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Decisões críticas em idades críticas: a escolha dos jovens entre estudo e trabalho em seis países da América Latina Carlos H. Corseuil e Daniel D. Santos 1. Introdução A educação tem sido apontada por diversos autores como sendo elemento fundamental do processo de desenvolvimento de um país. No Brasil, estes estudos mostram que a educação afeta o nível e a distribuição de renda os indivíduos (Langoni (1973), Barros e Mendonça (1997) e Ferreira & Barros (1999) entre outros); a propensão a ter filhos ( Barros et al (1999a ) entre outros); a criminalidade em uma determinada área (Barros & Foguel (2000) e Mendonça (2000)); e a taxa de desemprego (Santos (2000)). Estes resultados tem se confirmado em outras partes do mundo (Behrman, Duryea, Szekely(1999) entre outros). O ciclo educacional tipicamente compreende a etapa do ciclo da vida entre 7 e 25 anos, e o estudo dessa fase da vida das pessoas possibilita analisar os fatores que determinam o acúmulo de escolaridade por parte dos indivíduos. Em particular, Barros et al (1999b) mostram que, ao menos no caso brasileiro, a etapa do ciclo educacional em que a freqüência escolar sofre abrupto declínio é entre os 15 e 20 anos 1 , com o ingresso progressivo dos jovens no mercado de trabalho, o que faz desta faixa etária a mais importante para investigar a opção individual pela freqüência à escola. O objetivo deste texto é realizar um estudo comparativo entre seis países da América Latina, dos fatores que determinam a escolha dos jovens entre estudar, trabalhar 2 , exercer ambas atividades ou nenhuma delas 3 . Os países escolhidos são Brasil, Chile, Paraguai, Peru, Honduras e República Dominicana; e representam os principais subgrupos de interesse dos países desse continente. O Gráfico 1 4 mostra que, de nosso conjunto de países, Chile e República Dominicana apresentam elevada Da Diretoria de Estudos Sociais (DISOC) do IPEA. Gostaríamos de agradecer à colaboração fundamental de Wilson Morgado e Leonardo Pugliesi no processamento de dados, e aos comentários de Reynaldo Fernandesn Naércio Menezes, Simone Wajman, Miguel Foguel e Carolina Leme. 1 Até os 15 anos, grande parte dos jovens freqüentam a escola e são raros os que trabalham. A partir dos 20, os jovens que estudam passam a constituir parcela ínfima da população. 2 Neste estudo, estamos considerando os jovens desempregados como tendo feito uma opção por trabalhar. O fato de não estar ocupado no momento da entrevista não altera sua vontade de participar da força de trabalho. 3 Vale mencionar que Menezes_Filho et alli (2000) documentaram quais os fatortes relevantes para o continente analisado de forma agregada. Este estudo pretende mostrar em que medida suas conclusões e recomendações de política podem ser extendidas a países com diferentes características sócio/geográficas. 4 Este gráfico foi compilado de Menezes Filho et alli (2000).

Decisões críticas em idades críticas

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Decisões críticas em idades críticas: a escolha dos jovens entre estudo e

trabalho em seis países da América Latina

Carlos H. Corseuil e Daniel D. Santos⊗

1. Introdução

A educação tem sido apontada por diversos autores como sendo elemento

fundamental do processo de desenvolvimento de um país. No Brasil, estes estudos

mostram que a educação afeta o nível e a distribuição de renda os indivíduos (Langoni

(1973), Barros e Mendonça (1997) e Ferreira & Barros (1999) entre outros); a

propensão a ter filhos ( Barros et al (1999a ) entre outros); a criminalidade em uma

determinada área (Barros & Foguel (2000) e Mendonça (2000)); e a taxa de desemprego

(Santos (2000)). Estes resultados tem se confirmado em outras partes do mundo

(Behrman, Duryea, Szekely(1999) entre outros).

O ciclo educacional tipicamente compreende a etapa do ciclo da vida entre 7 e

25 anos, e o estudo dessa fase da vida das pessoas possibilita analisar os fatores que

determinam o acúmulo de escolaridade por parte dos indivíduos. Em particular, Barros

et al (1999b) mostram que, ao menos no caso brasileiro, a etapa do ciclo educacional em

que a freqüência escolar sofre abrupto declínio é entre os 15 e 20 anos1, com o ingresso

progressivo dos jovens no mercado de trabalho, o que faz desta faixa etária a mais

importante para investigar a opção individual pela freqüência à escola.

