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PROPRIEDADE: CONVÍVIOS FRATERNOS*DIRECTOR REDACTOR: P. VALENTE MATOS PUBLICAÇÃO MENSAL- ANO XXXV- online nº 3 (327)- Janeiro/Fevereiro 2015 O MEU AVIVAR DE COMPROMISSO “Se portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do Alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo vossa vida aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória”. (Col. 3, 1-5) O caminho da Quaresma está próximo! Aproxima-se o tempo da quaresma, tem- po de purificação e preparação para o Ministério Pascal. Um convite à reflexão. Aproveitemos para refletir sobre o nosso comportamento humano, não há con- versão autêntica quando não envolvemos o coração. Para isso temos que encarnar no nosso quotidiano gestos concretos de oração, esmola e jejum. É um tempo for- te de ORAÇÃO que nos leva a uma expe- riência pessoal com Deus. É Tempo de JEJUM que nos leva a um gesto concreto de conversão: privarmo-nos de algo para uma liberdade interior maior. É Tempo de PARTILHA que nos leva a doarmo- nos aos outros nossos irmãos. É tempo de rasgar os corações e voltar ao Senhor! Somos convidados pelo Espírito ao De- serto da Quaresma para nos fortalecer nas tentações que nos afastam dos Pla- nos de Deus. Aproveitemos este tempo para nos reciclarmos, para nos centrar- mos apenas no essencial e iniciarmos uma caminhada rumo à vida nova da Páscoa. Proponhamos a nós próprios no- vas metas, pequenas coisas que podemos fazer no nosso dia-a-dia para estarmos mais próximos d’Ele. É tempo para nos pormos a caminho, tempo para fazer o ponto da situação, tempo para a novidade! No caminho da Quaresma somos convi- dados a arrependermo-nos daquilo que não fazemos segundo a lei do Evangelho, e a resistirmos a todas as tentações que nos desviam do caminho iniciado no dia do nosso batismo. Somos também convidados a escutar a voz de Deus, e a mantermos a nossa alma pura de forma a podermos construir a nossa tenda nos caminhos de Deus. Somos convidados a (re) construir a nos- sa vida, a pôr-mos de lado o materialis- mo, a darmos importância à Palavra de Deus, pois só assim poderemos viver se- gundo os seus preceitos. Somos convidados a confiar, Naquele que veio ao mundo para nos salvar, pois só assim poderemos seguir os caminhos da Luz. Somos convidados a preservar a nossa vida na Terra, semeando a alegria, a es- perança e o amor, pois só deste modo se- remos capazes de construir um mundo melhor e mais justo Por meio de pequenos sacrifícios, ofere- cimentos, saibamos abrir as portas do nosso coração ao Redentor e que Ele per- maneça em nós! Façamos silêncio… escutemos a voz de Deus que nos fala… e demos-lhe graças porque quis morar em nós! E digamos- lhe com toda a confiança: “Eis-me aqui! Faça-se a Tua vontade!” Que o Senhor converta o nosso coração, para que sejamos humildes e simples e saibamos viver e entregarmo-nos no amor e serviço aos irmãos. Vivamos este tempo Quaresmal também unidos a Maria! Ela nos devolverá a es- perança! Ao Seu lado preparemos a imensa alegria da Ressurreição! Manuela Pires CF 860 Bragança-Miranda Ó Jesus, como é admirável o Teu amor! Como é reconfortante saber o quanto me amas! Que maior prova de amor posso eu querer? Por mim sujeitaste-te à morte e morte na Cruz! Por amor da humanidade deixaste-te mal- tratar e crucificar, permitiste, até, que distribuíssem as Tuas vestes e sorteassem a Tua túnica. Entregaste-te à dor com tanta humildade, com tanto amor, com tanta paz! E mesmo no meio do sofrimento, ainda pensavas na hu- manidade e na sua salvação e deste-nos o maior bem que poderias dar: A Mãe! Entregaste-nos a mãe para a amarmos e recebermos no nosso coração e a ela recorrermos nas nossas necessidades. Qui- seste deixar-nos protegidos e amados com o amor de Mãe. E eu? Que tenho eu feito em agradecimento a tanto amor? Nada! Ou muito pouco! Quantas vezes fui como judas, o traidor, ou quantas vezes sou fraca como Pedro, que num momento te defende dando testemunho de Ti, como no momento seguinte te nego, ao colocar-te em 2º plano na minha vida, por vergonha, talvez, ou por vaidade, ou simples- mente por comodismo. Eu sem Ti nada sou, eu sei… mas às vezes parece que me esque- ço… É tão fácil desviar-me do teu caminho e às vezes é tão difícil regres- sar… é aí que eu mais preciso de Ti, da tua mão. Preciso estar atenta e perseverar, porque quando penso que já estou bem, no bom caminho, aí estou eu a fracassar… a desviar-me. Perdoa-me, Jesus, pelas minhas fraquezas e ajuda-me a ser perse- verante, a ser forte e caminhar na tua luz. Eu quero estar contigo como tu estás comigo. Quero segui-te, que- ro ser discípulo do teu amor, dar testemunho da verdade e fazer as obras do Pai. Pois foi para isto que me escolheste e me chamaste. Ajuda-me a fazer a vontade do Pai e não a minha. Perdoa os momentos de desânimo e dá-me a graça de, com a tua luz, iluminar aqueles que me rodeiam e ser luz e verdade para aqueles que não te conhecem. Ajuda-me a ser fiel à tua palavra para poder transmiti-la aos que a não vivem nem a conhecem. O que mais desejo é que estejas comigo e eu contigo todos os dias da minha vida. Manuela Pires CF 860 Bragança-Miranda A minha Oração de Reconciliação

Jornal Balada da União nº 327 Janeiro/Fevereiro 2015

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Page 1: Jornal Balada da União nº 327  Janeiro/Fevereiro 2015

PROPRIEDADE: CONVÍVIOS FRATERNOS*DIRECTOR REDACTOR: P. VALENTE MATOSPUBLICAÇÃO MENSAL- ANO XXXV- online nº 3 (Nº 327)- Janeiro/Fevereiro 2015

O MEU AVIVAR DE COMPROMISSO“Se portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do Alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus.Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo vossa vida aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória”. (Col. 3, 1-5)

O caminho da Quaresma está próximo!

Aproxima-se o tempo da quaresma, tem-po de purificação e preparação para o Ministério Pascal. Um convite à reflexão. Aproveitemos para refletir sobre o nosso comportamento humano, não há con-versão autêntica quando não envolvemos o coração. Para isso temos que encarnar no nosso quotidiano gestos concretos de oração, esmola e jejum. É um tempo for-te de ORAÇÃO que nos leva a uma expe-riência pessoal com Deus. É Tempo de JEJUM que nos leva a um gesto concreto de conversão: privarmo-nos de algo para uma liberdade interior maior. É Tempo de PARTILHA que nos leva a doarmo-nos aos outros nossos irmãos. É tempo de rasgar os corações e voltar ao Senhor! Somos convidados pelo Espírito ao De-serto da Quaresma para nos fortalecer

nas tentações que nos afastam dos Pla-nos de Deus. Aproveitemos este tempo para nos reciclarmos, para nos centrar-mos apenas no essencial e iniciarmos uma caminhada rumo à vida nova da Páscoa. Proponhamos a nós próprios no-vas metas, pequenas coisas que podemos fazer no nosso dia-a-dia para estarmos mais próximos d’Ele. É tempo para nos pormos a caminho, tempo para fazer o ponto da situação, tempo para a novidade!No caminho da Quaresma somos convi-dados a arrependermo-nos daquilo que não fazemos segundo a lei do Evangelho, e a resistirmos a todas as tentações que nos desviam do caminho iniciado no dia do nosso batismo.

