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PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Analisando um dos pilares da Reforma Protestante

Princípios da interpretação bíblica

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Apresentação sobre os princípios de interpretação da Bíblia Sagrada.

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Page 1: Princípios da interpretação bíblica

PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

Analisando um dos pilares da Reforma Protestante

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Introdução históricaUm dos pilares da Reforma Protestante, ocorrida a partir

de 31 de outubro de 1517, quando Martinho Lutero afixou 95 teses à porta do Castelo de Wittenberg, foi o estabelecimento do livre exame das Escrituras.

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Até então, a Igreja Católica, preponderante, dizia que somente os padres poderiam examinar as Escrituras. Até mesmo portar uma Bíblia era proibido. Tê-la em casa, impensável. As missas eram rezadas em latim, a língua da Vulgata.

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Devemos relembrar que não havia uma preocupação dos governos em alfabetizar o povo. Somente juristas, clérigos e funcionários públicos de alto escalão tinham acesso aos estudos formais.

A isto se juntava o fato de que a geração de riquezas estava ligada à agricultura, sendo relativamente dispensável que o povão soubesse ler e escrever.

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Registremos que esta versão (A Vulgata Latina) havia sido traduzida por Jerônimo (347-420 d.C.), com a intenção de popularizar o estudo bíblico. Outras iniciativas nas décadas posteriores obtiveram êxito em divulgar o texto sagrado para todas as pessoas. Mas...

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...em 1199, o papa Inocêncio III lançou-se contra os leigos, que "em reuniões secretas chamaram para si o direito de expor os escritos e pregar uns aos outros“.

Em 1229, o Concilio de Toulouse, convocado no sul da França, proibiu que alguém possuísse e lesse a Bíblia, especialmente aquela em língua vulgar, com exceção dos Salmos e dos passos contidos nos breviários autorizados!

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Por volta de 1439, a Alemanha fervilhava em suas universidades, quando foi revolucionada pela invenção da imprensa de tipos móveis. O autor, Johannes Gutenberg, viria a imprimir como primeiro livro justamente a... Bíblia!

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Daí à Reforma, em 1517, foi só um passo. Lutero lançou a pá de cal na pretensão papal, ao traduzir as Escrituras para o alemão comum. Em setembro de 1522, esta Bíblia foi lançada em parte e impulsionou a Reforma de maneira maravilhosa. Sendo completada em 1534.

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A preocupação papal em restringir o acesso, a leitura e a interpretação bíblica era que não houvesse desvios doutrinários. O que, de fato, aconteceu. Mas haviam outras razões, como os questionamentos que os leitores começaram a fazer diante dos próprios desmandos doutrinários romanos.

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O Livro Negro da História do Cristianismo, um livro crítico da atuação da Igreja Católica ao longo dos séculos, nos informa que quando Lutero começou a traduzir a Bíblia em alemão, uma comissão de prelados enviou ao Papa, o seguinte relatório, em 1533:

É preciso fazer todos os esforços possíveis para que a leitura do Evangelho seja permitida o mínimo possível... O pouco que se lê na missa já basta, que ler mais do que aquilo não seja permitido a quem quer que seja. Enquanto os homens se contentaram com aquele pouco, os interesses de Vossa Santidade prosperaram, mas quando se quis ler mais,

começaram a ficar prejudicados.

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O mesmo livro informa outras iniciativas tiveram efeito, nos anos pré e pós-Reforma.

Em 1492, os reis católicos espanhóis proibiram a tradução da Bíblia em língua popular.

Em 1526, o Parlamento francês ordenou o recolhimento de todas as Bíblias e a proibição de sua impressão.

Em 1558, o inquisidor de Veneza proibiu que os tipógrafos da cidade imprimissem traduções da Bíblia em língua vulgar. Em seguida, as Bíblias foram queimadas!

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Distante das preocupações humanas, a própria Bíblia reclama sua leitura. O que dizer da recomendação de Jesus: Examinai as Escrituras (João 5:39)? Da ordem paulina: Persiste em ler (I Timóteo 4:13)?

O próprio Salmos 1, permitido aos cristãos em Toulouse, registrava: Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite (Salmos 1:2)!?

