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“PREDIÇÕES E PRESUNÇÃO” DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
Alegações de Profecias falsas1
Algumas crenças das Testemunhas de Jeová se baseiam nos ensinamentos acerca da segunda
vinda de Cristo, o Milênio e o Reino de Deus. Suas publicações, portanto, publicaram e
continuam publicando predições sobre os eventos mundiais que eles acreditam estarem
profetizados na Bíblia.[24] As predições de eventos publicadas na Sentinela desde 1881 levou à
alteração ou abandono de algumas doutrinas como parte de um processo que a Sociedade Torre
de Vigia descreveu como uma "revelação progressiva", na qual Deus gradualmente guiaria seus
seguidores a uma compreensão mais clara de seu desejo, vale ressaltar que a própria bíblia diz
que a 'luz clareia mais e mais' e a luz nas escrituras sempre tem-se associado com a verdade(Pro
4:18) [25] Raymond Franz citou publicações que alegavam que Deus usou as Testemunhas de
Jeová como profetas. Críticos, incluindo o professor associado James A. Beverley, acusaram a
religião de realizar profecias falsas, particularmente porque em muitos casos elas vinham
acompanhadas de asserções de que tais predições estariam "além da dúvida" e haviam sido
aprovadas por Deus.[26][27][28][29][30] Beverley diz que a Sociedade Torre de Vigia criticou outros
que fizeram falsas predições acerca do fim do mundo (ele cita a revista Despertai de 1968 que
diz que outros grupos são “culpados de profecia falsa” após ter “predito o fim do mundo, e até
anunciando sua data específica”) [31], e descreve seu histórico de contar o futuro como
“patético”.[32]
As publicações da Sentinela afirmaram que os cristãos confiam em Deus e, portanto, “eles
não questionam o que ele diz a eles através de sua palavra escrita e sua organização”.[33] Tais
afirmações levaram à crítica de que se espera que membros da religião coloquem “confiança
inabalável” nas predições da Sentinela [34] e encarem expulsão caso eles não aceitem seus
ensinamentos, mesmo se muitas de suas predições se provaram falsas.[35]
A Sociedade Torre de Vigia rejeita a acusação de ser um falso profeta. Ela diz que suas
explicações sobre profecia bíblica não são infalíveis e que suas predições não são explicitamente
tidas como “as palavras de Jehovah”.[36] Ela afirma que algumas de suas expectativas precisaram
de ajustes por causa da ânsia pelo Reino de Deus, mas que esses ajustes não são razão para
“colocar em questão todo o corpo de verdade”.[37] Raymond Franz alegou que a Sociedade Torre
de Vigia tenta fugir de sua responsabilidade citando a falibilidade humana como defesa, ao
mesmo tempo em que se considera porta-voz de Deus e faz previsões enfáticas. Franz acrescenta
que a ânsia da organização pelo retorno não permite que ela não aceite os motivos daqueles que
não querem aceitar suas previsões.
1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADticas_%C3%A0s_Testemunhas_de_Jeov%C3%A1 – Acesso em
26.10.2017
2
Previsões não realizadas
Desde as mais antigas publicações do fundador da Sociedade Torre de Vigia, Charles Taze
Russell, em meados da década de 1870, as publicações da sociedade têm afirmado a
confiabilidade de suas previsões, com uma linguagem enfática, como “verdade
estabelecida”[38] e “indisputável” [39]. Previsões feitas em 1892, dizendo que o Armageddon
tomaria lugar em Outubro de 19 e bolinhas só que 14, afirmaram que a data era “definitivamente
marcada pelas Escrituras”[40], e o editor da Sentinela Charles Taze Russell declarou: “Nós não
vemos razões para mudar as imagens– nem poderíamos mudar se quiséssemos. Elas são,
acreditamos, as datas de Deus, não a nossa”.[41] Previsões acerca do começo do reino de mil anos
de Cristo em 1925 foram tidas como “corretas além da dúvida”[42], “absolutamente e
qualificadamente corretas”[43], “indisputáveis” e trazendo “a estampa de aprovação pelo Deus
Todo-Poderoso”.
As publicações da Sentinela ocasionalmente perceberam que elas “sugeriram datas que
acabaram sendo incorretas” como um resultado de sua “ânsia pela segunda vinda de Jesus”,
acrescentando que elas nunca haviam alegado que as predições eram “palavras de
Jehovah”.[33] As publicações, por vezes, simplesmente esqueceram suas afirmações prévias,
afirmando no lugar que os membros haviam “lido na Sentinela afirmações que não eram a
intenção”, e que as crenças dos membros eram “baseadas em premissas erradas”. Outras
predições falhas são ignoradas completamente. Um livro, O Mistério Terminado (1917), aplicou
aos anos 1918-1925 eventos que eram anteriormente situados antes de 1914. Quando algum
desses eventos veio novamente a não se mostrar correto, a edição de 1926 do livro alterou a
afirmação e removeu as datas.[44]
Em 1975, enquanto publicações e discursos públicos continuaram a construir as expectativas de
que o Armageddon iria acontecer naquele ano, o membro do Corpo Governante Frederick Franz
anunciou numa convenção das Testemunhas em Toronto que ele estava “procurando
confiantemente” por aquilo que o outono traria[45]; numa outra convenção em Toronto, no ano
seguinte, ele anunciou que o Armageddon não ocorreu porque as Testemunhas não o esperavam.