Somos também convidados a escutar a voz de Deus, e a mantermos a nossa alma pura de forma a podermos construir a nossa tenda nos caminhos de Deus.Somos convidados a (re) construir a nos-sa vida, a pôr-mos de lado o materialis-mo, a darmos importância à Palavra de Deus, pois só assim poderemos viver se-gundo os seus preceitos.Somos convidados a confiar, Naquele que veio ao mundo para nos salvar, pois só assim poderemos seguir os caminhos da Luz.Somos convidados a preservar a nossa vida na Terra, semeando a alegria, a es-perança e o amor, pois só deste modo se-remos capazes de construir um mundo melhor e mais justoPor meio de pequenos sacrifícios, ofere-

cimentos, saibamos abrir as portas do nosso coração ao Redentor e que Ele per-maneça em nós!Façamos silêncio… escutemos a voz de Deus que nos fala… e demos-lhe graças porque quis morar em nós! E digamos-lhe com toda a confiança: “Eis-me aqui! Faça-se a Tua vontade!” Que o Senhor converta o nosso coração, para que sejamos humildes e simples e saibamos viver e entregarmo-nos no amor e serviço aos irmãos.Vivamos este tempo Quaresmal também unidos a Maria! Ela nos devolverá a es-perança! Ao Seu lado preparemos a imensa alegria da Ressurreição!

Manuela Pires CF 860Bragança-Miranda

Ó Jesus, como é admirável o Teu amor!Como é reconfortante saber o quanto me amas!Que maior prova de amor posso eu querer? Por mim sujeitaste-te à morte e morte na Cruz! Por amor da humanidade deixaste-te mal-tratar e crucificar, permitiste, até, que distribuíssem as Tuas vestes e sorteassem a Tua túnica. Entregaste-te à dor com tanta humildade, com tanto amor, com tanta paz! E mesmo no meio do sofrimento, ainda pensavas na hu-manidade e na sua salvação e deste-nos o maior bem que poderias dar: A Mãe! Entregaste-nos a mãe para a amarmos e recebermos no nosso coração e a ela recorrermos nas nossas necessidades. Qui-seste deixar-nos protegidos e amados com o amor de Mãe.E eu? Que tenho eu feito em agradecimento a tanto amor? Nada! Ou muito pouco!Quantas vezes fui como judas, o traidor, ou quantas vezes sou fraca como Pedro, que num momento te defende dando testemunho de Ti, como no momento seguinte te nego, ao colocar-te em 2º plano na minha vida, por vergonha, talvez, ou por vaidade, ou simples-mente por comodismo.Eu sem Ti nada sou, eu sei… mas às vezes parece que me esque-ço… É tão fácil desviar-me do teu caminho e às vezes é tão difícil regres-sar… é aí que eu mais preciso de Ti, da tua mão. Preciso estar atenta e perseverar, porque quando penso que já estou bem, no bom caminho, aí estou eu a fracassar… a desviar-me.Perdoa-me, Jesus, pelas minhas fraquezas e ajuda-me a ser perse-verante, a ser forte e caminhar na tua luz.Eu quero estar contigo como tu estás comigo. Quero segui-te, que-ro ser discípulo do teu amor, dar testemunho da verdade e fazer as obras do Pai. Pois foi para isto que me escolheste e me chamaste. Ajuda-me a fazer a vontade do Pai e não a minha.Perdoa os momentos de desânimo e dá-me a graça de, com a tua luz, iluminar aqueles que me rodeiam e ser luz e verdade para aqueles que não te conhecem. Ajuda-me a ser fiel à tua palavra para poder transmiti-la aos que a não vivem nem a conhecem.O que mais desejo é que estejas comigo e eu contigo todos os dias da minha vida.

Manuela Pires CF 860Bragança-Miranda

A minha Oração de Reconciliação

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Balada da União Janeiro/Fevereiro 20152

O Conselho Nacional do Movi-mento dos Convívios Fraternos reuniu em Fátima no dia 24 de Janeiro. Estiveram presentes re-presentantes de 12 dioceses do movimento, tendo algumas das dioceses ausentes justificado a sua impossibilidade em estarem presentes. A reunião teve início com as saudações do senhor Pa-dre Valente a todos os represen-tantes das dioceses presentes, tendo-se iniciado os trabalhos com uma oração, rogando a pre-sença do Espirito Santo na inspi-ração dos trabalhos.Iniciou-se os trabalhos com a análise crítica do XLI Encontro Nacional, ocorrido nos pretéri-tos dias 6 e 7 de setembro de 2014. Os representantes dioce-sanos tiveram a oportunidade de partilhar as suas avaliações do último encontro nacional, tendo referido, que de modo ge-ral decorreu muito bem. Nesta avaliação foram realçados al-guns aspetos, nomeadamente; a participação dos jovens e casais convivas tem diminuído em nú-mero, o que foi visível na cele-bração penitencial, onde esta-vam muito menos jovens do que no sarau conviva, os represen-tantes diocesanos referem que deve-se promover a participação dos jovens na tarde de sábado, bem como a necessidade de res-peitar os horários das celebra-ções convivas. Foi referido que nas celebrações deve-se intensi-ficar o uso dos cânticos do movi-mento, para que todos partici-pem, sinal de união entre a família conviva, a qual reza e canta em conjunto no santuário mariano. O dia de sábado termi-nou com uma noite de intimida-de com Maria, aquando da cele-bração do terço do rosário e da procissão de velas. No términus da noite o sarau foi muito parti-cipado e considerado muito po-sitivo, uma verdadeira festa con-viva. No domingo, a eucaristia presi-dida pelo senhor Bispo de Lei-ria-Fátima foi muito participada pelos convivas. A prece no final da eucaristia e a dinâmica reali-zada na escadaria da esplanada foi considerada muito expressi-va da vivência e da união da fa-mília conviva. Na despedida, no parque dois, a participação foi escassa, mas os que estiveram presentes gostaram da partilha interdiocesana. Ao longo da reflexão avaliativa do encontro nacional foi realça-do o trabalho extraordinário realizado pelos convivas das dioceses participantes nos even-tos, nomeadamente na realiza-ção da letra e música da prece, do guião, do cartaz, na organiza-ção da atividade cénica aquando

da prece no términus da eucaris-tia, da impressão dos cartazes e dos autocolantes, na organiza-ção de cada uma das atividades do fim de semana da peregrina-ção, a todos foi atribuído um louvor pelo trabalho a favor dos outros, a isto se chama a alegria de evangelizar. Na continuidade dos trabalhos procedeu-se à preparação do XLII Encontro Nacional do mo-vimento dos Convívios Frater-nos, a realizar no santuário de Fátima, nos dias 5 e 6 de setem-bro. Iniciou-se por realizar um debate reflexivo sobre a escolha do tema da peregrinação, após muitas propostas e análise das mesmas foi escolhido o seguinte tema da peregrinação: “Inquie-ta-te, supera-te, sê santo.” Após o debate muito interessan-te para a escolha do tema, consi-derado por todos muito inspira-dor e provocador do carisma conviva, procedeu-se à distri-buição das atividades da pere-grinação, de acordo com as pro-postas das dioceses. A distribuição das principais tare-fas foi a seguinte: A diocese de Setúbal é a responsável pelo aco-lhimento, a diocese de Viseu prepara a celebração penitencial a acontecer no centro pastoral Paulo VI, a diocese de Vila Real dinamiza o momento de Ressur-reição no exterior do centro pas-toral Paulo VI, aquando da cele-bração penitencial. A celebração Mariana a realizar na capelinha das aparições ficou a cargo da diocese de Coimbra. As medita-ções dos mistérios do terço do Rosário, de sábado, serão escri-tas pela diocese de Aveiro, no domingo, o texto será escrito pela diocese de Portalegre e Cas-telo Branco. A leitura das medi-tações, em cada mistério do ter-ço, de sábado seguirá a seguinte ordem; Aveiro, Vila real, Évora, Guarda e Porto casais; no do-mingo a ordem será a seguinte: Portalegre Castelo Branco, Bra-gança, Viseu, Braga e Algarve. Na procissão de velas de sábado, a diocese da Guarda transporta-rá numa fração do trajeto o an-dor de nossa senhora, no do-mingo, na procissão de entrada

