores pode causar náuseas, vômitos e tontura;

• A ingestão do produto pode ser absorvida pelos pulmões, causan-do intensa irritação local até graves lesões;

• O líquido irrita a pele e olhos causando ressecamento e dermatite;

• Prejudica a utilização de águas quando contaminadas, tornando-as impróprias para consumo humano ou animal.

Todo produto sólido inflamável (Classe 4) oferece risco para o meio ambiente, incluindo:

• Se o produto atingir corpos de água, como açudes, rios e represas, causará a morte de peixes e animais que se valem destes para beber água ou se alimentar de peixes;

• Se atingir áreas florestais, poderá causar incêndios de larga pro-porção oferecendo risco à fauna e flora local, à população e, no as-pecto econômico, causar perdas consideráveis, no caso de empre-sas produtoras de celulose;

• Se atingir áreas urbanas, poderá oferecer risco direto à popula-ção, principalmente em áreas de grande densidade populacional.

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As substâncias radioativas e corrosivas (Classe 7 e Classe 8) ofere-cem os seguintes riscos:

• Se o produto atingir corpos de água como açudes, rios e represas causará a morte de peixes e animais que se valem destes para be-ber água ou se alimentar de peixes, além de se espalhar facilmente por grandes distâncias aumentando consideravelmente a extensão dos danos;

• Se atingir áreas florestais, poderá oferecer risco à fauna, à flora e à população local;

• Se atingir áreas urbanas, poderá oferecer risco direto à popula-ção, principalmente em áreas de grande densidade populacional;

• Como é característico de toda substância radioativa, os danos causados pela exposição a essas substâncias possuem efeito pro-longado demandando ações de alta periculosidade.

Os produtos perigosos da Classe 9 oferecem diversos riscos, dentre os quais podemos destacar os exemplos:

• A inalação ou o contato de algumas substâncias com a pele e olhos pode causar queimaduras, ferimentos leves ou até a morte.

• Em contato com o fogo, alguns produtos podem produzir gases irritantes, corrosivos e/ ou tóxicos. Além disso, as águas de diluição do controle do fogo podem causar poluição.

• Baterias de Lítio – Com o aumento de energia, aumentam os riscos na sua utilização. Assim, to-dos os fornecedores destas baterias alertam seus clientes quanto a estes riscos e recomendam um cuidado extremo no seu manuseio. Muitos casos de incêndio têm ocorrido com o uso de baterias de lítio, ocasionando perda de automóveis e ou-tras propriedades. Casas, garagens e oficinas também têm sido atingidas.

• Nitrato de amônio, fertilizantes – O contato com o produto, sem as devidas precauções, pode causar irritação na pele, problemas respiratórios e queimaduras na pele, dependendo do tempo de exposição ao gás. No caso de ingestão, pode provocar queimaduras na boca, faringe e laringe, além de favorecer grande salivação.

• Amianto – Considerado cancerígeno. Porém, ainda não há um es-tudo detalhado sobre os verdadeiros riscos que esse material pode trazer à saúde. A inalação da poeira de amianto pode ocasionar efei-tos nocivos aos pulmões. No caso do dióxido de carbono sólido, o contato com o gás liquefeito pode causar lesões por congelamento e os vapores podem causar tontura ou asfixia de forma inesperada.

• Bifenilas Policloradas – Por serem não biodegradáveis, permane-cem intactos por muitos anos no meio ambiente. São cancerígenos, o que faz com que representem um risco efetivo à saúde de homens e animais.

Substâncias tóxicas (Classe 6) podem queimar com o fogo, mas nenhuma se in-fl ama de imediato. A inalação ou contato com esses produtos pode causar infec-ções, doença ou morte e as águas residuais do contro-le do fogo podem causar poluição.

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• Motores de combustão interna – Às vezes contém baterias que podem entrar em curto-circuito e causar a ignição de gases inflamá-veis ou vapores. A emissão desses gases é nociva à qualidade do ar e à saúde humana.

ConClusão

As consequências de qualquer acidente envolvendo um veículo transportando produto perigoso podem ser sentidas não só por usuários das vias, mas por comunidades próximas ao local da ocorrência. E é por isso que você, motorista que trabalha com este tipo de transporte não pode deixar de considerar a importância de seu trabalho e a relevância que o desempenho correto de suas funções tem para a economia e a saúde do nosso país. Sabemos que os efeitos no meio ambiente são inúmeros. Nes-ta unidade foram apresentados alguns efeitos decorrentes de cada classe. Nas próximas unidade vamos conhecer outros cuidados necessários para o transporte adequado.

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Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Cada Classe de produto perigoso oferece diferentes riscos ao meio ambiente e à saúde. Em relação à Classe 3, podemos dizer que:

( ) Podem queimar com o fogo, mas nenhuma se inflama de imediato.

( ) Sua Inalação pode causar náuseas, vômitos e tontura.

( ) Não podem queimar com o fogo, e nunca se inflamam de imediato.

( ) Podem irritar a pele e olhos.

2) Consideram-se incompatíveis, para fins de transporte conjunto, produtos que, postos em contato entre si, apresentem alterações das características físicas ou quími-cas originais de qualquer deles, gerando risco de provocar explosão, desprendimento de chama ou calor, formação de compostos, misturas, vapores ou gases perigosos.

( ) Certo ( ) Errado

3) Exposições rotineiras em níveis toleráveis de Dióxido de Carbono (CO2) não apresentam efeito nocivo ao ser humano. O principal risco é a capacidade de deslocar o oxigênio do ar, principalmente em locais confinados. Por tratar-se de um produto sob a forma de gás, não oferece riscos a seres vivos tanto aquáticos, quanto terrestres.

( ) Certo ( ) Errado

4) Artigos manufaturados com urânio natural são produtos perigosos da:

( ) Classe 2.

( ) Classe 7.

( ) Classe 3.

( ) Classe 9.

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ExPLOSIVOS E GASES

UNIDADE

2

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ApresentAção

Nesta unidade vamos conhecer os procedimentos de segurança e cuidados no manuseio, transporte, embarque e desembarque de produtos perigosos da Classe 1 (Explosivos) e da Classe 2 (Gases).

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Conceituar produtos explosivos e gases;

• Apresentar a regulamentação específica desses produtos;

• Conhecer o comportamento preventivo do condutor;

• Apresentar os procedimentos em casos de emergência.

Desenvolvimento

1. Explosivos

Explosivos são agentes químicos que pela ação de choque, percussão, fricção, produzem centelhas ou calor suficiente para iniciar um processo des-trutivo através de violenta liberação de energia. Os explosivos podem ser: pólvo-ra negra, gelatinosos, semigelatinosos, anfos, granulados, lamas explosivas, pas-tas ou emulsões.

1.1 Conceituação

Os explosivos industriais são substâncias ou misturas de substân-cias que, quando estimuladas por algum agente externo, são capazes de decompor-se quimicamente, gerando considerável volume de gases a altas temperaturas. Estas reações de decomposições podem ser iniciadas por agentes mecânicos (pressão, atrito, impacto, vibração etc.) pela ação do ca-lor (aquecimento, faísca, chama etc.) ou ainda pela ação de outro explosivo (espoletas, boosters, ou outros iniciadores). A reação química de decompo-sição do explosivo pode dar-se sob a forma de combustão, deflagração e detonação em função das características químicas da substância explosiva, bem como das condições de iniciação e confinamento desta.

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A detonação é um fenômeno de combustão inter ou intramole-cular que se propaga por meio de uma frente de onda de choque, a uma velocidade elevada, inde-pendente da pressão. Ela ocorre quando a velocidade da reação de decomposição da substância explosiva é maior que o caso an-terior, chegando, em alguns casos, a 1.000 m/s, quando ocorre a de-flagração. Nesta reação há a par-ticipação não só do oxigênio do ar, mas também daquele intrínseco à substância. É o caso da decompo-sição das pólvoras.

1.2 Divisão da classe

A Classe 1 está dividida em seis subclasses:

• Subclasse 1.1 - Substâncias e artigos com risco de explosão em massa (uma explosão em massa é a que afeta virtualmente toda a carga, de maneira praticamente instantânea).

• Subclasse 1.2 - Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa.

• Subclasse 1.3 - Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explosão, de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa. Esta Subclasse abrange substâncias e artigos que produzem grande quantidade de calor radiante, ou que queimam em sucessão, pro-duzindo pequenos efeitos de explosão, de projeção, ou ambos.

• Subclasse 1.4 - Substâncias e artigos que não apresentam risco sig-nificativo. Esta Subclasse abrange substâncias e artigos que apresen-tam pequeno risco na eventualidade de ignição ou iniciação durante o transporte. Os efeitos estão confinados, predominantemente, à emba-lagem e não se espera projeção de fragmentos de dimensões apreci-áveis ou a grande distância. Um fogo externo não deve provocar ex-plosão instantânea de, virtualmente, todo o conteúdo da embalagem.

• Subclasse 1.5 - Substâncias muito insensíveis, com um risco de explosão em massa, mas que são tão insensíveis que a probabili-dade de iniciação ou de transição da queima para a detonação, em condições normais de transporte, é muito pequena.

• Subclasse 1.6 - Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa. Esta Subclasse abrange os artigos que contêm somente substâncias detonantes extremamente insensíveis e que apresentam risco desprezível de iniciação ou propagação acidental.

A combustão é uma reação química de oxidação e geral-mente ocorre por conta do oxigênio do ar. O fenômeno ocorre em baixas velocidades (de reação de decom-posição da subs-tância explosiva) e tem como exemplo a queima de um pedaço de carvão.

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1.3 Regulamentação específica do Ministério da Defesa

A Norma R-105, emitida pelo Estado Maior das Forças Armadas, per-tencente ao Ministério da Defesa, é o regulamento para a fiscalização de produtos controlados e representa, entre outras coisas, a legislação básica para o trafego terrestre de produtos explosivos no país.

Esse regulamento tem por finalidade estabelecer as normas neces-sárias para a fiscalização das atividades exercidas por pessoas físicas e jurídicas, que envolvam produtos controlados pelo Exército. Entre outras definições, o regulamento ainda prevê:

a) Dentre as atividades a que se refere este artigo destacam-se a fabricação, a recuperação, a manutenção, a utilização industrial, o manuseio, o uso esportivo, o colecionamento, a exportação, a im-portação, o desembaraço alfandegário, o armazenamento, o comér-cio e o tráfego dos produtos relacionados no Anexo I deste Regula-mento.

b) A classificação de um produto como controlado pelo Exército tem por premissa básica a existência de poder de destruição ou outra propriedade de risco que indique a necessidade de que o uso seja restrito a pessoas físicas e jurídicas legalmente habilitadas, capaci-tadas técnica, moral e psicologicamente, de modo a garantir a segu-rança da sociedade e do país.

As atividades de fabricação, utilização, importação, exportação, de-sembaraço alfandegário, tráfego e comércio de produtos controlados, de-vem obedecer as seguintes exigências:

a) Para o tráfego, autorização prévia por meio de Guia de Tráfego (GT) ou porte de tráfego, conforme o caso, e promover o registro de todas as pessoas físicas e jurídicas que exerçam atividades com produtos controlados, na área de sua competência;

b) Compete aos integrantes das Redes Regionais de Fiscalização de Produtos Controlados: autorizar o tráfego dos produtos controlados de acordo com as prescrições contidas em lei;

c) O transporte terrestre de produtos controlados deverá seguir as normas prescritas no Anexo II ao Decreto no 1.797, de 25 de janeiro de 1996 - Acordo de Alcance Parcial para a Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos – e demais legislações pertinentes ao trans-porte de produtos perigosos emitidas pelo Ministério dos Transpor-tes; o transporte por via marítima, fluvial ou lacustre, as normas do Comando da Marinha; o transporte por via aérea, as normas do Comando da Aeronáutica;

d) Por ocasião do embarque ou desembarque, o material deverá ser conferido com a guia de expedição correspondente;

e) Os serviços de embarque e desembarque deverão ser assistidos por um fiscal da empresa transportadora, devidamente habilitado, que os orientará e fiscalizará quanto às regras de segurança;

f) Todos os equipamentos empregados nos serviços de carga, trans-porte e descarga deverão ser rigorosamente verificados quanto às condições adequadas de segurança;

