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Xavier Domingos Bila
Implementação de um Ambiente heterogéneo de telefonia IP – Caso de Estudo UP-
Sede
Licenciatura em Informática
Universidade pedagógica
ESTEC
Maputo, 2015
Xavier Domingos Bila
Implementação de um Ambiente heterogéneo de telefonia IP – Caso de Estudo UP-
Sede
Monografia Cientifica apresentada ao
Departamento de Manutenção industrial,
UP-Sede, ESTEC. Delegação de Maputo
para obtenção do grau académico de
Licenciatura em Informática.
Supervisor:
Prof. Dr. Félix Singo
Universidade pedagógica
ESTEC
Maputo, 2015
Índice
Índice de Figuras .......................................................................................................................... v
Índice de Tabelas ........................................................................................................................ vi
Declaração de Honra .................................................................................................................. vii
Dedicatória ................................................................................................................................ viii
Agradecimento ............................................................................................................................ ix
Lista de Abreviaturas ................................................................................................................... x
Resumo ...................................................................................................................................... xii
Abstract ..................................................................................................................................... xiii
Capitulo I. Introdução ................................................................................................................ 14
1.2 Problema........................................................................................................................... 16
1.1 Objectivos......................................................................................................................... 17
1.1.1 Objectivo geral .......................................................................................................... 17
1.1.2 Objectivo específico .................................................................................................. 17
1.3 Justifica/Motivação .......................................................................................................... 18
1.4 Questões de Pesquisa ....................................................................................................... 18
1.5 Hipóteses .......................................................................................................................... 19
1.6 Metodologia ..................................................................................................................... 19
Capitulo 2 – Revisão de Conceitos ............................................................................................ 21
2.1 O que é VoIP .................................................................................................................... 21
2.2 Comutação de Circuito e de Pacote.................................................................................. 21
2.2.1Comutação de circuitos .............................................................................................. 22
2.2.2 Comutação de pacotes ............................................................................................... 24
2.3 Softswitch ......................................................................................................................... 26
2.4 Funções VoIP ................................................................................................................... 27
2.5 Protocolos Utilizados em VoIP ........................................................................................ 28
2.5.1 Recomendação H.323 ................................................................................................ 28
2.6 Sinalização ....................................................................................................................... 30
2.7 Transmissão da Voz ......................................................................................................... 32
2.8 Codecs .............................................................................................................................. 33
2.9 Características do VoIP .................................................................................................... 34
2.9.1 Jitter ........................................................................................................................... 34
2.10 Qualidade da Voz (MOS) ............................................................................................... 36
2.11 Teoria de Filas ................................................................................................................ 36
2.12 Trafego no VoIP ............................................................................................................. 37
2.12.1 Definições ................................................................................................................ 37
2.12.3 Interval Time Between Calls (ITBC) ...................................................................... 38
2.12.4 Time for Packet Transmission (TPT) ...................................................................... 38
2.12.5 Interval Time Between Packets (TIBP) ................................................................... 38
Capitulo III – A Rede UPNet: o estado da arte .......................................................................... 40
3.2 Rede de VoIP na FEFD .................................................................................................... 43
3.2.1 Tunnel IP ................................................................................................................... 43
3.2.2 FEFD ......................................................................................................................... 44
Capitulo V. Conclusão & Recomendações ................................................................................ 46
4.1 Recomendações ................................................................................................................ 46
5.1 Revisão bibliográfica........................................................................................................ 48
Índice de Figuras
FIGURA 1: COMUTAÇÃO DE CIRCUITOS ......................................................................... 23
FIGURA 2: COMUTAÇÃO DE PACOTES ............................................................................. 25
FIGURA 3: ARQUITETURA TÍPICA DE REDE COM VOIP ............................................... 27
FIGURA 4: ALGUNS PROTOCOLOS DA RECOMENDAÇÃO H.323 ................................ 29
FIGURA 5: PROTOCOLO RTP ............................................................................................... 32
FIGURA 6: REPRESENTAÇÃO DAS VARIÁVEIS .............................................................. 37
FIGURA 7: TOPOLOGIA A REDE UPNET ........................................................................... 41
FIGURA 8: TOPOLOGIA DA BACK BONE .......................................................................... 43
FIGURA 9 .................................................................................................................................. 45
Índice de Tabelas
TABELA 1: COMPARAÇÃO ENTRE COMUTAÇÃO DE CIRCUITOS E PACOTES ....... 25
TABELA 2: MAIS PROTOCOLOS DA RECOMENDAÇÃO H.323 ..................................... 30
Declaração de Honra
Declaro que este trabalho é resultado das minhas pesquisa, dedicação e das orientações do meu
supervisor, o seu conteúdo é original e suas fontes presentes nas citações bem como na
bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para a
obtenção de qualquer grau académico.
Maputo, _____ de _____________ de ______
__________________________
(Xavier Domingos Bila)
Dedicatória
Dedico este trabalho a minha Mãe, Filomena Magáia. Que foi incansável na tentativa de
proporcionar aos seus filhos a melhor educação.
Aos meus irmãos Abel Bila, Adélia Bila, Mara Langa e Cláudio Langa sempre apoiaram e
depositaram confiança.
Agradecimento
À todos os docentes que com grande esforço deram suporte e acompanhamento necessário
para a minha formação.
Aos colegas especialmente ao grupo de Eng. De Redes e amigos do curso que juntos
ultrapassamos varias complexidades durante os quatro (4) anos do curso.
À minha família, a minha fonte de inspiração e suporte.
Agradeço também aos funcionários do CIUP pelo suporte técnico-profissional e orientações,
nomeadamente o MSc Ambrósio Vumo, MSc José Luís Sambo e o Prof. Félix Singo.
Muito Obrigado!
Lista de Abreviaturas
UP – Universidade Pedagógica
VoIP – Voz sobre Protocolo de internet
CIUP – Centro de Informática da Universidade Pedagógica
UMS - Unified Message System
UDP – User Datagram Protocol
TCP - Transmission Control Protocol
IP – Internet Protocol
RTCP - Real-Time Transport Control Protocol
CHT - Call Holding Time
ITBC - Interval Time Between Calls
“Conhecimento consiste em ter consciência
tanto de conhecer uma coisa quanto de não a conhecer.”
Confúcio
Resumo
Este trabalho de monografia consiste de um estudo de caso de um projecto de implementação
de um ambiente heterogéneo de telefonia IP na Universidade Pedagógica em Maputo. O
trabalho tem como finalidade a comunicação das faculdades via VoIP utilizando a
infraestrutura de rede existente na UP- Sede. O objectivo concreto este trabalho comunicar as
faculdades que não estão interligada em termos da comunicação via telefonia IP, como o caso
da Educação Física e desporto e Escola Superior de Contabilidade que funcionam isoladamente
cada uma delas em ternos de voz.
