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Janeiro de 2013

Leiria's strategic plan for sports development

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L E I R I A

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FICHA TÉCNICA

TÍTULO

Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo 2013-2017

DATA

Dezembro de 2012

PROPRIETÁRIO

Câmara Municipal de Leiria

EDIÇÃO

Leirisport, E.M.

AUTORIA

Leirisport, E.M.

COORDENAÇÃO

Miguel Andrade – Técnico de Desporto da Leirisport, EM

GRUPO DE TRABALHO

Miguel Andrade – Técnico de Desporto da Leirisport, EM

Ricardo Marques – Coordenador da Área de Negócios 2 da Leirisport, EM

GRAFISMO

Samuel Ramos – Técnico de Design e Multimédia da Leirisport, EM

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ÍNDICE

PRESSUPOSTOS INTRODUTÓRIOS ....................................................................................................... 7

PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO LEIRIA 2013-2017 .............................. 13

ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO .............................................................................................................. 13

OBJETIVOS DO ESTUDO ..................................................................................................................... 15

METODOLOGIA .................................................................................................................................. 16

SUMÁRIO DO DESPORTO EM LEIRIA ................................................................................................. 19

A. Instalações Desportivas…………………………………………………………………………………………………19

B. Hábitos Desportivos………………………………………………………………………………………………………27

C. Oferta Desportiva………………………………………………………………………………………………………....31

PERSPETIVAS DE ATUAÇÃO ............................................................................................................... 35

ANÁLISE SWOT .................................................................................................................................. 36

VISÃO ................................................................................................................................................. 42

MISSÃO .............................................................................................................................................. 42

VALORES ............................................................................................................................................ 42

EIXOS DE INTERVENÇÃO .................................................................................................................... 43

ESTRATÉGIAS/AÇÕES ......................................................................................................................... 46

PLANO OPERACIONAL……………………………………………………………………………………………………………………46

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................... 52

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Índice de Ilustrações Ilustração 1: Os três níveis de planeamento. .......................................................................................................... 8

Ilustração 2: Modelo geral de organização do estudo. ......................................................................................... 14

Ilustração 3: Modelo de análise de referência. ..................................................................................................... 16

Ilustração 4: Enquadramento Conceptual do Planeamento Estratégico de Desenvolvimento Desportivo.......... 17

Ilustração 5: Tipologias das Instalações Desportivas – RJ das Instalações Desportivas de Uso Público. .............. 21

Ilustração 6: Percentagem de Instalações Desportivas por Classe Tipológica. ..................................................... 22

Ilustração 7: Comparação da Área Desportiva Útil de Leiria com a desejada a nível nacional e europeu. .......... 22

Ilustração 8: Comparação da Área Desportiva Útil por Habitante c/ os Critérios de Planeamento da DGOTDU. 23

Ilustração 9: Distribuição do Tipos de Piso associado aos Campos de Futebol (Grandes Campos de Jogos). ...... 23

Ilustração 10: Distribuição do Tipo de Piso associado aos Polidesportivos Descobertos. .................................... 23

Ilustração 11: Ano de construção das instalações desportivas no concelho de Leiria, por sub-tipologia. ........... 24

Ilustração 12: Principais modalidades praticadas pelos habitantes do concelho de Leiria. ................................. 28

Ilustração 13: Principais razões e motivos da prática desportiva. ........................................................................ 29

Ilustração 14: Principais razões apontadas para o abandono da prática desportiva. ........................................... 30

Ilustração 15: Distribuição do número de praticantes desportivos de caráter regular segundo o sexo. ............. 31

Ilustração 16: Distribuição do número praticantes desportivos de caráter regular segundo o escalão etário. ... 32

Ilustração 17: Caracterização da oferta de Modalidades Desportivas no concelho de Leiria por clube. ............. 33

Ilustração 18: Evolução do número de clubes no concelho de Leiria. .................................................................. 34

Ilustração 19: Perspetivas de atuação estratégica. ............................................................................................... 35

Ilustração 20: Lógica da análise SWOT. ................................................................................................................. 36

Índice de Tabelas Tabela 1: Perspetivas de atuação da autarquia no desporto e respetivos objetivos. ........................................... 35

Tabela 2: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Servir a população e a comunidade”. ............. 37

Tabela 3: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Processos internos e desenvolvimento

organizacional”. .................................................................................................................................................... 38

Tabela 4: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Inovação e aprendizagem”. ............................ 39

Tabela 5: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Gestão financeira e orçamental”. ................... 40

Tabela 6: Síntese da aplicação dos objetivos estratégicos nos eixos de intervenção. .......................................... 45

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INTRODUÇÃO

PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO

PRESSUPOSTOS INTRODUTÓRIOS | PEDD LEIRIA 2013-2017

ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO | OBJETIVOS DO ESTUDO | METODOLOGIA

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PRESSUPOSTOS INTRODUTÓRIOS

De forma a enquadrar a natureza deste estudo, é fundamental perceber-se a importância que o

planeamento estratégico assume com vista ao desenvolvimento desportivo, pelo que seguidamente

são apresentados alguns conceitos relacionados com a temática.

O PLANEAMENTO ESTRATÉGICO COM VISTA AO DESENVOLVIMENTO

DESPORTIVO

O conceito de planeamento

Vivemos numa época de mudança explosiva, em que velhas maneiras de pensar, velhas fórmulas,

velhos dogmas e velhas ideologias, por muitos queridas ou úteis que tenham sido no passado, já não

se coadunam com os fatos da atualidade. Não podemos meter à força o mundo embrionário de

amanhã nos cubículos convencionais de ontem (Toffler, 1980).

Deste modo, surge a necessidade vital de inovar e adotar estratégias à atualidade dos

acontecimentos, das tendências, das vontades e anseios da população, sendo o planeamento a

melhor forma para o fazer.

Pires (2005) refere que o planeamento surgiu da necessidade de se conhecer o futuro, da urgência

em se compreenderem as grandes tendências que governam a vida das pessoas e das organizações,

de maneira a tornarem possível uma ação em consonância com elas. Apesar de o futuro se constituir

como incognoscível, é necessária uma ideia acerca do futuro que se deseja construir, sendo este o

grande paradoxo do processo de planeamento, na medida em que sendo este formado por um

conjunto concertado de ações conhecidas, tem por objetivo organizar um futuro que se desconhece.

O planeamento deve assim partir sempre da necessidade de haver uma ideia acerca do futuro que se

pretende construir.

Pires (2005) acrescenta ainda que não se pode considerar a gestão se a função planeamento não se

encontrar prevista, na medida em que este último é um pré-requisito das demais funções. Este autor

define planeamento como o processo através do qual se pretende organizar o futuro, estabelecendo

objetivos e implementando estratégias necessárias para os alcançar, tendo em conta quer o

ambiente interno, quer o ambiente externo da organização.

Soucie (2002) revela que planear significa estabelecer uma linha de ação para conseguir um objetivo.

O referido autor, citando Nadeau (1973), define planeamento como um processo contínuo mediante

o qual a cúpula administrativa determina com precisão as decisões a tomar para alcançar os

objetivos traçados.

O conceito de estratégia

Segundo Porter, estratégia é a criação de uma posição única e valorizável, envolvendo um conjunto

vasto de atividades. Estratégia é fazer trocas e escolher o que não fazer. Se não houver necessidade

de escolha não é necessária nenhuma estratégia.

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Mintzberg define estratégia como:

a) um plano: tipicamente uma direção, um guia ou um curso de ação para o futuro, uma forma

de chegar daqui ali;

b) um padrão: consistência comportamental ao longo do tempo;

c) uma posição: de produtos/serviços determinada para determinados mercados;

d) uma perspetiva: uma forma de ver e fazer as coisas, um conceito de negócio;

e) um ploy: manobra intencional para com um concorrente ou opositor.

Os níveis de planeamento

Sacho (2004), Chiavenato (1993) e Pires (2005) referem que o planeamento pode classificar-se por

diferentes modos, sendo o mais comum, estabelecido de acordo com os seus limites temporais: i)

planeamento estratégico; ii) planeamento tático; iii) planeamento operacional.

Ilustração 1: Os três níveis de planeamento, adaptado de Chiavenato (1993).

Pires (2005) acrescenta que o planeamento estratégico supõe um conjunto de operações integradas

que permitam identificar um conjunto de manobras estratégicas que confiram à organização as

melhores oportunidades de cumprir os objetivos e de realizar a sua missão de acordo com a sua

vocação. O planeamento tático, por sua vez, tem por objetivo a afetação de recursos e o

estabelecimento de sistemas de controlo necessários para levar a cabo as decisões realizadas a nível

estratégico, destinando-se por isso a determinar os tempos e os momentos e a afetar os recursos

através dos quais vão ser atingidos os objetivos inicialmente previstos que devem ser organizados

em programas. O planeamento operacional carateriza-se pelo desenvolvimento das atividades e

tarefas que possibilitam a realização do trabalho quotidiano das organizações, para que estas

possam cumprir a sua missão e objetivos, traduzindo-se em programas e projetos.

O conceito de planeamento estratégico

Dos três níveis de planeamento apresentados, o planeamento estratégico é, segundo Chelladurai

(2001), o que se encontra revestido de maior importância, uma vez que envolve a organização no seu

todo, afetando todos os seus setores e, por conseguinte, o futuro desta.

Torna-se assim fundamental dominar o conceito de planeamento estratégico, no âmbito da aplicação

deste processo, de forma a não comprometer o futuro da organização, no momento da definição das

metas a atingir. Neste sentido, apresentamos seguidamente algumas definições do referido conceito.