para a eucaristia o transporte numa fração do trajeto será as-segurado pela diocese de Évora. No que respeita ao sarau este será organizado pela diocese de Santarém. A despedida no par-que dois será realizada pela dio-cese do Porto. A diocese de Bra-gança ficou responsável pela música e letra da prece. A dioce-se de Bragança elaborará tam-bém o cartaz, e a diocese de Vi-seu imprime e replica os cartazes e autocolantes da peregrinação. O senhor padre Valente, funda-dor do movimento dos Conví-vios Fraternos e presidente do Conselho Nacional, deu a co-nhecer que o movimento no ano de 2018 completará os 50 anos de existência, momento marcan-te na vida do movimento que ca-rece de uma digna comemora-ção. Para dar seguimento a esta intenção, de promover as come-morações dos 50 anos do movi-mento foi criada uma equipa de trabalho que irá esquematizar e agendar propostas de atividades, entre outras atividades a imple-mentar, propõe-se a realização do terceiro congresso do movi-mento Convívios Fraternos. To-das as propostas serão discuti-das e aferidas pelo Conselho Nacional em reuniões futuras.O tema do jornal “Balada da União” foi debatido, o presiden-te da reunião referiu que o custo do jornal em formato papel é bastante elevado, tendo-se por isso privilegiado, sempre que possível o envio em formato di-gital. O jornal é um veículo de partilha entre todos os convivas, pelo que foi solicitado às dioce-ses uma maior participação com o envio de notícias, reflexões e demais textos.Mais uma vez foi referido pelo presidente da reunião, a impor-tância de dinamizar os grupos de jovens e casais convivas, ten-do referido que a base do movi-mento são os núcleos paroquiais, que depois serão inspiradores de jovens, incitando-os a participa-rem nos Convívios Fraternos, e assim rejuvenescerem os grupos paroquiais e animarem a diocese em que se inserem.

Inquieta-te, supera-te, sê santo!

Dizer “horrendo” ou qualquer outra palavra para (des)qualificar o atentado perpetrado no fim de uma ma-nhã parisiense, no dia 7 de janeiro de 2015, a um jor-nal francês é insuficiente. O que dá grande relevância à condenação do ato terrorista é simultaneamente o silêncio e as muitas palavras ditas, as muitas vozes que se levantam contra os provocadores da morte. Feliz-mente!As mesmas palavras e muitas mais também não che-gam para condenar o ataque a uma escola em Peshawar, cidade do Paquistão, que vitimou 140 pessoas, a maio-ria crianças e adolescentes. Foi há menos de um mês e é apenas um dos muitos exemplos recentes de atenta-dos à dignidade da pessoa, na sua expressão mais ex-trema, a morte. Infelizmente!Em causa não está a comparação entre dramas abomi-náveis que atingem a humanidade. Antes a repercus-são que provoca no outro, em mim, quando dele tomo conhecimento num quotidiano aparentemente pacífi-co. Apesar de tudo, a proximidade criada pelos media não altera emoções e subjeções de cada sujeito e das sociedades porque as análises e tentativas de combate aos confrontos entre povos estão cada vez mais condi-cionadas por programas, económicos, políticos ou ideológicos, que pervertem à nascença os objetivos aparentemente desejados.Catalogar o que motiva os ataques terroristas em seto-res da religião, de razões étnicas ou culturais ou rela-cionadas com o controlo dos recursos naturais e de fronteiras apenas permite adiar a procura de soluções, mesmo considerando a “porção” fundamentalista de cada um desses âmbitos. Há “causas perdidas”, falsa-mente distantes, onde permanecem as raízes dos con-

flitos que desarmam a normalidade ocidental, fre-quentemente ameaça por acontecimentos remetidos habitualmente para as telas do cinema.Apontar soluções é ousadia. Apenas é possível garantir o que está ao alcance de cada sujeito, de cada mulher e homem, procurando sempre salvaguardar a dignidade da pessoa humana, a própria e a do irmão. Quando assim acontecer numa ou duas pessoas, numa multi-dão, segue-se a pista do Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial da Paz: “Assim como as organiza-ções criminosas usam redes globais para alcançar os seus objetivos, assim também a ação para vencer este fenómeno requer um esforço comum e igualmente global por parte dos diferentes atores que compõem a sociedade”.Colocar em marcha a “globalização da fraternidade” é o desafio proposto pelo Papa e poderá ser o motivo principal de todas as manifestações contra qualquer atentado. Também o que afetou um jornal porque, afi-nal, os media livres são os principais meios para de-nunciar atos hediondos e propor alternativas. Salva-guardando sempre a dignidade das pessoas.

Paulo Rocha

Um jornal e uma escola

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Dizer Sim a Jesus

Remexendo no baú das lem-branças e das experiências vivi-das, encontrei algo que marcou e muito a minha vida! No meio das folhas de um caderno preen-chido com mensagens, anota-ções, citações, pensamentos, sentimentos,… estados de espí-rito… aí está… O Pedido que um dia JC me fez: “Eu Preciso de ti! Eu conto con-tigo! Com o teu esforço, o teu entusiasmo, a tua sabedoria, o teu dinamismo,… o teu tem-po… Eu conto com a tua vida! Eu escolhi-te a ti mesma!És tu que eu quero para traba-lhar comigo na minha seara. És tu que eu quero para meu discí-pulo. Não tenhas medo, nada te-mas, tudo estará bem. Eu estou contigo!

Coragem! Sê firme nesta cami-nhada. Não desanimes, nem te apoquentes, dá um passo de cada vez. Pensa em todas as gra-ças alcançadas… muitas mais terás. Sê fiel à minha palavra. Eu velarei por ti.Tem confiança em mim, na mi-nha bondade e no meu amor. Da tua vida eu cuidarei.Evangeliza! Leva a todos os po-vos a minha mensagem de amor, de harmonia… de paz.Não temas! Eu estou contigo em todos os momentos, para todo o sempre.”Seguido da minha resposta: “Senhor, não é fácil dizer sim

ao teu pedido… mas é o que eu mais quero… claro que podes contar comigo, com o meu tem-po, com a minha disponibilida-de. Estou aqui, neste momento, a assumir este desafio… estou disposta a deixar-te comandar a minha vida.Vai ser uma tarefa difícil. Preci-sarás de ter muita paciência co-migo.Hoje aqui, tudo parece ser tão fácil, mas eu sei que uma vez lá fora, no combate, as complica-ções surgem. E nesta sociedade em que vivemos, sabes muito bem, que não é fácil permanecer fiel à tua palavra. No entanto, vou esforçar-me por isso. Tenho que orar e ser perseverante, eu sei… já mo disseste outras ve-zes… pois é a oração que nos

fortalece.Eu aceito o desafio e com a Tua ajuda, eu conseguirei. Juntos fa-remos maravilhas!Confio em Ti, no Teu amor e es-tou disposta a trabalhar na tua seara.”Hoje o Senhor continua a cha-mar-me a mim e cada um de nós… e espera a nossa respos-ta… Que ela seja sempre este SIM: “Confio em Ti e quero tra-balhar contigo!”

Manuela Pires CF 860Bragança-Miranda

“Eu quero estar disposto a tudo!”

