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Amar e gostar Cantora – Celine Dion Música – My heart go on Tema do filme Titanic Pinturas - Monet Fonte - Internet Elaborado em Outubro/2004 Revisado em Julho/2006 LhT

AMAR E GOSTAR

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Page 1: AMAR E GOSTAR

Amar e gostar

Cantora – Celine DionMúsica – My heart go on

Tema do filme Titanic

Pinturas - MonetFonte - Internet

Elaborado em Outubro/2004

Revisado em Julho/2006

LhT

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O dicionário Aurélio dá a seguinte definição para a palavra amor:

Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. Sentimento de dedicação absoluta de um ser ao outro ou a uma coisa: Amor à pátria; amor a uma causa.

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Diante dessa definição entendemos que quando amamos alguém predispomos a desejar o bem dessa pessoa, e a nossa dedicação é total. Nós deixamos de existir. O nosso eu fica de lado.

Mesmo que tenhamos tudo, nós não sentiremos felizes se a pessoa que amamos estiver doente, sofrendo ou infeliz.

A dedicação é tamanha que algumas pessoas sacrificam as suas próprias vidas por pessoas ou causas.

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A definição acima muita bem colocada pelo Aurélio nos dá um perfeito entendimento do significado da palavra amor.

Entretanto, será que nós empregamos essas palavras corretamente?

Será que realmente sabemos a diferença entre amar e gostar?

Creio que os artigos que seguem poderão nos auxiliar para clarear as nossas dúvidas.

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Artigo publicado na revista do Seicho-No-Ie, a Pomba Branca, n.º 216.

O amor verdadeiro é que liberta a pessoa amada

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O professor Glenn Clark era professor da Faculdade de Letras da Universidade de Illinois, Estados Unidos; mas, posteriormente, iniciou um movimento em prol da difusão de pensamento iluminador semelhante ao do Seicho-No-Ie e passou a ser considerado mestre fundador de uma nova religião.

Certo dia, uma mulher lhe telefonou e disse, muito aflita: Professor, meu filhinho está com febre de quase 40 graus e teve seis convulsões em apenas uma hora. Cinco médicos estão cuidando dele, mas todos dizem que não há mais esperança de cura, que o fim será uma questão de horas.

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Então me lembrei do senhor; ouvi dizer que as suas orações têm um poder fantástico.

Por favor, cure o meu filho com o poder de sua oração!

O professor Clark respondeu: Está bem, vou orar por seu filho, mas a senhora também deve orar.

Ore assim: “Deus, se é Sua vontade, acolha meu filho no reino dos céus”.

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A mulher disse, com voz carregada de tristeza: Professor, não diga isso nem de brincadeira. O caso é sério. Se for para pedir que leve meu filho para o reino dos Céus, não preciso que o senhor ore. Estou lhe pedindo que ore pelo meu filho porque não quero que ele seja levado ao reino dos Céus. Não posso orar dizendo “Deus, se é Sua vontade, acolha meu filho no reino dos céus”. Deixe de brincadeira e fale sério. Eu amo meu filho, e quero que o senhor ore para que ele fique curado.

O professor Clark falou em tom firme: A senhora diz que ama seu filho, mas o que a senhora sente é o apego, e não o amor verdadeiro. Amar de verdade é soltar.

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Diferença entre o simples gostar e o amor verdadeiro.

Essa é uma questão importante. Vamos supor que alguém, dizendo amar os pássaros, capture um passarinho que voava livremente nas matas e nos campos, coloque-o dentro de uma gaiola e passe a apreciá-la pensando: “Eu amo esse passarinho. Fico feliz em mante-lo perto de mim, para ver os seus movimentos ágeis e graciosos e ouvir o seu canto maravilhoso. Se for privado de sua presença e dos seus doces trinados, ficarei triste”.

Essa pessoa gosta desse pássaro, mas não o ama.

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Existe diferença entre gostar e amar.

São muitos os homens que gostam de uma mulher, mas são poucos os que amam realmente a sua mulher.

