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Aquisição de sabedoria

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Aquisição deSabedoria

Uma compilação preparada pelo Departamento dePesquisa da Casa Universal de Justiça

EXCERTOS DOS ESCRITOS DE BAHÁ’U’LLÁH, ‘ABDU’L-BAHÁ E

DAS CARTAS DE SHOGHI EFFENDI EDA CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA SOBRE

ERUDIÇÃO

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Título Original: Scholarship

© 2004Todos os direitos reservados:

Editora Bahá’í do BrasilC.P. 19813800-970 - Mogi Mirim - SP

www.bahai.org.br/editora

ISBN: 85-320-0093-2

1ª. EDIÇÃO: 2004

Tradução: Rubens Dantas e Robert Lowe(Exceto trechos já publicados em língua portuguesa)

Capa: Gustavo Pallone de Figueiredo

Impressão: R. Vieira Gráfica e Editora Ltda, Campinas-SP

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Índice

1. O Status da Erudição

1.1 A Importância do Conhecimento e da Erudição1.2 Características do “Verdadeiro Erudito”1.3 O Objetivo da “Erudição Bahá’í”1.4 Apreciação da Erudição

2. Funções da Erudição Bahá’í

1.1 Promoção do Bem-Estar Humano1.2 Defesa da Fé1.3 Expansão e Consolidação da Comunidade Bahá’í1.4 Contribuição para o Desenvolvimento da Erudição

3. Princípios e Orientações Gerais

3.1 Fundamento Espiritual3.2 Ciências “Úteis”3.3 Atitudes do Estudioso3.4 Resultados Metodológicos3.5 O Convênio

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É desejo da Casa de Justiça que o estudo destacompilação sirva de estímulo e de guia no posteriordesenvolvimento da aquisição de sabedoria bahá’í e quecaracterísticas inigualáveis deste aspecto vital deatividade bahá’í sejam clarificadas através da leituracuidadosa de seu conteúdo.

A Casa de Justiça exorta os membros dacomunidade do Maior Nome, jovens e velhos, homensou mulheres, a esforçarem-se em desenvolver e oferecerà humanidade um novo modelo de atividade estudiosaapresentada ao longo das linhas nesta compilação,animada pelo espírito de investigação dos ilimitadossignificados dos Ensinamentos Divinos. Este empenhode aquisição de sabedoria deve ser caracterizado pelaacolhida que oferece a todos aqueles que nele desejamenvolver-se, cada um à sua maneira, pelo encorajamentoe cooperação mútuos entre os seus participantes e pelorespeito conferido à notável proeza e empreendimentoeminente. O espírito e o acesso devem estar bemdistantes da arrogância, disputa e exclusivismo que muitofreqüentemente macularam o nome de erudição nasociedade mais ampla e criaram barreiras a umdesenvolvimento saudável desta atividade meritória.

Departamento de Secretariadoda Casa Universal de Justiça

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1.O STATUS DA ERUDIÇÃO

1.1 A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO E DA ERUDIÇÃO

Dos Escritos de Bahá’u’lláh

1. O conhecimento é uma das admiráveis dádivas de Deus.Incumbe a sua aquisição. Tais artes e meios materiais que estãoagora manifestos foram conseguidos em virtude do Seuconhecimento e Sua sabedoria, os quais Sua mais exaltada Penatem revelado em Epístolas – uma Pena de cujo tesouro semanifestam pérolas de sabedoria e de palavras expressas, e asartes e ofícios do mundo.

(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Rio de Janeiro: Editora Bahá’í, 1983, p.48)

2. O conhecimento é como asas para a vida do homem; é comouma escada pela qual ele possa ascender. Incumbe a cada umadquiri-lo. O conhecimento deve ser adquirido, porem, de taisciências que possam prestar benefícios aos povos da terra, e nãodaquelas que por meras palavras começam e assim tambémterminam. Grande, verdadeiramente, é a prerrogativa dos cientistas

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e dos artífices entre os povos do mundo... Na realidade, oconhecimento é um verdadeiro tesouro para o homem, e para eleuma fonte de glória, de graça, de júbilo e exaltação, de alegria econtentamento... Assim se expressou a Língua da Grandeza nesta,a Maior Prisão.

(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, p. 62)

Dos Escritos e Elocuções de ‘Abdu’l-Bahá

3. Fazei todo esforço para adquirir o conhecimento avançado dodia e forçai cada nervo para levar avante a civilização divina...

Incluídas deverão estar a promoção das artes, a descoberta denovas maravilhas, a expansão do comércio e o desenvolvimentoda indústria. Devem ser encorajados também os métodos decivilização e o embelezamento do país; e também ser incutida aabsoluta obediência ao governo e a total abstenção de qualquertraço de sedição.

(De uma Epístola, traduzida do persa para o inglês)

4. ...solicito aos amigos, com a máxima urgência, que façam todoesforço, tanto quanto dentro de sua competência, ao longo destaslinhas. Quanto mais se esforçarem para ampliar o âmbito do seuconhecimento, melhor e mais gratificante será o resultado. Que osamados de Deus, quer jovens ou velhos, quer homens ou mulheres,cada um de acordo com suas capacidades, coloquem-se em açãoe não poupem esforços para adquirir os vários ramos atuais deconhecimento, tanto espirituais como seculares, e das artes.

(De uma Epístola, traduzida do árabe para o inglês)

5. Todas as bênçãos são divinas em origem, mas nenhuma podeser comparada com este poder de investigação e pesquisa

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intelectual que é uma dádiva eterna, produzindo frutos deinterminável deleite. O homem está sempre participando destesfrutos. Todas as outras bênçãos são temporárias; esta é umapossessão eterna. Mesmo a soberania tem as suas limitações equeda; esta, é um reinado e domínio que ninguém pode usurpar oudestruir. Em resumo, é uma bênção eterna e uma dádiva divina, asuprema doação de Deus ao homem. Por conseguinte, deveisoferecer os vossos mais sérios esforços para a aquisição da ciênciae das artes. Quanto maior a sua aquisição, mais alto o seu padrãono propósito divino. O homem de ciência é perceptivo e dotadode visão, ao passo que aquele que é ignorante e negligente comeste desenvolvimento é cego. A mente que investiga é atenta, viva;a mente insensível e indiferente é surda e morta. Um cientista é umverdadeiro expoente e representante da humanidade, pois atravésde processos de raciocínio e pesquisa indutivos, ele é informadode tudo que se refere à humanidade, sua posição, condições eacontecimentos. Ele estuda o corpo político humano, compreendeos problemas sociais e tece a trama e a textura da civilização. Defato, a ciência pode ser comparada a um espelho no qual as infinitasformas e imagens de coisas existentes são reveladas e refletidas.É o próprio alicerce de todo o desenvolvimento individual e nacional.Sem esta base de investigação, o aperfeiçoamento é impossível.Por conseguinte, procurai com esforço diligente o conhecimento eobtenção de tudo o que se encontra dentro do poder desta dádivamaravilhosa.

(“The Promulgation of Universal Peace:

Palestras feitas por ‘Abdu’l-Bahá,

durante Sua visita aos Estados Unidos e Canadá

em 1912”, Wilmette: Bahá’í Publishing Trust, 1982, p. 50)

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De uma Carta Escrita em Nome de Shoghi Effendi

6. ...Bahá’u’lláh considerava a educação um dos fatores maisfundamentais de uma verdadeira civilização. Esta educação, todavia,a fim de ser adequada e frutífera, deve ser abrangente por naturezae deve levar em consideração não apenas os lados físicos eintelectuais do homem, mas também seus aspectos espirituais eéticos.

(9 de julho de 1931, a um bahá’í)

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1.2 CARACTERÍSTICAS DO “VERDADEIRO ERUDITO”

Dos Escritos de Bahá’u’lláh

7. Felizes sois, ó doutos em Bahá. Por Deus! Sois os vagalhõesdo Mais Pujante Oceano, as estrelas do firmamento da Glória, osestandartes do triunfo tremulando entre a terra e o céu. Sois asmanifestações da firmeza entre os homens e as alvoradas daElocução Divina para todos na terra.

(“O Kitáb-i-Aqdas”, São Paulo, Editora Bahá’í do Brasil, 1995, parágrafo 173, p.65)

8. Diz o Grande Ser: O homem de consumada erudição e o sábiodotado de sabedoria penetrante são os dois olhos para o corpoda humanidade. Queira Deus, a terra jamais se verá privada destasduas maiores dádivas.

(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Maqsúd, p. 190)

9. Ó tu insensato! Sabe tu que é verdadeiramente erudito, aqueleque reconheceu Minha Revelação, sorveu do Oceano de Meuconhecimento, se elevou na atmosfera de Meu amor, renunciou atodos, senão a Mim, e se segurou firmemente àquilo que se fezdescer do Reino de Minhas admiráveis palavras. Ele, em verdade,é assim mesmo como olhos para o gênero humano e como o espíritoda vida para o corpo de toda a criação. Glorificado seja o Todo-Misericordioso que o tem esclarecido e o feito levantar-se e servirSua grande e poderosa Causa. Tal homem é, deveras abençoadopela Assembléia no alto e por aqueles que habitam dentro doTabernáculo da Grandeza, que em Meu Nome, o Onipotente, oTodo-Poderoso, têm sorvido de Meu Vinho lacrado.

(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Burhán, p. 228)

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10. Pondera tu: se alguém no dia da Revelação de Deus, não tiverpodido atingir a graça da “Presença Divina” e reconhecer SeuManifestante – ainda que tenha dedicado um tempo desmedido àbusca do saber e adquirido toda a limitada erudição material doshomens – como poderá tal pessoa ser com justiça chamada desábia? É claro, certamente, que se não pode, em absoluto,considerá-la possuidora do verdadeiro conhecimento, enquantoo mais iletrado de todos os homens, se for honrado com estasuprema distinção, será contado, em verdade, entre aqueles homensque possuem a erudição divina, cujo conhecimento vem de Deus;pois tal homem atingiu o ápice do saber e alcançou o pináculo daerudição.

(“O Kitáb-i-Íqán”, Rio de Janeiro, Editora Bahá’í do Brasil, 1977, p. 91)

Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá

11. ...existem aqueles homens de conhecimento famosos etalentosos, possuidores de qualidades louváveis e de uma vastaerudição, que se prendam ao apoio forte do temor a Deus emantêm-se nos caminhos da salvação. No espelho de suas mentesas formas da realidade transcendente são refletidas e a lâmpadade sua visão interior deriva sua luz do sol do conhecimento universal.Noite e dia, eles estão ocupados com meticulosa pesquisa em taisciências que são proveitosas para a humanidade e dedicam-se àinstrução de estudantes de capacidade. É certo que pelo seu critériode discernimento os tesouros ofertados pelos reis não secomparariam a uma única gota das águas do conhecimento, emontanhas de ouro e prata não poderiam ter mais valor do que aresolução bem sucedida de um problema difícil. Para eles, osdeleites que jazem ao lado de fora de seu trabalho constituemsomente brinquedos para crianças, e a carga enfadonha das posses

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desnecessárias são benéficas somente para os ignorantes e os vis.Contentes como os pássaros, eles rendem graças por um punhadode sementes, e a canção da sua sabedoria deslumbra as mentesdos mais sábios do mundo...