De acordo com o autor James Penton, “Franz colocou a culpa do fiasco sobre toda a comunidade
das Testemunhas de Jeová”.[46]
Previsões (por data de publicação) incluem:
• 1877: O Reino de Cristo iria dominar completamente a Terra em 1914; Os judeus, como
povo, seriam restaurados ao favor de Deus; os “santos” seriam carregados ao paraíso.[47]
• 1891: 1914 seria “o último limite do governo dos homens imperfeitos.” Charles Taze
Russell, The Time Is At Hand (1891) citada por James Penton, Apocalypse Delayed, página
44.
• 1904: “Anarquia mundial” iria acompanhar o fim do tempo dos gentios em 1914.[48]
• 1916: A Primeira Guerra Mundial terminaria no Armageddon e no rapto dos “santos”.[49]
3
• 1917: Em 1918 a Cristandade iria ser esquecida como sistema e ser substituída por governos
revolucionários. Deus iria “destruir as Igrejas vendidas e os membros das igrejas aos
milhões”. Os membros das igrejas iriam “precer pela espada da guerra, revolução e
anarquia”. Os mortos iriam jazer desenterrados. Em 1920, todos os governos terrenos iriam
desaparecer, com a anarquia global prevalecendo.[50]
• 1920: O Reino do Messias seria estabelecido em 1925 e traria paz mundial. Deus iria
começar a restaurar a terra. Abraão, Isaac, Jacó e outros patriarcas fiéis ressuscitaram à vida
humana perfeita e se tornariam príncipes e governantes, os representantes visíveis da Nova
Ordem na Terra. Aqueles que se mostraram obedientes a Deus nunca morreriam.[51]
• 1922: O antítipico jubileu que marcaria a intervenção de Deus nos assuntos terrenos em 1925
tomaria lugar “provavelmente no final”[52] daquele ano. A cronologia foi descrita como
“correta além da dúvida”, “absolutamente e qualificadamente correta”, trazendo “a estampa
da aprovação do Deus Todo-Poderoso” e “sublime demais para ser o resultado do acaso ou
da intervenção humana”.
• 1924: A restauração da Terra por Deus iria começar “pouco depois” de Primeiro de Outubro
de 1925. Jerusalém se tornaria a capital do mundo. Os “príncipes” ressuscitado, como Abel,
Noé, Moisés e João Batista, dariam instruções aos seus servos ao redor do mundo por rádio,
e aeroplanos transportariam pessoas de e para Jerusalém de todas as partes do globo em
apenas “poucas horas”.[53]
• 1938: Em 1938, Armagedom estava perto demais para casar ou ter filhos.[54]
• 1941: Haveria apenas “meses” sobrando até o Armagedom.[55]
• 1942: O armagedom estava imediatamente diante de nós.[56]
• 1966: Seriam seis mil anos desde a criação do homem no final de 1975, e seria “apropriado”
que o Reino de Cristo começasse naquela época. O tempo estava “se esgotando, sem
dúvidas”. O “futuro imediato” seria “certamente preenchido de eventos climáticos... em
poucos anos no máximo”, as partes finais da profecia bíblia relatando os “últimos dias” iriam
se realizar a partir do começo do Reino de Cristo.[57]
• 1968: Ninguém poderia dizer “com certeza” que a batalha do Armageddon começaria em
1975; mas o tempo estava “se esgotando rapidamente”[58] com “eventos como terremotos”
que ocorreriam em breve. Em Março de 1968 havia apenas um “curto período de tempo
restando”, com “apenas cerca de noventa meses restantes antes que os seis mil anos da
existência do homem na terra se completasse”.[59]
• 1969: A existência humana não duraria o tempo suficiente para que as pessoas jovens
crescessem; o sistema mundial iria terminar “em poucos anos”. Jovens Testemunhas não
deveriam se preocupar em alcançar educação terciária por essa razão.[60]
• 1974: Haveria apenas um “curto tempo restante antes do terrível fim do mundo” e as
Testemunhas deveriam vender suas casas e propriedades para “acabar com o resto de seus
dias nesse velho sistema”.[61]
• 1984: Havia “muitas indicações” de que “o fim” estava mais próximo que o fim do século
XX.[62]
Mudanças de Doutrina
Embora a Sociedade Torre de Vigia afirme que o fundador da Sociedade, Charles Taze
Russell, era conduzido pelo Espírito Santo de Deus, através do qual ele recebia “flashes de luz”,
ela alterou substancialmente suas doutrinas desde a fundação e abandonou muitos dos
ensinamentos de Russell. Muitas das mudanças envolveram cronologia bíblica que fora antes
caracterizada como “além da dúvida”.