Pires e Colaço (2005) consideram que o conceito de planeamento estratégico se encontra ligado ao

longo prazo, aos caminhos e orientações a seguir no futuro, aos objetivos de uma organização,

definindo o mesmo como: i) o processo pelo qual uma organização, após determinação da análise do

ambiente e definidos os objetivos de médio e longo prazo, seleciona as estratégias mais adequadas

para atingir os objetivos, definindo também os projetos a serem executados para o desenvolvimento

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dessas estratégias, ii) o conjunto de ações orientadas a prever as diversas alternativas e a selecionar

e implementar as que melhor correspondam à missão e objetivos definidos.

Segundo Teixeira (1998), o planeamento estratégico é o processo através do qual a gestão de topo,

idealmente com a colaboração dos gestores de outros níveis, define os propósitos globais da

organização (a missão), os objetivos genéricos e a forma de os alcançar.

Cardoso (1999) entende o planeamento estratégico como um processo de recolha e tratamento de

informação sobre o ambiente e a organização que leva à tomada de decisões, através das quais a

organização se adapta, modifica e atua sobre o contexto em que está inserida.

Das várias definições expostas, podemos confirmar que o planeamento estratégico é deste modo, o

nível mais amplo e abrangente da organização, possuindo as seguintes características (Chiavenato,

1993):

a) é um tipo de planeamento projetado a longo prazo, pelo que a concretização dos seus

objetivos verifica-se no fim da sua aplicação;

b) envolve uma organização como uma totalidade, tendo em atenção todos os recursos e áreas

constituintes da mesma, sendo os objetivos de nível organizacional a sua prioridade;

c) é definido pelos órgãos gestores, correspondendo deste modo ao órgão máximo, ao qual

todos os setores da organização estão subordinados;

d) centra-se na comunicação com o ambiente externo da organização (Challadurai, 2001).

Objetivos do planeamento estratégico

O planeamento estratégico é um elemento muito próximo da política da organização, da tomada de

decisão, ao que Roche (2007) e Pires & Colaço (2005) referem que o mesmo tem por objetivos:

a) refletir sobre os objetivos a médio e longo prazo da organização e sobre as estratégias para

alcançá-los;

b) estabelecer e definir, para toda a organização, tais objetivos e estratégias, de tal forma que

sendo planeamento formal, ele se torne num guia;

c) envolver e motivar os recursos humanos da organização em relação às metas a alcançar;

d) estar preparado para o futuro, na medida em que uma reflexão e análise da situação atual e

futura, ajuda a fixar os objetivos da organização e as estratégias para atingir os mesmos, com

maior conhecimento e menor risco. A adoção de um sistema de controlo e uma adaptação

permanente dos elementos circunstanciais do planeamento permite, por um lado, aproveitar

ao máximo os recursos e as oportunidades, por outro perante as dificuldades, minimizar os

riscos, raciocinar a tempo e estabelecer prioridades com mais pressão.

Caraterísticas do planeamento estratégico

Entre várias caraterisiticas do planeamento estratégico, Roche (2007) e Pires & Colaço (2005)

realçam as seguintes:

a) Formalidade – o planeamento não é uma mera reflexão em voz alta (planeamento informal)

de um grupo de dirigentes sobre o presente e o futuro de uma organização. O planeamento

tem uma base formal. Obedece a um método de realização, aprovação e acompanhamento,

sendo um resultado de um produto concreto – Plano Estratégico;

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b) Globalidade – o planeamento estratégico é sempre global, não se podendo falar de

planeamento estratégico numa organização como a soma dos planos parciais das unidades

dessa organização. A sua globalidade comporta os objetivos e estratégias comuns a todas as

partes, tidas como o conjunto da organização;

c) Realismo – o planeamento estratégico tem que ser real, ou pelo menos ter a realidade como

ponto de partida. Por vezes é fácil, ao planear, confundir objetivos desejáveis com os

possíveis. A prática regular do planeamento estratégico leva a que a sua distância com a

realidade seja cada vez menor. Determinar objetivos ideais, podem levar a uma motivação

inicial, mas em breve, a incapacidade de os alcançar;

d) Flexibilidade – como em qualquer planeamento, o planeamento estratégico deve

caraterizar-se pela sua flexibilidade, pela sua capacidade de se adaptar às diferentes

situações favoráveis ou desfavoráveis que podem acontecer, isto é, às mudanças do

ambiente. É esta caraterística que permite, no percurso a percorre, desenvolver as

diferentes potencialidades criativas de uma organização;

e) Continuidade – se é certo que sob o ponto de vista metodológico, o planeamento

estratégico obedece ao estabelecimento de prazos e períodos concretos para o seu

desenvolvimento, o mesmo atende igualmente a um processo contínuo no tempo,

obrigando a uma continuidade do processo, ao mesmo tempo que as acções previstas a

desenvolver vão sendo cumpridas;

f) Aceitação por toda a organização – o planeamento estratégico constitui-se como o

elemento central para a organização. Todos os seus elementos devem conhecer com maior

ou menor detalhe (conforme o nível profissional) as linhas do referido planeamento e

aceitá-las. A sintonia entre as diversas áreas da organização determina o melhor

planeamento estratégico.

O desenvolvimento desportivo

Constantino (1998) afirma que desenvolver o desporto, não pode significar, ter mais desporto de um

qualquer desporto. Tem de significar mais e melhor desporto, assente em fatores de indiscutível

valor formativo e cultural. Tem de significar um desporto onde prevaleçam fatores de qualidade de

vida, bem-estar, saúde, solidariedade e respeito pelos outros.

Quando nos referirmos ao desenvolvimento do desporto, como em qualquer outra área, importa

termos consciência que o mesmo não se reporta a um mero e simples crescimento, que tem por

base uma dimensão exclusivamente quantitativa. Ainda que seja condição necessária não é

suficiente nem real do desenvolvimento, pelo que o conceito deste último deve ser pensado e

organizado não só numa perspetiva quantitativa como numa ordem qualitativa, como nos afirma

Pires (2005).

Para Correia (2008), o desenvolvimento do desporto implicará para além de um crescimento

territorial harmonioso do desporto, a equidade e coesão no acesso a desporto para quaisquer

cidadãos, bem como um conjunto de condições básicas de bem-estar e rendimento que permitam a

esses cidadãos a prática regular de desporto, implicando também, por outro lado, o uso pleno da

liberdade democrática e de cidadania, as quais permitem não apenas o acesso ao desporto como

também as capacidades individuais de escolha e decisão de o praticar. Por conseguinte, o

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desenvolvimento do desporto alia a promoção das condições indispensáveis à garantia da equidade

da participação à liberdade de prática pelos respetivos cidadãos.

De acordo com Cunha (2003), o desenvolvimento do desporto consiste num conceito que inclui

cumulativamente os dois significados: crescimento e desenvolvimento. O desenvolvimento do

desporto considerará o crescimento do sistema desportivo, patente no aumento dos registos

relativos aos vários elementos (praticantes, recursos humanos, atividades, instalações, recursos

financeiros, etc.). Quanto ao segundo, ele traduzir-se-á pelo registo do melhor nível de

funcionamento do sistema desportivo, em função das necessidades e aspirações da população em

matéria de desporto, promovendo a democratização e o acesso a todos os seus beneficiários, e

resultará no melhor nível de proficiência motora e cultura desportiva que os cidadãos de uma

comunidade têm.

Correia (2008) manifesta que a política desportiva tem de ter como seu desiderato essencial a

promoção do desenvolvimento desportivo, pelo que os principais agentes e decisores do mesmo,

atuando no interior do sistema desportivo, nele se incluindo a tutela governamental e a

administração pública desportiva que desta depende diretamente, devem atuar em concordância

com aquele objetivo matriz, pensando e atuando no domínio desportivo com a intenção essencial de

melhorar os níveis de acesso continuado dos cidadãos nacionais à prática do desporto.

Fatores de desenvolvimento desportivo

Tal como já referimos, qualquer política desportiva implica que sejam assumidas opções de forma a

melhorar a prática desportiva, passando de um nível existente para outro considerado superior. Para

que tal aconteça, torna-se imprescindível a intervenção de um conjunto de fatores de

desenvolvimento, que segundo Pires (2003), devem ser combinados entre si, com uma estrutura

determinada, em função das políticas a prosseguir. Tais fatores são enumerados seguidamente:

a) Orgânica – conjunto de organismos nacionais e internacionais, governamentais e não-

governamentais que configuram, enquadram e animam o processo de desenvolvimento

desportivo;

b) Atividades – conjunto de ações motoras de raiz física, biológica, neurológica e fisiológica,

condicionadas e determinadas socialmente. As atividades assumem a forma de diversas

modalidades desportivas, podendo cada uma delas, ter uma dinâmica organizacional formal,

não formal e informal e decorrer sob a responsabilidade institucional de diversos setores com

objetivos próprios e dirigidos a grupos alvo específicos, tendo em atenção as diversas etapas

do processo;

c) Marketing – é um conceito global, multidimensional, utilizado por diversas áreas sociais, entre

as quais o desporto, com o objetivo de perspetivarem as suas relações com o sistema social

que visam atingir. Em desporto pode ser definido como conjunto de técnicas que têm como

objetivo torná-lo conhecido e de prática sistemática, adequando-o nos diversos fatores de

desenvolvimento, às características, necessidades e anseios da população, procurando obter

um máximo de benefícios, utilizando para o efeito, um mínimo de recursos;

d) Formação – processo de transmissão/aquisição ativa de conhecimentos tendo em vista a

valorização técnica e humana, de modo a melhorar o desempenho dos quadros humanos

intervenientes no processo desportivo;

