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DIREITO CONSTITUCIONAL
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DIREITO
CONSTITUCIONAL
Prof. MÁRCIO TADEU Prof. THIAGO CARDOSO
AULA 01. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ................................................................ 03
AULA 02. EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ....................................... 21
AULA 03. TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS................................ 27
AULA 04. DIREITOS INDIVIDUAIS........................................................................... 38
AULA 05. DIREITOS SOCIAIS.................................................................................... 91
AULA 06. NACIONALIDADE.................................................................................. 105
AULA 07. DIREITOS POLÍTICOS............................................................................ 115
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AULA 08. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ............................................................. 125
AULA 09. PODER EXECUTIVO .............................................................................. 146
AULA 10. PODER LEGISLATIVO ......................................................................... 156
AULA 11. PROCESSO LEGISLATIVO...................................................................... 175
AULA 12. PODER JUDICIÁRIO ............................................................................ 193
AULA 13. FUNÇÕES ESSENCIAIS DA JUSTIÇA...................................................... 213
AULA 14. DEFESA DO ESTADO E DAS
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ........................................................... 223
AULA 15. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................ 236
AULA 16. DA ORDEM SOCIAL ............................................................................ 248
EXERCÍCIOS no final de cada aula.
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AULA 01 - NOÇÕES INICIAIS DO DIREITO CONSTITUCIONAL
Os princípios são o alicerce e ao mesmo tempo as finalidades máximas do ordenamento jurídico, buscando
assegurar os valores que o compõem.
Dentre outras utilidades, eles servem:
1. Como balizas interpretativas;
2. Como parâmetros para a revogação de normas que sejam a eles contrárias;
3. Como limite ao legislador e ao julgador;
4. Como fontes de Direito aptas a preencherem lacunas e como regras a serem aplicadas em casos concretos.
“PREÂMBULO”
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir
um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade,
a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.”
COMENTÁRIOS:
Qual a natureza do preâmbulo? Segundo o STF, o preâmbulo não é uma norma constitucional, ele tem uma função
interpretativa. Não é norma de repetição obrigatória nas constituições estaduais. O preâmbulo não pode ser usado como
parâmetro no controle de constitucionalidade.
➔ A palavra Deus no preâmbulo fere a laicidade (característica de ser laico), o Brasil não tem religião oficial?
Não, pois o Preâmbulo não é norma constitucional. Cada religião irá achar Deus de forma diferente, o preâmbulo
não fala quem é Deus.
TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I. a soberania;
II. a cidadania;
III. a dignidade da pessoa humana;
IV. os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V. o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.
Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I. Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II. Garantir o desenvolvimento nacional;
III. Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
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IV. Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I. independência nacional;
II. prevalência dos direitos humanos;
III. autodeterminação dos povos;
IV. não intervenção;
V. igualdade entre os Estados;
VI. defesa da paz;
VII. solução pacífica dos conflitos;
VIII. repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX. cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X. concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.
COMENTÁRIOS:
Existem diversas espécies de princípios. Por hora, nos limitaremos a tratar dos princípios constitucionais, que são
aqueles presentes na Constituição, relacionando-se mais particularmente com o direito constitucional, de modo que
são voltados à sistematização de questões fundamentais do Estado. Tais princípios consubstanciam a ideologia
inspiradora da Constituição, traduzindo as decisões políticas fundamentais do legislador constituinte.
É que a característica marcante da maioria das Constituições é o fato de elas definirem os traços fundamentais do
Estado, enumerando sua organização política e governamental. Os dispositivos constitucionais que se encarregam
dessa função, são considerados matrizes do sistema, sendo denominados princípios fundamentais.
Desse modo, os princípios fundamentais são espécie de princípios constitucionais que apontam as valorações
políticas fundamentais do legislador constituinte. Eles funcionam como guias de interpretação e de integração, dando
unidade e coerência a todo o sistema constitucional.
Os princípios fundamentais estão inseridos na Constituição Federal, em seu Título I – “Dos Princípios
Fundamentais”, que abrange do artigo 1º ao 4º.
Segundo José Afonso da Silva, os princípios fundamentais da Constituição de 1988 dividem-se em:
a. Princípios relativos à existência, forma e tipo de Estado – princípio federalista, soberania, Estado Democrático
de Direito (art. 1º);
b. Princípio relativo à forma de governo – princípio republicano (República, art. 1º);
c. Princípio relativo à organização dos Poderes – separação de Poderes (art. 2º);
d. Princípios relativos à organização da sociedade – princípio da livre organização social, princípio da
convivência justa e princípio da solidariedade (art. 3º, I);
e. Princípios relativos à vida política – princípio da cidadania, princípio da dignidade das pessoas e princípio do
pluralismo político (art. 1º, II, III e V);
f. Princípios relativos ao regime democrático – princípio da soberania popular, princípio da representação política
e princípio da participação popular direta (art. 1º, parágrafo único);
g. Princípios relativos à prestação positiva do Estado – princípio do desenvolvimento nacional (arts. 3º, II e 4º,
I), princípio da justiça social (art. 3º, III) princípio da integração regional (art. 3º, III, segunda parte) e princípio
da não-discriminação (art. 3º, IV);
h. Princípios relativos à comunidade internacional – tais são os da independência nacional, da prevalência dos
direitos humanos, da autodeterminação dos povos, da não-intervenção, da igualdade entre os Estados, da defesa
da paz, da solução pacífica dos conflitos e do repúdio ao terrorismo e ao racismo (art. 4º) e o da integração da
América Latina (art. 4º, parágrafo único).
“Art. 1°. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos...”:
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“As formas de governo são formas de vida do Estado, revelam o caráter coletivo do seu elemento humano,
representam a reação psicológica da sociedade às diversas e complexas influências de natureza moral, intelectual,
geográfica, econômica e política através da história.” (Darcy Azambuja)
Configura-se uma enorme discussão entre formas de governo e formas de estado. Os alemães denominam
forma de estado aquilo que os franceses conhecem como forma de governo.
Como forma de estado, têm-se a unidade dos ordenamentos estatais; a sociedade de Estados (o Estado Federal,
a Confederação, etc) e o Estado simples ou Estado unitário.
Como forma de governo, têm-se a organização e o funcionamento do poder estatal, consoante os critérios
adotados para a determinação de sua natureza. Os critérios são:
a) o número de titulares do poder soberano;
b) a separação de poderes e suas relações;
c) os princípios essenciais que animam as práticas governativas e o exercício limitado ou absoluto
do poder estatal.
O primeiro critério tem o prestígio do nome de Aristóteles e sua afamada classificação das formas de governo.
Os dois últimos são mais recentes e demonstram a compreensão contemporânea do processo governativo e sua
institucionalização social.
As concepções históricas das Formas de Governo
A mais antiga e célebre concepção das formas de governo e, inexoravelmente, a concebida por Aristóteles. Em
seu livro “Política” expõe a base e o critério que adotou: “Pois que as palavras constituição e o governo é a autoridade
suprema nos Estados, e que necessariamente essa autoridade deve estar na mão de um só, de vários, ou a multidão usa
da autoridade tendo em vista o interesse geral, a constituição é pura e sã; e que s e o governo tem em vista o interesse
particular de um só, de vários ou da multidão a constituição é impura e corrompida.”
Aristóteles adota, pois, uma classificação dupla. A primeira divide as formas de governo em puras e impuras,
conforme a autoridade exercida. A base desta classificação é pois moral ou política.
A segunda classificação é sob um critério numérico; de acordo com o governo, se ele está nas mãos de um só,
de vários homens ou de todo povo.
Ao combinar-se o critério moral e numérico Aristóteles obteve:
Formas Puras:
• MONARQUIA: governo de um só
• ARISTOCRACIA: governo de vários
• DEMOCRACIA: governo do povo
Formas Impuras:
• OLIGARQUIA: corrupção da aristocracia
• DEMAGOGIA: corrupção da democracia
• TIRANIA: corrupção da monarquia
Os escritores políticos romanos acolheram com reservas a classificação de Aristóteles. Alguns como Cícero
acrescentaram às formas de Aristóteles uma quarta: a forma mista de governo.
O governo misto aparece para a redução dos poderes da monarquia, aristocracia e democracia mediante
determinadas instituições políticas, tais como um Senado aristocrático ou uma Câmara democrática.
Como forma de exemplificação têm-se a Inglaterra, na qual, o quadro político combina três elementos
institucionais: a Coroa monárquica, a Câmara aristocrática e Câmara democrática ou popular; tendo assim, um governo
misto exercido pelo “Rei e seu Parlamento”.
FORMA DE GOVERNO
É a maneira pela qual é exercida a função da chefia do Estado. Ela pode ser uma Monarquia ou República.
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Monarquia - Define-se pela existência de uma casa real (realeza), onde determinada família é
guardiã das tradições culturais e históricas da sociedade. O chefe da família real é o chefe de Estado.
República - A função de guardião do país pertence ao Estado, que é uma organização pública. Para
que o Estado exerça esta função é necessário que alguém assuma sua direção.
SISTEMA DE GOVERNO
É a forma pela qual os governos se organizam.
Monocrático - As funções executivas e legislativas estão sob a tutela de um chefe supremo (religioso,
militar ou de um partido)
Parlamentarista - As chefias de Estado e de governo estão separadas. O rei ou presidente (conforme
a forma de governo) é o chefe de Estado e o 1º ministro é o chefe de governo. No sistema
Parlamentarista a população elege seus representantes (deputados) e os partidos que obtiverem a
maioria irão constituir o governo e indicar o 1º ministro.
Presidencialismo - A chefia de Estado e de Governo são exercidas pela mesma pessoa, que é escolhida
diretamente pelo eleitorado.
OBS: O governo presidencial é organizado autonomamente pelo presidente e chefiado por ele. O
governo parlamentar é organizado pelo parlamento e chefiado por um parlamentar, aceito pela
maioria dos deputados.
REGIMES POLÍTICOS
Regime político, na ciência política, é o nome que se dá ao conjunto de instituições políticas por meio das quais
um estado se organiza de maneira a exercer o seu poder sobre a sociedade. Cabe notar que esta definição é válida
mesmo que o governo seja considerado ilegítimo. Tais instituições políticas têm por objetivo regular a disputa
pelo poder político e o seu respectivo exercício, inclusive o relacionamento entre aqueles que detêm o poder político
(autoridade) e os demais membros da sociedade (administrados).
No mundo atual, a democracia tem sido um dos regimes mais exigidos pelo povo.
AUTORITARISMO: É caracterizada pela ênfase na autoridade do Estado em uma república ou união. É
controlado por legisladores não eleitos que usualmente permitem algum grau de liberdade individual.
Pode ser definido como um comportamento em que uma instituição ou pessoa se excede no exercício da
autoridade de que lhe foi investida. Há o abuso de poder e da autoridade, confundindo-se com o
despotismo.
DEMOCRACIA: O poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou
indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual. Uma democracia pode existir num
sistema presidencialistaou parlamentarista,republicano oumonárquico.
DITADURA: É um governo autoritário e antidemocrático. O ditador é considerado um líder repressor.
TOTALITARISMO: o Estado está normalmente sob o controle de uma única
pessoa, político, facção ou classe, não reconhece limites à sua autoridade e se esforça para regulamentar
todos os aspectos da vida pública e privada, sempre que possível. O totalitarismo é caracterizado pela
coincidência do autoritarismo(onde os cidadãos comuns não têm participação significativa na tomada de
decisão do Estado) e da ideologia (um esquema generalizado de valores promulgado por meios
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institucionais para orientar a maioria, senão todos os aspectos da vida pública e privada). Os regimes ou
movimentos totalitários mantêm o poder político através de uma propaganda pelo Estado, um partido
único que é muitas vezes marcado por culto de personalidade, o controle sobre a economia, a regulação
e restrição da expressão, a vigilância em massa e o disseminado uso do terrorismo de Estado.
FORMA DE ESTADO
Estado Federativo- Brasil, cada Estado membro é considerado um ente federativo, ou seja, dispõem de
certa autonomia, podendo dentre outras coisas ter uma Constituição Estadual , como a de São Paulo, Minas
Gerais, Bahia.... ou seja, nessa forma de regime, além da Constituição Federal os Estados Membros tem sua
Constituição e sua Autonomia (câmara dos vereadores é outros exemplo dessa autonomia, eles fazem leis
estaduais). No Brasil, outros entes federativos são os Municípios e. No caso dos Municípios a " Constituição"
é chamada lei Orgânica" Outro exemplo é os EUA .
Estado Unitário - não há essa divisão, valendo a mesma lei em todo território, é uma unidade única, são
geralmente Países de extensão territorial pequena, como A Dinamarca, a Colômbia o Congo e outros.
Confederação - é uma associação de Estados soberanos, usualmente criada por meio de tratados, mas que
pode eventualmente adotar uma constituição comum. A principal distinção entre uma confederação e uma
federação é que, na Confederação, os Estados constituintes não abandonam a sua soberania, enquanto que,
na Federação, a soberania é transferida para o Estado Federal. As confederações costumam ser instituídas
para lidar com assuntos cruciais como defesa, relações exteriores, comércio internacional e união
monetária.
NIVELAMENTO
A forma federativa do Estado teve sua origem nos Estados Unidos. As treze colônias britânicas da
América ao se tornarem independentes, estabeleceram um pacto de colaboração para se protegerem das ameaças da
antiga metrópole. Todavia, neste pacto havia o direito de secessão (direito de retirada), que os tornava fragilizados.
Para solucionar esse problema, os Estados estabeleceram uma forma federativa de estado em que não se permitiria mas
o direito de secessão. Assim, os Estados cederam parte da sua soberania para um órgão central, formando os Estados
Unidos da América.
- Movimento centrípeto (de fora para dentro): Os Estados cederam parcela de sua soberania
formando um órgão central. Federação dos Estados Unidos.
- Movimento centrífugo (do centro para fora): O Estado unitário descentralizou-se.
Federação do Brasil.
O federalismo brasileiro é chamado de Federalismo atípico, pois não resultou de um processo de agregação
daquilo que era separado, mais sim de um processo de desagregação do Império, transformando as províncias em
Estados.
PRINCÍPIOS :
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a. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS – quando a constituição outorga competências aos entes federados, está
dando-lhes autonomia para que administrem em suas respectivas áreas e legislarem sobre os assuntos de seu
interesse;
b. RIGIDEZ DA CONSTITUIÇÃO – para modificar ou retirar atribuições de um ente federado, é necessário
percorrer o árduo procedimento especial da emenda constitucional;
c. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE – o judiciário fiscaliza o exercício das competências atribuídas
pelo texto constitucional. Se o ente federado extrapola suas atribuições, o ato é eivado de inconstitucionalidade;
d. IMUNIDADE RECÍPROCA DE IMPOSTOS - um não pode exigir impostos do outro;
e. REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS; f. MECANISMOS DE INTERVENÇÃO DE UM ENTE SOBRE O OUTRO.
Autonomia – o art. 18 do texto constitucional conferiu aos entes federativos brasileiros autonomia político-
administrativa. Isso faz com que eles executem certas atividades com independência, sendo dotados das seguintes
capacidades:
1. de auto-organização, mediante a elaboração de suas constituições e leis orgânicas (Poder Constituinte
Decorrente);
2. de autogoverno, podendo eleger seus governadores e prefeitos, deputados estaduais ou distritais e vereadores;
3. de auto legislação, estando dotados de competências para elaborar sua legislação; e
4. de autoadministração, mantendo e prestando os serviços de seus interesses.
Para que haja autonomia, é necessário que os entes estatais sejam dotados de independência financeira. Desse
modo, os entes federativos são dotados de capacidade tributária, para instituírem e cobrarem seus tributos.
União Indissolúvel – os componentes da Federação não podem dissociar-se da estrutura federal, sob pena de
intervenção.
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Democracia – forma de governo em que o povo participa das tomadas de decisão. É o governo do povo, pelo
povo e para o povo. Pode ser democracia direta ou indireta.
Estado de Direito, estado em que todos estão submetidos às leis.
Fundamentos: Sustentáculo. Base, alicerce. Motivo, razão de ser.
“I. a soberania;
II. a cidadania;
III. a dignidade da pessoa humana;
IV. os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V. o pluralismo político”.
I. Soberania: o poder do Estado é soberano devendo ser reconhecido e acatado internamente (o poder Estatal é mais
forte e superior a qualquer outro poder) e externamente (o pode estatal deve ser reconhecido e respeitado por outras
nações).
II. Cidadania: esta palavra pressupõe a existência de direitos. Cidadão é o nacional (brasileiro nato ou naturalizado)
no gozo dos direitos políticos e participantes da vida de um Estado. Povo é o conjunto de nacionais de um Estado.
População é o conjunto de nacionais e estrangeiros que residem em um território.
III. Dignidade da pessoa humana: todo ser humano tem direito a uma existência plena e saudável. O ser humano foi
elevado ao patamar mais elevado pela Constituição, a fim de que seja impedida a sua degradação. Esse princípio
compreende a proteção e a promoção das condições fundamentais para uma vida adequada, o respeito a igualdade entre
os indivíduos, a garantia da independência e da autonomia do ser humano, a coibição de qualquer obstáculo que o
avilte ou que impeça o desenvolvimento do potencial de sua personalidade, bem como compreende a garantia e
efetivação de seus direitos essenciais inalienáveis O Estado existe em prol das pessoas que ele habitam.
IV. Valor social do trabalho: o trabalhador não pode ser visto como mero produtor de riquezas, mas sim o trabalho
deve ser tido como o instrumento para a obtenção dos direitos sociais e a manutenção de uma vida digna.
V. Livre iniciativa: indica a liberdade da empresa como também do trabalho, abrangendo todas as formas de produção,
individuais ou coletivas, como por exemplo as iniciativas cooperativa, auto-gestionária e pública o Estado não deverá
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opor empecilhos à liberdade do empreendedorismo humano. Este princípio, em conjunto com o princípio da livre
concorrência, consagram o capitalismo presente da Constituição de 1988. (Ver art. 170).
VI. Pluralismo político: indica a liberdade de expressão das ideias políticas e a liberdade de associação por identidade
ideológica.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
O povo é o titular do poder estatal. O poder é elemento essencial em qualquer organização social, elemento este
capaz de fazer prevalecer determinadas vontades em prol do bem comum. A ideia do poder como algo inerente ao
povo surge a partir da Idade Média e toma força com o passar do tempo, evoluindo ao juízo atual de que o poder, para
que seja considerado legítimo, deve ser consentido pelo povo que a ele se submete.
O exercício do poder pode ser direto, por meio do voto, da iniciativa popular, do plebiscito e do referendo ou
indireto, por meio dos representantes do povo eleitos.
PODER CONSTITUINTE:
É a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. O Poder
constituinte é o poder que tudo pode.
Titularidade do Poder Constituinte: é predominante que a titularidade do poder constituinte pertence ao
povo. Logo, a vontade constituinte é a vontade do povo expressa por meio de seus representantes.
Espécies: A - PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO - Estabelece a Constituição de um novo Estado, organizando-se e
criando os poderes destinados a reger os interesses de uma sociedade. Não deriva de nenhum outro, não sofre qualquer
limite e não se subordina a nenhuma condição. Ocorre Poder Constituinte no surgimento da 1ª Constituição e também
na elaboração de qualquer outra que venha depois.
Características:
• Inicial - não se fundamenta em nenhum outro; é a base jurídica de um Estado;
• Autônomo / ilimitado - não está limitado pelo direito anterior, não tendo que respeitar os limites
postos pelo direito positivo anterior; não há nenhum condicionamento material;
• Incondicionado - não está sujeito a qualquer forma pré-fixada para manifestação de sua vontade; não
está submisso a nenhum procedimento de ordem formal
B - PODER CONSTITUINTE DERIVADO - também chamado Instituído ou de segundo grau – é secundário,
pois deriva do poder originário. Encontra-se na própria Constituição, encontrando limitações por ela impostas:
explícitas e implícitas.
Características: • Derivado - deriva de outro poder que o instituiu, retirando sua força do poder Constituinte originário;
• Subordinado - está subordinado a regras materiais; encontra limitações no texto constitucional. Ex.
cláusula pétrea
• Condicionado – seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto da CF; é
condicionado a regras formais do procedimento legislativo. Este poder se subdivide em:
I) PODER DERIVADO DE REVISÃO OU DE REFORMA: poder de editar emendas à Constituição. Quem
exerce esse poder é o Congresso Nacional que, quando vai votar uma emenda ele não está no procedimento legislativo,
mas no Poder Reformador.
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II) PODER DERIVADO DECORRENTE: poder dos Estados, unidades da federação, de elaborar as suas
próprias constituições. São as Assembleias Legislativas dos Estados. Possibilita que os Estados Membros se auto
organizem. A Constituição de 1988 deu aos Municípios um status diferenciado do que antes era previsto, chegando a
considerá-los como entes federativos, com a capacidade de auto organizar-se através de suas próprias Constituições
Municipais que são denominadas Leis Orgânicas.
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III) PODER CONSTITUINTE DIFUSO : trata-se de mais um mecanismo de modificação da Constituição. Se por
um lado a mudança implementada pelo poder constituinte derivado reformador se verifica de modo formal, palpável,
por intermédio das emendas à Constituição, é importante salientar que a mutação constitucional surge enquanto um
processo informal de mudança da Constituição sem a necessidade de emendas ou revisão, ou seja, sem a atuação formal
do Poder Reformador. Originária do direito alemão, a mutação constitucional (chamada por alguns de vicissitudes
constitucionais, transições constitucionais, mudança material, mudança constitucional silenciosa, processo oblíquo ou
processo de fato) se configura na mudança do Texto constitucional por processos não previstos nas normas jurídicas,
por via da tradição, dos costumes, de alterações empíricas e sociológicas, pela interpretação judicial e pelo
ordenamento de estatutos que afetam a estrutura orgânica do Estado.
IV) PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL: modernamente, alguns autores defendem uma nova
configuração do poder constituinte, o denominado poder constituinte supranacional. É visível que o mundo atual passa
por um fenômeno conhecido como “globalização”; todavia, não se pode negar que a globalização é o traço mais
relevante dos contornos assumidos pela atual estrutura internacional. Diante desta nova realidade, observa-se que, nos
dias atuais, tem havido uma maior cooperação intergovernamental, e, como consequência, tem o conceito de soberania
necessitado de reformulação, uma vez que os Estados não são auto-suficientes, ou seja, não operam individualmente
nas relações internacionais, mas, sim, interdependentemente.
Na soberania compartilhada, os Estados-membros não renunciam à sua soberania, tão-somente passam a exercê-
la de forma compartilhada com os outros Estados naquelas matérias expressamente previstas nos tratados; estes, sim,
são a base para a definição da distribuição de poderes (competências) entre a Comunidade e seus membros. Esta
limitação, que é uma característica da soberania compartilhada, é assegurada pelo chamado princípio da
subsidiariedade.
Em suma, neste modelo, não há perda da soberania, muito menos perda de parte desta, pois soberania não é algo
que se possa ter em maior ou menor grau: se é Estado, logo é soberano. A soberania é uma condição do Estado. O que
se propõe é o compartilhamento da soberania.
Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
Princípio da tripartição do poder: O poder estatal é uno e indivisível e pertence ao povo. O seu exercício é que é dividido entre diferentes órgãos de
acordo com a função precípua de cada um. Portanto, a teoria da separação do poder está centrada da repartição das
funções inerentes ao Estado e sua distribuição a entes diversos, o que tem sido denominado de divisão orgânica das
funções estatais:
A função legislativa é a de produzir normas para controlar a conduta dos cidadãos.
A função executiva é a de aplicar as normas, administrar o Estado e garantir a seu segurança.
A função judiciária visa garantir o cumprimento das normas e resolver os conflitos de
interesses havidos entre os cidadãos ou entre eles e o Estado.
As funções acima apontadas são as precípuas de cada um dos Poderes, sendo que um Poder acaba realizando
funções inerentes aos outros de forma secundária, justamente para que lhes seja garantida a independência recíproca.
Logo, a Constituição deverá estabelecer quais são as funções primordiais de cada Poder, permitindo que cada um deles
exerça subsidiariamente as funções dos demais, com vistas a assegurar a autonomia dos órgãos executores das funções
estatais.
Isso deve ocorrer justamente para evitar que um órgão necessite de outro para realização de determinada medida
incluída dentre as funções típicas deste último, o que prejudicaria a independência entre eles.
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Se assim não fosse, um Poder necessitaria dos outros para realizar tarefas básicas, como a aquisição de materiais,
contratação e demissão funcionários e aprovação de normas internas. Isso prejudicaria a independência entre eles,
característica primordial da teoria idealizada por Montesquieu.
Entretanto, é preciso atentar para o fato de que a independência entre os Poderes não pode ser irrestrita, já que,
conforme determina o SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS, as interferências de um Poder nos outros são
necessárias, a fim de que abusos sejam evitados e da conservação do equilíbrio do sistema.
Por isso mesmo é que existe a cooperação do Poder Executivo no processo legislativo, através do veto e do poder
de iniciativa. Da mesma forma, o Poder Judiciário poderá declarar inconstitucionais normas oriundas do processo
legislativo. Outra forma de interferência de um Poder em outro é o fato de o Legislativo funcionar como órgão
investigador e até mesmo julgador, em determinadas circunstâncias.
Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I. construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II. garantir o desenvolvimento nacional;
III. erradicar a pobreza e marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV. promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, e quaisquer outras formas
de discriminação”.
Os objetivos fundamentais da República constituem-se:
• Normas Programáticas, ou seja, representam um programa a ser atingido pelos governantes.
• Indicam as finalidades do Estado e
• Não geram direitos subjetivos.
“Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios”:
Trata-se aqui dos princípios das relações internacionais, que nortearão o Estado (Presidente da República e
Diplomatas) em suas relações internacionais.
I. Independência nacional: no sentido de soberania externa;
II. Prevalência dos direitos humanos: tais direitos assumem patamar de destaque no direito interno e no externo.
“Art. 84, VIII. Compete privativamente ao Presidente da república celebrar tratados, convenções
e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional...”;
Prevalência da Constituição, no Direito brasileiro, sobre quaisquer convenções internacionais, incluídas as de
proteção aos direitos humanos, que impede, no caso, a pretendida aplicação da norma do Pacto de São José: motivação.
A Constituição do Brasil e as convenções internacionais de proteção aos direitos humanos: prevalência da Constituição
que afasta a aplicabilidade das cláusulas convencionais antinômicas.
EC nº 45/2004 – art. 5º, §3º – Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.
III. Autodeterminação dos povos: rejeição a todo e qualquer poder colonizante, ou seja, o presente princípio
visa dar a cada Estado o direito de livre condição política, além da liberdade quanto ao desenvolvimento cultural,
econômico e social dos povos.
IV. Não-intervenção: a liberdade dos países pelos demais, ou seja, um Estado não deve intervir nos assuntos
de outro.
V. igualdade entre os Estados: Os Estados estão em pé de igualdade perante o Direito Internacional, qualquer
que seja a sua importância demográfica, econômica ou militar. Todos os Estados têm, em tese, os mesmos direitos e
deveres na comunidade das nações. A igualdade é considerada direito público subjetivo de todo Estado, uma vez que
não se trata de igualdade de fato, mas, de igualdade jurídica.
Princípio da reciprocidade: impede que o Brasil dispense tratamento diferenciado daquele que se recebe e está
focado, principalmente, na segurança nacional, nos interesses políticos, sócios econômicos e culturais.
VI. Defesa da paz: repúdio ao conflito armado, solidariedade entre os povos.
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VII. Solução pacífica dos conflitos: equacionamento dos conflitos pela via pacífica por meio da arbitragem
internacional, para problemas não jurídicos e pelos tribunais internacionais para problemas jurídicos.
VIII. Repúdio ao terrorismo e ao racismo:
– Terrorismo – uso de método criminoso ou violência para atingir determinados fins.
– Racismo – distinção em virtude de raça, cor, descendência, sexo, nacionalidade, religião, etnia.
IX. Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade: Há a cooperação com o objeto de alcançar
o progresso da humanidade. Solidariedade e auxílio mútuo.
X. Concessão de asilo político: Trata-se da proteção concedida ao estrangeiro perseguido em seu território por
delitos políticos, convicção religiosa, situação racial, excluídos aqueles previstos na legislação penal comum.
Ele pode ser de duas espécies: diplomático, quando concedido aos estrangeiros perseguidos
no seu próprio território e a concessão é feita pela própria representação diplomática brasileira no
exterior, onde se circunscreve a presença do estrangeiro; ou territorial, quando o Estado admite a
presença do estrangeiro no território nacional; tal asilo é concedido pelo Ministro da Justiça, por
prazo limitado, no máximo por dois anos, renovável enquanto subsistem as condições adversas.
01 – (MPE-RN/2017) - Os objetivos fundamentais da república brasileira são metas que o Estado deve promover
com força vinculante e imediata, servindo como norte a ser seguido em toda e qualquer atividade estatal. Nessa
acepção, a Constituição Federal aponta, expressamente, como objetivo fundamental a promoção
a) do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo e cor.
b) de uma sociedade livre, justa e solidária com repúdio ao racismo e ao terrorismo.
c) da erradicação da miséria e da marginalização e da redução da desigualdade nacional.
d) da autodeterminação dos povos e dos direitos humanos.
02 – (IBADE/PC-AC/2017) - Acerca do poder constituinte e controle de constitucionalidade, é correto afirmar:
a) O STF admite controle concentrado ou difuso de constitucionalidade de normas produzidas pelo poder constituinte
originário, aplicando a tese das “normas constitucionais inconstitucionais".
b) Um dos exemplos à limitação circunstancial do poder de reforma na CRFB/88 diz respeito às pessoas que poderão
propor emendas à Constituição (artigo 60, CRFB/88).
c) O poder constituinte originário é definido como permanente, pela possibilidade de se manifestar a qualquer tempo.
d) A CRFB/88 adota o entendimento de que o povo é o titular do poder constituinte, se filiando, portanto, à concepção
da teoria da soberania nacional cunhada por Emmanuel Sieyès.
e) As limitações materiais ao poder constituinte de reforma (artigo 60, § 4°, CRFB/88) significam a intangibilidade
literal da respectiva disciplina na Constituição originária.
03 – (TJ-MG/2017) - Constituem objetivos fundamentais da República do Brasil, EXCETO:
a) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
b) A garantia do desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das
desigualdades sociais e regionais.
c) a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
d) A defesa da paz, o repúdio ao terrorismo e a independência nacional.
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04 – ( ) - (CESPE/PREF. FORTALEZA/2017) - A respeito do poder constituinte, julgue o item a seguir. Não foram
recepcionadas pela atual ordem jurídica leis ordinárias que regulavam temas para os quais a CF passou a exigir
regramento por lei complementar.
05 – ( ) - (CESPE/PREF. FORTALEZA/2017) - O poder constituinte derivado reformador manifesta-se por meio
de emendas à CF, ao passo que o poder constituinte derivado decorrente manifesta-se quando da elaboração das
Constituições estaduais.
06 – (VUNESP/TJ-PA) - “Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação” consta da Constituição Federal de 1988 como um
a) dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
b) princípio da política urbana.
c) dos fundamentos do Estado Democrático de Direito.
d) princípio do direito constitucional.
e) princípio das relações internacionais da República Federativa do Brasil.
07 – (CESPE/DPF/2014) – ( ) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados,
municípios e Distrito Federal (DF), adota a federação como forma de Estado.
08 – (CESPE/DPF/2014) - ( ) O estabelecimento pela CF de que todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos seus termos, evidencia a adoção da democracia semidireta ou
participativa.
09 – (CESPE/TRE-PI/2016) - A respeito dos princípios fundamentais constantes da Constituição Federal de
1988 (CF), assinale a opção correta.
a) O Estado brasileiro, atendidos os requisitos legais, é obrigado a conceder asilo político a estrangeiro, em
decorrência de princípio orientador de suas relações internacionais constante na CF.
a) Princípios relativos à prestação positiva do Estado não figuram entre os princípios fundamentais constantes da
CF.
c) A eletividade e a temporariedade são conceitos inerentes ao princípio republicano extraído da CF.
d) Em decorrência do princípio federativo, há relação de hierarquia entre a União e os demais entes integrantes da
Federação.
e) Os objetivos da República Federativa do Brasil estão previstos expressamente em rol taxativo na CF.
10 – (CESPE/TRE-PI/2016) - A respeito dos princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (CF),
assinale a opção correta.
A) A soberania nacional pressupõe a soberania das normas internas fixadas pela CF sobre os atos normativos das
organizações internacionais nas situações em que houver conflito entre ambos.
B) A dignidade da pessoa humana não representa, formalmente, um fundamento da República Federativa do Brasil.
C) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa visam proteger o trabalho exercido por qualquer pessoa, desde
que com finalidade lucrativa.
D) Em decorrência do pluralismo político, é dever de todo cidadão tolerar as diferentes ideologias político-
partidárias, ainda que, na manifestação dessas ideologias, haja conteúdo de discriminação racial.
E) A forma federativa do Estado pressupõe a repartição de competências entre os entes federados, que são dotados de
capacidade de auto-organização e de auto-legislação.
11 - (VUNESP/DPE-MS) - No que se refere à interpretação da natureza jurídica do preâmbulo da Constituição,
segundo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
A) o preâmbulo da Constituição é normativo, apresentando a mesma natureza do articulado da Constituição e,
consequentemente, serve como paradigma para a declaração de inconstitucionalidade.
B) o preâmbulo da Constituição não constitui norma central, não tendo força normativa e, consequentemente, não
servindo como paradigma para a declaração de inconstitucionalidade.
C) o preâmbulo da Constituição possui natureza histórica e política, entretant
o, se situa no âmbito dogmático e, consequentemente, serve como paradigma para a declaração de
inconstitucionalidade.
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D) o preâmbulo da Constituição possui natureza interpretativa ou unificadora e traz sentido às categorias jurídicas da
Constituição e, portanto, trata-se de norma de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais.
12) – (Ano: 2018 Banca: DEPSEC Órgão: UNIFAP Prova: Administrador) Marque a alternativa CORRETA
sobre o sentido do termo “princípios fundamentais” da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de
outubro de 1988.
a) São diretrizes básicas que engendram decisões políticas imprescindíveis à configuração do Estado brasileiro,
determinando-lhe o modo e a forma de ser.
b) São os principais fundamentos sobre os quais repousam os ideais das repúblicas ocidentais, em especial as do
Continente americano.
c) São as regras de convivência harmônica entre os Três Poderes, sem levar em consideração as relações internacionais
nas quais o Estado brasileiro está vinculado.
d) São os fundamentos principiológicos circunscritos ao poder legiferante do Estado brasileiro que imiscuem por toda
a sociedade nacional, excetuando-se as comunidades tradicionais que recebem tratamento diferenciado em razão de
suas especificidades.
e) São aqueles que, em razão da estratégia do Estado, de sua profundidade, amplitude e magnitude, não podem ser
administrados indiscriminadamente a todas as pessoas, sob pena de causar danos irremediáveis ao mosaico cultural de
um povo miscigenado.
13) – (Ano: 2018 Banca: IESES Órgão: TJ-AM Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros) A República
Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos, EXCETO:
a) A dignidade da pessoa humana.
b) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
c) A soberania e a cidadania.
d) O monismo político.
14) (VUNESP/PC-SP)- São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si,
a) a Federação brasileira, os Estados e os Municípios.
b) o Ministério Público, a Defensoria Pública e a Procuradoria Geral do Estado.
C) o Congresso Nacional, o Senado e a Câmara dos Deputados.
D) o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
15) (FCC/MPE-PB) - Considere:
I. Pluralismo político.
II. Soberania.
III. Independência nacional.
IV. Prevalência dos direitos humanos.
V. Não-intervenção.
De acordo com a Constituição Federal, a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos princípios indicados APENAS em
a) II, IV e V.
b) I e II.
c) II, III e IV.
d) III, IV e V.
e) I, III, IV e V.
16 – ( ) - (CESPE/PREF. FORTALEZA/2017) - A respeito do poder constituinte, julgue o item a seguir. Com a
promulgação da CF, foram recepcionadas, de forma implícita, as normas infraconstitucionais anteriores de conteúdo
compatível com o novo texto constitucional.
17 - (IBEG/IPREV/2017) - Levando em consideração os itens abaixo, assinale a alternativa que contém apenas
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I) construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II) repudiar ao terrorismo e ao racismo;
III) conceder asilo político;
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IV) garantir a independência nacional.
a) I e II
b) Apenas I
c) II e IV
d) III e IV
e) I, II e IV
18 – (FUNCAB/PMGO) - De acordo com a Constituição Federal, são fundamentos da República Federativa do
Brasil previstos no Artigo 1º do Texto Constitucional, EXCETO:
A) a soberania e a cidadania.
B) o pluralismo político e a dignidade da pessoa humana.
C) a cidadania e a dignidade da pessoa humana.
D) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
E) concessão de asilo político e a independência nacional.
19- (IBADE/PREF. RIO BRANCO-AC/2017) - O fundamento da República Federativa do Brasil decorrente do
princípio do Estado Democrático de Direito, que consiste na participação política do indivíduo nos negócios do
Estado e até mesmo em outras áreas de interesse público é:
a) cidadania.
b) soberania.
c) dignidade da pessoa humana.
d) pluralismo político.
e) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
20 - (AOCP/2017)- De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil. Art. 4º A República
Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: Analise os itens
abaixo:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - o pluralismo político.
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
Estão CORRETOS os itens:
a) I- II- IV e V.
b) I- III- IV- V e VI.
c) I- II- III- V e VI.
d) Nenhuma das alternativas.
21 – (CESPE/PGE-SE/2017) - Quanto à forma, o Estado brasileiro é classificado como
a) democrático, embasado no princípio da igualdade.
b) republicano, fundamentado na alternância do poder.
c) republicano, sendo essa forma protegida como cláusula pétrea.
d) Estado democrático de direito.
e) federativo, sujeito ao princípio da indissolubilidade.
22 – (CONSULPLAN/SERES-PE/AGEPEN/2017) - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios, EXCETO:
a) Solução pacífica dos conflitos.
b) Autodeterminação dos povos.
c) Proibição de concessão ao asilo político.
d) Repúdio ao terrorismo e ao racismo.
21 – (CESPE/PGE-SE/2017) -A Constituição Federal de 1988 dispõe que os princípios fundamentais do Estado
brasileiro são
a) a Federação, a República, o Estado de direito e a democracia.
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b) o Estado unitário, o presidencialismo, o Estado de direito e a democracia.
c) a Federação, a República, o parlamentarismo e a democracia.
d) a Federação, a República, o presidencialismo e a democracia.
e) o Estado unitário, a República, o Estado de direito e a democracia.
24 – ( ) - (RN/CREA-SP/2017/ADAPTADA) - As relações internacionais da República Federativa do Brasil são
regidas pela prevalência dos direitos humanos.
25 – ( ) - (RN/CREA-SP/2017/ADAPTADA) - Dentre os objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil, encontramos a erradicação da pobreza e da marginalização, bem como a redução das desigualdades regionais.
26 – ( ) - (RN/CREA-SP/2017/ADAPTADA) - A igualdade entre Estados foi recepcionada na Constituição
Federal na esfera das relações internacionais.
27– ( ) - (RN/CREA-SP/2017/ADAPTADA) - A Constituição Federal acolheu os valores do trabalho e da livre
iniciativa como um de seus fundamentos.
28 – ( ) - (RN/CREA-SP/2017/ADAPTADA) - A garantia do desenvolvimento nacional caracteriza-se como um
dos fundamentos da República Federativa do Brasil, conforme preceito constitucional.
29 – ( ) - (MTBF/2017) – O Brasil adota a democracia direta ou participativa.
30 – ( ) - (MTBF/2017) – O Brasil adota a democracia indireta.
31 – ( ) - (FGV) - A Constituição Federal estabelece que, em determinadas situações, projetos de lei aprovados pelo
legislativo devem ser ratificados pela vontade popular. Esse procedimento é conhecido como referendo.
32 – ( ) - (PC-SP) - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si,
A) a Federação brasileira, os Estados e os Municípios.
B) o Ministério Público, a Defensoria Pública e a Procuradoria Geral do Estado.
C) o Congresso Nacional, o Senado e a Câmara dos Deputados.
D) o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
E) o Presidente da República, os Governadores e os Prefeitos.
33 – (FCC/MPE-PB) - Considere:
I. Pluralismo político.
II. Soberania.
III. Independência nacional.
IV. Prevalência dos direitos humanos.
V. Não-intervenção.
De acordo com a Constituição Federal, a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos princípios indicados APENAS em
A) II, IV e V.
B) I e II.
C) II, III e IV.
D) III, IV e V.
E) I, III, IV e V.
34 – (VUNESP/TJ-PA) - “Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação” consta da Constituição Federal de 1988 como um
A) dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
B) princípio da política urbana.
C) dos fundamentos do Estado Democrático de Direito.
D) princípio do direito constitucional.
E) princípio das relações internacionais da República Federativa do Brasil.
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35 – ( ) - (CESPE/DPF) – A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados,
municípios e Distrito Federal (DF), adota a federação como forma de Estado.
36 – ( ) - (CESPE/DPF/2014) - O estabelecimento pela CF de que todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos seus termos, evidencia a adoção da democracia semidireta ou
participativa.
37 – ( ) - (CESPE/TJ-SE) - O poder constituinte dos estados, dada a sua condição de ente federativo autônomo, é
soberano e ilimitado.
38 – ( ) - (CESPE/TJ-SE) - A despeito de serem entes federativos, os territórios federais carecem de autonomia.
39 – ( ) - (CESPE/SUFRAMA) - Compete à União e aos estados assegurar a defesa nacional. Entretanto, cabe
exclusivamente à União manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais,
situações nas quais representa a República Federativa do Brasil.
40 – ( ) - (CESPE/CADE) - Um bacharel em direito, analista jurídico do Ministério Público Federal, ocupante
de cargo privativo da área jurídica, poderá, se houver compatibilidade de horários, acumular outro cargo público,
desde que também privativo da área jurídica, ou um cargo de professor.
41 – ( ) - (CESPE/CADE) - A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende
os entes da Federação, que possuem a tríplice capacidade da autonomia: auto-organização, autogoverno e
autoadministração.
42 - A Constituição Federal estabelece que, em determinadas situações, projetos de lei aprovados pelo legislativo
devem ser ratificados pela vontade popular. Essas normas realizam o princípio fundamental da
A) soberania.
B) democracia.
C) participação.
D) dignidade.
E) República.
43 – ( ) - (CESPE/ABIN) - Constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil a promoção do bem
de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação. Dessa forma,
contraria a CF a exigência, contida em editais de concursos públicos, sem o devido amparo legal de limite de idade
mínima ou máxima para inscrição.
44 – ( ) - (CESPE/Assessor/TCE- RN) - De acordo com a CF, são fundamentos da República Federativa do Brasil
a soberania, a dignidade da pessoa humana e a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
45 – ( ) - (CESPE/Assessor/TCE- RN) - Entre os objetivos da República Federativa do Brasil, destaca-se a
valorização social do trabalho e da livre iniciativa, pois, por meio do trabalho, o homem garante sua subsistência e o
consequente crescimento do país.
46 – ( ) - (CESPE/Assessor/TCE- RN) - Constituem princípios que regem a República Federativa do Brasil em suas
relações internacionais, entre outros, a prevalência dos direitos humanos, da garantia do desenvolvimento nacional e
da autodeterminação dos povos.