4
• Data do começo do domínio do Reino de Cristo. Russel ensinou que Jesus havia assumido
poderes reais em abril de 1878. Em 1922, Joseph Rutherford alterou a data para 1914.
Data da ressurreição dos cristãos ungidos: Após a falha das predições de que os santos
escolhidos de Cristo seriam levados para o paraíso em 1878, Russell desenvolveu o ensinamento
de que aqueles “morrendo no Senhor” de 1878 em diante teriam uma ressurreição paradisíaca
imediata. A Torre de Vigia confirmou a doutrina em 1925, mas dois anos mais tarde afirmou
que a data estava errada, e que o começo da ressurreição instantânea ao paraíso para cristãos
fiéis começaria em 1918.
• As Grandes Pirâmides como “testemunhas de pedra” de Deus. Russell escreveu em 1910
que Deus mandou construir a Grande Pirâmide de Giza, no Egito, como um testemunho da
verdade da Bíblia e prova de sua cronologia identificando os “últimos dias”. Em 1928,
Rutherford refutou a doutrina e alegou que a Pirâmide havia sido construída sob a direção
de Satã.
Identidade do “escravo fiel e discreto”. Russell inicialmente acreditou que o “escravo fiel
e discreto” de Mateus 24:45 era “cada membro desse corpo de Cristo... o corpo inteiro
individualmente e coletivamente”. Por volta de 1886 ele alterou sua visão e começou a explicar
que se tratava de uma pessoa, e não da Igreja Cristã. Russell aceitou as alegações de estudantes
bíblicos de que ele era aquele “escravo” e em 1909 descreveu como seus oponentes todos
aqueles que interpretassem os termos “escravo fiel e discreto” como “todos os membros da
Igreja de Cristo”, ao invés de interpretarem a figura como um indivíduo. Por volta de 1927, a
Sociedade Torre de Vigia abandonou a visão de Russell e estava ensinando que se tratada de um
“servo coletivo”.
• Começo dos “últimos dias”. Desde as primeiras questões da Sentinela, Russell promoveu a
crença de que os “últimos dias” haviam começado em 1799 e que terminariam em 1914. Em
1921, as publicações da Torre de Vigia ainda diziam que os últimos dias haviam começado
em 1799. Em 1930, essa data foi abandonada e 1914 foi fixado como o começo dos últimos
dias.
• O papel dos judeus no Reino de Deus. Russell seguia a visão de Nelson H. Barbour, que
acreditava que em 1914 o Reino de Cristo tomaria o poder sobre toda a terra e de que os
judeus, como povo, seriam restaurados ao favor de Deus. Em 1889, Russell escreveu que
com o fim dos “Tempos dos Gentios” em 1914, a cegueira de Israel iria ser curada e eles se
converteriam ao Cristianismo. O livro Vida (1929) afirmou que o retorno dos judeus à
Palestina, sinal do fim, estava muito próximo, porque os judeus “teriam os favores primeiro,
seguidos por todos os outros que obedeciam ao Senhor” sob a restauração de Deus de seu
Reino. Em 1932, essa crença foi abandonada e desta data em diante a Sociedade Torre de
Vigia ensinou que as Testemunhas eram o único Israel de Deus.
• Data da presença invisível de Cristo. A Sociedade Torre de Vigia ensinou por mais de 60
anos que isso começou em 1874, insistindo em 1922 que a data estava “claramente indicada”
e havia sido dada por autoridade de deus “além de qualquer possibilidade de revisão” e
alertando que duvidar da data iria levar ao “repúdio de Deus e nosso Senhor Jesus Cristo e
o sangue com o qual nós fomos comprados”. Em 1943, a sociedade moveu o evento para
1914.
• Identidade das “autoridades superiores”. Russell ensinou que as “autoridades superiores” de
Romanos 13:1, para as quais os Cristãos deveriam mostrar sujeição e obediência, eram as
autoridades governamentais. Em 1929, a Torre de Vigia descartou essa visão, afirmando
categoricamente que o termo se referia apenas a Deus e a Cristo, e dizendo que a mudança
de doutrina era a evidência de uma “progressiva luz” de verdade brilhando para o povo
escolhido de Deus. Um estudo de 1952 da Torre de Vigia afirmou que as palavras de
5
Romanos 13 “nunca poderiam ser aplicadas aos poderes políticos do mundo dos Césares,
como fora alegado pelo clero da cristandade”, e uma publicação de 1960 descreveu a antiga
visão como um fator que havia tornado o movimento de estudos bíblicos “sujo” aos olhos
de Deus entre o período de 1914-1918. Dois anos depois, em 1962, a Torre de Vigia voltou
a pregar a doutrina inicial de Russell.
