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Itaú Cultural 2015 Tecnologia e as três implicações na Cultura Sergio Amadeu da Silveira UFABC @samadeu

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Itaú Cultural 2015

Tecnologia e as três implicações na Cultura

Sergio Amadeu da SilveiraUFABC

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Três processos tecnológicos interferem intensamente na criação e disseminação da Cultura

em nossa sociedade contemporânea.

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O primeiro reaproximou as artes das tecnologias após um longo período de separação ocorrido a partir

do Renascimento e consolidado pela lógica das especializações que tanto encantaram

a Modernidade.

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O segundo advém das implicações que as tecnologias digitais impuseram para o

ecossistema comunicacional.

As possibilidades interativas nas redes geraram uma grande mudança nos processos de distribuição de produtos culturais e trouxeram uma crise para os

modelos de intermediação consolidados no mundo industrial.

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O terceiro processo é o que transformou o software na principal mídia da sociedade

informacional. Desse modo, a produção e a gestão culturais está sendo afetada e requer novas

posturas e iniciativas.

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As tecnologias industriais especializaram as artes e criaram as condições de propriedade intelectual que

vivemos durante todo o século XX.

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As tecnologias de gravação mudaram o mundo da música...

Mudou a produção, a audição, a distribuição e a relação com o público, permitiu e massificação e a apropriação

privada pelo controle do suporte.

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As tecnologias digitais alteraram profundamente o cenário erguido no mundo industrial...

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… fãs, fanfics, fansubbers, demoscenes, machinimas... gamers

… desintermediações ou novos intermediários...

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Softwares são tão relevantes para a música quanto os instrumentos musicais...

Softwares adquirem papel decisivo na produção audiovisual...

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Não podemos mais pensar na produção cultural sem pensarmos no software

como metaplataforma de criação.

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Vilém Flusser:

“… O poder passou do proprietário para o programador de sistemas. Quem possui o aparelho não exerce o poder, mas quem o programa e quem realiza o

programa. O jogo com símbolos passa a ser jogo do poder. Trata-se, porém, de jogo hierárquicamente

estruturado. O fotógrafo exerce poder sobre quem vê suas fotografias, programando os receptores.”

...

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Vilém Flusser:

“…O aparelho fotográfico exerce poder sobre o fotógrafo. A indústria fotográfica exerce poder sobre o aparelho. E assim ad infinitum. No jogo simbólico do

poder, este se dilui e se desumaniza.” ...

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Vilém Flusser:

“… Eis o que sejam “sociedade informática” e “imperialismo pós-industrial”. Tais considerações

permitem ensaiar definição do termo aparelho. Trata-se de brinquedo complexo; tão complexo que não poderá

jamais ser inteiramente esclarecido.”...

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Vilém Flusser:

“… Seu jogo consiste na permutação de símbolos já contidos em seu programa. Tal programa se deve

a meta-aparelhos. O resultado do jogo são outros programas. O jogo do aparelho implica agentes

humanos, “funcionários”, salvo em casos de automação total de aparelhos. Historicamente, os primeiros

aparelhos (fotografia e telegrafia) foram produzidos como simulações do pensamento humano, tendo,

para tanto, recorrido a teorias científicas.”...

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“… Em suma: aparelhos são caixas pretas que simulam o pensamento humano, graças a teorias científicas, as

quais, como o pensamento humano, permutam símbolos contidos em sua “memória”, em seu programa. Caixas

pretas que brincam de pensar.”

Vilém Flusser, Filosofia da Caixa Preta.

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Obrigado!Sergio Amadeu da Silveira

UFABC

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