View
12.389
Download
9
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Citation preview
O NEOPLASTICISMOO Neoplasticismo foi um termo surgido em 1917 na revista De Stijl (O Estilo) por Piet Mondrian (1872-1944), quando este já desenvolvia um lento processo de depuração, desde cerca de 1911, que culminaria cerca de dois anos depois. A revista tinha sido criada e dinamizada pelo pintor Theo Van Doesburg (1883-1931). Em seu torno, e no interesse por uma relação entre as artes, estiveram nomes como o pintor hungaro Vilmos Huszar (1884-1960), o pintor Bart van der Leck (1876-1958), o poeta Antony Kok (1882-1969), o arquitecto Jacobus J.P. Oud (1890-1963) (estes colaboradores logo no primeiro número da revista em Novembro de 1917). ou ainda o músico Van Domselaer, os arquitectos Robert van ‘t Hoff (1887-1979), Cornelius van Eesteren (1897-1988), Gerrit Rietveld (1888-1964) e os pintores Georges Vantongerloo (1886-1965).
Piet Mondrian, Evolução, 1910-1911
Piet Mondrian, Natureza morta II (óleo sobre tela), 1912
Piet Mondrian, Cais e Oceano 5, 1915 (carvão e guache sobre papel –87,9 X 111)
Piet Mondrian, Planos de cor em oval, c.1914, óleo tela, 107x79 cm
Piet Mondrian, Composição de Cor A, 1917, óleo tela,
48x44 cm
A série dos Mais e dos Menos (c.1917-1920) era dominada pela linha recta, num rigor estrutural reduzido a horizontais (feminino) e verticais (masculino), um ângulo recto (cruz) de intersecção linear horizontal/vertical.
Daqui era desenvolvida uma rigorosa ortogonalidade que fechava planos rectangulares. Este fechamento em extensão (de superfície) dos planos colocava um novo (e seguinte) problema: a cor?. De início Mondrian pintou com cores veladas e translúcidas que não afectassem a depuração estrutural, uma leveza cromática de modo a que conteúdo e forma se encaixassem na desejada imobilidade estrutural e essencial.
Piet Mondrian, Composição em Xadrez com Cores Claras, 1919,
óleo tela, 106x86 cm
Vilmos Huszar, Capa da primeira revista De Stijl, 1917 (10,5 X 7,5)
Van Doesburg, Composição IV (em 3 partes), 1917 (vidro – 112 X 22, cada)
Bart van der Leck, Meu Tríptico, 1916 (óleo sobre tela – 44 X 87)
Piet Mondrian, Quadro I, 1921 (óleo sobre tela – 97.8 X 60.5)
«Para que a arte se torne abstracta, isto é, para que ela não acuse quaiquer relações com o aspecto natural das coisas, a lei da desnaturalização da matéria é de uma importância fundamental» (Piet Mondrian, Plastic Art and Pure Plastic Art, ensaios 1937-1943)
Piet Mondrian, Avond (Evening); Red Tree, 1908 Piet Mondrian, Gray Tree, 1911 Piet Mondrian, Flowering Tree, 1912 Piet Mondrian, Composição, 1921, oleo sobre tela, 49,5x45,5 cm, Basileia: Kunstmuseum.Piet Mondrian, Cais e Oceano 5, 1915 (carvão e guache sobre papel –87,9 X 111)
Piet Mondrian, Composição, 1921, oleo sobre tela,
49,5x45,5 cm, Basileia: Kunstmuseum.
Na série Composição, Mondrian chegou à restrição das cores puras primárias: vermelho, azul e amarelo que dialogavam com três cores neutras (branco, preto e cinza claro). A cor tornava-se sistema, recusando qualquer mistura. A cor apresentava-se o mais possível pura e espirital, antes de ser cor sensível, do mundo e da vida. O seu contraste visual depura-se num processo conceptual que as apreendia (depuração cromática): era um constraste de quantidades da cor no plano e não entre as cores. A composição recusava a figura (não existia segregação da figura sobre um plano de fundo), num desejo de harmonia formal. Numa austeridade máxima e lógica recusava-se o instinto e o devir da natureza, num encontro (numa ordem superior) do Bem/Belo/Verdade. Enquanto o acaso da natureza era o trágico e a desordem, a pintura era meio para um equilíbrio superior, cuja ordem e abstracção seria a fuga do trágico.