Foi nos dias 28,29 e 30 de Dezembro que o gelado Seminário de Vila Viçosa acolheu o Convívio Fraterno 1262, que juntou 57 jovens da Arquidiocese de Évora. Trazíamos o coração cheio das coisas da nossa vida, das nossas tristezas, ale-grias, projectos, histórias, pessoas, dú-vidas e certezas, mas havia sobretudo vontade de estar pronto para viver aqueles três dias. Foram três dias espe-ciais, onde o tempo parou para que nos pudéssemos encontrar connosco, com Deus e com os outros. Vivemos este Convívio com a vontade de ouvir, sentir e viver cada momento. Descobrimos que Deus nos amou pri-meiro, que conhece as nossas fragilida-des e as nossas faltas, mas que com a Sua graça continua a querer transfor-

mar as nossas vidas e fazer maravilhas em nós. Foram três dias em que fomos descobrindo este projecto de Felicidade que Ele tem para cada um e que este projecto se constrói todos os dias no concreto e quotidiano das nossas vidas. Descobrimos um Deus que se faz pre-sente até no silêncio e que espera o nos-so sim. Percebermos que nos deixa pis-tas e indicações, que nos deixa meios que nos ajudam a perseverar e a desco-brir por onde caminhar.Fizemos este Convívio juntos e perce-bemos que continuamos no nosso quarto dia a caminhar juntos em Cris-to, com a vontade de continuar a dizer “Eu quero estar disposto a tudo!”

Pela equipa coordenadora,Margarida Duarte

CONVÍVIOS RUMO AO FUTURO

NOS DIAS 20, 21 E 22 DE FEVEREIRO DE 2015:1273 – Em Paris, para filhos de emigrantes portugueses.

NOS DIAS 27, 28 DE FEVEREIRO E 1 DE MARÇO DE 2015:1274 – Em Eirol, Aveiro, para jovens desta diocese.

NOS DIAS 22, 23 E 24 DE MARÇO DE 2015:1275 – No Seminário de Santarém, para jovens desta diocese.

NOS DIAS 30, 31 DE MARÇO E 1 DE ABRIL DE 2015:1276 – No Seminário de S. José, Vila Viçosa, para a diocese de Évora.

NOS DIAS 24, 25 E 26 DE ABRIL DE 2015:1277 – Em Coimbra, para jovens desta diocese.

NOS DIAS 1, 2 E 3 DE MAIO DE 2015:1278 – No Seminário de Alcains, para jovens da diocese da Guarda e Castelo Branco.

CONVÍVIO PARA CASAISNOS DIAS 1, 2 e 3 DE MAIO DE 201535 – Em Eirol, Aveiro, para casais da diocese de Porto.

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JOVENS EM ALERTA Janeiro/Fevereiro 20154

Realizou-se, nos passados dias 27, 28 e 29 de Dezembro, em Eirol, o Convívio Fraterno n.º 1264, para jovens da zona Sul da Diocese do Porto.Foram 51 os jovens que, pela pri-meira vez nele participaram acei-tando o desafio de trocar uns dias de férias, bem merecidas, passa-dos das mais diversas formas de diversão ou com a família, para as passarem numa “família” e am-biente diferentes, mas maravilho-so, junto de amigos e daquele au-têntico e verdadeiro Amigo, Jesus, que dá pleno sentido à vida. Certa-mente interrogar-se-iam: será que vale a pena o sacrifício? Uns estudam, outros trabalham, mas consigo todos traziam muita alegria, boa disposição, como deve ser próprio de um jovem, como também os seus problemas, as suas angústias, os seus medos, as suas dúvidas, o seu sofrimento, tudo aquilo que atormenta o dia a dia de um jovem e o pode levar a fazer as seguintes perguntas: qual a razão de ser do meu viver? O que me falta para eu ser feliz, onde não falta nada? A estas perguntas e a muitas outras dúvidas, lenta e si-lenciosamente estes jovens foram encontrando respostas. Os seus rostos revelavam a alegria do feedback do encontro íntimo, com a razão de ser das suas vidas, Jesus Cristo: o perdão, a liberdade, a alegria, o Amor. Jesus está vivo, porque continua a actuar, a querer relacionar-se connosco, marcando definitivamente a vida e a história de quem se encontra com Ele, sen-do impossível ser-se a mesma pes-soa; descobriram que Deus é Pai, e o melhor dos pais e com a Sua mi-sericórdia e infinito Amor acolhe

os Seus filhos de braços abertos, fazendo festa por isso; e descobri-ram que a vida só tem sentido se for útil a Deus e ao próximo, com Jesus. Neste nosso tempo, onde é difícil ser-se querente e onde se busca apenas o prazer imediato, o poder, onde cada um é considerado ape-nas um objecto de produção e, es-sencialmente, de consumo, e se esquecem alguns Valores funda-mentais, é esta festa que estes con-vivas irão fazer doravante, desta descoberta íntima de Jesus, do Seu infinito Amor e perdão, da Sua in-finita bondade e da Sua plena li-berdade. Na sociedade de hoje, materialista e efémera, Ele é o úni-co sentido da vida. Foi o sentimento de alegria pela descoberta do encontro pessoal e íntimo com Jesus, do Seu Amor, que ficou bem expresso no encer-ramento em Avanca. Falaram mais alto os seus corações mostrando a vontade e a abertura para se recon-ciliarem consigo, com a sua famí-lia e seguirem pelo verdadeiro Ca-minho que conduz à felicidade.Todos os convivas, familiares e amigos participaram, terminando com chave de ouro, a Eucaristia, sinal visível da presença espiritual e especial de Jesus a cada um de nós.Termino convidando os novos convivas, os coordenadores, todos continuemos empenhados em tes-temunhar a mensagem de Alegria e Liberdade de Jesus a quantos nos rodeiam, quaisquer que sejam as situações e ambientes.

Pela equipa coordenadoraCarlos Matos (C.F.492)

Pós ConvívioO Nosso Caminho

Porto“Deus não desiste de mim”

No passado dia 31 de Janeiro tivemos mais um pos-convivios em Loureiro. Aliás eram dois, o segundo do convívio n.º 1251 e o último do CF n.º 1238.A caminhada que tem inicio no convívio, tem como paragem quase obrigatória os quatro pos convívios onde os jovens têm a oportunidade de rever todos aqueles com quem partilharam uma experiência marcante de encontro com CRISTO e de sentir a sua presença no testemunho de todos os que os rodeiam.Nesse sábado sentimos com alegria que muitos jovens fizeram o esforço de se juntar para viver e partilhar as suas experiências nesta nova forma de ver o mundo, em conformidade com a mensagem de Cristo: o amor fraterno, a con-córdia, a partilha e a paz de quem vive para o próximo e para Deus, e, não se fechou em si mesmo, alheio do mundo!Muitos não puderam estar connosco, quer por questões profissionais, quer por estarem longe e não conseguirem juntar-se a nós pois os seus estudos levam-nos para longe das famílias e dos amigos. Contudo não foram esquecidos! Nas nossas orações e pensamentos incluímos e lembramos a todos. Mesmo aqueles que não vieram não por estarem longe fisicamente, mas sim por o seu coração