• Identidade e função do Corpo Governante. Menções frequentes do termo “Corpo
Governante” começaram na Sociedade Torre de Vigia na década de 1970. O Corpo
Governante era inicialmente identificado vagamente como os sete membros de direção da
Sociedade Torre de Vigia, embora a direção no tempo não tivesse nenhum papel em
estabelecer doutrinas da Torre de Vigia ou em fazer editoriais e publicar decisões. Essas
decisões eram tomadas inteiramente pelo presidente da Sociedade, que tinha liberdade
irrestrita. Tal cargo existiu desde as origens da Sociedade Torre de Vigia: uma Sentinela de
1923 afirmou que Russell sozinho dirigia a política e o curso da Sociedade “sem responder
a nenhuma outra pessoa na terra”, e ambos os seus sucessores, Rutherford e Knorr, também
atuavam sozinhos em estabelecer doutrinas da Torre de Vigia. Uma mudança organizacional
de primeiro de janeiro de 1976 pela primeira vez deu ao Corpo Governante o poder para
controlar as doutrinas e se tornar o conselho supremo das Testemunhas de Jeová. Apesar
disso, a Torre de Vigia de 1971 alegou que o Corpo Governante dos cristãos escolhidos tinha
existido desde o século XIX para governar os assuntos do povo escolhido de Deus.
• Tratamento de membros dissociados. Na década de 1950, quando a dissociação se tornou
comum, as Testemunhas não deveriam ter nada com os membros expulsos, nem mesmo
poderiam conversar ou demonstrar reconhecimento a eles. Em 1974, a Torre de Vigia,
reconhecendo que algumas testemunhas pouco equilibradas tivessem demonstrado
comportamento mal-educado, desumano e possivelmente cruel em relação aos expulsos,
relaxou as restrições ao contato familiar, permitindo às famílias escolher por si mesmas a
extensão de sua associação, incluindo a possibilidade de discutir assuntos espirituais. Em
1981, uma reversão da política ocorreu, com Testemunhas sendo instruídas a evitar qualquer
interação espiritual com os membros desassociados, incluindo mesmo um parente próximo.
As Testemunhas eram instruídas a evitar cumprimentar pessoas desassociadas. Pais tinham
a permissão de cuidar das necessidades materiais de uma criança menor dissociada. Um pai
doente ou uma criança fisicamente e emocionalmente doente poderiam ser aceitos de volta
em casa “por um tempo”. As Testemunhas eram instruídas a não comer com um parente
desassociado e eram avisadas de que influência emocional poderia amaciar sua resolução.
Em 1980, os quartéis generais das Testemunhas de Jeová no Brooklin avisavam aos
superintendentes viajantes que uma pessoa não precisava promover “visões apóstatas” para
ser desassociada; eles diziam que “uma ação judicial apropriada” deveria ser tomada contra
uma pessoa que “continua a acreditar em ideias apóstatas e rejeita o que lhe foi fornecido”
através da Torre de Vigia. As regras sobre o ostracismo foram reinterpretadas em 1981,
passando a incluir aqueles que haviam resignado da religião voluntariamente.
REFERÊNCIAS:
24. Crompton, Robert (1996), Counting the Days to Armageddon, Cambridge: James Clarke & Co,
pp. 9, 115, ISBN 0227679393
25. Jehovah's Witnesses - Proclaimers of God's Kingdom, Watch Tower Society, 1993, page 708.
26. James A. Beverley, Crisis of Allegiance, Welch Publishing Company, Burlington, Ontario,
1986,ISBN 0920413374, pages 86-91.
6
27. Críticas de alegações como estas acima são encontradas num grande número de livros, incluindo
Penton, M. James (1997) Apocalypse Delayed, University of Toronto Press; Franz, Raymond, In
Search of Christian Freedom (2007) Commentary Press; Watters, Randall (2004) Thus Saith
Jehovah's Witnesses, Common Sense Publications; Reed, David A. (1990) Index of Watchtower
Errors, 1879 to 1989, Baker Books
28. «Watchtower Society Quotes» (em inglês)
29. Waldeck, Val Jehovah's Witnesses: What do they believe?. Pilgrim Publications SA. ISBN 1-
920092-08-0.
30. Buttrey, John M (2004). Let No One Mislead You. iUniverse. ISBN 0-595-30710-8.
31. Awake!, October 8, 1968, p. 23.
32. James A. Beverley, Crisis of Allegiance, Welch Publishing Company, Burlington, Ontario,
1986,ISBN 0920413374, page 87.
33. "The Godly Qualities of Love and Hate", The Watchtower: 441, 15 July 1974.
34. Raymond Franz, Crisis of Conscience, 2007, page 174.
35. Botting, Heather; Gary Botting (1984), The Orwellian World of Jehovah's Witnesses, University
of Toronto Press, pp. 60–75, ISBN 0-8020-6545-7
36. Reasoning From the Scriptures, Watch Tower Bible & Tract Society, 1989, pg 137.
37. The Watchtower, March 15, 1986, page 19
38. The Time is at Hand, Watch Tower Society, 1889, páginas 98-99, as cited by Raymond
Franz,Crisis of Conscience, page 193.