... a felicidade e a grandeza, a posição e o status, a satisfação ea paz de um indivíduo nunca consistiram em sua riqueza pessoal,mas, pelo contrario, em seu caráter excelente, sua elevadadeterminação, a extensão de sua erudição e sua habilidade parasolucionar problemas difíceis...

Para cada coisa, entretanto, Deus tem criado um sinal e símbolo,e estabelecido padrões e testes pelos quais ela pode ser conhecida.Os espiritualmente sábios devem se caracterizar por ambasperfeições, interior e exterior; eles devem possuir um bom caráter,uma natureza iluminada, uma intenção pura, bem como poderintelectual, radiância e discernimento, intuição, prudência epresciência, temperança, reverência e um sincero temor a Deus.Pois uma vela apagada, por maior que seja em diâmetro e altura,não é melhor que uma palmeira estéril ou uma estaca de madeiramorta...

Uma autorizada Tradição afirma: “Quanto àquele que é um dosinstruídos*: ele deve proteger-se, defender sua fé, obstar suaspaixões e obedecer aos mandamentos de seu Senhor. É, porconseguinte, a obrigação das pessoas guiarem-se por ele.”

(“O Segredo da Civilização Divina”,

Mogi Mirim: Editora Bahá’í do Brasil, 2003,

p. 26-27, 29 e 40-41)

*‘Ulamá, do árabe ‘alima, a saber, pode ser traduzido como homem erudito, cientista,autoridade religiosa.

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De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi

12. Com respeito à pergunta se bahá’ís devem ser versados emdiferentes ciências e campos de estudo, Shoghi Effendi me pedepara informar-lhe que tanto Bahá’u’lláh como ‘Abdu’l-Bahá deramuma posição muita elevada aos homens de cultura e conhecimentoe Bahá’u’lláh diz numa de Suas Epístolas que incumbe a todos osbahá’ís mostrar respeito a essas pessoas. Além disso não háqualquer dúvida que a familiaridade com diferentes ramos de estudoamplia nosso ponto de vista, e então podemos compreender e nosdar conta do significado do Movimento Bahá’í e, dos seusprincípios, em um grau muito maior.

(14 de dezembro de 1924, a um bahá’í)

13. A Causa precisa de mais estudiosos bahá’ís, pessoas que nãoapenas sejam a ela devotados e nela acreditem e estejam ansiosaspor falar aos outros sobre ela, mas que também tenham um profundodomínio dos Ensinamentos e seu significado, e que possamcorrelacionar suas crenças aos atuais pensamentos e problemasdos povos do mundo.

(21 de outubro de 1943, a um bahá’í)

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1.3 O OBJETIVO DA “ERUDIÇÃO BAHÁ’Í”

De uma Carta Escrita em Nome da Casa Universal de Justiça

14. Neste estágio inicial do desenvolvimento da Fé, não seriaproveitoso sugerir uma definição altamente restritiva do termo“Erudição Bahá’í”. Numa carta escrita em nome da Casa de Justiçaa uma Associação para Estudos Bahá’ís, recentemente, afirma-seque:

A Casa de Justiça lhes recomenda que não tentem definir demaneira muito limitada a forma que a erudição bahá’í deve assumir,ou o enfoque que os estudiosos devam adotar. Preferivelmente,devem esforçar-se para desenvolver dentro de sua Associação orespeito a uma ampla extensão de abordagens e tentativas. Semdúvida haverá alguns bahá’ís que desejarão trabalhar isoladamente,enquanto outros desejarão consultar e colaborar com aqueles quetenham interesses similares. Seu objetivo deve ser promover umaatmosfera de respeito e tolerância mútuos dentro da qual serãoincluídos os estudiosos cujo principal interesse sejam temasteológicos, bem como aqueles estudiosos cujo interesse esteja emrelacionar os discernimentos proporcionados pelos ensinamentosbahá’ís ao pensamento contemporâneo nas artes e ciências.

Uma diversidade semelhante deve caracterizar os esforçosperseguidos pelos estudiosos bahá’ís, acomodando seus interessese habilidades como também as necessidades da Fé. O rumo dosacontecimentos no mundo, o desenvolvimento de novas tendênciasde pensamento e a extensão do trabalho de ensino tendem todosa realçar áreas atrativas e benéficas para as quais os eruditos

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bahá’ís podem bem direcionar sua atenção. Da mesma maneira,a expansão das atividades da Comunidade Internacional Bahá’íno seu relacionamento com as agências das Nações Unidas e outrosorganismos internacionais cria oportunidades atrativas para oseruditos darem uma contribuição direta e altamente valiosa àintensificação do prestígio da Fé e à sua proclamação dentro deuma influente e receptiva camada da sociedade. À medida que acomunidade bahá’í continua a emergir inexoravelmente daobscuridade, ela será confrontada pelos inimigos, tanto de dentrocomo de fora, cujo objetivo será difamar e deturpar seus princípiosa fim de que seus admiradores possam se desiludir e a fé dos seusadeptos possa ser abalada; os eruditos bahá’ís têm um papel vitala desempenhar na defesa da Fé, através de sua colaboração comas medidas preventivas e de sua resposta às acusações difamatóriasdirigidas contra a Fé.

Assim, deveria haver lugar, dentro do âmbito da erudiçãobahá’í, para acomodar não apenas aqueles que estão interessadosnos temas teológicos e nas origens históricas da Fé, mas tambémos que estão interessados em relacionar os ensinamentos bahá’ísao seu campo de interesse acadêmico ou profissional, bem comoaqueles crentes que possam carecer de qualificações acadêmicasformais, mas que tenham adquirido, através do estudo perceptivodos Ensinamentos, discernimentos que sejam de interesse para osoutros...

A Casa de Justiça deseja evitar o uso dos termos “erudiçãobahá’í” e “eruditos bahá’ís”, num sentido exclusivo queestabeleceria efetivamente uma demarcação entre aquelesadmitidos a esta categoria e aqueles negados a seu acesso. É claroque esses termos são relativos e que aquilo que é um meritórioesforço de aquisição de sabedoria por um bahá’í, quandocomparado às atividades daqueles com quem ele está em contato,pode bem ser considerado como de significância imensamente

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inferior se comparado às realizações dos eruditos eminentes que aFé tem produzido. A Casa de Justiça busca a criação de umacomunidade bahá’í na qual os membros encorajem uns aos outros,onde haja respeito por realização e um entendimento comum deque cada um está, de sua própria maneira, procurando adquiriruma compreensão mais profunda da Revelação de Bahá’u’lláh econtribuir para o progresso da Fé.

(19 de outubro de 1993, a um bahá’í)

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1.4 AVALIAÇÃO DA ERUDIÇÃO BAHÁ’Í

Dos Escritos de Bahá’u’lláh

15. Respeitai os sacerdotes e sábios entre vós, aqueles cuja condutaesteja em harmonia com aquilo que professam, que não transgridamos limites impostos por Deus, cujos julgamentos estejam emconformidade com Seus preceitos, assim como revelados em SeuLivro. Sabei vós que eles são as lâmpadas guias para os habitantesdos céus e da terra. Os que desprezam e desatendem os sacerdotese sábios que vivem entre eles, tem, em verdade, alterado o favorque Deus lhes concedeu.

(“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, LXVI)

16. Ó povo de Deus! Homens retos de erudição que se dedicamà orientação dos outros e estão bem protegidos e isentos dasinsinuações de uma natureza inferior e cobiçosa, são - aos olhosdAquele que é o Desejo do mundo - estrelas do céu do verdadeiroconhecimento. É essencial tratá-los com deferência. Eles são, emverdade, fontes de água que suavemente flui, estrelas que brilham,resplandecentes, como frutos da Árvore abençoada, expoentesdo poder do céu, e oceanos de sabedoria celestial. Feliz quem ossegue. Em verdade, essa alma se inclui no número dos bem-aventurados, no Livro de Deus, o Senhor do poderoso Trono.

(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Dunyá, p. 109-110)

17. Acautelai-vos, ó Meus amados, para que não desprezeis osméritos dos Meus servos eruditos que Deus benevolamenteescolheu para serem os expoentes de Seu Nome, “o Amoldador”entre a humanidade. Envidai os máximos esforços a fim de poderes

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desenvolver tais ofícios e empreendimentos que todos, sejam jovensou velhos, deles possam derivar benefício. Afastamo-nos daquelesdestituídos de conhecimento, que insensatamente imaginam que aSabedoria consista em dar expressão às vãs fantasias e repudiarDeus, Senhor de todos os homens; assim como ouvimos algunsdos desatentos pronunciarem hoje tais asserções.

(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Hikmat, p.150- 151)

Dos Escritos e Elocuções de ‘Abdu’l-Bahá

18. ... A Religião de Deus, entretanto, promove a verdade, fornecealicerces à ciência, aos conhecimentos, dá pleno apoio aos homensde erudição, civiliza a humanidade, descobre os segredos danatureza, ilumina os horizontes do mundo. Em conseqüência, comopodemos dizer que ela se oponha ao conhecimento? Deus nosdefenda! Não, aos olhos de Deus, o conhecimento é a mais gloriosadádiva do homem, a mais nobre das perfeições humanas. Opor-se ao conhecimento é mostrar ignorância; e quem detesta a ciênciae o conhecimento não é o homem, mas, apenas animal seminteligência. Pois o conhecimento é luz, é vida, é felicidade, éperfeição e beleza, e é o meio de se aproximar ao Limiar daUnidade. É a honra, a glória do mundo humano e a maior dádivade Deus. Possuir conhecimento é ser guiado; permanecer naignorância é verdadeiro erro.

(“Respostas a Algumas Perguntas”, 5a Ed., Editora Bahá’í do Brasil, p. 122)

19. Há certos pilares que foram estabelecidos como os inabaláveissustentáculos da Fé de Deus. O mais poderoso deles é oconhecimento e o uso da mente, a expansão da consciência e apercepção das realidades do universo e dos mistérios ocultos deDeus Onipotente.

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Promover o conhecimento é, assim, um inescapável dever impostoa cada um dos amigos de Deus. Incumbe a essa Assembléia Espiritual,essa Assembléia de Deus, envidar todo esforço para educar as criançasde modo que, desde a infância, sejam treinadas na conduta bahá’í e noscaminhos de Deus e, como plantas jovens, cresçam e floresçam naságuas que fluem mansamente: os conselhos e as admoestações daAbençoada Beleza.