Palavras-chaves: Voz sobre IP, VoiP, Router, Cisco e Mikrotik
Abstract
This monograph work consists of a case study of a project to implement an IP telephony
heterogeneous environment at the Pedagogical University in Maputo. The work aims at
communicating by VoIP colleges using the existing network infrastructure in UP- Headquarters.
The purpose of this particular job communicating colleges that are not interconnected in terms of
communication via IP telephony, as the case of physical education and sport and Accounting
School running alone each in voice suits.
Keywords: Voice over IP, VoIP, Router, Cisco and Mikrotik
14
Capitulo I. Introdução
As redes de comunicação são uma peça fundamental de qualquer sistema de informação. Quer
aplicações, quer os sistemas operativos, são concebidos para suportarem e – em regra –
beneficiarem de versáteis, potentes e elaborados mecanismos e tecnologias de comunicação.
Pessoas e organizações dependem, cada vez mais, da disponibilidade de redes de comunicação
para o desempenho das mais diversas actividades, sejam estas profissionais ou de lazer.
Dentro da vasta área das redes de comunicação, o presente trabalho de pesquisa aborda,
especialmente as redes informáticas, isto é, as redes utilizadas para comunicação de voz,
comumente designadas por VoIP. Isto significa que, os aspectos de planeamento e projectos de
telecomunicação serão cobertos neste trabalho.
No entanto, precisa se uma qualquer distinção entre redes informática e rede de
telecomunicações sejam cada vez mais difíceis de estabelecer, podendo, até, ser meramente
artificial. A digitalização das comunicações e a interligação de serviços foram praticamente
indistinguíveis aos dois tipos de redes.
O objectivo fundamental da pesquisa é de fornecer uma perspectiva abrangente da tecnologia
de VoIP. O planeamento e projecto de redes é uma actividade de extrema importância no
actual panorama dos sistemas de informação.
O presente trabalho pretende contribuir para um redimensionamento dos serviços de telefonia
IP, melhorando a disponibilização deste serviço que presentemente não está a ser explorado no
seu todo na UP, criando deste modo isolamento entre algumas faculdades.
A telefonia via Internet (VoIP) é uma tecnologia que permite a transmissão de voz por IP,
possibilitando a realização de chamadas telefônicas pela internet e intranet. Este trabalho vem
esclarecer a sua utilização, explorar suas funcionalidades, mostrando como ocorre a
comunicação e uma visão de sua história e do panorama atual sobre a mesma. Esclarecendo
que a mesma transforma nossas conversas telefônicas em pequenos feixes de dados digitais e
os envia pela internet.
15
Qualidade de serviço e segurança são os factores chave de sucesso para que as soluções
baseadas em tecnologias de VoIP possam representar de facto, uma mudança do actual
paradigma das comunicações.
16
1.2 Problema
A problemática da pesquisa em estudo é a interligação de serviços de telefone entre as
diferentes unidades orgânicas da UP-Sede e a restruturação da rede de voz existente nas
Faculdades. E é relevante pois até então a comunicação via telefone das faculdades existente
em Maputo só funciona internamente em cada uma delas como se fossem ilhas isoladas dentro
de uma instituição.
Neste âmbito com a solução deste problema haverá uma comunicação entre essas ilhas que
aparentam estar isoladas na comunicação via telefone, possibilitando a fácil interação ou
comunicação entre colaboradores ou funcionários da UP.
A UP dispõe de 7 faculdades e duas escolas superior, que por sua vez estão geograficamente
separadas. A Universidade possui vários serviços desde aplicações e sistemas, que para a sua
boa funcionalidade depende da comunicação entre os funcionários até aos colaboradores,
sendo que elas encontram-se dispersas uma da outra.
Neste aspecto foi criada em 2007 o Centro de Informática da Universidade Pedagógica, com a
missão de coordenar todos os aspectos relacionados com as tecnologias de informação e
comunicação da mesma.
Ao longo dos anos a Universidade foi crescendo, as necessidades aumentaram, e foi nesse
âmbito das necessidades que foi implementada uma rede de voz via IP nas faculdades, visto
que foram utilizadas duas tecnologias diferentes para a implementação dessa rede de voz,
sendo que no Campus de Lhanguene foi utilizada a tecnologia microtik e na UP-Sede a
tecnologia CISCO, sendo esta a dificuldade na comunicação via telefone entre as faculdades,
visto que as tecnologias diferentes.
Deste modo, pretende-se com este trabalho de pesquisa, a exploração dessas duas tecnologias
de transmissão de voz sobre ip, a interligação de voz entre as faculdades e a restruturação da
rede de voz existente nas faculdades, implementando um backbone de voz a partir do backbone
de dados já existente que facilitará a comunicação entre elas.
17
1.1 Objectivos
Vivemos em um mundo globalizado, onde estamos conectados a todo instante a rede mundial
de computadores e trocando informações instantâneas. Pensando nisso, Esta monografia tem
como objetivo mostrar como a tecnologia VoIP, pode melhorar o fluxo de comunicações entre
os diferentes campi da UP sede, propondo uma topologia de rede para a sua interconexão.
1.1.1 Objectivo geral
Propor uma nova topologia do backbone da rede de voz da UP sede.
1.1.2 Objectivos específicos
Analisar a rede de voz existente actual na UP sede;
Estabelecer nós de comunicação entre as diferentes unidades orgânicas e sectores; e
Propor a implementação de um novo backbone de VoIP.
18
1.3 Justifica/Motivação
O que levou me a escolha do tema deve-se ao facto de ter a paixão com as tecnologias de
informação e comunicação, sendo que é a área em que me encontro na Informática que abrange
muitas áreas de informação e comunicação e pelo facto de estar a fazer Redes de comutadores.
O que me motivou mais para a pesquisa do tema proposto é o facto de querer progredir nesta
área e pesquisando mais e expandir os meus horizontes na pesquisa de redes informáticas
explorando as formas de funcionamento, sendo que este ramo da informática está cada dia a
crescer e a implementar as novas formas da sua constituição assim como os novos termos de
protocolos, e este assunto porque tem a ver com a área na qual estou a me formar conforme
citado acima. A real importância da escolha, a sociedade hoje em dia deixa os sistemas
clássicos para os sistemas digitais, actualmente verifica – se um crescimento maior da
implementação desta tecnologia telefónica nas organizações e a privacidade, o controlo de
chamadas muitas vezes sem depender de um provedor. Com este tema vai contribuir com o
progresso da ciência e o bom aproveitamento de uso desta tecnologia na Universidade assim
como em qualquer organização.