De modo análogo, são muitas as pessoas que gostam de pássaros, mas são poucas as que têm amor verdadeiro por eles.

Quem ama de verdade os pássaros não os mantém presos nas gaiolas, junto de si. Pelo contrário, solta-os para que possam ir voando livremente para onde quiserem.

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O professor Clark, prosseguindo a conversa telefônica com a mãe da criança doente, disse: Vamos partir do pressuposto de que seu filho fique curado, cresça com saúde e se torne um homem bem sucedido, e imaginemos o seguinte: ele é eleito senador e recebe um convite para comparecer a um banquete oferecido pelo presidente da República na Casa Branca.

Como a senhora agiria, nesse caso? Será que vai dizer: “Eu amo meu filho. Não posso permitir que ele vá a Washington, que é muito longe daqui; quero que o meu filho querido fique aqui, perto de mim”, e mantê-lo confinado na sua casa, no interior de Illinois?

Uma mãe que ama de verdade seu filho certamente ficará feliz se ele receber um convite tão honroso e não tentará impedi-lo de viajar, de modo algum.

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Eu disse a senhora que deve orar pedindo a Deus que, se for da vontade d´Ele, acolha seu filho no reino dos céus. O reino dos céus é um lugar incomparavelmente mais belo, mais maravilhoso e mais majestoso do que a residência oficial do presidente em Washington.

Se Deus quiser recebê-lo num lugar tão bom, a senhora não deve pensar: “Não posso deixá-lo ir, de jeito nenhum! Eu amo meu filho e quero mantê-lo junto de mim”.

Essas não é manifestação de amor, e sim de apego. Apegar-se não é amar.

Amar de verdade é respeitar a liberdade da pessoa, deixando que ela vá aonde deve ir, no momento certo para ela.

Quando o professor Clark acabou de falar, a mulher disse, com um a voz cheia de tristeza: “Entendi bem o conselho”, e desligou o telefone.

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Uma característica do amor verdadeiro é a severidade. Justamente por isso, vivifica o outro. O amor cego, transigente demais, acaba prejudicando o outro.

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O professor Clark recebeu outro telefonema daquela mulher, cerca de uma semana depois de lhe ter dado a orientação por telefone.

Ela disse: Professor, graças ao seu conselho, meu filho foi salvo.

Salvo de que maneira? Depois de ouvir o seu conselho, tomei uma decisão.

Bani da minha mente o desejo de reter meu filho junto de mim, a todo o custo, e orei com humildade: “Deus, se é Sua vontade, acolha meu filho no reino dos céus”.

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Então, verificou-se uma súbita mudança no quadro clínico de meu filho: o médico, que permanecia todo o tempo junto à cabeceira do menino, medindo-lhe a pulsação a todo instante, pois achava que o fim estava próximo, exclamou de repente: “A pulsação está ficando mais forte!”, daí a pouco disse: “Seu filho suportou a fase crítica.

A febre cedeu, e ele está com a temperatura normal. Daqui para frente, só poderá melhorar, e em pouco tempo ficará curado”.

Já se passou uma semana, e meu filho está muito bem, cheio de vivacidade. Fomos salvos graças ao senhor.

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Este exemplo mostra o verdadeiro e profundo significado do amor.

Amar é soltar. Devemos proporcionar a verdadeira liberdade às

pessoas que amamos, confiando nelas; assim, a perfeição original se manifestará.

Amar é soltar. Soltar, nesse caso, não significa abandonar a pessoa às

vicissitudes da vida, sem lhe dar uma orientação correta.

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“Apegar-se não é amar. Amar de verdade é respeitar a liberdade da pessoa, deixando que ela vá

aonde deve ir, no momento certo para ela.” Massaharu Taniguchi

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Há algumas semanas passadas, o meu amigo Joaquim Eustáquio Valois Sena me transmitiu via E-Mail um outro artigo sobre o amor, tão interessante quanto o anterior, escrito em espanhol.