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Donde concluímos que a leitura e a meditação bíblica sejam elementos fundamentais para o crescimento espiritual do crente. Alie-se a isto a correta interpretação afim de que não sejamos levados pelos ventos de doutrinas (Efésios 4:14).

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Introdução à interpretaçãoÉ fato que nem todos os leitores da Bíblia

conseguem compreendê-la. Há capítulos, versículos e termos cujo significado verdadeiro ainda está por ser descoberto. Passagens inteiras desafiam os melhores estudiosos. O que dizer, por exemplo, de I Coríntios 11:10: “Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade, por causa dos anjos”?

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Introdução à interpretaçãoResta evidente, e é ponto pacífico entre os

estudiosos, que JAMAIS compreenderemos toda a Bíblia. Porém, isto não é motivo para que não a leiamos, nem a estudemos, especialmente, quando sabemos das inúmeras investidas de intérpretes das mais variadas intenções. É uma obrigação do salvo conhecer a Palavra de Deus para resistir a tais ataques (I Pedro 3:15).

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Introdução à interpretaçãoPor outro lado, neófitos na fé distorcem

termos, criam falácias, fundamentam doutrinas vazias. Às vezes por má fé, noutras por desconhecimento do vernáculo, noutras por inchaço carnal e jactância. O bom intérprete não é aquele que sabe de tudo, mas o que busca aprofundar-se, pesquisando o que é correto e adequado.

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1º Princípio - Iluminação do Espírito Santo

A Bíblia é compreendida através da fé. O homem carnal não pode entender as coisas de Deus (I Coríntios 2:14).

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A Bíblia foi plenamente inspirada por Deus (II Pedro 1:21). Mas apesar de falar a todos os homens, somente o Espírito Santo é capaz de transmitir suas verdades ao espírito humano (João 16:8).

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1º Princípio - Iluminação do Espírito Santo

A fé significa o conteúdo bíblico. Sem ela resta apenas um livro cheio de boas histórias e ensinamentos úteis. Com fé as palavras saltam e tomam vida no cotidiano.

PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

A Bíblia é único livro do mundo cujo autor tem presença garantida ao lado do leitor. Quando a lemos com fé, buscando entendê-la espiritualmente, o Espírito Santo se acerca de nós!

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2º Princípio - Unidade

A Bíblia é una. Seu Antigo e Novo Testamento se interligam em um só livro, não obstante princípios específicos de Israel.

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O Velho Testamento não pode ser desprezado. Como se a importância do Novo o suplantasse. Eles são complementares (Mateus 5:17; II Coríntios 3:14).

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2º Princípio - Unidade

A Bíblia não se contradiz. Embora passagens debatidas possam sugerir o contrário, um exame mais acurado eliminará a dúvida.

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O arrependimento de Deus é um exemplo excelente de contradição aparente. I Samuel 15:29, termina assim: ...porquanto não é um homem para que se arrependa.

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2º Princípio - Unidade

Já em Gênesis 6:6, diz que Deus arrependeu-se de ter feito o homem. Como conciliar as duas citações?

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A questão é que por diversas vezes o escritor sagrado quer transmitir figuradamente uma determinada ocorrência, para harmonizá-la com a realidade do leitor.

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2º Princípio - Unidade

Na passagem de Gênesis 6:6, ele usa um recurso chamado antropopatia, que é atribuir a Deus um sentimento humano.

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Os sites céticos se especializaram em catalogar passagens assim. Estudando e pesquisando chegamos a compreender o sentido real do texto.

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2º Princípio - Unidade

Ao longo da história, diversos intérpretes tentaram suprimir determinados livros, por preferirem uns aos outros.

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Um intérprete sério deve ser um estudioso panorâmico da Bíblia. As pregações devem levar em conta tanto o Velho quanto o Novo Testamento.

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3º Princípio – Autoridade divina

A base deste princípio é que a Bíblia é a Palavra de Deus, através da qual ele se revela ao homem, sendo a autoridade espiritual suprema. Deus é seu autor!

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Não é preciso endeusar a Bíblia para compreender isto. Basta-nos entender que a Bíblia é a mensagem de Deus para o homem, a carta mais elevada enviada à alma humana.