1.4 Questões de Pesquisa
Qual é a melhor topologia que optimiza a rede VoIP na Universidade Pedagógica?
Como combinar as tecnologias cisco e mikrotik dentro da mesma topologia da rede de
voz da UP?
Como tornar a UPNet efectivamente uma rede de dados, voz e vídeo?
19
1.5 Hipóteses
As hipóteses prevê uma solução possível a serem adquiridos com o aproveitamento deste
backbone de dados já existente para que na mesma seja criada uma vlan de voz e a
restruturação de rede VoIP na Universidade Pedagógica em Maputo, sendo assim:
A optimização da topologia da UPNet como rede de voz, vai tornar as comunicações
entre as unidades orgânicas.
A rede ira garantir em tempo real as chamadas que serão fitas entre as faculdades que
encontram-se dispersas uma da outra, e terá a redução dos custos.
Haverá uma melhoria em relação ao desempenho do funcionamento UP-sede no que
refere se interação entre os funcionários e colaboradores.
1.6 Metodologia
A palavra metodologia vem do grego “méthodos”= “caminho para chegar a um objectivo” mais
“logos”= “conhecimento”; então, metodologia, são as regras e procedimentos utilizados por
determinado método, ex.: a necessidade de se fazerem observações dos factos em estudo, a
necessidade de formular hipóteses, a elaboração de instrumentos de trabalho etc. (Laville e
Dionne, 1999); em outras palavras, metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa
e exacta de toda acção desenvolvida ou do caminho percorrido ou a percorrer ao longo do
trabalho de pesquisa.
Existem várias formas de classificar uma pesquisa, pode-se classificar quanto a natureza da
pesquisa, forma de abordagem do problema, aos seus objectivos e aos procedimentos técnicos
(SILVA & MENEZES, 2001).
Quanto a natureza da pesquisa usou-se a metodologia aplicada ou tecnológica a qual tem como
finalidade gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas
específicos e envolve verdades e interesses locais.
20
Para a concepção e implementação deste tema é uma pesquisa aplicada pois, tem como
premissa fundamental gerar conhecimentos para a aplicação prática e imediata e do ponto de
vista de formar a abordagem, é uma pesquisa qualitativa, tendo como ambiente institucional a
Universidade Pedagógica para a coleta de dados.
Para concretização deste trabalho de pesquisa foi usada uma revisão bibliográfica de modo a
colher varias experiências referentes a implementação de serviços de VoIP em instituições
académicas. Foi também usada uma entrevista de modo a obter situações reais de
funcionamento e da implementação actual da rede de voz. Esta entrevista será realizada no
CIUP.
21
Capitulo 2 – Revisão de Conceitos
Este capítulo tem como objetivo apresentar e esclarecer os conceitos envolvidos nesse trabalho,
de tal maneira que se entenda o embasamento teórico necessário para compreender o
funcionamento do VoIP.
2.1 O que é VoIP
VoIP, ou Voz sobre Protocolo de Internet, é um método que consiste em transformar sinais de
áudio analógicos, como os de uma chamada telefônica, em dados digitais que podem ser
transmitidos através da Internet ou de qualquer outra rede de computadores baseada em IP
(Protocolo de Internet).
O VoIP e os protocolos a ele relacionados, tiveram um grande desenvolvimento na última
década devido a sua vantagem econômica em relação a telefonia tradicional. Por ser uma
tecnologia de comutação por pacotes, o seu custo é menor que a telefonia tradicional na qual se
utiliza comutação por circuitos e estrutura-se em centrais telefônicas. A migração da telefonia
comutada para VoIP tornou-se interessante para concessionárias de telefonia, tanto locais
quanto de longa distância, operadoras de telefonia, provedores de serviços Internet e serviços
de comunicação.
Além da vantagem econômica, o VoIP possibilita várias aplicações relacionadas a utilização da
Voz (Jonathan Davidson, 2011.), como a comunicação entre usuários utilizando roteamento de
ligações, caixa de mensagens, UMS (Unified Message System),videoconferência e base de
dados de contactos.
2.2 Comutação de Circuito e de Pacote
Nos primórdios da telefonia, a conexão para uma ligação telefônica era feita pela telefonista
que conectava um cabo aos soquetes de entrada e saída em um painel manualmente. Porém
hoje esse processo é automatizado pelo equipamento de comutação. Um processo de
22
comutação é aquele que reserva e libera recursos de uma rede para sua utilização. As
comutações de circuitos e de pacotes são usadas no sistema telefônico atual. A comutação de
circuito particularmente é usada no tráfego de voz, ela é a base para o sistema telefônico
tradicional, e a comutação de pacotes é usada para o tráfego de dados, sendo por sua vez, a
base para a Internet e para a Voz sobre IP.
2.2.1Comutação de circuitos
Na comutação de circuitos, ocorrem três fases:
Estabelecimento do circuito: antes que os terminais (telefones) comecem a se
comunicar, há a reserva de recurso necessário para essa comunicação, esse recurso é a
largura de banda.
Transferência da voz: ocorre depois do estabelecimento do circuito, com a troca de
informações entre a origem e o destino.
Desconexão do circuito: terminada a comunicação, a largura de banda é liberada em
todos os equipamentos de comutação.
Quando se efetua uma chamada telefônica, o equipamento de comutação procura um caminho
físico desde o telefone do transmissor até o telefone do receptor. Esse caminho pode conter
trechos de fibra óptica ou de micro-ondas, mas a ideia básica funciona: quando a chamada
telefônica é estabelecida, haverá um caminho dedicado entre as extremidades até que a ligação
termine. Nesse tipo de comutação, há a garantia da taxa de transmissão, e a informação de voz
chegará na mesma ordem desde o transmissor até o receptor.
A comutação de circuitos é ilustrada pela figura 1:
23
Figura 1: Comutação de circuitos
Fonte: Autor
Uma das propriedades mais importantes na comutação de circuitos é a necessidade de
estabelecer esse caminho fim a fim antes que qualquer informação seja enviada. O tempo que o
telefone do receptor leva para tocar logo depois do número discado é justamente o momento
em que o sistema telefônico procura pela conexão física. Logo o sinal de chamada se propaga
por todo o trajeto para que possa ser reconhecido
Na comutação de circuitos há também a reserva de largura de banda entre as extremidades,
fazendo com que a informação de voz percorra o mesmo caminho e chegue na mesma ordem.