39. Watch Tower, November 1, 1922. Cf. também Raymond Franz, Crisis of Conscience, página
228
40. The Watchtower, 15 January 1892, página 1355
41. The Watchtower, 15 July 1894, page 1677
42.Watch Tower, June 15, 1922
43. Raymond Franz, Crisis of Conscience, página 226
44. Franz, Raymond (2007), In Search of Christian Freedom, Atlanta: Commentary Press, pp. 18–
28,ISBN 0-914675-17-6
45. "Why So Many False Alarms?", Awake!, March 22, 1993
46. M. James Penton, Apocalypse Delayed, University of Toronto Press, página 100.
47. Charles Taze Russell and Nelson H. Barbour, The Three Worlds (1907) citado por by James
Penton, Apocalypse Delayed, páginas 21-22.
48. Melvin D. Curry, Jehovah's Witnesses: The Millenarian World of the Watch Tower, Garland,
1992, citada por James Penton, Apocalypse Delayed, página 45.
49 Watch Tower, 1916, tal qual citada por James Penton, Apocalypse Delayed, página
46.
50. Watch Tower, 1916
51. J. F. Rutherford, Millions Now Living Will Never Die, 1920
52. Watch Tower, May 15, 1922
53. The Way to Paradise booklet, Watch Tower Society, 1924
54. Face the Facts, 1938, pp. 46-50
55. The Watchtower, Sep. 15, 1941, p. 288
56. The Watchtower, May 1, 1942, p. 139
57. Watch Tower Society (1966). «Life Everlasting in Freedom of The Sons of God» (PDF) (em
inglês)
58 The Watchtower, May 1, 1968, página 273
59. Kingdom Ministry, Watch Tower Society, March 1968, as cited by Raymond Franz, Crisis of
Conscience, página 246.
7
60. Awake!, May 22, 1969, p. 15
61. Kingdom Ministry, Watch Tower Society, May 1974, página 3.
62. The Watchtower, Mar 1, 1984, pp. 18-19
“PREDIÇÕES E PRESUNÇÃO”2
“Atualmente, vários milhões de Testemunhas de Jeová creem e ensinam que a presença
invisível de Cristo começou em 1914. Muito poucas se dão conta de que, por quase cinquenta anos,
a Sociedade Torre de Vigia anunciou e proclamou, em seu papel de profeta, que tal presença
invisível começara em 1874. Tão tardiamente quanto em 1929, quinze anos depois de 1914, elas
ainda estavam ensinando isto.3
As Testemunhas de Jeová creem atualmente que Cristo iniciou oficialmente a regência do
seu Reino em 1914. A revista A Sentinela ensinou durante décadas que isto acontecera em 1878.4
As Testemunhas de Jeová creem atualmente que, em 1914, começaram também os “últimos
dias” e o “tempo do fim”. A revista A Sentinela ensinou durante meio século que os “últimos dias”
começaram em 1799 (aceitando a interpretação de George Bell publicada em 1796).
Elas creem atualmente que a ressurreição dos cristãos ungidos, que morreram do tempo de
Cristo em diante, começou a acontecer em 1918. Por mais de quarenta anos, a revista A Sentinela
ensinou ter ela começado em 1881.
Sua crença atual é que, desde 1914 e depois dessa data, particularmente de 1919 em diante,
está em andamento a grande obra da “colheita”, que deve chegar ao clímax com a destruição do
atual sistema e de todos aqueles que não se mostraram sensíveis à sua atividade de pregação. Desde
seu início, a revista A Sentinela tinha ensinado que, em vez disso, a “colheita” se estenderia de 1874
a 1914, e que, por volta de 1914, ocorreria a destruição de todas as instituições humanas deste
mundo.
A organização coloca hoje a queda de “Babilônia, a Grande” (o “império mundial da religião
falsa”) em 1919. Durante pelo menos quatro décadas, A Sentinela a situava em 1878, com a
completa destruição de Babilônia esperada para 1914 ou 1918.
O que provocou a mudança em todos estes ensinos proféticos importantes aceitos durante
tantas décadas e por tanta gente?
Foi o mesmo que se deu no caso de toda a longa série de predições do século 13 em diante
— a falta de cumprimento de suas expectativas anunciadas.”5
2 Crise de Consciência, pp. 187,188, Raymond Franz, Ex-membro do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová,
Atlanta – Geórgia – EUA, 2008 3 Veja o livro Profecia (em inglês), publicado em 1929, páginas 64, 65. A Sentinela de 15 de fevereiro de 1975,
páginas 122, 123, faz menção desta crença, mas não dá nenhum indício de que continuou sendo ensinada depois de
1914. 4 Este entendimento começou a ser mudado em 1922, no congresso de Cedar Point,
oito anos depois de 1914.
8
“CHARLES Taze Russell, que fizera referência a si mesmo como “porta-voz de Deus”,
morreu em 1916. Deixou para trás um legado de profecias relativas a datas, das quais, nenhuma teve
os resultados preditos. Também deixou para trás milhares de seguidores confusos. O livro Luz I
publicado em 1930, página 194, descreve a situação do seguinte modo:
‘Todos os do povo do Senhor ansiavam por 1914 com uma expectativa jubilante. Quando
essa data chegou e passou, houve muito desapontamento, vergonha e pesar, e o povo de
Deus foi imensamente censurado. Foram ridicularizados pelo clero, principalmente, pelos
aliados destes, e apontados com desprezo por terem falado tanto sobre 1914 e sobre o
que viria a acontecer, e não se cumprirem suas profecias.’