O objetivo deste texto é realizar um estudo comparativo entre seis países da

América Latina, dos fatores que determinam a escolha dos jovens entre estudar,

trabalhar2, exercer ambas atividades ou nenhuma delas3. Os países escolhidos são

Brasil, Chile, Paraguai, Peru, Honduras e República Dominicana; e representam os

principais subgrupos de interesse dos países desse continente. O Gráfico 14 mostra que,

de nosso conjunto de países, Chile e República Dominicana apresentam elevada

⊗ Da Diretoria de Estudos Sociais (DISOC) do IPEA. Gostaríamos de agradecer à colaboração fundamental de Wilson Morgado e Leonardo Pugliesi no processamento de dados, e aos comentários de Reynaldo Fernandesn Naércio Menezes, Simone Wajman, Miguel Foguel e Carolina Leme. 1 Até os 15 anos, grande parte dos jovens freqüentam a escola e são raros os que trabalham. A partir dos 20, os jovens que estudam passam a constituir parcela ínfima da população. 2 Neste estudo, estamos considerando os jovens desempregados como tendo feito uma opção por trabalhar. O fato de não estar ocupado no momento da entrevista não altera sua vontade de participar da força de trabalho. 3 Vale mencionar que Menezes_Filho et alli (2000) documentaram quais os fatortes relevantes para o continente analisado de forma agregada. Este estudo pretende mostrar em que medida suas conclusões e recomendações de política podem ser extendidas a países com diferentes características sócio/geográficas. 4 Este gráfico foi compilado de Menezes Filho et alli (2000).

proporção de jovens na escola, Brasil e Peru apresentam uma proporção intermediária,

mas com boa parte dos jovens optando por trabalhar e estudar, e Paraguai e Honduras

com baixa proporção de jovens matriculados. Além disso, Estão presentes dois países

do Mercosul (Brasil e Paraguai), dois países andinos (Chile e Peru) e dois países da

América Central (Honduras e República Dominicana).

A análise contida neste estudo faz uso de uma fonte de informação

extremamente rica e poucas vezes utilizada. Trata-se de uma compilação de pesquisas

domiciliares referentes a 18 países da América Latina e Caribe estruturada pelo Banco

Inter-Americano de Desenvolvimento (BID)5. Esta base contém variáveis construídas de

forma compatível a partir dos microdados originais. O período investigado e o universo

coberto varia um pouco entre os países limitando uma análise mais extensa. De qualquer

forma uma comparação de mais de 6 países nos pareceu exageradamente detalhada.

Após esta seção, segue uma descrição da relação observada entre a proporção de

jovens que escolhe cada uma das quatro alternativas de alocação de tempo e algumas

variáveis sócio-econômicas que podem afetar esta escolha. Na seção 3 explicitamos a

metodologia utilizada para investigar os determinantes da escolha alocativa dos

adolescentes, com uma descrição detalhada dos modelos do tipo Logit Multinomial. A

Quarta seção apresenta uma análise de resultados referentes aos modelos propostos na

seção anterior. O texto termina com breves conclusões extraídas de nossa pesquisa.

5 Além do Brasil, estão presentes nesta base de dados informações de Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela, Colômbia, Panamá, Honduras, Guatemala, Nicarágua, El Salvador, República Dominicana, Jamaica e México.

Gráfico 1: Aloca ção de tempo de pessoas entre 15 e 19 anos

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Chi

le

Arg

entin

a

Uru

guai

Rep

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Pana

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Bol

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Hon

dura

s

Para

guai

Nic

arág

ua

Peru

Equa

dor

estuda estuda e trabalha

trabalha ñ trabalha, ñ estuda

2. Análise descritiva

Esta seção tem a finalidade de documentar correlações simples entre a alocação

de tempo dos jovens e algumas variáveis que julgamos ser relacionadas com essa

decisão. Apesar de não inferirmos nenhuma relação de causalidade a partir desta

análise, seus resultados permitem dois tipos de análise. Primeiro serão comparados os

padrões observados de alocação do tempo dos jovens ao longo da faixa etária relevante

(15 a 19 anos) nos países aqui analisados. Para não estendermos demasiadamente esta

análise restringimos o número de variáveis a ser correlacionada com a alocação do

tempo dos jovens. Em relação as variáveis analisadas procuramos eleger uma

representativa das características do próprio indivíduo considerado, uma representativa

das características do chefe do domicílio habitado pelo indivíduo analisado e uma

representativa das características do domicílio. As variáveis a ser analisadas nesta seção

são respectivamente: sexo, escolaridade do chefe, e número de crianças com idade

inferior a 8 anos no domicílio.