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g) Antes de descarregar munições, pólvoras ou explosivos, o local previsto para armazená-los deverá ser examinado;

h) Os produtos controlados sujeitos à fiscalização do tráfego só po-derão trafegar no interior do país depois de obtida a permissão das autoridades de fiscalização do Exército, por intermédio de documen-to de âmbito nacional, denominado GT – Guia de Trafego;

i) No preenchimento da GT, será obrigatório o uso do Sistema Inter-nacional de Medidas – SIM e da nomenclatura do produto prevista na norma, sendo admitido o uso, como informação complementar, da denominação comercial do produto, inclusive o de medidas estra-nhas ao SIM;

j) Não serão permitidas remessas de produtos controlados por meio de veículos de transporte coletivo, salvo exceções previstas em lei;

k) Produtos controlados incompatíveis poderão ser embarcados jun-tos, com guias de tráfego distintas, desde que a arrumação da carga impeça o contato entre eles;

l) É proibido o uso de chancelas nos vistos de autorização para tráfe-go e nas assinaturas apostas nas vias da Guia de Tráfego;

m) O remetente de produtos controlados fica obrigado a solicitar o cancelamento do visto nas guias de tráfego, no prazo máximo de sessenta dias, caso o embarque não se efetive, anexando, para tanto, as guias visadas;

n) Quando se tratarem de produtos sujeitos a redespacho, para atingir destino final, o remetente mencionará essa circunstância na Guia de Tráfego, indicando, igualmente, as vias de transporte a serem usadas;

o) As companhias de transporte não poderão aceitar embarques de produtos controlados classificados nas categorias de controle 1, 2 e 3 sem que lhes sejam apresentadas as respectivas guias de tráfego, devidamente visadas pelos órgãos de fiscalização do Exército;

p) Qualquer pessoa física ou jurídica que deseje remeter ou con-duzir, para qualquer local do território nacional, produtos contro-lados cujo tráfego esteja sujeito à fiscalização, seja para comér-cio, utilização, exposição, demonstração, manutenção, inclusive consertos, apresentação em mostruários, dentre outras, deverá solicitar a necessária autorização da Regional Militar, mediante a apresentação de GT, corretamente preenchida, para ser visada pelas autoridades militares;

q) Quando não existir um Posto de Atendimento da rede regional nas proximidades do interessado em embarcar qualquer produto contro-lado, as guias de tráfego a serem visadas poderão ser enviadas ao órgão de fiscalização a que estão vinculadas, pelos correios ou por intermédio de pessoa idônea;

r) Ficam isentos de visto na GT, por parte das autoridades de fiscali-zação do Exército, o chumbo e as espoletas de caça desde que emba-lados separadamente; as munições de uso exclusivamente industrial, denominadas cartuchos industriais, de fabricação nacional. As em-presas registradas, no caso de produtos isentos de visto, preenche-rão as Guias de Tráfego, normalmente, em três vias. A primeira via acompanhará a mercadoria até o destinatário, para seu arquivo;

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s) É considerada infração cometida no trato com produtos contro-lados: exercer atividades de transporte, colecionamento, exposição, caça, uso esportivo e recarga, em desacordo com as prescrições deste Regulamento e normas emitidas pelo Exército;

t) O produto controlado será apreendido quando, sujeito ao contro-le de tráfego, estiver transitando dentro do país, sem GT ou autori-zação policial para trânsito.

1.4 Comportamento preventivo do condutor

Qualquer unidade de transporte des-tinada a conduzir produtos da Classe 1 deve ser inspecionada para se assegurar que não apresenta defeitos estruturais ou deteriora-ção de qualquer um de seus componentes. Os produtos explosivos devem ser transpor-tados em caminhão furgão ou em carroça-ria aberta, desde que a carga esteja coberta com lona. A lona deve ser impermeável e resistente ao fogo, colocada de forma a co-brir bem a carga e sem possibilidade de se soltar.

Os condutores devem ser cuidadosos e bastante atenciosos com relação ao ma-nuseio de explosivos, pois são substâncias altamente sensíveis. Devem ser observa-das, durante o manuseio e utilização, as seguintes regras:

a) Não manusear explosivos sem tomar o devido cuidado, atenção a todos os procedimentos que forem adotados, não ficar distraído;

b) Não fumar e nem permitir que se fume próximo aos explosivos;

c) Somente abrir as caixas com os explosivos no local onde serão utilizados, não o fazer dentro do local do armazenamento;

d) Não usar ferramentas de metal para abrir os caixotes com ex-plosivos, utilizar materiais de madeira ou borracha (martelo, cunha etc.);

e) Não deixar explosivo ou qualquer outro material utilizado no ma-nuseio, próximo às pessoas não habilitadas, crianças, animais, via-turas ou equipamentos;

f) Nunca abandonar o explosivo;

g) Deve sempre haver acompanhamento técnico no local, verifican-do-se sempre a existência do perigo e se todas as regras de segu-rança estão sendo tomadas;

h) Não conduzir explosivos nos bolsos;

i) Evitar que os explosivos sejam expostos à umidade, particular-mente espoletas, se possível proteja-os com lonas e outros meios impermeáveis;

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j) Não deixar explosivos expostos ao sol, particularmente espoletas;

k) Não introduzir prego, arame, ou outro instrumento na abertura das espoletas comuns, inclusive para retirá-las de sua caixa;

l) Não arrancar os fios das espoletas elétricas;

m) Devem ser observadas as distâncias de segurança previstas. Em geral, o raio mínimo de segurança para pessoal desabrigado é de 300 metros e para pessoal abrigado é de 100 metros;

n) Evitar as áreas onde houve explosão, enquanto a fumaça e os gases não se dissiparem completamente. Aguardar pelo menos 30 minutos;

o) Problemas físicos ou psíquicos deverão determinar o afastamen-to imediato do profissional que manuseia explosivos.

Os estilhaços resultantes de material destruído por explosivos são arremessados, à maior ou menor distância, em função do peso, densidade, forma e ângulo de projeção. Por isso devem ser tomadas precauções, para que, no caso de explosão acidental, esses fragmentos não venham a atingir pessoas, animais entre outros.

1.5 Procedimentos em casos de emergência no transporte de explosivos

No caso de acidente com materiais explosivos, a carga pode explodir e espalhar fragmentos num raio de 600 m ou mais, além do que, em contato com o fogo, a carga também pode produzir gases irritantes ou venenosos.

Em caso de fogo:

• Promover a interrupção de todo o tráfego e evacuar a área em todas as direções, num raio de 800 m;

• Manter as pessoas afastadas;

• Não combater o fogo na carga;

• Em caso de incêndio próximo à área, tentar impedir que o fogo chegue até o compartimento com carga explosiva;

• Utilizar equipamentos de respiração e vestimentas de combate ao fogo de acordo com as condições especificadas pelo fabricante;

• Contatar a equipe de atendimento, a emergência, a Polícia Rodoviária Federal, o transportador e o embarcador o mais rapidamente possível.

No caso de início de incêndio no veículo ou equipamento:

• Inundar com água; se não houver água, usar pó químico, Halon ou terra;

• Se possível, desengatar o veículo trator do reboque.

No caso de início de incêndio na carga:

• Não mover a carga ou veículo, se a carga tiver sido exposta ao calor;

• Não combater o fogo se este atingir a carga. Abandonar a área e deixar queimar.

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Se o incêndio aumentar, isolar imediatamente a área, removendo to-das as pessoas. Primeiramente remover as pessoas fora da linha de visão da cena do acidente e afastá-las das janelas. Se houver suspeita de que ex-plosivos de alta periculosidade estejam expostos à ação do calor ou chamas, aumentar a área de isolamento em todas as direções para: 1200 metros.

2. Gases

A Classe 2 dos produtos perigosos abrange gases comprimidos, li-quefeitos, liquefeitos refrigerados, em solução, mistura de gases, misturas de um ou mais gases com um ou mais vapores de substâncias de outras classes, artigos carregados de gás, hexafluoreto de telúrio e aerossóis.

Em caso de derramamento ou vazamento de produtos explosivos, eliminar as fontes de ignição, impedindo fagulhas e chamas e princi-palmente impedindo que fumem na área de risco. De maneira alguma entrar em contato com o produto derramado. Entre as fontes de igni-ção que devem removidas para evitar explosões, merecem destaque: chamas, cigarros, faíscas por atrito e eletricidade estática (de difícil percepção).

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2.1 Conceito

Um gás é uma substância em estado gasoso, constituído por molécu-las isoladas, separadas umas das outras por espaços vazios em relação ao seu tamanho e em contínuo movimento e apresentam as seguintes carac-terísticas:

• Não tem forma e volume próprios;

• Tem a forma do recipiente onde está contido e ocupa todo o espa-ço limitado pelas paredes do recipiente;

• Apresenta volume igual ao volume do recipiente onde está contido.

2.2 Inflamáveis, não-inflamáveis, tóxicos e não-tóxicos

Existem 3 Subclasses, definidas com base no risco principal que apre-sentem durante o transporte.

a) Subclasse 2.1 - Gases inflamáveis

São gases inflamáveis quando em mistura com o ar. A taxa de infla-mabilidade dos gases é medida em pontos percentuais e é determinada por ensaios ou por cálculos com metodologias padronizadas mundialmen-te. A metodologia mais adotada para cálculo da inflamabilidade dos gases é dada pela ISO (International Standardization Organization – Organização Internacional de Padronização). Quando não se tem dados e equipamentos suficientes para a utilização dos métodos da ISO, permite-se a utilização de outros métodos reconhecidos mundialmente e aprovados pelas autorida-des competentes.

b) Subclasse 2.2 - Gases não-inflamáveis, não-tóxicos

Os gases dessa subclasse estão, em geral, nos estados físicos de Ga-ses Liquefeitos ou Gases Liquefeitos Refrigerados e podem ser:

• Asfixiantes: gases que, por substituir o oxigênio normalmente existente na atmosfera, podem asfixiar;

• Oxidantes: gases que, geralmente por fornecerem oxigênio, cau-sem ou contribuam, mais do que o ar, para a combustão de outro material;

• Que não se enquadrem em outra subclasse.

c) Subclasse 2.3 - Gases tóxicos

Gases que sejam reconhecidamente ou supostamente tão tóxicos ou corrosivos para pessoas, de maneira que constituam risco à saúde.

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2.3 Estados físicos dos gases para o transporte

Os gases podem estar em diferentes estados físicos para o transpor-te, conforme a classificação a seguir:

a) Gás comprimido: é um gás que (exceto em solução), quando acon-dicionado sob pressão para transporte, é completamente gasoso à tempe-ratura de 20º C;

b) Gás liquefeito: é um gás que, quando acondicionado para transpor-te, é parcialmente líquido à temperatura de -20º C;

c) Gás liquefeito refrigerado: é um gás que, quando acondicionado para transporte, torna-se parcialmente líquido, por causa da baixa tempe-ratura;

d) Gás em solução: é um gás comprimido que, quando acondicionado para transporte, é dissolvido num solvente.

• Vejamos alguns exemplos de gases:

• Ar, oxigênio, hélio (gases permanentes);

• Butano, propano (gases liquefeitos sob pressão);

• Acetileno (gás dissolvido sob pressão);

• Oxigênio líquido, nitrogênio líquido (altamente refrigerado).

2.4 Comportamento preventivo do condutor

Em geral, o transporte de gases exige diversos procedimentos de se-gurança por parte do condutor, dentre os quais:

• As embalagens dos produtos não devem ser expostas ao calor ou submetidas a choques mecânicos;

• No manuseio de cilindros é conveniente o uso de carrinhos ou similares;

• Mantenha o capacete de proteção da válvula, mesmo em ci-lindros vazios;

• Durante o transporte de gases a granel, fazer paradas periódicas para verificar a pressão através do manômetro;

• Os motores e os canos de escapamentos dos veículos que trans-portam gases deverão ser isolados para não transmitir calor;

• Os equipamentos elétricos dos veículos devem ser protegidos para evitar centelhas;

• Utilizar máscaras apropriadas, em função do tipo de gás que está sendo transportado;

• Quando se tratar de veículo tipo baú, verificar se há dispositivo de ventilação;

• Carregamento e descarregamento de veículo tipo baú, verificar se há dispositivo de ventilação;

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• Carregamento ou descarregamento de gases tóxicos e paradas do veículo transportando esses produtos devem ser feitos longe de habitações ou locais com muito movimento de pessoas;

• Para o transporte vertical dos cilindros, fazer a amarração de car-ga, utilizando os cintos de segurança existentes nas cestas;

• Jamais dirigir com todos os vidros fechados para neutralizar pos-síveis efeitos de gases no compartimento do motorista. Caso ocorra algum vazamento de gases do veículo, se os vidros estiverem fecha-dos, o condutor irá inalá-los, podendo sofrer intoxicação.

a) Precauções gerais

Os cuidados com os equipamentos de carregamento de gases li-quefeitos de petróleo devem ser permanentes, uma vez que uma parte de propano líquido produz aproximadamente 230 partes de vapor, que, misturadas com ar, dão a proporção necessária para formar uma atmos-fera explosiva.

