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A informatização dos processos judiciais sob o viés arquivístico Manoel Pedro de Souza Neto Arquivista e Gerente de Arquivo Central do TJAM

Arquivistas de 5: A informatização dos processos judiciais eletrônicos sob o viés arquivístico

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A informatização dos processos judiciais sob o viés arquivístico

Manoel Pedro de Souza NetoArquivista e Gerente de Arquivo Central do TJAM

A informatização dos processos judiciais sob o viés arquivístico

Como tudo começou?

Onde chegamos? Uma “pedra” no meio da chegada A EC 45/2004

Onde queremos chegar?

Introdução Na transição da automação (ambiente

análogico) para a virtualização (ambiente digital) dos processos judiciais, o tribunais brasileiros devem ampliar as suas preocupações com questões relacionadas à preservação digital.

Se não houver essa preocupação poderá ocorrer um impacto negativo na memória coletiva com repercurssão em questões legais e organizacionais.

Como tudo começou?

Tramitação eletrônica dos atos gravados em fita magnética;

Gravação eletrônica de dados e recepção das duplicatas mercantis;

Recepção e transferência eletrônica das petições

Como tudo começou? Houve um arcabouço técnico-legislativo

Lei 9.099/1995 – Lei dos JEC’s Não tratou especificamente da possibilidade

de tramitação judicial eletrônica; Identificou-se no § 3, do art. 13 apenas a

possibilidade de atos processuais poderem ser gravados em fita magnética ou equivalentes, mas depois do trânsito em julgado da decisão, elas poderiam ser inutilizadas

Como tudo começou?

Lei n. 9.492/1997 – Lei de protesto de títulos

Regulamenta os serviços concernentes ao protesto de títulos e outros documentos de dívida

Art. 8, § único – Previsibilidade de, por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados, recepção das duplicatas mercantis e prestação de serviços

Como tudo começou?

Lei 9.800/1999 – Lei do Fax

Permitiu a recepção e transferência eletrônica das petições (celeridade processual)

Chegava aos tribunais eram impressas e juntadas aos processos físicos;

Não dispensava às partes entregar os documentos originais (art. 2)

Chegamos ao Século XXI…

Como tudo começou?

Lei 10.259/2001 – Disciplinou os JEC’s Federais

Aprimoramento da informatização;

Possibilitou os serviços de organização da intimação das partes e o recebimento de petições pelo meio eletrônico (art. 8 § 2);

Como tudo começou?

Lei 10.259/2001 – Disciplinou os JEC’s Federais

Não obrigava a entrega de peças físicas; Juízes que residissem em cidades

diferentes a comunicação eletrônica (§ 3, art. 14)

CEJ do CJF criação de programas de informática (art. 24)

Onde chegamos?

Onde chegamos?

Os “problemas” da virtualização

Assinatura digital;

Autenticidade;

Possibilidade de criação de várias infraestrutura de chaves privadas (independência)

Onde chegamos? Tentaram resolver os “problemas” com

mais burocracia: Lei 10.358/2001 (alterar dispositivos da Lei 5.689 (Código Civil)

Inserir § único ao art. 154: atendidos os requisitos de segurança e autenticidade […] praticar atos processuais e sua comunicação às partes, mediante a utilização de meios eletrônicos.

Mas encontraram…

Uma “pedra” no meio do caminho

Uma "pedra" no meio da chegada… FHC vetou a Lei 10.358/2001

MP 2.200/2001 – Padronização técnica unificada (ICP-Brasil);

A MP já estava em vigor, bastava os tribunais cumprirem

Uma ”pedra” no meio da chegada… Veto foi assertivo, pois:

Impossibilitou aos tribunais criarem estruturas próprias de certificação ou filiarem-se a outras;

Evitou a insegurança jurídica

Reconheceu o ICP-Brasil / Validar documentos jurídicos

A EC 45/2004

Poder Judiciário Tramitação dos processos

físicos sofre morosidade

Deficiente infraestrutura;

Logística;

Quadros de pessoal;

Sobre a logística…

Onde chegamos? Lei 11.341/2006 (altera o §único da Lei

n. 5.689/1973 – CPC)

Admitir decisões disponíveis em mídia eletrônica, inclusive na internet, entre as suscetíveis de prova de divergência jurisprudencial, existindo resistência de uma parte e de outra.

Onde chegamos? Lei 11.382/2006 – Altera dispositivos do

processo de execução, entre outros aspectos da Lei 5.689/1973

Permitir a garantia da execução de título judicial e extrajudicial a ser realizada por meio online na forma de penhora ou leilão

BACEN-JUD

Onde chegamos? Lei 11.419/2006 – Informatização do

processo judicial

Capítulo I – trata da informatização do processo utilizando-se do meio eletrônico para a tramitação de processos judiciais, comunicação de atos e transmissão de peças processuais (art. 1), mas requer que TODAS as práticas processuais sejam realizadas mediante assinatura eletrônica.