(“Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá”,texto 97, pp. 113-114)

De uma Carta Escrita por Shoghi Effendi

20. As responsabilidades dos membros das AssembléiasEspirituais que estão engajadas no ensino da Causa de Deus emterras orientais, foram claramente estabelecidas nos Textossagrados...

Além disso, incutem neles as virtudes da integridade ereligiosidade, de pureza de motivos, bondade de coração edesapego dos grilhões deste mundo material... Eles os impelem afazer uma pesquisa detalhada nos vários ramos do conhecimentocontemporâneo – igualmente nas artes e ciências – e a concentrarsua atenção em servir os interesses gerais do povo; a se aprofundaratravés do estudo atento dos textos sagrados e a aplicar a orientaçãodivina que eles contêm nas circunstâncias, necessidades e condiçõesatuais da sociedade; a absterem-se de entrar nos emaranhadosassuntos de partidos políticos e não ter qualquer interesse, nemenvolvimento em controvérsias de políticos, disputas de teólogos ouquaisquer das debilitadas teorias sociais correntes entre os homens.

Eles os exortam, finalmente, a serem sinceramente obedientes,tanto em pensamento como em palavras, às leis devidamentepromulgadas pelo governo do reino e a distanciarem-se dos

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métodos, conceitos e argumentos mal fundamentados, tanto dostradicionalistas como modernistas extremados; a conceder honra,veneração e respeito a – e aprovar os esforços de – expoentesdas artes e ciências, e a estimar e reverenciar os que são dotadosde vasto conhecimento e douta sabedoria; a defender o direito àliberdade de consciência; e a abster-se de criticar e depreciar asmaneiras, costumes e crenças de outros indivíduos, povos e nações.

(30 de janeiro de 1926, às Assembléias Espirituais do Irã, traduzido do persapara o inglês)

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2. FUNÇÕES DA ERUDIÇÃO BAHÁ’Í

2.1 PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR HUMANO

Dos Escritos de Bahá’u’lláh

21. Diz o Grande Ser: Os eruditos do dia devem orientar o povopara que adquira aqueles ramos do conhecimento que sejam úteis,de modo que tanto os próprios eruditos como os homens em geral,possam disso derivar benefícios. Os estudos acadêmicos que compalavras principiam e com palavras, tão somente, terminam, nuncativeram e jamais terão valor algum. A maioria dos eruditos doutoresda Pérsia dedicam toda a vida ao estudo de uma filosofia cujoresultado final nada é, senão palavras.

(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Lawh-I-Maqsúd, p. 169)

22. O verdadeiro saber é aquele que conduz ao bem-estar domundo, não ao orgulho e presunção, ou à tirania, violência epilhagem.

(De uma Epístola, traduzida do persa para o inglês)

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Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá

23. O primário, o mais urgente requisito é a promoção da educação.É inconcebível que qualquer nação alcance prosperidade e sucesso,a menos que este supremo, este fundamental interesse, seja levadoavante. A principal razão para o declínio e queda dos povos é aignorância. Hoje, as massas dos povos são desinformadas atémesmo das questões ordinárias, muito menos elas compreendemo âmago dos importantes problemas e complexas necessidadesatuais.

É, portanto, urgente que artigos e livros benéficos sejamescritos, estabelecendo clara e definitivamente quais são osrequisitos do povo no presente dia e o que conduzirá à felicidadee progresso da sociedade. Estes devem ser publicados e difundidospor toda a nação de modo que ao menos os líderes dentre o povose tornem, em algum grau, despertos, e levantem-se para empenhar-se ao longo daquelas vias que conduzirão à sua honra permanente.A publicação de elevados pensamentos é o poder dinâmico nasartérias da vida; é a própria alma do mundo. Pensamentos são umoceano ilimitado, e os efeitos e variadas condições da existênciasão como as formas separadas e limites individuais das ondas;somente quando o oceano agitar-se, as ondas erguer-se-ão eespalharão suas pérolas de conhecimento nas praias da vida...

A opinião pública deve ser direcionada a tudo que for dignodeste dia, e isto é impossível exceto através do uso de argumentosadequados e da adução de provas claras, abrangentes econclusivas. Pois as massas desamparadas nada sabem do mundo,e embora não haja dúvida de que elas buscam e anseiam por suaprópria felicidade, ainda assim a ignorância, como um pesado véu,dela as excluirá.

Além disso, é uma necessidade vital estabelecer escolas... Senecessário, a educação deve até mesmo ser tornada compulsória.

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Até que os nervos e artérias da nação agitem-se à vida, todamedida que for experimentada provar-se-á fútil; pois os povossão como o corpo humano, e a determinação e a vontade de labutarsão como a alma, e um corpo sem alma não se move.

(“O Segredo da Civilização Divina”,Mogi Mirim: Editora Bahá’í do Brasil,

2003, p. p. 128-132)

De uma Carta Escrita em Nome de Shoghi Effendi

24. As notícias da cooperação entre rapazes e moças bahá’ís emMontreal, o estabelecimento por eles de um grupo de estudo ediscussão, a expressão sã e sóbria de seus métodos, comoexpressos no programa que você anexou, e perspectiva atenciosae entusiástica deles sobre o futuro, tudo isso ajudou a criar asesperanças mais animadoras e a satisfação mais profunda nocoração de nosso Guardião. É, realmente, com não menorsatisfação que ele dá boa acolhida à cooperação ativa de seusjovens amigos em Montreal, e ele sinceramente confia que comum estudo adequado dos ensinamentos e de seus significadosespirituais, combinado a um suficiente conhecimento dos problemase perplexidades que assediam o mundo, vocês serão capazes deprestar grandes serviços à Causa e, por conseguinte, à humanidade.

(20 de março de 1929, a um bahá’í)

De uma Carta da Casa Universal de Justiça

25. A adicional saída da Fé da obscuridade manifesta-se demaneiras distintivas. Nos círculos dos estudiosos, em obras dereferência e na mídia, a Fé está sendo cada vez mais citada como

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uma das “principais” ou “mais importantes” religiões mundiais... Aexposição de segmentos influentes do público às idéias bahá’ís emáreas como a paz, o meio-ambiente, a condição da mulher, aeducação e a alfabetização, induziu uma resposta que, de formacrescente, apela para que os bahá’ís participem junto a outrosnuma série de projetos ligados a governos ou organizações nãogovernamentais.

Além disso, tal exposição está criando na mente do público apercepção de que a Fé tem respostas para os problemas atuais e,dessa forma, gerando a expectativa de que a comunidade bahá’ídeveria desempenhar um papel mais ativo nos assuntos públicos...

...projetos bahá’ís de desenvolvimento sócioeconômicomultiplicaram-se grandemente em número e conquistaram muitocrédito para a comunidade pelos exemplos do poder da iniciativagrupal e da ação consultiva voluntária que foram estabelecidos emnumerosos locais... Alguns dos projetos têm sido tão notáveis emsuas realizações que conquistaram a atenção pública por teremsido alvo de declarações formais de mérito e prêmios da parte degovernos e de entidades não-governamentais internacionais.

(Ridván de 1992, aos bahá’ís do mundo)

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2.2 A DEFESA DA FÉ

Dos Escritos de Bahá’u’lláh

26. Fosse algum homem se levantar para, em seus escritos,defender a Causa de Deus contra aqueles que a atacam, tal homem,por insignificante que fosse sua parte, haveria de ser tão honradono mundo vindouro que a Assembléia nas alturas lhe invejaria aglória. Nenhuma pena pode descrever a sublimidade de seu grau,nem pode língua alguma expressar seu esplendor. Pois a qualquerum que se mantenha firme e constante nesta sagrada Revelação,nesta Revelação gloriosa e excelsa, será dado tamanho poder queele enfrentará e resistirá a tudo o que está no céu e na terra. Distoé o próprio Deus testemunha.

(“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, CLIV, p. 205)

Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá

27. O segundo destes padrões espirituais que se aplica ao possuidorde conhecimento é que ele deve ser o defensor da sua fé. É óbvioque estas palavras sagradas não se referem exclusivamente a buscaras implicações da Lei, observar as formas de adoração, evitar osmaiores e menores pecados, praticar as ordenanças religiosas e,através de todos estes métodos, proteger a Fé. Elas significam,pelo contrário, que toda a população deve ser protegida de todasas maneiras; que todo esforço deve ser exercido para adotar-se acombinação de todas as medidas possíveis para erguer a Palavrade Deus, aumentar o número de crentes, promover a Fé de Deuse exaltá-la e fazê-la vitoriosa sobre outras religiões.

(“O Segredo da Civilização Divina”, p. 49)

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De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi

28. Shoghi Effendi ficou encantado ao ouvir sobre sua conversacom o sr. ... Ele muito anseia que tais eruditos obtenham umaverdadeira compreensão do espírito e do ensino da Causa, elevantem-se para dissipar o véu da concepção errônea que estápredispondo a mente dos estudiosos do mundo ocidental. A Causatem grande necessidade de tais homens competentes e de mentesespiritualizadas que, após um profundo estudo do Movimento,compartilhassem com o mundo o fruto de seu labor.

(11 de março de 1929, a um bahá’í)

29. Há uma resposta para tudo nos ensinamentos; infelizmente amaioria dos bahá’ís, por mais intensamente devotados e sincerosque possam ser, em sua maior parte, carece de cultura e sabedorianecessárias para responder e refutar as alegações e ataques depessoas com alguma educação e reputação.

(25 de setembro de 1942, a um bahá’í)

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2.3 EXPANSÃO E CONSOLIDAÇÃO DA COMUNIDADE BAHÁ’Í

Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá

30. Almas puras como Mírzá Abu’l-Fadl, sobre ele esteja a Glóriade Deus, passam suas noites e dias a demonstrar a verdade daRevelação, aduzindo provas conclusivas e brilhantes, e expandindoas verdades da Fé, levantando os véus, promovendo a religião deDeus e espalhando as Suas fragrâncias.

(De uma Epístola, traduzida do persa para o inglês)

De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi

31. Havíamos ouvido através de diferentes canais a respeito damaneira maravilhosa como os seus filhos foram educados paraproclamar a Causa em público. É esperança de Shoghi Effendique eles tornar-se-ão, os três, capazes e devotados palestrantessobre a Causa e assuntos a ela relacionados. Para realizar istoadequadamente, necessitarão de uma sólida base de instruçãocientífica e literária que, felizmente, estão adquirindo. É tãoimportante para os rapazes e moças bahá’ís tornarem-seadequadamente educados em faculdades de elevada reputaçãotanto quanto é serem espiritualmente desenvolvidos. O lado mental,como também o espiritual do jovem, tem que ser desenvolvidoantes que ele possa servir à Causa eficientemente.