Deixarei de mencionar o autor porque o desconheço. O artigo traduzido para o português é o seguinte:

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O que é o amor?Em uma sala de aula de um colégio havia vários

meninos e meninas.

Um deles perguntou: Professor... o que é o amor?

O professor sentiu que o aluno merecia uma resposta que estivesse a altura de pergunta inteligente que havia sido formulada.

Como já estava na hora do recreio, pediu aos seus alunos e alunas que dessem uma volta ao pátio da escola e trouxessem o que mais despertasse em cada um o sentimento do amor.

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Os meninos saíram apressados e, quando eles voltaram, o professor lhes disse: Quero que cada um mostre o que encontrou.

O primeiro aluno respondeu: Eu trouxe esta flor, não é linda.

Quando chegou a sua vez, o segundo aluno disse: Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas; vou colocá-la em minha coleção.

Eu trouxe este filhotinho de passarinho que caiu de seu ninho, não é uma gracinha?

E assim os meninos, um a um, foram mostrando o que haviam recolhido do pátio.

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Terminada a exposição, o professor notou que uma das meninas não havia trazido nada e havia permanecido quieta durante todo o tempo.

O professor se dirigiu a ela e perguntou: Muito bem, e tu não encontraste nada?

A menina, timidamente, respondeu: desculpe, professor. Vi a flor e senti o seu perfume, pensei em arranca-la, mas preferi deixa-la para que exalasse o seu aroma por mais tempo. Vi também a borboleta, suave, colorida, que parecia tão feliz e não tive a coragem de aprisiona-la.

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Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolver ao seu ninho. Portanto, professor, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que observei no olhar da mãe do passarinho.

Como poderei mostrar o que trouxe? O professor agradeceu a aluna e deu a ela a nota máxima, considerando que havia sido a única que conseguiu perceber que só podemos trazer o amor no coração.

O amor não é tomar, arrancar, capturar, forçar, ganhar ou perder. O amor é elevar a alma, é recordar, é desfrutar. Amar é ser livre e deixar ser livre.

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Ao ler o livro de Osho intitulado “Antes que você morra” encontrei outro artigo muito interessante sobre o amor que transcrevo a seguir.

O amor é que faz a diferença

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Aconteceu na vida de um grande músico indiano, Tansen. Ele estava na corte do grande Akbar – e ele é incomparável. Uma vez, Akbar lhe perguntou: “Não consigo imaginar que alguém possa superá-lo. Parece que é impossível – você parece ser a última palavra. Mas sempre que penso nisso, uma idéia me vem à mente, que você deve ter sido discípulo de um Mestre que o ensinou, e – quem sabe? – talvez ele o supere.

Quem é seu Mestre? Ele está vivo ainda? Se estiver vivo, convide-o para vir à corte”.

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Tansen respondeu: “Ele está ainda vivo, mas não pode ser convidado para a corte, porque ele é como um animal selvagem. Você não pode convidá-lo para a corte. Sempre que isso acontece, ele se muda. Ele não é homem da sociedade; é como o vento, ou como as nuvens. Ele não tem raízes na sociedade – é um andarilho sem lar. E, ainda mais, você não pode pedir a ele que cante ou toque, isso não é possível. Quando ele sente, ele canta. Sempre que ele sente, dança. Teremos que ir até ele, esperar e observar”.

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Akbar ficou muito encantado, ficou louco pelo que Tansen disse: “E o Mestre dele está vivo – vale a pena ter o trabalho”.

“Aonde que ele esteja”, disse Akbar, “eu irei”.

Ele era um faquir errante, e seu nome era Haridas.

Tansen enviou mensageiros para investigar aonde ele estava.

Foi encontrado perto do rio Jamuna, numa cabana. Akbar e Tansen foram ouvi-lo. Os aldeões disseram: “Perto das três da manhã, bem no meio da noite, às vezes ele canta e dança. Mas, por outro lado, fica sentado em silêncio durante o dia todo”.