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e) Documentação – congrega a literatura que aborda os diversos aspetos da problemática

desportiva. É o conjunto da produção literária de cariz desportivo. Este fator articula-se e, por

vezes, confunde-se com o fator informação;

f) Informação – processo pelo qual o conteúdo de significado e interesse desportivo é

transmitido e circula entre os intervenientes públicos e privados que configuram o processo

desportivo. Atualmente, o desporto entrou e conquistou os meios de comunicação social,

tendo obtido um espaço significativo nas suas edições, escritas ou televisionadas. Cada vez

mais, o problema se coloca, não sobre uma pura transmissão de informação, mas sobre os

mecanismos pelos quais a comunicação seleciona a informação, com vista a otimizar o

funcionamento do sistema desportivo;

g) Instalações – infraestruturas desportivas artificiais, constituídas por áreas especiais ou

recintos, cobertas ou ao ar livre, destinadas à prática desportiva, tais como, entre outras,

pistas de atletismo, pavilhões, campos de jogos, ginásios, piscinas. Para além da área de

prática desportiva, a instalação desportiva deverá também ter unidades de apoio à prática

desportiva, tais como, arrecadações de material, vestiários e balneários para ambos os sexos,

podendo, eventualmente, ter também um local reservado aos espetadores;

h) Apetrechamento – o apetrechamento desportivo é constituído pelos equipamentos leves e

pesados, individuais e coletivos necessários à prática desportiva;

i) Quadros humanos – indivíduos que intervêm, animam e dão sentido ao processo de

desenvolvimento desportivo. São os sujeitos do processo desportivo. São eles os praticantes,

os técnicos, os dirigentes e os espetadores;

j) Financiamento – o sistema financeiro é constituído pelo conjunto de mecanismos, através dos

quais, as organizações desportivas (clubes, associações, federações, empresas) satisfazem a

necessidade de financiamento, de tal forma que se adequam aos planos de investimento, que

se devem expressar a sua vocação e gerar fluxos de caixa com saldo positivo;

k) Legislação – conjunto de leis que enquadram, regulamentam e configuram o sistema

desportivo;

l) Gestão – conjunto dos instrumentos, pelos quais os meios tecnológicos, são relacionalmente

organizados e desenvolvidos de modo a provocarem-se os efeitos previamente definidos, que

cumprem objetivos e garantem a sobrevivência do sistema.

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO LEIRIA

2013-2017

A determinação de elaborar um documento como ferramenta de referência, uma base material

objetiva de informação e conhecimento – Plano Estratégico de Desenvolvimento – estruturado

segundo fases e setores estudados e validados, é fundamental e imprescindível, quando se intenta

desenvolver e implementar um processo de intervenção num qualquer setor.

O Desporto, nos seus mais variados tipos de prática a diferentes níveis, vem sofrendo alterações

significativas quanto à sua interpretação analítica, reflexo das vertiginosas mudanças que

consecutivamente ocorrem na sociedade global, alterando inclusive as funções múltiplas inerentes

ao seu conceito e respetiva abrangência.

Porque o que está em causa é a relevância e o protagonismo duma área de primordial importância

no seio da atividade social – seja no domínio da atividade física no lazer e ocupação dos tempos

livres, seja no âmbito da prática desportiva de competição e alto rendimento – que contribui para a

determinação do nível de qualidade de vida de uma população, torna-se necessário dotar os

decisores de instrumentos que racionalizem e sustentem a sua intervenção futura.

Assim, a decisão de apresentar um trabalho com estas caraterísticas (PLANO ESTRATÉGICO DE

DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO), surge da necessidade por um lado de estabelecer um balanço

da situação atual, e por outro de apontar uma direção a seguir, definindo linhas orientadoras

futuras e propondo a concretização de projetos objetivos. Para além de constituir um documento de

referência e um instrumento de trabalho imprescindível, permitirá à Autarquia, que detém

competências e responsabilidades na determinação da política desportiva local, definir as linhas

orientadoras de um Desenvolvimento Desportivo sustentado, estabelecendo objetivos e formulando

estratégias que racionalizarão e tornarão sustentáveis posteriores opções e tomadas de decisão

nesta matéria.

O presente estudo surge na sequência de uma combinação e compilação de informação de três

estudos setoriais de âmbito desportivo realizados no concelho de Leiria: i) Carta das Instalações

Desportivas 2010, ii) Estudo dos Hábitos Desportivos da População 2011 e iii) Estudo da Oferta

Desportiva 2011.

ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

No Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo do Concelho de Leiria 2013-2017 que aqui se

apresenta, são apresentadas as metas num cenário de 4 anos bem como as estratégias delineadas

para corresponderem às necessidades e expetativas dos agentes desportivos e população do

Concelho de Leiria.

Este estudo iniciar-se-á com uma Análise Estratégica da situação desportiva do concelho de Leiria,

onde são apresentados de forma sumária os principais resultados e conclusões dos três (3) estudos

realizados no concelho de Leiria com vista à caracterização desportiva do mesmo. Posteriormente

serão identificadas quatro (4) perspetivas de atuação estratégica de forma a dotar este estudo de um

cariz qualitativo ao nível da intervenção autárquica, permitindo clarificar o processo de comunicação

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VISÃO

MISSÃO

VALORES

EIXOS DE INTERVENÇÃO

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

PROGRAMAS

METAS

INDICADORES DE DESEMPENHO

interna e externa, bem como focalizar todos os agentes de desenvolvimento desportivo nos

objetivos estratégicos definidos. Ainda numa fase de análise, desenvolver-se-á uma análise SWOT,

um instrumento de gestão estratégica utilizado no planeamento e que conjuga a análise do ambiente

interno da situação desportiva municipal, destacando os seus Pontos Fortes (ou Forças) e Pontos

Fracos (ou Fraquezas), e da sua envolvente externa identificando as principais tendências atuais,

classificadas como Oportunidades e Ameaças.

Após realizada a análise estratégica, será formulada toda a estratégia do desporto municipal, numa

secção designada por Formulação Estratégica. Numa primeira instância serão apresentadas a visão, a

missão e os valores que concorrem para a caracterização desportiva no concelho de Leiria.

Posteriormente serão identificados três eixos estratégicos de intervenção que identificam e

complementam as competências das autarquias em matéria de desporto, adaptando-as à realidade

local: Aumentar a prática e a cultura desportiva; Manter, remodelar e construir espaços desportivos;

e o Apoio ao movimento associativo. Em seguida, identificar-se-ão os objetivos estratégicos definidos

para cada eixo de intervenção e as estratégias para atingir os referidos objetivos.

O processo de organização deste estudo está resumido de forma sistematizada na Ilustração 2.

Ilustração 2: Modelo geral de organização do estudo.

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OBJETIVOS DO ESTUDO

O Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo, ao constituir o documento que determina e

expõe a política desportiva do município de Leiria, tem como objetivo primordial refletir a realidade

desportiva local num determinado momento e, por conseguinte, apontar pressupostos que

racionalizem a intervenção futura dos decisores políticos, com base num melhor conhecimento do

sistema desportivo.

Para além do objetivo primordial, existem ainda os seguintes objetivos específicos:

Diagnosticar necessidades e carências existentes relativas ao parque desportivo do concelho

e detetar as assimetrias relacionadas com a sua respetiva localização;

Caracterizar elementos estruturantes do movimento associativo desportivo quanto à sua

organização e funcionalidade;

Conhecer e compreender as motivações dos indivíduos face à participação e procura de

prática desportiva, registando as suas necessidades e anseios, para que as instituições

concertadamente equacionem os pressupostos e as estratégias adequadas de intervenção;

Avaliar o consumo e a procura de prática desportiva, estabelecendo a possibilidade de

confrontar os resultados obtidos com os já existentes e que refletem realidades locais e

nacionais;

Apontar e propor um conjunto coerente de pressupostos e orientações estratégicas que

contribuam para uma atuação sustentada por parte das instituições com responsabilidade no

processo de desenvolvimento desportivo concelhio.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada na realização deste estudo consiste essencialmente na análise e investigação

de estudos técnicos previamente realizados com vista à caracterização desportiva do concelho de

Leiria para seguidamente se proceder ao planeamento estratégico. No modelo de análise

apresentado abaixo estão identificados com os números 1,2 e 3 as partes setoriais que foram alvo de

estudo prévio, designadamente a vertente das instalações desportivas (1), a vertente da procura ou

hábitos desportivos (2) e a vertente da oferta ou associativismo desportivo (3). Todos estes estudos

influenciam a definição do planeamento estratégico que irá ser abordada neste estudo e que está

assinalada com (!) no modelo abaixo.

Ilustração 3: Modelo de análise de referência.

Importa igualmente, salientar que este estudo advém de uma análise e diagnóstico da situação

desportiva municipal atual, que só foi possível realizar devido à elaboração prévia dos três (3)

estudos setoriais apresentados (Ilustração 4).

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Ilustração 4: Enquadramento Conceptual do Planeamento Estratégico de Desenvolvimento Desportivo.

Planeamento Estratégico

Oferta Desportiva

Instalações Desportivas

Hábitos Desportivos

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ANÁLISE ESTRATÉGICA

SUMÁRIO DO DESPORTO EM LEIRIA INSTALAÇÕES DESPORTIVAS | HÁBITOS DESPORTIVOS | OFERTA DESPORTIVA

PERSPETIVAS DE ATUAÇÃO

ANÁLISE SWOT

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SUMÁRIO DO DESPORTO EM LEIRIA

Procurando a coerência em todo o processo de planeamento estratégico, e tendo em mente que o

desenvolvimento do desporto se baseia numa interação constante entre os diversos agentes do

sector desportivo e a realidade do concelho, é conveniente efetuar um sumário do desporto no

Concelho de Leiria, procurando conferir fundamentação aos eixos e objetivos estratégicos que serão

delineados. Para tal, o estudo sistemático da realidade desportiva do concelho iniciou-se em Agosto

de 2010 com um conjunto de estudos, nomeadamente, a “Carta das Instalações Desportivas do

Concelho de Leiria 2010”, o “Estudo dos Hábitos Desportivos da População do Concelho de Leiria

2011” e o “Estudo da Oferta Desportiva do Concelho de Leiria 2011”.