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3º Princípio – Autoridade divina

Mas, como ter certeza de que a Bíblia que temos é a mesma dos tempos da Igreja Primitiva?

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Não temos os textos autográfos, ou seja, aqueles que foram escritos pessoalmente pelos escritores. Entretanto, a Bíblia é o livro antigo do qual temos mais fragmentos. Fragmentos estes que corroboram o texto que possuímos.

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3º Princípio – Autoridade divina

Somente do NT há 24.000 fragmentos. O livro antigo que chega mais perto disso é a Ilíada, de Homero, com 500 fragmentos!?

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Sem contar que a diferença entre a última cópia e o original da Ilíada é de 500 anos. Já a Bíblia tem apenas 450 anos de diferença entre os fragmentos de manuscritos. O que nos leva a concluir que a Bíblia tem, de longe, o maior atestado de conteúdo.

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3º Princípio – Autoridade divina

Em 1947, nas cavernas de Qumram, foram encontrados manuscritos do texto hebraico que remontam ao tempo de Jesus. Mais de 1800 anos à época!

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3º Princípio – Autoridade divina

Ainda hoje os estudiosos se debruçam sobre tais manuscritos, descobrindo coisas novas e maravilhosas sobre o texto bíblico.

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3º Princípio – Autoridade divina

O princípio da autoridade divina coloca a Bíblia acima dos enunciados de qualquer ciência, posto que são expressão do pensamento humano, falível, sofismável e sujeito a correções e variações.

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Interpretar a Bíblia descrendo da autoridade divina é fechar os olhos para o sopro do Espírito de Deus sobre aqueles que a escreveram – Theopneustos (II Pedro 1:21)

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4º Princípio – Estilo literário

Consiste em levar em conta o estilo no qual determinada passagem foi escrito, sob pena de interpretar erroneamente uma passagem. A Bíblia é rica em alegorias, profecias, símbolos e dos mais variados estilos.

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Porém, nada do livro sagrado foi escrito para confundir, a Bíblia não é um livro para iniciados, mas para ser compreendido e lido.

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4º Princípio – Estilo literário

Não faria sentido Deus criar uma carta que somente pessoas de determinado grau intelectual pudessem ler. Mas assim como um texto qualquer há leituras diversas numa só porção

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O que dizer, por exemplo, da parábola de Jotão (Juízes 9:8-15) ou de Salmos 18:10?

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4º Princípio – Estilo literário

Concluímos que um bom intérprete deve ser ater não apenas a tais estilos, mas, quando possível, aos termos linguísticos típicos da língua hebraica e grega

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Exemplos:Santíssimo, em Isaías 6Em verdade, em verdade (João 6:47)Sobe, calvo (II Reis 2:23)

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4º Princípio – Estilo literário

Há na Bíblia, entre outros:1) A epopéia nacionalista de Abraão, Davi e Gedeão;2) A poesia dos Salmos e Jó3) As leis do Levítico4) As narrativas dos evangelhos5) Os ditos sapienciais de Eclesiastes6) Os provérbios7) As profecias dos profetas maiores e do Apocalipse

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5º Princípio – Contexto

Diz o ditado popular: um texto fora do contexto é um pretexto! Ou seja, isolar versículos, tentando embasar uma doutrina, é uma das práticas mais reprováveis a um intérprete da Bíblia.

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Há dois tipos de contexto: o imediato e o remoto. O contexto imediato diz respeito aos versículos que circundam uma determinada passagem bíblica.

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5º Princípio – Contexto

Exemplo 1: A letra mata, mas o Espírito vivifica (II Coríntios 3:6). Podemos concluir, a partir do versículo, que é errado estudar teologia?

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Lendo o contexto de II Coríntios 3, entendemos que Paulo está falando da letra da Lei, à qual não trazia vida para quem seguia, apenas servia de apoio para conduzir à revelação proporcionada por Cristo.

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5º Princípio – Contexto

Exemplo 2: Médico, cura-te a ti mesmo (Lucas 4:23). Jesus condenou a medicina?

