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MÓDULO 6 - Técnicas de Informação Turística 1. Formas, tipologias e escalas de informação em turismo 1.1. Informação institucional de divulgação geral 1.2. Informação institucional de divulgação local 1.3. Simbologia turística 1.4. Sinalização territorial de recursos, equipamentos e produtos turísticos 2. Informação turística local – Estudo de Caso 2.1. Postos de Turismo 2.2. Sinalização turística 2.3. Informação nos lugares de interesse turístico 3. Técnicas de Atendimento personalizado 3.1. Hospitalidade /Assistência como atitude permanente 3.2. Tipologias de clientes 3.2.1. Clientes individuais 3.2.2. Grupos 4. Informação turística

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MÓDULO 6 - Técnicas de Informação Turística

1. Formas, tipologias e escalas de informação em turismo1.1. Informação institucional de divulgação geral1.2. Informação institucional de divulgação local

1.3. Simbologia turística1.4. Sinalização territorial de recursos, equipamentos e produtos turísticos

2. Informação turística local – Estudo de Caso2.1. Postos de Turismo

2.2. Sinalização turística2.3. Informação nos lugares de interesse turístico

3. Técnicas de Atendimento personalizado3.1. Hospitalidade /Assistência como atitude permanente

3.2. Tipologias de clientes3.2.1. Clientes individuais

3.2.2. Grupos4. Informação turística

4.1. Animação, promoção e informação turística4.1.1. A região: Levantamento dos principais recursos turísticos

4.1.2. Património e aspectos culturais4.1.3. Desportos

4.1.4. Gastronomia4.1.5. Folclore

4.1.6. Artesanato

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1. Formas, tipologias e escalas de informação em turismo

1.1. Informação institucional de divulgação geral

O Turismo de Portugal, I.P. é a entidade responsável pela coordenação e organização da presença de Portugal nas feiras internacionais de turismo.

A participação das Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT’s) e das empresas no stand nacional é gerida através do portal feiras. Este portal, disponível 24 horas por dia, oferece funcionalidades que se ajustam às necessidades dos diferentes níveis de utilizador, nomeadamente:

Turismo de Portugal, I.P.

• Divulgar, publicitar e informar sobre a realização de feiras internacionais de turismo.

• Comunicar alterações ao calendário de feiras e divulgar informações úteis sobre as mesmas.

• Visualizar em tempo real a informação relativa ao estado de cada feira, permitindo gerir de forma eficaz a organização do stand nacional.

Agências Regionais de Promoção Turística

• Divulgar o calendário das feiras aos profissionais da área promocional e gerir as inscrições por parte destes.

• Planear e registar o espaço de exposição destinado à Área Promocional.

• Visualizar, em tempo real, o estado de cada feira relativamente à área promocional, permitindo coordenar de forma eficaz com o Turismo de Portugal e as restantes ARPT’s, a organização do stand nacional.

Comunicação e Imagem

O Turismo de Portugal, I.P. é a entidade responsável pela gestão da Marca Destino Portugal. Procura aumentar a notoriedade da Marca a nível nacional e internacional, consolidando a imagem de Portugal como um destino único e rico em experiências, através de:

Material Promocional

Edição de materiais de comunicação da Marca Destino Portugal, que têm por base o Sistema de Identidade do Turismo Português, que combina factores diferenciadores do país com os factores de qualificação do turismo nacional.

Imprensa Estrangeira

A divulgação de Portugal como destino turístico passa por assegurar uma presença contínua e de qualidade nos principais órgãos de comunicação social estrangeiros, conferindo visibilidade e notoriedade à marca Destino Portugal.

Eventos

Uma das prioridades do Turismo de Portugal consiste na atracção e realização de eventos internacionais, que projectem a imagem de Portugal no estrangeiro.

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1.2. Informação institucional de divulgação local

Para a promoção regional externa, foram designadas 7 Agências Regionais de Promoção Turística, que articulam entre si e o Turismo de Portugal, a execução do Plano Nacional de Promoção Externa.

Agências Regionais de Promoção

São 7 as Agências Regionais de Promoção Turística, responsáveis pela Promoção Turística Regional externa.

As Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT’s), são associações de direito privado, sem fins lucrativos, constituídas por representantes dos agentes económicos do turismo, por um número relevante de empresas privadas com actividade turística e de entidades do sector público, de carácter ou âmbito local ou regional, designadamente os órgãos regionais e locais de turismo (ORLT’s).