se ter afastado de nós e de CRISTO. A verdade é que somos todos parte desta Igreja e onde quer que o nosso caminho nos leve … e como nos leve … os nos-sos braços estão sempre abertos para os receber confortar e apoiar.O nosso caminho não se faz apenas caminhando o trilho que nos parece mais seguro e tranquilo. Por vezes temos que nos desviar do nosso caminho e trilhar o de outros que se perderam para os ajudar.Tal como CRISTO não tinha pejo em se juntar aos menos afortunados e por vezes aos mais perdidos da sociedade para os salvar, ou pelo menos levar-lhes a palavra da Salvação, também nós devemos perder o medo e ir atrás de todos os que se perdem nos caminhos da vida. Quantas vezes a trilhar o nosso próprio caminho nos cruzamos com um irmão que está perdido e passamos ao lado sem sequer lhe lançar um olhar? É certo que muitos nem se apercebem que es-tão a ir no caminho errado, outros tem vergonha e pensam que já não tem Sal-vação (apesar da sua juventude e toda uma vida pela frente). Mas como eles nos podem ver como uma possível ajuda se a única coisa que vêem no nosso olhar é indiferença?Não devemos ter medo de ir ter com o irmão que se perdeu! Temos a luz de CRISTO que nos ilumina o caminho seja ele qual seja! Temos a Cruz de CRIS-TO que é um lembrete do amor de DEUS para connosco e que, seja qual seja o nosso pecado, com o nosso arrependimento sempre nos acolhe sem demoras!O Papa Francisco com frequência lembra-nos estes temas. A muitos surpreende com as suas palavras ao despertar uma sociedade que tão depressa liberta tudo … como estigmatiza tudo, consoante aquilo que der mais jeito e mais vendas nos media! Não tem dito nada de muito novo, pelo menos nada que Jesus não tenha dito já! Apenas está a aliar ás suas palavras as suas ações, o que confere ao seu discurso uma força que palavras bonitas mas vazias nunca terão. Por que não seguimos o exemplo e aliamos ao nosso discurso, as nossas ações para ten-tarmos chegar a mais gente?Porque não tentamos no próximo pós convívio, ou na nossa vida, procurar cha-mar os que se distanciaram do caminho de DEUS e da felicidade?Somos todos jovens, e como jovens somos hoje, privilegiados evangelizadores. Vamos MOSTRAR ao mundo quem é CRISTO, e não o que dizem d`Ele!Ficamos á vossa espera no próximo encontro!

Pela equipa coordenadora,Hélder PinhoConvívio Fraterno nº1264 para jovens da Diocese do Porto

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JOVENS EM ALERTAJaneiro/Fevereiro 2015 5

Ainda entre o calor do Natal e a an-siedade pela surpresa do Ano Novo, realizou-se no Seminário do Precio-síssimo Sangue de Proença-a-Nova nos dias 27, 28 e 29 de Dezembro, o sexagésimo segundo Convívio Fra-terno da Diocese de Portalegre – Cas-telo Branco.Durante estes três dias de encontro connosco próprios, de estender a mão a Deus e de fazer sorrir os outros, dei-xámos no porto os nossos medos e inseguranças e embarcámos perante toda a nossa fragilidade para muito mais longe. Arregalámos os olhos quando nos falaram do sentido para a vida, aprendemos a interpretar me-lhor o valor dos mandamentos numa dinâmica aula de direito, contaram-nos pequenas histórias que nos indi-caram o caminho para a felicidade e depois de algumas experiências de laboratório, tivemos a oportunidade

de compreender as consequências do pecado. Contudo, percebemos que Cristo liberta-nos sempre desta escu-ridão quando estendemos a mão ao Seu Pai.Após um encontro sereno com Deus envolto em momentos de oração e de testemunhos mais arrojados, devol-veram-nos a capacidade de sonhar, de voar de querer ir sempre muito mais longe unidos a um só corpo, com uma missão de confiança em Deus e seduzidos por um olhar expresso numa gravura a carvão. Mas o desafio começou hoje, pois o mundo cá fora não acompanhou a mudança que ocorreu no nosso cora-ção durante estes três dias e ser perse-verante neste quarto dia, implica dar um passo de cada vez com firmeza, coragem e humildade.Este foi um convívio muito especial como há muito não tínhamos, pois

BragançaSomos eco da Palavra

O Natal de 2014 foi vivido de forma muito especial pelos 24 jovens da Diocese de Bragança-Miranda que realizaram o Convívio Fraternos 1257, bem como por todos os convi-vas que tiveram a graça de nele parti-cipar. Reunidos nos dias 19, 20 e 21 de dezembro no Centro Social e Pa-roquial de S. Bento e S. Francisco, em Bragança, pudemos viver, em es-pírito de comunhão e de fraternida-de, um verdadeiro (re)encontro com Jesus Cristo, Palavra de Deus encar-

nada, que nos desafia permanente-mente a ser suas testemunhas vivas e atuantes no mundo de hoje.“Somos eco da Palavra” foi o mote escolhido para o CF 1257, uma ex-pressão que vai ao encontro do desa-fio lançado pela Diocese Bragança-Miranda para este o ano pastoral, o Ano da Bíblia, iluminado pela exor-tação de S. Paulo «Entrego-vos a Deus e à Palavra» – o desafio de es-

cutar, viver e proclamar a Palavra. Estes foram três dias de uma forte experiência de redescoberta da pes-soa de Jesus Cristo e da Sua Igreja, de tomada de consciência da nossa con-dição de jovens discípulos que são o Seu eco. Com Ele e por Ele, somos hoje voz da Esperança num mundo mergulhado em palavras vãs que aprisionam, escravizam e silenciam, palavras que nos afastam da Palavra (da verdadeira Palavra) que liberta e dá vida.

Neste Natal, sentimos que Jesus Me-nino nasceu verdadeiramente no nosso coração. A Ele nos confiamos para que a Sua Palavra não mais se silencie em nós e dela possamos dar testemunho aos jovens e ao mundo.

Pela equipa coordenadoraSandra do Vale CF 1225

Jesus Cristo precisa de ti!

“... Coragem! O mundo, a Igreja precisam de vós., da primavera que sois vós. E Jesus Cristo quis também precisar de vós...”

D. António Monteiro

Fazendo eco destas palavras proferidas pelo Sr. D. António Monteiro no Encontro Nacional dos Convívios Fraternos 9 e 10 de Setembro de 2001, podemos refletir sobre um tema interessante “Conviva, Jesus Cristo, quis também Precisar de ti!... “, salienta-se a necessidade de nós convivas sermos modelos no meio dos outros jovens . O verdadeiro convíva é aquele que não usa máscaras e luta pela amizade, fraternida-de, solidariedade, tolerância, paz.... tendo sempre a Bíblia como su-porte de toda a vida, pois, ela é o alimento que sacia a nossa fome.É necessário cativar os jovens com coisas novas, apresentar Jesus aos jovens como grande e único modelo, mostrar-lhes os seus olhares, as suas respostas, as suas reacções e sobretudo a forma como aceitou a sua cruz.Hellen Kellei defendia que: “muitas vezes, ficamos a olhar tanto tempo para a porta que se fechou e não vemos aquela que se nos abriu“. Com toda a certeza ele tinha razão, pois, o mundo é ainda maravilhoso. Nós podemos mudar algo à nossa volta !... O que é preciso é começar. Nós somos a contra corrente!... Somos a nova esperança!... E já que Cristo quis precisar de nós, deixemos que Ele se manifeste em nós... Conta connosco Senhor!

Grupo de Convivas da Diocese de Bragança-Miranda

Portalegre - Castelo Branco“Embarcar” / Convívio Fraterno nº1261

contámos com trinta e quatro jo-vens maduros e audazes, e com uma equipa extraordinária, na qual se revelou uma enorme sen-sibilidade, amizade e compreen-são. E apesar de muitos medos e inseguranças, esta equipa com um coração tão grande, embar-

cou e percebeu que por vezes não arriscar pode ser um risco muito grande… e é tão bom quando te-mos pessoas ao nosso lado que arriscam tudo com Deus e nos ajudam a chegar muito mais per-to deste amor que Ele nos deixou.