Os Gráficos 2a a 2f mostram que a parcela dos jovens que aloca o tempo em

cada uma das quatro alternativas propostas varia consideravelmente com a idade. Ao

menos no grupo etário analisado mesmo um incremento marginal nesta variável está

associado a distribuições distintas de alocação de tempo. No Brasil por exemplo a

parcela de jovens que aloca seu tempo exclusivamente ao estudo é de quase 60%

Gráfico 2a: Distribuição do tipo de atividade por idade pessoas de 15 a 19 anos de idade

Brasil

0%

20%

40%

60%

80%

100%

15 16 17 18 19

IdadeNão é economicamente ativo e não estuda

Só economicamente ativo

É economicamente ativo e estuda

Só estuda

Gráfico 2b: Distribuição do tipo de atividade por idade pessoas de 15 a 19 anos de idade

Chile

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

15 16 17 18 19

Idade

Gráfico 2c: Distribuição do tipo de atividade por idade pessoas de 15 a 19 anos de idade

República Dominicana

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

15 16 17 18 19

Idade

Gráfico 2d: Distribuição do tipo de atividade por idade pessoas de 15 a 19 anos de idade

Honduras

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

15 16 17 18 19Idade

Gráfico 2e: Distribuição do tipo de atividade por idade pessoas de 15 a 19 anos de idade

Paraguai

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

15 16 17 18 19

Idade

Gráfico 2f: Distribuição do tipo de atividade por idade pessoas de 15 a 19 anos de idade

Peru

0%

20%

40%

60%

80%

100%

15 16 17 18 19

Idade

quando a idade considerada é 15 anos e passa a ser próxima a 45% quando a idade

considerada passa a ser 16 anos.

Brasil - Homens

0%

20%

40%

60%

80%

100%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Chile - Homens

0%

20%

40%

60%

80%

100%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

República Dominicana - Homens

0%

20%

40%

60%

80%

100%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Brasil - Mulheres

0%

20%

40%

60%

80%

100%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Chile - Mulheres

0%

20%

40%

60%

80%

100%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Gráfico 3: Escolha dos jovens entre trabalho e estudo ao longo da adolescência

Diferenças por sexo

10 17

Só estuda É economicamente ativo e estuda

Só economicamente ativo Não é economicamente ativo e não estuda

Honduras - Mulheres

0%

20%

40%

60%

80%

100%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Paraguai - Mulheres

0%

20%

40%

60%

80%

100%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Peru - Mulheres

0%

20%

40%

60%

80%

100%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Paraguai - Homens

0%

20%

40%

60%

80%

100%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Peru - Homens

0%

20%

40%

60%

80%

100%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Honduras - Homens

0%

20%

40%

60%

80%

100%

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

O Gráfico 3 mostra a evolução etária da escolha sobre a alocação do tempo

entre trabalho e estudo para homens e mulheres. De um modo geral, observa-se entre as

mulheres uma propensão menor ao trabalho que entre os homens. A proporção de

mulheres que só estuda ou que não trabalha nem estuda tende a ser maior que a

correspondente proporção entre os homens. Já a proporção de pessoas que só trabalha

ou que trabalha e estuda é maior entre os homens do que entre as mulheres. Dos países

investigados neste estudo, as exceções à regra são Chile e Honduras. Em ambos, a

proporção de pessoas que trabalham e estudam é pequena, e os jovens (homens e

mulheres) parecem optar de modo parecido entre estudar ou não estudar. Uma vez que

optem por não estudar, a maioria dos homens escolhe trabalhar e a maioria das mulheres

escolhe não trabalhar. No Paraguai e na República Dominicana, nota-se novamente que

apenas uma parcela pequena das mulheres trabalha e estuda, mas entre os homens há

uma proporção não desprezível de pessoas que trabalham e estudam, passando a

impressão de que as decisões de estudar ou não estudar e trabalhar ou não trabalhar são

tomadas simultaneamente. Curioso que apesar das diferenças existentes na decisão de

trabalhar ou não trabalhar, a proporção total de pessoas que estudam é semelhante entre

homens e mulheres. Finalmente, em países como Brasil e Peru observa-se que tanto

entre os homens como entre as mulheres é grande a proporção de pessoas que trabalha e

estuda, mas novamente a proporção de pessoas que freqüenta a escola parece ser

bastante semelhante.

Os gráficos 4a a 4f descrevem a relação entre a decisão de alocação do tempo

dos jovens e o nível educacional de seus pais6. Mais uma vez temos grandes variações

entre os grupos considerados. Tomando mais uma vez o caso da parcela de jovens que

aloca seu tempo exclusivamente ao estudo no Brasil como exemplo, temos uma

variação de aproximadamente 10 pontos percentuais ao comparar jovens cuja

escolaridade máxima dos pais está entre 0 e 3 anos de estudo com aqueles cujo valor

desta mesma variável está entre 4 e 7 anos.