Isso é necessário para que uma conversa telefônica seja compreendida claramente pelo
transmissor e pelo receptor. Mas se houver a reserva para um circuito de um determinado
utilizador, e ela não for usada, (o utilizador permanecer em silêncio durante a ligação, por
exemplo), a largura de banda desse circuito será desperdiçada. A reserva exclusiva de largura
de banda para o circuito faz o sistema ineficiente, porque dificilmente os dispositivos trocam
informações durante 100% do tempo em que ficam conectados. Sempre haverá tempos ociosos
que não podem ser aproveitados, e a largura de banda só será liberada para outros fins quando
um dos terminais encerrar a comunicação. Portanto, quando uma ligação é estabelecida, aquele
que a originou é o master da conexão, caso aquele que recebeu a chamada devolva o telefone
ao gancho, a ligação não se encerra.
24
A tarifa do serviço com comutação de circuito é baseada pela distância entre os terminais e o
tempo da ligação.
2.2.2 Comutação de pacotes
A comutação de pacotes é a técnica que envia uma mensagem de dados dividida em pequenas
unidades chamadas de pacotes. Ela não exige o prévio estabelecimento de um caminho físico
para a transmissão dos pacotes de dados. Os pacotes podem ser transmitidos por diferentes
caminhos e chegar fora da ordem em que foram transmitidos. Por esse motivo, a comutação de
pacotes é mais tolerante a falhas em relação a comutação de circuitos, pois os pacotes podem
percorrer caminhos alternativos até o destino de forma a contornar os equipamentos de
comutação inativos.
Nesse tipo de comutação, não há a reserva prévia de largura de banda, e assim, também não há
o desperdício de recursos. A largura de banda é fornecida sob demanda, como ocorre na
tecnologia VoIP.
Na comutação de pacotes é utilizado o tipo de transmissão store-and-forward. O pacote é
recebido e armazenado por completo pelo equipamento e depois encaminhado para o próximo
destino. Em cada um desses equipamentos, o pacote recebido tem um endereço de destino, que
possibilita indicar o caminho correto para o qual ele deve ser encaminhado.
A tarifa na comutação de pacotes é feita pelo volume do tráfego de dados, mensalmente.
A figura 2 ilustra a comutação de pacotes:
25
Figura 2: Comutação de pacotes
Fonte: Autor
A tabela 1 mostra as diferencas entre a comutação por pacotes e a comutação de circuitos
Tabela 1: Comparação entre comutação de circuitos e pacotes
COMUTAÇÃO DE
CIRCUITOS
COMUTAÇÃO DE
PACOTES
Configuração de chamadas Obrigatória Não necessária
Caminho físico dedicado Sim Não
Pacotes seguem o mesmo
caminho Sim Não
Pacotes chegam na mesma
ordem Sim Não
Reserva da largura de banda Fixa Dinâmica
Largura de banda
desperdiçada Sim Não
A falha de um equipamento é
fatal Sim Não
Fonte: http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialvoipconv/pagina_3.asp
26
2.3 Softswitch
Um softswitch é um tipo de arquitetura computacional que executa um software especializado,
transformando-se em comutador telefônico inteligente. O softswitch é uma tendência bem atual
no desenvolvimento da tecnologia de comutação de circuitos.
Além de manipular funções de canais de dados tradicionais, um softswitch pode converter um
fluxo de bits de voz digitalizada em pacotes, possibilitando a Voz sobre IP. Ele também faz o
mapeamento entre os endereços da origem o do destino da comunicação por meio de um banco
dados com estes endereços. O softswitch pode saber onde um terminal de destino está, pelo seu
número de telefone associado, e seu endereço IP atual.
Assim o softswitch é metade computador, trabalhando com a comutação de pacotes, e metade
comutador telefônico, realizando a comutação de circuitos. O softswitch realiza a
interoperabilidade entre a Internet e a rede de telefonia tradicional, podendo ser chamado
também de gateway.
A comutação física do softswitch é realizada pelo gateway de mídia, que faz a conversão dos
dados entre as duas redes. Já a lógica de processamento, responsável pela comutação de
pacotes, reside no controlador de gateway de mídia, que gerência as chamadas telefônicas.
O gateway de mídia e o controlador podem ser equipamentos distintos, até de diferentes
fornecedores, ou num mesmo equipamento, formando a arquitetura do softswitch.
Portanto, a comutação de circuitos está para a rede de telefonia tradicional assim como a
comutação de pacotes está para a Voz sobre IP, que pode se utilizar da Internet (uma rede de
computadores baseada em IP). E o softswitch é o equipamento chave para realizar a
comunicação entre essas redes.
27
2.4 Funções VoIP
Para entender o funcionamento da tecnologia, faz-se necessário conhecer o funcionamento do
tráfego de voz por IP. Para possibilitar o tráfego de telefonia VoIP, diversas características
foram migradas do modelo da telefonia tradicional, por se tratar de um modelo conhecido e
confiável. Porém, foram necessárias algumas adaptações para essa nova tecnologia.
Uma das principais diferenças entre esses modelos é a forma de comutação, quanto a telefonia
tradicional utiliza a comutação por circuitos, o VoIP faz uso da comutação por pacotes. Por
isso, a telefonia VoIP abrange diversos protocolos Internet para realizar as mesmas funções
exercidas na tradicional, como a sinalização e a transmissão de voz. Esses dois protocolos são
essenciais para entendermos o tráfego de voz por IP.
A figura 3 ilustra uma arquitetura típica de uma rede com essa tecnologia. Notar que essa
arquitetura de rede com VoIP é apresentada com equipamentos típicos da recomendação
H.323, mas uma rede VoIP pode ser implementada também com o protocolo SIP.
Figura 3: Arquitetura típica de rede com VoIP
Fonte: http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialvoipconv/pagina_4.asp
28
2.5 Protocolos Utilizados em VoIP
Os protocolos são responsáveis pela comunicação entre os equipamentos utilizados na
tecnologia VoIP, essa comunicação é estabelecida no nível computacional, para resultar na
comunicação no nível de utilizador, ou seja, nas ligações telefônicas.
Há basicamente dois processos simultâneos que ocorrem numa comunicação em VoIP:
Sinalização e controle de chamadas telefônicas: estabelecimento, acompanhamento e
finalização.
Processamento da informação a ser enviada e recebida: controle e transporte da mídia
(voz e/ou vídeo).
Para que a tecnologia VoIP alcance o seu pleno funcionamento possibilitando a comunicação
entre os diversos terminais, esses processos precisam ser realizados. E para que eles sejam
realizados, os protocolos de VoIP são implementados cada qual com sua função específica nos
processos correspondentes.
2.5.1 Recomendação H.323
H.323 é uma recomendação criada para o estabelecimento, controle e término das chamadas,
ou seja, é uma recomendação que especifica os protocolos de sinalização e controle das
ligações. Ela é mais antiga e complexa, atualmente está sendo menos usada nos sistemas VoIP.