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Assim, no meio da noite, Akbar e Tansen, escondidos como ladrões atrás da cabana, ficaram esperando – porque se ele viesse a saber, poderia não cantar. Mas, Haridas começou a cantar e depois a dançar.

Akbar ficou hipnotizado, não podia proferir uma única palavra, pois nenhuma admiração teria sido suficiente.

Ele chorava sem parar, e enquanto voltavam, depois que a canção parou, ele permaneceu silencioso.

As lágrimas continuava rolando. Quando chegou ao palácio, ainda nos degraus, ele disse a Tansen: “Eu costumava pensar que ninguém era capaz de superá-lo, costumava pensar que você era o único, mas agora devo dizer que você não é nada, comparado com o seu mestre. Por que tanta diferença?”

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Tansen respondeu: “A diferença é simples. Eu canto e toco para ganhar alguma coisa: poder, prestígio, dinheiro, admiração. Minha música ainda é um meio para um outro fim. Eu canto para conseguir alguma coisa, e meu Mestre canta porque ele já conseguiu.

Essa é a diferença. Ele canta somente quando ele está plenificado pelo Divino e não pode contê-lo mais, quando transborda, somente então ele canta. Seu canto é o fim em si mesmo. Ele celebra!”.

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E essa é a diferença entre o amor real e falso.

Um amor real simplesmente celebra: para o amor real não há futuro.

Uma oração verdadeira é uma celebração, não um esforço, não um meio para outra coisa.

Ele surge e se dissolve em si mesma. Um momento de oração é uma eternidade em si mesmo; e uma pessoa de oração jamais contabiliza.

A oração verdadeira não espera recompensa, não espera retribuição, não espera nada.

A oração verdadeira não tem um objetivo ou finalidade. A própria oração é a sua finalidade.

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Os artigos tocam profundamente os nossos corações, e também clareia as nossas dúvidas sobre o significado real das palavras amar e gostar, não é?

Quando os artigos citam que o amor não é apegar-se, tomar, arrancar, capturar, forçar, ganhar ou perder, também está fazendo referencia a algo que é intrínseco a todo mundo, na qual fica à margem quando amamos.

Esse algo é o nosso eu, é o nosso ego.

Quando sentimos amor por uma pessoa ou uma causa, o nosso eu, o nosso ego fica de lado. O nosso eu torna-se secundário, e a pessoa ou causa que amamos toma conta de todo o nosso ser.

Enquanto que, quando gostamos de alguém ou de alguma coisa, o nosso eu torna-se o componente principal. Sem o eu não existe gostar. Gostar é um sentimento de uma pessoa voltada para ele próprio.

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Cada pessoa tem seus próprios gostos. Cada pessoa tem gosto diferente, às vezes podem ser iguais aos nossos.

Quando dizemos a alguém: eu gosto de você, significa que essa pessoa nos agrada, nos faz feliz, nos anima, nos dá força, nos alegra, tem qualidades que apreciamos e valorizamos. Quando amamos alguém não importa o que a pessoa é. Não importa se têm mais qualidades ou defeitos. Não importa se é rico ou pobre. Não importa se é bonito ou feio. Não importa se é deficiente fisicamente ou sadio. Não importa se é uma boa pessoa ou má. Nós podemos amar todas as pessoas, enquanto que não podemos gostar de todas as pessoas.

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Quando amamos e gostamos de alguém ao mesmo tempo, e há correspondência dos nossos sentimentos, a nossa felicidade vai às alturas, não é mesmo?

Quando uma pessoa nos declara: eu gosto de você; eu te amo, não sentimos felicidade? Não dá satisfação? Não dá alegria? E eleva a nossa auto-estima lá para cima?

Então porque quando amamos ou gostamos de uma pessoa, sempre que houver uma oportunidade não externamos também os nossos sentimentos com palavras, abraços e beijos?

“As lágrimas mais amargas derramadas sobre os túmulos são por palavras não ditas e atos não

realizados” Harriet Beecher Stowe