Com a passagem tanto de 1914 como de 1915 sem que houvesse a completa derrubada de
todos os reinos e instituições humanas, sem que o reino de Cristo assumisse o domínio de toda a
terra, sem que os ungidos passassem à vida celestial, nem houvesse a destruição de “Babilônia, a
Grande” e a conversão de Israel ao cristianismo ― tudo predito como devendo ocorrer em 1914 ―,
levantaram-se sérias dúvidas entre os adeptos da Torre de Vigia. Na realidade, houve o começo da
1ª Guerra Mundial, mas não resultou na anarquia mundial predita.”6
==============
6 Op. Cit., p. 208
9
FALSAS PROFECIAS DO “PASTOR” C. T. RUSSELL REGISTRADAS NO LIVRO: “O
MISTÉRIO CONSUMADO”
CITAÇÃO
TRADUÇÃO
A RESSURREIÇÃO DOS SANTOS PREDITA PARA O ANO DE 1878
“Forty days after Christ's resurrection His
ascension occurred. This confirms the hope of the
Church's glorification forty years (a year for a day)
after the awakening of the sleeping saints in the
Spring of 1878 [...]”
“The awakening of the sleeping saints, A. D. 1878,
was just half way (three and one half years each
way) between the beginning of the Times of
Restitution In 1874 and the close of the High
Calling In 1881. Our proposition is that the
glorification of the Little Flock In the Spring of
1918 A. D. win be half way (three and one half
yean each way) between the close of the Gentile
Times and the close of the Heavenly Way, A. D.
1921.”
(Livro:The Finished Mystery [O Mistério
Consumado], p. 64, Charles Raze Russell
INTERNATIONAL BIBLE STUDENTS
ASSOCIATION BROOKLIN, LONDON, 1918
“Quarenta dias depois da ressurreição de
Cristo, ocorreu sua ascensão ao céu. Isto
confirma a esperança da glorificação da
Igreja quarenta anos (um ano por um dia)
depois de despertar os santos de seu sono
na primavera de 1878.”
O despertar dos santos adormecidos, 1878
A.D., deu-se exatamente na metade (três
anos e meio de cada lado) entre o início dos
Tempos de Restituição em 1874 e o
encerramento da Chamada de Cima em
1881. Nossa proposição é que a
glorificação do Pequeno Rebanho na
Primavera de 1918 A.D. ocorra na metade
do período (três anos e meio de cada lado)
entre o encerramento Tempos dos Gentios
e o fechamento do Entrada Celestial, 1921
A.D.
A IGREJA NOMUNAL ELIMINADA ATÉ 1918
10
“Until 1878 the nominal church had been in a sense
God's sanctuary or Temple: but He was from then
on, culminating in 1918, to remove it with a stroke
or plague of erroneous doctrines and deeds
Divinely permitted.” (Op. Cit., p. 484)
Até 1878, a igreja nominal foi, de certo
modo, o santuário ou Templo de Deus;
mas deste tempo em diante, culminando
em 1918, Ele tem estado a eliminá-la
com um golpe ou praga de doutrinas
errôneas e práticas divinamente
permitidas.
PASTOR RUSSELL DEAD, BUT SPEAKING
AGAIN
“Also, in the year 1918, when God destroys the
churches wholesale and the church members by
millions, it shall he that any that escape shall come
to the works of Pastor Russell to learn the meaning
of the downfall of "Christianity." (Op. Cit, p. 485)
O PASTOR RUSSELL MORTO, MAS
FALANDO OUTRA VEZ
Também, no ano de 1918, quando Deus
destruir as igrejas em escala total e os
membros das igrejas aos milhões, será
nesse dia que, qualquer que escapar, se
voltará para as obras do Pastor Russell
para aprender o significado da queda da
“cristandade.”
“In the year 1918, when Christendom shall go
down as a system to oblivion, (Sheol)...” (Op. Cit.,
p. 513)
No ano de 1918, quando a cristandade
como sistema descer ao esquecimento
(Seol)...
Observação: Todas estas coisas [acima mencionadas] foram preditas para o ano 1918.
Nenhuma delas aconteceu. Mas o livro do pastor Russell também predisse eventos estupendos
para o ano 1920. As revoluções gigantescas, que deviam começar em 1918, alcançariam o clímax
em 1920 com o desaparecimento de todos os tipos de governos organizados. Observe:
“And every Island fled away,—Even the
republics will disappear In the fall of 1920...
... Every kingdom of earth will pass
away, be swallowed up In anarchy.” (Página
258)
E toda ilha fugiu. — Até as repúblicas
desaparecerão no outono de 1920...
Todos os reinos da terra passarão, serão
tragados pela anarquia.