A. Instalações Desportivas

As infraestruturas desportivas assumem cada vez mais um papel de dupla importância na

concretização do desenvolvimento desportivo, uma vez que constituem por si só uma parcela da

oferta desportiva de uma região onde os munícipes podem desenvolver as suas atividades físicas

informais, com também são o elemento fundamental na concretização dos serviços desportivos que

pressupõem organização formal, como são os casos do desporto de formação, escolar e de

rendimento.

A quantidade e qualidade das instalações desportivas e a sua distribuição geográfica e espacial

influenciam determinantemente a acessibilidade dos cidadãos aos locais de prática e,

consequentemente, o seu grau de participação em atividades físicas e desportivas, visto que estas

são realizadas em grande parte em instalações desportivas específicas e adequadas.

Segundo a Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto (Lei nº 5/2007, de 16 de Janeiro), nº1 do

artigo 8º que estabelece a política de infraestruturas e equipamentos desportivos, pretende-se que

sejam desenvolvidas políticas, em colaboração entre o Estado e as Autarquias Locais, para fomentar

a criação de um parque desportivo diversificado e de qualidade, proporcionando a prática de

atividade física desportiva a todos os escalões e grupos de população.

De acordo com o Decreto-lei nº 141/2009, de 16 de Junho, que estabelece o regime jurídico das

instalações desportivas de uso público, as instalações desportivas podem ser classificadas e

agrupadas em quatro (4) tipologias:

Instalações Desportivas de Base Recreativa;

Instalações Desportivas de Base Formativa;

Instalações Desportivas Especializadas ou Monodisciplinares;

Instalações Desportivas Especiais para Espetáculos Desportivos.

As instalações desportivas de base recreativa destinam-se a atividades desportivas com carater

informal ou sem sujeição a regras imperativas e permanentes, no âmbito das práticas recreativas, de

manutenção e lazer ativo.

As instalações desportivas de base formativa são concebidas e destinadas para a educação

desportiva de base e atividades propedêuticas de acesso a disciplinas desportivas especializadas,

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para aperfeiçoamento e treino desportivo, cujas características funcionais, construtivas e de

polivalência são ajustadas aos requisitos decorrentes das regras desportivas a que se destinam.

As instalações desportivas especializadas ou monodisciplinares são instalações permanentes

concebidas e organizadas para a prática de atividades desportivas monodisciplinares, em resultado

da sua específica adaptação para a correspondente modalidade ou pela existência de condições

naturais do local, e vocacionadas para a formação e treino da respetiva modalidade.

As instalações desportivas especiais para o espetáculo desportivo caracterizam-se por ser

instalações permanentes concebidas e vocacionadas para acolher a realização de competições

desportivas com capacidade para receber público e para albergar meios de comunicação social, bem

como capacidade para incorporação de recursos materiais e tecnológicos destinados a apoiar a

realização e difusão pública de eventos desportivos.

Seguidamente são apresentados alguns exemplos ou sub-tipologias de instalações desportivas

pertencentes às quatro (4) tipologias referidas anteriormente (Ilustração 5).

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Ilustração 5: Tipologias das Instalações Desportivas – Regime Jurídico das Instalações Desportivas de Uso Público (Decreto-

lei nº 141/2009).

Em seguida apresentamos os resultados mais significativos do estudo “Carta das Instalações

Desportivas do Concelho de Leiria” realizado em 2010, que permitiu caracterizar o concelho de Leiria

em termos de infraestruturas desportivas a todos os níveis de análise:

O concelho de Leiria possui um total de 306 instalações desportivas, distribuídas de acordo com

a Ilustração 6.

No concelho de Leiria predominam as Instalações Desportivas de Base Formativa com 66,99%, o

correspondente a 205 instalações.

Inst

alaç

ões

Des

po

rtiv

as

Base Recreativa

Circuitos de Manutenção

Espaços de Jogos Tradicionais

Ciclovias

Minicampos de Jogos

Salões Recreativos

Base Formativa

Grandes Campos de Jogos

Pequenos Campos de Jogos

Pistas de Atletismo

Pavilhões

Salas de Desporto

Piscinas

Especializadas ou Monodisciplinares

Centro Hípicos

Pistas de Modelismo

Salas e Campos de Tiro

Kartódromos

Especiais para o Espetáculo

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Ilustração 6: Percentagem de Instalações Desportivas por Classe Tipológica.

Nas instalações desportivas de base recreativa predominam os salões recreativos (51 ID).

Quanto às instalações desportivas de base formativa, verificou-se a existência de 78

polidesportivos descobertos (pertencentes aos pequenos campos de jogos), 60 campos de

futebol (grandes campos de jogos) e 32 pavilhões.

A freguesia com mais instalações desportivas é a freguesia urbana de Pousos com 28 ID (9,15%).

Seguem-se as restantes freguesias urbanas, nomeadamente Maceira com 27 ID, Leiria com 26 ID

e Marrazes com 26 ID. Em contrapartida, as freguesias mais carenciadas de instalações

desportivas são a Chaínça e a Memória com 2 ID, cada uma.

A área desportiva útil total do concelho corresponde a 455.971 m2, um valor que se revela

positivo face à desejada a nível nacional e bastante próximo da desejada a nível europeu

(Ilustração 7).

Ilustração 7: Comparação da Área Desportiva Útil do concelho de Leiria com a desejada a nível nacional e europeu.

O concelho de Leiria apresenta 3,79m2/hab., isto é, para cada habitante do concelho existe 3,79

m2 de área desportiva útil para se poder praticar atividade física desportiva. Este valor encontra-

se ligeiramente abaixo do recomendado pelo Conselho da Europa (4m2/hab.).

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De acordo com os critérios de planeamento da Direção Geral do Ordenamento do Território e do

Desenvolvimento Urbano (DGOTD), no concelho de Leiria existem carências ao nível das Pistas

de Atletismo, dos Pequenos Campos de Jogos, das Piscinas Cobertas e das Piscinas de Ar Livre.

No que diz respeito aos Grandes Campos de Jogos e aos Pavilhões/Salas de Desporto, o concelho

de Leiria possui a quantidade de instalações adequadas (Ilustração 8).

Ilustração 8: Comparação da Área Desportiva Útil por Habitante com os Critérios de Planeamento da DGOTDU.

46 ID possuem terra batida como o tipo de piso/pavimento da instalação, em grande parte

associado aos grandes campos de jogos (campos de futebol) com 45, tal como se pode verificar

na Ilustração 9. Seguidamente, o tipo de piso mais frequente nas ID é o cimento ou betão simples

(44 ID), associado aos pequenos campos de jogos com 31 (Ilustração 10).

Ilustração 9: Distribuição do Tipos de Piso associado aos Campos de Futebol (Grandes Campos de Jogos).

Ilustração 10: Distribuição do Tipo de Piso associado aos Polidesportivos Descobertos.

60% das instalações desportivas são desprovidas de cobertura, ou seja, são instalações

desportivas de ar livre.

O estado de conservação global das ID no concelho de Leiria é considerado regular com 160 ID

(52,3%).

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A propriedade das instalações desportivas é maioritariamente de clubes ou associações

desportivas com 61,1% das ID.

86% (263 ID) das instalações desportivas do concelho não possuem responsável técnico, sendo

que das 43 ID que possuem esta figura, 18 instalações são geridas pela Leirisport, EM e 17 são

geridas por estabelecimentos de ensino.

Na década entre 1996 e 2005 foi onde se registou o maior “Boom” na construção de instalações

desportivas no concelho de Leiria, com 86 ID construídas, sendo que cerca de 30 foram

polidesportivos descobertos. Esta sub-tipologia de ID tem sido a mais construída desde 1986.

Salienta-se ainda, o facto de a maioria dos campos de futebol terem sido construídos entre 1976

e 1985 (Ilustração 11).

Ilustração 11: Ano de construção das instalações desportivas no concelho de Leiria, por sub-tipologia.

Na Ilustração 12 é bem visível a dispersão das ID no concelho de Leiria, sendo possível concluir

que nas freguesias urbanas se verifica uma maior concentração de instalações, algo que

acompanha a dinâmica populacional. No entanto, salienta-se o facto de todas as freguesias do

concelho possuírem ID, o que em termos gerais é bastante positivo.

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Através da aplicação de uma metodologia específica e técnica de análise da funcionalidade das

Instalações Desportivas de Base Formativa (IDBF), designada por Avaliação Funcional das ID,

conclui-se que, das 205 IDBF, 59,51% dos casos possuem um nível funcional abaixo das 3

Estrelas, estando assim, a funcionalidade das ID reduzida a 40,49%. A avaliação funcional de 3, 4

e 5 estrelas foi obtida em 83 casos: 51 casos com 3 estrelas (24,88%); 22 casos com 4 estrelas

(10,73%) e 10 casos com a avaliação funcional máxima de 5 estrelas (4,88%).

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Na Avaliação Funcional das ID foi também possível concluir que 63,9% das ID possuem uma área

desportiva útil com condições de utilização razoáveis ou inferiores.