47 – ( ) - (CESPE/TJ-RJ) - A República é uma forma de Estado.
48 – ( ) - (CESPE/SECONT-ES) - O termo Estado republicano refere-se não apenas a organizações institucionais,
mas a um compromisso social com a coisa pública, no exercício da tolerância, no respeito à identidade do homem,
dentro do prisma individual (pluralismo) e cultural.
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49 – ( ) - (CESPE/MPS) - O Estado federado nos moldes do brasileiro é caracterizado pelo modelo de
descentralização política, a partir da repartição constitucional de competências entre entidades federadas autônomas
que o integram, em um vínculo indissolúvel, formando uma unidade.
50 – ( ) - (CESPE/SERPRO)- A federação é uma forma de governo na qual há uma nítida separação de competências
entre as esferas estaduais, dotadas de autonomia, e o poder público central, denominado União.
51 – ( ) - (CESPE/ MPE-RN) - A federação é o sistema de governo cujo objetivo é manter reunidas autonomias
regionais.
52 – ( ) - (CESPE/MMA) - O modelo de federalismo brasileiro é do tipo segregador.
53 – ( ) - (CESPE/Promotor-MPE-RN) - O federalismo brasileiro, quanto à sua origem, é um federalismo por
agregação.
54 – ( ) - (CESPE/PGE-AL) - Doutrinariamente, entende-se que a formação da Federação brasileira se deu por meio
de movimento centrípeto (por agregação), ou seja, os estados soberanos cederam parcela de sua soberania para a
formação de um poder central. Isso explica o grande plexo de competências conferidas aos estados-membros
brasileiros pela CF se comparados à pequena parcela de competências da União.
55 – ( ) - (CESPE/ MPE-RN) - Uma das características comuns à federação e à confederação é o fato de ambas
serem indissolúveis.
56 – ( ) - (CESPE/ABIN) - O direito de secessão somente pode ocorrer por meio de emenda à CF, discutida e votada
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo ela considerada aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros.
57 – ( ) - (CESPE/PGE-AL) - A descentralização política, apesar de ocorrer em alguns países que adotam a forma
federativa de Estado, não é uma característica marcante do federalismo.
58 – ( ) - (CESPE/PGE-AL) - Quando da constituição de um Estado na forma federativa, os entes que passam a
compor o Estado Federal (estados-membros) perdem sua soberania e autonomia. Esses elementos passam a ser
característicos apenas do todo, ou seja, do Estado Federal.
59 – ( ) - (CESPE/PGE-AL) - Alguns dos elementos que asseguram a soberania dos estados-membros no
federalismo são a possibilidade de auto-organização por meio da elaboração de constituições estaduais e a existência
de câmara representativa dos estados membros.
60 – ( ) - (CESPE/PGE-AL) - As constituições dos estados organizados sob a forma federativa possuem, em regra,
instrumentos para coibir movimentos separatistas. No Brasil, a CF prevê a possibilidade de se autorizar a intervenção
da União nos estados para manter a integridade nacional e considera a forma federativa de Estado uma cláusula pétrea.
61 – ( ) - (CESPE/Oficial de Inteligência/ABIN) - A soberania popular é exercida, em regra, por meio da
democracia representativa. A Constituição Federal brasileira consagra, também, a democracia participativa ao prever
instrumentos de participação intensa e efetiva do cidadão nas decisões governamentais.
62 – ( ) - (CESPE/SEJUS-ES) - A CF adota o presidencialismo como forma de Estado, já que reconhece a junção
das funções de chefe de Estado e chefe de governo na figura do presidente da República.
63 – ( ) - (CESPE/TJRJ) - A expressão "Estado Democrático de Direito", contida no art. 1.º da CF, representa a
necessidade de se providenciar mecanismos de apuração e de efetivação da vontade do povo nas decisões políticas
fundamentais do Estado, conciliando uma democracia representativa, pluralista e livre, com uma democracia
participativa efetiva.
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64 – (IESES/TJ-RO) - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos,
EXCETO:
a) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
b) Bipartidarismo.
c) A dignidade da pessoa humana.
d) A soberania e a cidadania.
65 – (FUNDATEC/IGP-RS/2017) - De acordo com Marcelo Novelino, na obra Manual de Direito Constitucional:
“Uma série de obstáculos dificulta a tarefa de definir com precisão o que seja a dignidade da pessoa humana,
mas não impede a identificação de hipóteses nas quais ocorre sua violação no plano jurídico. Como já dito
anteriormente, a dignidade é uma qualidade intrínseca de todo ser humano, e não um direito conferido às
pessoas pelo ordenamento jurídico. A sua consagração como fundamento do Estado brasileiro não significa,
portanto, a atribuição de dignidade às pessoas, mas, sim, a imposição aos poderes públicos do dever de respeito,
proteção e promoção dos meios necessários a uma vida digna.” Segundo o autor, o dever que “impede a
realização de atividades prejudiciais à dignidade” é o de:
a) Promoção.
b) Amparo.
c) Proteção.
d) Respeito.
e) Agir.
66 – (FUNDATEC/IGP-RS/2017) - Assinale a alternativa incorreta:
a) De acordo com a posição mais recente do Supremo Tribunal Federal, a Corte não pode pronunciar, in concreto, a
inconstitucionalidade de lei estrangeira em face da Constituição sob a qual foi editada, ainda que o possam fazer as
autoridades judiciárias do Estado de origem da lei perante sua própria Constituição.
b) O descumprimento do Tratado, em tese, gera uma lide entre Estados soberanos, cuja resolução não compete ao
Supremo Tribunal Federal, que não exerce soberania internacional, máxime para impor a vontade de Estado estrangeiro
ao Chefe de Estado brasileiro, cogitando-se de mediação da Corte Internacional de Haia, nos termos do art. 92 da Carta
das Nações Unidas de 1945.
c) O sistema “belga” ou “da contenciosidade limitada”, adotado pelo Brasil, investe o Supremo Tribunal Federal na
categoria de órgão juridicamente existente apenas no âmbito do direito interno, devendo, portanto, adstringir-se a
examinar a legalidade da extradição.
d) Compete ao Presidente da República, dentro da liberdade interpretativa que decorre de suas atribuições de Chefe de
Estado, para caracterizar a natureza dos delitos, apreciar o contexto político atual e as possíveis perseguições contra o
extraditando relativas ao presente, caso permitido no Tratado respectivo; por isso que, ao decidir sobre a extradição de
um estrangeiro, o Presidente não age como Chefe do Poder Executivo Federal, mas como representante da República
Federativa do Brasil.
e) No campo da soberania, relativamente à extradição, é assente que o ato de entrega do extraditando é exclusivo, da
competência indeclinável do Presidente da República, conforme consagrado na Constituição, nas Leis, nos Tratados e
na jurisprudência do Egrégio Supremo Tribunal Federal.
67 – (FUNDEP/CRM-MG/2017) - Segundo o Art. 1º da Constituição, a República Federativa do Brasil é
formada pela união indissolúvel dos estados e municípios e do Distrito Federal, constituindo-se em Estado
democrático de direito que se baseia nos seguintes fundamentos:
a) soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo
político.
b) soberania, participação popular direta, dignidade da pessoa humana e liberdade associativa e partidária.
c) cidadania, pluralismo político, fraternidade e transitoriedade do exercício do poder político
d) soberania, solidariedade e justiça, defesa da paz e autodeterminação dos povos.
68 – (IESES/CRM-SC/2017) - Na Constituição Federal de 1988 encontram-se estampados os direitos
fundamentais ínsitos à necessidade humana, servindo de fulcro o princípio da dignidade da pessoa humana e o
princípio da igualdade (CF, art. 1º, 3º e 5º). Baseado nestes princípios podemos afirmar que:
I. A construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento nacional.
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II. A erradicação da pobreza e da marginalização, bem como a redução das desigualdades sociais e regionais e
prevalência dos direitos humanos.
III. A promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação.
IV. Não poderá ser assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva, em respeito a laicidade do estado.
A sequência correta é:
a) Apenas a assertiva III está correta.
b) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
c) Somente as assertivas I, II, III estão corretas.
d) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
69 – (COMPERVE/MPE-RN/2017) - Os objetivos fundamentais da república brasileira são metas que o Estado
deve promover com força vinculante e imediata, servindo como norte a ser seguido em toda e qualquer atividade
estatal. Nessa acepção, a Constituição Federal aponta, expressamente, como objetivo fundamental a promoção
a) do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo e cor.
b) de uma sociedade livre, justa e solidária com repúdio ao racismo e ao terrorismo.
c) da erradicação da miséria e da marginalização e da redução da desigualdade nacional.
d) da autodeterminação dos povos e dos direitos humanos.
70 – (CONSULPLAN/TJ-MG/2017) - Constituem objetivos fundamentais da República do Brasil, EXCETO:
a) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
b) A garantia do desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das
desigualdades sociais e regionais.
c) a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
d) A defesa da paz, o repúdio ao terrorismo e a independência nacional.
01.A 02.C 03.D 04.E 05.C 06.A 07.C 08.C 09.C 10.E
11.B 12.A 13.D 14.D 15.D 16.C 17.B 18.E 19.A 20.C
21.E 22.C 23.A 24.C 25.C 26.C 27.C 28.E 29.E 30.E
31.B 32.D 33.D 34.A 35.C 36.C 37.E 38.F 39.E 40.E
41.C 42.B 43.C 44.E 45.E 46.E 47.E 48.E 49.C 50.E
51.E 52.C 53.E 54.E 55.E 56.E 57.E 58.E 59.E 60.C
61.C 62.E 63.C 64.B 65.D 66.A 67.A 68.C 69.A 70.D
COMENTÁRIOS:
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02. a) O STF admite controle concentrado ou difuso de constitucionalidade de normas produzidas pelo poder
constituinte originário, aplicando a tese das “normas constitucionais inconstitucionais".
Errado. Essas normas, unidas as demais que estão no ponto mais alto da pirâmide de Kelsen são os parâmetros para o
controle de normas primárias, portanto não podem ser controladas.
b) Um dos exemplos à limitação circunstancial do poder de reforma na CRFB/88 diz respeito às pessoas que poderão
propor emendas à Constituição (artigo 60, CRFB/88). Limitações circunstanciais dizem respeito ao Estado
Constituional de Crises, já comentado pelos colegas.
c) O poder constituinte originário é definido como permanente, pela possibilidade de se manifestar a qualquer tempo.
Correto, permanece latente no seio social, esperando ser acordado por uma nova ConstiTuinte.
d) A CRFB/88 adota o entendimento de que o povo é o titular do poder constituinte, se filiando, portanto, à concepção
da teoria da soberania nacional cunhada por Emmanuel Sieyès. Errado. Sieyès falava em NAÇÃO e não em povo.
e) As limitações materiais ao poder constituinte de reforma (artigo 60, § 4°, CRFB/88) significam a intangibilidade
literal da respectiva disciplina na Constituição originária. Intangével é igual a intocável, aí está o erro. Tais limitações
podem ser alvo de alterações benéficas que somem direitos ao homem.
04. ERRADA. Se as leis pré-constitucionais em vigor no momento da promulgação da nova Constituição forem
compatíveis com esta, serão recepcionadas. Significa dizer que ganharão nova vida no ordenamento constitucional que
se inicia. Essas leis perdem o suporte de validade que lhes dava a Constituição anterior, com a revogação global desta.
Entretanto, ao mesmo tempo, elas recebem da Constituição promulgada novo fundamento de validade. Caso, na
vigência da Constituição antiga, fosse exigida lei ordinária para regular a matéria, e a nova Constituição tenha passado
a exigir Lei Complementar para o tratamento do mesmo assunto, a lei ordinária antiga (validamente produzida), sendo
materialmente compatível com a nova Constituição, será sem dúvida recepcionada, mas o será com status de lei
complementar. Exemplo concreto é o CTN (Lei 5.172/66), que, embora editado como lei ordinária – porque a
Constituição de 1946 nem mesmo previa leis complementares em seu processo legislativo -, possui hoje força de lei
complementar, uma vez que a Constituição exige lei complementar para dispor sobre normas gerais tributárias.
AULA 02 -EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
3.1. NORMAS DE EFICÁCIA PLENA
São as normas que têm aplicação imediata, independentemente de regulamentação posterior, não estando
passíveis de terem os seus efeitos restringidos posteriormente, conforme as palavras de José Afonso da Silva, são as
normas que Criam situações subjetivas de vantagem ou de vínculo, desde logo exigíveis. Podemos citar como exemplo
o artigo 44 da Constituição brasileira de 1988, in verbis: “O poder legislativo é exercido pelo Congresso Nacional,
que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal”.
Ora, o referido texto constitucional não requer qualquer tipo de norma o regulamentando. Ele é aplicado de
imediato, diz claramente quem exerce o poder legislativo no âmbito da União, o Congresso Nacional, e quem compõe
esse último. Não remete a sua regulamentação a nada, nem ao poder legislativo, nem ao pode executivo. Estabelece
como deve ser feito, sem precisar de qualquer complementação e sem possibilitar que seja regulado de outra forma.
Se todos os dispositivos da Lei Magna fossem redigidos dessa forma, não haveria a possibilidade de omissão
inconstitucional, todos poderiam exercer os seus direitos constitucionais de imediato. Entretanto, o ordenamento
jurídico não pode ficar engessado. Antes da Constituição da República de 1988, o país vivia uma fase chamada
patrimonialista, onde os gestores públicos agiam como verdadeiros donos do poder, o que dava margem para vícios
críticos, como o nepotismo.
O texto original da nossa atual Carta Política adotou inicialmente o modelo burocrático, de modo
a se contrapor de forma radical ao modelo anterior. Acontece que o modelo adotado inicialmente pelo
texto de 1988 trazia sérias amarras aos administradores, por isso as Emendas Constitucionais,
mormente a Emenda Constitucional número 19, trouxeram uma nova fase: a generalista.
Sendo assim, é importante que exista, em determinadas normas, a possibilidade das mesmas terem a sua
aplicação restringida, bem como a necessidade de que elas sejam reguladas posteriormente, em atividade conjunta dos
representantes dos estados, os senadores, e dos representantes do povo, os deputados federais, bem como, em outras
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situações, através de atuação dos gestores públicos. Dessa forma o país não estará totalmente amarrado, de modo que
o modelo gerencial poderá ser aplicado o que facilita sobremaneira o crescimento do país.
3.2 - NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA
São aquelas que não têm total aplicação imediata, dizemos “total”, pois, como já foi dito alhures, elas não deixam
de ter certa aplicação, entretanto, no que tange o direito subjetivo precípuo em que as mesmas se inserem, urge a
necessidade de existir uma norma infraconstitucional regulando a sua aplicabilidade, ou ainda mais, possibilitando a
sua aplicação.
Como exemplo, temos o inciso VII, do artigo 37 da Constituição Federal que, no que tange o direito de greve
dos servidores públicos, afirma: o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.
O dispositivo acima claramente impede a possibilidade dos servidores públicos de imediato realizarem greve, o que
ela faz é trazer a possibilidade da existência desse direito, porém condicionado à existência de lei regulando a referida
situação.
O perigo desses tipos de normas é possibilidade de, durante certo espaço de tempo, não haver a possibilidade do
exercício de determinados direitos previstos na Constituição.Assim, instrumentos como a Ação Declaratório de
Inconstitucionalidade por Omissão e o Mandando de Injunção são remédios essenciais para a efetivação de direitos
constitucionais.
3.3 -DAS NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA
Essas normas também têm eficácia plena, porém estão passíveis de serem restringidas pela atuação do legislador
infraconstitucional. Dessa feita, ao que parece, a denominação dada pelo professor Michel Temer nos parece mais
correta do que a dada pelo professor do Largo do São Francisco, pois aquele as denominam de normas de eficácia
restringível, pois, inobstante poderem ser aplicadas imediatamente, assim como acontecem com as denominadas
normas de eficácia plena, elas podem ter a sua aplicação diminuída no futuro, ou seja, podem ser restringidas.
O exemplo clássico desse tipo de norma é o artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Brasileira de 1988, que afirma:
“é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer”.
Pelo dispositivo supracitado, todos podem exercer qualquer profissão, mas existe a possibilidade das leis
regulamentares as profissões, assim sendo, todos podem exercer a medicina, desde que obedeçam ao que diz a lei que
regula a profissão, que exige que os médicos sejam formados em Ciências Médicas, da mesma forma que todos os
interessados podem ser advogados, desde que sejam bacharéis em Direito e que tenham sido aprovados no cada vez
mais difícil Exame da Ordem.
Se não existisse legislação regulamentando as profissões acima mencionadas, qualquer leigo poderia exercê-las,
isso acontece com algumas profissões, como, por exemplo, a borracheiro, de modo que qualquer pessoa pode exercer
o referido ofício, entretanto, caso venha uma lei que diga que para ser borracheiro é necessário que o cidadão seja
formado em “Ciências da Borracha”, haverá a necessidade de que os interessados em exercer a profissão em tela façam
o referido curso técnico ou superior.
A restrição das normas de eficácia contida pode acontecer de três formas:
1) por meio do legislador infraconstitucional (art. 5º, XIII e art. 95, parágrafo único, IV);
2) por outras normas constitucionais (arts. 136 a 141: vigência de estado de sítio e estado de defesa);
3) através de conceitos jurídicos indeterminados, como bons costumes, utilidade pública etc. (art. 5º, XXIV
e XXV).
RECAPTULANDO E NIVELANDO:
• Eficácia Plena – São de aplicação direta e imediata e independem de uma lei que venha mediar os seus efeitos.
As normas de eficácia plena também não admitem que uma lei posterior venha a restringir o seu alcance.
• Eficácia Contida – Assim como a plena é de aplicação direta e imediata não precisando de lei para mediar os
seus efeitos, porém, poderá ver o seu alcance limitado pela superveniência de uma lei infraconstitucional, por
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outras normas da própria constituição estabelece ou ainda por meio de preceitos ético-jurídicos como a moral
e os bons costumes.
• Eficácia Limitada – São de aplicação indireta ou mediata, pois há a necessidade da existência de uma lei para
“mediar” a sua aplicação. Caso não haja regulamentação por meio de lei, não são capazes de gerar os efeitos
finalísticos (apenas os efeitos jurídicos que toda norma constitucional possui). Pode ser:
• Normas de princípio programático ou Normas Programáticas Direcionam a atuação do Estado
instituindo programas de governo. As normas constitucionais programáticas também possuem eficácia jurídica
imediata, ainda que mínima, mesmo antes da edição de qualquer legislação regulamentadora, pois: revogam a
legislação ordinária que seja contrária aos princípios por ela instituídos, impedem a edição de leis contendo
dispositivos contrários ao mandamento constitucional, e estabelecem um dever legislativo para os poderes
constituídos, que podem incidir em inconstitucionalidade por omissão caso não elaborem a regulamentação
infraconstitucional que possibilite o cumprimento do preceito constitucional.
• Normas de princípio institutivo - Ordenam ao legislador a organização ou instituição de órgãos, instituições
ou regulamentos.
01 – (CESPE/SDS-PE/2016) - Quanto ao grau de aplicabilidade das normas constitucionais, as normas no texto
constitucional classificam-se conforme seu grau de eficácia. Segundo a classificação doutrinária, a norma
constitucional segundo a qual é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer é classificada como norma constitucional
a) de eficácia limitada.
b) diferida ou programática.
c) de eficácia exaurida.
d) de eficácia plena.
e) de eficácia contida.
02 - (FCC/MPE-PE/2014) - Possui eficácia limitada a norma constitucional segundo a qual:
a) é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer.
b) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
c) o servidor público estável só perderá o cargo mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
d) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
e) é assegurado à categoria dos trabalhadores domésticos o direito a décimo terceiro salário, com base na remuneração
integral ou no valor da aposentadoria.
03 – ( ) - (CESPE/TJ-SE/2014) - Acerca dos direitos fundamentais e do conceito e da classificação das constituições,
julgue os itens a seguir. Normas materialmente constitucionais encerram disposições a respeito de matéria tipicamente
constitucional, isto é, de elementos inerentes à constituição, ao passo que as normas formalmente constitucionais,
embora não tratem de matéria constitucional, são constitucionais, do ponto de vista eminentemente formal, somente
porque integram a constituição.
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04- (FCC/TRT16ª/2014) - Analise a seguinte norma constitucional inerente aos direitos sociais: Art. 8º: É livre
a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) IV - a assembleia geral fixará a contribuição
que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo
da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei. Trata-se de norma de
eficácia:
a) exaurida.
b) limitada.
c) plena.
d) contida.
e) programática.
05 – ( ) - (CESPE/Câmara dos Deputados/2014) - Conforme entendimento do STF, não é possível o exercício
do direito de resposta com o intuito de retificar matéria publicada em jornal impresso, por ser tal direito destituído de
eficácia plena, dada a não recepção da Lei de Imprensa pela CF.
06 – ( ) - (CESPE/Câmara dos Deputados/2014) - As normas constitucionais de eficácia contida gozam de
eficácia plena enquanto não houver restrição, podendo seus efeitos ser limitados apenas pela atuação do legislador
infraconstitucional.
07 – ( ) - (CESPE/Câmara dos Deputados/2014) - As normas constitucionais de eficácia limitada não produzem
qualquer efeito no momento de sua entrada em vigor, dada a necessidade de serem integradas por meio de emenda
constitucional ou de lei infraconstitucional.
08 – (FCC/TCE-PI/2014) - No tocante à eficácia e à aplicabilidade das normas constitucionais, as
a) definidoras dos direitos e garantias fundamentais são programáticas, dependendo sempre de regulamentação
infraconstitucional.
b) de eficácia contida ou prospectiva têm aplicabilidade indireta e imediata, não integral, produzindo efeitos restritos
e limitados infraconstitucionalmente quando de sua promulgação.
c) de eficácia limitada são de aplicabilidade mediata e diferida, mas sem vinculação com as normas
infraconstitucionais subsequentes, ou seja, sem relevância jurídica interpretativa e integrativa.
d) de eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral são aquelas normas que, no momento em que a
Constituição entra em vigor, já estão aptas a produzir todos os seus efeitos, independentemente de norma integrativa
infraconstitucional.
e) declaratórias de princípios programáticos veiculam programas a serem implementados pelos cidadãos, sem
interferência estatal, visando à realização de fins sociais e culturais.
09 - (FGV/CGE-MA/2014) - A Constituição Federal estabelece que é livre o exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Observadas as regras de
aplicabilidade das normas constitucionais, trata-se de norma considerada de eficácia:
a) plena.
b) organizacional.
c) contida.
d) institutiva.
e) programática.
10 – (CESPE/SUFRAMA/2014) - Em relação à aplicabilidade das normas constitucionais e às atribuições e
responsabilidades do presidente da República, julgue o item a seguir. As normas constitucionais de caráter
programático têm como destinatário principal o legislador, isto é, têm mais natureza de expectativas do que de
verdadeiros direitos subjetivos.
11 - (CESPE/MDIC/2014) - Considerando as disposições da CF sobre direitos e garantias fundamentais, direitos e
deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos, julgue
os itens que se seguem. Sendo a liberdade profissional norma constitucional programática, não pode a lei
infraconstitucional impor condições ao seu exercício.
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12 – (FGV/2016) - Consoante o Art. 5º, inciso XLV, da Constituição da República Federativa do Brasil,
“nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido”. Com os olhos voltados à classificação das normas constitucionais, é correto
afirmar que a interpretação desse comando normativo dá origem a uma norma constitucional
a) de eficácia plena e aplicabilidade integral.
b) de eficácia indireta e aplicabilidade contida.
c) de eficácia plena e aplicabilidade limitada.
d) de eficácia limitada e aplicabilidade mediata.
e) de eficácia contida e aplicabilidade direta.
13 - (FGV/TRT-12ª/2017) -Álvaro, Deputado Federal, solicitou à sua assessoria jurídica um parecer a respeito
da aplicabilidade do disposto no art. 5º, XIII, da Constituição Federal de 1988, que assegura, aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País, o livre “exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer”. De acordo com sua assessoria, esse tipo de comando, que dispõe
sobre a possibilidade de o seu alcance ser restringido pela legislação infraconstitucional, é considerado uma
norma:
a) de eficácia plena;
b) programática;
c) de eficácia limitada, de princípio institucional;
d) de eficácia variável;
e) de eficácia contida.
14 - (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/PE/2017) - Quanto à aplicabilidade, as normas programáticas
a) contêm todos os elementos imprescindíveis para permitir a produção imediata dos efeitos previstos.
b) produzem, ou têm possibilidade de produzir, desde a entrada em vigor da Constituição, todos os efeitos essenciais
que o constituinte tenha desejado regular.
c) definem objetivos cuja materialização depende de providências situadas além do texto constitucional, não possuindo,
portanto, aplicabilidade imediata.
d) regulam suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas permitem a atuação restritiva do poder
público nos termos que a lei estabelecer.
e) apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente após uma normatividade
posterior que lhes confira a aplicabilidade.
15 - (MPE-PR/MPE-PR/2017) -Sobre aplicabilidade das normas constitucionais, assinale a alternativa correta:
a) As normas programáticas têm por conteúdo princípios implícitos do ordenamento jurídico, enunciam programas
políticos não vinculantes e estampam fórmulas genéricas e abstratas. São providas, portanto, apenas de valor diretivo,
servindo unicamente de guia e orientação ao intérprete.
b) Normas imediatamente preceptivas são aquelas cujo fim é provocar uma sucessiva atividade legislativa que venha
disciplinar uma certa matéria em sentido conforme como aquilo que dispõem, fazendo-o em linhas gerais.
c) Normas programáticas stricto sensu têm, desde o momento de sua edição, eficácia direta ao Estado e aos cidadãos.
d) Normas de eficácia diferida trazem já definida, intacta e regulada pela Constituição a matéria que lhe serve de objeto,
que depois será apenas efetivada na prática mediantes atos legislativos de aplicação.
e) Normas programáticas lato sensu são aquelas com que o legislador, ao invés de regular imediatamente um certo
objeto, preestabelece a si mesmo um programa de ação, com respeito ao próprio objeto, obrigando-se a dele não se
afastar sem um justificado motivo.
16 - (IBADE/PC-AC/DELEGADO/2017) - José Afonso da Silva, em sua obra clássica “Aplicabilidade das normas
constitucionais”, formulou a classificação das normas constitucionais em: 1- normas constitucionais de eficácia
plena; 2- normas constitucionais de eficácia contida; e 3- normas constitucionais de eficácia limitada. Assinale
a alternativa que reflete hipótese de norma constitucional de eficácia limitada.
a) “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre, justa e
solidária".
b) "São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país”.
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c) “O alistamento eleitoral e voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos”.
d) "É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de
órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”.
e) "O civilmenle identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”.
17 - (CESPE/PREF. BH/PROCURADOR/2017) - Assinale a opção correta, com relação ao direito constitucional.
a) Expresso na CF, o direito à educação, que possui aplicabilidade imediata, é de eficácia contida.
b) De acordo com a doutrina dominante, a possibilidade de o município de Belo Horizonte editar a sua própria lei
orgânica provém do poder constituinte derivado decorrente.
c) Conforme entendimento do STF, é vedada a aplicação de multa ao poder público nas situações em que este se negar
a cumprir obrigação imposta por decisão judicial, sob o risco de violação do princípio da separação dos poderes.
d) O poder constituinte difuso manifesta-se quando uma decisão do STF altera o sentido de um dispositivo
constitucional, sem, no entanto, alterar seu texto.
18 - (CESPE/TJ-PR/2017) - Nossa Constituição, como a maioria das cartas políticas contemporâneas, contém
regras de diversos tipos, funções e naturezas, por postularem finalidades diferentes, mas coordenadas e inter-
relacionadas entre si, formando um sistema de normas que se condicionam reciprocamente. Algumas delas são
plenamente eficazes e de aplicabilidade imediata; outras são de eficácia reduzida, dependem de legislação que
lhes integre o sentido e determine sua incidência; não são de aplicabilidade imediata, mas são aplicáveis até
onde possam. José Afonso da Silva. Aplicabilidade das normas constitucionais. 6.ª ed. São Paulo: Malheiros,
2004, p. 47 (com adaptações). Tendo o fragmento de texto de José Afonso da Silva como referência inicial,
assinale a opção correta com relação à eficácia das normas constitucionais e aos princípios e à interpretação da
CF.
a) Segundo o STF, o desmembramento de município previsto na CF é norma de eficácia contida.
b) Para o STF, a norma que estabelece o direito à aposentadoria especial dos servidores públicos tem eficácia limitada.
c) De acordo com o princípio da unidade da CF, nenhuma lei ou ato normativo, nacional ou internacional, pode subsistir
se for incompatível com o texto constitucional.
d) A norma que prevê o direito dos necessitados à plena orientação jurídica e à integral assistência judiciária não
autoriza que o Poder Judiciário determine aos estados a criação de órgãos da defensoria pública.
19 - (CONSULPLAN/TRF-2ª/2017) -“De acordo com o Art. 5º, XIII, da Constituição da República, ‘é livre o
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer’.
Ednaldo e Túlio, estudantes de direito, travaram intenso debate a respeito da natureza da norma constitucional
delineada a partir desse preceito normativo.” À luz da narrativa anterior, é correto afirmar que do referido
preceito normativo se obtém uma norma:
a) Programática.
b) De eficácia plena.
c) De eficácia contida.
d) De aplicabilidade indireta e mediata.
20 - (CONSULPLAN/TRF-2ª/2017) - “Determinado professor de direito constitucional explicou aos seus alunos que
certas normas constitucionais, embora sejam capazes de produzir efeitos imediatos na realidade, dando ensejo ao
surgimento de direitos subjetivos, fazem referência à lei, que pode reduzir o seu alcance, com o estabelecimento, por
exemplo, de certos requisitos a serem observados.” Considerando a classificação das normas constitucionais quanto à
aplicabilidade, é correto afirmar que o exemplo oferecido pelo professor é o de uma norma:
a) Programática.
b) De eficácia contida.
c) De eficácia limitada.
d) De eficácia plena e aplicabilidade imediata.
21 – ( ) - (CESPE/SEDF/2017) - O governo de determinado estado da Federação publicou medida provisória (MP)
que altera dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Em protesto contra a referida MP, alguns
estudantes do ensino médio do estado ocuparam as escolas públicas, impedindo que os demais alunos frequentassem
as aulas. O Ministério Público estadual ingressou com medida judicial requerendo a imediata reintegração e
desocupação das escolas invadidas. A medida judicial requerida foi deferida por um juiz de primeiro grau que tomou
posse há vinte meses. A respeito dessa situação hipotética e de aspectos constitucionais a ela relacionados, julgue o
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item a seguir. O direito à educação, previsto pela Constituição Federal de 1988, é norma de direito fundamental de
eficácia plena e de execução imediata, pois não necessita da atuação do legislador para produzir todos os seus efeitos.
22 – (INSTITUTO EXELÊNCIA/2017) - De acordo com Lenza (2012) Normas constitucionais de eficácia plena e
aplicabilidade direta, imediata e integral são aquelas:
a) Normas constitucionais que pode-se concretizar não só através de lei infraconstitucional mas, também, em outras
situações, pela incidência de normas da própria Constituição, desde que ocorram certos pressupostos de fato.
b) Normas da Constituição que, no momento em que esta entra em vigor, estão aptas a produzir todos os seus efeitos,
independentemente de norma integrativa infraconstitucional (situação esta que pode ser observada, também, na
hipótese de introdução de novos preceitos por emendas à Constituição, ou na hipótese do art. 5.º, § 3.º).
c) Normas que, de imediato, no momento em que a Constituição é promulgada (ou diante da introdução de novos
preceitos por emendas à Constituição, ou na hipótese do art. 5.º, § 3.º), não têm o condão de produzir todos os seus
efeitos, precisando de uma lei integrativa infraconstitucional.
d) Nenhuma das alternativas.
23 - (QUADRIX/SEDF/2017) -Quanto à aplicabilidade das normas constitucionais, as normas de eficácia contida são
aquelas que asseguram determinado direito, que não poderá ser exercido enquanto não for regulamentado pelo
legislador ordinário.
01.E 02.C 03.V 04.C 05.F 06.F 07.F 08.D 09.V 10.V
11.F 12.E 13.E 14.C 15.D 16.A 17.D 18. B 19.C 20.B
21.E 22.B 23.E
AULA 03 - TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Os direitos e garantias fundamentais são as prerrogativas e instituições em garantia de uma convivência digna,
livre e igual de todas as pessoas. Tratam de situações jurídicas sem as quais a pessoa humana não se realiza, não
convive e, às vezes, nem mesmo sobrevive.
Apesar da diferença entre as expressões serem tênues, deve-se observar cada um de maneira diferente para não
haver uma leitura errônea do texto constitucional. Direitos fundamentais têm caráter meramente declaratório, enquanto
as garantias são assecuratórias. Nessa esteira, quando o legislado constitucional mencionou que o direito está
assegurado ou garantido, ele quis afirmar que aquele texto é uma garantia do indivíduo ou da coletividade.
Exemplo:
DIREITO – liberdade de locomoção;
GARANTIA – habeas corpus.
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A Constituição de 1988 subdivide-os em cinco espécies, dedicando para cada qual um capítulo distinto:
1. direitos individuais e coletivos;
2. direitos sociais;
3. direitos da nacionalidade;
4. direitos políticos;
5. direitos inerentes a partidos políticos.
Assim, percebe-se que a finalidade das garantias é a de oferecer mecanismo de defesa para os direitos. São elas:
o mandado de segurança individual e coletivo; o habeas corpus, o habeas data, o mandado de injunção, a ação popular,
a ação civil pública e o controle de constitucionalidade. Devemos ainda destacar, que alguns direitos servem para
assegurar outros direitos, funcionando como verdadeiras garantias, como ocorre com a inviolabilidade do domicílio
(art. 5º, XI, CF), que visa defender o direito à intimidade e à vida privada (art. 5º, X, CF).
São características dos direitos e garantias fundamentais:
1. Históricos: são criados num contexto histórico;
2. Inalienáveis: não podem ser negociados, nem vendidos;
3.Imprescritíveis: não perdem a validade, você pode reivindicá-los a qualquer tempo;
4.Irrenunciáveis: não podemos renunciá-los de forma alguma;
5.Relativos: pois nenhum direto pode ser tido com absolutamente válido e aplicável a qualquer
situação.
2.1 - GERAÇÕES OU DIMENSÕES DE DIREITOS Os direitos fundamentais como os direitos humanos, são classificados em gerações ou dimensões, de acordo com
suas características e momento histórico de sua criação. Destacamos 02 (dois) constitucionalistas brasileiros
consagrados que explanam bem sobre este assunto: Michel Temer e Paulo Bonavides.
2.1.1. Os direitos de primeira geração ou dimensão
Os direitos de primeira geração ou dimensão referem-se às liberdades negativas clássicas, que enfatizam o
princípio da liberdade, configurando os direitos civis e políticos. Surgiram nos finais do século XVIII e representavam
uma resposta do Estado liberal ao Absolutista, dominando o século XIX, e corresponderam à fase inaugural do
constitucionalismo no Ocidente.
Foram frutos das revoluções liberais francesas e norte-americanas, nas quais a burguesia reivindicava o respeito
às liberdades individuais, com a consequente limitação dos poderes absolutos do Estado. Oponíveis, sobretudo, ao
Estado, são direitos de resistência que destacam a nítida separação entre o Estado e a sociedade. Exigem do ente estatal,
precipuamente, uma abstenção e não uma prestação, possuindo assim um caráter negativo, tendo como titular o
indivíduo.
Podem exemplificar os direitos de primeira dimensão o direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de
expressão, à liberdade de religião, à participação política, etc.
Preciosa são as palavras de Paulo Bonavides ao fazer referência aos direitos de primeira dimensão quando afirma
que:
“os direitos fundamentais de primeira dimensão representam exatamente os direitos civis e
políticos, que correspondem à fase inicial do constitucionalismo ocidental, mas que continuam a
integrar os catálogos das Constituições atuais (apesar de contar com alguma variação de conteúdo), o
que demonstra a cumulatividade das dimensões.”
2.1.2. Os direitos de segunda geração ou dimensão Os direitos de segunda geração ou dimensão relacionam-se com as liberdades positivas, reais ou concretas,
assegurando o princípio da igualdade material entre o ser humano. A Revolução Industrial foi o grande marco dos
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direitos de segunda geração, a partir do século XIX, implicando na luta do proletariado, na defesa dos direitos sociais
(essenciais básicos: alimentação, saúde, educação etc.). O início do século XX é marcado pela Primeira Grande Guerra
e pela fixação de direitos sociais.
O direito de segunda geração, ao invés de se negar ao Estado uma atuação, exige-se dele que preste políticas
públicas, tratando-se, portanto de direitos positivos, impondo ao Estado uma obrigação de fazer, correspondendo aos
direitos à saúde, educação, trabalho, habitação, previdência social, assistência social, entre outros.
Paulo Bonavides ao fazer referência aos direitos de segunda geração afirmou que "(...) são os direitos sociais,
culturais e econômicos bem como os direitos coletivos ou de coletividades, introduzidos no constitucionalismo das
distintas formas de Estado social, depois que germinaram por obra da ideologia e da reflexão antiliberal deste século.
Nasceram abraçados ao princípio da igualdade, do qual não se podem separar, pois fazê-lo equivaleria a desmembrá-
los da razão de ser que os ampara e estimula".
Traçando um paralelo entre os direitos de primeira e segunda geração, George Marmelstein afirma que:
“....os direitos de primeira geração tinham como finalidade, sobretudo, possibilitar a limitação
do poder estatal e permitir a participação do povo nos negócios públicos. Já os direitos de segunda
geração possuem um objetivo diferente. Eles impõem diretrizes, deveres e tarefas a serem realizadas pelo
Estado, no intuito de possibilitar aos seres humanos melhores qualidade de vida e um nível de dignidade
como pressuposto do próprio exercício da liberdade. Nessa acepção, os direitos fundamentais de segunda
geração funcionam como uma alavanca ou uma catapulta capaz de proporcionar o desenvolvimento do
ser humano, fornecendo-lhe as condições básicas para gozar, de forma efetiva, a tão necessária
liberdade.”
2.1.3. Os direitos de terceira geração ou dimensão
Os direitos de terceira geração ou dimensão consagram os princípios da solidariedade ou fraternidade, sendo
atribuídos genericamente a todas as formações sociais, protegendo interesses de titularidade coletiva ou difusa, não se
destinando especificamente à proteção dos interesses individuais, de um grupo ou de um determinado Estado,
mostrando uma grande preocupação com as gerações humanas, presentes e futuras. Possui origem na revolução
tecnocientífica (terceira revolução industrial), revolução dos meios de comunicação e de transportes.
Podemos citar como direitos de terceira geração: direito ao desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à
autodeterminação dos povos, direito de comunicação, de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e
direito à paz, cuidando-se de direitos transindividuais, sendo alguns deles coletivos e outros difusos, o que é uma
peculiaridade, uma vez que não são concebidos para a proteção do homem isoladamente, mas de coletividades, de
grupos.
Paulo Bonavides, ao se posicionar sobre os direitos de terceira geração, cita os seguintes termos:
“Com efeito, um novo polo jurídico de alforria do homem se acrescenta historicamente aos da
liberdade e da igualdade. Dotados de altíssimo teor de humanismo e universalidade, os direitos da terceira
geração tendem a cristalizar-se no fim do século XX enquanto direitos que não se destinam especificamente
à proteção dos interesses de um indivíduo, de um grupo ou de um determinado Estado. Tem primeiro por
destinatário o gênero humano mesmo, num momento expressivo de sua afirmação como valor supremo em
termos de existencialidade concreta.”
Em nosso ordenamento jurídico brasileiro, temos a distinção entre direitos coletivos em sentido estrito,
direitos individuais homogêneos e direitos difusos, sendo que a definição destes direitos está contida no art. 81,
parágrafo único do nosso Código de Defesa do Consumidor:
“I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe e pessoas ligadas entre si ou com a
parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum”.
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Ao fazer referência aos direitos de terceira geração ou dimensão, Ingo Sarlet ressalta que “cuida-se, na verdade,
do resultado de novas reivindicações fundamentais do ser humano, geradas, dentre outros fatores, pelo impacto
tecnológico, pelo estado crônico de beligerância, bem como pelo processo de descolonização do segundo pós-guerra
e suas contundentes consequências, acarretando profundos reflexos na esfera dos direitos fundamentais.”
Portanto, os direitos de terceira geração ou dimensão possuem como seus sujeitos ativos uma titularidade difusa
ou coletiva, uma vez que não visualizam o homem como um ser singular, mas toda a coletividade ou o grupo.
Após a manifestação a respeito dos direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira geração, podemos
observar que os mesmos correspondem ao lema da Revolução Francesa – liberdade, igualdade e fraternidade.
2.1.4. Os direitos de quarta geração ou dimensão
Na atualidade existem doutrinadores que defendem a existência dos direitos de quarta geração ou dimensão,
apesar de ainda não haver consenso na doutrina sobre qual o conteúdo dessa espécie de direito. Para Noberto Bobbio
“tratam-se dos direitos relacionados à engenharia genética.”
Apesar de ser por uma visão um pouco diferente de Noberto Bobbio, Paulo Bonavides, também, defende a
existência dos direitos de quarta geração, com aspecto introduzido pela globalização política, relacionados à
democracia, à informação e ao pluralismo, conforme abaixo transcrito:
“A globalização política neoliberal caminha silenciosa, sem nenhuma referência de valores. (...)
Há, contudo, outra globalização política, que ora se desenvolve, sobre a qual não tem jurisdição a
ideologia neoliberal. Radica-se na teoria dos direitos fundamentais. A única verdadeiramente que
interessa aos povos da periferia. Globalizar direitos fundamentais equivale a universalizá-los no campo
institucional. (...) A globalização política na esfera da normatividade jurídica introduz os direitos de
quarta geração, que, aliás, correspondem à derradeira fase de institucionalização do Estado social. É
direito de quarta geração o direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo. Deles
depende a concretização da sociedade aberta do futuro, em sua dimensão de máxima universalidade,
para a qual parece o mundo inclinar-se no plano de todas as relações de convivência. (...) os direitos da
primeira geração, direitos individuais, os da segunda, direitos sociais, e os da terceira, direitos ao
desenvolvimento, ao meio ambiente, à paz e à fraternidade, permanecem eficazes, são infraestruturais,
formam a pirâmide cujo ápice é o direito à democracia.”
Além de Paulo Bonavides, outros constitucionalistas vêm promovendo o reconhecimento dos direitos de quarta
geração ou dimensão, conforme podemos perceber nas palavras do mestre Marcelo Novelino quando ressalta que “tais
direitos foram introduzidos no âmbito jurídico pela globalização política, compreendem o direito à democracia,
informação e pluralismo. Os direitos fundamentais de quarta dimensão compendiam o futuro da cidadania e
correspondem à derradeira fase da institucionalização do Estado social sendo imprescindíveis para a realização e
legitimidade da globalização política”
2.1.5. Os direitos de quinta geração ou dimensão
Registre que já existem autores defendendo a existência dos direitos de quinta geração ou dimensão, sendo que
entre eles podemos citar o próprio Paulo Bonavides, aonde o mesmo vem afirmando nas últimas edições de seu livro,
que a Paz seria um direito de quinta geração.
