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Aula 02 - Seminário: Sobre o Sermão do Monte

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Seminário Sobre o Seminário Sobre o

Sermão do MonteSermão do Monte

Aula 2Aula 21

Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus

discípulos aproximaram-se dele,e ele começou a ensiná-los,

dizendo: "Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados

os que choram, pois serão consolados.

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Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança.Bem-aventurados os que têm fome

e sede de justiça, pois serão satisfeitos. Bem-aventurados os

misericordiosos, pois obterão misericórdia. Bem-aventurados

os puros de coração, pois verão a Deus.

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Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de

Deus. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça,

pois deles é o Reino dos céus."Bem-aventurados serão vocês

quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e

levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. 4

Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa

de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os

profetas que viveram antes de vocês".

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Disse Jesus:

"Bem-aventurados os pobres em espírito, pois

deles é o Reino dos céus.”

O que devemos entender dessas palavras de Jesus? 6

Uma boa pergunta a se fazer é:

Quem são os pobres de espírito?

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Para responder esta pergunta, é preciso voltar ao VT.

Vamos aos textos:

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Mas os pobres nunca serão esquecidos, nem se frustrará a esperança dos necessitados.

Por causa da opressão do necessitado e do gemido do pobre, agora me levantarei, diz o Senhor.

Eu lhes darei a segurança que tanto anseiam. 

Salmo 9.2 e 12.59

Este pobre homem clamou, e o Senhor o ouviu; e o libertou de

todas as suas tribulações.

Salmos 34.6

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Todo o meu ser exclamará: "Quem se compara a ti, Senhor? Tu livras os necessitados daqueles que são mais poderosos do que eles, livras

os necessitados e os pobres daqueles que os exploram

Salmo 35.1011

Quanto a mim, sou pobre e necessitado, mas o Senhor

preocupa-se comigo. Tu és o meu socorro e o meu libertador; meu

Deus, não te demores!

Salmos 40:17

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Compadecer-se-á do pobre e do aflito, e salvará as almas

dos necessitados.

Salmos 72 : 13

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Estes textos nos permitem entender que a ‘pobreza’, neste contexto,

tem aplicações espirituais identificando-se como uma humilde

dependência de Deus.

É essa pobreza que Cristo se refere.

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O ‘aflito’ (homem pobre) no VT é aquele que está sofrendo e não tem

capacidade de salvar-se por si mesmo e que, por isso, busca

salvação de Deus, reconhecendo que não tem direito à mesma.

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Esse estado de pobreza espiritual e reconhecimento da mesma foi

igualmente reconhecida e elogiada pelo profeta Isaías.

Disse ele:

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"O pobre e o necessitado buscam água, e não encontram! Suas línguas estão ressequidas de sede. Mas eu, o Senhor, lhes responderei; eu, o Deus

de Israel, não os abandonarei.Abrirei rios nas colinas estéreis, e fontes nos vales. Transformarei o

deserto num lago, e o chão ressequido em mananciais.Isaías 41:17,18

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Para Stott, o ‘pobre’ – em Isaías - é também descrito como o ‘contrito e

abatido de espírito’ para quem o Senhor olha: Pois assim diz o Alto e

Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: "Habito num lugar alto e

santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito.

Is. 57.15 18

E mais, disse Stott, é para esse ‘pobre’ que o Ungido do Senhor proclamaria as Boas Novas de Salvação. Isaias 66. 1, 2 e 3.

profecia que se cumpriu enquanto Jesus esteve entre nós.

Diz o texto:

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O Espírito do Soberano Senhor está sobre mim porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros, para proclamar o ano da bondade do Senhor e o dia da

vingança do nosso Deus;

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para consolar todos os que andam tristes, e dar a todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito deprimido. Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do Senhor, para

manifestação da sua glória.21

O que não significa dizer que Jesus era indiferente à pobreza e fome

físicas. Pelo contrário, os evangelhos são ricos em mostrar a

compaixão de Cristo pelos necessitados e seu cuidado em

alimentar os famintos dizendo aos seus discípulos e a nós que

deveriam e devemosfazer o mesmo. 22

Mas, não podemos aplicar este significado aos ‘pobres’ das bem-aventuranças, pois fazê-lo seria relacionar as bênçãos do Reino

com vantagens econômicas.

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Podemos e devemos sim dizer que os ‘pobres’ ou ‘humildes’ de espírito são àqueles que reconhecem sua

carência espiritual ou, mais claramente, admitem sua falência

espiritual diante de Deus, pois somos pecadores e nada

merecemos além do seu juízo. Nada temos a oferecer e nada a reivindicar. 24

Podemos e devemos sim dizer que os ‘pobres’ ou ‘humildes’ de espírito são àqueles que possuem um justo senso de pecado interior e exterior;

que reconhecem a culpa e a impotência que têm diante e por

causa de seus pecados.