Quanto ao apetrechamento, 54,6% das ID não possuem o apetrechamento adequado nem nas

devidas condições de utilização.

36,1% das ID apresentam carências ao nível das áreas de apoio (balneários, bar, secretaria, etc.).

47,8% das ID não possuem enquadramento técnico e têm problemas de higiene e segurança.

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B. Hábitos Desportivos

O estudo da Procura Desportiva ou dos Hábitos Desportivos de qualquer área territorial, como é o

caso de um concelho, assume importância fundamental na análise da situação desportiva. Deste

modo, realizar um Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo eficiente e eficaz, não seria

totalmente conseguido sem se identificar os hábitos da prática desportiva da população do

concelho. Registar os motivos que levam a que outros não pratiquem ou abandonem a atividade e

conhecer os anseios da população relativamente a esta matéria, determinando as tendências de

participação e Procura Desportiva num futuro próximo, constitui o ponto fulcral deste estudo, uma

vez que a sustentação da oferta desportiva implica um conhecimento profundo da procura.

Assim, apresentamos seguidamente as conclusões gerais e mais relevantes do estudo denominado

como “Hábitos Desportivos da População do Concelho de Leiria” realizado em 2011:

A prática de atividade desportiva ocupa 21,2% dos tempos livres da população do concelho,

existindo assim uma grande tendência para as pessoas inquiridas neste estudo praticarem

atividade física, contrastando de forma bastante positiva com os padrões preocupantes de

sedentarismo evidentes nas sociedades contemporâneas. Esta forma de ocupação dos tempos

livres é mais evidenciada nos homens e nos escalões etários mais jovens.

A prática desportiva nos últimos 12 meses, ou seja, o índice de participação desportiva

referente ao último ano é 70,%, enquanto o índice de participação desportiva nas últimas 4

semanas (período temporal de referência neste tipo de estudos) é 56,3%. Regista-se assim, um

decréscimo de 13,7%, o que corresponde à taxa de abandono durante o último ano.

As freguesias onde se regista maior índice de prática desportiva são, naturalmente, as freguesias

urbanas do concelho – Marrazes, Leiria, Maceira e Pousos, revelando assim uma variação

proporcional ao número de habitantes nas freguesias.

Quanto ao perfil dos praticantes, em ambos os períodos se regista um ligeiro ascendente por

parte do sexo feminino, sendo que nas últimas 4 semanas 51,3% da prática desportiva foi

realizada por mulheres.

Relativamente à idade, verificamos que existe uma tendência evolutiva decrescente à medida

que a idade da população aumenta, sendo que as idades compreendidas entre os 25 e os 34

anos e os 15 e os 24 anos são aquelas onde se regista maior prática, ambos com 21,9%.

Contrariamente, entre os 65 e os 74 anos a prática desportiva é muito baixa.

Em relação ao nível de escolaridade, 31,3% dos praticantes pertencem ao Ensino Secundário

(11º e 12ª anos), enquanto os praticantes com o 3º Ciclo totalizam 23,9%. Os praticantes com

formação superior (Licenciatura, Mestrado ou Doutoramento) correspondem a 17,9%.

Aparentemente a prática desportiva pode não ser proporcional ao tempo de permanência na

escola, mas os resultados evidenciam que indivíduos com maiores níveis de escolaridade tendem

a praticar mais atividade desportiva.

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A população ativa demonstra uma maior tendência para a prática desportiva com 50,3% dos

praticantes a revelarem estar empregados.

As cinco modalidades mais praticadas, de uma forma geral, são, por ordem decrescente, as

Caminhadas (33,0%), a Natação (9,9%), o Futsal (8,4%) e o Futebol e o Cardiofitness (8,1%)

(Ilustração 12). Como tal, a grande discrepância revelada pelas Caminhadas em relação às

restantes permite-nos perceber que a prática desportiva no concelho é realizada,

maioritariamente, em contexto informal ou de lazer. No entanto, a análise das modalidades mais

escolhidas como primeira opção apresenta cenários muito distintos em função do género. As

mulheres preferem modalidades como a Natação, as Aulas de Grupo, as Caminhadas e a

Ginástica, enquanto os homens preferem modalidades como o Futebol, o Futsal, o Andebol, o

Atletismo, o Ténis, o Ciclismo e o BTT.

Ilustração 12: Principais modalidades praticadas pelos habitantes do concelho de Leiria.

Os praticantes optam por praticar atividade desportiva entre 2 a 3 vezes por semana (47,8%) e

entre 1 a 3 horas por semana (34,7%), sendo que o período do dia preferido para desenvolverem

as suas atividades é ao final do dia (46,0%). Os praticantes não demonstraram diferenças para

com o período da semana em que praticam mais, revelando que tanto praticam durante a

semana com ao fim de semana (45,5%).

O âmbito da participação desportiva é predominantemente de Lazer ou Informal (71,5%), sendo

16,0% no âmbito Organizado e 11,1% no âmbito Federado (assente em quadros competitivos).

As instalações ou espaços de ar livre são os mais utilizados para a prática desportiva por parte

da população do concelho de Leiria, sendo que a escolha das instalações desportivas é,

maioritariamente, determinada pela proximidade de casa, seguindo-se a qualidade da

instalação.

Os praticantes do concelho de Leiria desenvolvem a sua atividade desportiva com amigos

(46,0%), sendo a segunda forma mais usual de prática desportiva sozinho (28,6%).

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O concelho de Leiria é eleito pela maioria dos praticantes como o local de prática desportiva

(94,6%), preferindo não se deslocar a outros concelhos contíguos para praticar atividade física

desportiva.

Os praticantes do concelho de Leiria afirmam, maioritariamente, percorrer menos do que 5

quilómetros e demorar menos de 5 minutos até chegarem ao local onde habitualmente

praticam atividade desportiva, algo que demonstra que os mesmos não estão dispostos a

percorrer muitos quilómetros para efetivar a sua prática. O meio de transporte mais utilizado

nestas deslocações é o carro (44,8%), sendo de salientar também a deslocação a pé (44,1%)

quando vão praticar determinadas modalidades, como é o caso das Caminhadas.

As três primeiras razões mencionadas pelos praticantes para a prática desportiva são, por ordem

decrescente: Promover a saúde (46,6%), Melhorar a condição física (19,2%) e o Divertimento

(11,3%), tal como se pode verificar na Ilustração 13.

Ilustração 13: Principais razões e motivos da prática desportiva.

No universo dos não praticantes desportivos, que corresponde a 43,7% da população do

concelho, verificamos que 76,4% afirmam já terem praticado alguma atividade desportiva no

passado. No que respeita às modalidades desportivas com maior taxa de abandono, isto é,

aquelas que os não praticantes deixaram de praticar, o Futebol surge em primeiro lugar com

32,4%, seguindo-se a Natação com 13,0% e o Andebol com 7,7%.

No conjunto das principais razões ou motivos referidos pelos indivíduos para terem deixado de

praticar atividade desportiva, surgem com valores mais elevados, por ordem decrescente, os

motivos associados à falta de tempo (50,6%), os motivos de saúde (17,6%) e a

incompatibilidade de horários (7,4%).

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Ilustração 14: Principais razões apontadas para o abandono da prática desportiva.

No que respeita à intenção de iniciar a sua prática desportiva, independentemente do seu

passado desportivo, 74,6% dos não praticantes tencionam voltar a praticar. As modalidades

mais mencionadas por este grupo foram a Natação (25,6%) e o Futebol (13,7%).

Quanto ao grau de envolvimento com o associativismo desportivo, apenas 9,9% são associados

de clubes ou associações desportivas e 5,4% são atletas. Em contrapartida, 19,5% não têm

qualquer tipo de envolvimento com os clubes, sendo apenas simpatizantes.

Quanto aos programas de promoção de atividade física promovidos pelo Município de Leiria,

60,1% da população afirma desconhecer por completo qualquer programa desta natureza. No

entanto, 30,9% afirmam conhecer programas de atividade física municipais, sendo o Viver Ativo

(57,4%), o Get Fitt (23,4%) e o Férias Sem Limites (18,4%) os mais conhecidos.

A maioria da população do concelho de Leiria revela estar razoavelmente satisfeita com a

qualidade das instalações desportivas municipais existentes no mesmo (53,5%).

Relativamente à quantidade de instalações desportivas, 48,1% consideram existir instalações

suficientes para a prática desportiva no concelho.

Daqueles que afirmaram não existir instalações desportivas suficientes, 29,4% dizem que as suas

freguesias têm carência de uma Piscina e 29,1% de um Pavilhão desportivo.

Na totalidade do concelho, cerca de 27,5% da população inquirida afirma que há carência de

um Pavilhão desportivo.

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C. Oferta Desportiva

O associativismo desportivo enquadra legitimamente e até legalmente o conjunto de entidades que

contribuem para a definição geral do pacote da oferta desportiva de qualquer concelho. Contudo,

este conjunto de agentes apresenta uma grande heterogeneidade relativamente às suas

características próprias, facto que constitui um fator de dificuldade acrescida na análise geral às suas

limitações, problemas e enquadramento específico no fenómeno desportivo e, consequentemente,

na definição dos parâmetros de intervenção e acompanhamento de que necessitam.

As organizações desportivas, nomeadamente as associações e clubes, desempenham um papel

insubstituível, uma vez que atuando diretamente no terreno dispõem de um estatuto de

identificação popular inigualável, de vastíssimas experiências na promoção de programas e

atividades desportivas e de recursos importantíssimos, onde se inclui o corpo do voluntariado.

Considerando a capacidade de distribuição geográfica e de gerar recursos a nível local, as associações

e os clubes assumem uma posição crucial na promoção da oferta das práticas desportivas ditas

amadoras e na promoção da participação desportiva democrática dos cidadãos nas organizações

desportivas.