Faz-se necessário colacionar os ensinamentos de José Adércio Sampaio Leite, quando referência os direitos de
quinta geração ou dimensão: “como o sistema de direitos anda a incorporar os anseios e necessidades humanas que
se apresentam com o tempo, há quem fale já de uma quinta geração dos direitos humanos com múltiplas
interpretações. Tehrarian (1997 a e b) diz sobre “direitos ainda a serem desenvolvidos e articulados”, mas que tratam
do cuidado, compaixão e amor por todas as formas de vida, reconhecendo-se que a segurança humana não pode ser
plenamente realizada se não começarmos a ver o indivíduo como parte do cosmos e carente de sentimentos de amor
e cuidado, todas definidas como prévias condições de “segurança ontológica” para usar a expressão de Laing (1969).
Para Marzouki (2003), tais direitos seriam direitos oriundos de respostas à dominação biofísica que impõe uma visão
única do predicado “animal” do homem, conduzindo os “clássicos” direitos econômicos, culturais e sociais a todas
as formas físicas e plásticas, de modo a impedir a tirania do estereótipo de beleza e medidas que acaba por conduzir
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a formas de preconceitos com raças ou padrões reputados inferiores ou fisicamente imperfeitos. Essa visão de
complementaridade é encontrada também em Lebech (2000), todavia em relação ao direito à vida sob os desafios das
novas tecnologias, derivando então um direito à identidade individual, ao patrimônio genético e à proteção contra o
abuso de técnicas de clonagem.”
Faz-se necessário destacar que a divisão acima detalhada das gerações ou dimensões dos direitos
fundamentais trata-se de um método meramente acadêmico, uma vez que os direitos dos seres humanos não devem
ser divididos em gerações ou dimensões estanques, retratando apenas a valorização de determinados direitos em
momentos históricos distintos.
2.1.6. Os direitos de sexta geração ou dimensão
Os direitos de sexta dimensão estão relacionados a bioética, um ramo novo de estudo e muito comentado no
meio jurídico nos dias atuais, envolvendo estudos transdisciplinares, como biologia, medicina, filosofia, direito e ética.
A água potável, componente do meio ambiente ecologicamente equilibrado, exemplo de direito fundamental
de terceira dimensão, merece ser destacada e alçada a um plano que justifique o nascimento de uma nova dimensão de
direitos fundamentais.
Ninguém poderá negar que, dentre os principais problemas ambientais existentes no mundo, o mais
preocupante (ou pelo menos um deles) é a escassez de água potável. Adverte Boaventura de Sousa Santos que a "A
desertificação e a falta de água são os problemas que mais vão afetar os países do Terceiro Mundo na próxima década.
Um quinto da humanidade já não tem hoje acesso à água potável".
A escassez de água potável no mundo, sua má-distribuição, seu uso desregrado e a poluição em suas mais
diversas formas geraram uma grave crise, a comprometer a subsistência da vida no Planeta. Em outras palavras, a
escassez de água potável é um problema crucial. Logo, essa carência gera a necessidade de novo direito fundamental.
Em síntese, o acesso à água potável, considerado direito fundamental de sexta dimensão, passa a receber do
Estado e também da sociedade o tratamento adequado a permitir que seja preservada em benefício de todas as pessoas,
quer das presentes, quer das futuras gerações. A juridicidade do direito fica mais forte, vinculando todos os poderes
estatais e também o agir de cada pessoa.
2.1.7. Os direitos de sétima geração ou dimensão
Direito de sétima geração ou sétima maravilha do mundo: Direito a Impunidade ,que significa aquilo que
não foi punido, que escapou ao castigo.
Impunidade consiste na sensação compartilhada entre os membros de uma sociedade no sentido de que a
punição de infratores é rara e/ou insuficiente. Disso deriva uma cultura marcada pela ausência de punição ou pela
displicência na aplicação de penas. Nessa "definição", podem ser incluídos casos que não se enquadram no aspecto
técnico acima descrito:
- Lentidão excessiva no julgamento, que oferece ao suspeito mais liberdade do que "mereceria";
- Penas mais brandas do que as esperadas pela sociedade ou parte dela.
Pode-se afirmar que o incremento da impunidade em nosso meio é multicausal. Algumas causas merecem
citação: escassez na matemática logística do sistema de defesa e controle social, parcos recursos humanos, a
morosidade na prestação de justiça efetiva, a fragilidade legislativa, o grande rol de benefícios processuais aos acusados
em geral, como liberdade provisória, transação penal, conciliação penal, sursis, suspensão processual, livramento
processual, saída temporária, delação premiada, detração penal, remição penal, inclusive pelo estudo, Lei 12.433/2011,
indulto, anistia, perdão judicial, prisão como extrema ratio da ultima ratio, tudo isso em detrimento social, a ausência
de espirito comunitário de grande parte dos agentes públicos e o comportamento extremista de pseudo-operadores do
direito levam a concretização do direito a IMPUNIDADE.
IMPORTANTE
A doutrina não é unanime em definir as dimensões ou gerações de direitos, a partir da quarta dimensão. Só se
sabe que todas elas derivam da terceira dimensão.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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01) - (VUNESP/PC-SP) - Considerando o que a doutrina majoritária dispõe sobre o desenvolvimento e
conquista dos direitos humanos, pode- -se afirmar que esse desenvolvimento histórico, classificado por gerações
de direitos, pode ser, cronologicamente, assim representado:
A) direitos individuais; direitos coletivos e direitos sociais.
B) direitos individuais, direitos coletivos e liberdades negativas.
C) liberdades positivas, liberdades negativas e direitos sociais.
D) direitos sociais; direitos de liberdade e direitos da fraternidade.
E) direitos de liberdade; direitos sociais e direitos difusos.
02 – (FUNRIO/MPOG) - A doutrina classifica as gerações de direitos como construção histórica de valores
humanos, lenta e gradual, que permitiu à Constituição Federal de 1988 elencá-las no Titulo dos direitos e
garantias fundamentais antes do Título da Organização do Estado, num gesto político de que os homens
precedem o Estado. Quanto às prescrições de direitos e garantias admitidos na Constituição Federal e na
doutrina, assinale a alternativa correta:
A) Os direitos constantes do catálogo de direitos individuais e coletivos estão elencados de forma exaustiva,
admitindo-se apenas os direitos de segunda geração, como o direito de resistência, na lavra de Michel Temer, na a obra
"Elementos de direito constitucional".
B) Os direitos constantes do catálogo de direitos individuais e coletivos não excluem outros decorrentes dos princípios
constitucionais que, no entendimento de Paulo Bonavides, na sua obra "Curso de direito constitucional", classifica o
direito de resistência, como um direito fundamental de sexta geração.
C) O princípio constitucional que asseguram a ampla defesa e contraditório não alcança os litigantes que respondem
em processo administrativo disciplinar, tais como a pena de banimento e a pena morte, em caso de guerra declarada,
direitos de primeira geração, na lavra de Michel Temer, na a obra "Elementos de direito constitucional".
D) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, tanto que será concedida extradição ao
estrangeiro por crime político, decorrente dos princípios constitucionais como o direito de resistência, no entendimento
de Paulo Bonavides, na sua obra "Curso de direito constitucional", classifica como um direito fundamental de quinta
geração.
E) Os direitos constantes do catálogo de direitos individuais e coletivos não excluem outros decorrentes do regime
político e dos princípios constitucionais que, no entendimento de Paulo Bonavides, na sua obra "Curso de direito
constitucional", classifica o direito à paz, como um direito fundamental de quinta geração.
03 – (FCC/PGE-SP) - Considere as seguintes afirmações:
I. Liberdade, Igualdade e Fraternidade, ideais da Revolução Francesa, podem ser relacionados,
respectivamente, com os direitos humanos de primeira, segunda e terceira gerações.
II. O direito à paz inclui-se entre os direitos humanos de segunda geração.
III. Os direitos humanos de primeira geração foram construídos, em oposição ao absolutismo, como liberdades
negativas; os de segunda geração exigem ações destinadas a dar efetividade à autonomia dos indivíduos, o que
autoriza relacioná-los com o conceito de liberdade positiva e com a igualdade.
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IV. A indivisibilidade dos direitos humanos significa que, ao apreciar uma violação a direito fundamental, o
juiz deverá apreciar todas as violações conexas a ela.
V. A positivação da dignidade humana nas Constituições do pós-guerra foi uma reação às atrocidades cometidas
pelo regime nazista e uma das fontes do conceito pode ser encontrada na filosofia moral de Kant.
Estão corretas SOMENTE as afirmações
A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) I, III e V.
D) II, III e V.
E) I, II, III e V.
04 - ( ) - (CESPE/SEGER-ES) - Na evolução histórica dos direitos fundamentais em gerações, entende-se que o
direito de propriedade é um direito fundamental de primeira geração.
05 - ( ) - (CESPE/SEGER-ES) - O direito de propriedade é limitado. Um exemplo dessa limitação é a previsão
constitucional da desapropriação por interesse social.
06 - ( ) - (CESPE/TCE-PE) - Na evolução dos direitos fundamentais, consolidou-se a classificação deles em
diferentes gerações (direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira gerações), as quais se sucederam e se
substituíram ao longo do tempo, a partir, aproximadamente, da Revolução Francesa de 1789.
07 – (FCC/TRT) - Os direitos fundamentais são também classificados em três gerações. Os de primeira, segunda
e terceira gerações correspondem, respectivamente, aos direitos :
A) à democracia ou ao pluralismo; de fraternidade ou de solidariedade; e de liberdade ou de defesa.
B) de liberdade ou de defesa; de prestação por parte do Estado ou sociais; e de fraternidade ou de solidariedade.
C) de prestação por parte do Estado ou sociais; à democracia ou à informação; e de liberdade ou de defesa.
D) de fraternidade ou de solidariedade; de liberdade ou de defesa; e à igualdade material ou à isonomia.
E) à informação ou ao pluralismo; de fraternidade ou de solidariedade; e de prestação por parte do Estado ou
econômicos.
08 - ( ) - (CESPE/DPE-AL) - São considerados direitos fundamentais de primeira geração os direitos civis e
políticos, que correspondem, em um quadro histórico, à fase inicial do constitucionalismo no ocidente.
09 - ( ) - (CESPE/DPE-AL) - Os direitos de primeira geração consagram a titularidade no indivíduo, porém não
podem ser traduzidos em forma de oposição ao Estado, uma vez que são atributos da pessoa humana e não se
enquadram na categoria de status negativus.
10 - ( ) - (CESPE/DPE-AL) - O direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito ao meio ambiente e o direito
de propriedade ao patrimônio comum da humanidade podem ser considerados como direitos de segunda geração ou
dimensão.
11 - (IESES/ALGÁS/2017) - Assinale a alternativa INCORRETA com relação aos direitos e garantias
fundamentais estampados na Constituição Federal de 1988:
a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
b) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial,
sem a exigência do trânsito em julgado em nenhum dos casos.
c) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora
para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento.
d) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção
às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista
o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
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12 - ( ) - (QUADRIX/CFO-DF/2017) - Acerca dos direitos e das garantias fundamentais previstos na CF, julgue o
item seguinte. A inviolabilidade do sigilo de correspondência é direito absoluto em favor do cidadão, não sendo
possível, por exemplo, que o diretor de um presídio possa interceptar cartas endereçadas aos detentos, mesmo quando
houver prática de crime.
12 - ( ) - (QUADRIX/CFO-DF/2017) - Acerca dos direitos e das garantias fundamentais previstos na CF, julgue o
item seguinte. É livre a expressão de atividade artística, independentemente de censura e licença, mas a lei poderá
prever a criação de conselhos de fiscalização profissional para qualquer tipo de profissão, inclusive a de músico, por
exemplo, de forma a conformar a atividade desse profissional aos princípios e às regras de criação artística previamente
estabelecidos ou mesmo à prévia licença para o exercício da profissão.
14 - ( ) - (QUADRIX/CFO-DF/2017) - Acerca dos direitos e das garantias fundamentais previstos na CF, julgue o
item seguinte. Como condição de permanência em seu território, a norma do país de residência de Pedro exige que ele
se naturalize. Nessa hipótese, caso Pedro tenha reconhecida a sua nacionalidade pela lei estrangeira, não perderá a
nacionalidade brasileira.
15 - (IMA/PREF. PENALVA-MA/2017) - Nos termos da Constituição Federal de 1988, acerca dos direitos e
garantias individuais e coletivos, é CORRETO afirmar que:
a) Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à igualdade, à soberania e à cidadania.
b) São gratuitas as ações de habeas corpus e mandado de segurança, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício
da cidadania.
c) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação mediata.
d) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes,
os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
16 - (MPE-PR/MPE-PR 2017) - Assinale a alternativa incorreta:
a) O direito de defesa é assegurado pela Constituição da República como pretensão à tutela jurídica, e nele estão
contidos os direitos de informação (que obriga o órgão julgador a informar à parte contrária os atos praticados no
processo e sobre os elementos dele constantes), de manifestação (que assegura ao defendente a possibilidade de
manifestar-se oralmente ou por escrito sobre os elementos fáticos e jurídicos constantes do processo) e de ver seus
argumentos considerados (que se resume no dever de o julgador deles tomar conhecimento).
b) O Supremo Tribunal Federal entende que a realização do direito de defesa por parte do advogado, dativo ou não,
envolve a apresentação de trabalho idôneo para a finalidade, devendo ser considerada nula a defesa que não arroste os
elementos básicos da acusação.
c) Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da
decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação
da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
d) A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
e) É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de
recurso administrativo.
17 - (FUNDEP/CRM-MG/2017) - Sobre o direito fundamental de associação, tal como previsto na Constituição
brasileira, é correto afirmar:
a) As associações só poderão ser dissolvidas e ter suas atividades suspensas após o devido processo legal no âmbito
de processo judicial ou administrativo.
b) A obrigatoriedade da associação de determinadas categorias profissionais depende de previsão legal.
c) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativa independem de autorização, vedada a interferência
estatal em seu funcionamento.
d) As entidades associativas não têm legitimidade para representar seus filiados judicialmente, podendo fazê-lo
extrajudicialmente, desde que autorizadas.
18 - (IESES/CRMV-SC/2017) - Denominada também como “Constituição cidadã”, a Carta Magna de 1988 em
seu artigo 5º elenca os direitos fundamentais do cidadão, dentre os quais podemos citar:
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I. É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal.
II. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
autorização policial ou de alguém outorgado através de procuração particular exclusivamente para fins de
investigação criminal.
III. As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
judicial. Em qualquer momento do processo o juiz despachará interlocutoriamente e autorizará a sua
dissolução.
IV. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade, utilidade pública ou interesse
privado que traga geração de empregos, ou por interesse econômico que se justifique a referida desapropriação,
mediante permuta por imóvel avaliado no mercado imobiliário com valor semelhante ou próximo do imóvel
desapropriado.
A sequência correta é:
a) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
b) Somente as assertivas I, III e IV estão corretas.
c) Somente a assertiva I está correta.
d) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
19 - (IBADE/PC-AC/DELEGADO/2017) - No que se refere aos direitos e garantias fundamentais, assinale a
alternativa correta.
a) Para os idealistas, os direitos do homem são faculdades outorgadas pela lei e reguladas por ela.
b) Os direitos fundamentais são irrestritos, tendo em vista a proibição pelo poder constituinte originário de reserva
legal no âmbito dos direitos e garantias fundamentais.
c) A teoria da eficácia diagonal dos direitos fundamentais consiste na incidência e observância dos direitos
fundamentais nas relações entre o Estado e o particular hípossuficiente.
d) O reconhecimento da validade jurídica das uniões homoafetivas pelo STF acarretou o crescimento de vozes
favoráveis, na via política, ao Estatuto da Família. Tal fenômeno é ligado ao efeito backlash.
e) O princípio da proibição de proteção deficiente, é uma das vertentes do princípio da proporcionalidade e remete à
ideia de que os direitos fundamentais são meros direitos subjetivos negativos.
20- (IBADE/PC-AC/AGENTE/2017) - Epitácio, brasileiro naturalizado, cometera crime de tráfico ilícito de
drogas, na Itália, antes de sua naturalização. Considerando que: 1) A Itália requereu sua extradição ao Brasil;
2) Epitácio casou-se com uma brasileira nata e deste relacionamento adveio um filho, assinale a alternativa
correta.
a) Configura o caso hipótese de deportação. Diferentemente da extradição e da expulsão, a deportação é a entrega por
um Estado a outro, a requerimento deste, de pessoa que nele deva respondera processo penal ou cumprir pena.
b) A CRFB/88 veda expressamente a extradição de brasileiro naturalizado em caso de crime comum praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de drogas.
c) O STF, em reiteradas decisões, decidiu que s constituição de filho brasileiro impede a extradição, em observância
ao princípio do melhor interesse do menor.
d) A hipótese narrada, no caso em tela, é de expulsão, tendo em vista que a CRFB/88 não permite que brasileiro
naturalizado tenha cometido crime, por se tornar nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.
e) Epitácio poderá ser extraditado, tendo em vista que não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado
casado com brasileira ou ter filho brasileiro.
21 - (BANPARÁ/BANPARÁ/2017) -Sobre os Direitos Humanos e acerca dos Direitos Fundamentais é
CORRETO afirmar que:
a) Os Direitos Fundamentais são absolutos no sentido de que, devido sua importância, não podem sofrer quaisquer
limitações válidas.
b)Pela teoria dos “custos dos direitos”, desenvolvida por Cass Sunstein e Stephen Holmes, apenas a proteção dos
denominados Direitos de 1º geração não implicaria em um custo econômico para o Estado. Tratar-se-iam (os Direitos
de 1ª geração) de Direitos negativos, ou seja, sua proteção estaria condicionada apenas a um não fazer estatal.
c) Acerca do aborto, o Supremo Tribunal Federal, em recente julgado de sua 1ª Turma, afirmou ser necessário conferir
interpretação conforme a Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal (que tipificam o crime de aborto) para
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excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre do período
gestacional.
d) Acerca das denominadas ações afirmativas, o Supremo Tribunal Federal deixou assentado, no caso das
universidades públicas, que a metodologia de seleção diferenciada pode levar em consideração critérios étnico-raciais
ou socioeconômicos, de modo a assegurar que a comunidade acadêmica e a própria sociedade sejam beneficiadas pelo
pluralismo de ideias. Decidiu, ainda, o mesmo STF, que as vantagens decorrentes das Ações Afirmativas poderiam
perdurar indefinidamente no tempo.
22 - (FCC/DPE-SC/2017) - A respeito do princípio da proibição de retrocesso, considere:
I. É considerado pela doutrina um princípio constitucional implícito.
II. A sua aplicação está restrita ao âmbito dos direitos sociais, não alcançando outros direitos fundamentais.
III. A vinculação ao referido princípio é restrita à figura do legislador, não alcançando outros poderes ou entes
estatais.
IV. A sua fundamentação constitucional pode ser extraída, entre outros, dos princípios da dignidade da pessoa
humana e da segurança jurídica, bem como das garantias constitucionais da propriedade, do direito adquirido,
do ato jurídico perfeito e da coisa julgada.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) II, III e IV.
e) I e IV.
23 - (FCC/DPE-SC/2017) - No julgamento do Recurso Extraordinário n° 201.819/RJ, a Segunda Turma do
Supremo Tribunal Federal, sob a relatoria para o acórdão do Ministro Gilmar Mendes, decidiu acerca da
impossibilidade de exclusão de sócio, por parte da União Brasileira de Compositores, sem garantia da ampla
defesa e do contraditório. O caso em questão representa um leading case inovador da nossa Corte Constitucional
atinente ao seguinte ponto da Teoria Geral dos Direitos Fundamentais:
a) Princípio da proibição de excesso.
b) Núcleo essencial dos direitos fundamentais.
c) Limites e restrições aos direitos fundamentais.
d) Princípio da proibição de proteção insuficiente.
e) Eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas.
24 - (FCC/DPE-SC/2017) - A proibição do retrocesso garante que direitos humanos conquistados não sejam
reduzidos. Sobre o tema é INCORRETO afirmar:
a) Trata-se de uma decorrência do princípio da confiança e da segurança jurídica.
b) A vedação ao retrocesso já foi utilizada pelo Supremo Tribunal Federal em matéria previdenciária, garantindo que
direitos sociais não fossem alterados.
c) A dignidade da pessoa humana é preservada, em uma de suas vertentes, pelo entrincheiramento.
d) A vedação do retrocesso já foi aplicado em caso de direitos políticos, proibindo-se o retorno ao voto impresso.
e) Para doutrina majoritária, a vedação ao retrocesso é garantido como cláusula pétrea (Artigo 60, Parágrafo 4° , inciso
IV).
25 - (LEGALLE/CÂMARA DE GUAÍBA-RS/2017) - De acordo com o artigo 5° da Constituição Federal, todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros, EXCETO:
a) A livre manifestação do pensamento, permitido o anonimato.
b) O direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
c) O acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
d) A livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou
licença.
e) A liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
26- (IESES/ TJ-RO/2017) - Sobre os direitos e garantias fundamentais previstos pela Constituição Federal, é
correto afirmar:
DIREITO CONSTITUCIONAL
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a) A todos os litigantes, exceto no âmbito administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitação.
b) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, vedada a fixação de restrições ou exigências de
qualificação profissional diversas daquelas já estabelecidas pela norma constitucional.
c) Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
d) É livre a manifestação de pensamento, constitucionalmente assegurado o anonimato para proteção geral dos
cidadãos contra retaliações em virtude de eventuais denúncias.
27 - (FCM/IF-BA/2017) - No tocante aos direitos e às garantias fundamentais previstas na Constituição Federal
de 1988, analise as afirmativas abaixo e marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso.
( ) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
( ) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral
ou à imagem.
( ) É livre a manifestação do pensamento, sendo admitido o anonimato.
( ) A criação de associações e de cooperativas depende de autorização estatal para seu funcionamento.
Com relação às afirmações, a sequência correta é
a) F, V, V, F.
b) V, F, V, F.
c) F, V, F, V.
d) V, F, F, V.
e) V, V, F, F.
28 - (FMP/PGE-AC/2017) - A CF/88 contempla verdadeiro sistema de direitos fundamentais que se caracteriza,
dentre outras circunstâncias, pela previsão expressa de normas de sistematização que disciplinam a aplicação
dos direitos fundamentais em espécie; quanto às normas de sistematização, é correto afirmar que
a) independentemente de qualquer intervenção legislativa, nos termos do art. 5°, § 1°, as normas jus fundamentais são
aptas a produzir todos os seus efeitos a partir da mera previsão expressa no texto constitucional.
b) os brasileiros e os estrangeiros residentes no Brasil, tal como previsto no caput do art. 5°, são, em igualdade de
condições, sujeitos dos direitos fundamentais.
c) os turistas, assim como as pessoas jurídicas, não contemplados no caput do art. 5° não são sujeitos de quaisquer
direitos fundamentais.
d) pessoas jurídicas não são sujeitos de direitos fundamentais.
e) direito humano internalizado no ordenamento pátrio como direito fundamental, não obstante permissivo expresso
no art. 5°, LXVII, impede a prisão civil do depositário infiel por dívida.
29 - (FMP/PGE-AC/2017) - A atual CF/88, em normas consideradas de repetição obrigatória implícita na
Constituição Estadual, contempla direitos e garantias fundamentais com relação aos quais é correto afirmar
que
A) entre direitos e garantias existe relação hierárquica na qual aqueles prevalecem sobre estas.
b) é inadmissível a hipótese em que o exercício de um direito fundamental esteja condicionado, de modo absoluto, ao
não exercício de qualquer outro.
c) a existência de norma constitucional é suficiente para a imediata produção de todos os seus efeitos.
d) entre direitos e garantias existe relação hierárquica na qual estas prevalecem sobre aqueles.
e) somente os da primeira geração podem efetivamente ser considerados direitos fundamentais porque, segundo o
jusnaturalismo, são preexistentes ao Estado e ao direito.
30 - (PU-PR/TJ-PR/2017) - Sobre os Direitos Fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, leia as
assertivas a seguir e, depois, assinale a alternativa CORRETA.
I. A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem.
II. É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte quando necessário ao exercício
profissional.
III. É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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IV. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
a) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
c) Todas as assertivas estão corretas.
d) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.
e) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
01.E 02.E 03.C 04.C 05.C 06.C 07.B 08.C 09.F 10.F
11.B 12.E 13.E 14.C 15.D 16.A 17.C 18. C 19.D 20.E
21.C 22.E 23.E 24.B 25.A 26.C 27.E 28.E 29.B 30.C
COMENTÁRIO QUESTÃO 02 – LETRA “E” – Ver Art.5º § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil seja parte.
AULA 04 - DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
ARTIGO QUINTO – O MAIOR ARTIGO DO MUNDO
JURISPRUDÊNCIA PERTINENTE:
Existem três tratados aprovados com essa equivalência pelo Brasil:
1. A Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (DECRETO 6.949/2009);
1.1 O Protocolo dos Direitos das Pessoas com Deficiência (DECRETO 6.949/2009);
2. O Tratado de Marrakesh (DECRETO LEGISLATIVO 261/2015).
Turma do STF decide que aborto nos três primeiros meses de gravidez não é crime
O caso julgado pelo colegiado tratava da revogação de prisão de cinco pessoas detidas em uma operação da
polícia do Rio de Janeiro em uma clínica clandestina, entre elas médicos e outros funcionários. Os cinco
ministros da Primeira Turma votaram pela manutenção da liberdade dos envolvidos. Rosa Weber, Edson Fachin
acompanharam o voto de Barroso. No entanto, Marco Aurélio e Luiz Fux não votaram sobre a questão do aborto
e deliberaram apenas sobre a legalidade da prisão. Sem repercussão geral, caso isolado. Ainda em debate.
Inviolabilidade de domicílio e flagrante delito
A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada
em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro da casa ocorre situação
DIREITO CONSTITUCIONAL
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de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de
nulidade dos atos praticados. STF. Plenário.
RE 603616/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/11/2015 (repercussão geral) (Info 806).
Mera intuição de que está havendo tráfico de drogas na casa não autoriza o ingresso sem mandado judicial
ou consentimento do morador
O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de flagrante delito, para que seja
válido, necessita que haja fundadas razões (justa causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da
residência. A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar
abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso
em seu domicílio, sem o seu consentimento e sem determinação judicial.
STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606).
Poder Judiciário pode obrigar a Administração Pública a manter quantidade mínima de determinado
medicamento em estoque
A Administração Pública pode ser obrigada, por decisão do Poder Judiciário, a manter estoque mínimo de
determinado medicamento utilizado no combate a certa doença grave, de modo a evitar novas interrupções no
tratamento. Não há violação ao princípio da separação dos poderes no caso. ... há falta em seu estoque,
ocasionando graves prejuízos aos pacientes. Assim, não tendo a Administração adquirido o medicamento em
tempo hábil a dar continuidade ao tratamento dos pacientes, atuou de forma ilegítima, violando o direito à saúde
daqueles pacientes, o que autoriza a ingerência do Poder Judiciário. STJ. 1ª Turma.
RE 429903/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25/6/2014 (Info 752).
O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional .
STF. Plenário. ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 27/9/2017 (Info 879).
Poder Judiciário pode obrigar Município a fornecer vaga em creche
O Poder Judiciário pode obrigar o Município a fornecer vaga em creche a criança de até 5 anos de idade. A
educação infantil, em creche e pré-escola, representa prerrogativa constitucional indisponível garantida às
crianças até 5 anos de idade, sendo um dever do Estado (art. 208, IV, da CF/88). Os Municípios, que têm o dever
de atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil (art. 211, § 2º, da CF/88), não podem se
recusar a cumprir este mandato constitucional, juridicamente vinculante, que lhes foi conferido pela Constituição
Federal.
STF. Decisão monocrática. RE 956475, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 12/05/2016 (Info 826).
O Poder Judiciário pode condenar universidade pública a adequar seus prédios às normas de
acessibilidade a fim de permitir a sua utilização por pessoas com deficiência
No campo dos direitos individuais e sociais de absoluta prioridade, o juiz não deve se impressionar nem se
sensibilizar com alegações de conveniência e oportunidade trazidas pelo administrador relapso. Se um direito é
qualificado pelo legislador como absoluta prioridade, deixa de integrar o universo de incidência da reserva do
possível, já que a sua possibilidade é obrigatoriamente, fixada pela Constituição ou pela lei.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.607.472-PE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15/9/2016 (Info 592).
Imposição de obras emergenciais em estabelecimento prisional
É lícito ao Poder Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de
medidas ou na execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado
da dignidade da pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade física e moral, nos termos
do que preceitua o art. 5º, XLIX, da CF, não sendo oponível à decisão o argumento da reserva do possível nem
o princípio da separação dos poderes.
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STF. Plenário. RE 592581/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 13/8/2015 (Info 794).
Sistema carcerário e Estado de Coisas Inconstitucional
O Estado de Coisas Inconstitucional ocorre quando verifica-se a existência de um quadro de violação
generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, causado pela inércia ou incapacidade reiterada e persistente
das autoridades públicas em modificar a conjuntura, de modo que apenas transformações estruturais da atuação
do Poder Público e a atuação de uma pluralidade de autoridades podem modificar a situação inconstitucional. O
STF reconheceu que o sistema penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas Inconstitucional", com uma
violação generalizada de direitos fundamentais dos presos. As penas privativas de liberdade aplicadas nos
presídios acabam sendo penas cruéis e desumanas. Vale ressaltar que a responsabilidade por essa situação deve
ser atribuída aos três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), tanto da União como dos Estados-Membros
e do Distrito Federal. A ausência de medidas legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representa
umaverdadeira "falha estrutural" que gera ofensa aos direitos dos presos, além da perpetuação e do agravamento
da situação. Assim, cabe ao STF o papel de retirar os demais poderes da inércia, coordenar ações visando a
resolver o problema e monitorar os resultados alcançados.
STF. Plenário. ADPF 347 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/9/2015 (Info 798).
Possibilidade de se obter dados do contribuinte que constem nos sistemas dos órgãos Fazendários
O habeas data é a garantia constitucional adequada para a obtenção dos dados concernentes ao pagamento de
tributos do próprio contribuinte constantes dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da
administração fazendária dos entes estatais. No caso concreto, o STF reconheceu que o contribuinte pode ajuizar
habeas data para ter acesso às informações relacionadas consigo e que estejam presentes no sistema SINCOR
da Receita Federal....
STF. Plenário. RE 673707/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/6/2015 (repercussão geral) (Info 790).
• Súmula vinculante 25-STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade
do depósito.
• Súmula vinculante 40-STF: A contribuição confederativa de que trata o artigo 8º, IV, da Constituição
Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
• Súmula vinculante 38-STF: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de
estabelecimento comercial.
• SÚMULA 421 – STF - “Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com
brasileira ou ter filho brasileiro.” (SÚM. 421)
Proibição de tratamento diferenciado entre a licença-maternidade e a licença-adotante
O art. 210 da Lei nº 8.112/90, assim como outras leis estaduais e municipais, prevê que o prazo para a servidora
que adotar uma criança é inferior à licença que ela teria caso tivesse tido um filho biológico. De igual forma,
este dispositivo estabelece que, se a criança adotada for maior que 1 ano de idade, o prazo será menor do que
seria se ela tivesse até 1 ano. Segundo o STF, tal previsão é inconstitucional. Foi fixada, portanto, a seguinte
tese: Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença-gestante, o mesmo valendo
para as respectivas prorrogações. Em relação à licença-adotante, não é possível fixar prazos diversos em função
da idade da criança adotada.
STF. Plenário. RE 778889/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/3/2016 (repercussão geral) (Info
817).
Situação do brasileiro titular de green card que adquire nacionalidade norte-americana
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o green card decidir adquirir a nacionalidade norte-americana,
ele irá perder a nacionalidade brasileira. Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção
prevista na alínea “b” do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso porque, como ele já tinha o green card, não havia
necessidade de ter adquirido a nacionalidade norte-americana como condição para permanência ou para o
DIREITO CONSTITUCIONAL
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exercício de direitos civis. O estrangeiro titular de green card já pode morar e trabalhar livremente nos EUA.
Dessa forma, conclui-se que a aquisição da cidadania americana ocorreu por livre e espontânea vontade. Vale
ressaltar que, perdendo a nacionalidade, ele perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim, se
cometer um crime nos EUA e fugir para o Brasil, poderá ser extraditado sem que isso configure ofensa ao art.
5º, LI, da CF/88.
STF. 1ª Turma. MS 33864/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 19/4/2016 (Info 822).
• Nesse sentido, decidiu o Supremo Tribunal Federal pela possibilidade excepcional de interceptação de carta
de presidiário pela administração penitenciária, entendendo que a "inviolabilidade do sigilo epistolar não
pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas".
O primeiro capítulo do Título II da Constituição é composto pelo art. 5° e denomina-se “Dos direitos e
deveres individuais e coletivos”, sendo este o assunto que passamos a abordar:
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade nos termos seguintes:
01 – (FCC/PGE-BA) - O princípio segundo o qual todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, aplica-se, conforme expressa disposição constitucional e em relação ao enunciado no art. 5º:
A) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.
B) aos brasileiros natos e naturalizados.
C) aos brasileiros natos.
D) aos brasileiros que estejam dentro ou fora do País.
E) indistintamente a todos os que estejam no território nacional.
COMENTÁRIOS :
Destinatários: Brasileiros e estrangeiros residentes no País, ou não! Pessoas físicas e jurídicas. Este artigo
deve ser interpretado de forma expandida, ou seja, apesar de não estar expresso os estrangeiros em trânsito
(turistas, por exemplo) a eles estes direitos são garantidos.
Direito à vida: é o direito de estar vivo, de permanecer vivo (proibição a eutanásia), de nascer (proibido
aborto), de defender a própria vida (legítima defesa e estado de necessidade) e o direito de ter uma vida digna
(emprego, moradia, saúde, educação, etc..).
O programa “Mais Médicos”, instituído pela MP 691/2013, posteriormente convertida
na Lei nº 12.871/2013, é constitucional. STF. Plenário.ADI 5035/DF e ADI 5037/DF, rel. orig.
Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 30/11/2017 (Info 886).
O Supremo Tribunal Federal diz que o aborto até o terceiro mês de gravidez não
é crime. A decisão foi de uma das turmas do STF, em 29/11/2016, mas pode influenciar a decisão
de juízes pelo Brasil.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Foi uma decisão da Primeira Turma do Supremo. Os ministros analisavam um processo em
que cinco pessoas foram presas em uma clínica de aborto em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Para os ministros Luis Roberto Barroso, Rosa Weber e Edson Fachin, a criminalização do aborto
ainda no primeiro trimestre da gravidez fere a Constituição.
Barroso deve redigir essa decisão que foi tomada pela primeira turma. Ele disse ainda que
nenhum país desenvolvido criminaliza o aborto na fase inicial da gravidez e citou como exemplos
a Alemanha e a França.
Direito à liberdade:
São 5 as formas de liberdade defendidas pela Constituição:
1. Liberdade da pessoa física;
2. Liberdade de pensamento, com todas as suas liberdades;
3. Liberdade de expressão coletiva;
4. Liberdade de ação profissional;
5. Liberdade de conteúdo econômico.
Princípio da igualdade – igualdade na elaboração da lei e na aplicação da lei. Veda as diferenciações
arbitrárias, as discriminações absurdas, pois, o tratamento desigual dos casos desiguais, na medida em que se
desigualam, é exigência tradicional do próprio conceito de Justiça. Para que as diferenciações normativas
possam ser consideradas não discriminatórias, torna-se indispensável que exista uma justificativa objetiva e
razoável, de acordo com critérios e juízos valorativos genericamente aceitos. O princípio permite que os iguais
devam ser tratados igualmente e os desiguais desigualmente, daí a possibilidade de inversão do ônus da prova
no direito do consumidor.
Critério de idade ou sexo em concursos ou contratações são inconstitucionais, a não ser quanto às hipóteses
em que a limitação de idade ou sexo decorra das atribuições do cargo a preencher.
I. Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.
Diferenciações entre homens e mulheres são proibidas, entretanto a lei poderá atenuar os desníveis de
tratamento em questão de sexo, como ocorre na própria Constituição. Exemplos:
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§2º. As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo
de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.
Art. 226 §5º. Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher.
02 – ( ) - (CESPE/PRF) - Considere a seguinte situação hipotética: No edital de um concurso público para
provimento de vagas no cargo de policial rodoviário estadual, no item referente aos requisitos para a investidura
no cargo, constava um subitem segundo o qual o candidato teria de ser do sexo masculino. Nessa situação, em
face do tratamento isonômico entre homens e mulheres, o subitem do edital é inconstitucional.
II. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei.
Este é o Princípio da Legalidade, que visa combater o poder arbitrário do Estado, determinando que só podem
ser criadas obrigações para os cidadãos por meio das espécies normativas do art. 59 da Constituição Federal,
que devem ser elaboradas conforme as regras de processo legislativo constitucional. De acordo com o princípio,
tudo aquilo que não estiver proibido pela lei, estará permitido ao particular.
Mas para os funcionários públicos da Administração do Estado, vigora o princípio da estrita legalidade, ou
legalidade administrativa, segundo o qual, o administrador deverá agir nos estritos limites da lei, ou seja, só
pode fazer o que a lei autoriza, não lhe sendo permitido fazer tudo o que a lei não proíbe. Veja o que diz a Lei
de Introdução ao Direito Brasileiro em seus artigos 1º e 3 º:
DIREITO CONSTITUCIONAL
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“Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada..(...)
...Art. 3º. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”.
03- (FCC/PREF.RECIFE) - É garantia constitucional da liberdade a previsão segundo a qual
A) é vedada a instituição de pena de privação ou restrição da liberdade.
B) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei.
C) se proíbe a instituição da pena de morte, exceto na hipótese de guerra declarada, nos termos da Constituição.
D) a lei considerará crimes inafiançáveis e imprescritíveis a prática da tortura e o terrorismo.
E) não haverá prisão civil por dívida, exceto a do depositário infiel.
III. Ninguém será submetido á tortura nem a tratamento desumano ou degradante.
Proibição da tortura, defesa da dignidade da pessoa humana. A tortura, que é tida como crime inafiançável e
insuscetível a graça ou anistia.
IV. É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato.
Liberdade de pensamento (foro íntimo) e de expressão (exteriorização do pensamento), por qualquer forma, o
que se pense em ciência, religião, arte, ou o que for. Inclui as liberdades de opinião, de comunicação, de
informação, religiosa, de expressão intelectual, artística e científica e direitos conexos, de expressão cultural e
de transmissão e recepção do conhecimento.
Proibição da censura (CF, art. 220, §2º). – não poderá haver censura, mas a classificação indicativa dos
programas é admitida, conforme Estatuto da Criança e Adolescente.
Vedação do anonimato – para que aquele que se expressa seja responsável pelo conteúdo de sua
manifestação.
04 – (FCC/TRE-PE) - No tocante aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, é correto afirmar que
A) é plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive a de caráter paramilitar.
B) é permitido, em regra, a privação de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política.
C) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, mediante prévia autorização
do Poder Executivo.
D) é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
E) é assegurado a todos o acesso à informação, sendo obrigatória a divulgação da fonte, quando no exercício
profissional.
V. É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem:
Limitação à liberdade de expressão. Os abusos no exercício indevido da manifestação do pensamento são
passíveis de exame e apreciação pelo Poder Judiciário com a consequente responsabilidade civil e penal de seus
autores.
Veja o que diz o Código Civil sobre o assunto:
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo(...)
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes”.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Direitos do ofendido: 1) direito de resposta proporcional à ofensa; 2) pedido de indenização por danos
morais, materiais e à imagem.
“O dano moral indenizável é o que atinge a esfera legítima de afeição da vítima, que
agride seus valores, que humilha, que causa dor. A perda de uma frasqueira contendo objetos
pessoais, geralmente objetos de maquiagem da mulher, não obstante desagradável, não produz
dano moral indenizável.” (RE 387.014-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 25/06/04)
05 – (FCC/ALE-PB/2014) - Um indivíduo pretende tomar as providências jurídicas cabíveis em razão
dos danos morais e materiais que sofreu, decorrentes de matéria jornalística produzida a seu respeito,
com conteúdo inverídico, divulgada por empresa de comunicação. Para hipóteses como esta, a
Constituição Federal assegura ao ofendido o direito
A) de resposta, proporcional ao agravo, mas não o direito à indenização por dano material ou moral, tendo em
vista a previsão constitucional da liberdade de manifestação do pensamento e de comunicação.
B) de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material e moral.
C) de resposta, proporcional ao agravo ou, então, o direito à indenização por dano moral e material, sendo
vedado ao ofendido, sob pena de enriquecer ilicitamente, cumular o exercício do direito de resposta com o
recebimento de indenização pelos danos sofridos.
D) à indenização por dano material e moral, sendo incabível o direito de resposta, uma vez que a Constituição
Federal prevê a liberdade de manifestação do pensamento e de comunicação.
E) de pleitear, junto ao órgão de fiscalização competente, a aplicação de penalidades administrativas ao autor
da matéria, não cabendo o direito de resposta, nem indenização por danos materiais e morais, uma vez que a
Constituição Federal assegura a liberdade de manifestação do pensamento e de comunicação.
VI. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas
liturgias.
Daí decorrem quatro direitos:
1. Liberdade de consciência (convicções íntimas);
2. Liberdade de crença (ter ou não uma crença);
3. Liberdade de exercício dos cultos;
4. Proteção aos locais de culto.
O Brasil é um Estado laico, ao possui religião oficial. A Constituição assegura o livre exercício do culto
religioso, enquanto não for contrário à ordem, tranquilidade e sossego públicos, bem como compatível com os
bons costumes. Assim como as demais liberdades públicas, também a liberdade religiosa não é ilimitada, não
sendo permitidas religiões e cultos atentatórios à lei, sob pena de responsabilização civil e criminal.
06 – (MPE/SP) - No tocante aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, é correto afirmar que
A) é plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive a de caráter paramilitar.
B) é permitido, em regra, a privação de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política.
C) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, mediante prévia autorização
do Poder Executivo.
D) é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
E) é assegurado a todos o acesso à informação, sendo obrigatória a divulgação da fonte, quando no exercício
profissional.
VII. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva.
Direito de quem se encontra em unidades de internação coletivas. A ideia é fornecer maior amparo espiritual às
pessoas que estão em situações menos favorecidas, afastadas do convívio familiar e social.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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A liberdade religiosa deve permitir a prestação de assistência em locais de internação. Isso não significa
que o Estado deva custear tal assistência, o que é proibido pela própria Constituição :
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I. Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou
manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma
da lei, a colaboração de interesse público;
07 – ( ) – (CESPE/DPF/2014) – A prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva pode ser considerada exemplo de norma constitucional de eficácia limitada.
VIII. Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei.
Limitação da liberdade de consciência e crença – tais direitos não podem impedir que as pessoas cumpram
obrigações legais a todos impostas.
O art. 143 da Lei Magna prevê que o serviço militar é obrigatório. O §1º deste artigo determina que as
Forças Armadas atribuam serviços alternativos aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo
de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política,
para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
Caso as prestações alternativas não sejam atendidas, poderá haver privação de direitos, o que deve ser
feito de forma temporária, pois a CF não admite penas perpétuas.