6 A variável considerada aqui é a série mais avançada atingida pelo pai ou pela mãe no sistema de ensino formal.

Gráfico 4a: Distribuição do tipo de atividade por escolaridade máxima dos pais- pessoas de 15 a 19 anos de idade

Brasil

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 a 3 anos 4 a 7 anos 9 a 10 anos 11 anos e mais

Não é economicamente ativo e não estuda

Só economicamente ativo

É economicamente ativo e estuda

Só estuda

Gráfico 4b: Distribuição do tipo de atividade por escolaridade máxima dos pais- pessoas de 15 a 19 anos de idade

Chile

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 a 3 anos 4 a 7 anos 9 a 10 anos 11 anos e mais

Gráfico 4c: Distribuição do tipo de atividade por escolaridade máxima dos pais -pessoas de 15 a 19 anos de idade

República Dominicana

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 a 3 anos 4 a 7 anos 9 a 10 anos 11 anos e mais

Gráfico 4d: Distribuição do tipo de atividade por escolaridade máxima dos pais- pessoas de 15 a 19 anos de idade

Honduras

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 a 3 anos 4 a 7 anos 9 a 10 anos 11 anos e mais

Gráfico 4e: Distribuição do tipo de atividade por escolaridade máxima dos pais- pessoas de 15 a 19 anos de idade

Paraguai

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 a 3 anos 4 a 7 anos 9 a 10 anos 11 anos e mais

Nível educacional

Gráfico 4f: Distribuição do tipo de atividade por escolaridade máxima dos pais -pessoas de 15 a 19 anos de idade

Peru

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 a 3 anos 4 a 7 anos 9 a 10 anos 11 anos e mais

As variações relacionadas a educação dos pais também está relacionada de

acordo com o esperado com a alocação de tempo. O percentual de jovens que aloca seu

tempo exclusivamente ao estudo aumenta com a educação dos pais em todos os países

considerados enquanto que a parcela de jovens que aloca seu tempo exclusivamente à

atividade econômica diminui. Desta vez a parcela de jovens que aloca o seu tempo a

nenhuma das atividades aqui consideradas reage de forma convencional, diminuindo

com a educação dos pais.

Com relação à comparação entre países a definição dos padrões previamente

comentados se torna menos evidente. Basicamente a variação da alocação de tempo de

acordo com a educação dos pais não é tão homogênea entre países representantes de um

mesmo padrão. No Chile por exemplo a alocação de tempo se mostra muito mais

sensível entre os grupos educacionais dos pais do que na República Dominicana. O

mesmo ocorre com Honduras em relação ao Paraguai. Aliás a alocação varia tanto em

Honduras que a parcela de jovens que aloca seu tempo exclusivamente ao estudo e cuja

a escolaridade dos pais é igual ou superior a 11 anos supera a parcela análoga reportada

para Brasil e Peru.

Por fim os gráficos 5a a 5f reportam os resultados relacionados ao número de

crianças com idade inferior a 8 anos que habitam o domicílio do jovem analisado. Os

resultados mostram que a alocação de tempo varia significativamente com o número de

crianças no domicílio e de acordo com o esperado. Um maior número de crianças está

associado invariavelmente a uma menor parcela de jovens que aloca seu tempo

exclusivamente ao estudo7. Embora haja alguma variação desta relação entre países que

apresentam um mesmo padrão, este padrão pode ser identificado em qualquer valor

considerado de número de crianças.

7 Consideramos nesta afirmação os valores de número de crianças entre 0 e 4 devido a baixa precisão distribuição estimada para domicílios com número de crianças superior a 4.

3. Metodologia utilizada: Logit Multinomial

Na seção anterior, concentramos nossa atenção sobre a análise bivariada da

variável de escolha alocativa do tempo dos jovens com variáveis relacionadas a

características sócio-econômicas dos jovens. O objetivo desta e da próxima seções é

realizar uma análise multivariada, que possibilitaria investigar os efeitos de cada

variável sócio-econômica sobre a escolha dos jovens líquido do efeito das demais

variáveis. A estratégia empírica eleita para esta finalidade foi a utilização de um modelo

paramétrico do tipo logit multinomial.