A caracterização estrutural dos clubes, enquanto células primordiais do movimento associativo

desportivo que contribuem para o desenvolvimento socioeconómico local, é decisiva, pois o seu

conhecimento profundo possibilita uma avaliação mais precisa da sua situação e uma definição de

estratégias de intervenção adequadas às suas necessidades, permitindo-lhes o cumprimento e

desempenho das suas funções sociais.

Seguidamente, apresentamos as principais considerações sobre a oferta desportiva no concelho de

Leiria e também sobre o associativismo:

O concelho de Leiria é representado por um total de 168 clubes/associações desportivas, sendo que 97 destas (57,7%) desenvolvem atividade desportiva regularmente. É, igualmente importante perceber que, dos 168 clubes existentes, 89,9% correspondem a entidades sem fins lucrativos, sendo os restantes 10,1% correspondentes à fatia da oferta privada (entidades com fins lucrativos).

O concelho é caracterizado por um total de 5.438 praticantes federados, sendo 4.285 do sexo

masculino (78,8%) e 1.153 do sexo feminino (21,2%), tal como se pode observar na Ilustração

15.

Ilustração 15: Distribuição do número de praticantes desportivos de caráter regular segundo o sexo.

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Relativamente ao escalão etário dos praticantes (Ilustração 13), 3.845 (70,7%) praticantes

desenvolvem atividade desportiva em escalões de formação, 1.402 (25,8%) praticantes

representam o escalão sénior e 191 (3,5%) praticantes representam o escalão de veteranos.

Ilustração 16: Distribuição do número de praticantes desportivos de caráter regular segundo o escalão etário.

O Desporto Federado no concelho de Leiria corresponde a 4,3% do total da população residente

no mesmo, um valor positivamente superior à taxa de participação federada em Portugal em

1999 – 4% (Marivoet, 2001).

O concelho de Leiria conta com a oferta de 25 modalidades desportivas, nomeadamente:

Futebol 11, Futebol 7, Futsal, Andebol, Basquetebol, Hóquei Patins, Rugby, Voleibol e Fitness

(modalidades coletivas); Atletismo, Ténis, Ginástica, Outras Artes Marciais1, Judo, Karaté,

Patinagem2, Natação3, Modelismo, Tiro, Ciclismo4, Pentatlo Moderno, Badminton, Bridge, Pesca

Desportiva e Pool/Bilhar (modalidades individuais). Como se pode verificar, existem 9

modalidades coletivas e 16 modalidades individuais.

A modalidade desportiva mais representativa no concelho de Leiria é o Futsal, existindo 29

clubes a oferecerem a referida modalidade (21%). Segue-se o Futebol 11 com um total de 18

clubes a disponibilizarem a mesma (13%) e as atividades de Fitness com 16 Health Clubs a

disponibilizarem a mesma (11,6%), conforme se pode verificar na Ilustração 17.

1Aikido, Jiu-Jitsu, Kickboxing e Taekwondo. 2 Patinagem Artística e Patinagem de Velocidade. 3 Natação Pura e Natação Sincronizada. 4 Ciclismo e BTT.

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Ilustração 17: Caracterização da oferta de Modalidades Desportivas no concelho de Leiria por clube.

Relativamente ao número de praticantes por modalidade, o Futebol 11 apresenta 953

praticantes federados, o Futebol 7 apresenta 813 praticantes e o Futsal apresenta 801

praticantes, sendo estas a três modalidades coletivas com mais praticantes, por ordem

decrescente, respetivamente.

Nas modalidades individuais destacam-se o Atletismo com 429 praticantes, o Ténis com 369

praticantes e a Ginástica com 262 praticantes federados.

As freguesias com maior número de clubes/associações desportivas são as freguesias de Leiria

(29 clubes), Marrazes (20 clubes), Pousos (12 clubes) e Maceira (11 clubes). Em sentido

contrário, as freguesias da Bajouca, Boa Vista e Santa Eufémia possuem apenas 1 clube, cada

uma.

Relativamente às modalidades oferecidas por freguesia, a freguesia de Leiria destaca-se com a

oferta de 18 modalidades, seguindo-se Marrazes com 14 modalidades, os Pousos com 9

modalidades e a Caranguejeira com 7 modalidades. Contrariamente, as freguesias da Azoia,

Barosa, Chaínça, Santa Eufémia e Souto da Carpalhosa não oferecem qualquer modalidade

desportiva.

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Quanto ao número de praticantes por freguesia, Leiria destaca-se novamente com 1.400

praticantes federados. Em seguida, surge os Pousos com 1.051 praticantes e os Marrazes com

1.040 praticantes. À semelhança do que acontece com as modalidades oferecidas, também as

freguesias da Azoia, Barosa, Chaínça, Santa Eufémia e Souto da Carpalhosa não possuem

praticantes federados.

A freguesia de Leiria é, simultaneamente, a que possui mais clubes, modalidades e praticantes

federados.

Quanto à totalidade dos clubes, a Associação Cultural e Recreativa de Maceirinha (freguesia da

Maceira) é o que oferece mais modalidades desportivas no concelho de Leiria, com um total de

quatro (4) modalidades.

No que respeita aos quadros dirigentes dos clubes/associações desportivas do concelho de

Leiria, 91,7% dos presidentes são pertencentes ao sexo masculino.

Relativamente aos treinadores/professores, dos 97 clubes que desenvolvem atividade desportiva

regularmente, 40 possuem mais do que 5 treinadores, 34 possuem entre 3 a 5 treinadores e 23

possuem 1 ou 2 treinadores.

Dos 168 clubes existentes no concelho, 36 tiveram a sua fundação entre os anos de 1975 e

1984, curiosamente no período pós 25 de Abril.

Ilustração 18: Evolução do número de clubes no concelho de Leiria.

Quanto à caracterização das instalações sociais dos clubes, 69,5% dos mesmos possui uma sede

social própria. 86,8% dos clubes revelam não possuir salas de reuniões, 90,4% não possuem

salas de direção, 84,4% não possuem secretaria e 59,9% não possuem salões de festas. Por sua

vez, 54,5% dos clubes possuem bar/restaurante nas suas sedes sociais.

Dos 168 clubes existentes no concelho, 64,7% possuem instalações desportivas próprias.

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Página 35 de 53 LEIRISPORT, E.M. | CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA | 2012

PERSPETIVAS DE ATUAÇÃO

Considerando que a transversalidade do desporto – que promove a participação de uma

multiplicidade de organizações e indivíduos nos processos de desenvolvimento desportivo –

determina uma abordagem multifacetada desta realidade, identificámos diferentes perspetivas que

influenciam a qualidade da atuação da autarquia no desporto, permitindo clarificar o processo de

comunicação interna e externa e focalizar todos os agentes de desenvolvimento desportivo nos

mesmos objetivos estratégicos. Deste modo, a concretização da visão, da missão e dos objetivos

estratégicos apontados depende da mobilização de recurso de quatro (4) perspetivas de atuação que

são apresentadas na Ilustração 19.

Ilustração 19: Perspetivas de atuação estratégica.

Apresentamos seguidamente (tabela 1), os objetivos pretendidos para cada perspetiva de atuação

estratégica.

Tabela 1: Perspetivas de atuação da autarquia no desporto e respetivos objetivos.

Perspetivas de Atuação Objetivos

Servir a população e a comunidade

Melhorar os serviços prestados à população e comunidade do concelho de Leiria, concebendo ambientes que favoreçam a criação e o desenvolvimento de valor no Desporto.

Processos internos e desenvolvimento organizacional

Desenvolver e melhorar o funcionamento dos processos internos do pelouro do desporto, permitindo aos colaboradores prestar um serviço eficiente e eficaz.

Inovação e aprendizagem

Desenvolver uma equipa pluridisciplinar, altamente motivada para atingir a excelência na prestação de serviços.

Desenvolver uma comunicação e cooperação eficaz, transparente e partilhada entre os diversos agentes desportivos.

Gestão financeira e orçamental

Implementar uma gestão financeira e orçamental transparente, participativa e rigorosa.

Servir a população e a comunidade

Gestão financeira e orçamental

Inovação e aprendizagem

Processos internos e

desenvolvimento organizacional

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ANÁLISE SWOT

A análise SWOT é um instrumento de gestão estratégica de planeamento que consiste em identificar,

por um lado, os pontos fortes e pontos fracos da situação interna, neste caso, da situação desportiva

interna no concelho de Leiria e, por outro lado, as oportunidades e ameaças existentes no meio

envolvente. Salienta-se o facto que os pontos fortes deverão ser mantidos ou aproveitados e, ao

invés, os pontos fracos deverão ser suprimidos ou minimizados. As oportunidades deverão ser

aproveitadas e as ameaças deverão ser evitadas ou ultrapassadas. Na Ilustração 20, está

representada a lógica da análise SWOT.

Ilustração 20: Lógica da análise SWOT.

Antecipando a definição dos eixos de intervenção e dos objetivos para o desporto no município, para

a definição de estratégias adequadas ao cumprimento dos mesmos, torna-se necessário elaborar

uma análise prévia da envolvente/ambiente. Assim, através do recurso aos estudos que

caracterizaram a realidade desportiva do concelho de Leiria, cujas principais conclusões foram

descritas anteriormente foi possível identificar alguns aspetos que sugerem a existência de pontos

fortes e pontos fracos no concelho em termos desportivos, bem como a identificação de

oportunidades e ameaças no ambiente desportivo do contexto envolvente local, nacional e

internacional. Seguidamente, apresentamos a análise SWOT para cada das perspetivas de atuação,

integrando, desde já, os objetivos estratégicos (explorados no capítulo seguinte) para o pelouro do

desporto municipal.