Piet Mondrian, estúdio Paris, 1920-38
Piet Mondrian, Composição Inacabada, 1934
Piet Mondrian, New York City, New York, c.1942, óleo, lápis, carvão e fita sobre tela, 117x110 cm, Madrid: Museu Thyssen-Bornemisza
Gerrit Rietveld, Cadeira Vermelha/Azul, 1918-23
Van Doesburg e Van Eesteren, Desenho Isométrico de casa particular, 1924
J.J.P. Oud, Café De Unie, 1925(guache sobre papel – 28 X 33)
Van Doesburg, Contracomposição, 1924(óleo sobre tela – 39.5 X 39.5)
A Bauhaus conquistada pelo De Stijl, postal enviado de Weimar por Theo vanDoesburg, Dez/1921
A BAUHAUS A Bauhaus foi uma Escola de Artes criada em 1919 pelo arquitecto Gropius. Com a intenção de democratizar a arte, ela foi expressão dos anseios social-democratas da República de Weimar. Com o fim da República, na altura da subida de Hitler ao poder, também a Escola era obrigada a encerrar. De tendências marxistas e vanguardistas, ela incorporou a abstracção num esforço de uma aplicação como arte útil e social que, apesar do falhanço histórico que lhe foi imposto, se tornou modelo mítico. Nela leccionaram dos artistas mais avançados do tempo, tais como Kandinsky, Klee, Albers, Moholy-Nagy, Feininger, Itten…
(anos) 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930 1931 1932 1933
Fases da Bauhaus
WIEMAR DESSAU BERLIM
Directores da
Bauhaus
Walter Gropius(1883-1969)
Hannes Meyer
(1889-1954)
Ludwig Mies Van der Rohe
(1886-1969)
Walter Gropius
Lyonel Feininger, Frontispiece of Bauhaus Manifesto (1919)
«A Bauhaus deseja contribuir para o desenvolvimento da habitação - apropriada à época -, desde a mais simples aparelhagem até à casa
acabada. Convencida de que casa e mobiliário devem estar relacionados entre si racionalmente, a Bauhaus procura que a forma
de um objecto derive das suas funções reais e limitações naturais - através de uma pesquisa sistemática teórica e prática nos campos
formal, técnico e económico. A natureza de um objecto é determinada pela sua serventia. Antes de uma vasilha, uma cadeira ou uma casa
poderem funcionar bem, deve estudar-se a sua natureza... Essa pesquisa da natureza dos objectos faz com que as formas surjam de
uma determinada avaliação de todos os métodos modernos de produção e construção, bem como dos materiais modernos, formas
essas que divergem dos modelos que e muitas vezes parecem estranhos e surpreendentes.»
«O potencial artístico existe em todos os materiais»Walter Gropius
«Deixem-nos criar, pois, um novo grémio de artesãos, sem as divisões de classes que erguem uma barreira arrogante entre artesão e artista!
Deixem-nos desejar, conceber e construir o novo edifício do futuro, que reunirá tudo numa forma única: arquitectura, escultura e pintura… um
símbolo cristalino de uma fé nova e vindoura»Primeiro manifesto da Bauhaus, 1919
Bauhaus, Weimar
Gropius and Adolf Meyer, Sommerfeld House (1920-22)
Bauhaus workshops, interior da casa Sommerfield– hall de entrada (1920-22) : relevos em madeira do corrimão
por Joost Schmidt, segundo contrates rítmico e formais das aulas de Itten; poltronas de Marcel Breuer
Sala de estar com móveis de Marcel Breuer e tapete de martha Erps-Breuer, 1923
Georg Muche (ideia) and Adof Meyer (planeamento e execução), Casa Modelo
«Am Horn» (Haus am Horn) para a Exposição Bauhaus de 1923
Cozinha concebida por Benita Otte e Ernst Gebhardt
Walter Gropius, Edifício Bauhaus, Dessau, 1925-26
Os Mestres da Bauhaus no telhado do edifício: Josef Albers, Hinnerk Scheper, George Muche, László Moholy-Nagy, Herbert Bayer, Joost
Schmidt, Walter Gropius, Marcel Breuer, Wassily Kandinsky, Paul Klee, Lyonel Feininger, Gunta Stölzl e Oskar Schlemmer
Walter Gropius, Edifício Bauhaus, Dessau, 1925-26
Gropius, Dessau Bauhaus Masters' Houses and Dessau Bauhaus dormitory (1925-6)
«Muito do que consideramos agora luxuoso será perfeitamente normal amanhã»
Gropius
1926 – 60 casas1927 – 100 casas1928 – 126 casas
Gropius, vista do «Bairro de Törten»
Na segunda e terceira fase Gropius tentou melhorar falhas dos projectos anteriores
