Espiritos felizes - de antoine até maurice

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Segunda parte

Captulo II Espritos Felizes

Antoine Costeau
Senhorita Emma
Doutor Vignal
Victor Lebufle
Anais Gourdon
Maurice Gontran

Antoine Costeau

Membro da Sociedade Esprita de Paris;

Sepultado em 12/09/1863 em vala comum;

Completa, sincera e profunda era a sua f em Deus;

Praticava a caridade por pensamentos, palavras e obras

Antoine Costeau

Sr. Canu, secretrio da Sociedade fez uma profunda alocuo diante da sepultura. Logo em seguida, ali mesmo, um mdium obteve uma comunicao do recm-desencarnado:

Minha alma no ser sepultada neste p, antes pairar no espao a fim de subir at Deus!

Oh! Eu no morri, vivo a verdadeira vida, a vida eterna!

Antoine Costeau

Bons espritos acompanharam convosco o corpo que ai jaz estendido

No vos esqueais nunca da assistncia que mutuamente vos deveis na Terra, se que pretendeis penetrar a morada do Senhor

Trs dias depois, comunicou-se em um grupo particular:A morte a vida!

Antoine Costeau

Oh! Meus amigos, que belo espetculo sobre a Terra o de ver tremular os estandartes do Espiritismo!

Cincia profunda, imensa, da qual apenas soletrais as primeiras palavras.

Oh! Meus irmos, pensai na felicidade imensa que possus como primeiros iniciados na obra da regenerao.

Antoine Costeau

A morte a vida, ou antes um sonho, espcie de pesadelo que dura o espao de um minuto, e do qual despertamos para nos vermos rodeados de amigos que nos felicitam, ditosos por nos abraarem.

O Livro dos Espritos despertara-me n'alma os elos de amor ao meu Criador.

Felizes os que houverem tomado parte no combate!

Senhorita Emma Livry

Em consequncia de acidentes causados por fogo, faleceu esta donzela, que era bailarina, aps cruis sofrimentos em 26/07/1863.

Senhorita Emma Livry

Apresentou-se espontaneamente em 31/07/1863 e comunicou-se:Quem dava ao nimo abatido a fora d suportar as angstias? () reis vs, meu Guia, cuja aurola branca me cercava; e reis vs outros, Espritos caros e amigos, que vinheis murmurar-me ao ouvido palavras de esperana e amor.

Morri vivendo j a verdadeira vida.

Senhorita Emma Livry

No experimentei a perturbao; entrei serena e recolhida no dia radiante que envolve aqueles que, depois de muito terem sofrido, souberam esperar um pouco.

Bendigo, pois, o fogo, o sofrimento, a prova, que no passavam de expiao.

No so mais as estrelas de diamante que me rebrilham na fronte, mas as ureas estrelas do bom Deus.

Doutor Vignal

Antigo membro da Sociedade de Paris, falecido a 27/03/1865.Na vspera do enterro um sonmbulo lcido e bom vidente, instado a transportar-se para junto dele e narrar o que visse, discorreu:Vejo um cadver, no qual se opera um trabalho extraordinrio; dir-se-ia uma quantidade de massa que se agita e alguma coisa que parece fazer esforos para se lhe desprender, encontrando, contudo, dificuldade em vencer a resistncia.

Doutor Vignal

Evocado em 31/03/1865:Graas vossa evocao e assistncia, levadas pelas preces, pude vir hoje assistir desembaraado a esta reunio de bons amigos e irmos espritas.

Sou feliz por ver agora, sem obstculo algum, desenvolver-se diante de mim o futuro da cincia e da filosofia espritas.

Fui eficazmente auxiliado pelo vosso concurso e o sonmbulo vos deu uma ideia bastante clara do fenmeno da separao.

Doutor Vignal

Pouco me importam as coisas materiais. S pensava na alma e em Deus.

Hoje sou livre; um vasto campo desconhecido se me depara, e eu espero com o vosso auxlio e o dos bons Espritos, aos quais me recomendo, progredir e compenetrar-me o mais rapidamente possvel dos sentimentos que mister possuir, e dos atos que me cumpre empreender para suportar as provaes e merecer a recompensa.