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Tabela 2: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Servir a população e a comunidade”.

A. SERVIR A POPULAÇÃO E A COMUNIDADE

PONTOS FORTES

- Elevado Índice de Prática Desportiva, 33% em relação ao IPD Nacional

5;

- Ocupação dos tempos livres a praticar atividade física; - Diversidade das atividades/modalidades desenvolvidas e oferecidas; - Elevada quantidade de ID Base Formativa (67%); - Área Desportiva Útil por habitante dentro dos parâmetros de referência; - Boa distribuição das instalações desportivas pelas freguesias do concelho.

PONTOS FRACOS

- Reduzida participação da população sénior; - Pouca predisposição para a prática desportiva federada | índice de desporto federado 0,5% inferior à média nacional

6;

- Grande taxa de abandono da prática desportiva (76%); - Condições de utilização reduzidas ao nível dos Grandes Campos de Jogos (idade, tipo de piso, funcionalidade, higiene e segurança, apetrechamento); - Baixo índice de prática desportiva nas zonas rurais e semi-urbanas; - Carência de algumas instalações desportivas, nomeadamente piscinas cobertas e de ar livre e um pavilhão na região urbana do concelho.

OPORTUNIDADES

- Evolução da procura de atividade física por parte da população sénior e feminina; - Modalidades em expansão no concelho (jogging, trail, etc.); - Elevada importância do desporto informal/lazer; - Preferência pela prática desportiva dentro do concelho; - Interesse elevado dos não praticantes em praticar atividade desportiva; - Clubes desportivos com dinamismo e motivação para colaborar em projetos de desenvolvimento desportivo.

A1: Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática desportiva;

A2: Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no segmento feminino;

A3:Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e apetrechamento de espaços e equipamentos desportivos;

A4: Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva;

A5: Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física informal com acompanhamento técnico especializado.

AMEAÇAS

- Abandono precoce devido a falta de tempo; - Estilos de vida progressivamente mais exigentes em termos de tempo dedicado ao trabalho; - Falta de renovação e/ou disponibilidade do corpo dirigente nos clubes provoca pouco envolvimento no associativismo.

5 Índice de Prática Desportiva Nacional = 23% (1999) – Estudo dos Hábitos Desportivos da População Portuguesa (Marivoet, 2001) 6 Índice de Prática Desportiva Federada em Portugal = 4,8% (2009) – Estatísticas do Desporto em Portugal 1996-2009 (IDP, I.P., 2009)

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Tabela 3: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Processos internos e desenvolvimento organizacional”.

B. PROCESSOS INTERNOS E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

PONTOS FORTES

- Orientação dos objetivos para as reais necessidades dos cidadãos e comunidades.

PONTOS FRACOS

- Incapacidade de resposta às solicitações de cidadãos e comunidade em tempo útil; - Quadro de RH limitado na CML face ao nível de trabalho existente; - Extinção da Leirisport, E.M. com competência técnica e recursos humanos qualificados; - Fraca orientação à organização de atividades de desporto informal e à participação dos Clubes e Associações nesse tipo de eventos; -Fraca orientação para a organização de eventos desportivos da CML; - Fraca orientação à gestão ambiental e ligação entre a atividade física e o ambiente; - A dispersão dos modelos de gestão provoca dificuldade na homogeneidade de critérios e indicadores de gestão comuns.

OPORTUNIDADES

- Mais de metade dos clubes e associações desportivas do concelho desenvolvem atividade desportiva regularmente; - Ambiente de boa cooperação institucional entre os vários agentes desportivos concelhios; - Muitas instalações desportivas são propriedade dos clubes e associações desportivas.

B1: Aumentar/reforçar o quadro de recursos humanos existentes e melhorar a eficiência dos processos;

B2: Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade;

B3: Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade;

B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos;

B5: Analisar e, se for o caso, reformular/sistematizar o atual sistema de apoio ao associativismo desportivo no concelho (inserido no Regulamento de Atribuição de Auxílios do Município de Leiria);

B6: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os clubes/associações desportivas;

B7: Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e Eventos Desportivos informais.

AMEAÇAS

- Incapacidade de execução dos projetos devido à morosidade de determinados processos; - Contenção orçamental na maioria das autarquias portuguesas.

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Tabela 4: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Inovação e aprendizagem”.

C. INOVAÇÃO E APRENDIZAGEM

PONTOS FORTES

- Disponibilidade e motivação para uma aprendizagem contínua por parte de vários agentes desportivos concelhios; - Relação próxima entre vários agentes desportivos locais e os técnicos da autarquia; - Disponibilidade de cooperação, quando solicitados, por muitos dos indivíduos e comunidades ligados ao desporto.

PONTOS FRACOS

- Falta de habilitações académicas e de frequência de formação contínua por parte de vários agentes desportivos; - Debilidades na divulgação de informação útil para os diferentes agentes desportivos; - Fraca capacidade de adoção rápida de inovação de processos e de produtos nas organizações desportivas (clubes); - Elevado número de instalações desportivas sem responsabilidade técnica.

OPORTUNIDADES

- Diversidade e quantidade de ofertas formativas na área do desporto; - Crescente consciência da população para a importância do exercício físico, nomeadamente ao nível dos benefícios para saúde; - Desenvolvimento de novas formas de comunicação que permitem uma maior interatividade entre emissor e recetor; - Crescente evolução ao nível das tecnologias da informação com o surgimento de novas tendências.

C1: Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em áreas estratégicas do desporto;

C2: Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade física desportiva a vários segmentos da população;

C3: Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e eventos desportivos de âmbito municipal;

C4: Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação e comunicação de suporte à estratégia;

C5: Promover a importância da existência de uma figura com responsabilidade técnica ao nível das instalações desportivas;

C6: Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de interessados.

AMEAÇAS

- Crescente dificuldade em comunicar com a população devido à enorme quantidade de informação que é veiculada de várias fontes, todos os dias; - Tendência natural das pessoas e organizações para se fecharem sobre si próprias e não procurarem parcerias e formação potenciadoras dos seus ativos; - Dificuldade na mobilização inicial dos diferentes grupos de interessados no Desporto.

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Tabela 5: Análise SWOT e objetivos estratégicos na perspetiva “Gestão financeira e orçamental”.

D. GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTAL

PONTOS FORTES

- Ligação próxima entre a autarquia e a maioria dos clubes desportivos do concelho; - Empenho em atribuir de uma forma mais célere e justa as verbas de apoio, com base em critérios pré-definidos e estandardizados; - Oportunidade de redução de custos na gestão das Instalações Desportivas atribuídas às Juntas de Freguesia e às de gestão municipal.

PONTOS FRACOS

- Ausência de fontes alternativas de financiamento, quer financeiro, humano e material; - Dificuldades na análise dos resultados obtidos através do apoio financeiro às diferentes entidades e projetos; - Processo moroso na atribuição de verbas para o movimento associativo. - Controlo dos custos e da atividade das IDLM sob gestão de JF, Clubes/Associações.

OPORTUNIDADES

- Existência de candidaturas alternativas de financiamento a nível nacional e europeu; - Recetividade pública para o investimento em serviços e equipamentos desportivos.

D1: Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos resultados esperados;

D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria;

D3: Desenvolver novas fontes de receita.

AMEAÇAS

- Encerramento de clubes devido à falta de apoio financeiro da autarquia; - Fragilidades do associativismo na relação com o setor privado, de forma a obter apoios financeiros através deste tipo de fontes.

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FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA VISÃO | MISSÃO | VALORES

EIXOS DE INTERVENÇÃO | OBJETIVOS ESTRATÉGICOS | ESTRATÉGIAS

PLANO OPERACIONAL

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VISÃO

Leiria pretende ser reconhecida como uma cidade desportiva, promovendo e divulgando para os

seus munícipes a prática da atividade física e desportiva como elemento dinamizador da saúde e

qualidade de vida, educação, socialização, inclusão social e criação de valor para cidadãos e

movimento desportivo.

MISSÃO

Promover, melhorar e diversificar iniciativas de natureza desportiva dirigidas a todos os segmentos

da população, assente numa gestão racional e sustentada, bem como promover a criação de

condições humanas e materiais para uma prática desportiva assente na qualidade através do

estabelecimento de parcerias com estruturas associativas e outras entidades desportivas.

VALORES

Equidade – igual tratamento dos agentes envolvidos na atividade física e desportiva na resolução de

problemas;

Eficiência e Eficácia – concretização das ações com a máxima rentabilidade;

Qualidade e Excelência – organização rigorosa para alcançar o êxito e o sucesso;

Inovação – constante motivação para a mudança no sentido positivo;

Participação – preocupação constante na participação e incentivo da população para prática

desportiva.

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EIXOS DE INTERVENÇÃO

Após realizada a análise SWOT e definidos objetivos estratégicos através da combinação Pontos

Fortes, Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças, apresentamos seguidamente os eixos de

intervenção que advêm da referida análise, articulando-os com os objetivos estratégicos definidos.

EIXO DE INTERVENÇÃO I – AUMENTAR A PRÁTICA DESPORTIVA

A1: Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática desportiva;

A2: Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no segmento feminino;

A5: Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física informal com

acompanhamento técnico especializado;

B2: Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade;

B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos;

B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os

clubes/associações desportivas;

B6: Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e Eventos Desportivos

informais;

C1: Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em áreas estratégicas do desporto;

C2: Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade física desportiva a vários segmentos

da população;

C3: Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e eventos desportivos de âmbito

municipal.