São as normas constitucionais que dependem de atuação posterior do poder público para regular o direito
previsto de forma mediata, diferida, ainda limitada. Cabendo lembrar que possuem eficácia jurídica e
estabelecem uma forma de atuação positiva do Poder Público. Dividem-se em:
Princípios institutivos ou organizativos: contém esquemas gerais em que o legislador constituinte
originário cria estruturas de instituições, órgãos, ou entidades e permite que o legislador ordinário os estruture
em definitivo, mediante lei.
Impositivas: art. 20, § 2o, art. 32, § 4o, arts. 33, 88, art. 90, § 2o, 91, § 2o, 107, § 1º, 109, VI, 113, 121,
art. 128, § 5o, art.146, art. 165, § 9o, art. 163.
Facultativas ou permissivas: art. 22, parágrafo único, art. 25, § 3o, art. 125, § 3o, art. 154, I, 195, § 4o. Princípios programáticos: as normas constitucionais programáticas não produzem seus plenos efeitos
com a entrada em vigor da CF (são normas de eficácia limitada). Porém, além da eficácia jurídica (revogação
de leis anteriores contrárias, parâmetro para inconstitucionalidade de leis posteriores contrárias, utilizadas como
interpretação para resolução de casos levados à apreciação judicial) e a previsão de atuação posterior
(concretização de seus plenos efeitos pelo poder público), as normas programáticas têm por objeto a disciplina
dos interesses econômicos-sociais (realização da justiça social, existência digna, valorização do trabalho,
desenvolvimento econômico, repressão ao abuso do poder econômico, assistência social, intervenção do Estado
na ordem econômica, amparo à família, combate à ignorância, estímulo à cultura, à ciência e à tecnologia). Em
certa medida vinculam os Poderes porque o Legislador, no mínimo, não pode fazer leis contrárias, o Judiciário
não pode negar-lhes vigência ou julgar contra elas e o Executivo não pode produzir políticas públicas em sentido
oposto. São protegidas por Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão, conforme o art. 103, § 2o, quando
exigem a atuação positiva do Legislador ou de órgãos públicos, também podem ser protegidas por Mandado de
Injunção, conforme o art. 5o, LXXI, quando sejam essenciais ao exercício de direitos constitucionais e, por
último, admite-se, quando for o caso, a proteção por Iniciativa Popular, conforme o art. 14, III, c/c (combinado
com) o art. 61, § 2º. As normas programáticas se concentram, geralmente, nos Títulos VII e VIII da Constituição.
São exemplos: Normas programáticas vinculadas ao princípio da legalidade: art. 7o, XI (já há lei posterior, então
pode-se dizer que deixou de ser programática, concretizando-se), XX (a proteção ao mercado de trabalho da
mulher, dada a discricionariedade do legislador ordinário, é norma de difícil proteção via Mandado de Injunção),
XXVII, art. 173, § 4o (a lei já existe e há o Conselho Administrativo de Defesa Econômica para tratar do
assunto), art. 216, § 3o, e, por último, o art. 218, § 4o.
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Normas programáticas referidas aos Poderes Públicos: art. 21, IX, art. 184, art. 211, § 1o, art. 215,
§ 1o, art. 216, § 1o, art. 217, art. 218, § 3o, art. 226, § 8o, e art. 227, §1o.
Normas programáticas dirigidas à ordem econômica e social: arts. 170 e 193.
08- (FUNRIO/INVESTERIO) - No tocante aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, é correto afirmar
que
A) é plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive a de caráter paramilitar.
B) é permitido, em regra, a privação de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política.
C) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, mediante prévia autorização
do Poder Executivo.
D) é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
E) é assegurado a todos o acesso à informação, sendo obrigatória a divulgação da fonte, quando no exercício
profissional.
IX. É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença.
Diz respeito a liberdade de expressão.
O STF tem sido mais flexível na admissão de reclamação em matéria de liberdade de
expressão, em razão da persistente vulneração desse direito na cultura brasileira, inclusive por via
judicial. No julgamento da ADPF 130, o STF proibiu enfaticamente a censura de publicações
jornalísticas, bem como tornou excepcional qualquer tipo de intervenção estatal na divulgação de
notícias e de opiniões. A liberdade de expressão desfruta de uma posição preferencial no Estado
democrático brasileiro, por ser uma pré-condição para o exercício esclarecido dos demais direitos
e liberdades. A retirada de matéria de circulação configura censura em qualquer hipótese, o que
se admite apenas em situações extremas. Assim, em regra, a colisão da liberdade de expressão
com os direitos da personalidade deve ser resolvida pela retificação, pelo direito de resposta ou
pela reparação civil. Diante disso, se uma decisão judicial determina que se retire do site de uma
revista determinada matéria jornalística, esta decisão viola a orientação do STF, cabendo
reclamação. STF. 1ª Turma. Rcl 22328/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/3/2018
(Info 893).
09 – (FCC/CNMP) - Em conformidade com a disciplina constitucional dos direitos e deveres individuais
e coletivos,
A) o direito de acesso à informação é assegurado a todos, sendo vedado o anonimato da fonte.
B) a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, mediante prévia indenização, em títulos da dívida pública, ressalvados os casos previstos na Constituição
Federal.
C) A livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença, não dispensa posterior responsabilização em caso de exercício abusivo.
D) ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, desde que mediante
pagamento de fiança.
E) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de
autorização e de prévio aviso, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
local.
X. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
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Tais direitos é que dão base ao sigilo de correspondência e inviolabilidade da casa. Seu desrespeito gera
indenização. As pessoas jurídicas são abrangidas por esse inciso.
a) Intimidade – esfera secreta do indivíduo, seu íntimo.
b) Vida privada – relações subjetivas e de trato íntimo da pessoa, suas relações familiares e de amizade, demais
relacionamentos humanos, inclusive os objetivos, tais como relações comerciais, de trabalho, de estudo etc.
c) Honra – bom nome e boa fama;
d) Imagem – figura física.
Não são nulas as provas obtidas por meio de requisição do Ministério Público de informações
bancárias de titularidade de Prefeitura para fins de apurar supostos crimes praticados por agentes
públicos contra a Administração Pública. É lícita a requisição pelo Ministério Público de
informações bancárias de contas de titularidade da Prefeitura, com o fim de proteger o patrimônio
público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário. O sigilo de informações
necessário à preservação da intimidade é relativizado quando há interesse da sociedade em
conhecer o destino dos recursos públicos. Diante da existência de indícios da prática de ilícitos
penais envolvendo verbas públicas, cabe ao MP, no exercício de seus poderes investigatórios (art.
129, VIII, da CF/88), requisitar os registros de operações financeiras relativos aos recursos
movimentados a partir de conta-corrente de titularidade da Prefeitura. Essa requisição
compreende, por extensão, o acesso aos registros das operações bancárias sucessivas, ainda que
realizadas por particulares, e objetiva garantir o acesso ao real destino desses recursos públicos.
STJ. 5ª Turma. HC 308493-CE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
20/10/2015 (Info 572). STF. 2ª Turma. RHC 133118/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
26/9/2017 (Info 879).
10 - (CESPE/TJ-CE) - No que diz respeito aos direitos e deveres individuais e coletivos, assinale a opção
correta.
A) Tolera-se a tortura realizada por policial a fim de se evitar perecimento de direitos alheios.
B) Ninguém será privado de direitos por motivo de convicção filosófica, mesmo invocando-a para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta.
C) É assegurado o direito à indenização por dano moral no caso de violação da intimidade.
D) É vedada a prestação de assistência religiosa nas entidades militares de internação coletiva.
E) É livre a manifestação do pensamento, contudo, em passeatas o anonimato é permitido.
XI. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial.
11 - (FCC/TRT/2014) - Para responder à questão, considere as disposições da Constituição Federal. Em
um processo de execução e em atenção a requerimento formulado pelo credor, foi proferida decisão
judicial determinando a expedição de mandado de penhora e avaliação de máquina industrial pertencente
à empresa executada- devedora, equipamento este que estava localizado em sua sede. Na mesma decisão,
o juiz autorizou o uso de força policial, se necessário fosse, para que o oficial de justiça ingressasse no
imóvel da devedora. Munido dessa decisão, o oficial de justiça compareceu à sede da empresa, mas foi
impedido de ingressar no imóvel pelo responsável. Diante dessa situação, o oficial de justiça
A) não poderá ingressar no imóvel sem autorização do proprietário, ainda que autorizado por ordem judicial,
em razão do direito à inviolabilidade de domicílio.
B) não poderá ingressar no imóvel sem autorização do proprietário, o que poderia ser feito apenas se
determinado por ordem expressa de delegado de polícia.
C) poderá ingressar no imóvel, mesmo sem autorização do proprietário, em qualquer horário,
independentemente de autorização judicial, uma vez que o direito à inviolabilidade de domicílio não se aplica à
pessoa jurídica.
D) poderá ingressar no imóvel, mesmo sem autorização do proprietário, em qualquer horário, visto que
autorizado por decisão judicial.
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E) poderá ingressar no imóvel, mesmo sem autorização do proprietário, e desde que durante o dia, visto que
autorizado por decisão judicial.
O Código Penal define bem o que é casa (domicílio) e o que não é em seu artigo 150:
§4º. A expressão "casa" compreende:
I. qualquer compartimento habitado;
II. aposento ocupado de habitação coletiva;
III. compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
§5º. Não se compreendem na expressão "casa":
I. hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a
restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II. taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
O Supremo Tribunal Federal já decidiu que mesmo sendo a casa o asilo inviolável
do indivíduo, não pode ser transformado em garantia de impunidade de crimes, que em seu interior
se praticam.
A violação de domicílio legal, sem consentimento do morador, é permitida, porém somente nas hipóteses
constitucionais:
Durante o dia: flagrante delito, em caso de desastre, para prestar socorro, ou, ainda, por determinação
judicial (cláusula de reserva jurisdicional). Somente durante o dia, a proteção constitucional deixará de existir
por determinação judicial.
Durante a noite: flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro.
Dia é o período situado entre a aurora e o crepúsculo, sem importar o horário.
Flagrante – momento em que o crime está sendo cometido, logo após seu cometimento, após a perseguição
havida depois da prática do crime.
Ainda diz o Código Penal:
Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa
ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
§1º. Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência
ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena
correspondente à violência.
§2º. Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos
casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
§3º. Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
I. durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II. a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência
de o ser.
Importante saber :
“Cuidando-se de crime de natureza permanente, a prisão do traficante, em sua residência, durante
o período noturno, não constitui prova ilícita.” (HC 84.772, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 12/11/04)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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12 - (FGV/SSP-AM) - Edson, servidor público da área de segurança pública, tem refletido a respeito do
alcance da garantia constitucional conhecida como “inviolabilidade do domicílio”. A partir da
interpretação que realizou, formulou diversas proposições, mas somente uma delas encontra-se em
harmonia com a Constituição da República. Assinale-a:
A) é peremptoriamente vedado ingressar no domicílio de alguém, em qualquer circunstância, sem ordem
judicial;
B) a autoexecutoriedade dos atos administrativos permite que a administração tributária ingresse no domicílio
individual quando lhe aprouver;
C) somente é possível penetrar, no domicílio alheio, sem o consentimento do morador ou ordem judicial, no
caso de flagrante delito;
D) a garantia da inviolabilidade do domicílio estende-se aos escritórios profissionais;
E) a determinação judicial, autorizando a penetração no domicílio alheio sem o consentimento do morador,
pode ser cumprida durante o dia ou à noite.
XII. É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal.
Apesar de a exceção constitucional expressa referir-se somente à interceptação telefônica, entende-se que
nenhuma liberdade individual é absoluta, sendo possível, respeitados certos parâmetros, a interceptação das
correspondências e comunicações telegráficas e de dados sempre que as liberdades públicas estiverem sendo
utilizadas como instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.
Nesse sentido, decidiu o Supremo Tribunal Federal pela possibilidade
excepcional de interceptação de carta de presidiário pela administração
penitenciária, entendendo que a "inviolabilidade do sigilo epistolar não pode
constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas".
O sigilo da correspondência poderá ser quebrado, ainda, em caso de estado de defesa ou de sítio.
Sigilo de dados – engloba o sigilo bancário e o fiscal, bem como as informações decorrentes da
informática. Essa nova garantia é necessária em virtude da existência de uma nova forma de armazenamento e
transmissão de informações e deve coadunar-se com as garantias de intimidade, honra e dignidade humanas, de
forma que se impeçam interceptações ou divulgações por meios ilícitos.
Informações fiscais e bancárias: constituem parte da vida privada da pessoa física ou jurídica. Tais
informações somente poderão ser devassadas em caráter excepcional e nos estritos limites legais, havendo
necessidade de autorização judicial, de Comissões Parlamentares de Inquérito (art. 58, §3°, CF) ou o pedido do
Ministério Público (art. 129, VI, CF), desde que presentes requisitos razoáveis, que demonstrem, em caráter
restrito e nos estritos limites legais, a necessidade de conhecimento dos dados sigilosos.
13- (FCC/TCE-CE) - Os sigilos bancário e fiscal, constantes do longo catálogo de direitos previsto na
Constituição Federal, apresentam elementos que os fazem uma importante proteção contra os excessos
praticados pelo estado. Nesse sentido, NÃO se admite que
A) seja determinada a quebra de sigilo de congressista federal no exercício de função, exceto se devidamente
fundamentada pelo juiz de primeiro grau no caso concreto.
B) sejam quebrados tais sigilos sem que seja oferecida, ainda que em fase de investigação preliminar, o direito
ao contraditório.
C) a comissão parlamentar de inquérito quebre tais sigilos sem que haja decisão judicial anterior.
D) Sejam, em fase de inquérito, compartilhados dados com a Receita Federal, para que esta instrua procedimento
próprio com o objetivo de produzir provas contra contribuinte investigado.
E) a Receita Federal quebre sigilo fiscal de contribuinte, sem autorização judicial, exceto em caso de urgência.
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Interceptação telefônica é a captação e gravação de conversa telefônica, no mesmo momento em que ela se
realiza, por terceira pessoa sem o conhecimento de qualquer dos interlocutores. A Constituição Federal abriu a
possibilidade de violação das comunicações telefônicas, desde que presentes três requisitos:
1. ordem judicial;
2. para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
3. nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer.
Sigilo profissional - não haverá possibilidade de interceptação da comunicação telefônica entre o acusado
e seu defensor, pois o sigilo profissional do advogado, no exercício da profissão, é garantia do próprio devido
processo legal. A interceptação somente será possível se o advogado estiver envolvido na atividade criminosa,
pois nesta hipótese não estará atuando como defensor, mas como participante da infração penal.
Gravações clandestinas - Diferentemente da gravação resultante de interceptação telefônica, as gravações
clandestinas são aquelas em que a captação e gravação da conversa pessoal, ambiental ou telefônica se dão no
mesmo momento em que a conversa se realiza, feita por um dos interlocutores, ou por terceira pessoa com seu
consentimento, sem que haja conhecimento dos demais interlocutores. Dessa forma, não se confunde
interceptação telefônica com gravação clandestina de conversa telefônica, pois enquanto na primeira nenhum
dos interlocutores tem ciência da invasão de privacidade, na segunda um deles tem pleno conhecimento de que
a gravação se realiza.
Embora haja posicionamentos divergentes, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, Nelson Nery
considera que a gravação oculta de diálogo, sem autorização expressa do interlocutor, não é ilícita ou imoral,
desde que a pessoa que pretende utiliza-la como prova faça parte do diálogo.
Concordamos com o posicionamento do jurista, considerando que as regras constitucionais não são
absolutas e devem ser confrontadas umas com as outras para que, aplicando-se o princípio da proporcionalidade,
seja decidido qual o direito deve prevalecer em determinado caso concreto. Como afirma Vicente Greco Filho,
é necessário o confronto entre os bens jurídicos tutelados, a fim de se admitir ou não a prova obtida por meio
ilícito.
Importante termos em mente que o que é proibido é a interceptação telefônica sem autorização judicial, que
não é igual à gravação de um diálogo, no qual quem está gravando participa, seja ele telefônico ou não.
Vejamos o posicionamento do Ministro Adhemar Maciel:
Constitucional e Processual Penal. "Habeas Corpus". Escuta Telefônica com ordem
judicial. Réu condenado por formação de quadrilha armada, que se acha cumprindo pena em
penitenciária, não tem como invocar direitos fundamentais próprios do homem livre para trancar
ação penal (corrupção ativa) ou destruir gravação feita pela polícia. O inciso LVI do artigo 5º da
Constituição, que fala que ‘são inadmissíveis as provas obtidas por meio ilícito’, não tem conotação
absoluta. Há sempre um substrato ético a orientar o exegeta na busca de valores maiores na
construção da sociedade. A própria Constituição Federal Brasileira, que é dirigente e programática,
oferece ao juiz, através da ‘atualização constitucional’ ,base para o entendimento de que a cláusula
constitucional invocada é relativa. A jurisprudência norte-americana, mencionada em precedente
do Supremo Tribunal Federal, não é tranquila. Sempre é invocável o princípio da ‘razoabilidade’ .
O ‘princípio da exclusão das provas ilicitamente obtidas, também lá pede
temperamentos. (HC nº 3982/RJ, STJ, 6ª T., Rel. Min. Adhemar Maciel, D.J. 26.02.96, denegada a
ordem, por unanimidade).
É importante considerar que o interesse social deve prevalecer sobre o individual, quando há interesses
divergentes em jogo, com o que a gravação clandestina pode ser utilizada, aplicando-se o princípio da
proporcionalidade e da lei da ponderação.
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XIII. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer.
Essa é uma típica norma constitucional de eficácia contida, em que há uma liberdade, independente de
regulamentação infraconstitucional, a qual pode ser diminuída se houver regulamentação futura. Assim, se a
profissão não for regulamentada (lei que estabeleça qualificações mínimas), qualquer pessoa poderá exercê-la.
A acessibilidade às funções públicas sofrem restrições de nacionalidade (arts. 12 §3º, e 37, I e II, CF).
14– (FGV/2015) - Luciano é técnico renomado na sua área de especialização, tendo realizado cursos no
exterior e ocupado cargos de gerência na empresa em que exerce sua atividade. Possuindo conhecimentos
complexos, pleiteia o ingresso em determinada profissão de nível superior, aduzindo que, embora não
possua o diploma, seu conhecimento técnico seria suficiente. O seu pedido foi indeferido, tendo em vista
que a lei específica exigiria o diploma de curso superior. De acordo com a Constituição Federal, o
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão é
A) livre, independentemente de lei reguladora.
B) livre, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
C) livre para todas as atividades, inclusive as ilegais.
D) livre, obedecidos os pressupostos regulamentares.
E) livre, desde que possua diploma de curso reconhecido.
15 – (FGV/OAB/2015) - O diretor de RH de uma multinacional da área de telecomunicações, em reunião
corporativa, afirmou que o mundo globalizado vem produzindo grandes inovações, exigindo o
reconhecimento de novas profissões desconhecidas até então. Feitas essas considerações, solicitou À
diretoria que alterasse o quadro de cargos e funções da empresa, incluindo as seguintes profissões: gestor
de mídias sociais, gerente de marketing digital e desenvolvedor de aplicativos móveis. O presidente da
sociedade empresária, posicionando-se contra o pedido formulado, alegou que o exercício de qualquer
atividade laborativa pressupõe a sua devida regulamentação em lei, o que ainda não havia ocorrido em
relação às referidas profissões. Com base na teoria da eficácia das normas constituicionais, é correto
afirmar que o presidente da sociedade empresária
a) argumentou em harmonia com a ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que afirma
ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer, possui eficácia limitada, exigindo regulamentação legal para que possa produzir efeitos.
b) apresentou argumentos contrários à ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que
afirma se livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que
a lei estabelecer, possui eficácia contida, de modo que, inexistindo lei que regulamente o exercício da atividade
profissional, é livre o seu exercício.
c) apresentou argumentos contrários à ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que
afirma ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais
que a lei estabelecer, possui eficácia plena, já que a liberdade do exercício profissional não pode ser restringida,
mas apenas ampliada.
d) argumentou em harmonia com a ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que afirma
ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer, não possui nenhuma eficácia, devendo ser objeto de mandado de injunção para a sua devida
regulamentação.
XIV. É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional.
Direito à informação é direito coletivo. O que não estiver resguardado por sigilo oficial é de acesso comum. O
profissional da imprensa tem o direito de manter sob sigilo a origem da informação.
16– (FCC/TRT/2014) - Astolpho Lucio Gregório Coragem, jornalista de um dos mais importantes veículos
de comunicação do País, denuncia, de forma veemente, em longa reportagem, atos de corrupção
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praticados em órgão público da alta Administração federal, sem revelar a sua fonte. De acordo com a
norma constitucional vigente,
A) o jornalista sofrerá processo disciplinar e ação de improbidade por se utilizar de informações de fonte não
revelada.
B) por se tratar de crime contra a Administração pública, o jornalista é obrigado a revelar sua fonte de
informações.
A) o jornalista não é obrigado a revelar sua fonte de informações.
B) o jornalista tem o dever de revelar ao Ministério da Defesa e ao Poder Judiciário sua fonte de informações
em processo protegido pelo segredo de justiça.
E) em razão da prerrogativa de foro das autoridades envolvidas nos atos de corrupção noticiados, o jornalista é
obrigado a revelar sua fonte de informações.
XV. É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
Liberdade de locomoção – garantido pelo habeas corpus – é o direito das pessoas de serem senhoras
de sua própria vontade e de locomoverem-se desembaraçadamente dentro do território nacional. Em caso de
guerra e de estado de defesa ou de sítio, a liberdade de locomoção poderá ser restrita.
17 – (IESES/TJ-MS/2014) - No que tange aos dos direitos e deveres individuais e coletivos fixados no artigo
quinto da Constituição Federal de 1988 pode-se afirmar:
I. É garantida a livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença.
II. Será livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
III. É defeso a livre a manifestação do pensamento.
IV. Será assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem.
A sequência correta é:
A) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
B) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
C) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
D) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.
Agora, vamos falar de direitos coletivos: Reunião e associação.
REUNIÃO ASSOCIAÇÃO
Volátil, esporádico,
provisório.
Permanente, unindo os associados a
fins comuns.
XVI. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.
É direito coletivo e individual. A liberdade é para reunião temporária e eventual, com fins definidos e
lícitos.
“De início, surge com relevância ímpar pedido de suspensão de decreto mediante o qual
foram impostas limitações à liberdade de reunião e de manifestação pública, proibindo-se a
utilização de carros de som e de outros equipamentos de veiculação de ideias.” (ADI 1.969-MC,
Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 05/03/04).
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Requisitos:
1) pacífica
2)sem armas
3) em locais públicos
4) não deve ter outra reunião marcada para o mesmo local na mesma data,
5) aviso à autoridade
O direito de reunião deverá ser exercido independentemente de autorização; assim, veda atribuição às
autoridades públicas para análise da conveniência ou não de sua realização, impedindo as interferências nas
reuniões pacíficas e lícitas em que não haja lesão ou perturbação da ordem pública.
A necessidade de comunicação prévia às autoridades deve ser realizada para que estas exercitem as
condutas a elas exigíveis, tais como a regularização do trânsito, a garantia da segurança e da ordem pública, o
impedimento de realização de outra reunião.
No caso dos Estados de Defesa e de Sítio poderá haver restrições ao direito de reunião.
18- (FCC/TCE-PI/2014) - O direito de reunião, constitucionalmente previsto,
A) permite, em locais públicos, a manifestação pacífica de agentes de segurança que estejam portando suas
armas.
B) pode ser exercido independentemente de autorização da autoridade competente.
C) não pode ser limitado por legislação infraconstitucional.
D) autoriza a concorrência entre manifestações no mesmo local, com preponderância democrática daquela com
maior número de participantes.
E) pode ser exercido independentemente de aviso à autoridade competente.
XVII. É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
Liberdade de associação - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou mesmo permanecer associado
(art. 5°, XX). Em alguns casos, a associação é obrigatória – OAB e demais Conselhos profissionais. A associação
tem caráter permanente, diferentemente da reunião.
Associação – coligação voluntária de pessoas, com objetivo comum e direção única. Deve ter finalidade
lícita e não pode ter caráter paramilitar (se destinam ao treinamento de seus membros para finalidades bélicas,
com uso de uniformes e armas, treinamento marcial, relação de obediência e hierarquia, etc.).
“Liberdade de associação: garantia constitucional de duvidosa extensão às pessoas jurídicas.” (ADI
2.054, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 17/10/03).
“Confederações como a presente são meros organismos de coordenação de entidades sindicais ou não
(...), que não integram a hierarquia das entidades sindicais, e que tem sido admitidas em nosso sistema jurídico
tão-só pelo princípio da liberdade de associação.” (ADI 444, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 25/10/91)
XVIII. A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
Sua criação independe de autorização, vedada a interferência estatal em seu funcionamento,
constituindo-se um direito que, embora atribuído a cada pessoa (titular), somente poderá ser exercido de forma
coletiva, com várias pessoas. A criação das cooperativas deverá ser regulada na forma da lei, a fim de que certos
procedimentos e exigências sejam cumpridos.
XIX. As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.
Dissolução e suspensão voluntárias – dependem da vontade dos associados.
Dissolução compulsória – desfazimento definitivo da associação – depende de decisão judicial
transitada em julgado. Suspensão compulsória – desfazimento temporário – depende de decisão judicial, pode
ser liminar.
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XX. Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.
Liberdade de associar-se ou não. O direito de associação está intimamente ligado ao direito a liberdade.
XXI. As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
"A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados
independe da autorização destes." (SÚM. 629)
19 - (FCC/TCE-PI/2014) - De acordo com o direito de associação constitucionalmente previsto,
a) as associações poderão ter caráter paramilitar.
b) as atividades das associações somente poderão ser suspensas por decisão judicial transitada em julgado.
c) as associações podem representar seus filiados em juízo, desde que expressamente autorizadas.
d) a constituição de associações e de cooperativas depende de autorização, na forma da lei.
e) as associações não sofrerão interferência estatal no seu funcionamento, salvo as entidades classistas.
XXII. É garantido o direito de propriedade.
Direito de propriedade – direito de uso, gozo e disposição da coisa, podendo o proprietário reavê-la de
quem a detenha injustamente. É direito subjetivo à exploração de um bem, material ou imaterial (imagem, marca,
símbolo, invenção), etc.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural
que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária,
com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de
sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
XXIII. A propriedade atenderá sua função social.
Limitação ao direito de propriedade.
Função social – art. 182, §2° e 186, CF:
“O processo de reforma agrária, em uma sociedade estruturada em bases democráticas,
não pode ser implementado pelo uso arbitrário da força e pela prática de atos ilícitos de violação
possessória, ainda que se cuide de imóveis alegadamente improdutivos, notadamente porque a
Constituição da República - ao amparar o proprietário com a cláusula de garantia do direito de
propriedade (CF, art. 5º, XXII) - proclama que 'ninguém será privado (...) de seus bens, sem o
devido processo legal' (art. 5º, LIV).” (ADI 2.213-MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 23/04/04).
1. Propriedade urbana: que atenda as exigências do plano diretor da cidade.
2. Propriedade rural: que atenda aos seguintes requisitos:
3. Aproveitamento racional e adequado;
4. Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
5. Observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
6. Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
O acesso à terra, a solução dos conflitos sociais, o aproveitamento racional e adequado do imóvel rural, a
utilização apropriada dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente constituem elementos
de realização da função social da propriedade.” (ADI 2.213-MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 23/04/04).
Caso a função social não seja atendida, poderá haver a desapropriação do bem, sem indenização prévia e
em dinheiro (a não ser quanto às benfeitorias úteis e necessárias, na propriedade agrária), mas sim com títulos
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da dívida pública (TDP), resgatáveis no prazo de 10 anos, ou títulos da dívida agrária (TDA), resgatáveis em até
20 anos. Trata-se da desapropriação-sanção.
Benfeitorias:
1. Necessárias: destinam-se à conservação do imóvel.
2. Úteis: melhoram o uso do imóvel.
3. Voluptuárias: tornam o imóvel mais bonito ou agradável.
20 – (TRE-PB) - O princípio da propriedade privada fundamenta-se no direito de alguém possuir alguma
coisa, podendo dela dispor de modo pleno. Na atual Constituição Brasileira, tal direito revela-se
A) reservado aos nacionais.
B) socializado.
C) condicionado à sua função social.
D) incondicionado.
E) condicionado ao interesse do Estado.
Alternativa correta letra “C”
XXIV. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
os casos previstos na Constituição.
Desapropriação é o ato através do qual o Poder Público toma para si ou terceiros os bens de particulares.
Deverá ocorre a justa e prévia indenização em dinheiro. Haverá avaliação por perito. A indenização ocorrerá
antes da desapropriação e será paga em dinheiro.
Tipos:
1. Por necessidade pública: problemas emergenciais, tornando a desapropriação indispensável para a realização
de atividade essencial do Estado.
2. Por utilidade pública: desapropriação é conveniente para a realização de uma determinada atividade estatal;
3. Por interesse social: desapropriação é conveniente para o progresso social.
XXV. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
Tal uso somente será indenizado em caso de dano.
21 – (PC-RS) - Por disposição expressa da Constituição, a autoridade policial competente, no exercício de
suas atividades, poderá usar de propriedade particular
A) quando for necessário ao serviço.
B) na perseguição de criminoso em caso de flagrante.
C) no caso de iminente perigo público.
D) somente para salvar a própria vida ou a de terceiro.
E) somente no combate ao narcotráfico.
XXVI. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar seu desenvolvimento.
A pequena propriedade rural é impenhorável, se for trabalhada pela família, para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva. Diante da impenhorabilidade, torna-se necessário o estabelecimento de
mecanismos capazes de viabilizar a concessão de créditos direcionados ao pequeno proprietário rural.
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“Impenhorabilidade da pequena propriedade rural de exploração familiar (Const.,
art. 5º, XXVI): aplicação imediata. A norma que torna impenhorável determinado bem
desconstitui a penhora anteriormente efetivada, sem ofensa de ato jurídico perfeito ou de direito
adquirido do credor: precedentes sobre hipótese similar. A falta de lei anterior ou posterior
necessária à aplicabilidade de regra constitucional – sobretudo quando criadora de direito ou
garantia fundamental –, pode ser suprida por analogia: donde, a validade da utilização, para
viabilizar a aplicação do art. 5º, XXVI, CF, do conceito de 'propriedade familiar' do Estatuto da
Terra.” (RE 136.753, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 25/04/97).
22 – (FCC/TRT/JUIZ) - A Constituição da República prevê, como mecanismo atrelado ao cumprimento
da função social da propriedade, a
a) impossibilidade absoluta de desapropriação da pequena e média propriedade rural, para fins de reforma
agrária.
b) desapropriação para fins de reforma agrária, mediante indenização em títulos da dívida pública, de glebas
em que localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas.
c) instituição de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo, sucessiva mente
a parcelamento
ou edificação compulsórios.
d) usucapião de área urbana de até cinquenta hectares, por quem a possua, ininterruptamente e sem oposição,
por cinco anos.
e) requisição de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
XXVII. Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.
Propriedade autoral: propriedade imaterial que confere aos autores o direito exclusivo de utilizar, publicar
e reproduzir suas obras. Tal direito é transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.
"Pela execução de obra musical por artistas remunerados é devido direito autoral,
não exigível quando a orquestra for de amadores." (SÚM. 386)
O autor é titular de direitos morais e de direitos patrimoniais sobre a obra intelectual que produzir; os
direitos morais (paternidade e ineditismo da obra) são inalienáveis e irrenunciáveis; mas são transmissíveis por
herança, nos termos da lei; já os patrimoniais são alienáveis por ele ou por seus sucessores. O direito do autor é
vitalício e o dos sucessores é de sessenta anos.
XXVIII. São assegurados, nos termos da lei:
a). A proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b). O direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas.
Os que participam de obras coletivas devem remunerados na proporção de sua participação, podendo
fiscalizar, por si ou por intermédio de associações ou sindicatos, o resultado econômico das obras de que
participem.
XXIX. A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como a proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes
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de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País.
O inventor terá exclusividade na utilização de seu invento, de forma temporária, de acordo com o que a lei
estabelecer. A lei deverá também resguardar as criações industriais e as marcas, o que deve ser feito em caráter
permanente.
23 – (FCC/MPE-PB/2015) - Em conformidade com a disciplina constitucional dos direitos e deveres
individuais e coletivos,
A) o direito de acesso à informação é assegurado a todos, sendo vedado o anonimato da fonte.
B) a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, mediante prévia indenização, em títulos da dívida pública, ressalvados os casos previstos na Constituição
Federal.
C) a livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença, não dispensa posterior responsabilização em caso de exercício abusivo.
D) ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, desde que mediante
pagamento de fiança.
E) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de
autorização e de prévio aviso, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
local.
XXX. É garantido o direito de herança.
Herança é o conjunto de direitos e obrigações do falecido.
XXXI. A sucessão de bens estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus.
Direito internacional privado. A regra é a aplicação da lei brasileira, podendo o cônjuge e os filhos brasileiros
aplicar a lei externa, desde que lhes seja mais conveniente.
XXXII. O estado promoverá na forma da lei a defesa do consumidor.
O inciso demonstra a preocupação do Estado com a proteção do consumidor. O art. 170, V, CF eleva a defesa
do consumidor à condição de princípio da ordem econômica.
“Em face da atual Constituição, para conciliar o fundamento da livre iniciativa e do princípio
da livre concorrência com os da defesa do consumidor e da redução das desigualdades sociais, em
conformidade com os ditames da justiça social, pode o Estado, por via legislativa, regular a
política de preços de bens e de serviços, abusivo que é o poder econômico que visa ao aumento
arbitrário dos lucros.” (ADI 319-QO, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 30/04/93)
O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), em seu art. 48 determinou que Congresso
Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborasse código de defesa do
consumidor.
XXXIII. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas do prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
As informações pessoais são garantidas pelo habeas data. Quanto às de interesse coletivo (de um grupo
de pessoa) ou geral (de toda a sociedade) são defensáveis via mandado de segurança.
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24 – (FGV/OAB/2014) - Deise pretende ter acesso a informações pertinentes à atividade estatal que estão
em poder de específico órgão público, aduzindo que todos os dados de interesse coletivo ou geral devem
ser públicos. Nos termos da Constituição Federal, o direito de acesso às informações estatais.
A) é absoluto, em decorrência da publicidade dos atos.
B) tem, como limite, o sigilo imprescindível à segurança do Estado.
C) depende de autorização excepcional do Executivo.
D) está limitado aos dados constantes nos sítios de informações estatais.
XXXIV. São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a. o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b. a obtenção de certidões em repartições públicas, para a defesa de direitos e
esclarecimentos de situações de interesse pessoal.
Direito de petição – pedido escrito solicitando ação do Estado na defesa de direitos particulares.
Direito de certidão – obtenção de informações pessoais ou processuais. Certidão de objeto e pé, certidão
de inteiro teor.
25 – (VUNESP/TJ-PA/2014) - Nos termos da Constituição Federal, é a todos assegurado (a)
A) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
B) a liberdade de associação para fins de caráter paramilitar.
C) o direito de eximir-se de obrigação legal imposta invocando crença religiosa ou convicção filosófica.
D) o acesso à informação e o sigilo da fonte, independentemente de sua necessidade recair, ou não, sobre o
exercício profissional.
E) a livre expressão da atividade intelectual, artística e científica precedidas de licença.
XXXV. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciária lesão ou ameaça a direito.
Princípio da inafastabilidade da Jurisdição, do livre acesso ao Judiciário, do direito de ação, da proteção
judiciária - assegura a todos o direito de obter decisão definitiva ou acautelatória de um Tribunal imparcial, na
defesa de seus direitos. Não poderá haver a exigência de esgotamento da via processual administrativa, a qual é
opcional.
"Os atos administrativos que envolvem a aplicação de ‘conceitos indeterminados’ estão sujeitos ao exame
e controle do Poder Judiciário. O controle jurisdicional pode e deve incidir sobre os elementos do ato, à luz
dos princípios que regem a atuação da Administração. (...) A capitulação do ilícito administrativo não pode ser
aberta a ponto de impossibilitar o direito de defesa." (RMS 24.699, Rel. Min. Eros Grau, DJ 01/07/05).
Vale lembrar que a Constituição Federal exige, excepcionalmente, o prévio acesso às instâncias da justiça
desportiva, nos casos de ações relativas à disciplina e às competições desportivas, reguladas em lei (CF, art. 217,
§1.°). O constituinte não criou órgão jurisdicional especial no que tange à justiça desportiva, mas sim um órgão
administrativo previsto constitucionalmente.
Princípio do Duplo grau de jurisdição: Constituição Federal se refere à existência de juízes e tribunais, bem
como prevê a existência de alguns recursos (ordinários constitucionais, especial, extraordinário), porém não
existe a obrigatoriedade do duplo grau de jurisdição (revisão obrigatória das decisões dos juízes e tribunais).
Isso ocorre porque existem as competências originárias do STF, ocasião em que o processo já se inicia naquele
tribunal e não haverá a possibilidade de recorrer da decisão proferida.
XXXVI. A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Esta
previsão visa assegurar a segurança jurídica, impedido que as inovações legislativas tornem
demasiadamente instável o Direito pátrio.
Vejamos o que diz a LEI DE INTRODUÇÃO AO DIREITO BRASILEIRO.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Art. 6º. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.
§1º. Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetuou.
§2º. Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa
exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem.
“O princípio insculpido no inciso XXXVI do art. 5º da Constituição (garantia do direito
adquirido) não impede a edição, pelo Estado, de norma retroativa (lei ou decreto) em benefício do
particular.” (RE 184.099, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ 18/04/97)
§3º. Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
XXXVII. Não haverá juízo ou tribunal de exceção.
Princípio do Juiz Natural – também presente no inciso LIII. Ninguém será processado nem sentenciado
senão pela autoridade competente. Proíbe a existência de juízos e tribunais de exceção.
O juiz natural é somente aquele integrado no Poder Judiciário, com todas as garantias institucionais e
pessoais previstas na Constituição Federal, cuja competência está constitucionalmente estabelecida. O princípio
do juiz natural exige que o órgão jurisdicional seja criado previamente e abstratamente, com juízes pré-
constituídos.
Na Constituição de 1988, o princípio do juiz natural pode ser inferido do art. 5º, em seus incisos XXXVII
e LIII, que não fazem qualquer distinção entre processo civil, penal ou administrativo, com o que se deduz a
aplicação do princípio em âmbito administrativo.
Processo administrativo. O princípio do juiz natural se aplica, igualmente, no processo administrativo. Fale-
se, aqui, em princípio do julgador natural, dimensão do princípio constitucional do juiz natural no direito
administrativo.
Princípio do promotor natural (CF, art. 128, §5º, I, “b” e na Lei Orgânica do Ministério Público, art. 38,
II) - A Constituição, ao conferir a titularidade exclusiva da ação penal pública ao Ministério público faz com
que o jurisdicionado tenha a garantia constitucional de ser processado somente pela autoridade competente,
previamente estabelecida pelas leis processuais. Ademais, o plenário do STF, ao julgar o HC 67759, já
proclamou a existência do princípio do promotor natural no Direito pátrio.
XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a. a plenitude da defesa;
b. o sigilo das votações;
c. a soberania dos veredictos;
d. a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
"A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e
não do Tribunal do Júri." (SÚM. 603).
O júri é um tribunal popular, regulamentado na forma da legislação ordinária, e, atualmente, composto por
um juiz de direito, que o preside, e por 25 jurados, que serão sorteados dentre cidadãos que constem do
alistamento eleitoral do Município, formando o Conselho de Sentença com sete deles.
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26 –(FCC/PGE-RN/2014) - Um cidadão, brasileiro naturalizado, recusa-se a prestar serviço de júri para
o qual havia sido convocado, invocando, para tanto, motivo de crença religiosa. Diante da recusa, o juiz
competente, com fundamento em previsão expressa do Código de Processo Penal, fixa serviço alternativo
a ser cumprido pelo cidadão em questão, consistente no exercício de atividades de caráter administrativo
em órgão do Poder Judiciário. Nessa hipótese,
A) o cidadão não poderia ter exercido objeção de consciência, por se tratar de direito assegurado pela
Constituição da República tão somente a brasileiros natos, no pleno gozo de seus direitos políticos.
B) a previsão do Código de Processo Penal que autoriza a fixação de serviço alternativo é inconstitucional, uma
vez que ninguém poderá ser compelido a cumprir qualquer obrigação, ainda que imposta legalmente a todos,
quando invocar para tanto motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política.
C) o cidadão estará obrigado ao cumprimento do serviço alternativo, sob pena de cancelamento de sua
naturalização por ato do Ministro da Justiça e consequente suspensão dos direitos políticos.
D) a fixação de serviço alternativo pelo juiz é compatível com a Constituição, uma vez que prevista em lei, não
podendo o cidadão recusar-se a seu cumprimento, sob pena de suspensão de seus direitos políticos, enquanto
não prestar o serviço imposto.
E) o cidadão não poderia ter-se recusado à prestação do serviço do júri por motivo de crença religiosa, mas tão
somente por motivo de convicção política ou filosófica, devendo ser privado do exercício de seus direitos
políticos.
Plenitude de defesa - encontra-se dentro do princípio constitucional da ampla defesa (LV). Os jurados
devem vir de todas as classes sociais e não apenas de uma ou de algumas e os advogados de defesa do réu podem
valer-se de todo e qualquer recurso lícito para comprovar sua inocência.
Sigilo de votações - a fim de que seja assegurada a liberdade de convicção e opinião dos jurados, o sigilo
das votações deverá sempre ser resguardado, devendo a legislação ordinária prever mecanismos para que não se
frustre o mandamento constitucional.
Soberania dos veredictos - não exclui a recorribilidade das decisões do júri popular; porém, tais decisões
não poderão ser alteradas, quanto ao mérito, pelo tribunal do Poder Judiciário; podem apenas ser anuladas
quando se mostrarem contrárias à prova dos autos, assegurando-se a devolução dos autos ao tribunal do júri para
que profira novo pronunciamento. Assim, a recorribilidade não afeta a soberania dos veredictos do Tribunal do
Júri.
O mesmo entendimento prevalece em relação à possibilidade de protesto por novo júri e em relação à
revisão criminal. Isso ocorre porque, pelo princípio da proporcionalidade, deve prevalecer o princípio da
inocência em relação à soberania dos veredictos.
Existem, ainda, as competências especiais por prerrogativa de função, de modo que todas as autoridades
com foro de processo e julgamento previsto diretamente pela Constituição Federal, mesmo que cometam crimes
dolosos contra a vida, estarão excluídas da competência do Tribunal do Júri, pois no conflito aparente de normas
da mesma hierarquia, a de natureza especial prevalecerá sobre a de caráter geral definida no art. 5.°, XXXVIII,
da Constituição Federal.
Dolo – ocorre quando há intenção na prática criminosa. Pode ser direto, quando o agente desejou a produção
do resultado obtido, ou indireto, quando o agente, embora não tivesse a intenção de produzir aquele resultado,
assumiu o risco de obtê-lo (dolo indireto eventual), ou pretendia resultado diverso (dolo indireto alternativo).