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Lendo Lucas 4, entendemos que Jesus estava prevenindo uma colocação que seria feita pelos escribas e fariseus. Ele seria cobrado por fazer milagres na Galiléia e não em Jerusalém.

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5º Princípio – Contexto

Exemplo 3: Tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 4:13). Podemos tudo mesmo?

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Lendo Filipenses 4, entendemos que Paulo havia aprendido, por meio das provações, que em Cristo ele podia permanecer firme em qualquer situação, seja de abundância ou de privação.

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5º Princípio – Contexto

Exemplo 4: O pecado contra o Espírito Santo (Mateus 12:31-32). Será que o cometemos?

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O versículo trata do cuidado que devemos ter para não nos fazermos surdos à voz de Deus. Quem aborrece o Espírito Santo e peca contra ele se torna apático ao perdão! Se alguém está arrependido, esse sentimento vem de Deus (João 16:8)

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5º Princípio – Contexto

Exemplo 5: I Coríntios 13:8 As línguas cessaram?

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O versículo ressalta que quando vier o que é perfeito todas as coisas transitórias cessarão quais sejam línguas, profecias e conhecimento

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5º Princípio – Contexto

Exemplo 6: A Rosa de Sarom de Cantares 2:1 é Jesus?

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No contexto entendemos que se fala de uma mulher, que alguns associam à Igreja. Logo, a Rosa de Saron não é Jesus!

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5º Princípio – Contexto

Quando o contexto é remoto, devemos pesquisar em diversas passagens da Bíblia para basear nossa interpretação.

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É o caso das passagens proféticas. Elas devem ser analisadas em consonância com as demais profecias relativas àquele momento. Se é Milênio, o que diz Apocalipse, Daniel, Isaías e demais passagens correlatas? E daí por diante.

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5º Princípio – Contexto

Algumas passagens proféticas, por exemplo, são restritas a pessoas e nações. Não podem ser estendidas à Igreja (Deuteronômio 28).

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Aplicar, por exemplo, Salmos 33:12 aos contextos eleitorais de nosso tempo é uma tentativa grosseira de distorcer a promessa de Deus a Israel, o único povo que se chama pelo nome de Deus!

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5º Princípio – Contexto

Noutros casos há passagens que possuem um cumprimento imediato e outro remoto. É o caso de Mateus 24:15, 19. Daí a importância de estudarmos panoramicamente a Bíblia.

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5º Princípio – Contexto

Há outros perigos em termos de contexto. O primeiro é isolar frases de um versículo, veja o caso de Não há Deus, no Salmo 14:1

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O segundo perigo é não ler corretamente o que está escrito e forçar outra interpretação. Geralmente, se faz isto ao não usar os verbos nos tempos corretos ou esquecer as normas de concordância nominal ou verbo-nominal

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5º Princípio – Contexto

Exemplo 1: O dinheiro é a raiz de todos os males (I Timóteo 6:9-10)

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Muitos leitores esquecem a palavra amor, que existe no texto. É o amor ao dinheiro que traz problemas.

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5º Princípio – Contexto

Exemplo 2:Ler como ouviram, se não há quem pregue, ao

invés de como ouvirão...Ler mas, como mais, e vice-versaLer sobre (acima) tua Palavra lançaremos a

rede, ao invés de sob (debaixo)

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5º Princípio – Contexto

E o terceiro é inserir coisas que não estão escritas na Bíblia, tanto palavras como frases. Muitas destas frases até possuem conceito correto, baseadas na sabedoria popular, mas não estão na Bíblia!

Exemplos: Em verdade te digo: Hoje [mesmo] estarás comigo no Paraíso (Lucas 23:43). Elias foi levado num redemoinho e não num carro de fogo (II Reis 2:11)

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5º Princípio – Contexto

Exemplos de frases que não são versículos: 1. A assinatura de Deus ninguém apaga2. Deus ajuda quem cedo madruga3. Faz por ti que eu te ajudarei4. O cair é do homem, o levantar é de Deus5. Dê um passo para Deus que Ele dá dois pra

você6. A voz do povo é a voz de Deus

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Page 49: Princípios da interpretação bíblica

5º Princípio – Contexto

Exemplos de frases que não são versículos: 7. Deus cegou o entendimento dos incrédulos8. Jesus é o médicos dos médicos9. Mente vazia é oficina do Diabo10. Não cai uma folha de uma árvore sem a

permissão de Deus (Mateus 10:29)11. Quem não vem pelo amor, vem pela dor12. Quem tem promessa de Deus não morre

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5º Princípio – Contexto

Em quarto lugar, por vezes é preciso conhecer o contexto histórico da passagem, para interpretar o que está escrito.