EIXO DE INTERVENÇÃO II – MANTER, REMODELAR E REQUALIFICAR ESPAÇOS

E EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

A3: Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e apetrechamento de espaços

e equipamentos desportivos;

A4: Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva;

B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos;

C5: Promover a importância da existência de uma figura com responsabilidade técnica ao nível das

instalações desportivas;

D1: Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos resultados esperados;

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D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria.

EIXO DE INTERVENÇÃO III – APOIO AO ASSOCIATIVISMO DESPORTIVO

B1: Aumentar/reforçar o quadro de recursos humanos existentes e melhorar a eficiência dos

processos;

B3: Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade;

B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os

clubes/associações desportivas;

C4: Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação e comunicação de suporte à

estratégia;

C6: Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de interessados;

D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria;

D3: Desenvolver novas fontes de receita.

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Tabela 6: Síntese da aplicação dos objetivos estratégicos nos eixos de intervenção.

Nº NOME EIXOS DE INTERVENÇÃO

EI I EI II EI III

PERSPETIVA A | SERVIR A POPULAÇÃO E A COMUNIDADE

A1. Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática

desportiva o

A2. Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no sexo

feminino o

A3. Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e

apetrechamento de espaços e equipamentos desportivos o

A4. Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva o

A5. Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física

informal com acompanhamento técnico especializado o

PERSPETIVA B | PROCESSOS INTERNOS E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

B1. Aumentar/reforçar o quadro de recursos humanos existentes e melhorar

a eficiência dos processos o

B2. Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade o

B3. Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade o

B4. Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização

correta dos recursos o o

B5. Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos

de ensino e os clubes/associações desportivas o o

B6. Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e Eventos Desportivos informais

o

PERSPETIVA C | INOVAÇÃO E APRENDIZAGEM

C1. Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em áreas

estratégicas do desporto o

C2. Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade física

desportiva a vários segmentos da população o

C3. Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e eventos

desportivos de âmbito municipal o

C4. Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação e

comunicação de suporte à estratégia o

C5. Promover a importância da existência de uma figura com

responsabilidade técnica ao nível das instalações desportivas o

C6. Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de

interessados o

PERSPETIVA D | GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTAL

D1. Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos

resultados esperados o

D2. Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o

desporto no concelho de Leiria o o

D3. Desenvolver novas fontes de receita o

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ESTRATÉGIAS/AÇÕES

EIXO DE INTERVENÇÃO I – AUMENTAR A PRÁTICA DESPORTIVA

A1: Sensibilizar a população das zonas rurais para os benefícios da prática desportiva

Promover ações de sensibilização junto das comunidades das freguesias rurais;

Incentivar os agentes desportivos a colaborar na divulgação dos benefícios da prática

desportiva nas freguesias rurais;

Estabelecer um programa de parceria com instituições de ensino do concelho de Leiria de

forma a melhorar e uniformizar os padrões de comunicação nas freguesias rurais.

A2: Aumentar a prática desportiva federada, principalmente no sexo feminino

Manter/desenvolver um programa de apoio ao associativismo desportivo no concelho de

Leiria com vista ao desenvolvimento de competições federadas;

Promover um plano de apoio ao desporto feminino.

A6: Desenvolver iniciativas com condições de prática de atividade física informal com

acompanhamento técnico especializado

Disponibilizar um conjunto de recursos humanos tecnicamente especializados para apoiar e

acompanhar a atividade física informal realizada pelos munícipes do concelho;

Criar um plano horário de acompanhamento técnico nos principais espaços de prática

desportiva informal do concelho;

Promover parcerias com entidades/associações desportivas do concelho para intervenção

nos programas de atividade física informal.

B2: Melhorar a resposta às solicitações dos cidadãos e comunidade

Elaborar e disponibilizar um guia desportivo do concelho;

Diminuir as reclamações dos utentes dos programas de atividade física existentes;

Analisar a necessidade de criação de novas iniciativas/programas de atividade física

desportiva.

B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos

Organizar dias temáticos, seminários e workshops aproveitando os recursos naturais

existentes;

Incrementar iniciativas de atividade física nos recursos naturais existentes.

B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os

clubes/associações desportivas

Promover atividades desportivas conjuntas utilizando as instalações desportivas dos clubes.

B6: Criação/manutenção de Programas de Atividade Física e Desportiva e Eventos Desportivos

informais

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Consolidar os programas de prática de atividade física informal existentes, adaptando-os a

uma vertente informal de ar livre;

Diversificar a oferta de programas desportivos municipais;

Aumentar o número de vagas nos programas desportivos municipais atuais;

Criar parcerias com clubes/associações desportivas com vista ao desenvolvimento de

programas de prática desportiva municipal (ex.: “Saber Nadar”).

C1: Promover e aumentar a qualificação dos recursos humanos em áreas estratégicas

Desenvolver parcerias com entidades de formação profissional e/ou estabelecimentos de

ensino de forma a dotar os recursos humanos de qualificações que permitam fomentar a

prática desportiva;

Elaborar um plano de formação anual para os agentes desportivos do concelho.

C2: Disponibilizar conhecimento sobre os benefícios da atividade física desportiva a vários segmentos

da população

Elaborar e disponibilizar um guia desportivo do concelho;

Incrementar informação na agenda cultural do concelho;

Elaborar um folheto informativo sobre o desporto e a saúde.

C3: Melhorar a divulgação e promoção de iniciativas, atividades e eventos desportivos de âmbito

municipal

Desenvolver novas formas de comunicação dos programas de atividade física desportiva

municipais.

EIXO DE INTERVENÇÃO II – MANTER, REMODELAR E REQUALIFICAR ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS

DESPORTIVOS

A3: Realizar a manutenção, remodelação, recuperação/requalificação e apetrechamento de espaços

e equipamentos desportivos

Desenvolver um plano de manutenção de Espaços e Instalações Desportivas;

Avaliar a criação de uma equipa de manutenção de Instalações Desportivas a nível municipal

que preste serviços às entidades gestoras dos equipamentos de propriedade municipal;

Identificar e concretizar as melhorias necessárias nas Instalações Desportivas existentes;

Adquirir materiais e apetrechamento devidamente legalizado e inspecionado, tendo em

conta a prática desportiva a que as Instalações se destinam;

Estudar a viabilidade de construção de um pavilhão multidesportivo na região urbana e sua

tipologia;

Estudar a viabilidade de construção de uma piscina coberta na zona norte do concelho.

A4: Potenciar e explorar espaços naturais para a prática desportiva

Criar, adaptar e dotar os espaços naturais de condições para a prática desportiva (ex.:

adaptar espaços naturais para a modalidade de Trail).

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B4: Promover a consciência ambiental através da atividade física e utilização correta dos recursos

Organizar dias temáticos, seminários e workshops aproveitando os recursos naturais

existentes;

Promover atividades anuais de partilha de experiências e destaque de boas práticas.

C5: Promover a importância da existência de uma figura com responsabilidade técnica ao nível das

instalações desportivas

Proporcionar a atribuição e o respetivo registo do Diretor Técnico das Instalações

Desportivas junto do IPDJ, IP;

Desenvolver ações de formação para os responsáveis técnicos das Instalações em parceria

com outras entidades.

D1: Rentabilizar e efetuar um controlo dos investimentos assente nos resultados esperados

Aquisição ou adaptação de um software de gestão adequado;

Realizar análises periódicas recorrendo à metodologia Balanced Scorecard.

EIXO DE INTERVENÇÃO III – APOIO AO ASSOCIATIVISMO DESPORTIVO

B3: Promover a inovação nos serviços aos cidadãos e comunidade

Analisar e, se for o caso, reformular o atual sistema de apoio ao desenvolvimento desportivo

do desporto no concelho;

Desenvolver novas formas de comunicação com a comunidade.

B5: Incentivar o desporto através da cooperação entre os estabelecimentos de ensino e os

clubes/associações desportivas

Dinamizar ações de formação sobre gestão de instalações desportivas para os quadros

dirigentes de clubes/associações desportivas do concelho;

Identificar indicadores operacionais de gestão standardizados e efetuar o controlo dos

mesmos (ex.: equidade no acesso às instalações desportivas, preços praticados, qualidade

dos serviços prestados).

C4: Dispor de instrumentos ao nível de tecnologias de informação e comunicação de suporte à

estratégia

Avaliar a viabilidade de comunicação via on-line entre os agentes desportivos, entidades e

autarquia.

C6: Identificar formas inovadoras de comunicação com grupos de interessados

Criar uma base de dados com toda a informação;

Comunicar e informar através das novas tecnologias de comunicação.

D2: Encontrar formas sustentáveis e viáveis de financiamento para o desporto no concelho de Leiria

Criar taxas nos serviços desportivos que promovam o equilíbrio entre custos e proveitos;

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Promover um programa de patrocínio aos serviços desportivos municipais com as entidades

empresariais do concelho.

D3: Desenvolver novas fontes de receita

Concessão de espaços comerciais nas instalações desportivas do município (ex.:

estádio/piscinas);

Exploração de espaços publicitários nas instalações desportivas municipais;

Organização de eventos com entradas pagas.

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PLANO OPERACIONAL

A definição de um plano operacional permite identificar a coerência entre os eixos de intervenção e

as ações em termos de serviços desportivos. Deste modo, a definição dos objetivos e estratégias

anteriormente propostas devem ser coerentes, planificadas e calendarizadas de acordo com o

seguinte plano.

EIXO DE INTERVENÇÃO I – AUMENTAR A PRÁTICA DESPORTIVA

OBJ. ESRT. 2013 2014 2015 2016 2017

ESTRATÉGIAS INDICADORES BASE META META META META

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BIBLIOGRAFIA

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