27 – (CESPE/PREF.SALVADOR/2015) - Ainda com relação aos direitos e às garantias individuais,
assinale a opção correta com base na jurisprudência do STF.
A) A competência do júri para o julgamento de crimes dolosos contra a vida não é absoluta e pode ser
excepcionada por regra da própria CF, como, por exemplo, o julgamento de prefeitos pelo TJ.
B) Desde que prevista em lei, é constitucional, em processo administrativo, a exigência de depósito ou de
arrolamento prévio de bens e de direitos como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo.
C) O princípio da inafastabilidade da jurisdição impede o estabelecimento, no ordenamento jurídico brasileiro,
de cláusulas compromissórias de arbitragem em contratos, ainda que estes sejam relativos a direito disponível.
D) O julgamento, pelo Senado Federal, de crime de responsabilidade praticado por presidente ou vice-presidente
da República constitui ato de conteúdo político, razão por que não está sujeito a controle jurisdicional.
E) Como as relações entre os servidores públicos e a administração pública são estatutárias, lei posterior poderá
revogar vantagem pessoal que esteja incorporada ao patrimônio do servidor, sem que seja cabível a alegação de
ofensa a direito adquirido.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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SÚMULA 702
A COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA JULGAR PREFEITOS RESTRINGE-SE AOS
CRIMES DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL; NOS DEMAIS CASOS, A
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA CABERÁ AO RESPECTIVO TRIBUNAL DE SEGUNDO GRAU.
SÚMULA 703
A EXTINÇÃO DO MANDATO DO PREFEITO NÃO IMPEDE A INSTAURAÇÃO DE PROCESSO PELA
PRÁTICA DOS CRIMES PREVISTOS NO ART. 1º DO DECRETO-LEI 201/1967.
XXXIX. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Princípio da anterioridade da lei penal – para que haja crime é necessário que haja lei anterior a este,
o definindo e fixando sua pena.
XL. A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
A lei aplicada será aquela da época do cometimento do crime, salvo se houver lei posterior mais benéfica.
“Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação
de lei mais benigna.” (SÚM. 611).
“A Lei Penal Mais Grave Aplica-Se Ao Crime Continuado Ou Ao Crime Permanente, Se Sua
Vigência É Anterior à Cessação da Continuidade Ou Permanência” (SÚM 711).
Retroagir é fazer efeito para ocorrências passadas. A retroação só é admitida para benefício do réu. A não
ser nos crimes continuados, os quais serão punidos com a lei penal superveniente, mesmo que mais gravosa, se
ela for aprovada durante a ocorrência da conduta criminosa.
Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie
e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser
havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Para que ocorra o crime continuado deve haver execução homogênea (isto é, trata-se do cometimento
plúrimo e repetido no tempo da mesma ação), sendo que tal ação deverá ser sugestionada por um determinado
condicionalismo exterior.
28 – ( ) – (CESPE/DPF/2014) – No que se refere aos direitos e deveres individuais e coletivos, a CF
incorpora o princípio da irretroatividade irrestrita da lei penal, em respeito ao princípio da legalidade.
XLI. A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.
Decorrência do princípio da igualdade. A lei deverá punir as discriminações que não sejam permitidas,
sem prejuízo do tratamento diferenciado aos hipossuficientes.
XLII. A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei.
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“Escrever, editar, divulgar e comerciar livros ‘fazendo apologia de ideias
preconceituosas e discriminatórias’ contra a comunidade judaica (Lei 7.716/89, artigo 20, na
redação dada pela Lei 8.081/90) constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de
inafiançabilidade e imprescritibilidade (CF, artigo 5º, XLII)”.
Aplicação do princípio da prescritibilidade geral dos crimes: se os judeus não são uma
raça, segue-se que contra eles não pode haver discriminação capaz de ensejar a exceção
constitucional de imprescritibilidade. Inconsistência da premissa.” (HC 82.424, Rel. Min.
Maurício Corrêa, DJ 19/03/04).
Racismo são discriminações realizadas e virtude da raça
Prescrição é a perda do poder de agir decorrente do seu não-exercício no tempo fixado em lei. No direito
penal, segundo lição de Damásio, a prescrição é a perda da pretensão punitiva ou executória do Estado pelo
decurso do tempo sem o seu exercício.
Crime imprescritível – não prescreve, ou seja, a justiça sempre poderá punir o criminoso, o decurso do
tempo não afeta a punibilidade.
Fiança - pagamento em dinheiro para que se responda o processo em liberdade.
Crime inafiançável – não admite a soltura mediante, sendo que o acusado responderá ao processo preso.
Reclusão – o art. 33. do CP determina que a pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado,
semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a
regime fechado, sendo que:
a) regime fechado - a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto - a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto - a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
XLIII. A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes os executores e o que, podendo evitá-los, se
omitirem.
Nota: No Julgamento do HC 82.959, o STF decidiu pela possibilidade de progressão do regime de
cumprimento de pena nos crimes hediondos.
Veja o Art. 107 do Código Penal:
Art. 107. Extingue-se a punibilidade: I. pela morte do agente; II. pela anistia, graça ou indulto
São formas de renúncia do Estado ao direito de punir. São chamadas de indulgência, clemência soberana ou graça em sentido amplo.
a) Anistia
DIREITO CONSTITUCIONAL
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É uma lei federal penal de efeitos retroativos, ou seja, é uma lei feita para o passado. Se é uma lei penal,
atinge os efeitos penais (principais e secundários). Os efeitos extrapenais subsistem. Só existe um caso em que
a anistia afeta todos os efeitos: no caso de ser anterior ao trânsito em julgado.
Uma vez concedida, não pode ser revogada, já que sua revogação implicaria em retroatividade dos efeitos
anteriores, prejudicando o agente.
A anistia é de atribuição do Congresso Federal (art. 48, inc. VIII, da CF).
b) Graça e Indulto Semelhanças:
– são concedidos por decreto. O decreto é do Presidente da República, que pode delegar essa atribuição ao
Procurador Geral da República ou ao Advogado Geral da União ou, ainda, ao Ministro da Justiça;
– só extingue o efeito principal, que é a pena. Diferenças:
– a graça é individual e depende de pedido do sentenciado;
– o indulto é uma medida coletiva e é concedida de ofício (não depende de provocação).
Obs:
Graça – forma de extinção da punibilidade, concedida pelo Presidente da República, a pedido
do condenado, considerando suas condições pessoais, bom comportamento, etc.
Anistia – forma de extinção de punibilidade, que consiste no esquecimento do fato ou dos
fatos criminosos que o poder público teve dificuldades de punir ou achou prudente não punir.
Juridicamente os fatos deixam de existir; o parlamento possa uma esponja sobre eles.
Tortura Conforme define o art. 1º da Lei nº. 9.455/97, o crime de tortura consiste em constranger alguém com
emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter
informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa; em razão de discriminação racial ou religiosa.
O crime também consiste em submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
Tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas afins
Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, semear, cultivar ou fazer a colheita, entregar
a consumo ou fornecer drogas, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar (art. 33, I.
II e II, da Lei nº 11.343/2006).
Terrorismo
A lei 13.260/2016 criou tipo penal que descreve a conduta de terrorismo no país, a Constituição
Federal lhe dá a condição de crime imprescritível e inafiançável.
“Art. 2o O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste
artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando
cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa,
patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”.
Crimes hediondos – de acordo com a Lei nº 8.072/1990, são :
DIREITO CONSTITUCIONAL
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I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido
por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV, V, VI e VII);
A novidade da Lei : I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida
de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3oV - estupro (art.
213, caput e §§ 1o e 2o
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de
1998).
A novidade da Lei :
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança
ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº
12.978, de 2014)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o
e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma de fogo de
uso restrito, previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou
consumados. (Redação dada pela Lei nº 13.497, de 2017).
29 - (FCC/MPE-PB/2015) - De acordo com a Constituição Federal, dentre os direitos e garantias
individuais e coletivos, considera-se crime inafiançável e imprescritível a prática
A) do racismo e a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático.
B) do racismo, bem como a tortura e o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
C) do racismo, bem como a tortura, apenas.
D) da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
E) da tortura e a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático, apenas.
XLIV. Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Trata o inciso da proteção da democracia e do constitucionalismo, contra golpes de estado. As reuniões
com armas e as associações paramilitares já estão proibidas pelo inciso XVI e XVII.
XLV. Nenhuma das penas passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendida aos sucessores e
contra eles ser executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
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“A intransmissibilidade da pena traduz postulado de ordem constitucional. A sanção
penal não passará da pessoa do delinquente. Vulnera o princípio da incontagiabilidade da pena a
decisão judicial que permite ao condenado fazer-se substituir, por terceiro absolutamente estranho
ao ilícito penal, na prestação de serviços à comunidade.” (HC 68.309, Rel. Min. Celso de Mello,
DJ 08/03/91).
Princípio da personalização da pena – somente o agente do crime é que pode sofrer condenação a todo e
qualquer tipo de pena (multa, reclusão, prestação de serviços á comunidade, etc.). Entretanto, o patrimônio do
agente criminoso pode ser utilizado para a reparação do dano que este vier a causar. Daí, os sucessores poderão
ser privados dos valores recebidos a título sucessório.
XLVI. A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a. privação ou restrição da liberdade;
b. perda de bens;
c. de multa;
d. prestação social alternativa;
e. suspensão ou interdição de direitos.
Princípio da individualização da pena – a pena deve ser adaptada ao réu, de acordo com o crime e suas
circunstâncias particulares, a fim de que se adeque ao fato praticado, sendo suficiente e não excessiva.
Privação da liberdade – pena de reclusão ou detenção em regime fechado;
Restrição da liberdade – pena de detenção ou reclusão em regime aberto ou semiaberto, livramento
condicional ou sursis (suspensão condicional da pena, utilizada para crimes puníveis com menos de 2 anos com
pena privativa de liberdade, desde que:
• o condenado não seja reincidente em crime doloso;
• a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos
e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
• não seja indicada ou cabível a substituição por penas restritivas de direitos.
Perda de bens – perdimento de bens a favor da vítima ou do Estado.
Prestação social alternativa – prestação de serviços à comunidade como forma de reparação do crime.
Suspensão ou interdição de direitos – supressão temporária de determinado direito, lembrando que a
constituição não permite a existência de penas de caráter perpétuo (inciso XLVII a seguir).
A lista do artigo é exemplificativa e não taxativa.
XLVII. Não haverá penas:
a. de morte, salvo em caso de guerra declarada nos termos do art. 84, XIX;
b. de caráter perpétuo;
“Pena de inabilitação permanente para o exercício de cargos de administração ou gerência de instituições
financeiras. Inadmissibilidade.” (RE 154.134, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 29/10/99)
c. de trabalhos forçados;
d. de banimento;
e. cruéis.
A lista do inciso é taxativa, não podendo abrangendo outras situações que não as acima descritas.
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Penas de caráter perpétuo – não só de prisão , mas qualquer outra que dure por toda a vida do condenado.
O limite da pena privativa de liberdade, de acordo com o código penal, é de 30 anos.
Trabalhos forçados – o preso não pode ser obrigado a trabalhar e trabalhando, deverá ser remunerado e
ter a pena diminuída.
Banimento – é a expulsão de brasileiro, pois há casos legais de expulsão de estrangeiros.
Penas cruéis – ainda não foram definidas, dependendo o inciso de regulamentação.
XLVIII. A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito,
a idade e o sexo do apenado.
Mulheres e homens não podem ficar presos juntos e nem criminosos experientes com iniciantes.
XLIX. É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral.
“Detento assassinado por outro preso: responsabilidade civil do Estado: ocorrência da
falta do serviço, com a culpa genérica do serviço público, dado que o Estado deve zelar pela
integridade física do preso.” (RE 372.472, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 28/11/03). No mesmo
sentido: RE 215.981, DJ 31/05/02.
Dignidade da pessoa humana: todo ser humano tem direito a uma existência plena e saudável. O ser
humano foi elevado ao patamar mais elevado pela Constituição, a fim de que seja impedida a sua degradação.
Esse princípio compreende a proteção e a promoção das condições fundamentais para uma vida adequada, o
respeito a igualdade entre os indivíduos, a garantia da independência e da autonomia do ser humano, a proibição
de qualquer obstáculo que impeça o desenvolvimento do potencial de sua personalidade, bem como compreende
a garantia e efetivação de seus direitos essenciais inalienáveis, afinal, o Estado existe em prol das pessoas que
ele habitam.
Princípio de direitos humanos que garante ao preso a dignidade durante o cumprimento da pena.
L. À presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação.
Decorrência do princípio da personalização da pena, para que a pessoa em formação não sofra os efeitos
da pena da sua progenitora.
LI. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei.
“Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou
ter filho brasileiro.” (SÚM. 421)
O brasileiro nato nunca será extraditado. O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado por dois motivos:
1) se tiver praticado crime comum antes da naturalização 2) se estiver envolvido comprovadamente com tráfico
de drogas, nos termos da lei, sem importar se foi antes ou depois da naturalização.
Extradição é o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo, acusado de um delito ou já condenado como
criminoso, à justiça do outro, que o reclama, e que é competente para julgá-lo e puni-lo.
Expulsão é medida tomada pelo Estado, que consiste em retirar forçadamente de seu território um
estrangeiro que seja nocivo ao País, como por exemplo aquele que praticou atentados à ordem jurídica do país
em que se encontra. A expulsão não exige requerimento de país estrangeiro algum.
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Deportação é o ato de devolver ao exterior o estrangeiro que aqui esteja irregularmente. Fundamenta-se
no fato de o estrangeiro entrar ou permanecer irregularmente no território nacional (CF, art. 5.°, XV), não
decorrendo da prática de delito em qualquer território, mas do não-cumprimento dos requisitos para entrar ou
permanecer no território, desde que o estrangeiro não se retire voluntariamente no prazo determinado. Far-se-á
a deportação para o país de origem ou de procedência no estrangeiro, ou para outro que consinta recebê-lo.
Não há deportação nem expulsão de brasileiro. O envio compulsório de brasileiro para o exterior constitui
banimento, que é pena excepcional, proibida constitucionalmente (CF, art. 5.°, XLVII, d). Há duas espécies de
extradição: a ativa, requerida pelo Brasil a outros Estados soberanos; e a passiva, que se requer ao Brasil, por
parte dos Estados soberanos. O português equiparado, nos termos do §1.° do art. 12 da Constituição Federal,
tem todos os direitos do brasileiro naturalizado; assim, poderá ser extraditado nas hipóteses descritas. Porém,
em virtude de tratado bilateral assinado com Portugal, convertido no Decreto Legislativo n.° 70.391/72 pelo
Congresso Nacional, somente poderá ser extraditado para Portugal.
Para a extradição, deverá haver a ocorrência de dupla tipicidade. Como define o Supremo Tribunal Federal:
... revistam-se de tipicidade penal e sejam igualmente puníveis tanto pelo ordenamento jurídico doméstico
quanto pelo sistema de direito positivo do Estado requerente. Assim, não será possível a concessão da extradição
se o fato, apesar de crime no ordenamento jurídico estrangeiro, for tipificado como contravenção no
ordenamento jurídico brasileiro.
Não poderá haver a sujeição do extraditando a julgamento, no Estado requerente, perante tribunal ou juízo
de exceção. O Estado requerente deverá comutar a pena de morte, ressalvados os casos em que a lei brasileira
permite a sua aplicação, em pena privativa de liberdade. Aplica-se na extradição o princípio da especialidade,
ou seja, o extraditado somente poderá ser processado e julgado pelo país estrangeiro pelo delito objeto do pedido
de extradição.
Mas é permitido o "pedido de extensão", que consiste na permissão, solicitada pelo país estrangeiro, de
processar pessoa já extraditada por qualquer delito praticado antes da extradição e diverso daquele que motivou
o pedido extradicional, desde que o Estado requerido expressamente autorize.
Nestas hipóteses, deverá ser realizado, igualmente, o estrito controle jurisdicional da legalidade, mesmo já
se encontrando o indivíduo sob domínio territorial de um país soberano. No Brasil, extradição deve ser solicitada
por meios diplomáticos, sendo o processo julgado pelo STF.
LII. Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.
O estrangeiro poderá, em regra, ser extraditado, havendo vedação apenas nos crimes políticos ou de
opinião. Observe-se que o caráter político do crime deverá ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal,
inexistindo prévia definição constitucional ou legal sobre a matéria. Ver art. 4º, X, CF – asilo político.
LIII. Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.
(Idem inciso XXXVII. princípio do juiz natural e do promotor natural.) Juiz e promotor natural são
aqueles que existem previamente ao processo de que irão participar, tendo suas competências previamente
fixadas pela Constituição. Isso ocorre para que seja garantida a imparcialidade e independência de ambos,
atuando conforme leis pré-estabelecidas.
LIV. Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
“É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança
de tributo.” (SÚM. 70)
“É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de
tributos.” (SÚM. 323)
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Princípio do devido processo legal (due process of law), o qual configura dupla proteção ao indivíduo:
1) proteção material - direito de liberdade e
2) proteção formal - plenitude de defesa (direito a defesa técnica, à publicidade do processo, à citação, de
produção ampla de provas, de ser processado e julgado pelo juiz competente, aos recursos, à revisão criminal).
O devido processo legal tem como corolários a ampla defesa e o contraditório.
LV. Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
“No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se
houver prova de prejuízo para o réu.” (SÚM. 523)
Princípio da ampla defesa – assegura ao réu o uso de todos os meios legais que lhe possibilitem trazer
para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade ou mesmo de omitir-se ou calar-se, se
entender necessário.
Princípio do contraditório – é a própria exteriorização da ampla defesa. Ele garante que as partes possam
argumentar e contra argumentar no processo, possuindo igual direito da defesa de opor-se-lhe ou de dar-lhe a
versão que melhor lhe apresente, ou, ainda, de fornecer uma interpretação jurídica diversa daquela feita pelo
autor. Para tanto, as partes deverão ser informadas dos atos e prazos processuais.
O contraditório nos procedimentos penais não se aplica aos inquéritos policiais ou civis, pois a fase
investigatória é preparatória da acusação, inexistindo, ainda, acusado, constituindo, pois, mero procedimento
administrativo, de caráter investigatório, destinado a subsidiar a atuação do titular da ação penal, o Ministério
Público.
LVI. São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meio ilícitos.
As provas ilegais dividem-se em ilícitas (que infringem o direito material, p.ex. confissão mediante tortura,
violação de domicílio ou de correspondência escuta telefônica ilegal), e provas ilegítimas (obtidas com
desrespeito ao direito processual documento for juntado na fase de alegações finais).
A doutrina constitucional passou a atenuar a vedação das provas ilícitas, visando corrigir distorções a que
a rigidez da exclusão poderia levar em casos de excepcional gravidade. Esta atenuação prevê, com base no
princípio da proporcionalidade, hipóteses em que as provas ilícitas, em caráter excepcional e em casos
extremamente graves poderão ser utilizadas, como por exemplo, em caso de legítima defesa e da moralidade da
administração pública. Assim, gravações não autorizadas podem ser aceitas para comprovar a inocência da
alguém (legítima defesa) ou para incriminar agente público, cometendo ilícitos.
Portanto, deverá ser permitida a utilização de gravações clandestinas por um dos interlocutores, realizadas
sem o conhecimento do agente público, que comprovem sua participação, utilizando-se de seu cargo, função ou
emprego público, na prática de atos ilícitos (por exemplo: concussão, tráfico de influência, ato de improbidade
administrativa), não lhe sendo possível alegar as inviolabilidades à intimidade ou à vida privada no trato da res
pública; pois, na administração pública, em regra, não vigora o sigilo na condução dos negócios políticos do
Estado, mas o princípio da publicidade.
A atual posição majoritária do Supremo Tribunal Federal entende que a prova ilícita originária contamina
as demais provas dela decorrentes, de acordo com a teoria dos frutos da árvore envenenada (fruits of the poison
tree). Em conclusão, as provas ilícitas, bem como todas aquelas delas derivadas, são constitucionalmente
inadmissíveis, devendo, pois, serem desentranhadas do processo, não tendo, porém, o condão de anulá-lo,
permanecendo válidas as demais provas lícitas e autônomas delas não decorrentes. Assim, por exemplo, a
ilicitude da interceptação telefônica contamina as demais provas oriundas, direta ou indiretamente, das
informações nela obtidas.
LVII. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória.
Princípio da presunção da inocência – durante a investigação criminal e durante o processo o réu é apenas
acusado e não culpado. Este é um dos princípios basilares do Estado de Direito como garantia processual penal,
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visando à tutela da liberdade pessoal. Dessa forma, há a necessidade de o Estado comprovar a culpabilidade do
indivíduo, que é constitucionalmente presumido inocente.
Viola o princípio da presunção de inocência o impedimento de participação ou registro
de curso de formação ou reciclagem de vigilante, por ter sido verificada a existência de Inquérito
ou Ação Penal não transitada em julgado. Assim, não havendo sentença condenatória transitada
em julgado, o simples fato de existir um processo penal em andamento não pode ser considerada
antecedente criminal para o fim de impedir que o vigilante se matricule no curso de reciclagem.
STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 1071931/MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
julgado em 19/09/2017. STJ. 2ª Turma. REsp 1597088/PE, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 15/08/2017.
IMPORTANTE
Atual Entendimento do STF:
Ao negar o Habeas Corpus (HC) 126292 na sessão de 17/02/16, por maioria de votos, o Plenário
do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a possibilidade de início da execução da pena
condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio constitucional
da presunção da inocência. Para o relator do caso, ministro Teori Zavascki, a manutenção da
sentença penal pela segunda instância encerra a análise de fatos e provas que assentaram a culpa
do condenado, o que autoriza o início da execução da pena.
A decisão indica mudança no entendimento da Corte, que desde 2009, no julgamento da HC
84078, condicionava a execução da pena ao trânsito em julgado da condenação, mas ressalvava a
possibilidade de prisão preventiva. Até 2009, o STF entendia que a presunção da inocência não
impedia a execução de pena confirmada em segunda instância.
O habeas corpus foi impetrado contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que
indeferiu o pedido de liminar em HC lá apresentado. A defesa buscava afastar mandado de prisão
expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).
O caso envolve um ajudante-geral condenado à pena de 5 anos e 4 meses de reclusão pelo crime
de roubo qualificado. Depois da condenação em primeiro grau, a defesa recorreu ao TJ-SP, que
negou provimento ao recurso e determinou a expedição de mandado de prisão.
Para a defesa, a determinação da expedição de mandado de prisão sem o trânsito em julgado
da decisão condenatória representaria afronta à jurisprudência do Supremo e ao princípio da
presunção da inocência (artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal).
Relator
O relator do caso, ministro Teori Zavascki, ressaltou em seu voto que, até que seja prolatada a
sentença penal, confirmada em segundo grau, deve-se presumir a inocência do réu. Mas, após esse
momento, exaure-se o princípio da não culpabilidade, até porque os recursos cabíveis da decisão de
segundo grau, ao STJ ou STF, não se prestam a discutir fatos e provas, mas apenas matéria de direito.
“Ressalvada a estreita via da revisão criminal, é no âmbito das instâncias ordinárias que se exaure
a possibilidade de exame dos fatos e das provas, e, sob esse aspecto, a própria fixação da
responsabilidade criminal do acusado”, afirmou.
Como exemplo, o ministro lembrou que a Lei Complementar 135/2010, conhecida como Lei da
Ficha Limpa, expressamente consagra como causa de inelegibilidade a existência de sentença
condenatória proferida por órgão colegiado. “A presunção da inocência não impede que, mesmo
antes do trânsito em julgado, o acórdão condenatório produza efeitos contra o acusado”.
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No tocante ao direito internacional, o ministro citou manifestação da ministra Ellen Gracie
(aposentada) no julgamento do HC 85886, quando salientou que “em país nenhum do mundo, depois
de observado o duplo grau de jurisdição, a execução de uma condenação fica suspensa aguardando
referendo da Suprema Corte”.
Sobre a possiblidade de se cometerem equívocos, o ministro lembrou que existem instrumentos
possíveis, como medidas cautelares e mesmo o habeas corpus. Além disso, depois da entrada em
vigor da Emenda Constitucional 45/2004, os recursos extraordinários só podem ser conhecidos e
julgados pelo STF se, além de tratarem de matéria eminentemente constitucional, apresentarem
repercussão geral, extrapolando os interesses das partes.
O relator votou pelo indeferimento do pleito, acompanhado pelos ministros Edson Fachin, Luís
Roberto Barroso, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.
Entendimento reafirmado em 2018 no caso de prisão em segunda instância do Ex-Presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva.
LVIII. O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo mas
hipóteses previstas em lei.
Este artigo decorre da presunção de inocência.
Identificação civil – realizada mediante documentos de identidade, passaporte ou CNH.
“(...) A identificação criminal não será feita se apresentada, ante a autoridade policial, a
identidade civil da indiciada (...) ” (RHC 66.180, Rel. Min. Francisco Rezek, DJ 10/03/89).
Aquele que puder ser identificado por documentos civis não pode ser obrigado a se identificar
criminalmente (inclusive por processo datiloscópico e fotográfico), salvo nos casos previstos pela Lei nº
10.054/2000, quais sejam:
• estiver indiciado ou acusado pela prática de homicídio doloso, crimes contra o patrimônio praticados
mediante violência ou grave ameaça, crime de receptação qualificada, crimes contra a liberdade sexual ou
crime de falsificação de documento público;
• houver fundada suspeita de falsificação ou adulteração do documento de identidade;
• o estado de conservação ou a distância temporal da expedição de documento apresentado impossibilite a
completa identificação dos caracteres essenciais;
• constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
• houver registro de extravio do documento de identidade;
• o indiciado ou acusado não comprovar, em quarenta e oito horas, sua identificação civil.
LIX. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal.
A inércia do Ministério Público em adotar, no prazo legal (CPP, art. 46), uma das seguintes providências:
oferecer a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou requisitar diligências – autoriza o
interessado a propor ação penal privada subsidiária da pública.
Ação penal pública – é aquela promovida exclusivamente (art. 129, I) pelo Ministério Público, com o
oferecimento da denúncia. Ela pode ser de dois tipos: 1) incondicionada (quando independe de provocação de
terceiros) ou 2) condicionada (quando depende de provocação do ofendido ou do Ministro da Justiça).
Ação penal privada – é aquela que somente pode ser movida pela vítima ou seu representante legal, por
meio da queixa.
Código de Processo Penal - Art. 46 - O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de
5 (cinco) dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de
15 (quinze) dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à
autoridade policial (Art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber
novamente os autos.
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LX. A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interessa social o exigirem.
Art 93 IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado
no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
O segredo de justiça é admitido quando haja interesse na preservação da intimidade das partes, o que
normalmente ocorre em processos de família e de menores, ou em casos de interesse social relevante, como, por
exemplo, nos casos em que o sigilo visa a garantir o sucesso da investigação criminal.
LXI. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei.
A justiça militar possui regras de prisão próprias, que não são alcançadas pelo inciso em comento.
Há também a possibilidade da prisão feita por autoridade administrativa, durante o estado de Defesa. Tal
prisão tem a duração máxima de 10 dias e deve ser imediatamente comunicada ao juiz competente, o qual, se
com ela não concordar, a relaxará.
Existe, ainda, um caso de detenção permitida no caso de estado de Sítio, em que as pessoas detidas deverão
ficar em locais não destinados aos presos comuns.
LXII. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
“Descumprimento do inciso LXII do art. 5º da Constituição: circunstância que não
compromete a materialidade dos delitos e sua autoria, nem autoriza o trancamento da ação penal,
podendo ensejar a responsabilidade das autoridades envolvidas.” (HC 68.503, Rel. Min. Célio
Borja, DJ 29/05/92).
“Não ocorre descumprimento do inciso LXII do art. 5º da Constituição Federal, quando o
preso, voluntariamente, não indica pessoa a ser comunicada da sua prisão. Encontrando-se o
paciente cumprindo pena por condenação definitiva, é irrelevante eventual nulidade formal que
tenha ocorrido no auto de prisão em flagrante, eis que se encontra preso por outro título.” (HC
69.630, Rel. Min. Paulo Brossard, DJ 04/12/92).
30 – (CESPE/MPE-AC/2014) - Acerca das garantias processuais previstas no art. 5.º da CF, assinale a opção correta. A) De acordo com o entendimento do STF, é possível a quebra do sigilo das comunicações telefônicas no
âmbito de processos administrativos disciplinares, em especial quando a conduta investigada causar dano ao
erário.
B) A CF admite em situações específicas, como as que envolvam ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado democrático, que alguém possa ser julgado por órgão judicial
constituído ex post facto.
C) Em se tratando de crimes de ação pública, o oferecimento da ação penal é de competência privativa do MP,
não se admitindo a ação privada, ainda que aquela não seja proposta no prazo legal.
D) Consoante o STF, configura expressão do direito de defesa o acesso de advogado, no interesse do
representado, aos elementos de prova produzidos por órgão com competência de polícia judiciária, desde que já
estejam documentados em procedimento investigativo.
E) Embora não exista norma expressa acerca da matéria, o sigilo fiscal e bancário, segundo o STF, é protegido constitucionalmente no âmbito do direito à intimidade, portanto o acesso a dados bancários e fiscais somente pode ser feito por determinação judicial, do MP, de comissão parlamentar de inquérito ou de autoridade policial.
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Súmula Vinculante 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
LXIII. O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado.
No momento da prisão deverão ser comunicados os direitos inerentes ao preso, inclusive o de ficar calado.
“Juizados especiais criminais. Não tendo sido o acusado informado do seu direito ao silêncio pelo Juízo
(art. 5º, inciso LXIII),da audiência realizada, que se restringiu à sua oitiva, é nula.” (HC 82.463, Rel. Min.
Ellen Gracie, DJ 19/12/02). No mesmo sentido: RHC 79.973, DJ 13/10/00.
O silêncio não implica na presunção de que as acusações são verdadeiras e o preso pode se manifestar
somente em juízo, já que o réu não é meio de prova, como ocorre com as testemunhas, pois ele não será obrigado
a produzir prova contra si mesmo.
31 - (FGV/ALE-BA/2015) - Inúmeras são as normas relacionadas à prisão que acarretam medidas de
proteção aos direitos individuais, dentre as quais a informação sobre os direitos do cidadão preso, que
deve ser informado do seu direito de permanecer em
A) silêncio.
B) observação.
C) detenção provisória.
D) albergue especial.
E) prisão domiciliar.
LXIV. O preso tem o direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial.
Isso ocorre com o fim de que não haja abuso do poder. Conforme descreve a Lei 4.898/67 :
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção;
LXV. A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judicial.
“Já se firmou a jurisprudência desta Corte no sentido de que a prisão cautelar não viola o
princípio constitucional da presunção de inocência, conclusão essa que decorre da conjugação dos
incisos LVII, LXI e LXVI, do artigo 5º da Constituição Federal.” (HC 71.169, Rel. Min. Moreira
Alves, DJ 16/09/94). No mesmo sentido: HC 68.499, Rel. Min. Néri da Silveira, DJ 02/04/93. O
relaxamento ocorrerá por ordem judicial, quando a prisão não obedecer ás formalidades legais.
32 – (CESPE/PREF.SALVADOR/2015) - Acerca dos direitos e das garantias individuais previstos na CF,
assinale a opção correta com base na jurisprudência do STF.
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A) Em virtude do direito de reunião e do direito de livre manifestação do pensamento, os quais devem ser
garantidos a todas as pessoas, serão inconstitucionais as leis municipais que exijam comunicação prévia para a
realização de reuniões em praças públicas.
B) O fato de o direito à privacidade ser assegurado a todos faz que seja inconstitucional lei municipal que
determine a publicação dos nomes dos servidores do município acompanhados dos valores de seus subsídios.
C) Seria inconstitucional lei que estabelecesse limite de idade para o acesso a cargos públicos da administração
pública, ainda que essa limitação fosse justificada pela natureza das atribuições do cargo.
D) De acordo com o princípio da dignidade da pessoa humana, o uso de algemas justifica-se apenas se houver
resistência ou fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou
de terceiros.
E) Conforme jurisprudência do STF, desde que esteja prevista em lei nacional, será constitucional a exigência
do diploma de jornalismo para o exercício dessa profissão.
Súmula Vinculante 11 DO STF
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade
física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena
de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
LXVI. Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir liberdade
provisória, com ou sem fiança.
A prisão deverá ser afastada pelo pagamento da fiança, quando a lei assim admitir. A liberdade provisória poderá
ser obstada por prisão cautelar ou por prisão definitiva, após o trânsito em julgado.
LXVII. Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
Prisão criminal é aquela decorrente da prática de crime. Prisão civil é aquela que visa compelir alguém a
realizar ou deixar de realizar algo.
A prisão civil não poderá ocorrer por dívida, mas somente por inadimplemento de pensão alimentícia.
Inadimplemento de pensão alimentícia, quando voluntário e inescusável, poderá dar ensejo ao pedido de prisão
pelo alimentante ou seu responsável legal.
Depositário é aquele que recebe do proprietário um bem para guardar e se obriga a devolvê-lo quando o
proprietário pedir a sua devolução. O depositário infiel é aquele depositário que se desfaz do bem dado em
depósito, sem justificativa plausível. Este não mais vai preso, conforme Súmula Vinculante no. 25 do STF.
“É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”.
O Pacto de San José da Costa Rica (art. 7º) – A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, ratificada,
sem reserva, pelo Brasil, em 1992, excluiu a possibilidade da prisão civil do depositário infiel.
33 - (FUNIVERSA/PERITO/PC-DF/2015) - Acerca dos direitos e deveres individuais e coletivos e dos
direitos políticos, assinale a alternativa correta.
a) O voto é proibido para os analfabetos.
b) Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF), são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, de governador(a ) de estado.
Entretanto, em se tratando de norma restritiva do direito de ser eleito, o Supremo Tribunal Federal (STF) entende
que a proibição não se estende ao companheiro ou à companheira do governador(a ).
c) É ilícita a prisão civil de depositário infiel em qualquer modalidade de depósito.
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d) De acordo com a CF, a tortura é crime imprescritível.
e) Os servidores públicos não possuem direito à greve garantido explicitamente na CF, embora esse direito
tenha surgido, ao longo do tempo, a partir de construção jurisprudencial.
LXVIII. Conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
O habeas corpus é ação autônoma de impugnação, constitucionalmente estabelecida, que tem por finalidade
evitar ou fazer cessar a violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de
poder.
CABIMENTO DO HC
1. Ameaça, sem justa causa, à liberdade de locomoção;
2. Prisão por tempo superior estabelecido em lei ou sentença;
3. Cárcere privado;
4. Prisão em flagrante sem a apresentação da nota de culpa;
5. Prisão sem ordem escrita de autoridade competente;
6. Prisão preventiva sem suporte legal;
7. Coação determinada por autoridade incompetente;
8. Negativa de fiança em crime afiançável;
9. Cessação do motivo determinante da coação;
10. Nulidade absoluta do processo;
11. Falta de comunicação da prisão em flagrante do Juiz competente para relaxá-la.
12. Trancamento de ação penal se a conduta é atípica
13. Trancamento de inquérito policial manifestamente fadado ao fracasso, por se verificar, de imediato, a atipicidade do fato ou mediante prova cabal e irrefutável de não ser o indiciado o seu autor.
HABEAS CORPUS COLETIVO É cabível a impetração de habeas corpus coletivo? SIM. A ação coletiva é um dos únicos instrumentos capazes de garantir o acesso à justiça dos grupos mais
vulneráveis socioeconomicamente. Nesse sentido, o STF tem admitido com maior amplitude a utilização da
ADPF e do mandado de injunção coletivo.
O habeas corpus, por sua vez, se presta a salvaguardar a liberdade. Assim, se o bem jurídico ofendido é o
direito de ir e vir, quer pessoal, quer de um grupo determinado de pessoas, o instrumento processual para resgatá-
lo é o habeas corpus, individual ou coletivo.
Para o STF, apesar de não haver uma previsão expressa no ordenamento jurídico, existem dois
dispositivos legais que, indiretamente, revelam a possibilidade de habeas corpus coletivo. Trata-se do art. 654,
§ 2º e do art. 580, ambos do CPP.
O art. 654, § 2º estabelece que compete aos juízes e tribunais expedir ordem de habeas corpus de ofício.
O art. 580 do CPP, por sua vez, permite que a ordem concedida em determinado habeas corpus seja estendida
para todos que se encontram na mesma situação.
Assim, conclui-se que os juízes ou Tribunais podem estender para todos que se encontrem na mesma
situação a ordem de habeas corpus concedida individualmente em favor de uma pessoa.
Pode-se aplicar, por analogia, a regra do mandado de segurança coletivo A CF/88 prevê que o mandado de segurança é cabível quando não for o caso de habeas corpus (art. 5º,
LXIX). Existe, portanto, uma equivalência entre esses dois remédios constitucionais.
A Constituição prevê a existência do mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX). Por dedução, pode-
se reconhecer a possibilidade do habeas corpus coletivo.
Mas o pedido formulado neste habeas corpus coletivo poderia ser obtido, por exemplo, com uma ADPF...
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É verdade. O pedido formulado no presente habeas corpus coletivo até poderia, em tese, ser conseguido
com uma decisão em ADPF.
No entanto, o rol de legitimados da ADPF é mais restrito.
Assim, a existência de outras ferramentas disponíveis para suscitar a defesa coletiva de direitos não deve
obstar o conhecimento desta ação.
Como o acesso à justiça, sobretudo de mulheres presas e pobres, é muito difícil em virtude de sua notória
deficiência, o Poder Judiciário não pode negar que os vários segmentos da sociedade civil façam a sua defesa
com os mecanismos que dispõem.
Refutou o argumento de que as beneficiárias são indeterminadas
Um dos argumentos contrários à impetração do habeas corpus coletivo era o de que ele beneficiaria um
universo de mulheres indeterminadas ou indetermináveis.
Esse argumento foi refutado pelo STF em virtude do fato de que os autores da ação apresentaram listas
contendo nomes e demais dados de inúmeras mulheres presas preventivamente e que se encontram nesta situação
(grávidas ou com filhos de até 12 anos).
Desse modo, fica superada a alegação de que as pacientes (beneficiárias do HC) seriam indeterminadas
ou indetermináveis.
Em face dessa listagem, ainda que provisória, de mulheres presas, submetidas a um sistemático descaso
pelo Estado responsável por sua custódia, não se está mais diante de um grupo de pessoas indeterminadas e
indetermináveis, mas em face de uma situação em que é possível discernir direitos individuais homogêneos (art.
81, parágrafo único, III, do CDC).
Vale ressaltar, por fim, que o fato de a ordem do HC, se concedida, ser estendida a outras mulheres em
idêntica situação não representa novidade, ao contrário, constitui uma das consequências normais do HC,
conforme se viu no art. 580 do CPP.
Experiência da Corte Suprema argentina O Ministro Ricardo Lewandowski citou processo julgado pela Corte Suprema argentina que, em caso
envolvendo pessoas presas em situação insalubre, reconheceu o cabimento de habeas corpus coletivo (“caso
Verbitsky”).
Naquele país, assim como no Brasil, inexiste previsão constitucional expressa de habeas corpus coletivo,
mas essa omissão legislativa não impediu o conhecimento desse tipo de writ pela Corte da nação vizinha. No
julgamento em questão, o habeas corpus coletivo foi considerado, pela maioria dos membros do Supremo
Tribunal, como sendo o remédio mais compatível com a natureza dos direitos a serem tutelados, os quais, tal
como na presente hipótese, diziam respeito ao direito de pessoas presas em condições insalubres.
E por que o STF é competente para julgar este HC coletivo? Porque muitas das decisões que não concederam a prisão domiciliar para as gestantes e mães de filhos de
até 12 anos foram proferidas pelo STJ e a competência para julgar habeas corpus contra acórdãos do STJ é do
STF, nos termos do art. 102, I, “i”, da CF/88:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
(...)
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o
paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do
Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
instância;
Além disso, era fundamental uma decisão de âmbito nacional do STF para garantir maior isonomia às
partes envolvidas, para permitir que lesões a direitos potenciais ou atuais sejam sanadas com mais celeridade e
para descongestionar o acervo de processos em trâmite no país.
Essas razões, somadas ao reconhecimento do estado de coisas inconstitucional do sistema prisional, bem
assim à existência de decisões dissonantes sobre o alcance da redação do art. 318, IV e V, do CPP, impõem o
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reconhecimento da competência do STF para o julgamento do writ, sobretudo tendo em conta a relevância
constitucional da matéria.
Quem é legitimado para impetrar habeas corpus coletivo? Diante da inexistência de regramento legal, o STF entendeu que se deve aplicar, por analogia, o art. 12 da
Lei nº 13.300/2016, que trata sobre os legitimados para propor mandado de injunção coletivo.
Assim, possuem legitimidade para impetrar habeas corpus coletivo:
1) o Ministério Público;
2) o partido político com representação no Congresso Nacional;
3) a organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento
há pelo menos 1 (um) ano;
4) a Defensoria Pública.
Posicionamento em sentido contrário do STJ Vale ressaltar que, apesar de já ter admitido no passado, o entendimento atual do STJ era no sentido da
impossibilidade de habeas corpus coletivo. Nesse sentido: STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 41.675/SP, Rel. Min.
Ribeiro Dantas, julgado em 05/10/2017.
Vejamos como o STJ vai se portar depois desta decisão do STF. Para fins de concurso, deve-se adotar o
entendimento do STF de que é cabível habeas corpus coletivo.
MÉRITO DA IMPETRAÇÃO Grave deficiência estrutural no sistema carcerário
Como é do conhecimento de todos, o sistema prisional brasileiro vive uma grande crise. São observados
inúmeros problemas, como a superlotação e a falta de condições mínimas de saúde e de higiene.
O STF, inclusive, já reconheceu que o sistema penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas
Inconstitucional", com uma violação generalizada de direitos fundamentais dos presos. As penas privativas de
liberdade aplicadas nos presídios acabam sendo penas cruéis e desumanas.
A ausência de medidas legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representa uma verdadeira
"falha estrutural" que gera ofensa aos direitos dos presos, além da perpetuação e do agravamento da situação.
Nesse sentido: STF. Plenário. ADPF 347 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/9/2015 (Info 798).
Diante disso, as mulheres grávidas e as mulheres mães de crianças que se encontram presas estão sujeitas
a situações degradantes na prisão, em especial privadas de cuidados médicos pré-natal e pós-parto. Além disso,
os seus filhos menores estão em situação de abandono em virtude da falta de berçários e creches.
"Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade." (SÚM. 695)
"Não é somente a coação ou ameaça direta à liberdade de locomoção que autoriza a
impetração do habeas corpus.
Também a coação ou a ameaça indireta à liberdade individual justifica a impetração da
garantia constitucional inscrita no art. 5º, LXVIII, da CF." (HC 83.162, Rel. Min. Carlos Velloso,
DJ 26/09/03)
LXIX. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público;
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“O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.” (SÚM. 269)
“O mandado de segurança não substitui a ação popular.” (SÚM. 101)
“Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.” (SÚM. 266)
“Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.” (SÚM. 267)
“Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.” (SÚM. 268)
“Não cabe mandado de segurança para impugnar enquadramento da Lei 3780, de 12/7/1960, que envolva
exame de prova ou de situação funcional complexa.” (SÚM. 270)
“Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os
quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.” (SÚM. 271)
“Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de
segurança ou a medida judicial.” (SÚM. 510)
"Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança." (SÚM. 625)
"É constitucional lei que fixa prazo de decadência para impetração de mandado de segurança." (SÚM.