Ela tem como características:
Suporte a conferência ponto a ponto e multiponto: estabelecimento da chamada entre
dois ou mais utilizadores;
Heterogeneidade: o equipamento com H.323 obrigatoriamente deve dar suporte a
comunicação de áudio. Vídeo e dados são opcionais, porém aplicáveis;
Suporte a contabilidade e gerência: prevê a contabilidade para a tarifa dos serviços e
bloqueio de chamadas;
Segurança: autenticação dos utilizadores, e
Serviços suplementares: transferência e redirecionamento de chamadas.
29
A recomendação contém um conjunto amplo de protocolos. A figura 4 mostra alguns deles:
Figura 4: Alguns protocolos da recomendação H.323
Fonte: Autor
A pilha H.323 se firma no protocolo de rede Internet Protocol (IP) e nos protocolos de
transporteTransport Control Protocol (TCP) ou User Datagram Protocol (UDP).
Os demais protocolos mostrados na figura 9 são:
H.245: negocia aspectos de conexão, como taxa de bits e algoritmos de compactação de
voz (codecs).
H.225 (RAS): se comunica com o gatekeeper, sendo responsável pelo registro,
admissão e statusdos equipamentos de rede. As mensagens RAS podem ser trocadas
entre os gatekeepers e os terminais, gateways e MCU (descrita ainda nesta seção). A
troca de mensagens RAS também ocorre entre gatekeepers de zonas distintas.
H.225 (Q.931): estabelece e encerra conexões, fornece tons de discagem e gera sons de
chamada.
H.235: estabelece autenticação e segurança para os terminais VoIP.
H.450: estabelece transferência e redirecionamento de chamadas, atendimento
simultâneo, chamada em espera, identificação de chamadas entre outros.
30
2.6 Sinalização
Sinalização é a troca de informações para estabelecer, monitorar e finalizar conexões entre os
utilizadores (Network Working Group, 2002.). Existe a necessidade da sinalização para
otimizar e gerenciar o sistema de comunicação.
As redes tradicionais de telefonia evoluíram substancialmente nessa área. Hoje a RTCP ( Real-
Time Transport Control) utiliza o SS7 (Signaling System7) para sinalização. O SS7 usa um
canal diferenciado fora da banda para sinalização, ou seja, ele possui um canal dedicado para
troca de informações sobre o sistema. O RTCP é baseado no envio periódico de pacotes de
controlo a todos os participantes da conexão (chamada), usando o mesmo mecanismo de
distribuição dos pacotes de mídia (Voz). Desta forma, os dados estatísticos contidos no pacote
de controlo, podem ser usados para finalidades de diagnósticos, por exemplo, para modificar
suas taxas de transmissão.
O VoIP apresenta diversas opções para sinalização como H.323. A recomendação H.323 define
um arcabouço (guarda-chuva) para a estruturação dos diversos padrões e protocolos para
transmissão de vídeo, áudio e dados para aplicações em videoconferência. A recomendação
H.323 tem outros protocolos, cada qual com seu uso específico:
Tabela 2: Mais protocolos da recomendação H.323
USO PROTOCOLOS
Vídeo
(codecs)
H.261 / H.263
Áudio
(codecs)
G.711 / G.722 / G.723.1 / G.726 / G.728 /
G.729
Dados T.120 / T.122 / T.124 / T.125 / T.126 /
T.127
Controle H.225.0 / H.235 / H.245 / H.246 / H.248 /
H.450
Transporte RTP / RTCP
31
Como observado na tabela 2, a H.323 pode ser utilizada em diversas aplicações baseadas em
VoIP, como vídeo, áudio e dados multimídia.
Como exemplo de uso, considera-se um computador em uma LAN com um gatekeeper que
pretende se comunicar com um telefone comum, através da pilha H.323. O computador envia
um pacote UDP de difusão para descobrir o gatekeeper na rede. Depois de descoberto
o gatekeeper, o computador envia uma mensagem RAS do protocolo H.225 solicitando largura
de banda. Sendo a largura de banda liberada, inicia-se o estabelecimento da ligação telefônica
com uma mensagem SETUP de Q.931 do H.225 com o número do telefone do destino.
O gatekeeper responde com CALL PROCEEDING confirmando a solicitação e encaminhando
a mensagem SETUP ao gateway.
O gateway, por sua vez, entra em contato com o telefone comum e envia de volta uma
mensagemALERT de Q.931 informando ao computador que a chamada teve início. Quando o
telefone é atendido, é enviada outra mensagem chamada CONNECT de Q.931, indicando ao
computador que houve a conexão.
O protocolo H.245 é usado para negociar os parâmetros da chamada, como a manipulação de
vídeo, chamadas de conferência, codecs aceitos e entre outros. Dependendo da negociação, os
protocolos de vídeo, dados e áudio são usados. Mas como o terminal de destino é um telefone
comum, a negociação é relacionada ao áudio. Depois da negociação, é atribuído a cada parte
um codec e outros parâmetros. Só a partir disso que o fluxo de dados (voz digitalizada) começa
com o protocolo RTP, que por sua vez é gerenciado pelo RTCP para controlar possíveis
congestionamentos.
Quando a ligação termina, o computador manda uma mensagem RAS para
o gatekeeper deixando a largura de banda que recebeu para uso.
32
2.7 Transmissão da Voz
O protocolo responsável pela transmissão de voz ponto-a-ponto é o RTP (Real-Time Transport
Protocol) (SCHULZRINNE, Henning; 2003). Este é o protocolo que transmite o fluxo de
dados em tempo real, para áudio e vídeo, incluindo serviços como identificação do tipo de
carga inclusa para designar a sua aplicação, selo de tempo para sincronização dos pacotes e
monitoramento de entrega, devido ao número de sequência. Além disso, possibilita a
transmissão Unicast, na qual teremos somente um receptor dos pacotes criados, como também
Multicast na qual a mensagem é entregue a diversos usuários. Para garantir a efetividade desses
serviços existe o protocolo de apoio RTCP (Real-time Transport Control Protocol) que regula
a entrega de dados, identifica os pacotes e os controla. Porém, o RTP não garante qualidade de
serviço e nem reserva de recursos. Ambos os protocolos utilizam o protocolo UDP, de forma a
serem independentes da averiguação de recebimento de pacotes, o que torna os protocolos mais
rápidos e dinâmicos.