Basicamente, estamos interessados em estimar relações do tipo:

Ps = P[S = s | Z:β] = f(Z:β): Z = (z1, z2, ..., zn);

onde Ps representa a probabilidade que o jovem escolha a situação s (que pode ser “só

estudar”, “trabalhar e estudar”, “só trabalhar” ou “não trabalhar nem estudar”). Z

representa aqui o conjunto de variáveis sócio-econômicas que determina (por hipótese)

a escolha do jovem. Para simplificar a estimação, supomos que S apresenta uma

distribuição exponencial multivariada, ou seja, supomos que, para cada indivíduo i:

∑≠

+=

sj

ZZ

Zs

ijisi

si

ee

eP ββ

β

;

onde 1=∑j

sP , e {βj} é o conjunto de parâmetros a ser estimado. Nos modelos logit,

estimamos um sistema de equações que nada mais são que transformações da equação

acima, do tipo:

Gráfico 5a: Distribuição do tipo de atividade de acordo com o número de crianças de 0 a 7 anos de idade - pessoas de 15 a 19 anos de idade

Brasil

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Número de crianças

Não é economicamente ativo e não estuda

Só economicamente ativo

É economicamente ativo e estuda

Só estuda

Gráfico 5b: Distribuição do tipo de atividade de acordo com o número de crianças de 0 e 7 anos de idade - pessoas de 15 a 19 anos de idade

Chile

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Número de crianças

Gráfico 5c: Distribuição do tipo de atividade de acordo com o número de crianças de 0 e 7 anos de idade - pessoas de 15 a 19 anos de idade

República Dominicana

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Gráfico 5d: Distribuição do tipo de atividade de acordo com o número de crianças de 0 e 7 anos de idade - pessoas de 15 a 19 anos de idade

Honduras

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Gráfico 5e: Distribuição do tipo de atividade de acordo com o número de crianças de 0 e 7 anos de idade - pessoas de 15 a 19 anos de idade

Paraguai

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Número de crianças

Gráfico 5f: Distribuição do tipo de atividade de acordo com o número de crianças de 0 e 7 anos de idade - pessoas de 15 a 19 anos de idade

Peru

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

isi

sj

ji

si Z

P

PLn εβ ˆˆ

ˆ1

ˆ+=

− ∑≠

;

em que os parâmetros {sβ̂ } são estimados por máxima verossimilhança.

A partir dos coeficientes estimados, e possível calcular o impacto marginal de

variações nas variáveis explicativas, {zn}, sobre a probabilidade de que um jovem se

encontre em uma determinada situação, Ps. O procedimento para calcular n

s

z

P

∂∂ é simular

uma situação em que todos os jovens da amostra possuam uma dotação K de zn e

calcular a média desP̂ , em seguida repetir esse procedimento atribuindo a todos uma

dotação K+1 de zn, e assim por diante. A seqüência {sP̂ |K+1- sP̂ |K}: K ∈ (a,b), fornece

uma estimativa8 de n

s

z

P

∂∂ .

Devido à grande variação da escolha alocativa de tempo dos jovens com a idade,

optamos por separar nosso universo de análise em subuniversos que incluíssem somente

pessoas com idade semelhante. Mais especificamente, coram construídas subamostras

com indivíduos de 14 e 15 anos, 16 e 17 anos, e 18 e 19 anos. Aplicamos o modelo

descrito acima para cada subuniverso e calculamos n

s

z

P

∂∂ de modo a observar como o

impacto das variáveis explicativas sobre a escolha dos jovens evolui com a idade.

Dito isso, resta explicitar o modelo que desejamos estimar. Dada a escassez de

modelos teóricos que derivem uma equação estrutural para uma análise de causalidade,

baseamos o formato desta equação nos resultados derivados dos resultados descritivos.

Podemos descrever as equações estimadas da seguintes forma:

; ˆˆˆˆˆˆ

ˆˆˆˆˆˆˆˆˆˆˆ1

ˆ

14

2

1312

2

11102

9876

2

5

1

43210

is

i

s

i

s

i

s

i

si

sisisisisisisisisis

sj

j

i

s

i

NA

IF

NA

IF

NC

IF

NC

IFIF

HTNANCLSLSSPSDIFP

PLn

εβββββ

ββββββββββ

+

+

+

+

+

++++++++++=

− ∑≠

onde IF é a renda familiar (excluída a renda do jovem), D é uma dummy de idade que

separa as duas idades incluídas na regressão, PS escolaridade dos pais (máximo entre a

escolaridade do pai e da mãe), S é uma dummy de sexo, LSα reflete a situação laboral do

8 Onde a e b denotam os limites de variação da variável zn.

chefe da família (dummies que distinguem se o chefe é assalariado, se auto-emprega ou

não trabalha), NC denota o número de membros menores de 8 anos na família, NA é o

número de membros com idade maior ou igual a 8 anos na família, e HT é o tipo de

domicílio (nuclear ou expandido).

4. Resultados

Nesta seção descreveremos os resultados do modelo estimado descrito no seção

anterior. Analisaremos o impacto de um acréscimo marginal em cada variável

considerada nas probabilidades dos indivíduos alocarem seu tempo em cada uma das

quatro alternativas analisadas. Esta análise será baseada em uma sequência de 4 gráficos

para cada variável e cada país considerado9. Cada um dos quatro gráficos ilustra a

probabilidade estimada do tempo ser alocado em cada uma das alternativas

consideradas. Analisaremos primeiro as características individuais, em seguida as do

chefe e por último as do domicílio.