Os operadores devem observar os equipamentos, procurando loca-lizar, possíveis vazamentos, assim como se existem condições anormais ou inseguras, como, por exemplo: aquecimento nas bombas, falhas nas juntas de expansão, deformações nas linhas, vazamentos. As junções de bombas e de válvulas devem ser inspecionadas cuidadosamente. As vál-vulas de pressão e alívio devem ser mantidas na calibração adequada. Em operação normal, as válvulas de purga (drenos e respiros) devem ser mantidas fechadas.

b) Precauções específicas

O operador deve ter cuidado e nunca se ausentar quando drenar a água dos vasos e tubulações, permanecendo atento até a conclusão das manobras. Todas as válvulas devem ser completamente fechadas após a drenagem, para evitar formação de gelo nas mesmas. Sem esta precaução, quando o gelo derreter, o escapamento de gases poderá ocasionar sérios acidentes. Arames ou varetas não devem ser utilizados para desobstruir conexões de purga interrompidas pela formação de gelo. Recomenda-se, a desobstrução através da aspersão de água ou vapor.

Toda vez que houver suspeita de pequenos vazamentos, deverá ser usada uma es-ponja embebida com água e sabão, pas-sando-se a mesma no local, verifi cando-se se há formação de bolhas. Nunca deve-rá ser usada chama direta para detectar vazamentos de gás!

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Sob determinadas condições, os hidrocarbonetos leves podem in-cendiar-se durante uma purga, sem que haja chama aberta, simplesmente através de uma descarga de eletricidade estática. Assim sendo, a purga de equipamentos (bombas, trocadores de calor, vasos e linhas) deve restrin-gir-se ao estritamente necessário e efetuar-se, sempre, sob a supervisão de um operador.

2.5 Procedimentos em casos de emergência no transporte de gases

Ações de emergência com gases ou vapores não inflamáveis:

Tentar fechar a válvula de onde ocorre o vazamento;

Afastar as pessoas caso o cilindro esteja solto, protegendo-se dos movimentos rápidos;

Evitar contato com o jato, quando em grande vazamento;

Na impossibilidade de se fechar a válvula, levar o cilindro para uma área aberta;

No caso de oxigênio e outros gases oxidantes, não permitir o contato do gás com óleo, graxa, estopa ou qualquer material combustível;

No caso dos gases asfixiantes (nitrogênio, argônio, hélio, entre outros), em ambientes fechados há risco de asfixia quando em concentração maior que 82%, em mistura com o oxigênio.

Ações de emergência específicas com gases ou vapores inflamáveis:

Afastar o cilindro de qualquer fonte de ignição e material oxidante;

Sempre que possível, fechar imediatamente a válvula;

Se o vazamento for em conexões sob pressão, não usar ferramentas que possam cau-sar atrito;

Evitar o contato com o gás com qualquer objeto aquecido ou chama;

Se não for possível fechar a válvula, deixar o gás queimar e resfriar o cilindro com água de um local protegido;

Tentar desviar as chamas de outros cilindros ou materiais inflamáveis.

Ações de emergência com vazamento de gases ou vapores tóxicos:

Procurar um local seguro que possa parar o veículo e isolar a área;

Colocar a proteção respiratória;

Identificar as consequências;

Utilizar um dispositivo para confinamento e contenção de vazamento (ex: conjunto de emergência para cloro);

Se a válvula do cilindro não estiver danificada, fechar o fluxo de gás;

Em caso de fogo, usar extintor de pó químico para combate a incêndio;

Caso o fogo persista, isolar o cilindro dos demais e deixar queimar.

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

Ações de emergência com cilindro de gases expostos ao fogo:

Avisar aos funcionários para abandonarem o local;

Chamar os bombeiros e fornecer as informações sobre os riscos, conteúdo, quantidades e localização dos cilindros;

Se possível, retirar todos os cilindros que ainda não foram expostos às chamas.

Ações em caso de vazamento ou derramamento:

Não tocar nem caminhar sobre o produto derramado;

Isolar a área até que o gás tenha sido dispersado. Parar o vazamento, se isto puder ser feito sem risco;

Todo o equipamento utilizado no manuseio do produto deve estar aterrado;

Eliminar todas as fontes de ignição. Não fumar na área de risco e impedir que ocorram fagulhas e chamas;

Não jogar água diretamente no ponto de vazamento;

Se possível, virar o recipiente com vazamento de modo a permitir apenas a saída do gás;

Usar neblina de água para reduzir ou desviar a nuvem de vapor;

Evitar a penetração do gás em redes de esgotos, sistemas de ventilação ou áreas confinadas.

Procedimentos de emergência – Outras recomendações:

• Para reduzir a taxa de evaporação do produto, pode ser aplicada uma fina camada de espuma sobre a poça formada, desde que este material seja compatível com o produto vazado. Nos vazamentos de produtos liquefeitos, deve ser dada a preferência ao vazamento na fase gasosa ao invés do vazamento na fase líquida. Esta operação faz com que o vazamento ocorra sempre na parte superior do reci-piente que contém o produto. Para isso, se possível, gire o tanque para o lado que sai o gás;

• Gases mais densos que o ar tendem a se acumular no nível do solo por serem de difícil dispersão. Outro fator que dificulta a dispersão dos gases é a presença de grandes obstáculos, como, por exemplo, edificações em áreas urbanas;

• Em ambientes confinados, deve-se monitorar constantemente a concentração de oxigênio no ar. Nas situações em que essa concen-tração esteja abaixo de 18%, devem ser adotadas medidas de controle como o uso de ventilação natural ou forçada. Nessas situações, a pro-teção respiratória a ser utilizada tem que ser do tipo autônoma;

• Deve ser dada atenção especial quando o gás que for inflamável, principalmente se estiver confinado. Medições constantes dos índi-ces de inflamabilidade do ambiente, por meio do uso de explosíme-tro, e a eliminação de possíveis fontes de ignição, constituem ações prioritárias;

• De acordo com as características do produto e do cenário, pode ser necessária a aplicação de água na forma de neblina para dispersar os gases e vapores. A operação será mais eficiente quanto maior for a solubilidade do produto em água. A água residual deve ser contida e recolhida para não causar poluição dos recursos hídricos;

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• Já para produtos com baixa solubilidade em água, o uso de nebli-na d’água pode ser utilizado para formar um bloqueio físico ao des-locamento da nuvem. A neblina d’água deve ser aplicada somente sobre a nuvem e não sobre as eventuais poças formadas pelo gás liquefeito, sob o risco de provocar intensa evaporação e aumento dos vapores na atmosfera;

• Deve ser considerado o risco de incêndios ou explosão em caso de vazamento de fases ou vapores tóxicos.

ConClusão

O segmento de transporte de produtos perigosos configura uma atividade essencial para o desenvolvimento e viabilidade de diversos setores, pois compreende, além da movimentação em âmbito domésti-co, a realização de fluxos de importação e exportação. Dessa forma, co-nhecer os procedimentos adequados na movimentação dos explosivos e gases é essencial.

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) São exemplos de ações de emergência em acidentes com gases ou vapores não inflamáveis:

( ) Tentar, se possível, fechar a válvula de onde ocorre o vazamento.

( ) Levar o cilindro para uma área fechada.

( ) Não permitir o contato do gás com óleo, graxa, estopa.

( ) Permitir o contato com o jato, quando em grande vazamento.

2) Podemos definir um gás como uma substância em estado gasoso, constituído por moléculas isoladas, separadas umas das outras por espaços vazios em relação ao seu tama-nho e em contínuo movimento.

( ) Certo ( ) Errado

3) Podemos definir os explosivos industriais como substâncias ou misturas de subs-tâncias que, quando estimuladas por algum agente externo, são capazes de decompor-se quimicamente, gerando considerável volume de resíduos sólidos a baixas temperaturas.

( ) Certo ( ) Errado

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LÍqUIDOS E SÓLIDOS INFLAMáVEIS

UNIDADE

3

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ApresentAção

Nesta unidade vamos conhecer os procedimentos de segurança e cuidados no manuseio, transporte, embarque e desembarque de produ-tos perigosos da Classe 3 (Líquidos inflamáveis) e da Classe 4 (Sólidos inflamáveis).

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Conceituar líquidos e sólidos inflamáveis;

• Apresentar o ponto de fulgor;

• Conhecer o comportamento preventivo do condutor;

• Apresentar os procedimentos em casos de emergência.

Desenvolvimento

1. Líquidos inflamáveis e produtos transportados a temperaturas elevadas

Líquidos inflamáveis são líquidos, misturas de lí-quidos, ou líquidos contendo sólidos em solução ou em suspensão (como tintas, vernizes, lacas etc., excluídas as substâncias classificadas de forma diferente, em função de suas características perigosas) que produzem vapo-res inflamáveis a temperaturas de até 60,5ºC, em teste de vaso fechado, conforme normas brasileiras ou nor-mas internacionalmente aceitas.

Em geral as substâncias inflamáveis são de origem orgânica, como por exemplo: hidrocarbonetos, alcoois, aldeídos e cetonas, entre outros. Os líquidos inflamáveis mais transportados nas estradas brasileiras são:

no. onu lÍQuiDo inFlAmÁvel

1090 ACETONA

1170 ETANOL (ÁLCOOL ETÍLICO) ou SOLUÇÃO DE ETANOL (SOLUCÃO DE ÁLCOOL ETÍLICO)

1202 GASÓLEO, ou ÓLEO DIESEL, ou ÓLEO PARA AQUECIMENTO, LEVE

1203 COMBUSTÍVEL AUTO-MOTOR ou GASOLINA

1223 QUEROSENE

1230 METANOL

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

no. onu lÍQuiDo inFlAmÁvel

1263 TINTAS TINTA (incluindo tintas, lacas, esmaltes, tinturas, gomalacas, vernizes, polidores, enchi-mentos líquidos e bases líquidas para lacas) ou MATERIAL RELACIONADO COM TINTAS (incluin-do diluentes ou redutores para tintas)

1294 TOLUENO

1863 COMBUSTÍVEL P/ AVIÕES A TURBINA

1999 ALCATRÕES LÍQUIDOS, inclusive asfalto, óleos, betumes e cut backs rodoviários

Em relação à incompatibilidade com outras substâncias químicas e ou outros produtos perigosos, os líquidos inflamáveis não devem ser armazenados ou entrar em contato com as seguintes substâncias:

• Nitrato de amônio;

• Peróxido de hidrogênio;

• Ácido nítrico;

• Peróxido de sódio;

• Halogênios.

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) adota a seguin-te tabela de incompatibilidade entre as outras classes de produtos perigo-sos e a classe de líquidos inflamáveis:

Classe e subclasse

lÍQuiDo inFlAmÁvel

Em caso de incompatibilidade química entre estas classes/ sub-classes, o embarcador deve informar ao transportador por escrito, podendo ser por meio de ficha de emergência, rótulo de segurança, ficha de segurança (FIS-PQ) e/ ou qualquer outro documento.

Em caso de incompatibilidade química entre estas classes/ sub-classes, o embarcador deve informar ao transportador por escrito, podendo ser por meio de ficha de emergência, rótulo de segurança, ficha de segurança (FIS-PQ) e/ou qualquer outro documento.

Incompatível para produtos da subclasse 2.3 que apresentem toxicidade por inalação LC50 < 1000 ppm.

Em caso de incompatibilidade química dentro de uma mesma classe ou sub-classe de produtos perigosos, o embarcador deve informar ao transporta-dor por escrito, podendo ser por meio da ficha de emergência, rótulo de segurança, ficha de segurança (FISPQ) e/ ou qualquer outro documento.

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Incompatível apenas para os produtos da subclasse 4.1 com os seguintes números ONU: 3221, 3222, 3231 e 3232.

Em caso de incompatibilidades química entre estas classes/ sub-classes, o embarcador deve informar ao transportador por escrito, podendo ser por meio de ficha de emergência, rótulo de segurança, ficha de segurança (FIS-PQ) e/ ou qualquer outro documento.

Em caso de incompatibilidades química entre estas classes/ sub-classes, o embarcador deve informar ao transportador por escrito, podendo ser por meio de ficha de emergência, rótulo de segurança, ficha de segurança (FIS-PQ) e/ ou qualquer outro documento.

Incompatível.

Incompatível apenas para os produtos da subclasse 5.2 com os seguintes números ONU: 3101, 3102, 3111 e 3112.

Incompatível apenas para os produtos da subclasse 6.1 do grupo de embalagem l.

Em caso de incompatibilidades química entre estas classes/ sub-classes, o embarcador deve informar ao transportador por escrito, podendo ser por meio de ficha de emergência, rótulo de segurança, ficha de segurança (FIS-PQ) e/ ou qualquer outro documento.