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Exemplo 1: Atos 4:13. Pedro e João não eram analfabetos, mas iletrados na Lei. Toda criança conhecia os mandamentos para poder fazer o Bar-Mitzvá, uma cerimônia realizada aos treze anos, quando o menino era declarado homem. Leia João 7:15.

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5º Princípio – Contexto

Exemplo 2: Mateus 8:21-22. O que é enterrar do ponto de vista dos costumes do NT? Jesus mandou o homem matar seus pais.

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Significa que o filho não poderia se ausentar de perto dos pais, até que falecessem. Nem o homem estava com os pais mortos, muito menos Jesus mandou matá-los!

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5º Princípio – Contexto

Por vezes é necessário interpretar as figuras de linguagem de um texto. Em Marcos 10:25, por exemplo, Jesus usou uma hipérbole. Muitos intérpretes procuram uma porta por onde um camelo não passaria, mas ela não existe em Jerusalém!

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Page 53: Princípios da interpretação bíblica

5º Princípio – Contexto

Não é raro ter que tomar uma característica como adjetivo qualificativo, ao invés de generalizar o conteúdo! É o caso de Daniel 3:1. A estátua, provavelmente, não era de ouro, maciço, mas revestida de ouro. Tal característica é tomada no texto como generalizada.

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Page 54: Princípios da interpretação bíblica

5º Princípio – Contexto

Noutros casos o escritor quis traduzir o que estava vendo ou enxergando, e aí utiliza de recursos linguísticos que precisam ser compreendidos adequadamente. Apocalipse 4:6 é um caso clássico. O mar não era de vidro, mas parecia, por sua transparência, ser deste material.

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Page 55: Princípios da interpretação bíblica

5º Princípio – Contexto

Outro perigo é na falta de entendimento das línguas originais tomar emprestado citações de outras pessoas. Quem já não ouviu dizer que eros não é o amor de Deus, como se o Criador não houvesse feito o sexo? Outro caso clássico é Salmos 68:4. Já, no texto, é a abreviatura de Jeová. E não sinônimo de rápido!

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5º Princípio – Contexto

Noutras vezes a acepção de palavras mudaram com o tempo. Batizar hoje significa também colocar o nome de uma criança. Bode expiatório, é a pessoa culpada de tudo de ruim que outros fazem. Palavras do português arcaico ainda desafiam muitos leitores: debalde, esquife, cercania, aleivoso, tímido, pavês, broquel, concupiscência...

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5º Princípio – Contexto

Por fim, inúmeras informações que estão radicadas no inconsciente coletivo não possuem base bíblica. Anjos com auréolas e harpas, crentes anjos, Deus velhinho, Diabo com chifres, Maria Madalena prostituta, maçã ou sexo como o fruto proibido, Pedro como porteiro do Céu, etc. É preciso fugir destes lugares comuns para alcançar o correto entendimento de um texto.

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5º Princípio – Contexto

Finalizamos este tópico enfatizando que não é necessário repreender o irmão todas as vezes que o virmos falando algo errado. O conhecimento é algo contagioso, mas vamos adquirindo de maneira gradual. Sempre teremos crentes infantis e maduros em nossas igrejas. Devemos, com amor, buscar harmonizar os diversos níveis afim de que o corpo todo cresça uniformemente.

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Bibliografia1. Soares, Márcio. Princípios de Interpretação da Bíblia. E-

book disponível em http://www.seradorador.com.br/Docs/Principios_Interpret

acao_Biblia_E-book.pdf2. O Livro Negro do Cristianismo, Jacopo Fo, Sérgio Tomat,

Laura Malucelli3. Downing, David C. O que você sabe pode não estar certo.

Editora Vida

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