É a estas que compete a elaboração, apresentação e execução dos respectivos Planos Regionais de Promoção Turística.

Agências Regionais

Porto e Norte

ADETURN – Associação de Turismo do Norte de PortugalPraça D. João I, 25-4º Dtº4000-295 PORTOTel: 00 351 223 393 550Fax: 00 351 223 393 559e-mail: [email protected] website: www.visitportoenorte.com

Centro de Portugal

Agência Regional de Promoção Turística Centro de PortugalCasa AmarelaLargo de Stª Cristina3 500 - 181 VISEUTel: 00 351 239 488 120Fax: 00 351 239 488 129e-mail: [email protected] website: www.visitcentro.com

Lisboa

ATL – Associação Turismo de Lisboa, Visitors and Convention BureauRua do Arsenal, 151100-038 LISBOATel: 00 351 210 312 700Fax: 00 351 210 312 899e-mail: [email protected] website. www.visitlisboa.com

Alentejo

Associação Turismo do AlentejoAv. Jorge Nunes, Lote 1, R/C Esq.7500-113 GRÂNDOLAtel: 00 351 269 498 680/82fax: 00 351 269 498 687e-mail: [email protected] website: www.visitalentejo.pt

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Algarve

ATA – Associação Turismo do AlgarveAvenida 5 de Outubro, 18-208000-076 FAROtel: 00351 289 800 403fax: 00 351 289 800 489 / 415e-mail: [email protected]: www.visitalgarve.pt

Madeira

APRAM – Associação de Promoção Regional Autónoma da MadeiraRua dos Aranhas, 24-269000-044 Funchaltel: 00351 291 203 420fax: 00 351 291 222 167e-mail: [email protected] website: www.madeiratourism.org

Açores

ATA – Associação de Turismo dos AçoresLargo Almirante Dunn9500-292 PONTA DELGADAtel: 00 351 296 288 082/00 351 21 315 24 68fax: 00 351 296 288 083/00 351 21 315 24 62e-mail: [email protected] website: www.visitazores.org

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1.1. Simbologia turística- Sinalização territorial de recursos, equipamentos e produtos turísticos

Restaurante Snack Bar Bar

Sala de TV Sala de Conferências Ar Condicionado nas Zonas

Públicas

Lavandaria Cartões de Crédito

AceitesCofre Geral

Ligação à Internet WI-FI Ar Condicionado

Aquecimento Central Telefone Directo Televisão nos Quartos

Minibar nos Quartos Cofre Individual TV Satélite

TV Cabo Kitchenette Quartos para Não-

Fumadores

Instalações para

DeficientesLojas no Hotel Cabeleireiro

Sala de Jogos Bilhar / Snooker Ténis de Mesa

Serviço para Crianças Parque Infantil Babysitting

Jardim Piscina Exterior Piscina Interior

Piscina para Crianças Termas Health Club

Jacuzzi Sauna Ginásio

Campo de Squash Putting Green Driving Range

Campo de Golfe Campo de Ténis Equitação

Animais de Estimação

AceitesCanil Garagem

Estacionamento Privativo Transporte de Hotel Futebol

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T1 - Região

 

T2 - Património

 

T3 - Património natural

 

T4a - Identificação de circuito

 

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T4b - Direcção de circuito

 

T5a - Identificação de rota

T5b - Direcção de rota

T6 – Localidade

Símbolos - Apoio ao Utente

1.1 - Hospital 1.2 - Hospital com urgência

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2.25A - Sanitários 2.26 - Centro de inspecções

2.27 - Via reservada a automóveis e motociclos

2.28 - Fontanário

2. Informação turística local – Estudo de Caso2.1. Postos de Turismo

Os Postos de Turismo são pontos de contacto privilegiados, uma das faces de Portugal e um potencial factor de satisfação dos turistas.Os 345 postos de atendimento turístico existentes em Portugal, pertencem aos Orgãos Regionais e Locais de Turismo e às Câmaras Municipais com competências no sector. Fornecem informações locais, tais como pontos de interesse a visitar, horários, alojamento, restauração ou actividades, entre outras de carácter útil.