Em caso de incompatibilidades química entre estas classes/ sub-classes, o embarcador deve informar ao transportador por escrito, podendo ser por meio de ficha de emergência, rótulo de segurança, ficha de segurança (FIS-PQ) e/ ou qualquer outro documento.

Em caso de incompatibilidades química entre estas classes/ sub-classes, o embarcador deve informar ao transportador por escrito, podendo ser por meio de ficha de emergência, rótulo de segurança, ficha de segurança (FIS-PQ) e/ ou qualquer outro documento.

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

1.1 Ponto de fulgor

É a menor temperatura na qual uma substância libera vapores em quantidades suficientes para que a mistura de vapor e ar logo acima de sua superfície propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição.

Classe IA: Tem Ponto de Fulgor abaixo de 22,7ºC (73 F) e ponto de ebulição abaixo de 37,7ºC.

Classe IB: Tem Ponto de Fulgor abaixo de 22,7ºC e ponto de ebulição acima de 37,7ºC.

Classe IC: Tem Ponto de Fulgor entre 22,7 e 37,7ºC.

Classe II: Tem Ponto de Fulgor entre 37,7 e 60ºC.

Classe IIIA: Tem Ponto de Fulgor entre 60 e 93,3ºC.

Classe IIIB: Tem Ponto de Fulgor acima de 93,3ºC.

Considerando a temperatura ambiente de 25º C e ocorrendo um vazamento de um produto com ponto de fulgor de 15º C, significa que o produto nessas condições está liberando vapores inflamáveis, bastando apenas uma fonte de ignição para que haja a ocorrência de um incêndio ou de uma explosão. Por outro lado, se o ponto de fulgor do produto for de 30º C, significa que este não estará liberando vapores inflamáveis.

Podem-se classificar os líquidos inflamáveis em classes, a partir do ponto de fulgor de cada substância:

O valor limite do ponto de fulgor dos líquidos inflamáveis pode ser alterado pela presença de impurezas. Em geral, considera-se o ponto de fulgor dos produtos em estado quimicamente puro. O ponto de fulgor mínimo do óleo diesel, líquido inflamável muito transportado por rodo-vias, é de 38º C.

1.2 Limites de inflamabilidade

Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessário que exista, além da fonte de ignição, uma mistura chamada “ideal” entre o ar atmos-férico (oxigênio) e o gás combustível. A quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante, em torno de 21% em volume.

A quantidade de gás combustível necessária para a queima varia para cada produto, dimensionada por duas constantes: o Limite Inferior de Inflamabilidade (ou explosividade) (LII) e o Limite Superior de Inflama-bilidade (LSI).

O LII é a mínima concentração de gás que, misturada ao ar atmos-férico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de ignição. Concentrações de gás abaixo do LII não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de oxigênio e pequena quantidade do produto para a queima. Esta condição é chamada de “mis-tura pobre”.

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173

Já o LSI é a máxima concentração de gás que, misturada ao ar at-mosférico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir de uma fonte de ignição. Concentrações de gás acima do LSI não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de produto e pequena quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra, é a chamada “mistura rica”.

Portanto, os gases ou vapores combustíveis só queimam quando sua percentagem, em volume, estiver entre os limites (inferior e superior) de inflamabilidade, que é a “mistura ideal” para a combustão.

Conforme já mencionado, os valores de LII e LSI variam de produto para produto, alguns exemplos podem ser observados abaixo:

exemplos de lii e lsi para alguns produtos:

Produto LII (% em volume) LSI (% em volume)

Acetileno 2,5 80,0

Benzeno 1,3 79,0

Etanol 3,3 19,0

Existem equipamentos capazes de medir a percentagem em volume no ar de um gás ou vapor combustível. Estes instrumentos são conheci-dos como explosímetros.

1.3 Comportamento preventivo do condutor

O Decreto 96.044/88 define diversos cuidados que o condutor deve ter na prevenção de acidentes envolvendo o transporte de produtos peri-gosos, dentre os quais destacam-se:

• As cargas e os próprios veículos deverão ser inspecionados du-rante as paradas horárias, previstas para os comboios ou veículos isolados, em locais afastados de habitações;

• É proibida a presença de pessoas nas carrocerias dos caminhões que transportem produtos inflamáveis;

• O veículo que transporta produtos inflamáveis deverá estar per-manentemente sob vigilância do motorista ou ajudante qualificado;

• Nos casos de pane no veículo, deve-se evitar o rebocamento, de-vendo a carga ser baldeada com prévia colocação de sinalização na estrada;

• Os caminhões carregados não poderão estacionar em garagens, postos de abastecimento, depósitos ou lugares onde haja maior pro-babilidade de propagação de chama;

limites de inflamabilidade de gases ou vapores combustíveis

misturA pobre misturA iDeAl misturA riCA

LII LSI 100%

Não ocorre combustão Pode ocorrer combustão Não ocorre combustão

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

• Em caso de incêndio ou tombamento em caminhão que transpor-te produtos, procurar-se-á interromper o trânsito e isolar o local, de acordo com a carga transportada e o especificado na Ficha de Emergência;

• Durante o transporte de produtos inflamáveis, as paradas por ne-cessidade de serviço devem, tanto quanto possível, ser efetuadas lon-ge de locais habitados ou de locais com grande fluxo de pessoas.

1.4 Procedimentos em casos de emergência no transporte de lí-quidos inflamáveis

Em casos de derramamento ou vazamento

• Nesses casos, o caminhão deverá sair da via principal, de preferên-cia em um local onde o produto possa ser contido e recolhido. Logo após:

• Colocar o equipamento de proteção individual adequado;

• Delimitar a área afetada e sinalizá-la, não permitindo acesso de pessoas não autorizadas;

• Avisar imediatamente as autoridades competentes e o embarcador;

• Utilizar uma neblina de água para diminuir a presença de vapores que possam ser liberados. Não manter jato d’água direto sobre a substância, pois existe o risco de aumentar a área em que o produto está espalhado;

• Manter materiais combustíveis (madeira, papel, petróleo etc.) fora do alcance do produto derramado;

• Para absorção do combustível, utilizar absorventes minerais e serragem;

• Evitar que o produto se alastre e contamine o meio ambiente, pro-videnciando uma canaleta de contenção ou levantando um dique.

2. Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combus-tão espontânea; substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis

O Manual de Ensaios e Critérios das Nações Unidas apresenta mé-todos e critérios de ensaio acompanhados de recomendações sobre sua aplicação, para a classificação dos tipos de substâncias da Classe 4, que está dividida em três subclasses, descritas a seguir:

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a) Subclasse 4.1 - Sólidos inflamáveis

• Sólidos inflamáveis: produtos que sejam facilmente combustíveis, ou que, por atrito, possam causar fogo ou contribuir para a combus-tão. Sólidos facilmente combustíveis são substâncias em forma de pó, granuladas ou em pasta que são perigosas quando facilmente inflamadas, por breve contato com uma fonte de ignição;

• Substâncias autorreagentes: substâncias termicamente instáveis, passíveis de sofrer decomposição fortemente exotérmica (libera grande quantidade de calor), mesmo sem a participação do oxigê-nio. A decomposição de substâncias autorreagentes pode ser iniciada por calor, atrito, impacto ou contato com impurezas catalíticas e pode provocar desprendimento de gases ou vapores tóxicos, especialmen-te quando não há ignição;

• Explosivos sólidos insensibilizados que podem explodir se não estive-rem suficientemente diluídos. São substâncias que são umedecidas com água ou álcool ou diluídas com outras substâncias, formando uma mistu-ra sólida homogênea, para suprimir suas propriedades explosivas.

b) Subclasse 4.2 - Substâncias sujeitas à combustão espontânea

São substâncias sujeitas a aquecimento espontâneo em condições nor-mais de transporte, ou a aquecimento em contato com ar, podendo inflamar-se.

• Sólidos pirofóricos: misturas e soluções líquidas que, mesmo em pequenas quantidades, inflamam-se dentro de cinco minutos após contato com o ar;

• Substâncias sujeitas ao autoaquecimento: que, em contato com o ar, sem fornecimento de energia, podem autoaquecer-se. Essas substâncias somente inflamam-se quando reunidas em grandes quantidades (quilogramas) e após longos períodos (horas ou dias).

c) Subclasse 4.3 - Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis

Substâncias que, por interação com água, podem tornar-se espon-taneamente inflamáveis ou liberar gases inflamáveis em quantidades perigosas, formando misturas explosivas com o ar. Tais misturas são fa-cilmente inflamadas por qualquer fonte de ignição comum. A onda de explosão e as chamas resultantes podem trazer riscos para as pessoas e para o meio ambiente.

2.1 Comportamento preventivo do condutor

A carga e a descarga de sólidos inflamáveis embalados ou a granel deverá sempre ser feita por pessoal treinado para tal função. No caso de embalagens de pequeno porte, as mesmas deverão ser colocadas em peletes sobre estrados a serem levantados e movimentados para locais apropriados por empilhadeiras. Embalagens de grande porte deverão ser carregadas ou descarregadas de forma individualizada por empilhadeiras apropriadas para o peso e tamanho da embalagem a ser movimentada.

Se o produto for transportado a granel, o mesmo deverá estar em-balado em contêineres que serão levantados por guindastes apropriados para o tamanho do contêiner em questão. No momento do carregamento e descarregamento de sólidos inflamáveis, não há envolvimento do moto-rista, salvo em situações onde o controle do veículo de transporte deverá ser feito de forma conjunta com o procedimento de carga e descarga.

O autoaquecimen-to de substâncias, capaz de provocar combustão espontâ-nea, é causado pela reação da substância com oxigênio (do ar) e o calor gerado não é disperso com sufi ciente rapidez. Ocorre combustão espontânea quando a taxa de produção de calor excede a taxa de perda e a tempe-ratura de autoignição é atingida.

Vamos relembrar alguns exemplos de produtos perigosos da Classe 4.Subclasse 4.1: Só-lidos infl amáveis. Exemplo: Nitrocelu-lose umedecida.Subclasse 4.2: Subs-tâncias sujeitas à combustão espontâ-nea. Exemplo: Car-vão, fósforo.Subclasse 4.3: Substâncias que, em contato com a água, emitem gases infl a-máveis. Exemplo: Carbureto de cálcio.

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

2.2 Procedimentos em casos de emergência no transporte de só-lidos inflamáveis

a) Procedimentos para emergências com produtos da Subclasse 4.1

Em caso de incêndios de pequenas proporções, cobrir com areia, terra ou neblina de água e manter molhado com água até que chegue aju-da especializada em remoção e limpeza de áreas de acidentes.

Em caso de incêndios de grandes proporções é recomendado:

• Utilizar-se de neblina de água;

• Não espalhar o produto derramado com jatos de água de alta pres-são, pois pode aumentar a área de derramamento e a área de risco;

• Remover os recipientes da área de fogo, se isso puder ser feito sem risco para a integridade física do motorista;

• Resfriar lateralmente, com água, os recipientes que estiverem ex-postos às chamas, mesmo após a extinção do fogo;

• Manter-se longe dos tanques;

• Em caso de fogo intenso usar mangueiras com suporte manejadas à distância ou canhão monitor. Se isso não for possível, abandonar a área, deixar queimar e esperar por socorro especializado.

Em caso de derramamento ou vazamento:

• Não tocar no produto derramado;

• Tentar estancar o vazamento, se isso puder ser feito sem risco;

• Usar neblina de água para reduzir os vapores, mas ficar atento para o fato de que isso não evitará a ignição em locais fechados.

b) Procedimentos para emergências com produtos da Subclasse 4.2

Esses produtos podem reinflamar mesmo após o fogo ter sido ex-tinto, portanto demandam atenção constante até que o problema seja solucionado.

Em caso de fogo, alguns desses produtos podem reagir violentamen-te com água, causando explosões ou liberação de gases explosivos. Em in-cêndios de pequenas proporções, utilizar pó químico, carbonato de sódio, cal ou areia para extinguir o fogo. Em incêndios de grandes proporções, deve-se inundar a área com água, mantendo-se à distância, mas garantin-do que não haja escoamento para esgotos, lagos, rios etc.

• Não deixar penetrar água nos recipientes;

• Remover os recipientes do fogo, se isso puder ser feito sem risco;

• Resfriar lateralmente, com água, os recipientes que estiverem ex-postos às chamas, mesmo após a extinção do fogo;

• Em caso de fogo intenso em áreas de carga, usar mangueiras com suporte manejadas à distância ou canhão monitor. Se isso não for possível, abandonar a área e deixar queimar até a chegada de ajuda especializada.