632)."
Para Hely Lopes Meirelles, o mandado de segurança é "o meio constitucional posto à disposição de toda
pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei (espólio,
massa falida, condomínio de apartamentos), para proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
Cabimento: o writ é cabível contra atos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições de qualquer dos Poderes Públicos (Executivo, Legislativo ou Judiciário) ou do Ministério Público,
bem como de particular que exerça função decorrente de delegação do Poder Público. Tais atos devem ser ilegais
o configurarem abuso de poder, importando em lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo, que não seja
defensável por habeas data ou habeas corpus.
Direito líquido e certo: é aquele incontroverso, capaz de ser prontamente comprovado por documentação
inequívoca, independente de dilação probatória. Segundo apregoa Hely Lopes Meirelles, "direito líquido e certo"
é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento
da impetração. É aquele comprovado de plano, pois se depender de comprovação posterior não é líquido nem
certo, para fins de mandado de segurança.
Espécies de mandado de segurança: o writ poderá ser repressivo ou preventivo. Repressivo quando visar à
anulação de ilegalidade ou abuso de poder já cometidos. Repressivo, quando houver justo receio de violação de
direito líquido e certo, devendo haver a demonstração da existência de atos preparatórios ou indícios veementes
nesse sentido.
Legitimação ativa: nos dizeres de Alexandre de Moraes, o impetrante deverá ser o titular do direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, podendo ser pessoa física ou jurídica, nacional
ou estrangeira, universalidade reconhecida por lei e órgãos públicos despersonalizados, dotados de capacidade
processual (chefia do Poder Executivo, Mesas do Congresso, Senado, Câmara, Assembleias, Ministério Público,
por exemplo), em relação a sua área de atuação funcional e em defesa de suas atribuições institucionais.
Os Promotores de Justiça também estão autorizados a ajuizar mandado de segurança, dentro de sua esfera
de atribuições.
Legitimação passiva: conforme destacou o Superior Tribunal de Justiça, "em sede de mandado de
segurança, deve figurar no polo passivo a autoridade que, por ação ou omissão, deu causa à lesão jurídica
denunciada e é detentora de atribuições funcionais próprias para fazer cessar a ilegalidade" (STJ – 3ª Seção -
MS n.° 3.864-6/DF - Rel. Min. Vicente Leal, Diário da Justiça, Seção I, 22 set. 1997, p. 46.321).
O sujeito passivo pode ser membro de qualquer dos três Poderes (Executivo, Legislativo ou Judiciário), de
autarquias, de empresas públicas e sociedades de economia mista exercentes de serviços públicos e, ainda, do
Ministério Público. Podem também se trata de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que exerçam
funções delegadas do Poder Público, como é o caso de concessionárias.
Prazo de impetração: 120 (cento e vinte) dias, a contar da data em que o interessado tiver conhecimento
oficial do ato a ser impugnado. Tal prazo é decadencial, por isso não se suspende nem se interrompe desde que
iniciado.
LXX. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
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a. partido político com representação no Congresso Nacional;
b. organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
“A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados
independe da autorização destes.” (SÚM. 629)
"A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada
interesse apenas a uma parte da respectiva categoria." (SÚM. 630).
Lei 12.016/09 - Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente
de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado.
Mandado de Segurança Coletivo
Conceito: O art. 5.°, inciso LXX, determina que o mandado de segurança poderá ser impetrado por: a)
partido político com representação no Congresso Nacional e organização sindical; e b) entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados.
Finalidade: nas lições de Alexandre de Moraes é dar às pessoas jurídicas o acesso ao Judiciário, na defesa
dos direitos de seus membros ou associados, sem necessidade de um mandato especial, evitando várias
demandas idênticas e consequente demora na prestação jurisdicional e fortalecendo as organizações classistas.
Objeto: o mesmo do mandado de segurança individual, mas para a defesa de interesses coletivos, os
interesses individuais homogêneos e os interesses difusos.
Como explica Hugo Nigro Mazzilli, interesses difusos são aqueles que não podem ser quantitativamente
divididos entre os integrantes de um grupo indeterminável de pessoas, reunidas pela mesma situação de fato (p.
ex., os moradores de uma mesma região, alcançados por um acidente ecológico); interesses coletivos são aqueles
que também não podem ser quantitativamente partilhados entre os integrantes de um grupo já agora determinado
ou determinável de pessoas, que se encontram unidas por uma relação jurídica comum (p. ex., os pais de alunos
que se rebelam contra a ilegalidade de um aumento de mensalidades escolares); e interesses individuais
homogêneos são os interesses que podem ser quantitativamente divididos entre os integrantes de um grupo
determinado ou determinável de pessoas, unidas pela origem comum (p. ex., os consumidores do mesmo bem
produzido em série, com o mesmo defeito).
Legitimação ativa: podem propor o MS coletivo:
1) partido político com representação no Congresso Nacional;
2) organização sindical;
3) entidade de classe;
4) associação legalmente constituída, em funcionamento há pelo menos um ano e que pleiteiem a defesa
dos interesses de seus membros ou associados.
Exige-se que o direito defendido esteja compreendido na titularidade dos associados e que exista ele em
razão das atividades exercidas pelos associados, mas não se exigindo que o direito seja peculiar, próprio, da
classe.
Legitimidade passiva: idem MS individual.
MS individual e coletivo: Tanto o mandado de segurança individual quanto o coletivo possuem o mesmo
objeto, que é a proteção de direito líquido e certo, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público.
No caso do MS coletivo, cada um dos representados deverá ter o direito individual, cuja proteção deverá
ser pleiteada coletivamente.
LXXI. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
DIREITO CONSTITUCIONAL
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“Uma vez editada a lei em relação à qual restou apontada omissão, tem-se a perda de
objeto do mandado de injunção.” (MI 575-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 26/02/99).
No constitucionalismo moderno, passou a aceitar-se que toda norma constitucional é apta para ser aplicada.
A partir daí, começou-se a rever o papel do Poder Judiciário, que deixa de ser mero aplicador da lei, passando a
ter um papel criador de direito, a fim de dar aplicabilidade às normas programáticas.
O mandado de injunção é ação utilizada sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
No que tange à legitimação passiva para a interposição do writ, pode figurar no polo passivo da demanda
pessoa física ou jurídica, pública ou privada sobre quem recairá a sentença mandamental a ser expedida no
processo. O STF, Guardião da Constituição, decidiu que no polo passivo somente podem figurar a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, pois somente eles têm a incumbência de editar atos normativos.
Como a Constituição Federal silencia a respeito da titularidade para a interposição do mandado de injunção,
acredita-se, por uma interpretação sistemática do texto constitucional, que qualquer pessoa, física ou jurídica,
tem o direito à impetrar injunção. Isso porque o assunto está disposto no Capítulo I do Título II da CF, que trata
dos direitos individuais e coletivos, com o que se presume, inclusive, que o instituto possa ser impetrado
coletivamente.
O titular à propositura da ação será aquele que possui o direito subjetivo constitucionalmente previsto, o
qual está sendo inviabilizado pela ausência de regulamentação e, no pólo passivo da lide, situa-se o órgão ou
entidade que está se omitindo de regulamentar a norma primária, obstaculizando seu exercício.
Flávia Piovesan faz um interessante esboço sobre os possíveis efeitos de uma decisão em sede de mandado
de injunção. Conforme preleciona a jurista, seriam três os possíveis efeitos: 1) fazer com que o Poder Judiciário
elabore a norma jurídica faltante, suprimindo a omissão legislativa;
2) declarar a inconstitucionalidade da omissão, dando ciência ao órgão competente para que ele legisle; e
3) tornar viável o exercício do direito no caso concreto.
A autora não concorda com a primeira e segunda possibilidades, porque acredita que o mandado de injunção
não se presta à criação de direito objetivo e porque não é razoável a existência de dois instrumentos
constitucionais diferentes (a ação de inconstitucionalidade por omissão e o mandado de injunção) com idênticos
efeitos e funções.
Flávia Piovesan defende a terceira opção, uma vez que, para ela, cabe ao Judiciário preencher as lacunas
do sistema jurídico, sem, contudo, eliminá-las, pois que esta é uma tarefa do Legislativo.
O entendimento do Supremo Tribunal Federal vem se modificando sobremaneira,
a respeito dos efeitos do mandado de injunção.
Inicialmente, o Tribunal se limitava a declarar a omissão do órgão competente, comunicando-lhe da sua
mora na regulamentação constitucional, o que era bastante semelhante aos efeitos da ação de
inconstitucionalidade por omissão. Diante da ineficiência de ambos os instrumentos, tal posicionamento era
bastante criticado pela doutrina.
Em momento posterior, o STF passou a fixar um prazo para que fosse ultimado o processo legislativo
competente, reconhecendo a carência legislativa.
Avançando um pouco mais, a Corte Suprema, além de declarar a mora e fixar um prazo para que o
responsável pela regulamentação a ultimasse, passou a tomar providências adicionais, o que ocorreu no MI nº
283/DF, cujo relator foi o Ministro Sepúlveda Pertence.
Nesse processo, o Tribunal fixou prazo para que o Congresso Nacional regulamentasse o art. 8º do ADCT,
que dispõe sobre a anistia política, estabelecendo sanção caso não fosse concluído o processo legislativo sobre
o tema permitindo, inclusive, o ajuizamento de ação com viés de reparação econômica contra o Estado, caso o
direito continuasse inexequível.
Novo avanço ocorreu no caso do MI nº 232/RJ, que discutia o direito à isenção da contribuição para a
seguridade social, constitucionalmente garantida às entidades filantrópicas e pendente de efeitos por falta de
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regulamentação. O Supremo decidiu por dar um prazo de seis meses para o Legislativo tratar do assunto, sob
pena de se declarar imune a instituição filantrópica impetrante.
Já no MI nº 670/ES, impetrado pelo Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo para discutir o direito
de greve no setor público, o STF decidiu pela aplicação ao caso em análise da Lei nº 7.783/89, que disciplina o
direito de greve no setor privado. Desta forma, o Supremo Tribunal Federal, cúpula do Poder Judiciário brasileiro
e órgão que possui a incumbência de ser o “Guardião da Constituição”, dá sinais de mudança de posicionamento
com relação ao mandado de injunção.
Por fim, agora, o Mandado de Injunção possui lei para sua aplicação. É a Lei 13.300/16, que descreve:
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:
I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais
indisponíveis;
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a
finalidade partidária;
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e
prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de
seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização
especial;
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a
promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados,
na forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição Federal.
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de
injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de
pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria.
LXXII. Conceder-se-á "habeas-data":
a. para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b. para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
Nesse sentido é a Súmula nº. 2 do STJ - "Não cabe o habeas data (CF, art. 5.°, LXXII, a) se não houve
recusa de informações por parte da autoridade administrativa".
Legitimação ativa: O habeas data poderá ser ajuizado tanto por pessoa física ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, lembrando que o impetrante somente poderá requerer informações relativas a ele próprio. Como
afirma Alexandre de Moraes, o caráter personalíssimo dessa ação constitucional deriva da própria amplitude do
direito defendido, pois o direito de saber os próprios dados e registros constantes nas entidades governamentais
ou de caráter público compreende o direito de que esses dados não sejam devassados ou difundidos a terceiros.
Entretanto, o STJ já deferiu habeas data impetrado pelo cônjuge supérstite, no caso de informações sobre pessoa
falecida (HD 147-DF).
Legitimação passiva: os sujeitos passivos do habeas data serão as entidades governamentais da
administração pública direta e indireta, bem como as instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas que
prestem serviços para o público ou de interesse público, desde que detenham dados referentes às pessoas físicas
ou jurídicas, de acordo com o que afirma Alexandre de Moraes.
Prioridade: Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto em relação
ao habeas corpus e mandado de segurança.
LXXIII. Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
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“O mandado de segurança não substitui a ação popular.” (SÚM. 101)
“Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.” (SÚM. 365)
A finalidade deste remédio é permitir ao povo, diretamente, exercer a função fiscalizatória do Poder
Público, com base no princípio da legalidade dos atos administrativos e no conceito de que a res pública
(República) é patrimônio do povo.
Importante: A ação popular, juntamente com o direito de sufrágio, direito de voto em eleições, plebiscitos
e referendos, e ainda a iniciativa popular de lei e o direito de organização e participação de partidos políticos,
constituem formas de exercício da soberania popular (CF, arts. 1.° e 14).
34 - (FGV/TJ-SC/2014) - A cidadania apresenta as seguintes peculiaridades quando cotejada com os
direitos individuais:
A) é assegurada aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país;
B) pode ser naturalizada, decorrendo da concessão da nacionalidade brasileira a um estrangeiro;
C) é requisito indispensável à propositura da ação popular;
D) deve ser demonstrada sempre que alguém pretenda exercer um direito fundamental;
E)_ os brasileiros continuam a possuí-la ainda que tenham os seus direitos políticos suspensos.
Tipos: A ação popular poderá ser utilizada de forma preventiva (proposta antes da consumação das lesões)
ou repressiva (busca ressarcimento do dano causado).
Objeto: combate ao ato ilegal ou imoral e lesivo ao patrimônio público.
Legitimação ativa: De acordo com Alexandre de Moraes, somente o cidadão, seja o brasileiro nato ou
naturalizado, inclusive aquele entre 16 e 21 anos, e ainda, o português equiparado, no gozo de seus direitos
políticos, possuem legitimação constitucional para a propositura da ação popular.
A comprovação da legitimidade será feita com a juntada do título de eleitor (brasileiros) ou do certificado
de equiparação e gozo dos direitos civis e políticos e título de eleitor (português equiparado). Dessa forma, não
poderão ingressar em juízo os estrangeiros, as pessoas jurídicas e aqueles que tiverem suspensos ou declarados
perdidos seus direitos políticos (CF, art. 15). Porém, se a privação for posterior ao ajuizamento da ação popular,
não será obstáculo para seu prosseguimento.
Legitimação passiva: aquele que praticou o ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
LXXIV. O Estado prestará assistência jurídica integral gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos.
A Assistência Jurídica integral a que se refere a Constituição Federal de 1988, é o direito de acesso da
população carente a toda e qualquer questão envolvendo o Direito, incluindo-se aí informações, consultoria,
processos e procedimentos judiciais e extrajudiciais.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do
art. 5º, LXXIV.)
Assistência Judiciária é a garantia de acesso da população carente ao Poder Judiciário, ou seja, envolve
apenas os casos em que haja um processo em andamento ou a ser proposto. Tal benefício dispensa a parte do
pagamento das despesas judiciais (taxa judiciária, custas, honorários do perito, etc...) e dos honorários
advocatícios.
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Dispõe o artigo 3º da Lei 1.060/50:
“A assistência judiciária compreende as seguintes isenções: I. das taxas judiciárias e dos
selos; Il. dos emolumentos e custas devidos aos Juízes, órgãos do Ministério Público e
serventuários da Justiça; III. das despesas com as publicações indispensáveis no jornal
encarregado da divulgação dos atos oficiais; IV. das indenizações devidas às testemunhas que,
quando empregados, receberão do empregador salário integral, como se em serviço estivessem,
ressalvado o direito regressivo contra o poder público federal, no Distrito Federal e nos
Territórios; ou contra o poder público estadual, nos Estados; V. dos honorários de advogado e
peritos”.
A Constituição exige a comprovação da insuficiência de recursos, mas na prática, já a Lei nº 1.060/50 tem
exigido uma simples declaração da parte, de que esta não tem condições de custear o processo, sem que isso não
prejudique seu sustento e o de sua família.
LXXV. O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença.
Erro judiciário – pode ser o erro penal, que abrange, dentre outros, o erro na condenação e o erro na prisão
preventiva, ou o erro no âmbito não penal como no processo civil, trabalhista, eleitoral ou em qualquer outra
área de atuação jurisdicional. Pode decorrer de erro, dolo ou culpa (negligência, imprudência ou imperícia).
A Constituição Federal de 1988 adotou a teoria do risco administrativo, fazendo surgir a responsabilidade
objetiva do Estado, a partir da qual não importa se o serviço público realizado foi bom ou mal, mas sim, que o
dano sofrido pela vítima foi consequência do funcionamento do serviço público, importando a relação de
causalidade entre o dano causado e o agente.
A responsabilidade civil do Estado pelo erro judiciário representa o reforço da garantia dos direitos
individuais, devendo ser coibida a prática de qualquer restrição injusta à liberdade individual, decorrente de ato
abusivo da autoridade judiciária, e se fazendo resultar dela a responsabilidade do Estado pelos danos causados.
O prejudicado deverá entrar com processo de indenização por danos morais e/ou materiais contra o Poder
Público.
LXXVI. São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a. o registro civil de nascimento;
b. a certidão de óbito.
O que se designará por reconhecidamente pobre será descrito por lei, o que até o presente momento não
ocorreu.
“Declaração de constitucionalidade de arts. da lei nº 9534/97. Registros públicos.
Nascimento. Óbito. Assento. Certidões. Competência da União para legislar sobre a matéria.
Arts. 22, XXV e 236, §2º. Direito intrínseco ao execício da cidadania. Gratuidade
constitucionalmente garantida. Inexistência de óbice a que o estado preste serviço público a título
gratuito. As atividades que desenvolvem os titulares das serventias, mediante delegação, e a
relação que estabelecem com o particular são de ordem pública. Os emolumentos são taxas
remuneratórias de serviços públicos. Precedentes. O direito do serventuário é o de perceber,
integralmente, os emolumentos relativos aos serviços para os quais tenham sido fixados.” (ADC
5-MC, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ 19/09/03).
35 - (VUNESP/TJ-SP/2014) - A Constituição Federal, na parte em que trata dos direitos e garantias
fundamentais, especificamente nos direitos e deveres individuais e coletivos, estabelece a gratuidade para
os reconhecidamente pobres, na forma da lei,
A) somente do registro civil de nascimento e da certidão de casamento.
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B) somente do registro civil de nascimento e da certidão de óbito.
C) somente da certidão de óbito.
D) somente do registro civil de nascimento.
Cidadania: esta palavra pressupõe a existência de direitos. Cidadão é o nacional (brasileiro nato ou
naturalizado) no gozo dos direitos políticos e participantes da vida de um Estado. Povo é o conjunto de nacionais
de um Estado. População é o conjunto de nacionais e estrangeiros que residem em um território.
LXXVII. São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
A Lei nº 9.265/96 regulamentou esse inciso constitucional, estabelecendo que:
Art. 1º. São gratuitos os atos necessários ao exercício da cidadania, assim considerados:
I. os que capacitam o cidadão ao exercício da soberania popular, a que se reporta o Art. 14 da
Constituição;
II. aqueles referentes ao alistamento militar;
III. os pedidos de informações ao poder público, em todos os seus âmbitos, objetivando a instrução
de defesa ou a denúncia de irregularidades administrativas na órbita pública;
IV. as ações de impugnação de mandato eletivo por abuso do poder econômico, corrupção ou fraude;
V. quaisquer requerimentos ou petições que visem as garantias individuais e a defesa do interesse
público.
VI. O registro civil de nascimento e o assento de óbito, bem como a primeira certidão respectiva.
36 - (CESPE/TJ-CE/2014) - No que se refere aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias
fundamentais previstos na CF, assinale a opção correta.
A) A publicidade dos atos processuais é restrita às partes e aos seus advogados.
B) A todos os cidadãos é gratuita a ação de habeas data.
C) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado sempre que alguém sofrer violência em sua liberdade
de locomoção.
D) A prisão ilegal só será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária quando decorrente de prova ilícita.
E) Os presos federais não têm direito à identificação dos responsáveis por sua prisão.
LXXVIII. A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
A razoável duração do processo passou a constar no rol dos direitos e garantias constitucionais
fundamentais e trouxe consigo a possibilidade de vincular a duração razoável dos processos à atividade dos
magistrados. A partir desta alteração, torna-se possível responsabilizar os juízes por dilações indevidas no
trâmite processual.
Trata-se de direito público subjetivo, sendo que são tidos como direitos subjetivos aquelas permissões dadas
por meio de normas jurídicas válidas, ou seja, por meio de normas verdadeiramente autorizantes. Isto significa
que são subjetivas aquelas permissões cujo uso não pode ser licitamente impedido por ninguém.
Tal direito subjetivo está ligado ao princípio da eficiência (art. 37, caput, CF), princípio geral da
Administração Pública, em todos os Poderes e esferas governamentais, que traz ínsita a idéia de celeridade e
simplicidade, sem procrastinações, sem delongas, sem descumprimento de prazos, e outros meios que possam
impedir que o processo cumpra sua finalidade, consubstanciada na prática do ato decisório final.
§1º. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
Isso significa que tais normas, onde quer que estejam (em qualquer parte da Constituição ou fora desta),
têm aplicação imediata, independentemente de regulamentação. Não são normas programáticas e produzem
efeitos imediatamente. Nenhuma alegação será capaz de impedir o exercício dos direitos e garantias
fundamentais, estejam eles previstos no art. 5°, estejam eles dispostos em outros dispositivos constitucionais ou
infraconstitucionais.
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§2º. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
Permite a identificação de outros direitos e garantias, a partir da interpretação constitucional.
Isso significa dizer que o art. 5º não contém todos os direitos e garantias constitucionais, pois estes podem
ser encontrados em outros locais da Constituição, inclusive de forma implícita.
Além disso, direitos e garantias de caráter infraconstitucional podem decorrer dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte. Assim, a discriminação constitucional não é taxativa, mas
sim exemplificativa.
Com base na interpretação deste parágrafo é que o STF alterou seu posicionamento, passando a entender
que não mais se aplica a prisão do depositário infiel, haja vista ser este um direito decorrente do Pacto de San
José da costa Rica.
Para a incorporação de um ato ou tratado internacional em nosso ordenamento jurídico interno, é preciso
que ele percorra as seguintes fases:
1ª fase: compete privativamente ao Presidente da República celebrar todos os tratados, convenções e atos
internacionais (CF, art. 84, VIII).
2ª fase: é de competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos
ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional (CF, art. 49,
I). A deliberação do Parlamento será realizada através da aprovação de um decreto legislativo, devidamente
promulgado pelo Presidente do Senado Federal e publicado. Os decretos legislativos são aprovados por maioria
simples pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta.
3ª fase: edição de um decreto do Presidente da República, promulgando o ato ou tratado internacional
devidamente ratificado pelo Congresso Nacional. É nesse momento que adquire executoriedade interna à norma
inserida pelo ato ou tratado internacional, podendo, inclusive, ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade.
O STF já decidiu que os tratados e convenções internacionais, após devidamente aprovados pelo Congresso
Nacional e ratificados pelo Presidente da República, integram o ordenamento jurídico pátrio na condição de lei
ordinária, submetendo-se, inclusive, ao controle de constitucionalidade dos atos normativos.
§3ª Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Introduzido pela EC 45/2004 – Reforma
do Judiciário.
Os tratados e os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos terão o mesmo nível
hierárquico que uma emenda constitucional, desde que sejam aprovados por procedimento idêntico às emendas
constitucionais, consistindo, nessa circunstância, em emanação do poder constituinte derivado.
Já os demais tratados que não versarem sobre direitos humanos sempre serão incorporados como lei
ordinária, ainda que eventualmente aprovados pelo procedimento das emendas.
Portanto, após a vigência da EC 45, é possível a coexistência de tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos com força de norma constitucional, tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos hierarquicamente equiparados à legislação ordinária e os demais tratados e convenções internacionais
sempre com natureza infraconstitucional.
Os tratados e convenções aprovados na forma de emendas constitucionais revogarão a legislação ordinária
que lhe sejam contrários ou ocasionará em sua inconstitucionalidade, se elas forem aprovadas posteriormente.
§4º. O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.
Para que o Brasil se submeta à jurisdição de Tribunal Penal Internacional, é necessário que tenha aderido
ao mesmo, por ato formal. Isso ocorreu em 12 de fevereiro de 2000, quando o Brasil assinou o Tratado de Roma,
que criou o Tribunal Penal Internacional vinculado à ONU, ratificando-o em 12 de junho de 2002, depois de
aprovado pelo Congresso Nacional.
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Assim, há a possibilidade de que brasileiros acusados por crimes de guerra, genocídio ou crimes contra a
humanidade sejam julgados pelo TPI.
O Tribunal Penal Internacional é competente para julgar os crimes de genocídio, os crimes contra a
humanidade, as agressões e os crimes de guerra.
O crime de genocídio é definido como qualquer ato praticado "com intenção de destruir total ou
parcialmente grupo nacional, étnico, racial ou religioso", compreendendo: matar membros do grupo; causar
lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo; submeter intencionalmente o grupo a condições
de existência capaz de ocasionar-lhes a destruição física, total ou parcial; adotar medidas destinadas a impedir
nascimentos no seio do grupo; e efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo.
Os crimes contra humanidade são definidos como "qualquer ato praticado como parte de um ataque
generalizado ou sistemático contra uma população civil e com conhecimento de tal ataque", incluem: homicídio;
extermínio; escravidão; deportação ou transferência forçada de populações; encarceramento ou privação grave
da liberdade física em violação a normas fundamentais de direito internacional; tortura; estupro; escravidão
sexual, prostituição compulsória, gravidez imposta, esterilização forçada ou outros abusos sexuais graves;
perseguição de um grupo ou coletividade com identidade própria, por motivos políticos, raciais, nacionais,
étnicos, culturais ou religiosos; desaparecimento de pessoas; apartheid; e outras práticas que causem grande
sofrimento ou atentem contra a integridade física ou saúde mental das pessoas.
Os crimes de guerra são aqueles praticados em conflitos armados de índole internacional ou não, em
particular quando cometidos como parte de um plano ou política para cometê-los em grande escala, abrangendo
violações graves das Convenções de Genebra de 1949 e demais leis e costumes aplicáveis aos conflitos armados,
especialmente: homicídio doloso; tortura e outros tratamentos desumanos; ataque a civis e destruição
injustificada de seus bens; tomada de reféns; guerra sem quartel; saques; morte ou ferimento de adversários que
se renderam; utilização de veneno e de armas envenenadas; manejo de gases asfixiantes ou armas tóxicas; uso
de armas, projéteis, materiais ou métodos que causem danos supérfluos ou sofrimentos desnecessários; emprego
de escudos humanos; morte de civis por inanição; organização de tribunais de exceção; e recrutamento de
crianças menores de 15 anos.
O crime de agressão, depois de muita discussão, acabou sendo inserido no Estatuto, mas não foi definido,
pelo que não pode ser aplicado, diante da exigência de estrita tipificação das figuras delituosas que vigora no
campo penal.
O TPI pode aplicar a pena de prisão perpétua, mas isso não fere a Constituição brasileira, pois esta só veda
a aplicação de penas perpétuas internamente. Além disso, o §4º é exceção à regra.
Quanto à entrega de brasileiro ao Tribunal Internacional, isso não pode ser considerado extradição, pois
não se trata da entrega de nacional à jurisdição estrangeira, mas sim internacional da qual o Brasil faz parte.
Quanto ao rol de crimes imprescritíveis do Tratado de Roma ser maior do que aquele previsto nos incisos
XLII e XLIV do art. 5º, isso não é problema, pois os referidos incisos são exemplificativos e não taxativos.
37 – (FCC/DPE-RS/2017) - Maria foi condenada à pena de prisão por 10 anos e João à pena de prisão,
pela prática de crime diverso, por 8 anos, ambos em sentença penal transitada em julgado, proferida em
processo criminal que lhes garantiu a ampla defesa e o contraditório. Maria ficou presa por 10 anos e dois
meses. João foi solto após 2 anos de prisão, uma vez que se comprovou que o crime pelo qual cumpria
pena foi cometido por outra pessoa. Nessa situação, segundo a Constituição Federal, a) cabe ao Estado indenizar Maria pelo tempo que ficou presa além do tempo fixado na sentença e indenizar
João por erro judiciário.
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b) cabe ao Estado indenizar Maria pelo tempo que ficou presa além do tempo fixado na sentença, mas não
cabe indenização em favor de João por erro judiciário, vez que ele foi preso em razão de sentença transitada
em julgado, proferida em processo que lhe garantiu a ampla defesa e o contraditório.
c) cabe ao Estado indenizar Maria pelo tempo que ficou presa além do tempo fixado na sentença, mas não
cabe indenização em favor de João por erro judiciário, vez que a Constituição Federal não prevê a
responsabilidade do Estado pelos atos judiciais.
d) não é cabível indenização em favor de Maria e de João, vez que a Constituição Federal não prevê a
responsabilidade do Estado pelos atos judiciais.
e) não é cabível indenização em favor de Maria e de João, vez que ambos foram presos em razão de sentença
transitada em julgado, proferida em processo que lhes garantiu a ampla defesa e o contraditório.
38 – (FCC/DPE-RS/2017) - As manifestações populares nas vias públicas, sob a forma de passeatas, para
expressar, por exemplo, protestos políticos ou defesa de direitos, têm, em tese, amparo em algumas
normas sobre direitos fundamentais acolhidas na Constituição Federal, dentre as quais a que prevê
a) liberdade de manifestação de pensamento, que não poderá ser exercida em relação a temas previamente
vedados pela autoridade judicial competente para o exercício da censura.
b) liberdade de locomoção, a qual, nos termos da Constituição, tem preferência quando exercida por pedestres
em relação à locomoção por meio de veículos automotores.
c) liberdade de consciência, devendo, no entanto, os organizadores da manifestação comunicar previamente à
autoridade pública a ideologia a ser defendida pelos manifestantes.
d) habeas corpus, para garantir a liberdade de ir e vir, devendo ser impetrado pela organização da passeata
previamente à sua convocação.
e) liberdade de reunião, a qual deve ser exercida sem armas, em locais abertos ao público, independentemente
de autorização, desde que não frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido aviso prévio à autoridade competente.
37 – (FCC/DPE-RS/2017) - De acordo com a Constituição Federal, a ação popular é cabível para anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. A legitimidade para o ajuizamento dessa ação é
a) exclusiva da Defensoria Pública.
b) compartilhada entre o cidadão e o Ministério Público.
c) compartilhada entre o Ministério Público e a Defensoria Pública.
d) compartilhada entre o cidadão e a Defensoria Pública.
e) exclusiva do cidadão.
40 – ( ) - (CESPE/TCE-PE/2017) - O remédio constitucional do habeas data permite que o impetrante
obtenha informações cadastrais relativas a todas as partes de um processo do qual seja parte, exceto aquelas
protegidas por sigilo bancário.
41 – (FCC/PC-AP/DELEGADO/2017) -De acordo com o regime constitucional de proteção dos direitos
fundamentais,
a) o direito à inviolabilidade de domicílio abrange a casa em que o indivíduo mantém residência, mas não
impede que a autoridade policial ingresse em estabelecimento profissional de acesso privativo, contra a
vontade de seu proprietário, sendo desnecessária ordem judicial nesse caso.
b) o sigilo bancário e o sigilo fiscal não podem ser afastados por ato de comissões parlamentares de inquérito,
mas apenas por atos praticados por autoridades judiciais.
c) as comissões parlamentares de inquérito podem determinar a interceptação telefônica de conversas mantidas
entre pessoas por elas investigadas, desde que seja demonstrada a existência concreta de causa provável que
legitime a medida excepcional, justificando a necessidade de sua efetivação, sem prejuízo de ulterior controle
jurisdicional.
d) é constitucional lei que autorize as autoridades e os agentes fiscais tributários examinar documentos, livros
e registros de instituições financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento
fiscal em curso, se tais exames forem considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.
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e) a omissão do dever de informar o preso, no momento oportuno, do direito de ficar calado, gera mera
irregularidade, não se impondo a decretação de nulidade e a desconsideração das informações incriminatórias
dele obtidas.
42 – (FCC/PC-AP/AGENTE/2017) -A Constituição Federal de 1988, ao tratar dos direitos e deveres
individuais e coletivos,
a) assegura-os aos brasileiros residentes no País, mas não aos estrangeiros em trânsito pelo território nacional,
cujos direitos são regidos pelas normas de direito internacional.
b) prescreve que a natureza do delito praticado não pode ser critério para determinar o estabelecimento em que
a pena correspondente será cumprida pelo réu.
c) atribui ao júri a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida, assegurando a plenitude
de defesa, a publicidade das votações e a soberania dos veredictos.
d) excepciona o princípio da irretroatividade da lei penal ao permitir que a lei seja aplicada aos crimes
cometidos anteriormente a sua entrada em vigência, quando for mais benéfica ao réu, regra essa que incide,
inclusive, quando se tratar de crime hediondo.
e) determina que a prática de crime hediondo constitui crime inafiançável e imprescritível.
43 – (BANPARÁ/ BANPARÁ/2017) - Sobre os Direitos Humanos e acerca dos Direitos Fundamentais é
CORRETO afirmar que:
a) Os Direitos Fundamentais são absolutos no sentido de que, devido sua importância, não podem sofrer
quaisquer limitações válidas.
b) Pela teoria dos “custos dos direitos”, desenvolvida por Cass Sunstein e Stephen Holmes, apenas a proteção
dos denominados Direitos de 1º geração não implicaria em um custo econômico para o Estado. Tratar-se-iam
(os Direitos de 1ª geração) de Direitos negativos, ou seja, sua proteção estaria condicionada apenas a um não
fazer estatal.
c) Acerca do aborto, o Supremo Tribunal Federal, em recente julgado de sua 1ª Turma, afirmou ser necessário
conferir interpretação conforme a Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal (que tipificam o crime de
aborto) para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro
trimestre do período gestacional.
d) Acerca das denominadas ações afirmativas, o Supremo Tribunal Federal deixou assentado, no caso das
universidades públicas, que a metodologia de seleção diferenciada pode levar em consideração critérios
étnico-raciais ou socioeconômicos, de modo a assegurar que a comunidade acadêmica e a própria sociedade
sejam beneficiadas pelo pluralismo de ideias. Decidiu, ainda, o mesmo STF, que as vantagens decorrentes das
Ações Afirmativas poderiam perdurar indefinidamente no tempo.
44 – (BANPARÁ/ BANPARÁ/2017) Quanto às Ações Constitucionais é CORRETO afirmar, consoante
o STF, que:
a) A legitimação para impetrar mandado de segurança coletivo, prevista no art. 5º, LXX da vigente Constituição
da República brasileira, prescinde da autorização especial (individual ou coletiva) dos substituídos, ainda que
veicule pretensão que interesse a apenas parte de seus membros e associados.
b) Para o cabimento de ação popular é exigível a prova do efetivo prejuízo material aos cofres públicos.
c) O amicus curiae pode vincular-se processualmente ao resultado do julgamento de Ação Direta de
Inconstitucionalidade. Para tanto, admite-se sua atuação como defensor de interesses próprios.
d) As decisões que resultam dos julgamentos das arguições de descumprimento de preceitos fundamentais são
dotadas de efeitos erga omnes e caráter vinculante. Para tanto, todavia, fundamental que tais decisões sejam
comunicadas aos demais órgãos do Poder Judiciário, não bastando a simples publicação do resultado do
julgamento na Imprensa Oficial.
45 – (FCC/TRE-PR/2017) - Diante da disciplina constitucional do dever de respeito ao sigilo e do direito
à informação,
a) a ação de impugnação de mandato não poderá tramitar em segredo de justiça.
b) a segurança da sociedade e do Estado não são critérios válidos para que o órgão público negue ao indivíduo
o acesso às informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral.
c) as votações do Júri não podem ser sigilosas, sob pena de contrariar os princípios da ampla defesa e do
contraditório.
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d) a preservação do direito à intimidade não pode ser invocada validamente para impedir que terceiros
presenciem a prática de atos processuais.
e) o sigilo das comunicações telefônicas não pode ser afastado por decisão judicial proferida em sede de ação
popular, proposta para anular ato lesivo ao patrimônio ou à moralidade pública.
46 – (FCC/TRE-PR/2017) - Ao disciplinar direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal
a) assegura a gratuidade de habeas corpus e habeas data, destinados à tutela de direitos individuais, e, salvo
comprovada má-fé do autor, a isenção de custas processuais e ônus da sucumbência na ação popular, que tem
por escopo a anulação de ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa, entre outros interesses
de natureza transindividual.
b) outorga a partidos políticos com representação no Congresso Nacional, a entidades de classe de âmbito
nacional e a associações a legitimidade para impetração de mandado de segurança coletivo, desde que estejam
constituídas regularmente e em funcionamento há pelo menos um ano e atuem na defesa dos interesses de seus
membros ou associados.
c) garante a todos, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas,
para a defesa de direitos ou esclarecimento de situação de interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
a serem fornecidas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade.
d) reconhece a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurando desde logo a plenitude de
defesa, o sigilo das votações, a soberania de seus vereditos e a competência para julgamento dos crimes dolosos
contra a vida, ressalvados os que a lei atribuir à competência da Justiça Militar ou, em caso de crimes de guerra,
a tribunais de exceção.
e) prevê a concessão de mandado de segurança sempre que a ausência de norma regulamentadora torne inviável
o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania.
47 – (FGV/TRT12ª/2017) - Osmar estava em sua residência e foi informado de que deveria permitir a
entrada de um policial que estava portando um mandado judicial de busca e apreensão, a ser cumprido
justamente em sua residência. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que o ingresso na
residência de Osmar, sem o seu consentimento, para o cumprimento do referido mandado:
a) poderia ocorrer em qualquer dia ou horário;
b) deveria ocorrer em certo horário, que deve ser indicado pela autoridade judicial;
c) deveria ocorrer à noite, se autorizado pela autoridade judicial;
d) não poderia ser realizado à noite, ainda que Osmar seja muito perigoso;
e) não poderia ocorrer no final de semana.
48 – (FGV/TRT12ª/2017) - Antônio, servidor público federal, após anos atuando em laboratório federal
direcionado ao desenvolvimento de vacinas contra doenças infectocontagiosas, requereu, à autoridade
competente, a concessão de aposentadoria especial por ter exercido sua atividade em condições que
prejudicam a saúde. O pedido de Antônio não foi sequer analisado, sendo indeferido de plano. O
argumento utilizado para embasar a decisão é o de que o art. 40, § 4º, III, da Constituição Federal de
1988, exige que os requisitos e os critérios diferenciados para a concessão desse tipo de aposentadoria
devem ser definidos em lei complementar, que ainda não foi editada, informação esta que é correta. À luz
da sistemática constitucional e da interpretação que lhe vem sendo dispensada pelo Supremo Tribunal
Federal, deve-se reconhecer que:
a) o entendimento da Administração Pública está correto, nada podendo ser feito por Antônio;
b) apesar de o entendimento da Administração Pública estar correto, Antônio pode ter o seu pedido analisado
impetrando mandado de injunção perante o Supremo Tribunal Federal;
c) apesar de o entendimento da Administração Pública estar correto, Antônio pode ter o seu pedido analisado
impetrando mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal;
d) o entendimento da Administração Pública está incorreto, de modo que Antônio deve impetrar um habeas
data perante o Supremo Tribunal Federal;
e) o entendimento da Administração Pública está incorreto, de modo que Antônio deve ajuizar uma
reclamação constitucional perante o Supremo Tribunal Federal.
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49 – (UFMS/UFMS/2017) - Considerando todos os preceitos constantes da Constituição Federal de 1988
(CF/88), assinale a alternativa que NÃO corresponde ao seu texto legal.
a) A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
b) Não haverá pena de caráter perpétuo, salvo em caso de guerra declarada, no termos do art. 84, XIX da
CF/88.
c) O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na
sentença.
d) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
e) O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo e o não oferecimento do ensino
obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa em responsabilidade da autoridade
competente.
50 – (CESPE/TRE-BA/2017) - A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, julgue os seguintes
itens.
I Conforme a Constituição Federal de 1988, é cabível o ajuizamento de mandado de injunção no caso de
omissão legislativa inconstitucional que inviabilize o exercício do direito de sufrágio.
II Perderá os direitos políticos o cidadão que alegar convicções políticas para deixar de prestar o serviço
militar obrigatório e que se recusar a cumprir prestação alternativa fixada em lei.
III É vedada a candidatura ao cargo de governador a cidadão naturalizado brasileiro, por se tratar de
cargo privativo de brasileiro nato.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.
51 – ( ) - (CESPE/TCE-PE/2017) - A respeito do controle jurisdicional da administração pública no direito
brasileiro, julgue o item a seguir. O remédio constitucional do habeas data permite que o impetrante obtenha
informações cadastrais relativas a todas as partes de um processo do qual seja parte, exceto aquelas protegidas
por sigilo bancário.
52 – ( ) - (QUADRIX/CRMV-DF/2017) - É assegurado a todos, independentemente do pagamento de taxas,
o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
53 – ( ) - (QUADRIX/CRMV-DF/2017) - Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público. Dessa forma, caso ocorra recusa no fornecimento de certidões ou
informações de interesse de terceiros, o remédio próprio constitucional a ser utilizado será o habeas data.
54 – ( ) - (QUADRIX/CRMV-DF/2017) - Os direitos constitucionais de contraditório e ampla defesa não
são assegurados durante o processo administrativo, sendo de observância obrigatória nos processos judiciais.
55 – ( ) - (QUADRIX/CRMV-DF/2017) - A inviolabilidade do sigilo de correspondência é direito absoluto
em favor do cidadão, não sendo possível, por exemplo, que o diretor de um presídio possa interceptar cartas
endereçadas aos detentos, mesmo quando houver prática de crime.
56 – ( ) - (QUADRIX/CRMV-DF/2017) - É livre a expressão de atividade artística, independentemente de
censura e licença, mas a lei poderá prever a criação de conselhos de fiscalização profissional para qualquer tipo
de profissão, inclusive a de músico, por exemplo, de forma a conformar a atividade desse profissional aos
princípios e às regras de criação artística previamente estabelecidos ou mesmo à prévia licença para o exercício
da profissão.
57 – ( ) - (QUADRIX/CFO-DF/2017) - O mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por partido
político, desde que tenha representação no Congresso Nacional.
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58 – ( ) - (QUADRIX/CFO-DF/2017) - De acordo com o entendimento do STF, a ação popular não poderá
ser sucedânea dos instrumentos de controle concentrado de constitucionalidade e não competirá àquele Tribunal
processar e julgar, originariamente, ação popular ajuizada contra o presidente da República.
59 – ( ) - (CESPE/PREF.FORTALEZA/PROCURADOR/2017) - De acordo com o STJ, é exigida prévia
autorização do Poder Judiciário para a instauração de inquérito ou procedimento investigatório criminal contra
prefeito, já que prefeitos detêm foro por prerrogativa de função e devem ser julgados pelo respectivo tribunal de
justiça, TRF ou TRE, conforme a natureza da infração imputada.
60 – ( ) - (CESPE/PREF.FORTALEZA/PROCURADOR/2017) - Pessoa jurídica pode impetrar mandado de
injunção.
61 – ( ) - (QUADRIX/CRM-DF/2018) - A vedação de tratamento discriminatório entre homens e mulheres
evidencia a dimensão formal do princípio da isonomia, enquanto as distinções constitucionalmente asseguradas,
como o prazo da licença-maternidade, conservam a isonomia em seu aspecto material.