Onde chegamos? Capítulo II – possibilita aos Tribunais a

criação do site do Diário da Justiça Eletrônico, objetivando publicizar seus atos através deste meio

Redução de pagamento às Imprensas Oficiais

Onde chegamos? Capítulo III, no que se refere ao processo

eletrônico, os Tribunais poderão desenvolver sistemas para o processamento dos autos processuais de forma total ou parcial, utilizando-se, preferencialmente, da rede mundial de computadores cujo acesso será por meio de redes internas ou externas;

Atos assinados eletronicamente para ter validade

Onde chegamos? Destaque: Os extratos digitais e os

documentos digitalizados e juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo MP e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas autoridades policiais, pelas repartições em geral e por advogados públicos e privados têm a mesma força probrante dos originais, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de digitalização.

Onde chegamos? Destaque: Documentos de grande

volume processual ou de peças ilegiveis tecnicamente inviáveis

Manter a forma física; Trânsito em julgado devolvido aos seus

detentores E se este processo for de guarda

permanente? O que fazer?

Onde chegamos? Destaque: A digitalização de autos em

mídia não digital em tramitação ou já arquivados será precedida de publicação de editais de intimação ou da intimação pessoal das partes e de seus procuradores, para que, no prazo preclusivo de 30 dias, se manifestem sobre o desejo de manterem pessoalmente a guarda de alguns dos documentos originais

Onde chegamos Capítulo IV – trata das disposições

gerais e finais, reforçando a necessidade de sistemas que possuam código aberto

Positivos x Negativos

INSTITUCIONAL

Visualização rápida;

Decisões quase em tempo real;

Peticionamento eletrônico

ARQUIVÍSTICO

Espaços físico insuficientes’

Receber autos físicos digitalizados (AFD)

Sistemas processuais sem política de gestão e preservação

TRF’s e sistemas de processos eletrônicosTribunal Regional Federal

Jurisdição Processo eletrônico adotado

1 Região AC, AP, AM, BA, DF, GO, MA, MG, PA, PI, RO,RR e TO

Processo Digital – e-Jur

2 Região RJ e ES Processo Eletrônico Digital (PEJ)

3 Região SP E MT Processo Judicial Eletrônico (Pje)

4 Região PR, RS e SC Sistema Processual Eletrônico (E-proc)

5 Região AL, CE, PB, PE, RN e SE

Processo Judicial Eletrônico (Pje)

TJ’s e sistemas de processos eletrônicosTribunal de Justiça Região Processo

Eletrônico adotado

TJAC Norte SAJ

TJAP Norte TUCUJURIS

TJAM Norte SAJ/PROJUDI/PJ-e

TJPA Norte SAJ*

TJRR Norte PJe

TJRO Norte SAP

TJTO Norte SPROC

TJ’s e sistemas de processos eletrônicosTribunal de Justiça Região Processo

eletrônico adotado

TJAL Nordeste SAJ

TJBA Nordeste SAJ/PJE/PROJUDI/SAIPRO

TJCE Nordeste SPROC

TJMA Nordeste THEMIS

TJPB Nordeste Não tem nome

TJPE Nordeste JUDWIN

TJPI Nordeste THEMIS

TJRN Nordeste SAJ*

TJSE Nordeste SCP

TJ’s e sistemas de processos eletrônicosTribunal de Justiça Região Processo

Eletrônico adotado

TJDFT Centro-oeste PJ-e

TJGO Centro-oeste SPG

TJMT Centro-oeste Pólo

TJMS Centro-oeste SAJ

TJ’s e sistemas de processos eletrônicosTribunal de Justiça Região Processo

Eletrônico adotado

TJES Sudeste E-Jud

TJMG Sudeste SISCON

TJRJ Sudeste PJ-e* / E-Jud

TJSP Sudeste SAJ

TJ’s e sistemas de processos eletrônicosTribunal de Justiça Região Processo

Eletrônico adotado

TJPR Sul PROJUDI

TJSC Sul SAJ

TJRS Sul e-themis

Onde queremos chegar?

IDEAL e/ou POSSÍVEL

Cenário 1: ideal

SIGADpRESERVAÇÃO. ACESSO E DIFUSÃO

SIGAD – Sistema de Gestão de

Documentos

Requisitos do e-Arq

Requisitos do Moreq-

jus

Repositório Digital Confiável de Documentos

Arquivísticos (RDC-Arq-Jus)

Cenário 2: possível

Sistema de gestãoPRESERVAÇÃO. ACESSO E DIFUSÃO

Sistemas de Informações

Requisitos do Moreq-

jus

Cooperação

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE OS CENÁRIOS?

Sensibilização e comunicação

PALAVRAS-CHAVE