(28 de novembro de 1926, a um bahá’í)

32. A formação universitária que você está recebendo no momentolhe será de imensa ajuda em seus esforços para apresentar a

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Mensagem nos círculos intelectuais. Nestes dias, quando as pessoassão tão céticas sobre religião e olham com tanto desdém para asorganizações e movimentos religiosos, parece haver maisnecessidade do que nunca para nossos jovens bahá’ís estarembem capacitados intelectualmente, de modo que possam estar emposição de apresentar a Mensagem de uma forma condizente e deuma maneira que convencessem todo observador imparcial daefetividade e poder dos ensinamentos.

(5 de maio de 1934, a um bahá’í)

33. Os rapazes e moças na Fé devem ser profundos e atentosestudiosos em seus ensinamentos, de modo que eles possam ensinarde uma maneira que convencerão as pessoas de que todos osproblemas que estão enfrentando têm um remédio. Devem entendera Administração para que possam administrar sábia e eficientementeos assuntos sempre crescentes da Causa; e devem exemplificar omodo de vida bahá’í. Tudo isto não é fácil – mas o Guardião estásempre encorajado a ver o espírito que anima jovens crentes taiscomo você mesmo. Ele tem grandes esperanças do que a suageração realizará.

(12 de maio de 1944, a um bahá’í)

34. Se os bahá’ís quiserem ser realmente eficazes em ensinar aCausa precisam estar muito melhor informados e capacitados adiscutir inteligentemente, intelectualmente, a atual situação do mundoe seus problemas. Precisamos de eruditos bahá’ís, não apenas depessoas profundamente conscientes do que nossos ensinamentosrealmente são, mas também de pessoas estudiosas e bem-instruídas,capazes de correlacionar nossos ensinamentos aos pensamentosatuais dos líderes da sociedade.

Nós, bahá’ís, deveríamos, em outras palavras, capacitar asnossas mentes com conhecimento a fim de melhor demonstrar,

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especialmente para as classes educadas, as verdades cultuadasem nossa Fé.

(5 de julho de 1949, a um bahá’í)

De uma Carta Escrita em Nome da Casa Universal de Justiça

35. A Casa Universal de Justiça... considera a aquisição desabedoria bahá’í de grande importância potencial para odesenvolvimento e consolidação da comunidade bahá’í quandoela emerge da obscuridade...

(3 de janeiro de 1979, a participantes de um seminário acadêmico)

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2.4 CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ERUDIÇÃO

De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi

36. Ele ficou muito feliz por ter notícias suas e ver com que intensaapreciação e interesse você está estudando os ensinamentos deBahá’u’lláh. Poder-se-ia dizer, em verdade, que quanto maisestuda-os, mais neles se descobre. Eles são a própria essência daqual pensadores e cientistas e humanistas do futuro derivarãoinspiração e guia para seu trabalho.

(10 de dezembro de 1942, a uma escola de verão bahá’í)

37. Com relação ao conselho que você solicitou dele, referente aquais estudos em que você deveria especializar-se tendo em vistao ensino no futuro: Ele sugeriria História, Economia ou Sociologia,uma vez que estes não são apenas campos nos quais os bahá’ístenham um grande interesse, mas também abrangem questões sobreas quais nossos ensinamentos lançam uma luz inteiramente nova.Seu conhecimento seria útil à Causa, ao ensiná-la no futuro, e talvezvocê possa também introduzir, como um educador, as idéiasbahá’ís em suas aulas.

(13 de março de 1944, a um bahá’í)

De Cartas Escritas por ou em Nome da Casa Universal deJustiça

38. Você já é um bom profissional qualificado em seu campo e,sem dúvida, dá conselhos sobre a base do que aprendeu de estudoe experiência – toda uma estrutura de conceitos sobre a mente

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humana, seu crescimento, desenvolvimento e funcionamentocorreto que você aprendeu e desenvolveu – sem referência aosensinamentos de Bahá’u’lláh. Agora, como um bahá’í, você sabeque o que Bahá’u’lláh ensina sobre o propósito da vida humana, anatureza do ser humano e a adequada conduta das vidas humanasé revelado divinamente e, por conseguinte, verdadeiro. Entretanto,inevitavelmente levará tempo para você não apenas estudar osensinamentos bahá’ís de modo que possa claramente entendê-los, mas também constatar como eles modificam seus conceitosprofissionais. Esta não é, naturalmente, uma situação incomum paraum cientista. Quantas vezes, no curso da pesquisa, é descobertoum fator que exige uma revolução no refletir sobre um amplo campode empenho humano. Você deve ser orientado, em cada caso,pelo seu próprio conhecimento e julgamento profissional, conformefor sendo iluminado pelo seu crescente conhecimento dosensinamentos bahá’ís; indubitavelmente você descobrirá que a suaprópria compreensão dos problemas humanos tratados no seutrabalho mudará e desenvolver-se-á, e você verá novas eaprimoradas maneiras de ajudar as pessoas que lhe procuram. Apsicologia ainda é uma ciência muito jovem e inexata, e com opassar dos anos os psicólogos bahá’ís que conhecem, pelosensinamentos de Bahá’u’lláh, o verdadeiro padrão de vida humana,serão capazes de fazer maiores avanços no desenvolvimento destaciência e ajudarão profundamente no alívio do sofrimento humano.

(6 de fevereiro de 1973, publicado em “Messages from the Universal House ofJustice, 1968-1973”. Wilmette: Bahá’í Publishing Trust, 1976, p. 111-112)

39. À medida que a comunidade bahá’í cresce, ela adquire peritosem numerosos campos – tanto devido aos bahá’ís tornarem-seperitos, como devido aos peritos tornarem-se bahá’ís. À medidaque estes peritos trazem seu conhecimento e habilidade ao serviçoda comunidade e, até mais, quando eles transformam suas várias

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disciplinas, trazendo a elas a luz dos Ensinamentos Divinos,problema após problema que ora afligem a sociedade serãosolucionados...

Paralelamente a esse processo, a vida institucional bahá’í estarátambém se desenvolvendo e, à medida que isto acontece, asAssembléias aproveitarão cada vez mais o conhecimento científicoe especializado – quer de bahá’ís ou não-bahá’ís – para auxiliarna solução dos problemas de suas comunidades.

Com o tempo grandes instituições bahá’ís de estudo, grandesprojetos internacionais e nacionais para a melhora da vida humanaserão inaugurados e florescerão.

(21 agosto de 1977, de uma carta em nomeda Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

40. Certamente, deixe-os (os jovens bahá’ís) acolheremconfiantemente os desafios que lhes esperam. Imbuídos destaexcelência e de uma humildade correspondente, com tenacidadee uma amorosa servitude, os jovens de hoje devem se mover emdireção às linhas de frente das profissões, comércio, artes e ofíciosque são necessários para o progresso ulterior da humanidade –isto para assegurar que o espírito da Causa lançará sua luz sobretodas estas importantes áreas de empenho humano. Além disso,enquanto visando conhecer a fundo os conceitos unificadores e astecnologias que avançam velozmente, desta época decomunicações, eles podem, de fato eles devem, também, garantira transmissão para o futuro daquelas habilidades que preservarãoas maravilhosas, indispensáveis realizações do passado. Atransformação que está para ocorrer no funcionamento dasociedade certamente dependerá, em grande parte, da eficáciados preparativos que os jovens farão para o mundo que herdarão.

(8 de maio de 1985, de uma carta da Casa Universal de Justiçaà juventude bahá’í do mundo)

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41. A Casa de Justiça reconhece que as questões que vocêlevantou, concernentes à oferta de profissionais recentementeinscritos a compartilhar seus pontos de vista com a comunidadebahá’í, são de importância vital e oportuna, especialmente quandoa Fé emerge da obscuridade e quantidades crescentes deprofissionais de todas as esferas da vida estão atraídos a seusEnsinamentos. O processo de integrar estes especialistas àscomunidades bahá’ís como crentes bem preparados e extrair seupotencial como promotores e apoiadores da Causa exigiráorientação paciente e amorosa das instituições bahá’ís. Um grandedesafio será evitar a indevida ruptura deste processo de integração,abandonando-se tais pessoas às atitudes insensíveis ainda presentesnas comunidades ainda não largamente diversificadas ouacostumadas a lidar com todas as alas da sociedade.

Estudiosos e profissionais estão bem habituados a encontrarnovos fatos no curso de suas pesquisas que lhes exigem ajustar opensamento prévio sobre vários aspectos de suas disciplinas. Nocaso de seu aprofundamento nos Ensinamentos da Fé,naturalmente, leva tempo para eles estudarem e absorverem tantosnovos conceitos. Eles devem ser auxiliados a adquirir, tãorapidamente possível, profundo conhecimento dos Ensinamentos.Gradativamente este conhecimento derramará nova luz sobre seuspontos de vista anteriores. Ao mesmo tempo, as comunidadesbahá’ís necessitarão desenvolver maior tolerância em relação àsidéias que possam não coincidir com a sua corrente compreensãoe permanecerem abertas a novas introversões...

Os profissionais e outros especialistas recém-inscritosproporcionaram um grande recurso para o desenvolvimento daerudição bahá’í. Espera-se que, quando eles atingirem umacompreensão mais profunda dos Ensinamentos e seu significado,eles estarão aptos a auxiliar as comunidades bahá’ís acorrelacionarem as crenças da Fé com os pensamentos e problemas

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atuais do mundo. Em algumas ocasiões, bahá’ís de umadeterminada profissão têm participado juntos em conferênciasespeciais ou se organizaram em uma associação para estepropósito. Isto também lhes permite apoiarem-se uns aos outroscomo bahá’ís e tirarem vantagem de seu status profissional parapromover os interesses da Fé. Exemplos atuais de associaçõesprofissionais deste tipo são a Sociedade de Justiça Bahá’í e aAssociação Médica Bahá’í, ambas nos Estados Unidos. Portanto,deve ser dado especial encorajamento aos crentes de capacidadeincomum, para concentrarem suas habilidades ao serviço da Causa,através da contribuição sem igual que eles podem fazer a estecampo de rápido desenvolvimento do empenho bahá’í.

(18 de abril de 1989, de uma carta em nomeda Casa Universal de Justiça a uma

Assembléia Espiritual Nacional)

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3.PRINCÍPIOS E ORIENTAÇÕES GERAIS

3.1 FUNDAMENTO ESPIRITUAL

Dos Escritos de Bahá’u’lláh

42. Assim, pois, foi dito: “O conhecimento é uma luz que Deus fazpenetrar no coração de quem Ele queira.” É essa a espécie deconhecimento que é, e sempre foi louvável, e não o conhecimentolimitado oriundo das mentes veladas e obscurecidas. Esseconhecimento limitado eles até o tomam emprestado um do outro,furtivamente, e disso se vangloriam!