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Em caso de derramamento ou vazamento:

• Não tocar no produto derramado, estancar o vazamento se isso puder ser feito sem risco;

• Não deixar penetrar água dentro dos recipientes.

c) Procedimentos para emergências com produtos da Subclasse 4.3

São substâncias que podem se inflamar em presença de umidade. Em contato com água, produzem gás inflamável. Em caso de fogo:

• Não usar água ou espuma;

• Em incêndios de pequenas proporções, utilizar pó químico, carbo-nato de sódio, cal ou areia para extinguir o fogo;

• Em incêndios de grandes proporções, abandonar a área e deixar o fogo queimar;

• Remover os recipientes do fogo, se isso puder ser feito sem risco.

Em caso de derramamento ou vazamento:

• Eliminar fontes de ignição, impedir fagulhas, chamas e não fumar na área de risco;

• Não tocar no produto derramado;

• Não jogar água no produto derramado e não deixar penetrar água dentro dos recipientes.

2.3 Produtos que necessitam de controle de temperatura

As substâncias autorreagentes estão sujeitas a controle de tempe-ratura durante o transporte caso a sua temperatura de decomposição au-toacelerável (TDAA) for igual ou inferior a 55ºC.

a) Insensibilização de substâncias autorreagentes

Para garantir segurança no transporte, as substâncias autorreagen-tes podem ser insensibilizadas com o uso de diluentes compatíveis. São considerados diluentes compatíveis aqueles sólidos ou líquidos que não tenham influência prejudicial sobre a estabilidade térmica nem sobre o tipo de risco da substância autorreagente.

Diluentes líquidos em formulações líquidas que exijam controle de temperatura devem ter ponto de ebulição não-inferior a 60ºC e ponto de fulgor não-inferior a 5ºC. O ponto de ebulição deve ser de, no mínimo, 50ºC acima da temperatura de controle da substância autorreagente.

A substância autorreagente deve ser previamente ensaiada com o diluente, na concentração e na forma adotadas no transporte. Não se devem empregar diluentes que, em caso de vazamentos, permitam concentrações perigosas da subs-tância autorreagente.

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CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

b) Exigências de controle de temperatura

As substâncias autorreagentes estão sujeitas a controle de tem-peratura durante o transporte caso a sua temperatura de decomposição autoacelerável (TDAA) for igual ou inferior a 55ºC.

ConClusão

O segmento de transporte de produtos perigosos configura uma atividade essencial, pois compreende, além da movimentação em âmbito doméstico, a realização de fluxos de importação e exportação. Por este motivo, alguns cuidados são exigidos para garantir maior segurança no transporte de líquidos e sólidos inflamáveis.

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Em caso de derramamento ou vazamento de sólidos inflamáveis, recomenda-se ao condutor:

( ) Impedir fagulhas, chamas e não fumar na área de risco.

( ) Jogar água no produto derramado .

( ) Não tocar no produto derramado.

( ) Eliminar fontes de ignição.

2) Substâncias da Subclasse 4.3 são aquelas que, em contato com água, emitem gases inflamáveis em quantidades perigosas, que podem formar misturas explosivas com o ar.

( ) Certo ( ) Errado

3) Líquidos inflamáveis são líquidos, misturas de líquidos, ou líquidos contendo sóli-dos em solução ou em suspensão que produzem vapores inflamáveis a temperaturas de até 60,5ºC, em teste de vaso fechado, conforme normas brasileiras ou normas interna-cionalmente aceitas.

( ) Certo ( ) Errado

4) São exemplos de substâncias da Classe 4, sujeitas à combustão expontânea:

( ) Líquidos pirofóricos.

( ) Substâncias sujeitas ao autoaquecimento.

( ) Butano e propano.

( ) Sólidos pirofóricos.

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SUBSTÂNCIAS OxIDANTES, PERÓxIDOS ORGÂNICOS, TÓxICAS, INFECTANTES, MATERIAL RADIOATIVO, CORROSIVAS E ARTIGOS PERIGOSOS DIVERSOS

UNIDADE

4

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181

ApresentAção

Nesta unidade vamos conhecer os procedimentos de segurança e cuidados no manuseio, transporte, embarque e desembarque de produ-tos perigosos da Classe 5 (Oxidantes e peróxidos orgânicos), da Classe 6 (Tóxicas e infectantes), da Classe 7 (Material radioativo), da Classe 8 (Substâncias corrosivas) e por fim, da Classe 9 (Substâncias e artigos perigosos diversos).

objetivos

Os objetivos desta unidade são:

• Apresentar as classes 5, 6, 7, 8 e 9;

• Conhecer o comportamento preventivo do condutor;

• Apresentar os procedimentos em casos de emergência.

Desenvolvimento

1. Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos

A classificação adotada para as substâncias oxidantes e dos peróxi-dos orgânicos, feita com base no tipo de risco que apresentam e conforme as Recomendações para o Transporte de Produtos Peri-gosos das Nações Unidas, é a da Classe 5 e são subdivi-didas em duas subclasses:

a) Subclasse 5.1 - Substâncias oxidantes

Oxidantes são substâncias que, embora não sen-do necessariamente combustíveis, podem, em geral por liberação de oxigênio, causar a combustão de outros materiais ou contribuir para isto. Substância que libera oxigênio estimulando a combustão de material orgâni-co, ou que retira elétrons de outra.

b) Subclasse 5.2 - Peróxidos orgânicos

Os peróxidos orgânicos, agentes de alto poder oxidante, são substâncias termicamente instáveis e po-dem sofrer uma decomposição exotérmica autoacele-rável. Além disso, podem apresentar uma ou mais das seguintes propriedades: serem sujeitos a decomposi-ção explosiva, queimarem rapidamente, serem sensíveis a choque ou a atrito, reagirem perigosamente com outras substâncias, causarem danos aos olhos.

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1.1 Tipos de oxidantes e peróxidos orgânicos

São exemplos de agentes oxidantes, os peróxidos, nitratos, broma-tos, cromatos, cloratos, dicromatos, percloratos e permanganatos.

bromatos O bromato de potássio, por exemplo, é um produto químico que favorece o cres-cimento da massa do pão. Seu uso é proibido pela legislação brasileira. O ácido ascórbico o substitui com vantagens na panificação.

Cloratos, percloratos e nitratos

Os cloratos e os nitratos de sódio, bário, magnésio e cálcio, bem como os perclora-tos de potássio, usados na fabricação de foguetes para espetáculo pirotécnico em festas e comemorações, são elementos químicos que, adicionado junto à mistura explosiva, possibilitam a obtenção de diferentes cores.

Cromatos O cromato de potássio, K, é empregado no processo de curtição de couros.permanganatos Como exemplo cita-se o permanganato de potássio, composto largamente utili-

zado como agente oxidante poderoso e como desinfetante numa variedade de aplicações e como reagente analítico. É solúvel em água, acetona e metanol.

peróxidos Como o de hidrogênio, presentes na água oxigenada.

1.2 Comportamento preventivo do condutor

Para o transporte de produtos da Classe 5, deverão ser observadas algumas medidas de segurança no embarque.

a) Substâncias Oxidantes

• As embalagens que contenham substâncias oxidantes devem ser manuseadas com cuidado e arrumadas de tal forma que não caiam ou tombem durante o manuseio ou o transporte.

• Antes do carregamento, as unidades de transporte destinadas a receber produtos oxidantes devem ser cuidadosamente limpas e, em particular, livres de quaisquer resíduos combustíveis.

• É proibido utilizar materiais facilmente inflamáveis para estivar as embalagens no veículo.

b) Peróxidos Orgânicos

• Os veículos destinados a transportar peróxidos orgânicos devem ser cuidadosamente limpos antes do carregamento.

• Quando em um contêiner, veículo de carga ou unidade de carga for reunido um certo número de embalagens contendo peróxidos orgânicos, a quantidade total desses produtos, o tipo e o número de embalagens e sua arrumação devem ser tais que não criem risco de explosão. O expedidor é responsável por essa avaliação.

• As embalagens contendo produtos desta Subclasse devem ser arrumadas sobre o veículo de forma que, no destino, possam ser descarregadas uma a uma, sem que seja necessário re-arrumar o carregamento. Devem ser mantidas de pé, acondicionadas de modo que não tombem ou caiam e estejam protegidas de qualquer dano provocado por outras embalagens.

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• É proibido utilizar materiais facilmente inflamáveis para estivar as embalagens nos veículos.

• Embalagens contendo produtos que se decompõem com facilida-de à temperatura ambiente não devem ser colocadas sobre outras mercadorias.

• Certos peróxidos orgânicos devem ter sua temperatura controla-da durante o transporte. Mais adiante explicitaremos algumas reco-mendações para o transporte seguro desses produtos.

• Durante o transporte de produtos que se decompõem com facili-dade à temperatura ambiente, as paradas por necessidade de ser-viço devem, tanto quanto possível, ser efetuadas longe de locais habitados e de grande fluxo de pessoas. Se for imperioso fazer uma parada prolongada nas proximidades de tais lugares, as autoridades devem ser notificadas o mais rápido possível.

• Deve-se evitar o contato de peróxidos orgânicos com os olhos. Alguns desses peróxidos podem provocar sérios ferimentos na cór-nea, mesmo por breve contato, ou corroer a pele.

• Após o embarque e verificação das cargas, o veículo estará pron-to a partir para o itinerário previsto. Durante esse percurso, outras medidas deverão ser tomadas.

1.3 Compatibilidade

Os agentes oxidantes não devem ter contato com combustíveis, tais como inflamáveis, substâncias orgânicas, agentes desidratantes ou agentes redutores. Por este motivo, quaisquer atividades que necessi-tem o transporte e o armazenamento, devem ser executadas de tal ma-neira que as substâncias da coluna da esquerda, acidentalmente, não entrem em contato com as correspondentes substâncias químicas na coluna do lado direito.

Cloratos de sódio Ácidos, sais de amônio, matéria oxidável, metais em pó, anidrido acé-tico, bismuto, álcool pentóxido, fósforo, papel, madeira.

peróxidos (orgânicos) Ácido (mineral ou orgânico).Cloratos e percloratos Ácidos, alumínio, sais de amônio, cianetos, ácidos, metais em pó, enxo-

fre, fósforo, substâncias orgânicas oxidáveis ou combustíveis, açúcar e sulfetos.

Cloratos ou percloratos de potássio Ácidos ou seus vapores, matéria combustível, (especialmente solven-tes orgânicos), fósforo e enxofre.

nitrato Matéria combustível, ésteres, fósforo, acetato de sódio, cloreto estag-noso, água e zinco em pó.

permanganato de potássio Benzaldeído, glicerina, etilenoglicol, ácido sulfúrico, enxofre, piridina, dimetilformamida, ácido clorídrico, substâncias oxidáveis.

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1.4 Procedimentos em casos de emergência no transporte de substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos

a) Substâncias oxidantes

No caso de acidente com substâncias oxidantes, a carga acelera a combustão, pode se decompor quando aquecida ou envolvida no fogo e explodir com o calor ou contaminação.

Ações de emergência:

• No caso de derramamento/ vazamento do produto, deve-se iso-lar imediatamente a área, num raio de 25 a 50 metros, em todas as direções;

• Manter as pessoas afastadas;

• Permanecer afastado de áreas baixas, tendo o vento pelas costas;

• Verificar espaços fechados antes de entrar;

• Para grandes derramamentos considerar a evacuação inicial no sentido do vento a uma distância de, pelo menos, 100 metros;

• Se a carreta ou vagão tanque estiver envolvida(o) no fogo, ISOLAR a área num raio de 800 metros (e de 500 metros para substâncias tóxicas sólidas) em todas as direções. Considere a possibilidade de evacuação da área isolada.

Não permitir a entrada de água nos recipientes com substâncias oxi-dantes tóxicas líquidas e as que reagem com água. No caso específico de substâncias oxidantes instáveis, não permitir a entrada em cursos d’água, rede de esgotos, porões ou áreas confinadas. Em substâncias oxidantes que reagem com água devem ter eliminadas todas as fontes de ignição. Impedir fagulhas ou chamas. Não fumar perto dos recipientes.

Na ocorrência de pequenos derramamentos secos de substâncias oxidantes, é necessário recolher o material com uma pá limpa, colocar em um recipiente seco com tampa e remover os recipientes da área do derramamento.

Para os pequenos derramamentos líquidos de substâncias oxidan-tes, deve-se utilizar terra, areia ou outro material não combustível para absorver o produto e colocar em um recipiente para posterior descarte. Lavar a área com grandes quantidades de água quando se tratar de subs-tâncias tóxicas instáveis.