Figura 5: Protocolo RTP
Fonte: http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialvoipconv/pagina_3.asp
33
O protocolo RTP possui em seu cabeçalho as informações necessárias para o controle do fluxo
de voz e determinação do espaçamento entre pacotes durante o fluxo de mensagens. Para
exercer essas tarefas o cabeçalho contem bits, que faz a identificação da fonte, quanto o RTCP
faz a sincronização e o timestamp, que representa o tempo da qual o pacote foi criado e o
cálculo do jitter do sistema. Essas informações são essenciais para que o tráfego voz seja
transmitida e processada de maneira ordenada e correta, senão pode haver troca de ordem das
palavras ou uma demora acima do normal entre as palavras.
2.8 Codecs
A voz humana pode ser interpretada fisicamente como um sinal analógico que possui
amplitude e frequência. No sistema VoIP este é o sinal de entrada e o sinal de saída, porém o
meio por ele utilizado para transmissão é totalmente digital. O elemento responsável por
realizar o empacotamento da voz para transmissão via IP é o Codec (Sérgio Colcher, Antônio
T. A. Gomes, 2007).
Os Codecs são responsáveis pela codificação e decodificação entre os dispositivos analógicos e
os digitais. Existem diversos tipos de codecs, possuindo cada um características especificas
como método de codificação, taxa de compressão e atraso. A rede RTPC tem disseminado o
uso do codec G.711 (1996, I. T. Union) para tráfego de voz. Ele converte o sinal analógico de
voz para canais digitais de tráfego de voz de 64 [Kbps]. O valor de 64 [Kbps] é a largura de
banda reservada em canais de voz. Na tecnologia VoIP, se consegue chegar a valores maiores
de compressão para o tráfego de voz, possibilitando assim maior eficiência na transmissão. O
codec G.729 que é o mais utilizado atualmente para o tráfego de voz por IP chega a uma taxa
de empacotamento de dados de 8 [Kpbs] (Sérgio Colcher, 2007).
Os codecs possuem taxas de bits diferentes, ou seja, pode-se ter uma variação no tamanho dos
pacotes. As taxas de bits podem ser divididas em três tipos:
1. Constant Bit rate(CBR): A taxa de transmissão de bits será constante ao longo da
chamada.
34
2. Variable Bitrate(VBR): A taxa de bits varia durante a chamada, possibilitando assim
que o canal seja otimizado.
3. Average Bitrate (AVR): A taxa de bits também é variável como no VBR, mas existe
uma taxa média mínima pré-definida para a transmissão.
2.9 Características do VoIP
A telefonia tradicional é muito importante na caracterização dos parâmetros básicos da
telefonia VoIP. Muitas das características necessárias para a efetivação de uma chamada de
telefonia por IP têm como referência os conceitos utilizados nas chamadas realizadas por
comutação de circuitos. Como será demonstrado a seguir, a comunicação de Voz por IP possui
diversas características e requisitos de maneira análoga a telefonia tradicional, como Jitter e a
qualidade de serviço oferecida (QoS). Porém, existem várias diferenças, que tornaram o VoIP
uma alternativa mais econômica e prática para os utilizadores. Sendo que essas mesmas
diferenças geram novos problemas a serem resolvidos.
2.9.1 Jitter
O Retardo da voz é gerado por diversos fatores relacionados a transmissão da voz, como
codecs, e processos como enfileiramento dos pacotes, os quais podem gerar sérios problemas
de inteligibilidade da ligação. Estudos comprovam que atrasos maiores que 50ms na
transferência de voz são sensíveis para os interlocutores (M.J. Karam, F.A. Tobagi, 2001). Nos
padrões de telefonia tem-se como valor estipulado 40ms para ligações continentais e 80ms
intercontinentais. Na comunicação de Voz por IP existe diferentes tipos de retardo ao longo do
sistema: O Retardo por Codec, Retardo de empacotamento, enfileiramento e serialização e o
Retardo de comutação de rede e propagação.
O Retardo de Codec representa o atraso causado pelo processo de digitalização da voz
analógica, compressão para a sua transmissão e o seu processo inverso de descompressão.
Esse valor varia de acordo com o codec utilizado. O Retardo referente ao empacotamento,
enfileiramento e serialização representa os atrasos no tratamento do pacote contendo dados de
35
voz. Ele sofrerá um atraso para que se complete um pacote para envio, terá um tempo de espera
no buffer que dependerá da capacidade do canal e da fila no buffer.
Ao final, existirá um atraso fixo para sincronização de relógios na transmissão. Por último
teremos o retardo de comutação de rede e propagação que identificam os tempos perdidos nos
elementos que compõem a rede que trafega a voz por IP, como os enlaces envolvidos e
equipamentos que fazem as multiplexações nas etapas intermediarias da transmissão.
Esses retardos geram o que conhecemos como retardo variável conhecido também como Jitter.
A definição de Jitter: É o desvio de tempo médio entre pacotes subsequentes
(SCHULZRINNE, Henning,Jun. 2010). Então, deve-se calcular o Jitter de modo dinâmico,
calculando o desvio de tempo entre cada pacote enviado, gerando um valor acumulado. Como
definido no documento que descreve o protocolo RTP utiliza-se a Equação 1 para o cálculo do
valor do Jitter:
D[i-1,1] – J (i-1)
J(i)=J(i-1)+ ----------------------
16
Equação 1
A função D() representa a diferença de tempos entre os pacotes subsequentes, ou seja, se
calculará a diferença de timestamps, unidade de tempo utilizado pelo protocolo RTP no
cabeçalho do pacote para marcação do tempo de criação do pacote, entre chegada entre os
pacote i e j, sendo j=i+1.Temos como definição, a Equação 2:
D (i,j) = (Rj - Ri) – (Sj – Si) = (Rj - Sj) – (Ri - Si)
Equação 2
Sendo:
Ri:Valor do timestamp de criação do pacote i;
Rj:Valor do timestamp de chegada do pacote i;
Si: Valor do timestamp de criação do pacote j (j=i+1), e
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Sj: Valor do timestamp de chegada do pacote j (j=i+1).
Na tentativa de se compensar o Jitter, que pode ser prejudicial a inteligibilidade da
comunicação entre usuários VoIP, utiliza-se um armazenamento prévio de pacotes antes do
início da reprodução da voz, conhecido como processo de bufferização. Porém, podem-se
encontrar problemas ao longo da chamada que podem aumentar consideravelmente o valor do
Jitter, gerando assim atrasos nos tempos de pacote.
2.10 Qualidade da Voz (MOS)
A telefonia representa um serviço disponível para o utilizador e como todo serviço tem a sua
qualidade avaliada. Por se tratar de uma pesquisa que disponibiliza a comunicação por voz,
será avaliado então com os conceitos referentes ao som transmitido durante uma chamada.
Então, mede-se o valor do MOS (Mean Opinion Score) a partir da avaliação da clareza do som,
atraso da voz no percurso, intensidade da voz e qualidade do som, além dos aspectos
relacionados a sinalização. Para o VoIP temos também a quantidade de perda de pacotes na
transmissão.