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O Turismo de Portugal, ip é responsável pela gestão em parceria dos 5 Postos situados nas duas maiores cidades do país - Lisboa e Porto - e nos aeroportos internacionais - Lisboa, Porto e Faro. Nestes, foram atendidos durante o ano de 2006 perto de 500.000 turistas.

- Lisboa / Palácio Foz

- Porto / Praça D. João I

- Aeroporto do Porto

- Aeroporto de Lisboa

- Aeroporto de Faro

2.2. Sinalização turística

A sinalização turística é um factor imprescindível para o desenvolvimento turístico.

a) Os sinais direccionais - placas para indicar direcções de localidades ou atractivos e respectivas distâncias;

b) Os sinais informativos - placas para indicar a existência de atractivos ou itinerários temáticos;

c) Os sinais interpretativos - placas para explicar e interpretar os atractivos.

d) Os quiosques multimédia enquadrados em sistema informático desenvolvido pelo Turismo de Portugal - terminais que permitem a consulta de bases de dados de natureza turística e, em geral, o acesso a informação turística de âmbito nacional, regional e local;

3. Técnicas de Atendimento personalizado3.1. Hospitalidade /Assistência como atitude permanente

A hospitalidade é um conceito tão antigo quanto às formas mais remotas de actividade social, desde as mais arcaicas, tanto no Ocidente como no Oriente; considerada como um atributo de pessoas e de espaços. A origem desta palavra vem do latim e que tem significado de acolhimento.

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Hospitalidade agrega valor ao tratamento dispensado às pessoas, que devem ser recebidos como hóspedes quaisquer que sejam as empresas / instituições. E isto pode ser adoptado no primeiro sector (serviços públicos), em empresa com fins lucrativos e já tem sido incorporado nas ONG’s.

Componentes da hospitalidade:

Existem detalhes que envolvem como receber as pessoas, seja em casa, no trabalho, num centro de compras e outros lugares. Então o que um profissional deve saber para acolher bem, mesmo que não seja um profissional do ramo hoteleiro?

Quando recebemos visita em casa, a comida e a bebida é uma das primeiras coisas que providenciamos. Toda a arrumação e a limpeza é feita com antecedência e procuramos oferecer distracções ou diversões. Caso o visitante passe mais tempo, oferecemos uma cama aconchegante...

Hoje, os estudiosos de administração de serviços já relaciona a hospitalidade como um Valor que toda empresa deveria cultivar, a fim de antecipar-se às necessidades dos clientes

Implementação

A hospitalidade pode ser adoptada na melhoria da prestação de serviços em estabelecimentos como: bancos hotéis, pousadas

hospitais e clínicas odontológicas

academias e clubes

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shopping centers

A imaginação do turista

O turista é aquele que conquistou o privilégio da mobilidade espacial no mundo contemporâneo, uma mobilidade que depende do tamanho do seu privilégio Um privilégio que também pode ser encarado como uma enorme perda: não há como um turista deixar de imaginar que onde quer que ele esteja desfrutando momentos de satisfação, bem estar e segurança, poderia estar em outra parte.

É preciso saber lidar com a imaginação do turista pois é ela que o move a chegar e a partir de uma localidade. Em princípio, não há razão para ele se prender a um lugar específico por mais tempo do que o necessário para satisfazer o pássaro irrequieto de sua imaginação. E nada é mais angustiante para alguém que é movido pela paixão de conhecer o mundo do que perder a liberdade de escolher o seu destino.

Decorre desta inconstância da imaginação do turista os maiores desafios para aquelas localidades que são projectadas para propiciar hospitalidade aos visitantes. Para que estes se sintam bem em um local é preciso que esqueçam por um período todos os outros destinos que lhes escapam. E não há património ecológico, histórico ou cultural ou mesmo evento que possa prescindir de um lugar considerado belo pelo visitante, comida e bebida agradáveis, e uma boa companhia para aquelas conversas que não têm hora para começar, em que as palavras não saem apressadas atropelando umas às outras, e ninguém sente incómodo com o silêncio entre um assunto e outro.

O anseio por segurança

A liberdade de movimento do turista ocorre em um tempo e um espaço que ameaçam a sua segurança e colocam em risco o seu bem estar e a sua vida. A competição do mercado de trabalho e a ameaça de desemprego, as redes criminosas, a violência urbana, a corrupção governamental, os alimentos contaminados, a solidão e o desamparo na velhice são os temores que provocam no turista o desejo de fuga, nem que seja efémera, para um local seguro e confortável.