As substâncias oxidantes podem inflamar materiais como ma-deira, papel, óleo, tecidos etc. e algumas reagem explosiva-mente em contato com hidrocarbonetos (gasolina, diesel etc.). O recipiente que as contém pode explodir se aquecido. Além disso, o escoamento do produto para a rede de esgotos pode criar risco de fogo ou explosão.

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No caso de substâncias que reagem com água, é necessário cobrir com terra ou areia seca ou outro material não combustível e em seguida utilizar folha plástica para evitar que o produto se espalhe ou tenha con-tato com a chuva.

No caso de incêndio de pequenas proporções envolvendo substân-cias oxidantes, não deve ser utilizado pó químico ou espuma. Em caso de incêndios de grandes proporções deve-se:

• Inundar a área com água a uma distância segura;

• Afastar os recipientes da área do fogo, se isto puder ser feito sem risco;

• Não remover a carga ou o veículo, se estiverem expostos ao calor;

• Combater o fogo de uma distância segura utilizando mangueiras com suporte ou canhão monitor;

• Resfriar lateralmente com água os recipientes expostos às cha-mas; mesmo após o fogo ter sido extinto;

• Manter-se sempre longe das extremidades dos tanques;

• Em caso de fogo intenso, utilizar mangueiras com suporte ou ca-nhão monitor. Se não for possível, abandone a área e deixe queimar;

• Nos casos de produtos que reagem com água, utilizar areia seca, pó químico ou barrilha. Se isto não for possível, abandone a área e deixe queimar.

b) Peróxidos orgânicos

Há procedimentos comuns e específicos para os peróxidos orgâ-nicos quando tratarem de substâncias sensíveis ao calor e contamina-ção, sensíveis também ao atrito e contaminação, altamente irritantes e aquelas que necessitam, mesmo durante o transporte, manter a tempe-ratura controlada.

No caso de acidente com os peróxidos orgânicos, a carga pode ex-plodir com o calor ou contaminação. Os peróxidos orgânicos podem infla-mar materiais como madeira, papel, óleo, tecidos etc. e inflamar-se pelo calor, fagulhas ou chamas. Pode ainda queimar rapidamente, apresen-tando labaredas. O recipiente que os contém pode explodir se aquecido. Além disso, o escoamento do produto para a rede de esgotos pode criar risco de fogo ou explosão.

Ações de emergência:

No caso de derramamento ou vazamento, isolar imediatamente a área num raio de 25 a 50 metros (e de 50 a 100 metros para os peróxidos com temperatura controlada) em todas as direções. Além disso, é preciso:

• Manter as pessoas afastadas;

• Permanecer afastado de áreas baixas, tendo o vento pelas costas;

• Verificar espaços fechados antes de entrar;

• No caso de produtos com temperatura controlada sensíveis ao ca-lor e contaminação, não permitir o aquecimento do produto. Obte-nha nitrogênio líquido, gelo seco ou gelo comum para resfriamento do material. Se isto não for possível, evacue a área imediatamente.

Em grandes derra-mamentos de subs-tâncias tóxicas, deve-se confi nar o fl uxo longe do der-ramamento líquido, para posterior des-carte, acompanhar o recolhimento do produto e lavar a área com água. Porém, no caso das substâncias instáveis e as que reagem com água, não se deve lavar a área ou descartar o produto, exceto sob supervisão de um especialista.

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Para grandes derramamentos, considerar a evacuação inicial no sentido do vento a uma distância e, pelo menos, 250 metros. Se a carreta ou vagão tanque estiver envolvida(o) no fogo, isolar a área num raio de 800 metros em todas as direções. Considere a possibilidade de evacuação da área isolada.

No caso de incêndio de pequenas proporções envolvendo peróxi-dos orgânicos deve-se utilizar pó químico, CO2, espuma ou neblina de água, de preferência. E para os peróxidos com temperatura controlada, ressalta-se que a temperatura da substância deve ser mantida abaixo da temperatura de controle.

Em caso de incêndios de grandes proporções:

• Inundar a área com água de uma distância segura;

• Não usar jato d’água de forma direta;

• Afastar os recipientes da área do fogo, se isto puder ser feito sem risco;

• Resfriar lateralmente com água os recipientes expostos às cha-mas, mesmo após o fogo ter sido extinto;

• Manter-se sempre longe das extremidades dos tanques;

• Em caso de fogo intenso, utilizar mangueiras com suporte ou canhão monitor. Se não for possível, abandonar a área e deixar queimar;

• Não mover o veículo se a carga estiver exposta ao calor;

• Combater o fogo de uma distância segura utilizando mangueiras com suporte ou canhão monitor.

1.5 Produtos que necessitam de controle de temperatura.

Os Peróxidos orgânicos são passíveis de decomposição exotérmica à temperatura normal ou a temperaturas elevadas. A decomposição pode ser iniciada por calor, contato com impurezas, atrito ou impacto. A taxa de decomposição aumenta com a temperatura e varia com a formulação do peróxido orgânico.

Na ocorrência de pequenos derramamentos de peróxidos orgânicos, absorver o produto com material inerte e não combustível e utilizar ferramentas limpas que não provoquem faíscas e recolher o material com recipientes plásticos com tampa, para posterior descarte. Em grandes derramamentos de peróxidos or-gânicos, molhar o produto com água e confiná-lo para posterior descarte. Não permitir a entrada em cursos d’água, bueiros ou áreas confinadas e não lavar a área ou descartar o produto, exceto sob supervisão de um especialista.

A decomposição pode provocar desprendimento de gases ou vapores nocivos ou infl amá-veis. Assim, certos peróxidos orgâ-nicos devem ter sua temperatura controlada durante o transporte.

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Todos os peróxidos orgânicos devem ser protegidos da ação direta do sol e de qualquer fonte de calor e mantidos em locais bem ventilados. Determinados peróxidos orgânicos só podem ser transportados em con-dições em que a temperatura seja controlada.

Temperatura de controle é a temperatura máxima à qual o peróxido orgânico pode ser transportado em segurança. Presume-se que, durante o transporte, a temperatura nas imediações da embalagem não exceda a 55°C, e que atinja este valor por um período relativamente curto em cada período de 24 horas. Se um peróxido orgânico que normalmente não exige controle de temperatura for transportado em condições tais que a temperatura possa exceder a 55°C, pode ser necessário controlar a temperatura.

Na eventualidade de perda de controle da temperatura, pode ser necessário adotar procedimentos de emergência. Temperatura de emer-gência é aquela à qual se devem adotar procedimentos de emergência.

A manutenção das temperaturas prescritas é um fator essencial para o transporte seguro de muitos peróxidos orgânicos. Em geral, deve haver:

• Exame rigoroso da unidade de transporte antes do carregamento;

• Instruções detalhadas para o transportador a respeito da opera-ção do sistema de refrigeração;

• Procedimentos a adotar na eventualidade de perda de controle;

• Monitoração regular das temperaturas de operação;

• Provisão de sistema de refrigeração alternativo ou de peças so-bressalentes.

Controles e sensores de temperatura no sistema de refrigeração de-vem ser de fácil acesso e todas as conexões elétricas devem ter proteção contra as adversidades climáticas. A temperatura do ar dentro da unidade de transporte deve ser medida por dois sensores independentes e seus valores devem ser registrados, de modo a permitir a rápida identificação das variações de temperatura. Esta deve ser verificada e registrada a cada quatro a seis horas.

Quando forem transportadas substâncias com temperatura de con-trole inferior a 25°C, a unidade de transporte deve ser equipada com alarmes visuais e sonoros, com alimentação de energia independente do sistema de refrigeração e calibrados para disparar à temperatura de con-trole ou abaixo dela.

Se durante o transporte for excedida a temperatura de controle, deve ser iniciado um procedimento de alerta, envolvendo qualquer re-paro necessário do sistema de refrigeração, ou um aumento da capaci-dade de resfriamento (por exemplo, pela adição de líquido ou sólido re-frigerante). Deve haver, também, verificação frequente da temperatura e preparação para implementação dos procedimentos de emergência. Se a temperatura de emergência for atingida, devem ser adotados os procedimentos de emergência.

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2. Substâncias tóxicas e substâncias infectantes

As substâncias da Classe 6 estão subdivididas da seguinte forma:

a) Subclasse 6.1 - Substâncias tóxicas

São substâncias capazes de provocar morte, lesões graves ou da-nos à saúde humana, se ingeridas ou inaladas, ou se entrarem em contato com a pele. Devem ser examinadas três possíveis vias de exposição das substâncias tóxicas. Essas vias de exposição são por meio de:

• Ingestão oral;

• Contato dérmico;

• Inalação de pós, neblinas ou vapores.

b) Subclasse 6.2 - Substâncias infectantes

São substâncias que contenham patógenos ou estejam sob suspei-ta razoável de tal. Patógenos são microorganismos (incluindo bactérias, vírus, parasitas, fungos) ou microorganismos recombinantes (híbridos ou mutantes) que possam ou estejam sob suspeita razoável de poderem provocar doenças infecciosas em seres humanos ou em animais. Devem ser examinadas três possíveis vias de exposição das substâncias tóxicas. Essas vias de exposição são por meio de:

• Ingestão oral;

• Contato dérmico;

• Inalação de pós, neblinas ou vapores.

2.1 Comportamento preventivo do condutor

Procedimentos indicados para garantir a segurança no transporte de substâncias tóxicas e infectantes:

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• Os produtos dessa Classe deverão ser isolados de gêneros alimen-tícios ou medicamentos para uso humano ou animal;

• Não transportar em furgão onde os vapores podem ser inalados pela tripulação;

• Substâncias tóxicas não deverão ser carregadas ou descarrega-das em locais públicos ou próximos a concentrações de pessoas, sem autorização de órgãos ou autoridades competentes;

• As embalagens não devem apresentar sinais de violação ou de-terioração;

• As embalagens devem ser arrumadas no veículo de forma a evitar choques ou atritos que possam danificá-las;

• As embalagens devem ser protegidas da ação do calor;

• É fundamental o uso de equipamentos de proteção individual ao manipular produtos dessa Classe;

• O veículo transportador de substâncias dessa Classe, após a des-carga, deverá ser devidamente descontaminado em local previa-mente licenciado pelo órgão de controle ambiental;

• O transporte de substâncias infectantes requer ação coordenada entre o expedidor, o transportador, e o destinatário para garantir segurança.

2.2 Procedimentos em casos de emergência no transporte de substâncias tóxicas e substâncias infectantes

Os efeitos gerados, a partir da exposição com substâncias tóxicas, estão relacionados com o grau de toxicidade e o tempo de exposição ou dose. Em função do alto risco apresentado pelos produtos dessa Classe, durante as operações de atendimento à emergência, é necessária a utili-zação de equipamentos de proteção respiratória.

Quanto à escolha do filtro adequado, é indispensável que o produ-to presente na atmosfera seja previamente identificado. Já os conjun-tos autônomos de respiração de ar comprimido devem ser utilizados em ambientes confinados, em situações onde o produto envolvido não está identificado ou em atmosferas com altas concentrações de poluentes.

Normalmente os produtos tóxicos podem ser detectados pelo olfa-to, no entanto, como nem sempre isso ocorre, algumas substâncias inodo-ras à capacidade de inibir o sentido olfativo podem conduzir o indivíduo a situações de risco. O gás sulfídrico, por exemplo, apresenta um odor característico em baixas concentrações, porém, em altas concentrações pode inibir a capacidade olfativa.

Entre esses equipamentos, destacam-se as máscaras faciais com filtros químicos e os conjuntos autônomos de respiração e ar comprimido. Lembre-se de que filtros químicos retêm os poluentes atmosféricos, exigindo a presença de oxigênio no ambiente. Dependendo da concen-tração dos contaminantes, os filtros podem saturar-se rapidamente.

Devido ao alto grau de toxicidade de alguns produtos é necessário lembrar que a operação de contenção é de fundamental impor-tância para evitar a contaminação dos corpos d’água.

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3. Substâncias radioativas

Substância radioativa é qualquer substância que emita espontane-amente uma quantidade significante de radiação e que seja classificada nos regulamentos de transporte seguro de substâncias radioativas tanto da da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) quanto da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA). O que faz da substância radioa-tiva um produto perigoso é o dano que esta pode causar à saúde humana e animal e ao meio ambiente.

3.1 Legislação específica pertinente

O transporte de substâncias radioativas é um procedimento contro-lado de forma bastante rígida por normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). As normas da CNEN estabelecem os requisitos de radioproteção e segurança com o objetivo de expor pessoas, bens e o meio ambiente com um nível mínimo de controle da eventual exposição à radioatividade. Tais normas compreendem:

a) Especificidades sobre substâncias radioativas a serem transportadas;

b) A seleção do tipo de embalado (volume a ser transportado);

c) Especificações dos requisitos de projeto e de ensaios de aceita-ção de embalados;

d) Disposições sobre o transporte propriamente dito;

e) Responsabilidades e requisitos administrativos.