Convívio Fraterno nº1261

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Foram muitas as vezes que os 27 novos convivas cantaram este cântico ao longo dos três maravilhosos dias do seu Conví-vio Fraterno n.º 1259, o 50º da Diocese de Beja, realizado nos dias 20, 21 e 22 de Dezembro de 2014, no Seminário N.ª Sr.ª de Fátima, em Beja.Apesar das baixas temperaturas que se fi-zeram sentir, nos nossos corações houve espaço para acolher o Deus Menino, que nos aqueceu e reacendeu a chama da Fé e do Amor de Deus Pai. Assim como Maria aceitou o desafio do Senhor para ser a mãe de Jesus, também este grupo de 27 jovens e demais mem-

bros das equipas, se lançaram num cami-nho de amor, partilha, convívio e oração.Este encontro culminou com o salão do Seminário totalmente preenchido por familiares, amigos, jovens, antigos convi-vas, párocos e os nossos Bispos D. Antó-nio Vitalino Dantas e seu Coadjutor D. João Marcos, no encerramento e eucaris-tia.Para nos guiar no 4º dia, pedimos a inter-cessão da nossa Mãe do Céu.Votos de um ano 2015 repleto de paz e bem!

Pela CoordenaçãoDaniela Duarte - CF 843

JOVENS EM ALERTA Janeiro/Fevereiro 20156

Beja“Há anjos voando neste lugar, no meio do povo e em cima

do altar, subindo e descendo em todas as direções…”.

Porque a vida é feita de capí-tulos, este é só mais um que JC decidiu acrescentar. Nada melhor para contar uma ex-periência do que começar com a celebre frase:... Era uma vez uma quinta feira fria de dezembro, em que tudo começou. Foram se jun-tando corações frios e olhares desconfiados, numa pequena sala que, só pelo facto de se entrar, já se sentia um sorriso de alguém, que nos queria transmitir um pouco de sos-sego e calor humano. Nem o filme com ar tropical nos fazia destronar o pensamento “mas afinal o que nos vai aconte-cer?”Como num instante, subimos para uma sala onde nos foi dito 1258, este é o vosso capí-tulo, porque TU INTERES-SAS-ME e vamos fazer que seja único. Nada melhor do que cantar, pois alegra a alma e aquece o coração! Troca de olhares e de sorrisos e o ice-berg foi quebrado, gracas ao nosso Helder. Hora de recolher e as surpre-sas começam. Que bom é chegar a um quarto frio, mas saber que alguém se preocu-pou para que nós sorríssemos no final de cada dia.1ºDia ... Um sol radiante... lá fora, mas esse Sol também abriu dentro da “nossa casa”... testemunhos, vivências que, de uma maneira ou de outra, se encaixavam na perfeição e ainda na “nossa pequena vida”. Tudo neste dia por “ma-

gia” começou a acontecer:A partilha dos sorrisos, a in-ter ajuda, as vozes que aque-ceram com tanta música, até que, de repente, começámos a pensar em Grandes Pormeno-res como a comunhão parti-lhada, como os estados de es-pírito e os olhos começam-se a encher de lágrimas!2ºDia ... O dia que nos faz re-fletir e sentir porque estamos aqui. Eis que o nosso encon-tro mais esperado está a che-gar, o coração enche-se de tantos sentimentos que só uma direcção espiritual, con-fissão para começar a deixar correr o rio de lágrimas que estava preso.Aquele Abraço... Meu DEUS aquele Abraço quente, senti-do, aqueles sorrisos inigualá-veis. Estava a transbordar o coração de JC sobre nós.3ºDia ... pensei eu, bem, não vou chorar mais ... tolinha que eu sou ... Todos os momentos foram intensos, mas aquele envelope ... “não é próprio para cardíacos”. Por tudo isto, e por muito mais, só quem vive um convívio sente este “rio de emoções”!O 1258 foi o creme para soli-dificar o meu bolo de cama-das... foi e será sempre doce, muito doce e sim... foi tam-bém a cereja no topo do bolo.Agradeço a JC por não desis-tir de ninguém. Conviva na Paz e no Amor

A Teresa que é só Margarida

ViseuTu interessas-me

Pós Convívio do CF 1259

CF 1259 da Diocese de Beja

Foi no dia 25 de janeiro, um mês após a realização do CF 1259, que os jovens convi-vas voltaram a encontrar-se no Seminário de Beja, no Pós-Convívio.Notava-se a ansiedade no reencontro. No entanto, os sorrisos iluminavam os rostos de cada um e a troca de abraços aquecia os corações! Rapidamente o amor de Jesus tomou conta dos jovens, tornando notória a união fraterna.O encontro iniciou com a oração da manhã. Entre cânticos de louvor, leitura e refle-xão da palavra de Deus, a presença do Senhor foi-se tornando mais forte e intensa.Houve lugar a momentos de partilha da vivência do 4º dia, de formas diversificadas, como músicas, vídeos e testemunhos pessoais.E como não poderia deixar de ser o encontro terminou com a celebração da eucaris-tia, onde todos comungaram o mesmo Cristo, que tanto nos ama.A despedida deixou no ar a saudade e a certeza da oração uns pelos outros, até a um novo reencontro.Obrigada Senhor Jesus pelas maravilhas que operas nas nossas vidas!Votos de paz e bem!

Pel’ A EquipaDaniela Duarte

CF 1258 da Diocese de Viseu

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Balada da UniãoJaneiro/Fevereiro 2015 7

Convívio da Contestação LaicadoUma Vocação

Realizou-se, no Porto, o II Encontro Nacional de Lei-gos apresentado como tem-po de “reflexão e de festa”.Gosto, particularmente, que a festa seja assim publi-camente afirmada; porque acho coerente e obrigatório que os que partilham a mesma fé e o mesmo entu-siasmo (con)celebrem a “alegria do Evangelho” que, na feliz afirmação do papa Francisco, “enche o coração e a vida daqueles que se en-contram com Jesus”. Trata-se, por isso, de uma alegria profunda, de um “feixe de luz” que se projecta e não se esconde – sendo que tam-bém não se aprisiona em qualquer instante folclóri-co. Sim; que a festa não é foguete passageiro mas – e cito D. Manuel Linda – “transformação do tempo prosaico em tempo salvífi-co, poético, cheio de senti-do existencial”.Mas se a festa deve ser pu-blicamente afirmada, a re-flexão é igualmente urgen-te; e, muitas vezes, é mais difícil de cumprir -- porque obriga a ir ao fundo, anali-sar, reforçar e/ou corrigir. Obriga a razões que sejam raízes.No que aos leigos diz res-peito, a reflexão teve de fo-car-se na sua vocação secu-lar, que devem viver com fidelidade e entusiasmo, considerando-a tão digna como a dos sacerdotes e re-ligiosos.Os leigos não são, de facto, cristãos de terceira divisão; não são meros colaborado-res de ninguém, mas bapti-zados chamados a uma missão específica a cumprir no lugar que ocupam no mundo. Não são delegados

do clero, numa espécie de partilha condescendente; e nunca deveriam ser defini-dos por exclusão (fiéis que não são clérigos)…Aceitar tudo isto é, da parte dos leigos, assumir a sua obrigação de tratar das rea-lidades temporais e ordená-las segundo Deus. É, com a mesma intensidade, recu-sar a tentação de se clerica-lizar ou deixar clericalizar, nas palavras e nas atitudes – e, assim, pecarem ora por omissão, ora por usurpa-ções de funções…Quando este 2º Encontro Nacional de Leigos se pro-pôs “recolocar o homem no centro da sociedade”, apon-tando a cada participante um dever de protagonismo que o remete para uma in-serção profunda na socie-dade e nos seus problemas; nas suas alegrias e nas suas lágrimas.A este propósito, vale para todos a advertência do n.270 da Evangelli gau-dium: “Às vezes sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Se-nhor. Mas Jesus Cristo quer que toquemos a miséria hu-mana, que toquemos a car-ne sofredora dos outros. Espera que renunciemos a procurar aqueles abrigos pessoais ou comunitários que nos permitem manter à distância do nó do drama humano, a fim de aceitar-mos verdadeiramente en-trar em contacto com a vida concreta dos outros e co-nhecermos a força da ter-nura”.O estatuto de observador não é um estatuto missio-nário!...