O gráfico 6a reporta o impacto do gênero nas probabilidades estimadas de

alocação do tempo para o Paraguai. Podemos notar que ser homem (valor 1) está

associado a uma menor probabilidade de alocar o tempo exclusivamente ao estudo e a

nenhuma das atividades consideradas. Em compensação nas alocações que envolvem

atividades econômicas as maiores probabilidades estimadas estão relacionadas aos

homens. Este resultado é de certa forma esperado visto que em geral, quando o jovem

não pode se dedicar somente aos estudos, os homens jovens são inseridos em atividades

econômicas enquanto as mulheres nos afazeres domésticos (que não é considerado

como atividade econômica). Este resultado é de fato o padrão para os países analisados.

A única exceção fica por conta do Chile cujas probabilidades estimadas para cada

alternativa de alocação do tempo se mostram insensíveis ao gênero do indivíduo, fato

este que pode ser conferido no gráfico 6b.

O gráfico 7a reporta o impacto da idade nas probabilidades estimadas de

alocação do tempo para a República Dominicana. Podemos notar que a idade de 15 anos

(valor 1) está associado a uma menor probabilidade de alocar o tempo exclusivamente

ao estudo em relação a idade de 14 (valor 0). Este fato é compensado por uma maior

9 Por questões de limitação de espaço ilustraremos nossa análise com o número de gráficos suficientes para mostrar os padrões comentados no texto.

probabilidade de alocar o tempo em todas as outras formas consideradas. Este padrão é

verificado em todos os países analisados com exceção do Paraguai cuja a probabilidade

de alocar o tempo em nenhuma das atividades consideradas também é menor para

indivíduos com 15 anos de idade em relação a indivíduos com 14 anos de idade.

Os gráficos 8 e 9 reportam o impacto da ocupação do chefe nas probabilidades

estimadas de alocação do tempo. Este impacto foi captado atrvés de duas variáveis: uma

que indica se o chefe está ocupado ou desempregado, e outra que indica se o chefe está

em uma ocupação autônoma.

O gráfico 8a revela que surpreendentemente o efeito do chefe estar ocupado

sobre a alocação do tempo dos jovens no Brasil é bastante limitado. Assim como para

as outras variáveis analisadas, este efeito se repete para os demais países com uma

exceção que neste caso é o Paraguai. De acordo com o gráfico 8b estar ocupado afeta de

forma significativa a probabilidade do jovem se dedicar exclusivamente ao estudo e de

forma inversa ao reportado para o Brasil e demais países analisados.

Com relação ao tipo de ocupação do chefe o padrão tende a ser de pouca

influência do fato do chefe ter uma ocupação assalariada ou não sobre a decisão de

alocação do tempo do jovem. Este padrão é retratado para o Chile na figura 9a. A figura

9b traz o caso do Peru que se revela diferente dos demais países analisados. Neste país

uma ocupação não assalariada do chefe do domicílio parece estar relacionada com uma

menor probabilidade do jovem se dedicar exclusivamente ao estudo e uma maior

probabilidade de combinar alguma atividade econômica com o estudo.

A educação dos pais vem a ser a variável, realcionada a características do chefe,

que mais influencia na alocação do tempo dos jovens. Invariavelmente um maior nível

de educação está associado a uma maior probabilidade do jovem alocar seu tempo

exclusivamente ao estudo e a menores probabilidades de alocar de alguma forma que

envolva o exercício de alguma atividade econômica. O gráfico 10a reporta este padrão

para o Brasil embora ele se repita para os demais países. O único país onde a educação

não demonstra ser tão relevante para a alocação do tempo dos jovens é o Peru, cujas

probabilidades estimadas aparecem no gráfico 10b.

Com relação às variáveis relacionadas ao domicílio analisaremos primeiro a

influência do tipo de domicílio na alocação do tempo do jovem. O gráfico 11a mostra

que ser um domicílio nuclear ou expandido importa pouco na alocação do tempo dos

jovens em Honduras. O gráfico 11b no entanto revela que fazer parte de um domicílio

expandido aumenta as chances do jovem se dedicar exclusivamente ao estudo no Peru

diminuindo a chance de um envolvimento simultâneo com estudo e alguma atividade

econômica. Os demais países tendem a seguir o padrão reportado para Honduras com

exceção do Paraguai, cujo padrão se aproxima com o do Peru. Vale ressaltar que no

Paraguai a probabilidade de alocar o tempo de alguma forma que não envolva o estudo

é que diminui se o jovem pertence a um domicílio expandido.