62 – ( ) - (CESPE/STJ/2018) - O Supremo Tribunal Federal firmou posição no sentido de que o ensino religioso
nas escolas públicas deve ter caráter não confessional, sendo vedada a admissão de professores na qualidade de
representantes das religiões para ministrar os cursos.
63 – ( ) - (CESPE/ABIN/2018) - O direito à liberdade de expressão artística previsto constitucionalmente não
exclui a possibilidade de o poder público exigir licença prévia para a realização de determinadas exposições de
arte ou concertos musicais.
64 – ( ) - (CESPE/ CGM de João Pessoa/2018) - À luz do disposto na Constituição Federal de 1988 (CF),
julgue o item a seguir, acerca dos princípios constitucionais e dos direitos fundamentais.A obrigação financeira
da pessoa falecida de reparar determinado dano pode ser estendida aos seus sucessores, sendo limitada ao valor
do patrimônio transferido pela sucessão decorrente do óbito.
01.A 02.V 03.B 04.D 05.B 06.D 07.V 08.D 09.C 10.C
11.E 12.D 13.D 14.B 15.B 16.C 17.A 18. B 19.C 20.C
21.C 22.C 23.A 24.B 25.A 26.E 27.A 28.F 29.A 30.D
31.A 32.D 33.C 34.C 35.B 36.B 37.A 38.E 39.E 40.E
41.D 42.D 43.C 44.A 45.E 46.A 47.D 48. E 49.B 50.A
51.E 52.C 53.E 54.E 55.E 56.E 57.C 58.C 59.E 60.C
61.C 62.E 63.E 64.C
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AULA 05 – DIREITOS SOCIAIS
Os Direitos Socais estão descritos no art. 6º, caput, da Constituição Federal de 1988:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Os Direitos Sociais são considerados de 2º geração/dimensão. Os direitos de segunda geração se
caracteriza pela igualdade, ou seja, uma maior intervenção do Estado no intuito de garantir direitos e garantias
básicas para ao cidadão, principalmente àqueles mais necessitados, ou seja, um caráter mais intervencionista!
A CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º). Diante disso, nas
escolas públicas são oferecidas aulas de ensino religioso, normalmente vinculadas a uma religião
específica. É o chamado ensino religioso confessional. O PGR ajuizou ADI pedindo que fosse
conferida interpretação conforme a Constituição ao art. 33, §§ 1º e 2º da LDB e ao art. 11, § 1º do
acordo Brasil-Santa Sé. Na ação, o PGR afirmava que não é permitido que se ofereça ensino
religioso confessional (vinculado a uma religião específica). Para o autor, o ensino religioso deve
ser voltado para a história e a doutrina das várias religiões, ensinadas sob uma perspectiva laica e
deve ser ministrado por professores regulares da rede pública de ensino, e não por pessoas
vinculadas às igrejas. O STF julgou improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas
escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, pode sim ser vinculado a
religiões específicas. A partir da conjugação do binômio Laicidade do Estado (art. 19, I) e
Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o Estado deverá assegurar o cumprimento do art. 210, § 1º da
CF/88, autorizando na rede pública, em igualdade de condições o oferecimento de ensino
confessional das diversas crenças, mediante requisitos formais previamente fixados pelo
Ministério da Educação. Assim, deve ser permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente
Título I – Dos Princípios
Fundamentais Art. 1º ao 4º CF/88
Título II – Dos Direitos
e Garantias
Fundamentais
Capítulo I – Dos Direitos e
Deveres Individuais e
Coletivos
Art. 5º CF/88
Capítulo IV – Dos Direitos
Políticos
Capítulo III – Da
Nacionalidade
Capítulo II – Dos Direitos
Sociais
Capítulo V – Dos Partidos
Políticos Art. 17 CF/88
Art. 14 a 16
CF/88
Art. 12 e 13
CF/88
Art. 6º ao 11
CF/88
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se matricularem, o pleno exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso como disciplina
dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo com os
princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente credenciados a
partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder Público.
Dessa forma, o STF entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma religião
específica, que ensine os dogmas ou valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso,
desde que se garanta oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF. Plenário.ADI 4439/DF,
rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
27/9/2017 (Info 879).
Atenção que já vi questões de concursos cobrando do candidato o conhecimento sobre os direitos sociais
descritos no artigo acima destacado:
(FCC/TRE-RR/2015) - De acordo com a Constituição Federal, NÃO constitui direito
fundamental social:
A) o trabalho.
B) a moradia.
C) a crítica.
D) a saúde.
E) a educação.
A resposta correta é a letra “c”.
Nesse sentido, é importante o candidato ficar esperto e “decorar” quais são os direitos sociais estampados
no caput do art. 6º!
Para isso eu criei um macete que poderá te ajudar nisso.
Imagine que você tenha uma grande quantidade de lápis e que você queria fazer uma doação à uma
papelaria escolar (isso mesmo, exemplo esdrúxulo, mas você vai se lembrar na hora da prova....kkkk!). Então
você comparece até a papelaria e diz que quer doar aqueles lápis.
Acontece que ao conversar com o dono da papelaria ele vira pra você e diz: “TTEMOS LAPS DEMAIS”!
(Isso mesmo, “temos” com dois “T” e o “laps” sem a letra “i”).
Pronto! O dono da papelaria acabou de te dizer todos os direitos sociais estampados no art. 6º da CF/88.
Olha só!
T = Transporte (incluído pela EC nº 90/2015)
T = Trabalho
E = Educação
MO = Moradia (incluído pela EC nº 26/00)
S = Saúde
L = Lazer
A = Alimentação (incluído pela EC nº 64/10)
PS = Previdência Social
DE = Desamparados (Assistência aos desamparados)
MAI = Maternidade e Infância (Proteção à maternidade e a infância)
S = Segurança
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Diante desse contexto é importante destacar que o rol contido no art. 6º da CF/88 não é taxativo, isso
significa dizer que existem outros direitos sociais espalhados pela Constituição Federal (direito a cultura,
desporto, índios e etc...).
Importante destacar que é possível a criação de outros direitos sociais pela “legislação
infraconstitucional”.
Os direitos sociais são irrenunciáveis, ou seja, não pode ser dispensado pelo administrado (cidadão).
Apesar dos direitos sociais não estarem estampados no art. 60, §4º, CF/88 como cláusulas pétreas, a
doutrina majoritária considera que os direitos sociais são cláusula pétreas, ok?
Porém, o STF ainda precisa solidificar esse entendimento.
Vamos iniciar agora o estudo do art. 7º da CF/88 que trata especificamente dos direitos dos trabalhadores
e estão dentro do Capítulo II, Título II, ou seja, são também Direitos Sociais.
Sendo bem objetivo, vez que não estamos preparando para o concurso de Tribunais Trabalhistas,
comentaremos os incisos com maior probabilidade de cair na sua prova.
Mas, antes, vamos descrever todos eles aqui para que você não deixe de fazer a leitura. Simbora!
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV- salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
Educação
Trabalho
Lazer
Moradia
Transporte
Alimentação
Segurança Saúde Previdência
Social
Prot. Mater.
e Infância
Assist. aos
desamparados
DIREITO CONSTITUCIONAL
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IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos
da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à
do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos
da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos
da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV,
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes
da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e
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XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 72, de 2013)
Os direitos elencados no art. 7º referem-se aos trabalhadores urbanos, rurais e avulsos.
No que tange ao servidor público é importante destacar o que dispõe o §3º, do art. 39 da CF/88 e que você
deverá ficar atento, senão vejamos:
Art. 39 (...) § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,
podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o
exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Lembrando que, em regra, os servidores públicos são estatutários, ou seja, possuem um estatuto (regime
próprio) que regulamenta as relações trabalhistas com o órgão ao qual é vinculado. Mas se atente para o que
dispõe o artigo acima mencionado.
No que se refere ao art. 7º, conforme dito nos parágrafos acima, importante realizar alguns comentários
relacionados a alguns artigos, até porque uma simples leitura já dá uma excelente compreensão da norma.
No inciso I, a referida “Lei Complementar” não existe no afã de determinar o quantum do valor
indenizatório a título de dispensa sem justa causa. Por isso que atualmente utiliza-se os 40% do FGTS (a título
de multa), de acordo com o que dispõe o art. 10, inc. I, da ADCT (Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias):
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição:
I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da porcentagem
prevista no art. 6º, "caput" e § 1º, da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966;
Se atentem pra isso, ok?!
No que tange ao inciso IV é importante destacar que o STF já decidiu ser possível a utilização do salário
mínimo como base de cálculo para pensão alimentícia. (ARE nº 842157).
Por fim, é importante destacar que o prazo prescricional previsto no inciso XXIX (5 anos) também refere-
se a questões relacionadas ao FGTS.
Significa dizer que os eventuais depósitos, a título de FGTS, caso não tenham sido realizados, a partir do
dia 13/11/14, o trabalhador terá somente 5 anos para pleitear os mesmos judicialmente, ou seja, o prazo de 30
anos (prescrição trintenária) não será mais considerado como prazo prescricional a título de reclamação de
FGTS. Nesse sentido, a súmula 362/TST acabou tendo sua aplicabilidade mitigada.
Pois bem, partindo agora para o estudo do art. 8º da CF/88, é importante, primeiramente, darmos uma boa
leitura no artigo que assim dispõe:
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o
registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa
de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um
Município;
III -ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
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VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e
de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
As provas tem cobrado muito o conhecimento da “lei seca”, por isso é de suma importância a
leitura das leis para que suas chances de êxito sejam maiores.
O art. 8º, assim como o artigo 7º, é de fácil compreensão. Porém, é importante destacarmos, após a leitura
do inc. IV, a diferença entre CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA e CONTRIBUIÇÃO SINDICAL.
CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA (SV nº
40/STF)
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
Criada por uma assembleia geral Criada por LEI
Natureza não tributária Natureza TRIBUTÁRIA
Não obrigatório Obrigatório
Devida apenas pelos filiados Devida por todos os trabalhadores (filiados ou não)
O próximo artigo (art. 9º) dispõe sobre o famigerado direito à greve e possui os seguintes dizeres:
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a
oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
A mencionada lei, que visa regulamentar o direito de greve, existe somente na iniciativa privada (Lei nº
7.783/89).
Significa dizer que o setor público não possui uma lei regulamentando o referido direito social
fundamental.
Por conta disso, o STF, através do Mandado de Injunção (MI) nº 708/712 decidiu
que enquanto o Congresso Nacional não criar a lei de greve para os servidores públicos, os
mesmos poderão exercer o referido direito com base na Lei nº 7.783/90 que já regulamenta o
direito de greve do serviço privado.
Apesar de longa, a leitura da ementa é importante:
EMENTA: MANDADO DE INJUNÇÃO. GARANTIA FUNDAMENTAL (CF, ART. 5º,
INCISO LXXI). DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS (CF, ART. 37,
INCISO VII). EVOLUÇÃO DO TEMA NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL (STF). DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL
PARA APRECIAÇÃO NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL E DA JUSTIÇA ESTADUAL ATÉ
A EDIÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PERTINENTE, NOS TERMOS DO ART. 37, VII,
DA CF. EM OBSERVÂNCIA AOS DITAMES DA SEGURANÇA JURÍDICA E À EVOLUÇÃO
JURISPRUDENCIAL NA INTERPRETAÇÃO DA OMISSÃO LEGISLATIVA SOBRE O DIREITO
DIREITO CONSTITUCIONAL
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DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS, FIXAÇÃO DO PRAZO DE 60 (SESSENTA)
DIAS PARA QUE O CONGRESSO NACIONAL LEGISLE SOBRE A MATÉRIA. MANDADO DE
INJUNÇÃO DEFERIDO PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DAS LEIS Nos 7.701/1988 E
7.783/1989. 1. SINAIS DE EVOLUÇÃO DA GARANTIA FUNDAMENTAL DO MANDADO DE
INJUNÇÃO NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). 1.1. No
julgamento do MI no 107/DF, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 21.9.1990, o Plenário do STF
consolidou entendimento que conferiu ao mandado de injunção os seguintes elementos
operacionais: i) os direitos constitucionalmente garantidos por meio de mandado de injunção
apresentam-se como direitos à expedição de um ato normativo, os quais, via de regra, não
poderiam ser diretamente satisfeitos por meio de provimento jurisdicional do STF; ii) a decisão
judicial que declara a existência de uma omissão inconstitucional constata, igualmente, a mora
do órgão ou poder legiferante, insta-o a editar a norma requerida; iii) a omissão inconstitucional
tanto pode referir-se a uma omissão total do legislador quanto a uma omissão parcial; iv) a
decisão proferida em sede do controle abstrato de normas acerca da existência, ou não, de
omissão é dotada de eficácia erga omnes, e não apresenta diferença significativa em relação a
atos decisórios proferidos no contexto de mandado de injunção; iv) o STF possui competência
constitucional para, na ação de mandado de injunção, determinar a suspensão de processos
administrativos ou judiciais, com o intuito de assegurar ao interessado a possibilidade de ser
contemplado por norma mais benéfica, ou que lhe assegure o direito constitucional invocado; v)
por fim, esse plexo de poderes institucionais legitima que o STF determine a edição de outras
medidas que garantam a posição do impetrante até a oportuna expedição de normas pelo
legislador. 1.2. Apesar dos avanços proporcionados por essa construção jurisprudencial inicial,
o STF flexibilizou a interpretação constitucional primeiramente fixada para conferir uma
compreensão mais abrangente à garantia fundamental do mandado de injunção. A partir de uma
série de precedentes, o Tribunal passou a admitir soluções "normativas" para a decisão judicial
como alternativa legítima de tornar a proteção judicial efetiva (CF, art. 5o, XXXV). Precedentes:
MI no 283, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 14.11.1991; MI no 232/RJ, Rel. Min. Moreira Alves,
DJ 27.3.1992; MI nº 284, Rel. Min. Marco Aurélio, Red. para o acórdão Min. Celso de Mello,
DJ 26.6.1992; MI no 543/DF, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ 24.5.2002; MI no 679/DF, Rel. Min.
Celso de Mello, DJ 17.12.2002; e MI no 562/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 20.6.2003. 2. O
MANDADO DE INJUNÇÃO E O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS
NA JURISPRUDÊNCIA DO STF. 2.1. O tema da existência, ou não, de omissão legislativa
quanto à definição das possibilidades, condições e limites para o exercício do direito de greve
por servidores públicos civis já foi, por diversas vezes, apreciado pelo STF. Em todas as
oportunidades, esta Corte firmou o entendimento de que o objeto do mandado de injunção cingir-
se-ia à declaração da existência, ou não, de mora legislativa para a edição de norma
regulamentadora específica. Precedentes: MI no 20/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
22.11.1996; MI no 585/TO, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 2.8.2002; e MI no 485/MT, Rel. Min.
Maurício Corrêa, DJ 23.8.2002. 2.2. Em alguns precedentes(em especial, no voto do Min. Carlos
Velloso, proferido no julgamento do MI no 631/MS, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 2.8.2002),
aventou-se a possibilidade de aplicação aos servidores públicos civis da lei que disciplina os
movimentos grevistas no âmbito do setor privado (Lei no 7.783/1989). 3. DIREITO DE GREVE
DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS. HIPÓTESE DE OMISSÃO LEGISLATIVA
INCONSTITUCIONAL. MORA JUDICIAL, POR DIVERSAS VEZES, DECLARADA PELO
PLENÁRIO DO STF. RISCOS DE CONSOLIDAÇÃO DE TÍPICA OMISSÃO JUDICIAL
QUANTO À MATÉRIA. A EXPERIÊNCIA DO DIREITO COMPARADO. LEGITIMIDADE DE
ADOÇÃO DE ALTERNATIVAS NORMATIVAS E INSTITUCIONAIS DE SUPERAÇÃO DA
SITUAÇÃO DE OMISSÃO. 3.1. A permanência da situação de não-regulamentação do direito
de greve dos servidores públicos civis contribui para a ampliação da regularidade das
instituições de um Estado democrático de Direito (CF, art. 1o). Além de o tema envolver uma
série de questões estratégicas e orçamentárias diretamente relacionadas aos serviços públicos,
a ausência de parâmetros jurídicos de controle dos abusos cometidos na deflagração desse tipo
específico de movimento grevista tem favorecido que o legítimo exercício de direitos
constitucionais seja afastado por uma verdadeira "lei da selva". 3.2. Apesar das modificações
implementadas pela Emenda Constitucional no 19/1998 quanto à modificação da reserva legal
DIREITO CONSTITUCIONAL
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de lei complementar para a de lei ordinária específica (CF, art. 37, VII), observa-se que o direito
de greve dos servidores públicos civis continua sem receber tratamento legislativo minimamente
satisfatório para garantir o exercício dessa prerrogativa em consonância com imperativos
constitucionais. 3.3. Tendo em vista as imperiosas balizas jurídico-políticas que demandam a
concretização do direito de greve a todos os trabalhadores, o STF não pode se abster de
reconhecer que, assim como o controle judicial deve incidir sobre a atividade do legislador, é
possível que a Corte Constitucional atue também nos casos de inatividade ou omissão do
Legislativo. 3.4. A mora legislativa em questão já foi, por diversas vezes, declarada na ordem
constitucional brasileira. Por esse motivo, a permanência dessa situação de ausência de
regulamentação do direito de greve dos servidores públicos civis passa a invocar, para si, os
riscos de consolidação de uma típica omissão judicial. 3.5. Na experiência do direito comparado
(em especial, na Alemanha e na Itália), admite-se que o Poder Judiciário adote medidas
normativas como alternativa legítima de superação de omissões inconstitucionais, sem que a
proteção judicial efetiva a direitos fundamentais se configure como ofensa ao modelo de
separação de poderes (CF, art. 2o). 4. DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS
CIVIS. REGULAMENTAÇÃO DA LEI DE GREVE DOS TRABALHADORES EM GERAL (LEI
No 7.783/1989). FIXAÇÃO DE PARÂMETROS DE CONTROLE JUDICIAL DO EXERCÍCIO
DO DIREITO DE GREVE PELO LEGISLADOR INFRACONSTITUCIONAL. 4.1. A disciplina
do direito de greve para os trabalhadores em geral, quanto às "atividades essenciais", é
especificamente delineada nos arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989. Na hipótese de aplicação dessa
legislação geral ao caso específico do direito de greve dos servidores públicos, antes de tudo,
afigura-se inegável o conflito existente entre as necessidades mínimas de legislação para o
exercício do direito de greve dos servidores públicos civis (CF, art. 9o, caput, c/c art. 37, VII),
de um lado, e o direito a serviços públicos adequados e prestados de forma contínua a todos os
cidadãos (CF, art. 9o, §1o), de outro. Evidentemente, não se outorgaria ao legislador qualquer
poder discricionário quanto à edição, ou não, da lei disciplinadora do direito de greve. O
legislador poderia adotar um modelo mais ou menos rígido, mais ou menos restritivo do direito
de greve no âmbito do serviço público, mas não poderia deixar de reconhecer direito previamente
definido pelo texto da Constituição. Considerada a evolução jurisprudencial do tema perante o
STF, em sede do mandado de injunção, não se pode atribuir amplamente ao legislador a última
palavra acerca da concessão, ou não, do direito de greve dos servidores públicos civis, sob pena
de se esvaziar direito fundamental positivado. Tal premissa, contudo, não impede que,
futuramente, o legislador infraconstitucional confira novos contornos acerca da adequada
configuração da disciplina desse direito constitucional. 4.2 Considerada a omissão legislativa
alegada na espécie, seria o caso de se acolher a pretensão, tão-somente no sentido de que se
aplique a Lei no 7.783/1989 enquanto a omissão não for devidamente regulamentada por lei
específica para os servidores públicos civis (CF, art. 37, VII). 4.3 Em razão dos imperativos da
continuidade dos serviços públicos, contudo, não se pode afastar que, de acordo com as
peculiaridades de cada caso concreto e mediante solicitação de entidade ou órgão legítimo, seja
facultado ao tribunal competente impor a observância a regime de greve mais severo em razão
de tratar-se de "serviços ou atividades essenciais", nos termos do regime fixado pelos arts. 9o a
11 da Lei no 7.783/1989. Isso ocorre porque não se pode deixar de cogitar dos riscos decorrentes
das possibilidades de que a regulação dos serviços públicos que tenham características afins a
esses "serviços ou atividades essenciais" seja menos severa que a disciplina dispensada aos
serviços privados ditos "essenciais". 4.4. O sistema de judicialização do direito de greve dos
servidores públicos civis está aberto para que outras atividades sejam submetidas a idêntico
regime. Pela complexidade e variedade dos serviços públicos e atividades estratégicas típicas do
Estado, há outros serviços públicos, cuja essencialidade não está contemplada pelo rol dos arts.
9o a 11 da Lei no 7.783/1989. Para os fins desta decisão, a enunciação do regime fixado pelos
arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989 é apenas exemplificativa (numerus apertus). 5. O
PROCESSAMENTO E O JULGAMENTO DE EVENTUAIS DISSÍDIOS DE GREVE QUE
ENVOLVAM SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DEVEM OBEDECER AO MODELO DE
COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES APLICÁVEL AOS TRABALHADORES EM GERAL
(CELETISTAS), NOS TERMOS DA REGULAMENTAÇÃO DA LEI No 7.783/1989. A
APLICAÇÃO COMPLEMENTAR DA LEI No 7.701/1988 VISA À JUDICIALIZAÇÃO DOS
DIREITO CONSTITUCIONAL
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CONFLITOS QUE ENVOLVAM OS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS NO CONTEXTO DO
ATENDIMENTO DE ATIVIDADES RELACIONADAS A NECESSIDADES INADIÁVEIS DA
COMUNIDADE QUE, SE NÃO ATENDIDAS, COLOQUEM "EM PERIGO IMINENTE A
SOBREVIVÊNCIA, A SAÚDE OU A SEGURANÇA DA POPULAÇÃO" (LEI No 7.783/1989,
PARÁGRAFO ÚNICO, ART. 11). 5.1. Pendência do julgamento de mérito da ADI no 3.395/DF,
Rel. Min. Cezar Peluso, na qual se discute a competência constitucional para a apreciação das
"ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios" (CF, art. 114, I, na redação conferida pela EC no 45/2004). 5.2. Diante da
singularidade do debate constitucional do direito de greve dos servidores públicos civis, sob pena
de injustificada e inadmissível negativa de prestação jurisdicional nos âmbitos federal, estadual
e municipal, devem-se fixar também os parâmetros institucionais e constitucionais de definição
de competência, provisória e ampliativa, para a apreciação de dissídios de greve instaurados
entre o Poder Público e os servidores públicos civis. 5.3. No plano procedimental, afigura-se
recomendável aplicar ao caso concreto a disciplina da Lei no 7.701/1988 (que versa sobre
especialização das turmas dos Tribunais do Trabalho em processos coletivos), no que tange à
competência para apreciar e julgar eventuais conflitos judiciais referentes à greve de servidores
públicos que sejam suscitados até o momento de colmatação legislativa específica da lacuna ora
declarada, nos termos do inciso VII do art. 37 da CF. 5.4. A adequação e a necessidade da
definição dessas questões de organização e procedimento dizem respeito a elementos de fixação
de competência constitucional de modo a assegurar, a um só tempo, a possibilidade e, sobretudo,
os limites ao exercício do direito constitucional de greve dos servidores públicos, e a
continuidade na prestação dos serviços públicos. Ao adotar essa medida, este Tribunal passa a
assegurar o direito de greve constitucionalmente garantido no art. 37, VII, da Constituição
Federal, sem desconsiderar a garantia da continuidade de prestação de serviços públicos - um
elemento fundamental para a preservação do interesse público em áreas que são extremamente
demandadas pela sociedade. 6. DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE COMPETÊNCIA
CONSTITUCIONAL PARA APRECIAÇÃO DO TEMA NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL E
DA JUSTIÇA ESTADUAL ATÉ A EDIÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PERTINENTE,
NOS TERMOS DO ART. 37, VII, DA CF. FIXAÇÃO DO PRAZO DE 60 (SESSENTA) DIAS PARA
QUE O CONGRESSO NACIONAL LEGISLE SOBRE A MATÉRIA. MANDADO DE INJUNÇÃO
DEFERIDO PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DAS LEIS Nos 7.701/1988 E 7.783/1989. 6.1.
Aplicabilidade aos servidores públicos civis da Lei no 7.783/1989, sem prejuízo de que, diante
do caso concreto e mediante solicitação de entidade ou órgão legítimo, seja facultado ao juízo
competente a fixação de regime de greve mais severo, em razão de tratarem de "serviços ou
atividades essenciais" (Lei no 7.783/1989, arts. 9o a 11). 6.2. Nessa extensão do deferimento do
mandado de injunção, aplicação da Lei no 7.701/1988, no que tange à competência para apreciar
e julgar eventuais conflitos judiciais referentes à greve de servidores públicos que sejam
suscitados até o momento de colmatação legislativa específica da lacuna ora declarada, nos
termos do inciso VII do art. 37 da CF. 6.3. Até a devida disciplina legislativa, devem-se definir
as situações provisórias de competência constitucional para a apreciação desses dissídios no
contexto nacional, regional, estadual e municipal. Assim, nas condições acima especificadas, se
a paralisação for de âmbito nacional, ou abranger mais de uma região da justiça federal, ou
ainda, compreender mais de uma unidade da federação, a competência para o dissídio de greve
será do Superior Tribunal de Justiça (por aplicação analógica do art. 2o, I, "a", da Lei no
7.701/1988). Ainda no âmbito federal, se a controvérsia estiver adstrita a uma única região da
justiça federal, a competência será dos Tribunais Regionais Federais (aplicação analógica do
art. 6o da Lei no 7.701/1988). Para o caso da jurisdição no contexto estadual ou municipal, se a
controvérsia estiver adstrita a uma unidade da federação, a competência será do respectivo
Tribunal de Justiça (também por aplicação analógica do art. 6o da Lei no 7.701/1988). As greves
de âmbito local ou municipal serão dirimidas pelo Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional
Federal com jurisdição sobre o local da paralisação, conforme se trate de greve de servidores
municipais, estaduais ou federais. 6.4. Considerados os parâmetros acima delineados, a par da
competência para o dissídio de greve em si, no qual se discuta a abusividade, ou não, da greve,
os referidos tribunais, nos âmbitos de sua jurisdição, serão competentes para decidir acerca do
DIREITO CONSTITUCIONAL
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mérito do pagamento, ou não, dos dias de paralisação em consonância com a excepcionalidade
de que esse juízo se reveste. Nesse contexto, nos termos do art. 7o da Lei no 7.783/1989, a
deflagração da greve, em princípio, corresponde à suspensão do contrato de trabalho. Como
regra geral, portanto, os salários dos dias de paralisação não deverão ser pagos, salvo no caso
em que a greve tenha sido provocada justamente por atraso no pagamento aos servidores
públicos civis, ou por outras situações excepcionais que justifiquem o afastamento da premissa
da suspensão do contrato de trabalho (art. 7o da Lei no 7.783/1989, in fine). 6.5. Os tribunais
mencionados também serão competentes para apreciar e julgar medidas cautelares
eventualmente incidentes relacionadas ao exercício do direito de greve dos servidores públicos
civis, tais como: i) aquelas nas quais se postule a preservação do objeto da querela judicial, qual
seja, o percentual mínimo de servidores públicos que deve continuar trabalhando durante o
movimento paredista, ou mesmo a proibição de qualquer tipo de paralisação; ii) os interditos
possessórios para a desocupação de dependências dos órgãos públicos eventualmente tomados
por grevistas; e iii) as demais medidas cautelares que apresentem conexão direta com o dissídio
coletivo de greve. 6.6. Em razão da evolução jurisprudencial sobre o tema da interpretação da
omissão legislativa do direito de greve dos servidores públicos civis e em respeito aos ditames
de segurança jurídica, fixa-se o prazo de 60 (sessenta) dias para que o Congresso Nacional
legisle sobre a matéria. 6.7. Mandado de injunção conhecido e, no mérito, deferido para, nos
termos acima especificados, determinar a aplicação das Leis nos 7.701/1988 e 7.783/1989 aos
conflitos e às ações judiciais que envolvam a interpretação do direito de greve dos servidores
públicos civis.
(MI 708, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 25/10/2007, DJe-206
DIVULG 30-10-2008 PUBLIC 31-10-2008 EMENT VOL-02339-02 PP-00207 RTJ VOL-00207-
02 PP-00471)
Outro ponto que merece destaque é a questão do STF já ter se pronunciado sobre a proibição de greve da
segurança pública e, inclusive dos policiais militares e federais.
Através do julgamento da Reclamação (Rcl) nº 6.568 o supremo decidiu que alguns serviços públicos,
em razão da sua essencialidade para a sociedade, deverão ser prestados em sua totalidade, como é o caso do
serviço de segurança pública, determinando, por analogia, a aplicação da vedação para os militares e, assim,
proibindo o seu exercício pelas polícias civis.
Por se tratar de um importante julgado, a leitura é indispensável!
RECLAMAÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO. POLICIAIS CIVIS. DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE.
SERVIÇOS OU ATIVIDADES PÚBLICAS ESSENCIAIS. COMPETÊNCIA PARA CONHECER
E JULGAR O DISSÍDIO. ARTIGO 114, INCISO I, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. DIREITO
DE GREVE. ARTIGO 37, INCISO VII, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. LEI N. 7.783/89.
INAPLICABILIDADE AOS SERVIDORES PÚBLICOS. DIREITO NÃO ABSOLUTO.
RELATIVIZAÇÃO DO DIREITO DE GREVE EM RAZÃO DA ÍNDOLE DE DETERMINADAS
ATIVIDADES PÚBLICAS. AMPLITUDE DA DECISÃO PROFERIDA NO JULGAMENTO DO
MANDADO DE INJUNÇÃO N. 712. ART. 142, § 3º, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO DO
BRASIL. INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO. AFRONTA AO DECIDIDO NA ADI 3.395.
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA DIRIMIR CONFLITOS ENTRE
SERVIDORES PÚBLICOS E ENTES DA ADMINISTRAÇÃO ÀS QUAIS ESTÃO VINCULADOS.
RECLAMAÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o MI n.
712, afirmou entendimento no sentido de que a Lei n. 7.783/89, que dispõe sobre o exercício do
direito de greve dos trabalhadores em geral, é ato normativo de início inaplicável aos servidores
públicos civis, mas ao Poder Judiciário dar concreção ao artigo 37, inciso VII, da Constituição
do Brasil, suprindo omissões do Poder Legislativo. 2. Servidores públicos que exercem atividades
relacionadas à manutenção da ordem pública e à segurança pública, à administração da Justiça
--- aí os integrados nas chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades indelegáveis,
inclusive as de exação tributária --- e à saúde pública. A conservação do bem comum exige que
certas categorias de servidores públicos sejam privadas do exercício do direito de greve. Defesa
dessa conservação e efetiva proteção de outros direitos igualmente salvaguardados pela
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Constituição do Brasil. 3. Doutrina do duplo efeito, segundo Tomás de Aquino, na Suma
Teológica (II Seção da II Parte, Questão 64, Artigo 7). Não há dúvida quanto a serem, os
servidores públicos, titulares do direito de greve. Porém, tal e qual é lícito matar a outrem em
vista do bem comum, não será ilícita a recusa do direito de greve a tais e quais servidores
públicos em benefício do bem comum. Não há mesmo dúvida quanto a serem eles titulares do
direito de greve. A Constituição é, contudo, uma totalidade. Não um conjunto de enunciados que
se possa ler palavra por palavra, em experiência de leitura bem comportada ou esteticamente
ordenada. Dela são extraídos, pelo intérprete, sentidos normativos, outras coisas que não
somente textos. A força normativa da Constituição é desprendida da totalidade, totalidade
normativa, que a Constituição é. Os servidores públicos são, seguramente, titulares do direito de
greve. Essa é a regra. Ocorre, contudo, que entre os serviços públicos há alguns que a coesão
social impõe sejam prestados plenamente, em sua totalidade. Atividades das quais dependam a
manutenção da ordem pública e a segurança pública, a administração da Justiça --- onde as
carreiras de Estado, cujos membros exercem atividades indelegáveis, inclusive as de exação
tributária --- e a saúde pública não estão inseridos no elenco dos servidores alcançados por esse
direito. Serviços públicos desenvolvidos por grupos armados: as atividades desenvolvidas pela
polícia civil são análogas, para esse efeito, às dos militares, em relação aos quais a Constituição
expressamente proíbe a greve [art. 142, § 3º, IV]. 4. No julgamento da ADI 3.395, o Supremo
Tribunal Federal, dando interpretação conforme ao artigo 114, inciso I, da Constituição do
Brasil, na redação a ele conferida pela EC 45/04, afastou a competência da Justiça do Trabalho
para dirimir os conflitos decorrentes das relações travadas entre servidores públicos e entes da
Administração à qual estão vinculados. Pedido julgado procedente.
(STF - Rcl: 6568 SP, Relator: Min. EROS GRAU, Data de Julgamento: 21/05/2009, Tribunal
Pleno, Data de Publicação: incDJe-181 DIVULG 24-09-2009 PUBLIC 25-09-2009 EMENT
VOL-02375-02 PP-00736)
Por fim, para finalizarmos e partimos para os exercícios de fixação, importante a leitura dos arts 10 e 11
da CF/88, vejamos:
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de
discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um
representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com
os empregadores.
01 – ( ) - (CESPE/POLICIA FEDERAL) - É livre a associação sindical das categoriais profissionais, sendo
vedado ao poder público exigir, para a fundação de um sindicato, que haja seu registro prévio em órgão
competente.
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02 – ( ) - (CESPE – POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL) - A Constituição Federal assegura o direito à
livre associação sindical ou profissional e veda ao poder público a interferência e a intervenção na organização
sindical.
03 – ( ) - (CESPE – POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL) - É obrigatória a participação de sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho.
04 – ( ) - (CESPE – POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL) - É incompatível com o disposto na Constituição
Federal o estabelecimento de diferença de salários em razão da idade do trabalhador.
05 - (FCC) – Se os direitos civis garantem a vida em sociedade, se os direitos políticos garantem a
participação da sociedade no governo, os direitos sociais garantem a participação na riqueza coletiva. Eles
incluem o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, à aposentadoria. A garantia de sua
vigência depende da existência de uma eficiente máquina administrativa do Poder Executivo [...]. Os
direitos sociais permitem às sociedades politicamente organizadas reduzir os excessos de desigualdade
produzidos pelo capitalismo e garantir um mínimo de bem-estar para todos.
À vista disso, “os direitos sociais” se fundamentam nos princípios
a) da igualdade e justiça social.
b) do autogoverno e da cidadania ativa.
c) da liberdade de ir e vir e da representação política.
d) da autonomia política e da liberdade.
e) da democracia da maioria e da vontade popular.
06- (FCC) - A respeito dos direitos sociais:
a) O direito à moradia encontra-se consagrado no caput do artigo 6º da Constituição Federal de 1988 desde o
seu texto original.
b) A localização “topográfica” dos direitos sociais no texto da Constituição Federal reforça a tese de que os
mesmos não se tratam de direitos fundamentais.
c) Muito embora a doutrina sustente a tese do “direito ao mínimo existencial”, a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal rejeita o seu acolhimento, amparada, sobretudo, no princípio da separação dos poderes.
d) O caput do art. 6º da Constituição Federal elenca rol taxativo dos direitos sociais consagrados pelo texto
constitucional.
e) A Constituição Federal consagra expressamente o direito à educação como direito público subjetivo.
07- ( ) - (CESPE) - Recentemente, o transporte foi incluído no rol de direitos sociais previstos na CF, que já
contemplavam, entre outros, o direito à saúde, ao trabalho, à moradia e à previdência social, bem como a
assistência aos desamparados.
08 – ( )- (CESPE) - Acerca dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o disposto na
Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.
A cláusula de reserva do possível refere-se à possibilidade material de o poder público concretizar direitos
sociais e constitui, em regra, uma limitação válida à implementação total desses direitos.
09 – ( )- (CESPE) - No que diz respeito aos direitos sociais, à intervenção judicial na implementação
de políticas públicas e ao mínimo existencial, assinale a opção correta.
a) Ocorre o fenômeno conhecido como judicialização da política quando o Poder Judiciário, ao interpretar uma
norma, ampliar o seu sentido para abarcar situações aparentemente por ela não previstas.
b) O transporte e a felicidade são direitos fundamentais sociais assegurados pelo Estado a todo cidadão brasileiro
como garantia individual.
c) Para o STF, a tese da reserva do mínimo possível é aplicável apenas se restar comprovada a real falta de
recursos orçamentários pelo poder público, pois não é admissível como justificativa genérica para eventual
omissão estatal na efetivação dos direitos fundamentais.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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d) Uma decisão judicial que ordenasse à administração pública a execução de obras emergenciais em um
estabelecimento prisional, necessárias para a garantia da integridade física dos detentos, seria uma afronta ao
princípio da separação dos poderes, segundo entendimento do STF.
e) O direito ao mínimo existencial, no tocante aos direitos fundamentais, está vinculado às condições
estritamente necessárias para a manutenção da vida dos indivíduos.
10 – ( ) - (CESPE) - Os direitos sociais estão inseridos na segunda geração, ou dimensão, dos direitos
fundamentais.
11– (MPT/MTP/PROCURADOR/2017) - Analise as assertivas abaixo:
I - Respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos a apreciação judicial, a
Administração Pública, por motivo de conveniência ou oportunidade, pode revogar seus atos.
II - Pela teoria da reserva do possível se entende que o Estado deve se valer de todos os meios possíveis
para consecução de seus objetivos fundamentais estabelecidos na Constituição da República.
III - A responsabilidade do Estado pode se estender à esfera penal quando o agente estatal agir com dolo
na produção do resultado.
IV - Para que seja caracterizada situação de responsabilidade objetiva do Estado será necessária a
presença de um ato ilícito, do dano e do nexo de causalidade entre o ato e o dano.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas a assertiva IV está correta.
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
c) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
d) Apenas a assertiva I está correta.
e) Não respondida.
12– (FCC/DPE-SC/DEFENSONR/2017) - A Constituição Federal de 1988 inovou na consolidação de um
Estado Social e Democrático de Direito, positivando inúmeros direitos sociais no seu texto. Sobre o tema,
é correto afirmar:
a) Não é possível o reconhecimento de outros direitos sociais em sede constitucional para além daqueles
expressamente arrolados no artigo 6° da Constituição Federal de 1988.
b) As normas constitucionais que consagram direitos sociais possuem natureza estritamente programática.
c) Não obstante os direitos sociais possuam natureza de direito fundamental, não é possível atribuir eficácia
imediata aos mesmos a partir da norma constitucional, dependendo da intermediação do legislador
infraconstitucional.
d) Muito embora os direitos sociais não tenham sido consagrados expressamente no rol das cláusulas pétreas do
nosso sistema constitucional, a doutrina majoritária sustenta que os mesmos estão incluídos neste rol.
e) O direito à alimentação foi o último direito social a ser inserido no caput do artigo 6° da Constituição Federal
de 1988, por meio da Emenda Constitucional n° 90/2015.
13– (VUNESP/TJ-SP/2017) - É direito constitucional dos trabalhadores urbanos e rurais:
a) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e oitenta dias.
b) remuneração do serviço extraordinário superior em, no mínimo, trinta por cento à do serviço normal.
c) seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado
quando incorrer em dolo ou culpa.
d) aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, no máximo de trinta dias, nos termos da lei.
e) assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até os 06 (seis) anos de idade em creches e
pré-escolas.
14– (IESES/ALGÁS/2017) - Sobre os direitos sociais dispostos na Constituição Federal de 1988, podemos
afirmar:
a) É permitida a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer
falta grave nos termos da lei.
b) É facultativa a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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c) Não é obrigatória e nem assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
d) É livre a associação profissional ou sindical, observado que a lei não poderá exigir autorização do Estado para
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e
a intervenção na organização sindical.
15 – ( ) - (QUADRIX/CFO-DF/2017) - Acerca dos direitos e das garantias fundamentais previstos na CF,
julgue o item seguinte. É livre a associação profissional ou sindical do trabalhador ativo. Sendo assim, o
trabalhador aposentado não tem direito de votar ou ser votado nas organizações sindicais.
16 – ( ) - (QUADRIX/CFO-DF/2017) - Acerca da Constituição Federal de 1988 (CF) e de sua interpretação
pelo Supremo Tribunal Federal (STF), julgue o item seguinte. A norma constitucional que assegura a liberdade
de qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendidas as qualificações que a lei estabelecer pode ser
definida como norma de eficácia contida. Dessa forma, conforme entendimento do STF, é constitucional lei que,
mesmo não havendo potencial lesivo na atividade, como a de músico, por exemplo, exige a prévia inscrição em
Conselho de Fiscalização Profissional.
17 - (CENTRO/TJ-RJ2017) - Pedro, ao receber e-mail com newsletter do Sindicato vinculado à sua nova
atividade, deparou-se com itens que lhe chamaram a atenção, os quais estão indicados nas alternativas
abaixo. Em consonância com o texto constitucional, assinale a alternativa correta.
a) Devido à natureza da atividade desenvolvida pelas serventias extrajudiciais, o STF entendeu que é permitida
a participação de representante do Estado-membro nas negociações entre as entidades sindicais de trabalhadores
e empregadores para atualização de piso salarial.
b) A participação de sindicato na Mesa Nacional de Negociação Permanente é vinculada à escolha entre seus
pares, não havendo limitação quanto à sua amplitude territorial.
c) O registro da entidade sindical no Registro Civil das Pessoas Jurídicas exclui a necessidade de submissão de
registro perante o Ministério do Trabalho, bastando a mera informação para validade do registro.
d) É imprescindível a comprovação da situação funcional de cada substituído, tanto na fase de conhecimento
quanto de liquidação e execução, nas ações em que o sindicato aja como substituto processual.
e) O entendimento do STF é de que a contribuição sindical é devida por servidor público, independentemente
de haver lei específica regulamentando a sua instituição.
18 – ( ) - (IESES/CRMV-SC/2017) - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social, previstos na Constituição Federal:
a) A jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, não podendo ser
aceito quaisquer negociações para sua majoração.
b) Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta semanais, facultada a compensação
de horários e o aumento da jornada, mediante somente tratado em dissídio coletivo de trabalho.
c) Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 7 (sete) anos de idade em creches e pré-
escolas.
d) Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos e o seguro-desemprego, em caso
de desemprego involuntário.
19 – (CESPE/TJ-PR/JUIZ/2017) - A respeito da ordem e dos direitos sociais previstos na CF, assinale a
opção correta.
a) É constitucional norma que obriga escolas privadas a oferecer atendimento adequado a pessoas com
deficiência, vedado o repasse do custo financeiro da adaptação às mensalidades escolares.
b) Segundo o STF, a liberdade de expressão e informação asseguradas na CF é compatível com a criação, pelo
Estado, de um conselho de regulação e fiscalização da profissão jornalística.
c) Em virtude da proibição constitucional da comercialização de órgãos e tecidos humanos para fins de
transplante, o STF entende ser inconstitucional lei estadual que concede meia-entrada aos doadores regulares de
sangue.
d) Em razão do princípio da reserva do possível, não cabe ao Poder Judiciário determinar a construção de creches
e pré-escolas pelos municípios.