Compreendida desta forma ampla, a segurança envolve desde a protecção contra as ameaças à integridade física por parte da violência das grandes cidades, serviços médicos e sanitários adequados e alimentação saudável, até a sensação de abrigo em uma noite fria, o aconchego de uma companhia que nos livre da solidão e com quem possamos compartilhar experiências e afectividade.

Outro dilema que não pode ser desconsiderado: embora o turista queira protecção contra os males mencionados, muitas vezes é ele próprio que os traz em sua bagagem. É um enorme paradoxo tentar impedir que o visitante leve à deterioração das condições de bem estar e segurança locais sem restringir a sua liberdade.

Hospitalidade, então, não pode ser confundida com a cordialidade superficial e indiferente dos vendedores e prestadores de serviços. É possível que até implique na necessidade de polidez e afabilidade nos primeiros contactos, mas é necessário que seja muito mais do que a troca de expressões superficiais entre compradores e vendedores, para significar proteger o visitante do perigo, da rotina que entedia, do cansaço e da doença. Significa, pois, garantir segurança ao visitante cuidando para que ele esteja livre das ameaças que colocam sua vida e o seu bem estar em risco.

Hospitalidade é considerar todos os visitantes como bem-vindos, compartilhando com eles o bem estar e a segurança que também não nos faltam. Hospitalidade é a generosidade de um agrupamento humano, seja uma comunidade, etnia, cidade, nação, estado ou país. É a ternura da gente de um lugar em relação ao estrangeiro e os seus mistérios, enquanto este também imagina os seus anfitriões como uma gente misteriosa e nem por isso deixou de visitá-la. A hospitalidade é, portanto, um encontro bem sucedido entre mistérios: Civilização não quer dizer outra coisa

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3.2. Tipologias de clientes3.2.1. Clientes individuais/Grupos

A tipologia de Cohen apresenta as seguintes categorias:

a) Turista de massas organizadob) Turista de massas individualc) Turista exploradord) Turista “sem destino”.

a) Turista de massas organizado

Corresponde à imagem estereotipada de “turista”.

Características:

- Visita o seu destino viajando em autocarro com ar condicionado;- Num itinerário inflexível previamente acordado com a agência de viagens;- Fica em hotéis que recriam o ambiente do seu país;- Não toma praticamente nenhuma decisão;- Em todas as fases da viagem é separado de contactos com a cultura do país anfitrião;- Numa viagem do tipo “sol e praia” o turista permanece dentro do complexo da unidade

hoteleira onde se encontra.

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- Não se aventura a sair dessa “redoma ambiental”.- Não se afasta verdadeiramente do seu meio social.-

O turista interno ou doméstico que viaje em “package” também se inclui nesta categoria.

b) Turista de massas individual

Semelhante ao turista de massas organizado.

Características:

- A escolha das férias ou viagens é organizada através de um operador turístico - frequenta os locais de massas;

- Tem, no entanto, um certo grau de poder de decisão e controlo pessoais – escolhe o itinerário.

- Combina a familiaridade com um certo grau de novidade;- Confia no sistema turístico estabelecido, mas procura ocasionalmente um escape para

sair da sua “redoma ambiental”.

c) ExploradorCaracterísticas:

- Faz os seus próprios preparativos para a viagem;- Tenta evitar ao máximo o “circuito” turístico, afastando-se dos locais frequentados pelas

massas;- Faz tentativas de ligação com as gentes e culturas locais:

o Aprende a línguao Procura restaurantes e acontecimentos locais

- Porém, procura um grau razoável de conforto e segurança;- Apesar de ser capaz de fugir à “redoma ambiental” mantém alguns dos valores e rotinas

do seu quotidiano.

d) “Sem destino”É o oposto do turista de massas organizado.

Características:

- Tenta submergir nas comunidades locais vivendo e trabalhando com os autóctones/nativos do país que visita;

- Não tem itinerário fixo e acaba por ficar submerso na cultura e costumes locais;- Evita todo e qualquer contacto com o sistema institucionalizado do turismo – a cultura

local considera o turismo e os turistas falsos.- A fuga da redoma do ambiente familiar é quase completa.