“The three days In which Pharaoh's host
pursued the Israelites into the wilderness represent
the three years from 1917 to 1920 at which time
all of Pharaoh's messengers will be swallowed up
In the sea of anarchy. The wheels will come off
their chariots—organizations.” (Página 258)
Os três dias nos quais as hostes de Faraó
perseguiram os israelitas no deserto
representam os três anos de 1917 a 1920,
tempo no qual os mensageiros de Faraó
serão tragados pelo mar da anarquia. As
rodas se soltarão de suas carroças —
organizações.
“DURANTE a segunda metade da presidência de Rutherford, a maioria das profecias
relacionadas com datas mais antigas, defendidas tão energicamente na primeira metade,
foram gradualmente abandonadas ou remanejadas.
O início dos “últimos dias” foi mudado de 1799 para 1914.
A presença de Cristo em 1874 foi também mudada para 1914 (como já havia sido feito em
1922 com o início oficial da regência ativa do Reino de Cristo).
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O começo da ressurreição foi mudado de 1878 para 1918.
Por algum tempo, afirmava-se até que 1914 havia de fato ocasionado o “fim do mundo” no
sentido de que Deus havia encerrado ‘legalmente’ a concessão de domínio das nações
mundanas sobre a terra. Isto foi também abandonado e o “fim” ou a “terminação do sistema
de coisas” (conforme a versão da Tradução do Novo Mundo) é agora considerado como
estando no futuro.
A organização pretende crer que os acontecimentos alistados tiveram cumprimento nos
novos anos selecionados, mas como se trata inteiramente de cumprimentos invisíveis, é
obvio que a aceitação de tais eventos depende inteiramente da fé da pessoa nas
interpretações apresentadas.”7
Mudanças de Doutrina8
Embora a Sociedade Torre de Vigia afirme que o fundador da Sociedade, Charles Taze Russell, era
conduzido pelo Espírito Santo de Deus, através do qual ele recebia “flashes de luz”, ela alterou
substancialmente suas doutrinas desde a fundação e abandonou muitos dos ensinamentos de Russell.
Muitas das mudanças envolveram cronologia bíblica que fora antes caracterizada como “além da
dúvida”.
• Data do começo do domínio do Reino de Cristo. Russel ensinou que Jesus havia assumido
poderes reais em abril de 1878. Em 1922, Joseph Rutherford alterou a data para 1914.
Data da ressurreição dos cristãos ungidos: Após a falha das predições de que os santos escolhidos
de Cristo seriam levados para o paraíso em 1878, Russell desenvolveu o ensinamento de que aqueles
“morrendo no Senhor” de 1878 em diante teriam uma ressurreição paradisíaca imediata. A Torre de
Vigia confirmou a doutrina em 1925, mas dois anos mais tarde afirmou que a data estava errada, e
que o começo da ressurreição instantânea ao paraíso para Cristãos fiéis começaria em 1918.
• As Grandes Pirâmides como “testemunhas de pedra” de Deus. Russell escreveu em 1910
que Deus mandou construir a Grande Pirâmide de Giza, no Egito, como um testemunho da
verdade da Bíblia e prova de sua cronologia identificando os “últimos dias”. Em 1928,
Rutherford refutou a doutrina e alegou que a Pirâmide havia sido construída sob a direção
de Satã.
Identidade do “escravo fiel e discreto”. Russell inicialmente acreditou que o “escravo fiel e discreto”
de Mateus 24:45 era “cada membro desse corpo de Cristo... o corpo inteiro individualmente e
coletivamente”. Por volta de 1886 ele alterou sua visão e começou a explicar que se tratava de uma
pessoa, e não da Igreja Cristã. Russell aceitou as alegações de estudantes bíblicos de que ele era
aquele “escravo” e em 1909 descreveu como seus oponentes todos aqueles que interpretassem os
termos “escravo fiel e discreto” como “todos os membros da Igreja de Cristo”, ao invés de
interpretarem a figura como um indivíduo. Por volta de 1927, a Sociedade Torre de Vigia abandonou
a visão de Russell e estava ensinando que se tratada de um “servo coletivo”.
7 Crise de Consciência, p. 245, Raymond Franz, Ex-membro do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová,
Atlanta – Geórgia – EUA, 2008 8 https://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADticas_%C3%A0s_Testemunhas_de_Jeov%C3%A1 – Acesso em
26.10.2017
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• Começo dos “últimos dias”. Desde as primeiras questões da Sentinela, Russell promoveu a
crença de que os “últimos dias” haviam começado em 1799 e que terminariam em 1914. Em
1921, as publicações da Torre de Vigia ainda diziam que os últimos dias haviam começado
em 1799. Em 1930, essa data foi abandonada e 1914 foi fixado como o começo dos últimos
dias.