No contexto do transporte de substâncias radioativas, as nor-mas são aplicadas às seguintes situações: ao transporte tanto por água, ar e, principalmente, por terra; ao projeto, fabricação, ensaio e manutenção de embalagens, à preparação, expedição, manuseio, carregamento, armazenamento em trânsito e recebimento no des-tino final dos embalados e ao transporte de embalagens vazias, que tenham contido material radioativo.

3.2 Classificação dos materiais radioativos

De acordo com as normas da CNEN (CNEN-NE-5.01), para fins de transporte, as substâncias radioativas são classificadas de acordo com as seguintes especificações:

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a) Material radioativo: qualquer material com atividade específica superior a 70 kBq (ou aproximadamente 2 x 109 Ci/g ou2 nCi/g);

b) Substância radioativa sob forma especial: substância radioativa sólida não dispersiva ou substância radioativa contida em cápsula selada que satisfaça os requisitos específicos das normas da CNEN;

c) Material Físsil: substância radioativa como o plutônio-238, plutô-nio-239, plutônio-241, urânio 235;

d) Tório não irradiado: tório contendo, no máximo, 10-7g de urânio-233, por grama de tório-232;

e) Tório natural: tório quimicamente separado contendo seus isóto-pos naturais;

f) Urânio empobrecido: urânio contendo menos de 0,72% em massa de urânio-235;

g) Urânio enriquecido: urânio contendo mais de 0,72% em massa de urânio-235;

h) Urânio não irradiado: urânio contendo, no máximo, 10-6g de plu-tônio por grama de urânio-235 e uma atividade de produtos de fis-são não superior a 9Mbq (0,20 mCi) por grama de urânio-235;

i) Urânio natural: urânio quimicamente separado contendo seus isó-topos naturais;

j) Material de baixa atividade específica: substância radioativa que tem, por natureza, uma atividade específica limitada;

k) Atividade específica: atividade de um radionuclídeo por unidade de massa da substância radioativa;

l) Material com contaminação superficial.

3.3 Comportamento preventivo do condutor

São muitos os riscos para a saúde e entre eles estão a exposição à radiação externa do produto radioativo não blindado, à radiação in-terna por inalação, ingestão ou absorção através da pele e ao produto radioativo, cujo grau de risco varia muito dependendo do tipo e quan-tidade deste produto.

Adicionalmente, deve-se atentar para a possível contaminação com as águas residuais de controle do fogo e as águas de diluição que podem causar poluição e exposição de pessoas, animais e o meio ambiente à contaminação.

3.4 Procedimentos em casos de emergência no transporte de substâncias radioativas

Na eventualidade de um acidente durante o transporte de materiais radioativos, deve-se inicialmente manter as pessoas afastadas do derra-mamento, a uma distância de pelo menos 50 metros e com o vento pelas

Alguns dos produtos radioativos podem queimar, entretanto nenhum deles se in-fl ama facilmente. Se houver chance de remover feridos não críticos e embala-dos não danifi cados, seguindo os precei-tos de segurança, o motorista deve fazê-lo.

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costas. Distâncias maiores poderão ser necessárias dependendo do tipo de acidente e se recomendadas por autoridades em radiação.

Equipamentos autônomos de respiração, bem como equipamentos de proteção individual utilizados no combate ao fogo, oferecem proteção limitada somente se o tempo de exposição aos produtos radioativos for curto. Na eventualidade de existirem pessoas não feridas e equipamentos que tenham sido expostos ao produto radioativo, deve-se retê-los até a chegada de pessoal qualificado ou de instruções das autoridades compe-tentes em radiação.

A limpeza do local contaminado deverá, obrigatoriamente, ser feita por pessoa qualificada, seguindo as instruções das autoridades em radia-ção. Na ocorrência de incêndio após o acidente, tentar remover os reci-pientes não danificados para longe da área do fogo sem, contudo, remo-ver recipientes danificados e sofrer exposição à radiação.

No caso de incêndios de pequenas proporções e que possam ser fa-cilmente controlados, utilizar pó químico, C02, Halon, neblina de água ou espuma normal. Entretanto, no caso de incêndios de grandes proporções, utilizar neblina de água sempre em grandes quantidades. Se o fogo for intenso em áreas de carga, utilizar mangueiras com suporte manejadas à distância ou com auxílio de canhão monitor, mantendo sempre a maior distância possível do fogo e dos tanques.

Se um volume com materiais radioati-vos for danifi cado, apresentar falhas, ou for envolvido em acidente, a unidade de transporte e o local afetado devem ser isolados, a fi m de impedir o contato de pessoas com ma-teriais radioativos.

4. Substâncias corrosivas

São substâncias que podem estar no estado sólido ou líquido, cau-sando severas queimaduras quando em contato com tecidos vivos. Mes-mo em condições normais, algumas substâncias desta classe podem libe-rar vapores ou gases corrosivos e irritantes. Além disso, costumam reagir violentamente com a água, produzindo grande quantidade de calor.

Essas substâncias atacam materiais de diversos tipos, entre eles os metais e produtos têxteis. Em reação química com metais, pode ocorrer o desprendimento de gás altamente inflamável (hidrogênio).

Basicamente, existem dois principais grupos de materiais que apre-sentam estas propriedades, sendo conhecidos por ácidos e bases.

4.1 Comportamento preventivo do condutor

• Após descarregar produtos corrosivos, lavar e secar o tanque para receber outra carga.

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• Durante o transporte, evitar que as embalagens entrem em atrito, para evitar vazamentos.

• As embalagens devem ser manuseadas e arrumadas de tal forma que sejam impedidas de tombar. O material de manuseio deve ser resistente ao fogo.

• Os veículos destinados ao transporte de embalagens contendo es-ses produtos e que sejam também oxidantes, devem ser cuidadosa-mente limpos, em particular, de qualquer resíduo combustível, como palha, papéis, etc.

• A diluição com água ou a neutralização dos efeitos provocados por um corrosivo só podem ser feitas com auxílio de pessoal técnico.

4.2 Procedimentos em casos de emergência no transporte de substâncias corrosivas

No caso de derramamento, pode-se isolar a poça formada com o líquido colocando em volta terra ou areia. Entretanto, deve-se consultar a ficha de emergência para um procedimento mais adequado.

5. Substâncias perigosas diversas

Nas substâncias perigosas diversas, que representam a Classe 9, incluem-se as substâncias e artigos que, durante o transporte, apresen-tam um risco não abrangido por quaisquer das outras classes. Ressalta--se que a maioria dos produtos aí contidos refere-se às substâncias de risco baixo e/ ou moderado, porém podem inflamar-se com o atrito, ca-lor, fagulhas ou chamas.

5.1 Definições correlatas de reações dos produtos da Classe 9

• Polimerização – Reação química geralmente conduzida com catalisador, calor e energia, na qual dois ou mais compostos ou moléculas relativamente simples se combinam para formar ma-cromoléculas.

• Reignição – Situação em que o fogo retorna com a mesma in-tensidade.

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• Combustão – Processo de oxidação rápida autossustentada, acompanhada da liberação de luz e calor, de intensidades variá-veis. Os principais produtos da combustão e seus efeitos à vida humana são os gases (na maioria tóxicos), o calor (que pode provocar queimaduras, desidratação, exaustão etc.), as chamas (ao terem contato com a pele podem provocar queimaduras) e a fumaça (que é a maior causa de morte nos incêndios, pois prejudica a visibilidade, dificultando a fuga). Para que ocorra a combustão são necessários material oxidável (combustível), ma-terial oxidante (comburente), fonte de ignição (energia) e reação em cadeia.

• Ponto de fulgor – É a menor temperatura na qual um líquido combustível ou inflamável desprende vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável e queima quan-do está presente uma fonte de ignição (faíscas, chamas etc.). O ponto de fulgor do produto é informado na Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico, como: inflamável, não infla-mável e parcialmente não inflamável (pois pode causar fogo em contato com combustíveis ou com material iodonizado etc.).

• Ignição – É o agente que dá o início ao processo de combustão, introduzindo na mistura combustível/ comburente, a energia mí-nima inicial necessária. As fontes de ignição mais comuns nos incêndios são: chamas, superfícies aquecidas, fagulhas, cente-lhas e arcos elétricos (além dos raios, que são fontes naturais de ignição).

• Sistemas de descarga – Componentes destinados a evitar o aparecimento de cargas eletrostáticas potencialmente perigo-sas. Equipamentos e demais dispositivos operacionais fixados nos tanques metálicos, que contêm produtos perigosos, devem dispor de sistema para descarga da eletricidade estática acu-mulada, que permita o seu aterramento quando da operação de carga e descarga do produto.

• Decomposição – A decomposição é frequentemente uma re-ação química não desejada. A estabilidade de um componente químico é usualmente reduzida quando exposto a condições ambientais extremas, como por exemplo ao calor, à radiação, à umidade ou à acidez de um meio. O processo detalhado de decomposição não é geralmente bem definido. Através da de-composição, uma molécula quebra-se em uma diversidade de fragmentos menores.

• Explosão – Uma explosão é um processo de decomposição ace-lerada de um químico ou composto de químicos (genericamente chamado de explosivo). O processo de decomposição é acom-panhado da libertação de enormes quantidades de energia, na forma de luz, ruído, vibrações, pressão etc.

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5.2 Tipos de substâncias perigosas diversas

Fazem parte desta classe, por exemplo, as seguintes substâncias e artigos:

a) Acetaldeído amônia – Acelerador lento de vulcanização, produto de condensação; sólido cristalino branco não manchante.

b) Dióxido de Carbono (CO2) – É um gás inofensivo e o gelo seco é a solidificação de dióxido de carbono. O produto tem várias aplicações na indústria, é utilizado em bebidas (bebidas carbonatadas) para dar-lhes efervescência, e em extintores durante os incêndios para isolar o oxigê-nio do combustível.

c) Fertilizantes à base de nitrato de amônio – São misturas unifor-mes e não segregantes do tipo nitrogênio/ fosfato, nitrogênio/ potassa ou fertilizantes completos do tipo nitrogênio/ fosfato/ potassa, com até 70% de nitrato de amônio e, no máximo, 0,4% de material combustível adicionado total ou com até 45% de nitrato de amônio, sem restrições quanto ao teor de material combustível.

d) Polímeros, granulados, expansíveis – Desprendem vapores in-flamáveis. Substâncias constituídas de macro moléculas, formando uma mesma unidade estrutural, repetidas um grande número de vezes e que se ligam entre si.

e) Amianto azul (crocidolita), amianto marrom (amosita, misorita) ou amianto branco, (crisotila, actinólito, antofilita, tremolita). O amianto é um minério encontrado no solo e é muito utilizado pelo setor industrial. O marrom e o azul são os mais importantes economicamente e os mais prejudiciais à saúde, e por isso, são proibidos em vários países como França, Itália e Alemanha. O amianto é utilizado na produção de: caixas d`água, telhas onduladas e tubulações; produtos de fricção como lonas de freio e discos de embreagem; produtos têxteis, como luvas especiais, mangueiras e forração de roupas; filtros para líquidos de interesse co-mercial; de papéis e papelões; e de produtos de vedação para a indústria automotiva.

f) Farinha de peixe – (restos de peixe) estabilizada. A farinha de peixe é um dos produtos proteicos de origem animal mais utilizado em rações.

g) Bifenilas Policloradas – Compostos que tiveram várias aplicações industriais, usados com função isolante em transformadores e capacitores.

h) Baterias de Lítio – E as Baterias de Lítio, contidas em equipamen-tos. Essas baterias são compostas por dois eletrodos que intercalam íons de lítio em eletrólitos orgânicos e sal de lítio.

i) Atualmente as principais aplicações para as baterias são apare-lhos eletrônicos em geral, principalmente telefones celulares, computa-dores portáteis, câmera digital, vídeo câmera etc.

j) Motores de Combustão Interna – Inclusive quando instalados em máquinas ou veículos, têm sua força proveniente da expansão provocada pela queima do combustível em uma câmara interna do motor. O tipo de motor de combustão interna mais conhecido é o motor a pistão presente na maioria dos carros de passeio. Mas outros tipos de motores podem ser considerados de combustão interna, como o motor a jato, o motor Wankel, e até os motores dos foguetes.