4. Informação turística4.1. Animação, promoção e informação turística

A Animação, promoção e informação turística são actividades importantes para desenvolver e dar a conhecer um destino turístico. Sem a animação o turista não se diverte e a sua divulgação boca-a-boca não será feita. Sem a promoção o turista não tem conhecimento do destino, sendo que nunca o irá visitar. A informação turística surge como forma de informar as actividade e locais a visitar num

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determinado destino. Estes três pontos são importantíssimos para o desenvolvimento favorável de um determinado destino turístico.

4.1.1. A região: Levantamento dos principais recursos turísticos

Uma região pode ser qualquer área geográfica que forme uma unidade distinta em virtude de determinadas características. Em termos gerais, costumam, mas não necessariamente, ser menores que um país.

A divisão e administração territorial diferem, de facto, de país para país, concretizando-se segundo políticas próprias e tendo em conta particularidades geográficas, étnicas, históricas, económicas, ecológicas, entre outras.

Para o levantamento dos recursos turísticos deverá ser efectuadas as seguintes acções:

Inventariação dos recursos turísticos

Realização de levantamentos, sistematização e disponibilização de informações sobre o conjunto de recursos turísticos de uma determinada área.

Avaliação dos produtos turísticos Estudo sobre o comportamento e caracterização de determinado segmento da oferta turística de uma área.

4.1.2. Património e aspectos culturais

Património cultural é o conjunto de todos os bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor próprio, devam ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo.

O património é a nossa herança do passado, com que vivemos hoje, e que passamos às gerações vindouras.

Do património cultural fazem parte bens imóveis tais como castelos, igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos, e ainda locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia, a paleontologia e a ciência em geral. Nos bens móveis incluem-se, por exemplo, pinturas, esculturas e artesanato. Nos bens imateriais considera-se a literatura, a música, o folclore, a linguagem e os costumes.

4.1.3. Desportos

Desporto é uma actividade física sujeita a determinados regulamentos e que geralmente visa a competição entre praticantes. Para ser desporto tem de haver envolvimento de habilidades e capacidades motoras, regras instituídas por um confederação regente e competitividade entre opostos. Algumas modalidades desportivas se praticam mediante veículos ou outras máquinas que não requerem realizar esforço, em cujo caso é mais importante a destreza e a concentração do que o exercício físico. Idealmente o desporto diverte e entretém, e constitui uma forma metódica e intensa de um jogo que tende à perfeição e à coordenação do esforço muscular tendo em vista uma melhora física e espiritual do ser humano. As modalidades desportivas podem ser colectivas, duplas ou individuais, mas sempre com um adversário.

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Também podemos definir desporto como um fenómeno sociocultural, que envolve a prática voluntária de actividade predominantemente física competitiva com finalidade recreativa ou profissional, ou predominantemente física não competitiva com finalidade de lazer, contribuindo para a formação, desenvolvimento e/ou aprimoramento físico, intelectual e psíquico de seus praticantes e espectadores. Além de ser uma forma de criar uma identidade desportiva para um inclusão social.

A actividade desportiva pode ser aplicada ainda na promoção da saúde em âmbito educacional, pela aplicação de conhecimento especializado em complementação a interesses voluntários de uma comunidade não especializada

4.1.4. Gastronomia

A gastronomia (do grego antigo γαστρονομία; γαστρός ["estômago"] e νομία ["lei"/"conhecimento"]) é um ramo que abrange a culinária, as bebidas, os materiais usados na alimentação e, em geral, todos os aspectos culturais a ela associados. Um gastrónomo (gourmet, em francês) pode ser um(a) cozinheiro(a), mas pode igualmente ser uma pessoa que se preocupa com o refinamento da alimentação, incluindo, não só a forma como os alimentos são preparados, mas também como são apresentados, por exemplo, o vestuário e a música ou dança que acompanham as refeições.

Por essas razões, a gastronomia tem um foro mais alargado que a culinária, que se ocupa mais especificamente das técnicas de confecção dos alimentos. Um provador de vinhos é um gastrónomo especializado naquelas bebidas (e, muitas vezes, é também um gastrónomo no sentido mais amplo do termo).