(“O Kitáb-i-Iqán”, p. 32)

43. Decretamos, ó povo, que o objetivo supremo e final de toda aerudição seja o reconhecimento dAquele que é o Propósito detodo o conhecimento. Entretanto, vede como permitistes que vossaerudição vos excluísse, qual um véu, dAquele que é o Alvorecerdesta Luz, através de Quem cada coisa oculta se revelou.

(“O Kitáb-i-Aqdas”, parágrafo 102, p.46)

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Dos Escritos Sagrados e Elocuções de ‘Abdu’l-Bahá

44. Embora a aquisição das ciências e das artes seja a maior glóriada humanidade, isso só será verdade caso o rio do homem venhaa desaguar no poderoso mar, e retire, do antigo manancial de Deus,Sua inspiração. Quando isso acontece, então cada professor écomo oceano sem limites, e cada aluno é fonte pródiga deconhecimento. Portanto, se a busca de conhecimento conduzir àbeleza dAquele que é o Objeto de todo o Conhecimento, quãoexcelente é tal meta, mas se assim não ocorrer, uma mera gotatalvez possa excluir o homem da graça transbordante, pois com aerudição vêm a arrogância e o orgulho, e isso leva ao erro e aindiferença para com Deus.

As ciências de hoje são pontes para a realidade; se elas nãoconduzirem à realidade nada resta senão inútil ilusão. Pelo DeusUno e Verdadeiro! Se o conhecimento não for meio de acesso aEle, o Mais Manifesto, então nada é senão perda evidente.

(“Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá”,texto 72, pp.98-99.)

45. Todo ramo do saber, se associado ao amor por Deus, éaprovado e digno de louvor; porém, a erudição é estéril se destituídade Seu amor – na verdade, ela causa insanidade. Toda espécie deconhecimento, toda ciência, assemelha-se a uma árvore: se seufruto for o amor a Deus, então essa será uma árvore abençoada;caso contrário, porém, não será mais que lenha ressequida, servindoapenas de alimento ao fogo.

(“Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá”,texto 154.)

46. O conhecimento científico é a mais elevada realização no planohumano, pois a ciência é a descobridora de realidades. Ele é deduas espécies: material e espiritual. A ciência material é a

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investigação de fenômenos naturais; a ciência divina é a descobertae compreensão de verdades espirituais. O mundo da humanidadedeve adquirir ambos. Um pássaro tem duas asas; ele não podevoar com uma. As ciências material e espiritual são as duas asasda elevação espiritual e realização do homem. Ambas sãonecessárias – uma natural, outra sobrenatural; uma material, outradivina. Através da divina, nós pretendemos a descoberta dosmistérios de Deus, a compreensão de realidades espirituais, asabedoria de Deus, o significado interior das religiões celestiais eo fundamento da lei.

(“The Promulgation of Universal Peace”, p. 138)

De uma Carta Escrita em Nome de Shoghi Effendi

47. Entre a verdade que provém de Deus através de Seus Profetas,e os vislumbres da verdade geralmente mal entendidos einterpretados que provém dos filósofos e pensadores, existe umadiferença imensa. Nós nunca devemos, sob quaisquercircunstâncias, confundir as duas.

Bahá’u’lláh disse que a procura da sabedoria pode ser o véuentre a alma do homem e a verdade eterna; em outras palavras,entre o homem e o conhecimento de Deus. Nós temos visto quemuitas pessoas que se tornam muito avançadas no estudo dasmodernas ciências físicas são levadas a negar Deus e a negar SeusProfetas. Isso não significa que Deus e os Profetas não existiram enão existem. Apenas significa que o conhecimento tornou-se umvéu entre seus corações e a Luz de Deus.

(22 de abril de 1954, a um bahá’í)

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De Cartas Escritas em Nome da Casa Universal de Justiça

48. Assim como existe uma diferença fundamental entre aRevelação divina em si própria e a compreensão que os crentestêm dela, há também uma distinção básica entre fato e raciocíniocientíficos, por um lado, e as conclusões ou teorias de cientistas,por outro. Não existe, e não pode haver, conflito entre a verdadeirareligião e a verdadeira ciência: a verdadeira religião é revelada porDeus, enquanto através da verdadeira ciência é que a mente dohomem “descobre as realidades das coisas e torna-se conhecedorde suas peculiaridades e efeitos, e das qualidades e propriedadesdos seres” e “compreende o abstrato pela ajuda do concreto”.Entretanto, sempre que uma afirmação é feita através da lente dacompreensão humana ela é por isso limitada, pois a compreensãohumana é limitada; e onde há limitação há possibilidades de erro; eonde há erro, conflitos podem surgir. Por exemplo, atualmentemuitas pessoas estão convencidas de que acreditar em Deus sejanão-científico mas, como o esclarecimento humano progride, oscientistas e filósofos do futuro não serão, nas palavras de ‘Abdu’l-Bahá, “negadores dos Profetas, ignorantes das suscetibilidadesespirituais, privados das graças celestiais e sem crença nosobrenatural”.

(26 de dezembro de 1975, a um bahá’í)

49. A combinação de absoluta lealdade ao Manifestante de Deuse Seus Ensinamentos, com a busca e o estudo inteligente dosEnsinamentos e história da Fé que aqueles próprios Ensinamentosprescrevem, é um poder particular a esta Dispensação. NasDispensações do passado os crentes tenderam a dividirem-se emdois grupos mutuamente antagônicos: aqueles que apegaram-secegamente à letra da Revelação e aqueles que questionaram e

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duvidaram de tudo. Como todos os extremos, ambos podemconduzir ao erro.

O amado Guardião escreveu que “A Fé Bahá’í... prescreve aseus adeptos o dever primário de uma desprendida busca daverdade...”. Os bahá’ís são exortados a seguir a Fé com inteligênciae discernimento. Inevitavelmente, crentes cometerão erros à medidaque se esforçam a elevarem-se a este grau de maturidade, e istorequer paciência e humildade por parte de todos envolvidos, demodo que tais questões não causem desunião e discórdia entre osamigos.

(7 de outubro de 1980, a um bahá’í)

50. A Casa de Justiça sugere as questões levantadas em sua cartapossam ser melhor consideradas à Luz das afirmações nos EscritosBahá’ís que revelam o relacionamento entre a Revelação deBahá’u’lláh e o conhecimento adquirido como resultado de esforçosde aquisição de sabedoria. Bahá’u’lláh afirma que:

“Desvelado e aparente, este Injuriado tem, por todos ostempos, proclamado ante a face de todos os povos do mundoque aquilo servirá como a chave para descerrar as portasdas ciências, das artes, do conhecimento, do bem-estar, daprosperidade e riqueza...”É evidente que os Escritos Bahá’ís iluminam todas as áreas do

esforço humano e todas as disciplinas acadêmicas. Aqueles quetêm sido privilegiados em reconhecer a posição de Bahá’u’lláhtêm a graça de acessar a uma Revelação que lança Luz sobretodos os aspectos de pensamento e investigação, e são exortadosa usar a compreensão que obtêm de sua imersão nos EscritosSagrados para o avanço dos interesses da Fé.

Aqueles crentes com a capacidade e oportunidade de assim ofazer, têm sido repetidamente encorajados em sua busca de estudosacadêmicos, através dos quais eles não apenas são preparados

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para prestar muitos serviços necessários à Fé, como também sãoprovidos com os meios para adquirir uma profunda introversão aosignificado e às implicações dos ensinamentos bahá’ís. Elesdescobrem também que as percepções obtidas de umacompreensão mais profunda da Revelação de Bahá’u’lláh clarificamas matérias de sua investigação acadêmica.

É útil rever várias das afirmações escritas por Shoghi Effendisobre este assunto. A um crente que havia completado avançadosestudos acadêmicos em um assunto relacionado aos Ensinamentos,o Guardião escreveu, em uma carta escrita em seu nome:

“Espera-se que todos os estudantes bahá’ís sigam o nobreexemplo que você estabeleceu diante deles e sejam,doravante, levados a investigar e analisar os princípios daFé e a correlacioná-los aos aspectos modernos de filosofiae ciência. Cada jovem bahá’í, inteligente e pesquisador, devesempre aproximar-se da Causa desta maneira, pois nelareside a própria essência do princípio da independenteinvestigação da verdade.”Quando ele foi informado do registro de um cientista na Fé, a

resposta apresentada na carta escrita em seu nome foi:“Nós precisamos muito do elemento de pensamento

seguro, sensato, que uma mente cientificamente treinada tema oferecer. Quando tais poderes intelectuais são conectadosa profunda fé, um tremendo potencial de ensino é criado ...”Seu secretário escreveu, em outra ocasião que:

“Shoghi Effendi tem exortado, durante anos, os bahá’ís(que pediram seu conselho, e também em geral) a estudaremhistória, economia, sociologia, etc, para que estejamatualizados com os movimentos e pensamentos progressistasque estão sendo propostos hoje em dia, e de modo queeles possam correlacionar estes aos ensinamentos bahá’ís.O que ele quer que os bahá’ís façam é estudar mais, não

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menos. Quanto mais conhecimento geral, científico e outroseles possuírem, melhor. De igual modo ele estáconstantemente os exortando a estudarem realmente osensinamentos bahá’ís mais profundamente.”No esforço simultâneo em perseguir seus estudos e pesquisar

profundamente os Ensinamentos Bahá’ís, os crentes são exortadosa manter uma viva consciência de que a Revelação de Bahá’u’lláhé o padrão de verdade contra o qual todas as outras perspectivase conclusões devem ser medidas. Eles são exortados a seremmodestos quanto às suas realizações e terem sempre em mente aafirmação de Bahá’u’lláh de que:

“O coração deve ser limpo das vãs palavras do homem,e santificado de toda afeição terrena, para que possadescobrir os preceitos ocultos da inspiração divina, e tornar-se o tesouro dos mistérios do conhecimento divino.”

(19 de outubro de 1993, a um bahá’í)

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3.2 CIÊNCIAS ÚTEIS

Dos Escritos de Bahá’u’lláh

51. É permissível estudar ciências e letras, mas aquelas ciênciasque sejam úteis e contribuam para o progresso e o adiantamentodo povo. Assim foi decretado por Aquele que ordena, oSapientíssimo.

(“Epístolas de Bahá’u’lláh”, Bishárát - A décima-primeira Boa-Nova, p. 34)

Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá

52. O indivíduo deve, antes de engajar-se no estudo de qualquertema, perguntar-se quais são suas aplicações e que fruto e resultadoderivarão dele. Se for um ramo de conhecimento útil, isto é, se asociedade obtiver dele importantes benefícios, então ele certamentedeve persegui-lo de todo seu coração. Caso contrário, se eleconsistir de debates vazios, improfícuos, e de uma vã concatenaçãode imaginações que não levam a resultado algum a não sermordacidade, por que devotar a vida a tais inúteis minuciosidadese disputas?