Ludwig Mies van der Rohe, Barcelona pavilion (1928-9)
Marcel Breur, Cadeira e Mesa pintada, 1923Marcel Breur, Cadeira em madeira e
contraplacado leve, 1924(a cor diferencia materiais e funções)
Marcel Breuer, Wassily chair (1925)
Alma Buscher, Jogo de blocos de construção (Building Block game) (1924)
Josef Hartwig, Jogo de Xadrez (Chess set) (1924)
Gunta Stolzl, Dessau dormitory blanket (1925-6)
Anni Albers, Wall hanging (1926)
Gunta Stolzl, Gobelin tapestry (1926-7)
Johannes Itten, Análise dos antigos mestres, 1921; Ponto em ascensão e em descanso, 1919 (óleo sobre tela, 230 X 115)
Johannes Itten com traje da Bauhaus da sua autoria (usado sobretudo pelos
«devotos» de Itten)
Oskar Schlemmer, (Ballet Triádico) Triadic Ballet (1923)
Kurt Schmidt, O Homem no Painel de Controlo, esboço de cena, 1924
Xanti Schawinsky, Circus, esboço de cena, c.1924
Moholy Nagy, composição A XXI, 1925 (óleo e técnica mista, 96 X 77); Modulador – Espaço – Luz, 1922-1930 (151X70X70)
Adolf Hofmeister, Caricatura de Hannes Meyer, 1920
Iwao Yamawaki, O Golpe contra a Bauhaus, 1932
Anónimo, 1923
Oskar Schlemmer, Bauhaus emblem
(1922)
Joost Schmidt, Poster for the Bauhaus exhibition in Weimar, 1923,
Color lithograph
Joost Schmidt (1893 - 1948)
A exposição de 1923 assinala um momento de viragem na tipografia da Bauhaus. Assimila-se a escola construtivista russa e o neo-plasticismo e ultrapassam-se as
marcações expressionistas anteriores. Fala-se em «nova tipografia»
HERBERT BAYER
Herbert Bayer, projecto de quiosque publicitário com quadros e sinais luminosos (1924)
Herbert Bayer, capa: Bauhaus journal (1927)
Dedicado à inauguração do curso de arquitectura
Herbert Bayer, Universal font (1926)
NOVA TIPOGRAFIA•Heranças das formulações das vanguardas nas artes visuais e da
arquitectura modernista (construtivismo, neoplasticismo, futurismo, dadaísmo…)
•Rejeição da decoração•Princípios racionais: utilitarismo ordem e simplicidade•Domínio da recta – ortogonalidade e dinamismo da obliquidade
•EL LISSITZKY
•BAUHAUS - tipografia dinamizada com a exposição de 1923 e depois com a criação em 1926 do «atelier de tipografia e publicidade» (antes «tipografia artística»)
•HERBERT BAYER•LASZLO MOHOLY-NAGY•JOOST SCHMIDT
•PAUL RENNER (1900-1951)
•JAN TSCHICHOLD (1902-1974)
•PIET ZWART (1885-1977)
•KAREL TEIGE (1900-1951)
BAUHAUS
El Lissitzky, paginação da
obra de Mayakovsky: Dlya
Golossa, 1922-1923
Malevich, princípios
para um mural e capa para
livro de Punin
Rodchenko, V. Novij LEF (New LEF),
Moscovo, Maio1928, publicado por Vladimir Mayakovsky, capa e
fotos por A. Rodchenko e V.
Stepanova. Joost Schmidt, Poster
for the Bauhaus exhibition in Weimar,
1923, Color lithograph
CONSTRUTIVISMO NOVA TIPOGRAFIA
Herbert Bayer, Universal font (1926)
Oskar Schlemmer,
Bauhaus emblem (1922) PIET ZWART (1885-1977)
Holandês. Formado na Amsterdam School of Arts & Crafts (1902-1907).
JAN TSCHICHOLD (1902-1974) Die Neue Typographie (The New
Typography) (1928)
Karel Teige, Stavba a Báseň, Prague, 1927,
tipografia e capa por Karel Teige
A NOVA TIPOGRAFIA
VANGUARDAS E ARTES GRÁFICAS
EXPRESSIONISMOA Chronik KG Brücke, 1913,
texto e xilogravuras de Kirchner, 67x51 cm cada folha.
FUTURISMOFilippo Tommaso Marinetti,
Parole in Libertà
FUTURISMO RUSSO - ZaoumI. Zdanevich,
Soirée du Coeur à Barbe, 1923
DADAÍSMO Kurt Schwitters An Anna Blume
Vilmos Huszar, Capa da primeira revista De Stijl,
1917 (10,5 X 7,5)
Frantisek Kupka, A Senhora Kupka entre Verticais, 1910-
1911, óleo tela, 100x72,5 cm, Nova Iorque: MOMA
Frantisek Kupka, A Catedral, 1913-1914, óleo tela,
180x150 cm, Paris: Galerie Lius Carré
VANGUARDAS E ARTES GRÁFICAS
EXPRESSIONISMOA Chronik KG Brücke, 1913,
texto e xilogravuras de Kirchner, 67x51 cm cada folha.
FUTURISMOFilippo Tommaso Marinetti,
Parole in Libertà
FUTURISMO RUSSO - ZaoumI. Zdanevich,
Soirée du Coeur à Barbe, 1923
DADAÍSMO Kurt Schwitters An Anna Blume
Vilmos Huszar, Capa da primeira revista De Stijl,
1917 (10,5 X 7,5)