• O papel dos judeus no Reino de Deus. Russell seguia a visão de Nelson H. Barbour, que
acreditava que em 1914 o Reino de Cristo tomaria o poder sobre toda a terra e de que os
judeus, como povo, seriam restaurados ao favor de Deus. Em 1889, Russell escreveu que
com o fim dos “Tempos dos Gentios” em 1914, a cegueira de Israel iria ser curada e eles se
converteriam ao Cristianismo. O livro Vida (1929) afirmou que o retorno dos judeus à
Palestina, sinal do fim, estava muito próximo, porque os judeus “teriam os favores primeiro,
seguidos por todos os outros que obedeciam ao Senhor” sob a restauração de Deus de seu
Reino. Em 1932, essa crença foi abandonada e desta data em diante a Sociedade Torre de
Vigia ensinou que as Testemunhas eram o único Israel de Deus.
• Data da presença invisível de Cristo. A Sociedade Torre de Vigia ensinou por mais de 60
anos que isso começou em 1874, insistindo em 1922 que a data estava “claramente indicada”
e havia sido dada por autoridade de deus “além de qualquer possibilidade de revisão” e
alertando que duvidar da data iria levar ao “repúdio de Deus e nosso Senhor Jesus Cristo e
o sangue com o qual nós fomos comprados”. Em 1943, a sociedade moveu o evento para
1914.
• Identidade das “autoridades superiores”. Russell ensinou que as “autoridades superiores” de
Romanos 13:1, para as quais os Cristãos deveriam mostrar sujeição e obediência, eram as
autoridades governamentais. Em 1929, a Torre de Vigia descartou essa visão, afirmando
categoricamente que o termo se referia apenas a Deus e a Cristo, e dizendo que a mudança
de doutrina era a evidência de uma “progressiva luz” de verdade brilhando para o povo
escolhido de Deus. Um estudo de 1952 da Torre de Vigia afirmou que as palavras de
Romanos 13 “nunca poderiam ser aplicadas aos poderes políticos do mundo dos Césares,
como fora alegado pelo clero da cristandade”, e uma publicação de 1960 descreveu a antiga
visão como um fator que havia tornado o movimento de estudos bíblicos “sujo” aos olhos
de Deus entre o período de 1914-1918. Dois anos depois, em 1962, a Torre de Vigia voltou
a pregar a doutrina inicial de Russell.
• Identidade e função do Corpo Governante. Menções frequentes do termo “Corpo
Governante” começaram na Sociedade Torre de Vigia na década de 1970. O Corpo
Governante era inicialmente identificado vagamente como os sete membros de direção da
Sociedade Torre de Vigia, embora a direção no tempo não tivesse nenhum papel em
estabelecer doutrinas da Torre de Vigia ou em fazer editoriais e publicar decisões. Essas
decisões eram tomadas inteiramente pelo presidente da Sociedade, que tinha liberdade
irrestrita. Tal cargo existiu desde as origens da Sociedade Torre de Vigia: uma Sentinela de
1923 afirmou que Russell sozinho dirigia a política e o curso da Sociedade “sem responder
a nenhuma outra pessoa na terra”, e ambos os seus sucessores, Rutherford e Knorr, também
atuavam sozinhos em estabelecer doutrinas da Torre de Vigia. Uma mudança organizacional
de primeiro de janeiro de 1976 pela primeira vez deu ao Corpo Governante o poder para
controlar as doutrinas e se tornar o conselho supremo das Testemunhas de Jeová. Apesar
disso, a Torre de Vigia de 1971 alegou que o Corpo Governante dos cristãos escolhidos tinha
existido desde o século XIX para governar os assuntos do povo escolhido de Deus.
• Tratamento de membros dissociados. Na década de 1950, quando a dissociação se tornou
comum, as Testemunhas não deveriam ter nada com os membros expulsos, nem mesmo
poderiam conversar ou demonstrar reconhecimento a eles. Em 1974, a Torre de Vigia,
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reconhecendo que algumas testemunhas pouco equilibradas tivessem demonstrado
comportamento mal-educado, desumano e possivelmente cruel em relação aos expulsos,
relaxou as restrições ao contato familiar, permitindo às famílias escolher por si mesmas a
extensão de sua associação, incluindo a possibilidade de discutir assuntos espirituais. Em
1981, uma reversão da política ocorreu, com Testemunhas sendo instruídas a evitar qualquer
interação espiritual com os membros desassociados, incluindo mesmo um parente próximo.
As Testemunhas eram instruídas a evitar cumprimentar pessoas desassociadas. Pais tinham
a permissão de cuidar das necessidades materiais de uma criança menor dissociada. Um pai
doente ou uma criança fisicamente e emocionalmente doente poderiam ser aceitos de volta
em casa “por um tempo”. As Testemunhas eram instruídas a não comer com um parente
desassociado e eram avisadas de que influência emocional poderia amaciar sua resolução.
Em 1980, os quartéis generais das Testemunhas de Jeová no Brooklin avisavam aos
superintendentes viajantes que uma pessoa não precisava promover “visões apóstatas” para
ser desassociada; eles diziam que “uma ação judicial apropriada” deveria ser tomada contra
uma pessoa que “continua a acreditar em ideias apóstatas e rejeita o que lhe foi fornecido”
através da Torre de Vigia. As regras sobre o ostracismo foram reinterpretadas em 1981,
passando a incluir aqueles que haviam resignado da religião voluntariamente.