(“O Segredo da Civilização Divina”, p. 125)

De Cartas Escritas em Nome de Shoghi Effendi

53. A escolha que fez para seu curso de estudo é certamente amais interessante e será de inestimável serviço em seu trabalhopela Causa. Embora cada ramo de estudo terá algum interessepara um bahá’í que esteja olhando como o espírito da Causa e da

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nova era estão despertando as mentes, um estudo da condição dasociedade mostrar-nos-á melhor as necessidades do mundo, eentão relacionarmos os Ensinamentos que podem desempenharem satisfazê-las.

(5 de janeiro de 1930, a um bahá’í)

54. Filosofia, como você estudará e mais tarde ensinará,certamente não é uma das ciências que começam e terminam empalavras. Isto quer dizer digressões infrutíferas em excessivasminúcias da metafísica, não um ramo saudável do conhecimentocomo a filosofia ...

A respeito de seus próprios estudos: ele o aconselharia a nãodevotar muito de seu tempo ao lado abstrato da filosofia, mas simenfocá-lo por um ângulo mais histórico. Quanto a correlacionarfilosofia aos ensinamentos bahá’ís: este é um enorme trabalho doqual os estudiosos no futuro podem se incumbir. Devemos noslembrar que não apenas os ensinamentos não estão totalmenteainda traduzidos para o inglês, como não estão nem mesmo aindatodos coletados. Muitas Epístolas importantes, que estão atualmenteem posse de pessoas, podem ainda vir à luz.

(15 de fevereiro de 1947, a um bahá’í)

De uma Carta Escrita em Nome da Casa Universal de Justiça

55. Em resposta à sua carta de... na qual solicita orientação sobrea questão de profissões escolhidas considerando a afirmação deBahá’u’lláh relativa às ciências que começam por palavras e emmeras palavras terminam, e à busca de estudo em matemática purae nos clássicos, a Casa Universal de Justiça nos orientou acompartilhar com vocês um excerto de uma carta a um bahá’í,

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escrita em 1947 em nome do amado Guardião:“Filosofia, como você estudará e mais tarde ensinará,

certamente não é uma das ciências que começam e terminamem palavras. Isto quer dizer digressões infrutíferas emexcessivas minúcias da metafísica, não um ramo saudáveldo conhecimento como a filosofia.”Nestas palavras o Guardião enunciou o princípio geral. Voltando

ao exemplo específico da ciência de matemática pura, a referênciana Décima-Primeira Boa-Nova com respeito às ciências que sãolucrativas, que levam e conduzem a elevação da humanidade *,devem ser colocadas no contexto do significado das ciênciasconforme empregado pela Manifestação. O comentário deBahá’u’lláh sobre as ciências que começam e terminam em meraspalavras não se aplica ao estudo sistemático dos fenômenosnaturais, de modo a descobrir as leis de ordem do universo físico,uma ordem que a matemática aspira a explorar. A matemáticapura, freqüentemente, tem aplicações em questões práticas, taiscomo, por exemplo, a teoria de grupos ou o estudo de partículasfundamentais.

Com respeito aos estudos clássicos, fomos instados acompartilhar convosco o seguinte excerto de uma carta datada de30 de Novembro de 1932, escrita em nome de Shoghi Effendi, aum bahá’í que tinha perguntado sobre as habilidades de escreverhistórias e se tal ocupação seria classificada como aquelas “ciênciasque começam e terminam em palavras”.

O que Bahá’u’lláh quis dizer em princípio com “ciências quecomeçam e terminam em palavras” são aqueles tratados ecomentários teológicos que obstruíam a mente humana ao invésde ajudá-la a alcançar a verdade. Os estudantes que devotam asua vida aos seus estudos, mas não atingem nada.

Seguramente Bahá’u’lláh nunca pretendeu incluir escrevercontos em tal categoria; e taquigrafia e datilografia são ambos* Cf. “Epístolas de Bahá’u’lláh”, Rio de Janeiro: Editora Bahá’í, 1983, Bishárát, p. 34.

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talentos muito úteis e necessários nas nossas vidas sociais eeconômicas atuais.

O que você pode e deve fazer, é usar as suas histórias para setornarem uma fonte de inspiração e guia para aqueles que as leiam.Com tais meios a sua disposição, você pode espalhar o espírito eos ensinamentos da Causa; você pode demonstrar os males queexistem na sociedade, tanto quanto a maneira em que possam serremediados. Se você possuir um talento real para a escrita deveconsiderá-lo como sendo uma dádiva de Deus e empregar os seusesforços para usá-lo para o melhoramento da sociedade.

A Casa de Justiça espera que você possa ser capaz de satisfazeros seus amigos nestas questões e encorajá-los a se prepararempara os seus serviços bahá’ís e para serem capazes de contribuirpara o bem-estar da humanidade.

(24 Maio de 1988, a um bahá’í)

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3.3 ATITUDES DO ERUDITO

Dos Escritos de Bahá’u’lláh

56. Entre os homens há um que se tornou orgulhoso da própriaerudição e foi por isso impedido de reconhecer Meu Nome, oAbsoluto. Quando escuta os passos das sandálias que o seguemele se ensoberbece mais do que Ninrode. Dize: Ó rejeitado! Ondehabita ele agora? Por Deus, no fogo do inferno! Dize: Óassembléia de doutos da religião! Acaso não ouvis a vozpenetrante de Minha Pena Excelsa? Acaso não vedes este Solque brilha com esplendor refulgente sobre o Horizonte Todo-Glorioso? Por quanto tempo adorareis os ídolos de vossas máspaixões? Abandonai vossos devaneios fúteis e volvei-vos a Deus,o vosso Senhor Eterno.

(“O Kitáb-i-Aqdas”, parágrafo 141, p.29)

57. Mostrai tolerância e benevolência e amor uns para com osoutros. Se qualquer um dentre vós for incapaz de compreenderuma certa verdade, ou estiver se esforçando por apreendê-la,mostrai um espírito de extrema gentileza e boa vontade aoconversar com ele. Ajudai-o a ver e reconhecer a verdade, nãojulgando que, no mínimo grau, lhe sejais superiores ou possuaismaiores dons.

(“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, seção V, p 18,)

58. Acautelai-vos para que não contendais com pessoa alguma;antes, com modos bondosos e a mais convincente exortação,esforçai-vos para tornar cada um consciente da verdade. Se vossoouvinte atender, terá atendido em seu próprio proveito, e se não,

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afastai-vos dele e dirigi vossa face a sagrada Corte de Deus, sedede resplandecente santidade.Com ninguém disputeis sobre as coisas deste mundo e seusassuntos, pois Deus os abandonou àqueles que a tais coisas seafeiçoaram.

(“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, seção CXXVIII, p 175,)

59. Adverte, ó Salmán, aos bem-amados do Deus Uno eVerdadeiro, que não vejam com os olhos demasiado críticos osdizeres e os escritos dos homens. Que, antes, considerem essesdizeres e escritos com mente aberta e em espírito de amorosasimpatia. Aqueles homens, entretanto, que, neste Dia, foramlevados a atacar, em seus escritos inflamantes, os preceitos daCausa de Deus, devem ser tratados de modo diferente. Incumbea todos os homens, cada um de acordo com a sua capacidade,refutarem os argumentos dos que tem atacado a Fé de Deus. Assimfoi decretado por Aquele que é o Todo-Poderoso, o Onipotente.

(“Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh”, seção CLIV, pp 204-205)

Dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá

60. Bom comportamento e alto caráter moral deve figurar emprimeiro lugar, pois a não ser que o caráter seja treinado, a aquisiçãode conhecimento provará somente ser prejudicial. O conhecimentoé louvável quando acoplado com conduta ética e um caráter íntegrocaso contrário é um veneno mortífero, um perigo pavoroso. Ummédico de caráter mal, que trai a confiança, pode trazer a morte ese tornar a fonte de numerosas enfermidades e doenças.

(De uma Epístola traduzida do persa para o inglês)

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De Cartas Escritas por ou em Nome da Casa Universal deJustiça

61. ...os crentes devem reconhecer a importância da honestidadee humildade intelectual. Nas dispensações do passado muitos errossurgiram porque os crentes na Revelação de Deus foram ansiososdemais para: abraçar a Mensagem Divina dentro de uma estruturacom suas compreensões limitadas; definir doutrinas aonde adefinição era além de seus poderes; explicar os mistérios as quaissomente a sabedoria e a experiência de uma época posterior farãomais compreensíveis; e sustentar que algo fosse verdade porqueparecia desejável e necessário. Tais acomodações com a verdadeessencial, tal orgulho intelectual, nós temos que evitarescrupulosamente.

(27 de Maio de 1966, publicada em“Wellspring of Guidance: Messages 1963-1968”.

Wilmette, Bahá’í Publishing Trust, 1976, pp. 87-88)

62. Enquanto se está estudando na escola ou na universidade, osjovens bahá’ís, freqüentemente, se encontrarão numa posiçãoincomum e ligeiramente embaraçosa de se ter uma compreensãomais profunda de um assunto do que os seus instrutores. OsEnsinamentos de Bahá’u’lláh lançam luz em tantos aspectos davida humana e do conhecimento que um bahá’í se vê obrigado aaprender, mais cedo do que os outros, a ponderar as informaçõesque lhe são dadas ao invés de aceitá-las cegamente. Um bahá’ítem a vantagem da Revelação divina para esta Época, que brilhacomo um holofote em tantos problemas que causam perplexidadenos pensadores modernos; assim, ele tem que desenvolver ahabilidade de aprender tudo daqueles que o cercam, demonstrandoa humildade apropriada diante dos seus professores, mas sempre

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referindo o que ele escuta aos ensinamentos bahá’ís, pois eles ohabilitarão a separar o ouro da escória do erro humano.

(10 de Junho de 1966, aos jovens bahá’ís de todos os países, publicada em“Wellspring of Guidance: Messages 1963-1968”, pp. 95-96)

63. A Casa de Justiça concorda que seja da maior importânciapara os crentes, e especialmente àqueles que detém posições deresponsabilidade na Ordem Administrativa, reagirem calmamentee com mentes tolerantes e questionadoras aos pontos de vistasque diferem dos seus, lembrando que todos os bahá’ís são nadamais do que estudantes da Fé, se esforçando sempre a entenderos Ensinamentos mais claramente e aplicá-los mais fielmente, eninguém pode reivindicar ter um entendimento perfeito destaRevelação. Ao mesmo tempo, todos os crentes, e os eruditos emparticular, devem lembrar as muitas advertências nos Escritos contraa fomentação de discórdia entre os amigos. É o dever dasinstituições da Fé de guardar a comunidade contra tais perigos...Não pode ser negado que algumas das declarações que foramfeitas recentemente em nome da erudição bahá’í, por certosindivíduos, têm demonstrado uma intemperança e uma falta deapreço a muitos dos ensinamentos fundamentais da Fé, quecompreensivelmente chamariam atenção no seio dos crentes maistolerantes.