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Podemos e devemos sim dizer que os ‘pobres’ ou ‘humildes’ de espírito são àqueles que não dependem de suas posses, forças e capacidade

e, por isso, são incapazes de dizer: sou rico e abastado em bens, de nada tenho falta. Pois sabem que

são desprezíveis, pobres, miseráveis, cegos e nus.

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Podemos e devemos sim dizer que os ‘pobres’ ou ‘humildes’ de espírito

são àqueles que admitem e se envergonham de sua vaidade e da sede de estima e honra que vem

dos homens; admitem e se envergonham de sua constante

inclinação para pensar de si mais do que convém.

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Podemos e devemos sim dizer que os ‘pobres’ ou ‘humildes’ de espírito são àqueles que reconhecem em si mesmos o ódio, a inveja, o ciúme, a

vingança, a ira, a maldade,a amargura, assim como uma

inimizade inata contra Deus e os homens que se revela em ações e

palavras que ofendem sua santidade. 28

Como bem disseram Calvino e Spurgeon:

“Só aquele que, em si mesmo, foi reduzido a nada e repousa

na misericórdia de Deus, é pobre de espírito”.

“Para subirmos no Reino é preciso rebaixar-nos em

nós mesmos” 29

Por isso, as palavras de J. Wesley fazem todo sentido, disse ele:

“O cristianismo real começa com a pobreza de espírito... A verdadeira espiritualidade começa exatamente onde

termina a moralidade pagã...

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...Começa com a convicção do pecado. Começa pela renúncia de nós mesmos. Começa com a consciência de que não temos

justiça própria. O fundamento de tudo, completa Wesley, é a

pobreza de espírito.

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Deste modo, Aquele que sonda os corações e sabe quem

verdadeiramente é pobre de espírito, diz:

O Reino dos Céus é deles.

Mateus 5:3

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O Reino dos Céus é concedido ao pobre em si mesmo e não ao rico

de si mesmo.O Reino dos Céus é concedido ao

frágil e não ao poderoso.O Reino dos Céus é concedido aos

fracos e impotentes e não aos fortes e auto suficientes.

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"Bem-aventurados os pobres em

espírito, pois deles é o Reino dos céus.”

Quem quer ter o Reino dos Céus precisa reconhecer sua pobreza

espiritual, essa é condição indispensável.

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Com a aplicação do verbo ‘ser’ no presente (é), entendemos

que o Reino não será dado aos pobres de espírito.

O Reino já foi dado aos pobres de espírito.

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Mas...

O que significa ‘ter’ o Reino de Deus?

ouO que é o Reino de Deus?

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John Wesley propõe algumas respostas, disse ele: O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no

Espírito Santo.

O Reino de Deus é uma vida celestial que começa na terra

em justiça, paz e alegria no Espírito Santo.

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Repito:

O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo. A justiça é a Vida de Deus na Alma. É ter a

mente que estava em Jesus. É ter a imagem de Deus estampada

no coração...

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O Reino de Deus em Justiça, continua Wesley, é ser renovado à

semelhança do Deus que nos Criou. É a experiência pessoal do

amor de Deus. É amar a humanidade por amor a Deus, porque Ele nos amou primeiro.

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O Reino de Deus é paz. É a paz de Deus. É uma serenidade tranquila

da alma. É a plena fé em Jesus que não deixa dúvidas de que somos aceitos por Ele. É uma paz que

exclui todo medo.

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O Reino de Deus internalizado, completa Wesley, inclui a alegria no

Espírito Santo. É ele quem nos convence que recebemos a graça, o perdão e a redenção por meio de

Jesus Cristo. É o Espírito Santo que nos lembra das inúmeras e incontidas alegrias existentes no

Reino de Deus... 41

É uma alegria saber que a justiça que estava em Jesus

foi-nos imputada.É uma alegria saber que fomos e

somos perdoados dos nossos pecados.

É uma alegria saber que fomos feitos herdeiros com Cristo, família

de Deus e que estamos com Ele para sempre. 42

É uma alegria saber que Jesus Cristo ‘adquiriu’ o Reino de

Deus, o partilhou e partilha com os pobres de espírito.

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Se também somos estas pessoas,

o Reino também é nosso.

Sendo nosso o Reino de Deus, significa dizer que a nossa vida

é uma vida de Justiça, paz e alegria no Espírito Santo.

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No entanto, fato é que muitas vezes olhamos para nós mesmos e o que menos

encontramos é Justiça, Paz e Alegria no Espírito Santo. Mas

isso não muda o que o Reino de Deus é.

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Deus nos ajude.

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