O gráfico 12a revela um fato surpreendente com relação à influência da renda

familiar na alocação do tempo dos jovens. Esta alocação parece não sofrer nenhuma

influência do nível de renda familiar. Este padrão embora surpreendente se repete em

outros países e só não é seguido por República Dominicana e Peru. O primeiro país

mostra algo mais surpreendente ainda. De acordo com o gráfico 12b a probabilidade do

jovem alocar seu tempo exclusivamente ao estudo diminui a medida que a renda

familiar aumenta. No Peru temos uma variação de magnitudes semalhantes desta

probabilidade na medida em que a renda aumenta. No entanto neste país esta

probabilidade cresce na medida que a renda aumenta.

Por outro lado o número de crianças no domicílio se revela a variável de maior

influência dentre as relacionadas a características do domicílio. O gráfico 13a mostra

que quanto maior o número de crianças com idade inferior a oito anos, menor é a

probabilidade de um jovem se dedicar exclusivamente ao estudo no Chile. Este padrão

se repete para os demais países analisados com exceçãodo Peru. De acordo com o

gráfico 13b a probabilidade de um jovem se dedicar exclusivamente ao estudo não é

afetada pelo número de crianças. Esta variável afeta no entanto as probabilidades de um

jovem neste país alocar seu tempo em uma das duas alternativas que envolvem alguma

atividade econômica. Quando este envolvimento é combinado com o estudo a

probabilidade diminui na medida que o número de criança aumenta. O inverso ocorre

quando não há o envolvimento com o estudo.

Por outro lado a presença de indivíduos maiores de oito anos possui uma

influência extremamente irregular sobre a alocação do tempo dos jovens latino

americanos. Praticamente todos os padrões podem ser encontrados nos países

analisados. Os gráficos 14a e 14b reportam um pouco desta divergência de resultados

para os casos de Chile e Honduras respectivamente.

Por fim o gráfico 15a mostra que os jovens das áreas urbanas no Brasil tem uma

maior probabilidade de alocar o tempo exclusivamente com estudo e menor de alocar o

tempo em atividades econômicas. Este padrão é ligeiramente alterado no Chile e na

República Dominicana onde esta variável não influencia significativamente a alocação

do tempo dos jovens.

5. Conclusão

Neste artigo investigamos os determinantes da alocação do tempo dos jovens em

seis países latino-americanos: Brasil, Chile, Honduras, Paraguai, Peru e República

Dominicana. Além de documentar as variáveis que exercem maiores influências nesta

decisão, tínhamos como objetivo identificar em que medida estas influências constituem

um padrão comum observado em todos os países.

Com relação às características dos jovens investifgadas, tanto o gênero como a

idade se mostraram relacionadas com a alocação do tempo do jovem. Vale ressaltar que

a relação documentada para estas características é bem homogênea entre os países e

reflete o padrão esperado. De fato ser homem aumenta a probabilidade de alocar o

tempo de forma a incluir alguma atividade econômica. O avanço da idade por sua vez

tende a diminuir a probabilidade de se dedicar exclusivamente ao estudo. Vale ressaltar

que devido a uma suposição de que todas as relações investigadas poderiam estar

condicionadas ao grupo etário, conduzimos boa parte de nossa investigação limitando

nossa amostra ao grupo de jovens com idade entre 14 e 15 anos.

Além de características dos jovens, também investigamos a relação de

características do chefe de domicílio com a alocação do tempo dos jovens. O nível

educacional dos chefes tende a exercer uma forte influência no sentido de aumentar a

probabilidade do jovem se dedicar exclusivamente ao estudo. Já a ocupação do chefe

exerce pouca influência na alocação do tempo do jovem.

Por fim, dentre as características do domicílio vale destacar por um lado a

marcante influência do número de crianças abaixo de 8 anos que tende a diminuir a

probabilidade do jovem se dedicar exclusivamente ao estudo. Por outro lado

constatamos um resultado de certa forma surpreendente com relação a renda familiar

que não se mostra relacionada a alocação do tempo dos jovens.

Estes padrões são em geral bastante homogêneos. Sempre quatro ou cinco dos

seis países investigados apresentam resultados bastante semelhantes. Dentre as exceções

destaca-se o Peru cuja influência das variáveis investigadas na alocação do tempo dos

jovens mostra-se em geral diferenciada do padrão identificado para os demais países.

Este fato é mais acentuado nas variáveis relacionadas ao chefe de domicílio bem como

ao domicílio em si.

Este fato sugere que as recomendações de política reportadas em Menezes-Filho

et alli (2000) são válidas para uma grande parte do continente, inclusive o Brasil. No

entanto, tais medidas devem ser reconsideradas para o Peru e talvez outro país andino

com características demográficas/sociais semelhantes (por exemplo Equador e Bolívia).