Victor Lebufle

Moo prtico do porto do Havre, falecido aos 20 anos de idade

Morava com a me a quem prodigalizava os mais ternos e afetuosos cuidados, sustentando-a com o produto do seu rude trabalho.

Nunca o viram frequentar tabernas, nem se entregar aos to frequentes excessos da profisso.

Victor Lebufle

No momento de sua morte sua me teve uma viso: Achava-se em grande escurido, quando viu um ponto luminoso que crescia pouco a pouco, at que o quarto ficou iluminado por brilhante claridade, da qual se destacava radiante a figura do filho, elevando-se ao espao infinito.

No dia seguinte, aquela alma bem formada havia deixado a Terra, murmurando uma prece.

Victor Lebufle

Ele se manifestou espontaneamente, dando a seguinte comunicao:Devem ser levados em conta os sofrimentos e angstias que so a origem das beno e da felicidade de alm-tmulo.

As venturas terrenas quo longe esto das que experimentamos ao regressar para Jesus, com a conscincia pura, com a confiana do servo cumpridor do seu dever, que espera cheio de alegria a aprovao d'Aquele que tudo.

Victor Lebufle

Ah! Meus amigos, a vida penosa e difcil, quando se no tem em vista o seu fim; mas eu vos digo, em verdade, que quando vierdes para junto de ns, se seguirdes a lei de Deus, sereis recompensados alm, mas muito alm dos sofrimentos e dos mritos que porventura julgardes ter adquirido para a outra vida.

Sede bons e caritativos, dessa caridade to desconhecida entre os homens, e que se chama benevolncia. Socorrei os vossos semelhantes, fazendo por outrem mais que por vs mesmos.

Victor Lebufle

O guia do mdium esclareceu ainda:Nem sempre os sofrimentos amargados na terra constituem uma expiao.

Os espritos que, cumprindo a vontade do Senhor, baixam Terra, como este, so felizes em provar males que para outros seriam uma expiao.

O sono os revigora perante o Todo-Poderoso, dando-lhes a fora de tudo suportarem para sua maior glria.

Sr Anais Gourdon

Era muito jovem e notvel pela doura do carter e de eminentes qualidades morais que a distinguiam.

Faleceu em Novembro de 1860.

Pertencia a uma famlia de mineiros dos arredores de Saint-tienne.

Sr Anais Gourdon

Aps ser evocada comunicou-se:Perguntada o porqu de ter desencarnado to cedo, ela respondeu: Porque terminei minhas provaes terrenas.

pergunta sobre o que os parentes poderiam fazer em favor dela, respondeu: Podem, caros irmos, no mais entristecendo com as suas lamentaes, pois sabem que no estou perdida de todo para eles. Desejo que a recordao do meu ser lhes seja suave e doce.

Maurice Gontran

Era filho nico e faleceu, aos 18 anos, de uma afeco pulmonar.

Inteligncia rara, razo precoce, grande amor ao estudo, carter doce, terno e simptico, possua todas as qualidades que fazem prever brilhante futuro.

Sua morte acarretou aos parentes uma dessas dores que deixam traos profundos e muitssimo dolorosos, pois () lhe atribuam o fim prematuro ao trabalho de estudo.

Maurice Gontran

A dor de meus pais aflige-me, porm, ela se acalmar quando tiverem a certeza de que no estou perdido para eles.

Era preciso este acontecimento para insinuar-lhes uma crena que lhes trar a felicidade, impedindo-os de murmurar contra os decretos da Providncia.

Afirmai-lhes que a ventura de tornarem a ver-me ser-lhes- recusada como castigo falta de confiana na bondade de Deus.

Maurice Gontran

O desespero uma rebeldia vontade do Onipotente.

O desespero verdadeiro suicdio por minar as foras corpreas.

Apenas o corpo morreu, mas o Esprito, esse vive sempre. Ele ao demais livre, feliz, isento de molstias, de enfermidades e de dores.

Meus bons amigos, no deploreis os que morrem precocemente, porque isto uma graa que Deus lhes concede, poupando-os s atribulaes da vida terrena.