(18 de Julho de 1979, de uma carta escritaem nome da Casa Universal de Justiça a um bahá’í)

64. A Casa de Justiça sente que os eruditos bahá’ís devemguardar-se contra as tentações do orgulho intelectual. ‘Abdu’l-Bahá advertiu aos amigos no Ocidente que seriam submetidos atestes intelectuais, e o Guardião os lembrou desta advertência. Hámuitos aspectos do pensamento ocidental que foram exaltados àuma posição de serem princípios incontestáveis na mente geral, e

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que o tempo poderá demonstrar terem sido errados ou, pelo menos,somente parcialmente verdadeiros. Qualquer bahá’í que ficar soba proeminência nos círculos acadêmicos, será exposto à influênciapoderosa de tal tipo de pensamento. Um dos problemas dos temposmodernos é o grau em que diferentes disciplinas se tornamespecializadas e isoladas uma das outras. Os pensadores são,agora, enfrentados com o desafio de realizar uma síntese, ou pelomenos uma correlação coerente, da vasta quantidade deconhecimento que fora adquirido durante o último século. Osbahá’ís tem que estar conscientes deste fator, da moderação e danatureza toda abarcante desta Revelação...

Na aplicação das leis sociais da Fé, a maioria das dificuldadespode ser vista surgindo não somente da aberta desobediência,mas também das ações daqueles que, enquanto cuidadosos emobservar a letra da lei, tentam ir o mais longe possível, que a letrada lei os permite, do espírito que se encontra no coração dela.Uma tendência similar pode ser notada entre alguns estudiososbahá’ís. Os grandes avanços no conhecimento e no entendimentono campo vital da erudição bahá’í serão feitos por aqueles que,enquanto bem versados nos seus assuntos e aderindo aos princípiosda pesquisa, são também completamente imbuídos de amor a Fée da determinação de crescerem na compreensão dos ensinamentosdEla.

(23 de Março de 1983, de uma carta escrita em nome da Casa Universal deJustiça a um bahá’í)

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3.4 ASSUNTOS DE METODOLOGIA

Dos Escritos de Bahá’u’lláh

65. Não pondereis o Livro de Deus com os padrões e ciênciascorrentes entre vós, pois o próprio Livro é a infalível Balançaestabelecida entre os homens. Nesta mais perfeita Balança se deveponderar tudo o que os povos e raças da terra possuam, e o pesodEla se deve verificar Segundo o seu próprio padrão – se o apenassoubésseis!

(“O Kitáb-i-Aqdas”, parágrafo 99, p.p.45-46)

66. Quando os olhos do povo oriental foram cativados pelas artese maravilhas do Ocidente, eles vagavam, desvairados, na selvadas causas materiais, inconscientes do Ser que é o Causador dasCausas e Seu Sustentáculo, enquanto aqueles homens que eram afonte do manancial da Sabedoria nunca negaram o Impulso motrizatrás dessas causas, nem o Criador deles ou sua Origem. TeuSenhor sabe, mas disso a maioria do povo não está ciente.

(“Epístolas de Bahá’u’lláh, Lawh-I-Hikmat”, p. 161)

Dos Pronunciamentos de ‘Abdu’l-Bahá

67. Há somente quatro métodos aceitos de compreensão: isto é,as realidades das coisas são compreendidas por estes quatrométodos.

O primeiro método é pelos sentidos: tudo o que os olhos, osouvidos, o gosto, o olfato e o tato percebem, é compreendido poreste método. É o método hoje considerado o mais perfeito pelos

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filósofos europeus; dizem que o método principal para se adquirirconhecimento é este, através dos sentidos; este método, eles oacham supremo. É, no entanto, imperfeito, sujeito ao erro.Tomemos, por exemplo, o maior de todos os sentidos, o poder davisão... Segundo a visão, a Terra é imóvel enquanto o Sol se move,e em muitos casos semelhantes há engano. Nela, pois, nãopodemos confiar.

O segundo é o método do raciocínio, o qual foi o dos filósofosantigos – sustentáculos que eram da sabedoria. É este o métododa compreensão. Eles provavam as coisas pelo raciocínio, aderiamfirmemente às provas lógicas; todos os seus argumentos sãoargumentos de raciocínio. Não obstante isso, havia entre elesgrandes divergências, sendo muitas vezes contraditórias suasopiniões. Até mesmo mudavam de idéias; isto é, durante vinte anos,digamos, provavam eles a existência de uma coisa por argumentoslógicos, e depois, também por argumentos lógicos, negavam-na.Assim, Platão primeiro provou logicamente a imobilidade da Terrae o movimento do Sol, e mais tarde, por argumentos lógicos, provouser o Sol o centro estacionário em volta do qual a Terra se movia...Torna-se, pois, evidente ser imperfeito o método do raciocínio,sendo isto provado pela divergência de opinião entre os filósofosantigos, e por sua falta de estabilidade. Fosse perfeito esse método,todos deveriam estar unidos em suas idéias e acordes em suasopiniões.

O terceiro método é por tradição, ou seja, pelo texto dasSagradas Escrituras, pois costuma-se dizer: “No Velho Testamento,ou no Novo, Deus assim falou.” Tampouco é perfeito esse método,porque as tradições são compreendidas pelo raciocínio. Já que opróprio raciocínio é sujeito ao erro, como pode-se dizer que nãoerrará em interpretar o significado das tradições? É possível quese engane; não se pode atingir a certeza. É este o método dosteólogos. Tudo o que entendem do texto dos Livros é aquilo que

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seu raciocínio deduz do texto, e não necessariamente a verdadereal, pois o raciocínio é como uma balança, enquanto os significadoscontidos no texto dos Livros Sagrados são as coisas a ser pesadas.Se a balança for inacurada, como será possível certificar-se dopeso?

Saibam, pois: o que está nas mãos dos homens, o que acreditam,é sujeito ao erro. Se, a fim de provarem ou refutarem algo, elesrecorrerem à evidência derivada dos sentidos, este método, assimcomo mostramos, não é perfeito; e é o mesmo caso das provasintelectuais; tampouco são infalíveis as provas tradicionais. Nãohá norma, portanto, nas mãos dos homens, da qual possamdepender.

A graça do Espírito Santo, porém, dá o verdadeiro método decompreensão – método este que é infalível e indubitável. Isso éatravés do amparo do Espírito Santo que vem ao homem, e énesta condição somente que se pode atingir a certeza.

(“Respostas a Algumas Perguntas”, pp. 238-239)

De Cartas Escritas em Nome da Casa Universal de Justiça

68. A preocupação manifestada foi que muitos dos amigos,afirmando que há somente um ponto de vista “correto” da históriae dos ensinamentos da Fé, reagem de modo crítico a diferentespontos de vista. Este assunto já foi abordado em declarações feitaspela própria Casa Universal de Justiça, por exemplo, àquelascontidas nas páginas 88-89 da “Wellspring of Guidance”. Comodemonstra na sua carta, a Revelação divina é infalível e procedede um conhecimento que abarca toda a Verdade, mas quando osindivíduos bahá’ís tentam aplicar os Textos Sagrados a um problemaou situação específico eles o fazem usando as suas próprias mentesque são de uma compreensão limitada. Assim, justamente como

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as pessoas podem divergir umas das outras no seu uso do raciocínioem fazer deduções baseadas nas evidências disponíveis, elaspodem também divergir no seu entendimento e na aplicação deum trecho da Revelação divina. O princípio bahá’í de harmoniaentre a ciência e a religião exige, conforme você tem dito, que umestudioso bahá’í deve usar a sua inteligência para chegar a umasolução de um problema específico se existir um conflito aparenteentre um Texto Sagrado e outras evidências; e também, ele deveaceitar o fato de que alguns problemas poderão desafiar a suacompreensão...

Ao transmitir os comentários do Departamento de Pesquisassobre o... Seminário* a Casa de Justiça não pretendeu inferir quehá somente uma metodologia válida para os historiadores bahá’ísseguirem. A Casa de Justiça meramente desejou alertar osestudiosos bahá’ís aos perigos que são inerentes nos caminhosque alguns deles estão trilhando presentemente. A pesquisa históricaé, em grande medida, uma questão de avaliar evidências e deduzirprobabilidades. A evidência histórica, além disso, é semprefragmentária, e também pode ser acidentalmente errônea ou mesmointencionalmente fabricada. A Casa de Justiça reconhece que vocêesteja completamente cônscio deste fato, mas enfatiza o pontoporque não vê como um historiador bahá’í possa, com todahonestidade, alegar ser um crente fiel pôr um lado, e por outrolado desafiar, nos seus escritos, a veracidade e a honra das FigurasCentrais da Fé ou do seu Guardião.

O fato de que a Fé, conforme declara o Guardião, “imponhanos seus seguidores o dever primário de uma busca desimpedidada verdade”, deve tranqüilizar qualquer aspirante a historiador

*“O Desafio e a Promessa da Aquisição de Sabedoria Bahá’í (The Challenge and Promiseof Bahá’í Scholarship)”, preparada pelo Departamento de Pesquisas. Conforme publicadoem “The Bahá’í World” (Haifa: Bahá’í World Center, 1981), vol. XVII, pp. 195-196,este texto foi inadvertidamente atribuído a Casa Universal de Justiça.

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bahá’í, que não possa existir qualquer questão que distorça ahistória nos assim chamados “interesses” da Fé. Ao contrário, acombinação de fé profunda e liberdade de pensamento é um dosgrandes arrimos da religião bahá’í. Coloca, porém, uma granderesponsabilidade nos historiadores bahá’ís a expressarem os seuspontos de vistas e conclusões com moderação e a devidahumildade. Nesta conexão, uma das Epístolas de Bahá’u’lláhdeclara:

“Vós tens escrito que um dos amigos tem composto umtratado. Este fato foi mencionado na Presença Sagrada, e oque segue foi revelado como resposta: Grande cuidado deveser exercido para que o que for escrito nestes dias não causedissensão e convide a objeção do povo. O que quer quedisserem os amigos do único Deus verdadeiro neste dias éescutado pelo povo do mundo. Tem sido revelado no Lawh-i-Hikmat: ‘Os descrentes têm inclinado a Nós os ouvidos afim de ouvirem os que os possa capacitar a cavilar de Deus,o Amparo no Perigo, o Subsistente por Si próprio.’ O quequer que seja escrito não deve transgredir os limites do tatoe da sabedoria, e dentro das palavras ali usadas deve jazera propriedade do leite, para que as crianças do mundopossam ser com isso nutridas, e atingir a maturidade. Temosdito no passado que uma palavra tem a influência daprimavera e faz com que os corações fiquem frescos everdejantes, enquanto uma outra é como se fosse a mangra*que faz com que o desabrochar e as flores murchem. Deuspermita que os autores entre os amigos escrevam de talmaneira que seja aceitável às almas de mente justa, e nãolevem a cavilação pelo povo.”