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Além desses fazem parte das substâncias perigosas diversas:

k) As substâncias Ditionito de Zinco (Hidrossulfito de Zinco) e Dibro-modi-fluormetano;

l) Material magnetizado;

m) Mamona, grãos, farinha, pasta ou flocos;

n) Dispositivos salva-vidas, autoinfláveis e os não autoinfláveis, con-tendo produtos perigosos como equipamento;

o) Algumas substâncias que apresentam risco para o meio ambien-te, sólidas e/ ou líquidas (exemplos: óleo básico, óleo combustível, óleo combustível marítimo, alguns fungicidas, entre outros);

p) Cadeira de rodas elétrica com baterias.

5.3 Comportamento preventivo do condutor

Todos os caminhões que carregam produtos perigosos devem ter pla-cas que indiquem o produto e a classe de risco desse produto. Para fazer a sinalização dos caminhões, devem ser seguidas as recomendações da ONU (Organização das Nações Unidas). Nos caminhões de transporte há uma placa alaranjada com dois números. Essa placa é chamada de Painel de Segurança. Os números permitem identificar o produto e o possível risco. O número que aparece na parte de baixo é chamado Número ONU.

Dois produtos da Classe 9, o Dibromodifluormetado (num máximo de cinco litros) e o Nitrato de Amônio, fertilizantes (num máximo de cinco quilogramas) por recipiente interno, podem ser transportados de acordo com as disposições especiais, tendo em vista que apresentam em geral, riscos menores que os demais. Esses produtos, transportados de acordo com estas condições, devem ser acondicionados em recipientes internos colocados em embalagens externas adequadas. Para o transporte desses produtos são dispensadas algumas exigências, tais como:

a) Rótulos de risco e painéis de segurança afixados ao veículo;

b) Porte de equipamentos de proteção individual e de equipamen-tos para atendimento a situações de emergência, exceto extintores de incêndio;

c) Limitações quanto a itinerário, estacionamento e locais de carga e descarga;

d) Treinamento específico para o condutor de veículo;

e) Porte de Ficha de Emergência;

f) Porte de etiquetas nas embalagens;

g) Segregação entre produtos perigosos num veículo ou contêiner.

Porém, permanecem válidas as demais exigências regulamentares, tais como:

a) Precauções de manuseio (carga, descarga, estiva);

b) Inclusão, na documentação de transporte, do número e nome apropriado para embarque, classe do produto e declaração de conformi-dade com a regulamentação assinada pelo expedidor.

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5.4 Procedimentos em casos de emergência

No caso de derramamento/ vazamento de produtos classificados como substâncias perigosas diversas deve-se isolar imediatamente a área num raio de 10 a 25 metros (de 25 a 50 metros para os motores de combustão interna e cadeira de rodas elétrica com baterias, e de 50 a 100 metros para as baterias de lítio) em todas as direções. Além disso, é preciso:

• Manter as pessoas afastadas;

• Permanecer afastado de áreas baixas, tendo o vento pelas costas;

• Verificar espaços fechados antes de entrar.

Para grandes derramamentos, considerar a evacuação inicial no sentido do vento a uma distância de, pelo menos, 100 metros para o dió-xido de carbono sólido, os fertilizantes à base de nitrato de amônio e os polímeros, granulados, expansíveis, que desprendem vapores inflamáveis (e de 250 metros para as baterias de lítio e 300 metros para motores de combustão interna).

Se a carreta ou vagão tanque estiver envolvido no fogo, isolar a área num raio de 800 metros em todas as direções. Considere a possibili-dade de evacuação da área isolada.

Em qualquer nível de vazamento/ derramamento devem ser adota-dos os seguintes procedimentos:

• Não tocar no material derramado ou em embalagens danificadas sem o uso de vestimentas de proteção adequadas;

• Parar o vazamento, se isto puder ser feito sem risco;

• Prevenir a formação de nuvem de poeira e evitar sua inalação.

Além disso, para os casos envolvendo motores de combustão, políme-ros, granulados, expansíveis, baterias de lítio e cadeira de rodas, elétrica:

• Devem ser eliminadas todas as fontes de ignição;

• Impedir fagulhas ou chamas;

• Não fumar;

• Não tocar nos recipientes danificados ou no material derramado sem o uso de vestimentas de proteção adequadas.

Em caso de vazamento ou derramamento com produtos como Dió-xido de Carbono Sólido, Baterias de Lítio, Fertilizantes à base de nitrato de amônio e Cadeira de Rodas, elétrica, com baterias:

• Não jogar água no material vazado ou dentro do recipiente;

• É necessário utilizar neblina de água para reduzir os vapores ou desviar a nuvem de vapor, quando se tratar de dióxido de carbono sólido e baterias de lítio.

Em caso de pequenos derramamentos secos, deve-se recolher o produto com uma pá limpa e colocá-lo em um recipiente seco e limpo, com tampa. Além disso, é preciso remover os recipientes da área do der-ramamento.

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Em grandes derramamentos, deve-se confinar o fluxo longe do der-ramamento para posterior descarte, além de cobrir o produto derramado com um lençol de plástico para evitar que se espalhe e não permitir a en-trada do produto derramado em cursos d’água, rede de esgotos, porões ou áreas confinadas.

No caso de incêndio de pequenas proporções, envolvendo a maioria das substâncias perigosas diversas, deve-se utilizar pó químico, espuma ou neblina de água, de preferência. No caso de baterias de lítio não é recomendada a utilização de água ou espuma e sim de pó químico, areia ou barrilha. Em se tratando de incêndios envolvendo o dióxido de carbo-no sólido (CO2), indica-se a utilização de agente de extinção apropriado conforme o tipo de incêndio. É necessário, também, afastar os recipientes da área do fogo se isto puder ser feito sem risco e quanto aos cilindros danificados estes devem ser manipulados apenas por especialistas.

Em caso de incêndios de grandes proporções deve-se:

a) Utilizar jato d’água, neblina ou espuma normal;

b) Remover os recipientes da área de fogo, se isto puder ser feito sem risco;

c) Não espalhar o material com o uso de jato de água de alta pressão;

d) Confinar as águas residuais para posterior descarte;

e) No caso de fertilizantes à base de nitrato de amônio, deve-se inundar a área com água de uma distância segura e não remover a carga ou o veículo, se já estiverem expostos ao calor;

f) No caso de baterias de lítio, deve-se utilizar areia seca, pó químico ou barrilha, pó de cobre, areia seca, pó de grafite ou cloreto de sódio em pó (se isto não for possível, abandone a área e deixe queimar).

Ainda, em caso de fogo intenso deve-se:

a) Utilizar mangueiras com suporte ou canhão monitor. Se não for possível, abandonar a área e deixar queimar;

b) Manter-se sempre longe das extremidades dos tanques;

c) Resfriar lateralmente com água os recipientes expostos às cha-mas, mesmo após o fogo ter sido extinto;

d) Retirar-se imediatamente caso ouça o ruído do dispositivo de se-gurança/ alívio ou em caso de descoloração do tanque devido ao fogo;

e) Resfriar com água em abundância os recipientes expostos às cha-mas mesmo após o fogo ter sido extinto;

f) Não jogar água diretamente no ponto de vazamento – pode ocor-rer congelamento (no caso de dióxido de carbono sólido);

g) Não permitir a entrada de água nos recipientes (em se tratando de baterias de lítio).

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6. Riscos múltiplos e resíduos

Os riscos ambientais estão associados a: contaminação de solo, água ou ar, decorrente da disposição inadequada de resíduos, ou levando a acidentes com vazamento de produtos tóxicos. Nesses casos, a em-presa responsável se vê impedida de operar até que a causa do dano ambiental seja eliminada.

6.1 Comportamento preventivo do condutor

O condutor é responsável por preservar sua própria segurança, bem como a segurança dos demais usuários da via, a integridade da carga, do veículo e do meio ambiente. Os principais procedimentos preventivos são:

Para evitar riscos durante sua atividade e reduzir a emissão de re-síduos o condutor deve realizar alguns procedimentos. Antes da viagem:

• Fazer uma vistoria rigorosa no veículo;

• Conferir a posse e validade da documentação;

• Verificar a disponibilidade e adequação para uso, na cabine, do extintor de incêndio e do triângulo de segurança;

• Porte de equipamentos de proteção individual e de equipamentos para atendimento a situações de emergência;

• O condutor só deverá participar das operações de car-ga, descarga e transbordo se tiver sido especialmente treinado e designado pelo expedidor, com a concordân-cia do transportador.

Durante a viagem:

• Verificar frequentemente o estado do veículo, dos pneus, irregularidades e demais itens de segurança do veículo;

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• Usar as técnicas corretas na condução de veículos com cargas es-peciais;

• Usar o traje mínimo obrigatório para a função;

• Obedecer ao planejamento de itinerário feito com o transportador;

• Usar o acostamento somente para emergências, tomando imedia-tamente todas as providências necessárias.

6.2 Procedimentos em casos de emergência

Sempre que se envolver em acidente ou presenciar acidente com terceiros, é obrigação do condutor:

• Sinalizar a área para evitar novos acidentes;

• Providenciar imediatamente socorro às vítimas, chamando atendi-mento especializado, avisar a autoridade de trânsito e permanecer no local;

• Se o atendimento especializado demorar, avaliar a condição dos aci-dentados e prestar pessoalmente os primeiros socorros às vítimas;

• Facilitar e acatar a ação das autoridades.

Caso o acidente não apresente vítimas e seja apenas um acidente com a carga transportada:

• Não é necessário acionar a autoridade de trânsito e, se esta for acionada, não está obrigada a atender;

• Os veículos devem ser removidos do local para desobstruir o tráfego;

• O condutor interessado deverá procurar o Plantão de Acidentes de Trânsito para emitir o Boletim de Ocorrências – BO, que tem efeito legal, inclusive para seguros e ações judiciais.

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Para conhecer a Ma-triz de Precedência de Características de Risco, acesse o site da ANTT. A tabela contendo as classes de risco e os gru-pos de embalagem estão disponíveis no endereço http://www.antt.gov.br/resolucoes/00500/Anexos/ResolucaoA-nexo420.pdf

6.3 Classificação de resíduos

De acordo com as Resoluções da ANTT, resíduos, para efeitos de transporte, são substâncias, soluções, misturas ou artigos que contêm, ou estão contaminados por, um ou mais produtos perigosos, para os quais não seja prevista utilização direta, mas que são transportados para fins de despejo, incineração ou qualquer outro processo de disposição final.

Um resíduo que contenha um único componente considerado pro-duto perigoso, ou dois ou mais componentes que se enquadrem numa mesma classe ou subclasse, deve ser classificado de acordo com os crité-rios aplicáveis à classe ou subclasse correspondente ao componente ou componentes perigosos. Se houver componentes pertencentes a duas ou mais classes ou subclasses, a classificação do resíduo deve levar em con-ta a ordem de precedência aplicável a substâncias perigosas com riscos múltiplos.

6.4 Precedência das características de risco

A determinação do risco principal de uma substância, resíduo, mis-tura ou solução, não-designada especificamente na Relação de Produtos Perigosos e que apresenta mais de um risco, pode ser feita com a utiliza-ção da matriz de precedência. Tais produtos devem ser sempre alocados ao grupo de maior risco, mesmo que este não seja o da classe de prece-dência.

ConClusão

O transporte de produtos perigosos está sujeito a uma série de regulamentações que visam assegurar à população e ao meio ambien-te segurança quando da necessidade de transportar tais produtos. Estas regulamentações são necessárias devido ao elevado risco que tais pro-dutos oferecem, principalmente, em situações envolvendo acidentes com veículos transportadores. É importante conhecer as classes de produtos e os riscos que oferecem, pois o condutor pode se envolver em um aciden-te com estes produtos mesmo que ele próprio não esteja transportando produtos perigosos.

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Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) São exemplos de substâncias perigosas diversas:

( ) Fertilizantes à base de nitrato de amônio.

( ) Todos os tipos de bateria.

( ) Polímeros, granulados, expansíveis.

( ) Todos os tipos de motores.

2) Os efeitos gerados, a partir da exposição com substâncias tóxicas, estão relaciona-dos com o grau de toxicidade e o tempo de exposição ou dose, ou seja, quanto maior o tempo de exposição e quanto mais tóxica a substância, maior o efeito tóxico no organismo.

( ) Certo ( ) Errado

3) São exemplos de agentes:

( ) Bromatos.

( ) Butano.

( ) Cloratos, Percloratos e Nitratos.

( ) Permanganatos.

4) Os resíduos devem ser transportados de acordo com as exigências aplicáveis à sua classe apropriada, considerando seus riscos. Resíduos que não se enquadrem nos cri-térios aqui estabelecidos devem ser transportados como pertencentes à Classe 9.

( ) Certo ( ) Errado

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