O prazer proporcionado pela comida é um dos factores mais importantes da vida depois da alimentação de sobrevivência. A gastronomia nasceu desse prazer e constituiu-se como a arte de cozinhar e associar os alimentos para deles retirar o máximo benefício. Cultura muito antiga, a gastronomia esteve na origem de grandes transformações sociais e políticas. A alimentação passou por várias etapas ao longo do desenvolvimento humano, evoluindo do nómada caçador ao homem sedentário, quando este descobriu a importância da agricultura e da domesticação dos animais

4.1.5. Folclore

Folclore é um termo que em inúmeros ambientes provoca mal estar. Para os mais jovens é sinônimo de coisa ultrapassada, de velharia e é criticado por se prestar a paternalismos. Folclore e cultura popular possuem significados múltiplos e variados, constituindo conceitos complexos e confusos, não bem definidos.

Para Gramsci (1978) folclore é um aglomerado indigesto de fragmentos de todas as concepções que se sucederam na história. Ao mesmo tempo Gramsci considera o folclore como importante e diz que deve ser estudado e compreendido como concepção do mundo e da vida, em grande parte implícita, de determinados estratos da sociedade, em contraposição às concepções oficiais do mundo. Para Gramsci existe cultura popular na medida em que existe cultura dominante. Nesta perspectiva, segundo alguns, a cultura popular assumiria em face da cultura dominante uma posição diversa, contestadora de sua autoproclamada universalidade. A este respeito parece enriquecedora a hipótese de Bakhtin, destacada por Ginzburg (1987), de que existe uma influência recíproca entre a cultura das classes subalternas e a das classes dominantes, que funcionou especialmente durante a Idade Média e até a metade do século XVI.

Analisando relações entre a cultura dominante e a cultura popular, e o problema da circularidade entre ambas, o historiador Carlo Ginzburg (1987: 16/17) assume posição favorável ao conceito de cultura popular:

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“A existência de desníveis culturais no interior das assim chamadas sociedades civilizadas é o pressuposto da disciplina que foi aos poucos se autodefinindo como folclore, antropologia social, história das tradições populares, etnologia européia. Todavia, o emprego do termo cultura para definir o conjunto de atitudes, crenças, códigos de comportamento próprios das classes subalternas num certo período histórico é relativamente tardio e foi emprestado da antropologia cultural. Só através do conceito de ‘cultura primitiva’ é que se chegou de fato a reconhecer que aqueles indivíduos outrora definidos de forma paternalista como ‘camadas inferiores dos povos civilizados’ possuíam cultura. A consciência pesada do colonialismo se uniu assim à consciência pesada da opressão de classe. Dessa maneira foi superada, pelos menos verbalmente, não só a concepção antiquada de folclore como mera coleção de curiosidades, mas também a posição de quem distinguia nas idéias, crenças, visões do mundo das classes subalternas nada mais do que um acúmulo desorgânico de fragmentos de idéias, crenças, visões do mundo elaborados pelas classes dominantes provavelmente vários séculos antes. A essa altura começa a discussão sobre a relação entre a cultura das classes subalternas e a das classes dominadas. Até que ponto a primeira está subordinada à segunda? Em que medida, ao contrário, exprime conteúdos ao menos em parte alternativos? É possível falar em circularidade entre os dois níveis de cultura?”

Gramsci destaca elementos positivos e negativos no folclore. Suas concepções encontram-se difundidas entre intelectuais que se interessam pela cultura popular. Deve-se ressaltar contudo, que para o povo, o folclore não se constitui um aglomerado indigesto, mas um todo integrado. A visão do portador do folclore é totalizante e difere da visão do intelectual, que, como Gramsci, considera o folclore uma “bricolagem”, um aglomerado indigesto de fragmentos de concepções diferentes (Ver Ferretti, S. 1990). Ginzburg, com vimos, critica a idéia de cultura popular em Gramsci, como acúmulo de fragmentos de idéias elaboradas pela classe dominante, preferindo a hipótese da circularidade entre cultura popular e erudita.

Para muitos, folclore eqüivale a cultura popular. Para outros, cultura popular eqüivale a cultura de massas e seria diferente do folclore. Com isso abre-se uma discussão interminável e considerada mesmo bizantina, que segundo Rita Segato de Carvalho (1992), começa a perder fôlego a partir dos anos 60 com mudanças ocorridas nas Ciências Sociais e devido a diversos fatores, uma vez que hoje dilui-se a preocupação com a elaboração de tipologias de culturas e de sociedades e também porque é difícil definir e diferenciar o que é e o que não é povo, como o que é e o que não é cultura popular.