João Aguiar Campos

Em meados de 1972, a directora do Colégio feminino da Imacula-da Conceição, de Lamego, pediu-me para realizar, no fim de sema-na de Fevereiro, um retiro para as alunas do 12º ano.Depois de partilharmos algumas preocupações e dificuldades dos jovens em acolherem a mensa-gem de Jesus Cristo e por Ele se entusiasmarem, propus-lhe subs-tituir esse trabalho de formação pela experiência dum convívio fraterno em regime de coeduca-ção, já que a experiência de Deus, entusiasmou e transformou a vida dos jovens que participaram nos últimos dois convívios mis-tos.A Directora do colégio acabou por concordar e aceitar a propos-ta, mas interpelou-me sobre os rapazes que participariam no Convívio com as meninas. Afir-mei-lhe que iria auscultar o Di-rector do Colégio Beneditino de rapazes, uma vez que já alguns haviam participado no 7º conví-vio, tembém misto. Dadas as transformações a vários níveis produzidos nos alunos que já ha-viam participado em convívios, disponibilizou alunos do 12º ano que desejassem participar.Nessa altura a convivência de ra-pazes e raparigas era considerada pela sociedade de muito risco e perigosa para a sua integridade moral e, por isso, não aconselha-do. Este facto também foi analisa-do no diálogo tido com a Irmã Directora do colégio. Mas os dois eramos da opinião que a grande preocupação dos responsáveis pela formação moral, religiosa e sexual dos jovens devia ser antes ensiná-los a conviver respeitan-do-se mutuamente e aceitando-se cada um na sua condição e dife-renciação de homem e mulher, criados à imagem e semelhança de Deus para se realizarem de acordo com o projecto de Deus, e não sistematicamente a proibição de convivência. E foi assim marcada a realização do 8º Convívio-Fraterno para os dias 18, 19 e 20, de Fevereiro, com a participação de alunos interna-dos nos colégios da Imaculada Conceição das Irmãs Francisca-nas Hospitaleiras e no colégio Be-neditino.Entretanto, na Folha Informativa de Janeiro de 1972, era dado co-nhecimento a todos os jovens da sua realização.“Nos dias 18, 19 e 20 de Fevereiro realizar-se-à o 8º Convívio-Fra-terno para 55 estudantes dos dois colégios de Lamego: 40 meninas e 15 rapazes. Mais uma vez Jesus Cristo e o ideal Cristão vão sedu-zir e entusiasmar 55 jovens, atraindo—os para uma vida feita de amor e de caridade fraterna. Todavia os bons frutos e a proje-ção deste convívio dependem das orações, sacrifícios e palavras de exortação de todos os convivas existentes e que neste momento são 151”Entretanto a equipa que ia orien-tar o convívio, formada por 8 ra-pazes e 4 meninas, preparavam-se espiritual e psicologicamente para coordenar o convívio, até porque todos tinhamos consciên-cia de que este trabalho realizado apenas com jovens estudantes e

internados em colégios, seria mais exigente nas comunicações, de difícil controlo. Exigia redo-brada atenção e muita presença para evitar situações imprevisí-veis.A realização deste convívio só se tornou pública na cidade no iní-cio da semana em que se realiza-va. Nessa altura alguns sacerdotes mais zelosos, ficaram alarmados pelos graves perigos que se corria ao juntarem na Casa de Retiros da diocese, durente 3 dias, alunos dos dois colégios e das conse-quências que daí podiam advir. No intuito de impedirem a sua realização, foram ter com o Sr. D. Américo Henriques, bispo de La-mego, alertando-o para a impru-dência de se fazer um convívio com estudantes de dois colégios durante 3 dias e para o escândalo que isso podia provocar na cida-de.Na manhã do dia 17 de Fevereiro, dia em que à noite se iniciava o convívio, D. Américo, bastante alarmado pelas reações de alguns sacerdotes com responsabilida-des pastorais na cidade, chamou-me ao Paço Episcopal para me interpelar sobre a realização deste convívio para alunos dos colé-gios. Depois de apresentar ao Sr. Bispo os bons resultados dos 2 convívios mistos, das vantagens e desvantagens da apresentação da Boa Nova de Jesus Cristo na for-mação moral, religiosa e afectiva

de rapazes e raparigas em con-junto, com o cuidado e a delica-dez que tal trabalho apostólico exigia, D. Américo aprovou a rea-lização do convívio. Todavia, para evitar problemas, pediu-me que convidasse para participar todos os sacerdotes que trabalhavam na pastoral juvenil na cidade, que pedisse a 2 sacerdotes do colégio Beneditino para estarem presen-tes bem como 3 religiosas do co-légio da Imaculada Conceição. No fim faria uma avaliação dos resultados deste convívio, deci-dindo se este trabalho apostólico continuaria a ser realizado em re-gime de coeducação ou para ra-pazes e meninas separadamente. Feitas as diligências possíveis junto de alguns sacerdotes, ape-nas o assistente religioso da Le-gião de Maria aceitou o convite, 3 religiosas do colégio feminino e o P. Joaquim Silvestre que comigo sempre colaborou activamente. Preocupada a Equipa Cooorde-nadora com tantos problemas e dúvidas surgidas à última hora,

assumiu a responsabilidade pela realização do convívio, estabele-ceu estratégias de controlo e vigi-lância e confiou os bons resulta-dos à Mãe de Deus e nossa Mãe e colocou toda a confiança no Se-nhor já que fora Ele que os esco-lhera e chamara para realizar este trabalho apostólico.No dia 17 à noite, dia do acolhi-mento, tudo estava pormenoriza-damente preparado na casa de retiros para receber os partici-pantes no convívio.O convívio foi decorrendo com toda a normalidade, como os an-teriores, sem sobressaltos ou pro-blemas. A total responsabilidade e controlo dos participantes por parte da equipa coordenadora sentiu-se nas orações da manhã do 2º dia quando um elemento da equipa deu pela falta na capela de uma aluna do colégio. Tendo esse elemento da equipa questionado a Directora do Colégio por faltar uma menina, ela garantiu que es-tavam todas presentes. Perante a insistência, uma religiosa acabou por subir aos quartos e encontrou uma das meninas na cama, afir-mando estar com dores de cabe-ça.No encerramento do convívio, realizado no salão de festas da casa de S. José, repleto de jovens, familiares do participantes, al-guns sacerdotes e religiosas, to-dos puderam constatar a alegria, a felicidade e a paz que transpare-

ceu do rosto daqueles jovens transformados pelo amor de Deus e a riqueza dos testemu-nhos, repletos de fé, de confiança e de amor a Jesus Cristo, o Amigo que encontraram e prometiam ja-mais abandonar. No fim do convívio não foi neces-sário eu informar D. Américo Henriques dos bons resultados deste tão contestado convívio, pois a Superiora da Casa de S. José onde o convívio se realizara, a Irmã Benedita, e a Diretora do Colégio da Imaculada Conceição, tomaram a iniciativa de ir ao Paço Episcopal informar o Bispo diocesano de que o 8º Convívio-Fraterno se havia realizado com toda a normalidade e ordem sem quaisquer precalços, e dos bons resultados testemunhados pelos jovens no encerramento.E foi assim, que os convívios fra-ternos em regime de coeducação passaram a realizar-se até aos nossos dias.