2.11 Teoria de Filas
A teoria das filas é o estudo matemático para análise das filas. É um estudo baseado em dados
probabilísticos que possibilita caracterizar e quantificar a formação de filas (BUNDAY, B.
Arnold, 1996). Essa teoria foi amplamente utilizada no levantamento de formação de filas de
pessoas em bancos e atualmente é utilizada para cálculo de espera de pacotes em servidores.
37
2.12 Trafego no VoIP
2.12.1 Definições
O tráfego VoIP pode ser representado por quatro variáveis:
Call Holding Time (CHT): Tempo de duração de uma ligação;
Interval Time Between Calls (ITBC): Intervalo entre início de ligações;
Time for Packet Transmission(TPT): Duração da transmissão de um pacote, e
Interval Time Between Packets(ITBP):Tempo de duração do intervalo entre início de
transmissão de pacotes.
Figura 6: Representação das Variáveis
Fonte: http://www.academia.edu/2486774/Planejamento_e_Otimizacao_de_Redes_VoIP
2.12.2 Call Holding Time (CHT)
Verifica-se que a função distribuição de probabilidade contínua de pareto tipo 2 melhor
caracteriza os valores encontrados para CHT. É conhecida como uma distribuição de cauda
pesada ou cauda longa, ou seja, a função tem um decaimento lento em relação a função
38
exponencial, assim capaz de lidar com valores extremos que são comuns em sistemas VoIP.
Esse tipo de função é frequentemente encontrada na análise de tráfego Web.
2.12.3 Interval Time Between Calls (ITBC)
O TIPC é usualmente modelado pela distribuição exponencial. Ela é conhecida como uma
função de rápido decaimento. Muito utilizada em diversos estudos de tempo entre eventos
sucessivos, ocorrendo um processo de Poisson, como em tempos de chegadas de pacotes em
um servidor.
Após iniciada a sessão, o protocolo RTP fará o gerenciamento da transmissão de voz. Então
haverá transferência de pacotes contendo os dados de voz, possuindo 2 variáveis com a sessão
iniciada o TPT e o ITBP.
2.12.4 Time for Packet Transmission (TPT)
O Time for Packet Transmission representa o tempo de duração de envio de pacotes dentro de
uma chamada para um utilizador. Esta é uma variável que depende de diversos parâmetros da
rede como a capacidade do canal e a frequência de ocorrência dos pacotes. Esta última variável
depende do codec, que também modula o tamanho do pacote transmitido.
2.12.5 Interval Time Between Packets (TIBP)
O Interval Time Between Packets representa o intervalo de tempo entre a chegada de pacotes
durante uma chamada de um usuário. No levantamento das operadoras se notou que os codecs
utilizados eram de taxa constante (INCM). Apesar de terem uma taxa fixa, se verificou um
atraso devido a fila e tempo de processamento. O que reforça o uso do modelo que é também
previsto para taxa de bits variáveis.
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Pode-se notar que os TIBP seguem basicamente três funções de distribuição diferentes, a
distribuição gama, gaussiana e exponencial. Elas são comuns para alguns cenários de tráfego
de VoIP.
40
Capitulo III – A Rede UPNet: o estado da arte
A UPNet é uma rede não independente que suporta dados e voz, ou seja, esta plataforma tem
um nó de dados e de voz.
Esta rede começou a ser construída em 2008, sendo que numa primeira fase tomou-se como
prioridade a componente de dados, porque na altura o Centro de Informática da UP não tinha
equipamento de voz.
No entanto, dois anos depois, ou seja, em 2010, foram criadas condições para se adquirir
equipamento de voz composto por 8 Voice Gateway com os respectivos Switch. Na altura,
estes aparelhos foram distribuídos pelas diferentes unidades funcionais da UP.
Assim, a UP Sede, também denominado Campus Internacional e o Campus da Lhanguene,
ambos na cidade de Maputo, ficaram com um Voice Gateway cada.
As delegações da UP de Gaza, Massinga, Beira, Nampula e Quelimane ficaram igualmente,
com um aparelho cada.
Quando se efectuou os primeiros testes dos Voices Gateway todas as conexões foram feitas via
teledata e havia uma situação similar a que ilustra a figura abaixo:
41
Figura 7: Topologia a Rede UPNet
Fonte: CIUP
Numa primeira fase foi usado o Gateway Voice Switch Poe e Cisco IP Telefone, portanto
foram adquiridos para UP Sede 3 Voice gateway, igual número de Switch e 50 telefones. As
delegações de Gaza, Massinga, Manica e Tete receberam cada uma duas unidades deste tipo
de tecnologias, enquanto que a da Beira recebeu 5.
Entretanto, quando este sistema (VoiP) foi adoptado a UP já usava outro tipo de equipamento,
concretamente o Mikrotic e o desafio que surgiu foi a necessidade de pôr este em sintonia com
o da Cisco. A opção pelo Mikrotic deveu-se ao facto de ter um comando gráfico e por isso ser
de gestão simples.
42
Na verdade, a percepção tardia da necessidade de casar os dois tipos de equipamento dificultou
as ligações directas entre o Campus e a reitoria, razão pela qual diz-se que essa ligação tem
duas saídas, uma pelo campus de Lhanguene e a outra pela reitoria.
Porque acabou-se de facto tendo um Gateway, que aparentemente funciona muito bem para
assegurar a ligação do Campus a UP Sede, não foi preciso muita coisa, pois, um simples switch
estabelece a ligação de dados sem problemas. No entanto, importa clarificar que o mesmo
Switch já não tem capacidade para fazer a ligação de voz, tomando em consideração que esta
só pode ser feita de uma extremidade para a outra, o que implica que a existência de um nó no
meio da comunicação esta fica automaticamente interrompida, salvo se esse nó for inteligente.
Por esta razão, na altura, para estabelecer a ligação de dados com a Sede era preciso passar na
altura pelo Ministério da Educação, e ai era onde começava o primeiro problema porque não
era possível passar a voz até chegar a reitoria, para dizer que o Mikrotic não era alternativa
certa para resolver a passagem entre as duas entidades.
Em resultado deste constrangimento, durante muito tempo, culpou-se a Teledata (na altura
provedor do serviço de Internet) chegando-se mesmo a se levantar a hipótese de que tivesse
criado esse embaraço para obter benefícios.
Mas na verdade mesmo depois de se ter abandonado a Teledata não foi possível encontrar uma
filosofia para fazer com que o equipamento CISCO pudesse se comunicar com o da Mikrotic.
