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By Verinh@

O SONHO DO RIO

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O SONHO DO RIO

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Page 1: O SONHO DO RIO

By Verinh@

Page 2: O SONHO DO RIO

Quando observamos a natureza e temos acompreensão de que tudo o que vemos e que compõeeste maravilhoso espetáculo de perfeição foi resultante

do projeto de uma eternidade divina, sentimo-nosgrandiosamente reconhecidos e infinitamente

pequenos.Os mares, a terra, as florestas e tudo isto que nosenvolve e sacia a fome do mundo com seus frutos,

concede-nos uma lição de inigualável doação.

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A vida que sentimos, na realidade, parece-nos umsonho. Um sonho maravilhoso, cuja chama devemosalimentar com o mesmo colorido e pureza que nos éofertado pela natureza e ainda, sempre que possível,

empenharmos todas nossas forças para que este sonhonunca venha se transformar num pesadelo de

destruição da vida sobre a Terra ou simplesmente em...o sonho do rio.

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Nascido numa explosão gloriosa da natureza, brotou na crista de um imponente morro um

minúsculo filete d’água.“Vivo”, brilhante, reluzindo reflexos coloridos nos dias de sol, ofuscava os olhinhos dos pequenos

pássaros que, admirados,passaram a tomar água e banho na pequenina

fonte de vida.

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Descendo vagarosamente pela encosta do morro, o tímido

filete d’água foi traçando, como todos nós, seu rumo ao desconhecido,

umedecendo a terra e fazendo que, como por encanto,

brotassem nas suas margens pequeninas plantinhas de verde intenso

que, em pouco tempo, foram transformando a paisagem

do seu glorioso percurso num sinuoso caminho florido.

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O tempo foi passando e com ele se avolumando o curso

das águas, transformando o nosso pequeno filete num vigoroso riacho que, com seu contínuo e

repousante marulhar, pareciaconvidar pássaros e animais para uma relação

harmônicade vida e saúde.

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Tudo estava perfeito. Os animais calmamente tomando

água ao longo do seu leito. Os peixes saltitando de alegria,

saiam fora d’água, como que querendo também observar a

maravilha do verde, e as flores colorindo as margens fertilizadas

e umedecidas.

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“No dia seguinte”, já descoberto pelo homem e agora um

rio praticamente formado, o nosso velho filete gargalhava em

espumas por entre as pedras, exultante de alegria por haver se

transformado no manancial, que gratuita e generosamente faz

da terra o berço de toda natureza viva.

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Maravilhado com a pureza da água que bebia, a quantidade

de peixes ao seu dispor, o homem passou a conviver amistosamente

com o nosso rio, remando, pescando e alimentando

a família com os saborosos lambaris, bagres, dourados e

uma infinidade de outros saudáveis e coloridos peixes.

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Era comum se ver nas margens dos rios as mulheres das

pequenas vilas lavando roupas, batendo nas pedras e depois,

com latas na cabeça, indo para casa levando, graciosamente,

toda água que precisavam para todos os usos domésticos.

Page 11: O SONHO DO RIO

O dia claro e ensolarado foi gradativamente mudando para

um cinza-escuro. Nuvens densas de fumaça seca e tóxica, emitidas

pelos grandes complexos industriais, passaram a impedir

que os raios de sol se convertessem nas cores brilhantes que o

nosso límpido e tranqüilo rio refletia.

Page 12: O SONHO DO RIO

Em seu inadvertido percurso por entre lavouras, pequenosvilarejos, fundos de fábricas e quintais, suas águas foram

sendo poluídas por produtos tóxicos, pesticidas, dejetos deesgotos, aros de carroça, tampinhas e garrafas de pinga,

cerveja e outros lixos, modificando, com pedaços de plásticos de embalagens usadas de todas as cores, o vivo colorido da

natureza, no triste quadro da realidade nefasta da ação poluidora do homem.

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Atualmente, considera-se que não existe um só rio nomundo que não esteja transformado num depósito de

substânciastóxicas. Os peixes se arrastam intoxicados para as

margensdos rios, morrendo com as guelras expostas ao sol,

comoque procurando encontrar uma forma de alertar os

homenspara o grande desastre que estão impondo contra a

natureza.

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Quando observamos a singela pureza da natureza, sentimos,

nos mínimos detalhes de sua evolução, a imagem que“Deus” pretendia projetar para que o homem fosse para a

terra, o que “Ele” representa para o universo.Tenho toda a certeza de que ainda é tempo para

acordarmose de não permitirmos, jamais, que todo o desrespeito que

a natureza já sofreu continue sendo criminosamente repetido, e arrependidos, fazermos de conta que tudo que

aconteceu até agora não passou de um triste sonho do rio.

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Texto: Sady Ricardo dos Santos

Formatação: Vera Lúcia de Siqueira

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