Bibliografia

BEHRMAN, Jere R., DURYEA, Suzanne, SZEKELY, Miguel. Schooling investments and aggregate conditions: a household-survey-based approach for Latin America and the Caribbean. Philadelphia, PA : University of Pennsylvania, november 29, 1999. 68 p.

FERREIRA, Francisco F. G., BARROS, Ricardo Paes de. The slippery slope: explaining the increase in extreme poverty in urban Brazil, 1976-1996. Rio de Janeiro : PUC-Rio, abril de 1999. 52 p. (Texto para Discussão, 404)

LANGONI, Carlos Geraldo. Distribuição da renda e desenvolvimento econômico do Brasil. Rio de Janeiro : Ed. Expressão e Cultura, 1973. 315 p.

MENDONÇA, Rosane. A oportunidade imperdível: expansão educacional e desenvolvimento humano no Brasil. Rio de Janeiro : UFRJ, março de 2000. 585 p. (Dissertação de Doutorado)

MENEZES-FILHO, Naércio Aquino (coord.). Adolescents in Latin America and Caribbean: examining time allocation decisions with cross-country micro data. São Paulo : FIPE/USP, april 2000. 170 p.

SANTOS, Daniel Domingues dos. Caracterização da extrema pobreza no Brasil urbano: evolução do perfil sócio-econômico entre 1977 e 1997. Rio de Janeiro : PUC-Rio, abril de 2000. (Dissertação de Mestrado)

Gráfico 6a: Relação entre alocação de tempo e gênero no Paraguai

Gráfico 6b: Relação entre alocação de tempo e gênero no Chile

Gráfico 7a: Relação entre alocação de tempo e gênero na Rep.Dominicana

Probabilities Related to sex

not work ing, s tudying

Es

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ab

ilit

y

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.5

1

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work ing, s tudying

Es

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probs 11

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probs 21

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not work ing,not s tudying

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1

probs 31

0 1

Probabilities Related to sex

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Gráfico 7b: Relação entre alocação de tempo e gênero no Paraguai

Gráfico 8a: Relação entre alocação de tempo e ocupação no Brasil

Probabilities Related to id15

not work ing, s tudying

Es

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y

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Gráfico 8b: Relação entre alocação de tempo e ocupação no Paraguai

Probabilities Related to emp

not work ing, s tudying

Es

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Probabilities Related to emp

not work ing, s tudying

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probs 31

0 1

Gráfico 9a: Relação entre alocação de tempo e tipo de ocupação no Chile

Gráfico 9b: Relação entre alocação de tempo e tipo de ocupação no Peru

Probabilities Related to ocup

not work ing, s tudyingE

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0 1

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0 1

Gráfico 10a: Relação entre alocação de tempo e educação dos pais no Brasil

Gráfico 10b: Relação entre alocação de tempo e educação dos pais no Peru

Probabilities Rela ted to educapar

not work ing, s tudyingE

sti

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Pro

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0

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1

Probabilities Rela ted to educapar

not work ing, s tudying

Es

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0

.5

1

Gráfico 11a: Relação entre alocação de tempo e tipo de domicílio em Honduras

Gráfico 11b: Relação entre alocação de tempo e tipo de domicílio no Peru

Probabilities Related to composotion

not work ing, s tudyingE

sti

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Pro

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.5

1

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.5

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0 1

Probabilities Related to composotion

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Es

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.5

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0 1

Gráfico 12a: Relação entre alocação de tempo e renda familiar no Paraguai

Gráfico 12b: Relação entre alocação de tempo e renda familiar na Rep.Dominicana

Probabilities Related to fincome

not work ing, s tudyingE

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Pro

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Gráfico 13a: Relação entre alocação de tempo e número de crianças no domicílio no Chile

Gráfico 13b: Relação entre alocação de tempo e número de crianças no domicílio no Peru

Probabilities Related to nchild

not work ing, s tudyingE

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1

Gráfico 14a: Relação entre alocação de tempo e número de adultos no domicílio no Chile

Gráfico 14b: Relação entre alocação de tempo e número de adultos no domicílio em Honduras

Probabilities Related to nadults

not work ing, s tudyingE

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1

Probabilities Related to nadults

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nadults0 5 10 15 20

0

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1

Gráfico 15a: Relação entre alocação de tempo e urbanização no Brasil

Gráfico 15b: Relação entre alocação de tempo e urbanização no Chile

Probabilities Related to urban

not work ing, s tudyingE

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Pro

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probs 31

0 1

Probabilities Related to urban

not work ing, s tudying

Es

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.5

1

probs 31

0 1