Actualmente para estabelecer a comunicação entre o Campus de Lhanguene e a UP Sede
através de dados é uma realidade, mas isto contínua impossível por via de voz. Para efectivar a
comunicação por voz, na impossibilidade de usar a infraestrutura interna, é preciso link de que
passe de novo por um link externo ou provedor.
Importa salientar que actualmente não está a ser usada a infra-estrutura interna para
estabelecer a comunicação de voz, sendo que para o efeito recorre-se aos serviços externos de
Internet. O exemplo deste cenário está patente na Reitoria e Faculdade de Educação Física e
Desporto. Contudo, para mesmo recorrendo aos serviços externos de Internet, sem um ISP não
é possível estabelecer a ligação por voz com a Faculdade de Educação Física e Desportos, pois
possui este tipo de dispositivo.
A figura que se segue retrata a situação descrita:
43
Figura 8: Topologia da Back bone
Fonte: Autor
3.2 Rede de VoIP na FEFD
3.2.1 Tunnel IP
Um túnel IP é um protocolo de Internet (IP) da rede canal de comunicação entre duas redes. É
utilizado para o transporte de outro protocolo de rede por encapsulamento dos seus pacotes.
Túneis IP são muitas vezes utilizados para ligar duas redes IP disjuntos que não têm um
caminho de encaminhamento nativo para o outro, através de um rótulo de protocolo subjacente
através de uma rede de transporte intermédia. Em conjunto com o protocolo IPsec eles podem
ser utilizados para criar uma rede privada virtual entre dois ou mais redes privadas através de
uma rede pública, como a Internet. Outro uso importante é conectar ilhas de instalações IPv6
em toda a Internet IPv4.
44
3.2.2 FEFD
A rede de telefonia IP na faculdade de educação física e desporto foi implementado no ano
2013, tendo la um Router Cisco e um Switch cisco, dez telefones de voz sobre ip para vários
sectores ou departamentos da rede na faculdade supra citada, visto que os mesmos dispositivos
apresentavam problemas o que impediu a sua funcionalidade no seu todo, e que já veio a
funcionar posteriormente, mas o objectivo fundamental dessa rede é de comunicar via intranet
com as unidades funcionais da UP- Maputo como referido nos parágrafos anteriores, o que não
está acontecer como devia estar. A comunicação ou a interligação actual entre essas unidades é
feita via internet ou melhor foi preciso um provedor de internet para poder estabelecer a
comunicação entre as mesmas, sendo assim o mau uso ou aproveitamento desta infraestrutura
interna na UP, isto o que implica custos adicionais e segurança na rede. Desta maneira o que
foi feito, é, criou se um tunel a nível do router Cisco da FEFD para a movitel, e criou se um
outro tunnel no router Cisco que está no Centro de informática da UP onde colocou se esses
dois tunneis a comunicar se entre elas, ai já foram adicionados os comandos e protocolas a
nível dos dois routers para estabelecer a ligação entre essas redes dispersas.
A figura abaixo ilustra a estrutura da comunicação actual.
45
Figura 9: Topologia da ligação com FEFD
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Capitulo V. Conclusão & Recomendações
A integração da rede de dados, com a rede de voz utilizando serviços da telefonia IP, resulta
em uma drástica redução dos gastos mensais com telefonia tanto pela redução dos custos das
ligações via IP, quanto pela manutenção da rede de dados.
A redução de custos possibilitada pelo VoIP muitas vezes é suficiente para que esse serviço
seja adotado em larga escala, compensando eventuais dificuldades. Principalmente se for
levado em conta a possibilidade de se manter esses dois serviços em paralelo, inclusive com
integração entre os dois, com as ligações de VoIP sendo encaminhadas pela rede normal em
caso de alguma falha na rede.
A aplicação de QoS nas redes de comunicações torna-se imprescindível principalmente em
enlaces de baixas velocidades, pois, é corriqueira a ocorrência de congestionamento nesses
tipos de meio. É praticamente impossível imaginar um avanço da tecnologia das redes e de
suas aplicações, sem que estas tenham a implantação de Qualidade de Serviço, à medida que há
diversas aplicações rodando, em um único meio limitado, e ao mesmo tempo, disputando
espaço para poderem rodar com certo grau de qualidade e satisfação. Aplicações estas, com
características específicas como a voz, que necessitam de um tratamento que atenda às
expectativas.
O estudo de caso mostra que com um conhecimento profundo sobre a utilização da rede de
voz, junto a corretas implementações é possível rodar uma rede Heterogénea.
4.1 Recomendações
As recomendações do trabalho são referências a assunto que foram identificados no decorrer da
elaboração do trabalho. Entretanto, são assuntos pertinentes interessantes para a resolução
adequada ou precisa desse problema. São eles:
Uniformização do equipamento – Assim com o mesmo tipo de tecnologia desde
dispositivos activos e não activos da rede.
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Nó inteligente – Um swich programável com a possibilidade de criar Vlans. Com a
colocação de um swicth configurável no nó do meio pode se dar a continuidade das
VLANs criadas em todas as extremidades que estão ligadas com esse nó, desta maneira
poderá se comunicar as duas VLNas a de dados e de voz dentro da rede UPNet.
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5.1 Revisão bibliográfica
Livros
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA. Normas para produção e publicação de trabalhos
científicos na universidade pedagógica. Comissão de revisão curricular central,
Maputo, 2004.
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA. Regulamento Académico para os Cursos de
Graduacao e Pós-Graduação. Universidade Pedagógica, Maputo, 2012.
Instituto Superior Maria Mãe de África MANUAL DE METODOLOGIA DE
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA: Para a Elaboração de Monografias Escolares e
Outros Tipos de Pesquisas Científicas, Maputo 2013.
Sérgio Colcher, Antônio T. A. Gomes, Anderson O. da Silva, Guido L. de Souza e Luiz
Fernando G. Soares. VoIP Voz sobre IP. Editora Campus.
“Coding of speech at 8kbit/s using conjugate-structure algebraic code-excited linear
prediction (cs-acelp),” 1996, International Telecommunication Union.
DAVIDSON, J et. al. Voice over IP Fundamentals, 2 ed USA: Cisco Press, 2008
ODOM, W.; CAVANAUGH, M. Cisco QOS Exam Certification Guide (IP Telephony
Self-Study), 2 ed. USA: Cisco Press, 2004.
Sites
http://www.cisco.com/cisco/web/support/BR/8/86/86805_tdcmecue.html
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialvoipconv/pagina_2.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Voz_sobre_IP
http://www.infowester.com/voip.php.
Anatel. Tarifação Fixa e Móvel. Disponível em: http://www.anatel.gov.br. Acesso em:
30 abril 2010.
Digium. Interface E1. Disponível em: http://store.digium.com. Acesso em: 30 abril
2010.