(18 de Julho de 1979, a um bahá’í)

*uma influência maligna. N.T.

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69. A Casa de Justiça esperava que a publicação da declaração*estimulasse o diálogo entre os estudiosos bahá’ís e os encorajassea examinar mais profundamente todos os aspectos do seu trabalho,e o efeito que este tem nas platéias bahá’ís e não-bahá’ís. O objetivonão foi de instruir os estudiosos a abandonarem qualquermetodologia específica mas de adverti-los dos perigos de tomarpor certo as conjecturas, a priori, dos eruditos modernos não-bahá’ís e de permitir que o seu pensamento e entendimento da Féseja limitado pelos critérios que eles mesmos, como bahá’ís,saberiam estar errados. Foi também a esperança da Casa de Justiçaque os eruditos bahá’ís reconheceriam o significado da maneiraem que se expressem, e que se resguardariam contra o uso dalinguagem orgulhosa e desprezadora com que alguns têmpublicamente referidos aos seus colegas de crença que, entretanto,tentavam devotadamente a servir a Fé de Deus.

(8 de Outubro de 1980, a um bahá’í)

70. De sua carta, a Casa de Justiça entende que você deseja acharmeios de comunicar as verdades espirituais em maneiras lógicas ede demonstrar a validade das mesmas através de provas científicas.Não podem existir objeções para tal atitude. O próprio ‘Abdu’l-Bahá utilizou tal método. O perigo que os eruditos bahá’ís devemevitar é a distorção da verdade religiosa, às vezes quase a força,para fazê-la conformar com as compreensões e percepções atuaisno mundo científico. Os verdadeiros eruditos bahá’ís devemprecaver-se contra esta prática. Numa carta a uma AssembléiaEspiritual Nacional datada de 21 de julho de 1968, a Casa deJustiça escreveu:

“Enquanto poderá freqüentemente ser considerado sábioaproximar-se de indivíduos ou de uma platéia partindo de um ponto

* Ibid ao ítem 68

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de vista do conhecimento atual, nunca deve ser negligenciado quea Revelação da Manifestação de Deus é o padrão para todo oconhecimento, e as declarações e teorias científicas,independentemente de quão perto eles possam chegar aosprincípios eternos proclamados pelo Mensageiro de Deus, são nasua própria natureza efêmeras e limitadas. Do mesmo modo, atentativa de tornar a Fé Bahá’í relevante à sociedade moderna éde incorrer no risco grave de comprometer as verdades fundamentaisde nossa Fé no esforço de fazê-la conformar-se com as teorias epráticas atuais.”

(7 de Junho de 1983, a um bahá’í)

71. A preocupação principal da Casa Universal de Justiça é sobreo preconceito metodológico e o tom de discordância que decorremdos trabalhos de certos autores. A impressão dada é de que, aotentar alcançar o que entendem ser objetividade acadêmica, teminadvertidamente lançado a Fé num molde que é essencialmentealheio à sua natureza, não levando em conta as forças espirituaisque os bahá’ís vêem como sendo o fundamento dEla.Presumivelmente a justificação oferecida para esta abordagem seriaque a maioria dos estudiosos da religião comparativa estáessencialmente interessada nos fenômenos discerníveis, eventosobserváveis e assuntos práticos e está acostumada a tratar o seuassunto sob um ponto de vista ocidental, senão cristão. Estaabordagem, embora compreensível, é completamente impossívelpara um bahá’í, porque ignora o fato de que a nossa visão domundo inclui a dimensão espiritual como um componenteindispensável para a consistência e coerência, e não convém a umbahá’í escrever... sobre a sua Fé como se ele a olhasse de dentrodas normas de humanismo ou materialismo.

Em outras palavras, somos apresentados, em tais artigos,através da visão de bahá’ís tentando escrever como se fossem

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não-bahá’ís. Este fato leva estes autores a tirar conclusões e fazerimplicações que estejam em conflito com os ensinamentos bahá’íse com a realidade da Fé. Um bom autor bahá’í, quando escreverpara tal tipo de publicação, deve ser completamente capaz deadotar um tom calmamente neutro e expositivo, sem cair naarmadilha de distorcer a imagem através de adotar o que seja, emessência, uma postura materialista e localizada.

(4 de Outubro de 1994, a uma Assembléia Espiritual Nacional)

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3.5 O CONVÊNIO

De Cartas Escritas por ou em Nome de Shoghi Effendi

72. Com respeito aos tipos de estudos que você possa seguir:... aCausa é tal que podemos servi-la independentemente, qual seja anossa profissão. A única necessidade é que estejamosespiritualmente focados e não sejamos guiados por consideraçõesmeramente materiais. Nós, também, não devemos deixar que osnossos estudos nos detenham de aprofundar o nosso conhecimentoda literatura da Causa.

(9 de Novembro de 1931, de uma carta escritaem nome de Shoghi Effendi a um bahá’í)

73. Nos seus esforços a alcançar este propósito, devem estudarpor si próprios, conscientemente e diligentemente a literatura dasua Fé e se aprofundar nos seus ensinamentos, assimilar as suasleis e princípios, refletir sobre as suas admoestações, princípios epropósitos, consignar à memória certas de suas exortações eorações, dominar as essências de sua administração, e se mantera par de suas questões atuais e progressos recentes. Eles devemse esforçar a obter, de fontes que sejam autorizadas e imparciais,um conhecimento sólido da história e princípios do islamismo – afonte percussora da sua Fé – e se aproximar com reverência ecom uma mente purificada de idéias preconcebidas do estudo doAlcorão que, independente das escrituras sagradas das RevelaçõesBábí e Bahá’í, constitui o único Livro que pode ser consideradocomo um repositório absolutamente autenticado da Palavra deDeus. Devem devotar atenção especial a investigação daquelasinstituições e circunstâncias que são diretamente conectadas com

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a origem e o nascimento da sua Fé, com a posição reivindicadapor seu Precursor, e com as leis reveladas por seu Autor.(25 de Dezembro de 1938, por Shoghi Effendi aos bahá’ís do Ocidente, publicada

no “O Advento da Justiça Divina”, Editora Bahá’í do Brasil, Rio de Janeiro,1977, p. 49)

74. O Guardião sente que um conhecimento sólido da história,incluindo a história religiosa, e também de assuntos sociais eeconômicos, será de grande ajuda no ensino da Causa parapessoas inteligentes; com respeito a quais assuntos dentro da Févocê deve se concentrar, ele sente que os jovens bahá’ís devemganhar um domínio de tais livros como “Seleção dos Escritos deBahá’u’lláh”, “Os Rompedores da Alvorada”, “Que Brilhe o Sol”,“O Kitáb-i-Iqán”, “Respostas a Algumas Perguntas” e as Epístolasmais importantes. Todos os aspectos da Fé devem ser estudadosprofundamente – e... eles precisam saber mais sobre aAdministração.

(4 de Maio de 1946, em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í)

75. Parece que o que precisamos agora é um esforço de aquisiçãode sabedoria bahá’í mais profundo e coordenado de modo a atrairtais tipos de homens que você está contatando. O mundo – pelomenos o mundo pensante – tem assimilado todos os grandes euniversais princípios proclamados por Bahá’u’lláh, há mais de 70anos atrás, e assim, logicamente, não parece como “novidade”para eles. Mas sabemos que os ensinamentos mais profundos, acapacidade da Sua Ordem Mundial projetada para recriar asociedade, são novas e dinâmicas. São estes que devemosaprender de modo a apresentá-los inteligentemente e com encantoa tais homens!

(3 de Julho de 1949, em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í)

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76. Ele ficou muito satisfeito ao ouvir que você faz muitas palestraspara a Causa; este é um campo de serviço muito importante e umem que deve-se devotar o tanto quanto possível de tempo. Opúblico tem que ouvir sobre a Fé, e novas maneiras e meios devemser inventados para trazê-la a sua atenção. Ele também o estimulaa estudar os próprios ensinamentos mais profundamente. Aaquisição de sabedoria bahá’í é realmente uma necessidade maiordo que a erudição mundana, pois uma é espiritual, e a outra é maisou menos transitória. Pode haver uma real deficiência na fé depessoas que conhecem os ensinamentos completamente,especialmente as suas verdades mais profundas, contudo, podemensinar as almas corretamente e assentar uma fundação permanente,que os testes e provocações não conseguem derrubar.

(27 de Agosto de 1951, em nome de Shoghi Effendi a um bahá’í)

Das Comunicações da Casa Universal de Justiça

77. No campo da aquisição de sabedoria bahá’í achamos queseja mais importante não sufocar o desenvolvimento dos eruditosbahá’ís com uma atitude de censura ou de crítica desmedida.Acreditamos que ambos, o Centro Internacional de Ensino e oCorpo de Conselheiros podem prestar serviços valiosos nesta áreaatravés de encorajamento aos iniciantes eruditos e de promover,dentro da comunidade bahá’í, uma atmosfera de tolerância paraos pontos de vista dos outros. Ao mesmo tempo, o núcleofundamental da Fé dos crentes deve ser fortalecido através deuma consciência crescente da verdade primordial e a importânciavital do Convênio, e um amor sempre crescente por Bahá’u’lláh.

(10 de Fevereiro de 1981, memorando da Casa Universal de Justiçaao Centro Internacional de Ensino)

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78. Não pode haver dúvida que o progresso da Causa, de agoraem diante, será caracterizado por um crescente relacionamentocom as agências, atividades, instituições e líderes individuais domundo não-bahá’í. Iremos alcançar ainda maior desenvolvimentonas Nações Unidas, tornando-nos mais conhecidos nasdeliberações dos governos, uma figura familiar junto aos veículosde divulgação, um assunto de interesse para acadêmicos e,inevitavelmente, a inveja de instituições decadentes. Nossapreparação para e em resposta a essa situação deve ser umaprofundamento contínuo em nossa Fé, uma adesão inabalávelaos seus princípios de não envolvimento em política partidária eisenção de preconceitos, e, acima de tudo, um entendimentocrescente de suas verdades fundamentais e relevância para omundo moderno.

(Ridván de 1984, aos bahá’ís do Mundo)

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