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Balada da União Janeiro/Fevereiro 20158

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Avanca

EXCERTOS DA MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A XXX JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE«Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8)

Queridos jovens!Continuamos a nossa peregrinação espi-ritual para Cracóvia, onde em Julho de 2016 se realizará a próxima edição inter-nacional da Jornada Mundial da Juventu-de. Como guia do nosso caminho esco-lhemos as Bem-aventuranças evangélicas. No ano passado, reflectimos sobre a Bem-aventurança dos pobres em espírito, in-serida no contexto mais amplo do «Ser-mão da Montanha». Juntos, descobrimos o significado revolucionário das Bem-a-venturanças e o forte apelo de Jesus para nos lançarmos, com coragem, na aventu-ra da busca da felicidade. Este ano reflec-tiremos sobre a sexta Bem-aventurança: «Felizes os puros de coração, porque ve-rão a Deus» (Mt 5, 8).1. O desejo da felicidadeA palavra «felizes», ou bem-aventurados, aparece nove vezes na primeira grande pregação de Jesus (cf. Mt 5, 1-12). É como um refrão que nos recorda a chamada do Senhor a percorrer, juntamente com Ele, uma estrada que, apesar de todos os de-safios, é a via da verdadeira felicidade.Ora a busca da felicidade, queridos jo-vens, é comum a todas as pessoas de to-dos os tempos e de todas as idades. Deus colocou no coração de cada homem e de cada mulher um desejo irreprimível de felicidade, de plenitude. Porventura não sentis que o vosso coração está inquieto buscando sem cessar um bem que possa saciar a sua sede de infinito?Os primeiros capítulos do livro do Géne-sis apresentam-nos a felicidade maravi-lhosa a que somos chamados, consistin-do numa perfeita comunhão com Deus, com os outros, com a natureza, com nós mesmos. E assim, queridos jovens, em Cristo encontra-se a plena realização dos vossos sonhos de bondade e felicidade. Só Ele pode satisfazer as vossas expectati-vas tantas vezes desiludidas por falsas promessas mundanas. Como disse São João Paulo II, «Ele é a beleza que tanto vos atrai; é Ele quem vos provoca com aquela sede de radicalidade que não vos deixa ceder a compromissos; é Ele quem vos impele a depor as máscaras que tor-nam a vida falsa; é Ele quem vos lê no co-ração as decisões mais verdadeiras que outros quereriam sufocar. É Jesus quem suscita em vós o desejo de fazer da vossa vida algo grande» (Vigília de Oração em Tor Vergata, 19 de Agosto de 2000: L’Os-servatore Romano, ed. portuguesa de 26/VIII/2000, 383).2. Felizes os puros de coração…Procuremos agora aprofundar como esta felicidade passa pela pureza de coração. Antes de mais nada, devemos compreen-der o significado bíblico da palavra «co-ração». Na cultura hebraica, o coração é o centro dos sentimentos, pensamentos e intenções da pessoa humana. Se a Bíblia nos ensina que Deus olha, não às aparên-cias, mas ao coração (cf. 1 Sam 16,7), po-demos igualmente afirmar que é a partir do nosso coração que podemos ver a Deus. Assim é, porque o coração com-pendia o ser humano na sua totalidade e unidade de corpo e alma, na sua capaci-dade de amar e ser amado.Passando agora à definição de «puro», a

palavra grega usada pelo evangelista Ma-teus é katharos e significa, fundamental-mente, limpo, claro, livre de substâncias contaminadoras. No Evangelho, vemos Jesus desarraigar uma certa concepção da pureza ritual ligada a elementos exter-nos, que proibia todo o contacto com coisas e pessoas (incluindo os leprosos e os forasteiros), consideradas impuras. Aos fariseus – que, como muitos judeus de então, não comiam sem antes ter feito as devidas abluções e observavam nume-rosas tradições relacionadas com a lava-gem de objectos –, Jesus diz categorica-mente: «Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. (…) Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos, as prostituições, rou-

bos, assassínios, adultérios, ambições, perversidade, má-fé, devassidão, inveja, maledicência, orgulho, desvarios» (Mc 7, 15.21-22).Sendo assim, em que consiste a felicidade que brota dum coração puro? Partindo do elenco dos males enumerados por Je-sus, que tornam o homem impuro, ve-mos que a questão tem a ver sobretudo com o campo das nossas relações. Cada um de nós deve aprender a discernir aquilo que pode «contaminar» o seu co-ração, formando em si mesmo uma cons-ciência recta e sensível, capaz de «discer-nir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é per-feito» (Rm 12, 2).O período da juventude é aquele em que desabrocha a grande riqueza afectiva contida nos vossos corações, o desejo profundo dum amor verdadeiro, belo e grande. Quanta força há nesta capacida-de de amar e ser amados! Não permitais que este valor precioso seja falsificado, destruído ou deturpado. Isto acontece quando, nas nossas relações, comparece a manipulação do próximo para os nossos objectivos egoístas, por vezes como mero objecto de prazer. O coração fica ferido e

triste depois destas experiências negati-vas. Peço-vos que não tenhais medo dum amor verdadeiro, aquele que nos ensina Jesus e que São Paulo descreve assim: «O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará» (1 Cor 13, 4-8).Ao mesmo tempo que vos convido a des-cobrir a beleza da vocação humana para o amor, exorto-vos a rebelar-vos contra a tendência generalizada de banalizar o amor, sobretudo quando se procura re-duzi-lo apenas ao aspecto sexual, desvin-culando-o assim das suas características

essenciais de beleza, comunhão, fidelida-de e responsabilidade. Queridos jovens, «na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “cur-tir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o ama-nhã. Em vista disso eu peço que vocês sejam revolucionários, eu peço que vocês vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, crê que vocês não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. E tenham também a coragem de ser felizes!» (Encontro com os volun-tários da JMJ do Rio, 28 de Julho de 2013).Vós, jovens, sois bons exploradores! Se vos lançardes à descoberta do rico ensi-namento da Igreja neste campo, desco-brireis que o cristianismo não consiste numa série de proibições que sufocam os nossos desejos de felicidade, mas num projecto de vida que pode fascinar os

nossos corações!3. ...porque verão a DeusPor isso, o convite do Senhor a encontrá-Lo é dirigido a cada um de vós, independente-mente do lugar e situação em que vos en-contrardes. Basta «tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para al-guém poder pensar que este convite não lhe diz respeito» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 3). Todos somos pecadores, necessitados de ser purificados pelo Senhor. Mas basta dar um pequeno passo em direcção a Jesus para descobrir que Ele está sempre à nossa espe-ra de braços abertos, especialmente no sa-cramento da Reconciliação, ocasião privile-giada de encontro com a misericórdia divina que purifica e recria os nossos cora-ções.Sim, queridos jovens, o Senhor quer encon-trar-nos, deixar-Se «ver» por nós. «E como?»: poder-me-íeis perguntar. Também Santa Teresa de Ávila, nascida na Espanha precisamente há quinhentos anos, já de pe-quenina dizia aos seus pais: «Quero ver a Deus». Depois descobriu o caminho da ora-ção como «uma relação íntima de amizade com Aquele por quem nos sentimos ama-dos» (Livro da Vida 8, 5). Por isso, pergun-to-vos: Vós rezais? Sabeis que tendes possi-bilidade de falar com Jesus, com o Pai, com o Espírito Santo, como se fala com um ami-go? E não um amigo qualquer, mas o vosso amigo melhor e de maior confiança! Tentai fazê-lo, com simplicidade. Descobrireis aquilo que um camponês d’Ars dizia ao san-to cura do seu país: quando estou em ora-ção diante do Sacrário, «eu olho para Ele e Ele olha para mim» (Catecismo da Igreja Católica, 2715).Uma vez mais convido-vos a encontrar o Senhor, lendo frequentemente a Sagrada Escritura. E, se não tiverdes ainda o hábito de o fazer, começai pelos Evangelhos. Lede um pedaço cada dia. Deixai que a Palavra de Deus fale aos vossos corações, ilumine os vossos passos (cf. Sal 119/118, 105). 4. Em caminho para Cracóvia«Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8). Queridos jovens, como ve-des, esta Bem-aventurança está intimamen-te relacionada com a vossa vida e é uma ga-rantia da vossa felicidade. Por isso, repito-vos mais uma vez: tende a coragem de ser felizes! (...)

Vaticano, 31 de Janeiro 2015Franciscus