A expressão cultura popular pode ser entendida como uma forma mais moderna de designar o folclore. A palavra folclore encontra-se desgastada e tem conotações pejorativas. A expressão cultura popular é também discutível. Alguns como Canclini (1983), propõem a expressão culturas do povo. O conceito de cultura popular, criticado sobretudo por cientistas sociais, vem sendo hoje largamente utilizado no âmbito da História. Isambert (1982) discute o renascimento do interesse pelo estudo de religião, cultura popular e festas, como temas interrelacionados e caracteriza múltiplas utilizações destes conceitos.

4.1.6. Artesanato

Inicialmente o que caracteriza o artesanato é a transformação da matéria-prima em objectos úteis, quem realiza esta actividade denomina-se artesão, este reproduz objectos que chegaram até ele através da tradição familiar ou cria novos de acordo com suas necessidades.

Para evidenciar melhor este conceito vamos definir o que não é artesanato.

1. A indústria têxtil ou manufactura não se encaixa neste conceito pois há o predomínio da máquina é a fábrica, ali se produz tecidos, aparelhos electrodomésticos, muitos objectos etc, quem trabalha neste local denomina-se operário.

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2. Artes puras ou desinteressadas, em que se produzem bens artísticos em estúdios ou ateliês. Os profissionais normalmente possuem elevados sentimentos estéticos e formação erudita. Estes denominam-se artistas.

3. Artes industriais ou ofícios - o lugar de trabalho é a oficina e os obreiros são artífices. A produção é mais ou menos organizada, e decompõe-se em várias fases ou operações elementares a que se costuma chamar de diversão do trabalho. Os objectos resultantes é criações de muitos, elas são produzidas em série embora não sejam obtidas em molde.

4. Industria popular ou caseira, onde a matéria-prima sofre transformação a fim de se transformar em bem económico.

Outras características do artesanato

Como sistema de trabalho que engloba os diversos processos de artesão, o artesanato assinala um avanço cultural e só apareceu como consequência da divisão de campo ocupacional no período histórico em que a precisão de meios de subsistência e os hábitos de vida em sociedade passaram a exigir maior produção de bens.

Sendo o artesanato uma manifestação de vida comunitária, o trabalho se orienta no sentido de produzir objectos de uso mais comum no lugar, seja em função utilitária, decorativa ou religiosa.

O artesanato é um sistema de trabalho do povo, se bem que pode ser encontrado em todas as camadas sociais e níveis culturais. Podendo ser denominado artesanato indígena, ou primitivo, folclórico ou semi-erudito, requintado.

O artesanato é prático, sendo informal sua aprendizagem. O que o artesão faz, cria-o ele próprio ou aprender na tenda artesanal da família ou do vizinho, observando como este fazia, pela vivencia e pela imitação, vendo-o trabalhar. Não se receber aulas teóricas; aprende-se a fazer, fazendo; pratica-se porque quer; age-se voluntariamente. Vai daí o acentuado cunho pessoal do trabalho artesanal, apesar da vulgaridade da maioria das peças produzidas nesse sistema.

Não se deve confundir artesanato, que é fonte de produção, com o produto dele resultante. Produto é coisa e artesanato é o conjunto de maneiras pelas quais a coisa é feita.

Importância do artesanato

No processo evolutivo da raça humana, a actividade económica deve ser examinada como etapa inicial. Sem trabalho, o homem não avança sequer um palmo na via esplêndida do progresso. E foram as mãos que abriram o caminho para a longa e vitoriosa jornada que ainda prossegue.

Desde tempos remotos, conforme vimos, o homem inventou e fez instrumentos, e descobriu processos que lhe aumentaram a eficácia da acção produtiva. À soma de tais possessos acreditamos poder chamar artesanato, embora nascente, porque, àquela época, eram as técnicas reduzidas em número e bastante elementares.

Além dessa sua importância histórica, o artesanato abrange outros valores, os quais hoje o tornam reconhecido, universalmente. Os povos mais desenvolvidos do mundo criam instituições destinadas ao seu incremento e o realizam mediante exposições periódicas e feiras anuais de objectos de arte popular, com distribuição de prémios aos primeiros artesãos colocados, levantamentos de mapas artesanais, amparo comercial e outras medidas inteligentes.

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