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20 – (FCC/TRT-24ª/2017) - Simão e seus primos Silas, Moisés e Diego pretendem trabalhar na empresa W
objetivando juntar recursos financeiros para uma viagem internacional quando completarem 15 anos de idade.
Considerando que Simão possui quatorze anos e dois meses de idade, Silas possui treze anos, Moisés doze anos
e Diego quatorze anos e seis meses de idade, de acordo com a Constituição Federal,
a) somente Simão, Silas e Diego podem exercer o trabalho, porém na condição de aprendiz.
b) todos podem exercer o trabalho, mas Silas e Moisés só podem exercer na condição de aprendiz.
c) somente Simão e Diego podem exercer o trabalho, porém na condição de aprendiz.
d) somente Simão, Silas e Diego podem exercer o trabalho, porém Silas só pode exerce na condição de aprendiz.
e) todos podem exercer o trabalho, mas Moisés só pode exercer na condição de aprendiz.
21– ( ) – (CESPE/TCE-PE/2017) - Por imposição de lei, se um órgão estadual for criado, os servidores
ocupantes de cargo efetivo desse órgão poderão, desde que com prévia autorização do órgão estatal competente,
fundar sindicato.
22 – ( ) – (CESPE/TCE-PE/2017) - Com relação aos direitos sociais, aos direitos de nacionalidade, aos direitos
políticos e aos partidos políticos, julgue o próximo item. O transporte e o lazer são direitos sociais expressamente
previstos na CF.
23 – ( ) – (QUADRIX/CFO-DF/2017) É livre a associação profissional ou sindical do trabalhador ativo. Sendo
assim, o trabalhador aposentado não tem direito de votar ou ser votado nas organizações sindicais.
24– ( ) – (CESPE/TCE-PE/2017) -A norma constitucional que assegura a liberdade de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, desde que atendidas as qualificações que a lei estabelecer pode ser definida como norma de
eficácia contida. Dessa forma, conforme entendimento do STF, é constitucional lei que, mesmo não havendo
potencial lesivo na atividade, como a de músico, por exemplo, exige a prévia inscrição em Conselho de
Fiscalização Profissional.
25– ( ) – (CESPE/FUB/2017) -Aos trabalhadores compete decidir sobre os interesses que devam defender por
meio do exercício do direito de greve.
01.E 02.C 03.C 04.C 05.A 06.E 07.C 08.C 09.C 10.V
11.D 12.D 13.C 14.D 15.E 16.E 17.E 18. D 19.A 20.C
21.E 22.C 23.E 24.E 25.C
AULA 06 – DA NACIONALIDADE Os Direitos da Nacionalidade estão localizados no Título II, Capítulo III da nossa Carta Magna. Antes de
adentrarmos ao tema é importante tecermos algumas considerações sobre o que seria NACIONALIDADE,
POVO, POPULAÇÃO e CIDADÃO.
Pois bem, vamos às definições:
NACIONALIDADE: É vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a um determinado Estado.
POVO: Conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado.
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POPULAÇÃO: Conjunto de residentes no território, sejam eles NACIONAIS ou ESTRANGEIROS.
CIDADÃO: É o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) que goza de direitos políticos – pode votar e
ser votado!
:
Os Direitos Fundamentais relacionados à NACIONALIDADE estão estampados no art. 12 e 13 da
Constituição Federal.
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Título I – Dos Princípios
Fundamentais Art. 1º ao 4º CF/88
Título II – Dos Direitos
e Garantias
Fundamentais
Capítulo I – Dos Direitos e
Deveres Individuais e
Coletivos
Art. 5º CF/88
Capítulo IV – Dos Direitos
Políticos
Capítulo III – Da
Nacionalidade
Capítulo II – Dos Direitos
Sociais
Capítulo V – Dos Partidos
Políticos Art. 17 CF/88
Art. 14 a 16
CF/88
Art. 12 e 13
CF/88
Art. 6º ao 11
CF/88
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§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
Diante deste contexto é importante destacarmos as espécies de nacionalidade:
PRIMÁRIA: Resulta de fato natural (nascimento) estabelecida através de critérios sanguíneos (art. 12,
II, “b” e “c”) - ius sanguinis - ou territoriais (art. 12, II, “a”) - ius solis.
SECUNDÁRIA: Resulta por um ato volitivo, após o nascimento (naturalização) que, em nosso
ordenamento jurídico, é EXPRESSA!
No que tange à naturalização poderá ser dividida em:
ORDINÁRIA (Art. 12, II, “a”): se caracteriza por ser DISCRICIONÁRIA, ou seja, depende de
autorização do Poder Executivo.
EXTRAORDINÁRIA (Art. 12, II, “b”): se caracteriza por ser um ATO VINCULATÓRIO, ou seja,
cumprido os 3 requisitos dispostos no art. 12, II, “b” da CF/88, o Poder Executivo não pode negar a
naturalização.
A lei que regulamenta o procedimento de naturalização é a LEI Nº 13.446/17 (Institui a Lei de Migração) e nela destacamos os importantes artigos para seu conhecimento:
Art. 64. A naturalização pode ser:
I - ordinária;
II - extraordinária;
III - especial; ou
IV - provisória.
Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele que preencher as seguintes
condições:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos;
III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e
IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.
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Art. 66. O prazo de residência fixado no inciso II do caput do art. 65 será reduzido para, no
mínimo, 1 (um) ano se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições:
I - (VETADO);
II- ter filho brasileiro;
III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não estar dele separado legalmente ou de fato no
momento de concessão da naturalização;
IV - (VETADO);
V - haver prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil; ou
VI - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística.
Parágrafo único. O preenchimento das condições previstas nos incisos V e VI do caput será
avaliado na forma disposta em regulamento.
Art. 67. A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de qualquer nacionalidade
fixada no Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeira a nacionalidade brasileira.
Art. 68. A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre em uma
das seguintes situações:
I - seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do Serviço Exterior
Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou
II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do Brasil
por mais de 10 (dez) anos ininterruptos.
Art. 69. São requisitos para a concessão da naturalização especial:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e
III - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.
Art. 70. A naturalização provisória poderá ser concedida ao migrante criança ou adolescente
que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10 (dez) anos de idade e
deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal.
Parágrafo único. A naturalização prevista no caput será convertida em definitiva se o
naturalizando expressamente assim o requerer no prazo de 2 (dois) anos após atingir a
maioridade.
Art. 71. O pedido de naturalização será apresentado e processado na forma prevista pelo órgão
competente do Poder Executivo, sendo cabível recurso em caso de denegação.
§ 1o No curso do processo de naturalização, o naturalizando poderá requerer a tradução ou a
adaptação de seu nome à língua portuguesa.
§ 2o Será mantido cadastro com o nome traduzido ou adaptado associado ao nome anterior.
Art. 72. No prazo de até 1 (um) ano após a concessão da naturalização, deverá o naturalizado
comparecer perante a Justiça Eleitoral para o devido cadastramento.
Art. 73. A naturalização produz efeitos após a publicação no Diário Oficial do ato de
naturalização.
Não há que se falar em distinção entre brasileiros NATOS e
NATURALIZADOS, exceto nos casos definidos pela própria Constituição Federal.
E a nossa Carta Magna é bem clara quanto à isso, senão vejamos:
a) Cargos (art. 12, §3º) + Presidente do TSE (art. 119, p. único, CF/88) + Presidente do CNJ (art.
103-B, §1º)
O artigo 12, §3º descreve que:
Art. 12 (...)
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
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II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
Minemônico:
Importante salientar que o cargo de PRESIDENTE DO TSE e o PRESIDENTE DO CNJ só poderão ser
exercidos por brasileiros NATOS, vez que:
Art. 119 – (...) Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu
Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e
o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 103-B - (...) § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo
Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do
Supremo Tribunal Federal.
b) Função do Conselho da República (art. 89, VII)
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente
da República, e dele participam:
(...)
MP3.COM
M
Ministro STF
P3 Pres e Vic Pres. República
Pres. Câmara Dep. Fed.
Pres. Senado Federal
Carreira Diplomática
C
O
Oficial das Forças Armadas
M
Ministro do Estado Da Defesa
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VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de
idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado
Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos,
vedada a recondução.
c) Extradição (art. 5º, LI)
Art. 5º (...) LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em
caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
d) Direito de Propriedade (art. 222, CF/88)
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de
sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos,
ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
A perda da nacionalidade pode ocorrer SOMENTE POR ORDEM JUDICIAL (Art. 12, §4º, I,
CF/88).
No que tange à dupla nacionalidade, em regra, o brasileiro que adquire outra nacionalidade perde
a condição de nacional brasileiro. Porém, a CF admite, em duas situações, a dupla nacionalidade:
Art. 12: (...)§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
(...)
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício
de direitos civis;
Nesse ponto, pode surgir a seguinte indagação: UM BRASILEIRO NATO PODE PERDER A
NACIONALIDADE?
Para responder essa pergunta, é importante destacar o recente julgado da Primeira Turma do Supremo
Tribunal Federal no Mandado de Segurança nº 33864:
Ementa: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. BRASILEIRA
NATURALIZADA AMERICANA. ACUSAÇÃO DE HOMICÍDIO NO
EXTERIOR. FUGA PARA O BRASIL. PERDA DE NACIONALIDADE
ORIGINÁRIA EM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO REGULAR.
HIPÓTESE CONSTITUCIONALMENTE PREVISTA. NÃO OCORRÊNCIA DE
ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER. DENEGAÇÃO DA ORDEM. 1. O
Supremo Tribunal Federal é competente para o julgamento de mandado de segurança
impetrado contra ato do Ministro da Justiça em matéria extradicional. (HC 83.113/DF,
Rel. Min. Celso de Mello). 2. A Constituição Federal, ao cuidar da perda da
nacionalidade brasileira, estabelece duas hipóteses: (i) o cancelamento judicial da
naturalização (art. 12, § 4º, I); e (ii) a aquisição de outra nacionalidade. Nesta última
hipótese, a nacionalidade brasileira só não será perdida em duas situações que
constituem exceção à regra: (i) reconhecimento de outra nacionalidade originária (art.
12, § 4º, II, a); e (ii) ter sido a outra nacionalidade imposta pelo Estado estrangeiro
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como condição de permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis
(art. 12, § 4º, II, b). 3. No caso sob exame, a situação da impetrante não se subsume a
qualquer das exceções constitucionalmente previstas para a aquisição de outra
nacionalidade, sem perda da nacionalidade brasileira. 4. Denegação da ordem com a
revogação da liminar concedida.
(MS 33864, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em
19/04/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-200 DIVULG 19-09-2016 PUBLIC
20-09-2016)
No caso em análise, a brasileira havia renunciado voluntariamente a nacionalidade brasileira para ficar
com a nacionalidade americana. Em tais casos, de renúncia unilateral, prevista no art. 12, §4º, II, onde não há
nenhuma das exceções previstas nas alíneas “a” e “b”, uma vez adquirido a nacionalidade americana e cometido
crime nos EUA e fugido para o Brasil, pode haver a extradição normalmente, vez que não há mais que se falar
em cidadã brasileira aquela que, voluntariamente, optou pela nacionalidade americana.
ATENÇÃO PARA ESTE JULGADO QUE, APESAR DE NÃO TER EFEITO VINCULANTE, PODE
EMBASAR ACERTADAMENTE OUTRAS DECISÕES!
01– ( ) – (CESPE/STJ/2018) - Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, brasileiro nato que tiver
perdido a nacionalidade poderá ser extraditado.
02– ( ) – (CESPE/ABIN/2018) - Julgue o item seguinte, relativo ao direito de nacionalidade.Os indivíduos
que possuem multinacionalidade vinculam-se a dois requisitos de aquisição de nacionalidade primária: o direito
de sangue e o direito de solo.
03– ( ) – (CESPE/ABIN/2018) - Considera-se hipótese excepcional de quase nacionalidade aquela que
depende tanto da manifestação da vontade do estrangeiro quanto da aquiescência do chefe do Poder Executivo.
04– ( ) – (CESPE/ABIN/2018) - Filho de brasileiros nascido no estrangeiro que opte pela nacionalidade
brasileira não poderá ser extraditado, uma vez que os efeitos dessa opção são plenos e têm eficácia retroativa.
05 - (CESPE/2016) - Com base nas normas constitucionais que versam sobre direitos e garantias
fundamentais, assinale a opção correta acerca do direito de nacionalidade.
a) Configura-se a denominada nacionalidade adquirida no caso em que o indivíduo nascido no estrangeiro,
filho de pai ou mãe brasileiros, passa a residir no Brasil e opta pela nacionalidade brasileira depois de ter atingido
a maioridade.
b) É proibida qualquer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, os quais são detentores dos mesmos
direitos e deveres previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).
c) A perda da nacionalidade brasileira em razão do reconhecimento de outra nacionalidade originária não se
dá automaticamente.
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d) Tanto a nacionalidade primária quanto a nacionalidade secundária dependem da vontade do indivíduo, que
tem a liberdade de aceitar ou não o vínculo jurídico-positivo que o liga ao Estado brasileiro.
e) Na determinação da nacionalidade primária, no Brasil se adota com primazia o jus solis (vínculo de
territorialidade), mas também se admitem o jus matrimoniale (vínculo de casamento) e o jus sanguinis (vínculo
de sangue).
06 – ( ) - (CESPE/2016) -Acerca dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o disposto na
Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item. Adotou-se como regra o critério sanguíneo para a
definição da nacionalidade brasileira.
07 – ( ) - (CESPE/2016) -Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres individuais e coletivos,
julgue o item a seguir. Em nenhuma hipótese, o brasileiro nato poderá ser extraditado.
08 – ( ) - (CESPE/2016) -A respeito do processo legislativo e dos direitos e garantias fundamentais, conforme
disposto na Constituição Federal de 1988, julgue (C ou E) o item subsequente.
A Constituição Federal determina que o brasileiro nato nunca será extraditado e que o brasileiro naturalizado
somente será extraditado no caso de ter praticado crime comum antes da naturalização.
09 – ( ) - (CESPE/2016) -Quanto ao conceito de Constituição e aos direitos individuais e de nacionalidade,
julgue o seguinte item. São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira que
esteja no exterior a serviço do Brasil ou de organização internacional.
10– (CESPE/2014) -Em relação aos direitos de nacionalidade, assinale a opção correta considerando o
disposto na CF.
a) Aos portugueses com residência permanente no país, serão atribuídos os direitos inerentes a brasileiro nato.
b) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que cometer crime contra a vida do presidente da
República.
c) É privativo de brasileiro nato o cargo de juiz de direito.
d) Considera-se brasileiro naturalizado o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro e mãe estrangeira, se o pai
estiver a serviço da República Federativa do Brasil.
e) O Distrito Federal e os municípios poderão ter símbolos próprios.
11 – ( ) - (CESPE/2016) -Julgue o item seguinte , relativo aos direitos e garantias fundamentais. Considere a
seguinte situação hipotética. João, brasileiro nato, durante viagem a determinado país estrangeiro, cometeu um
crime e, depois disso, regressou ao Brasil. Em seguida, o referido país requereu a extradição de João. Nessa
situação hipotética, independentemente das circunstâncias e da natureza do delito, João não poderá ser
extraditado pelo Brasil.
12 – (IBADE/PC-AC/ESCRIVÃO/2017) - Epitácio, brasileiro naturalizado, cometera crime de tráfico ilícito
de drogas, na Itália, antes de sua naturalização. Considerando que: 1) A Itália requereu sua extradição
ao Brasil; 2) Epitácio casou-se com uma brasileira nata e deste relacionamento adveio um filho, assinale
a alternativa correta.
a) A hipótese narrada, no caso em tela, é de expulsão, tendo em vista que a CRFB/88 não permite que brasileiro
naturalizado tenha cometido crime, por se tornar nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.
b) Configura o caso hipótese de deportação. Diferentemente da extradição e da expulsão, a deportação é a entrega
por um Estado a outro, a requerimento deste, de pessoa que nele deva respondera processo penal ou cumprir
pena.
c) A CRFB/88 veda expressamente a extradição de brasileiro naturalizado em caso de crime comum praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de drogas.
d)Epitácio poderá ser extraditado, tendo em vista que não impede a extradição a circunstância de ser o
extraditado casado com brasileira ou ter filho brasileiro.
e) O STF, em reiteradas decisões, decidiu que a constituição de filho brasileiro impede a extradição, em
observância ao princípio do melhor interesse do menor.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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13 – (FUNDEP/UFVJM-MG/2017) - Considere a situação hipotética a seguir. Nascido na Itália, Piero é
naturalizado brasileiro. Segundo o que dispõe a Constituição da República Piero não poderá:
a) ser extraditado.
b) perder a nacionalidade brasileira.
c) ocupar cargo de deputado federal.
d) ocupar cargo da carreira diplomática.
14 – (IBFC/POLÍCIA CIENTIFICA-PR/2017) - Considerando as normas da Constituição Federal, assinale
a alternativa correta sobre os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que eles não estejam a serviço de seu país.
a) São brasileiros naturalizados
b) São estrangeiros
c) São estrangeiros naturalizados
d) São estrangeiros natos
e) São brasileiros natos
15 – (TRF-2ª/TRF-2ª/JUIZ FEDERAL/2017) - Analise as assertivas abaixo e, ao final, assinale a opção
correta:
I — Incorre em causa de perda de nacionalidade o brasileiro nato que. já sendo milionário e
exclusivamente por ter se apaixonado pelos céus de Paris, obtém a nacionalidade francesa, por
naturalização;
II — Incorre em causa de perda de nacionalidade o brasileiro que tiver reconhecida outra nacionalidade
originária por Estado estrangeiro;
III - Sujeito nascido no estrangeiro, filho de mãe brasileira e de pai estrangeiro, que veio a residir no
território brasileiro e aqui, após a maioridade, optou e adquiriu a nacionalidade brasileira pode,
oportunamente, candidatar-se e ser eleito Presidente da República.
a) Todas as assertivas são corretas.
b) Apenas a assertiva I está correta.
c) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
e) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
16 – (FCC/TRT-24ª/2017) - Cravo Carvalho, 50 anos de idade, é brasileiro naturalizado, brilhante
advogado com seis livros publicados e mais de quinze anos de efetiva atividade profissional, com notável
saber jurídico e reputação ilibada. De acordo com a Constituição Federal, Cravo Carvalho poderá ocupar
cargo de
a) Ministro de Estado da Defesa.
b) Oficial das Forças Armadas.
c) Ministro do Supremo Tribunal Federal.
d) Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
e) Presidente do Senado Federal.
16 – (FCC/TRT-24ª/2017) - Silmara, brasileira naturalizada, verificou a Constituição Federal brasileira
a respeito de possível extradição de brasileiro naturalizado. Assim, constatou que, dentre os direitos e
deveres individuais e coletivos, está previsto que
a) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes ou depois
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em milícia armada e grupos guerrilheiros.
b) a extradição de qualquer brasileiro, seja ele naturalizado ou não, consta em diversas hipóteses taxativas do
artigo 5o da Carta Magna.
c) a extradição de qualquer brasileiro, seja ele naturalizado ou não, somente poderá ocorrer em caso de
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
d) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da
lei.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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e) a extradição de qualquer brasileiro, seja ele naturalizado ou não, somente poderá ocorrer em caso de
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, envolvimento em milícia armada
e grupos guerrilheiros e prática de ato de terrorismo.
18 – (CESPE/TRE-PE/2017) - O brasileiro naturalizado
a) poderá ocupar o cargo de presidente do Senado Federal.
b) poderá ocupar o cargo de ministro de Estado da Defesa.
c) não poderá ocupar cargo da carreira diplomática.
d) perderá a nacionalidade brasileira no caso de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira.
e) poderá ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.
19 – (CONSULPLAN/TRF-2ª/2017) -“Edgar nasceu em território brasileiro em 1990, sendo filho de Jean
e Helene, cidadãos franceses que estavam na República Federativa do Brasil a serviço da sucursal de uma
importante sociedade empresária com sede na França. Logo após o nascimento, Edgar foi levado pelos
seus pais para a França e lá permaneceu durante dezenove anos, até que decidiu voltar ao Brasil e aqui
residir em caráter definitivo, trabalhando na mesma sociedade empresária que empregara seus pais no
passado. Com o passar dos anos, acalentou o desejo de concorrer a um mandato eletivo no Brasil.”
Considerando os dados informados, é correto afirmar que Edgar:
a) É brasileiro nato, podendo concorrer a qualquer cargo eletivo caso preencha os demais requisitos exigidos.
b) Deve ser considerado brasileiro naturalizado por ter voltado a residir no Brasil após ter completado a
maioridade.
c) Somente será considerado brasileiro nato, caso tenha sido registrado em repartição brasileira antes de
completar dezoito anos.
d) É considerado estrangeiro por ser filho de pais estrangeiros, devendo providenciar a sua naturalização como
brasileiro, caso queira concorrer a um mandato eletivo.
20 – (FCC/TRT-11ª/2017) - Considere as situações abaixo.
I. Airton é brasileiro e sua esposa Carmela é italiana. Bernardo, filho do casal, nasceu em Londres,
enquanto seu pai lá estava a serviço da República Federativa do Brasil.
II. Benjamin nasceu no Brasil enquanto seus pais, que são alemães, aqui estavam a serviço da Alemanha.
III. João, filho de Maria, brasileira, nasceu nos Estados Unidos e foi registrado na repartição brasileira
competente.
São brasileiros natos:
a) Bernardo, Benjamin e João.
b) Bernardo e João, apenas.
c) Bernardo e Benjamin, apenas.
d) Benjamin e João, apenas.
e) João, apenas.
21 – ( ) - (CESPE/2016) - Acerca da Constituição Federal de 1988 e das disposições nela inscritas
relativamente a direitos e garantias fundamentais e à administração pública, julgue o item a seguir. Constituição
Federal de 1988 define os cargos que são privativos de brasileiros natos e proíbe que legislação
infraconstitucional estabeleça distinções entre brasileiros natos e naturalizados.
22 – ( ) - (CESPE/2016) -No que concerne aos direitos e deveres individuais e coletivos, à nacionalidade e
aos direitos políticos, julgue o item que se segue, tendo como referência as disposições da CF. Para que o filho
de casal brasileiro nascido em país estrangeiro seja considerado brasileiro nato, ambos os pais devem estar, nesse
país, a serviço da República Federativa do Brasil.
23 – ( ) - (CESPE/2016) - No que concerne aos direitos e deveres individuais e coletivos, à nacionalidade e
aos direitos políticos, julgue o item que se segue, tendo como referência as disposições da CF. Situação
hipotética: Em 2010, João foi naturalizado brasileiro e, em 2012, se envolveu em tráfico ilícito internacional de
entorpecentes. Devido a essa infração penal, determinado país requereu a sua extradição. Assertiva: Nessa
situação, o pedido deverá ser negado, uma vez que a CF veda a extradição de brasileiro.
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24 - (CESPE/2016) -Acerca do tratamento da nacionalidade brasileira na Constituição Federal de 1988
(CF), assinale a opção correta.
a) Brasileiros natos e naturalizados são equiparados para todos os efeitos, dado o princípio da isonomia,
conforme o qual todos são iguais perante a lei.
b) Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro podem optar pela naturalização, desde que o façam antes da
maioridade civil.
c) É permitida a extradição de brasileiros naturalizados, respeitadas as condições previstas na CF.
d) São considerados brasileiros natos apenas os nascidos em solo nacional.
e) A naturalização é concedida exclusivamente a portugueses tutelados pelo Estatuto da Igualdade, caso haja
reciprocidade em favor dos brasileiros.
01.C 02.C 03.E 04.C 05.C 06.E 07.C 08.E 09.E 10.C
11.C 12.D 13.D 14.E 15.C 16.D 17.D 18. C 19.A 20.B
21.C 22.E 23.E 24.C
AULA 07 - DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
A Constituição Federal em seu artigo 1º, parágrafo único, diz:
Art. 1, CF/88: Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Título I – Dos Princípios
Fundamentais Art. 1º ao 4º CF/88
Título II – Dos Direitos
e Garantias
Fundamentais
Capítulo I – Dos Direitos e
Deveres Individuais e
Coletivos
Art. 5º CF/88
Capítulo IV – Dos Direitos
Políticos
Capítulo III – Da
Nacionalidade
Capítulo II – Dos Direitos
Sociais
Capítulo V – Dos Partidos
Políticos Art. 17 CF/88
Art. 14 a 16
CF/88
Art. 12 e 13
CF/88
Art. 6º ao 11
CF/88
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Percebam que a nossa Carta Magna é bem clara ao estabelecer que o poder emana do POVO! Certo?
Pois bem, e esse poder está relacionado ao fato de, nós, cidadãos, através do sufrágio, elegermos
representantes (democracia representativa) que façam a as nossas vontades e que, em regra, estão junto ao
poderes legislativo e executivo.
Porém, a própria Constituição estabelece outras formas de participação direta do povo (democracia direta)
como é o caso do: plebiscito, referendo e iniciativa popular.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto
e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Nesse sentido, importante nós definirmos o que seria tais institutos:
Plebiscito: a consulta é prévia, sendo convocado com anterioridade ao ato legislativo ou administrativo,
cabendo ao povo, por meio do voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido à apreciação.
• Mediante CONVOCAÇÃO do Congresso Nacional, por meio de um Decreto Legislativo. (art.
49, XV, CF/88)
Referendo: a consulta é posterior, ou seja, primeiro se tem o ato legislativo ou administrativo, para
depois submetê-lo à apreciação do povo, que o ratifica ou rejeita.
• Mediante AUTORIZAÇÃO do Congresso Nacional, por meio de um Decreto Legislativo. (art.
49, XV, CF/88)
Iniciativa Popular: consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados Federais,
subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, 5 Estados, com não menos
de 0,3% dos eleitores de cada um deles, nos termos do art. 60, §2º da CF/88:
Art. 60, CF/88: (...) § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de
três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Ademais, prestem bem a atenção quanto ao significado de alguns termos para que você não confunda na
hora da prova:
O que é Nacionalidade? É vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a um determinado Estado.
O que é Povo? Conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado.
O que é Sufrágio? É o direito de votar e ser votado.
O que é Cidadão? É o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) que goza de direitos políticos – pode
votar e ser votado!
O que é Voto? É o ato, por meio do qual, se exercita o sufrágio.
O que é Escrutínio? É a forma/modo/maneira pelo qual se exercita o voto (público ou secreto)
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA e CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA? São
termos muito cobrados em provas, principalmente do CESPE.
Capacidade Eleitoral Ativa nada mais é do que a capacidade que o indivíduo tem para VOTAR! E, para
isso, é necessário que ele cumpra alguns requisitos, quais sejam:
DIREITO CONSTITUCIONAL
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a) Alistamento eleitoral (título de eleitor)
b) Nacionalidade brasileira
c) Idade, mínima, de 16 anos
d) Não ser conscrito durante o serviço militar obrigatório
E dentro deste contexto, é importante vocês mentalizarem o quadro logo abaixo:
O alistamento eleitoral e o voto é
Obrigatório
a) Maiores de 18 e menores de 70 anos de
idade
O alistamento eleitoral e o voto é
Facultativo
a) Maiores de 16 e menores de 18 anos de
idade
b) Analfabetos
c) Maiores de 70 anos de idade
Nos termos do art. 14, §1º da CF/88:
Art. 14: (...) § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Ainda dentro deste tema, é importantíssimo destacarmos que o voto DIRETO, SECRETO, UNIVERSAL
e PERIÓDICO é cláusula pétrea, nos termos do art. 60, §4º, II, da CF/88:
Art. 60: (...)
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
O voto direto significa dizer que o eleitor deve votar diretamente em seu candidato, sem a interferência
de qualquer que seja!
Mas há alguma exceção para isso? Ou seja, é permitido o voto indireto? SIM! A Constituição Federal
autoriza o VOTO INDIRETO para um único caso, disposto no art. 81, 1º, CF/88:
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á
eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição
para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso
Nacional, na forma da lei.
Ou seja, ocorrendo a vacância dos cargos de presidente e vice-presidente da república, nos últimos 2 anos
de mandato, o Congresso Nacional fará a eleição, em um prazo de 30 dias, por meio do VOTO INDIRETO.
Já a Capacidade Eleitoral Passiva nada mais é do que a capacidade que o indivíduo tem de ser
VOTADO! E, para isso, é necessário que ele preencha os requisitos dispostos no art. 14, CF/88, inclusive no
que tange a idade:
Art. 14 (...) § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
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I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
Há casos, diga-se de passagem, que o indivíduo poderá estar diante de uma inelegibilidade! Mas, para
adentrarmos nessa questão, é necessário sabermos o que é, de fato, a inelegibilidade.
A inelegibilidade nada mais é do que uma circunstância que impede com que o cidadão possa eleger-se
(capacidade eleitoral passiva).
Estão previstas tanto na CF (art. 14, §4º ao §8º) ou em Lei Complementar (LC nº 135/10 – Lei da Ficha
Limpa).
A Inelegibilidade pode ser ABSOLUTA ou RELATIVA!
A INELEGIBILIDADE ABSOLUTA impede a candidatura a qualquer cargo eletivo, previsto na
CF/88.
Art. 14: (...) § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Lembrando que:
1. Inalistável: aquele que não pode ser eleitor (estrangeiros
e conscritos)
2. Analfabeto: pode votar, mas não pode ser votado!
A INELEGIBILIDADE RELATIVA impede a candidatura a um determinado cargo eletivo em
virtude, por exemplo, de alguma função, parentesco ou determinação legal.
Art. 14: (...) § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
Sobre este ponto, é importante que você, amigo concurseiro, tenha conhecimento do RE nº 366488 que
estabelece a possibilidade do VICE se candidatar como titular, mesmo já tendo ocupado o cargo de vice em 2
períodos consecutivos, como é o caso do atual presidente Michel Temer que, a princípio, estará apto a se
candidatar à presidência em 2018, senão vejamos:
CONSTITUCIONAL. ELEITORAL. VICE-GOVERNADOR ELEITO DUAS
VEZES CONSECUTIVAS: EXERCÍCIO DO CARGO DE GOVERNADOR POR
SUCESSÃO DO TITULAR: REELEIÇÃO: POSSIBILIDADE. CF, art. 14, § 5º. I. -
Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de vice-governador. No segundo
mandato de vice, sucedeu o titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria
substituído o governador. Possibilidade de reeleger-se ao cargo de governador, porque
o exercício da titularidade do cargo dá-se mediante eleição ou por sucessão.
Somente quando sucedeu o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato
DIREITO CONSTITUCIONAL
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como titular do cargo. II. - Inteligência do disposto no § 5º do art. 14 da Constituição
Federal. III. - RE conhecidos e improvidos.
(RE 366488, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em
04/10/2005, DJ 28-10-2005 PP-00061 EMENT VOL-02211-03 PP-00440 LEXSTF
v. 27, n. 324, 2005, p. 237-245 RB v. 18, n. 506, 2006, p. 51)
Se atentem para isso!
O artigo 14, §6º traz outro caso de inelegibilidade relativa ligado aos membros do Poder Executivo:
Art. 14: (...) § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
É o famoso caso da desincompatibilização!
Nesse diapasão, é importante vocês se atentarem que para o STF a desincompatibilização deve dar-se somente para a candidatura a cargos diversos, diferentes. Não sendo necessário para as REELEIÇÃO! (ADI n. 1805-DF).
Significa dizer que se os membros dos Poderes Executivos, por exemplo, um governador, quiser se reeleger, ele não precisará deixar o mandato até seis meses antes do pleito, de acordo com o mencionado entendimento do STF! Ok?
O art. 14, §7º, traz a seguinte norma:
Art. 14: (...) § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Sobre este artigo, o que o Cespe cobra muito é a questão da Súmula Vinculante nº 18 que dispõe: Súmula Vinculante nº 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.
Portanto, gravem essa súmula, certo? O Art. 14, § 8º dispõe que:
Art. 14: (...) §8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Neste caso, atenção para as consequências em virtude da elegibilidade do militar! Por fim, o Art. 14, §9º estabelece a possibilidade de Lei Complementar estabelecer outros casos de
inelegibilidade, senão vejamos:
Art. 14, (...) § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
Para vocês compreenderem, é importante lembrar que a Lei da Ficha Limpa, que acaba por estabelecer
uma série de causas de inelegibilidade, é uma Lei Complementar – Lei Complementar nº 135/10.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Não podemos deixar de destacar os dizeres do art. 38 da Constituição Federal que estabelece algumas
particularidades quanto ao servidor público que almeja um cargo eletivo e que vocês deverão ir para a prova
cientes disso:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no
exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de
seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo,
seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse.
Atenção nesse art. 38, futuros servidores públicos!
Galera, é terminantemente PROIBIDO a CASSAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS!!
Os Direitos Políticos poderão sofrer PERDA ou SUSPENSÃO, mas jamais cassação, ok? Isso é muito
cobrado em prova!
Vide art. 15 da CF/88:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos
termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Por fim, o art. 16 estabelece que:
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência.
No que tange aos partidos políticos, é importante que você, futuro Policial Rodoviário Federal, se
atente para a letra da Constituição, vez que esse tipo de assunto costuma ser mais cobrado em provas voltadas
para os tribunais eleitorais (TRE e TSE).
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna
e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes
e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de
escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus
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estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei
civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio
e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste
artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro
partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de
distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio
e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
01 – ( ) - (CESPE/2016) - Com referência à Constituição Federal de 1988 e às disposições nela inscritas
relativamente a direitos sociais e políticos, administração pública e servidores públicos, julgue o item
subsequente. No Brasil, o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos, os maiores de
setenta anos de idade e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos de idade.
02 – ( ) - (CESPE/2016) - Com relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o item que se segue.
Uma lei que altere o processo eleitoral e que seja editada no mesmo ano das eleições municipais poderá ser
aplicada, desde que sua edição se dê, no mínimo, cento e oitenta dias antes do pleito eletivo.
03 – ( ) - (CESPE/2016) - No que diz respeito à disciplina constitucional relativa aos direitos políticos, julgue
o item seguinte. A alistabilidade, que se refere à capacidade do indivíduo de ser eleitor, com direito de participar
DIREITO CONSTITUCIONAL
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da escolha dos mandatários, é vedada aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, aos
conscritos.
04 - (CESPE/2016) - No que concerne aos direitos e deveres individuais e coletivos, à nacionalidade e aos
direitos políticos, julgue o item que se segue, tendo como referência as disposições da CF. Serão cassados os
direitos políticos do indivíduo condenado criminalmente em sentença transitada em julgado.
05 - (CESPE/2016) - Acerca dos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) Brasileiros naturalizados podem votar e concorrer a quaisquer cargos políticos.
b) Senadores e governadores de estado e do Distrito Federal se equiparam no que se refere à idade mínima
exigida como condição de elegibilidade.
c) O voto, obrigatório para maiores de dezoito anos de idade, é facultativo para aqueles cujos direitos políticos
tenham sido suspensos em decorrência de condenação criminal transitada em julgado.
d) O voto é obrigatório para analfabetos maiores de dezoito anos de idade
e) Embora possam exercer o direito ao voto, os analfabetos são impedidos de concorrer nas eleições.
06 - (CESPE/2016) - Acerca dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o disposto na Constituição
Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item. Admite-se, excepcionalmente, a cassação de direitos políticos na
hipótese de condenação pela prática de improbidade administrativa.
07 - (CESPE/2016) - Considerando as interpretações doutrinárias e jurisprudenciais conferidas às
normas constitucionais referentes aos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) Os direitos políticos insculpidos na Constituição possuem eficácia limitada, ante a necessidade da edição de
legislação infraconstitucional para concretizá-los.
b) A dissolução da sociedade conjugal no curso do mandato eletivo de governador de Estado implica a
inelegibilidade de sua ex-cônjuge para o cargo de deputado estadual na mesma unidade da Federação para o
pleito subsequente.
c) O governador do Distrito Federal que pretende se candidatar ao cargo de deputado federal no pleito
subsequente não precisa se desincompatibilizar do cargo que atualmente ocupa, uma vez que tal exigência
constitucional aplica-se apenas quando o novo cargo almejado é disputado mediante eleição majoritária.
d) O cidadão naturalizado brasileiro poderá ocupar os cargos eletivos de deputado federal e de governador do
Distrito Federal, mas não poderá ser eleito senador ou vice-presidente, diante de vedação constitucional.
e) A capacidade eleitoral passiva limita-se às restrições que estão expressamente veiculadas na CF e a nenhum
outro dispositivo legal.
08 - (CESPE/2016) - Com base no que dispõe a CF acerca dos direitos políticos, assinale a opção correta..
a) A capacidade eleitoral ativa consiste na possibilidade de se tornar candidato a cargo eletivo, e se traduz no
direito de ser votado..
b) De acordo com a CF, os cargos de senador da República e de deputado federal são privativos de brasileiros
natos.
c) O analfabeto, embora possua o direito facultativo ao voto, não poderá ser eleito para o exercício de nenhum
mandato eletivo previsto na CF.
d) Além de se manifestar no direito ao sufrágio universal e ao voto direto e secreto, a soberania popular pode
ser exercida por instrumentos como o habeas corpus e o mandado de segurança.
e) A condenação por improbidade administrativa transitada em julgado resulta na cassação dos direitos
políticos, enquanto durarem seus efeitos.
09 - (CESPE/2016) – De acordo com o disposto na CF, é condição de elegibilidade
a) a idade mínima de dezoito anos de idade para os cargos de senador, deputado e vereador, ou de vinte e um
anos de idade para os cargos de prefeito, governador e vice-governador, presidente e vice-presidente da
República.
b) o alistamento militar.
c) a certificação de participação em entidades de assistência social ou ONGs..
d) a nacionalidade brasileira ou, para o estrangeiro, a residência no Brasil.
e) o pleno exercício dos direitos políticos.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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10 - (CESPE/2016) - De acordo com o que está expresso na CF acerca dos partidos políticos, é livre a
criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o
regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana, desde que
observado(a)
a) a obrigação de prestar contas à justiça eleitoral.
b) a apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal para fins de registro.
c) a vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal em caso de coligações
eleitorais.
d) o caráter regional do novo partido que se pretenda criar.
e) a ampla publicidade dos orçamentos dos partidos políticos.
11 - (CESPE/2016) - Com relação ao plebiscito, aos direitos políticos, à iniciativa popular de lei e aos
partidos políticos, assinale a opção correta.
a) No Brasil, o alistamento eleitoral depende da iniciativa da autoridade judicial eleitoral, que deve comunicar
ao cidadão que ele está apto a exercer sua capacidade eleitoral ativa por preencher os requisitos exigidos.
b) Os projetos de lei de iniciativa popular devem ser apresentados à Câmara dos Deputados, que fará sua
apreciação inicial.
c) Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público cuja personalidade jurídica se consuma após o
registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral
d) Conforme dispõe a CF, a convocação de plebiscito é competência privativa da Câmara dos Deputados, na
condição de casa composta por representantes do povo.
e) Embora não se insiram entre os direitos e garantias fundamentais previstos na CF, os direitos políticos
possuem o caráter instrumental de proteção do princípio democrático e investem o indivíduo no status activae
civitati.
12 - (IESES/TJ-RO/2017) - A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I. Plebiscito.
II. Iniciativa popular.
III. Eleições indiretas.
IV. Referendo.
A sequência correta é:
a) Apenas a assertiva III está correta.
b) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
c) A assertiva II está incorreta.
d) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
13 - (IESES/TJ-RO/2017) - O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para:
a) Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
b) Os maiores de setenta anos.
c) Os maiores de dezoito anos.
d) Os analfabetos.
14 - (FCM/IFBAIANO/2017) - Relativamente aos direitos políticos, a Constituição Federal de 1988 dispõe
que
a) os analfabetos são inelegíveis.
b) o voto é facultativo para os maiores de sessenta anos.
c) o alistamento eleitoral é obrigatório para os maiores de dezesseis anos.
d) a idade mínima de quarenta anos é uma condição de elegibilidade para o cargo de Presidente da República.
e) para concorrer a outros cargos, os prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até doze meses antes
do pleito.
15- (VUNESP/TJ-SP/JUÍZ/2017) - No âmbito do direito constitucional brasileiro, pode-se afirmar:
DIREITO CONSTITUCIONAL
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a) o papel representativo é incompatível com as competências que a Constituição Federal outorga ao Supremo
Tribunal Federal e com o déficit democrático de sua composição.
b) a soberania popular se expressa pelos agentes públicos eleitos e a proteção da ordem jurídica é conferida ao
Poder Judiciário, operando-se a separação rígida entre direito e política.
c) o Supremo Tribunal Federal desempenha dois papéis distintos:
I – o primeiro na teoria constitucional, denominado de contra majoritário, que implica proteção às regras da vida
democrática e dos direitos fundamentais;
II – o outro papel, denominado representativo, implica o atendimento de demandas sociais e anseios políticos
que não foram objeto de deliberação pelo Parlamento, não podendo deixar de decidir em face da garantia de
acesso à jurisdição.
d)a legitimidade política decorre da representação por via eleitoral, que autoriza os parlamentares a deliberarem
em nome do povo, sendo, portanto, vedada a representação discursiva.
16 - (IESES/ALGÁS/2017) - Assinale a alternativa INCORRETA:
a) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios aos maiores de 16 (dezesseis) anos.
b) O alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os maiores de 70 (setenta) anos.
c) O alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos.
d) Uma das condições de elegibilidade é a nacionalidade brasileira.
17 – ( ) - (QUADRIX/CFO-DF/2017) - Suponha-se que Maria seja deputada federal, sendo também sobrinha
de João, que é governador do mesmo estado de Maria. Nesse caso, Maria poderá candidatar-se à reeleição
juntamente com seu tio.
18 – ( ) - (IBADE/PC-AC/DELEGADO/2017) - Maristela era casada com o prefeito Alcides Ferreira do
município X, falecido em um acidente de avião em setembro de 2015, no curso de seu segundo mandato. O vice-
prefeito de Alcides Ferreira assumiu o cargo. Nas eleições de 2016, Maristela concorreu à prefeitura do
Município X e ganhou a eleição. Considerando o entendimento jurisprudencial do STF, Maristela:
não poderia ser elegível, tendo em vista tratar-se de hipótese de inelegibilidade reflexiva prevista no artigo 14,
§ 7°, CRFB/88.
b) não poderia ser elegível, considerando o teor da súmula vinculante n° 18 do STF.
c) poderia ser elegível, vez que a inelegibilidade prevista no § 7° do artigo 14 da CRFB/88 não se aplica aos
casos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges.
d) poderia ser elegível, uma vez que a CRFB/88 não impede que o cônjuge concorra às eleições na mesma
circunscrição por motivo de casamento, parentesco ou afinidade.
e) não poderia ser elegível, tendo em vista que a CRFB/88 exige o prazo de 5 (cinco) anos, após o término de
mandato, para que o cônjuge concorra às eleições na mesma circunscrição do marido ou ex-marido.
19 – (CESPE/PROFEITURA DE BH/2017) - Acerca dos direitos e garantias fundamentais, assinale a opção
correta.
a) Após a condenação criminal transitada em julgado, os direitos políticos do infrator ficarão suspensos enquanto
durarem os efeitos da referida condenação.
b) Nas situações em que se fizer necessário, o cidadão poderá impetrar habeas data para obter vistas dos autos
de processo administrativo de seu interesse.
c) O habeas corpus é o instrumento adequado para impedir o prosseguimento de processo administrativo.
d) Os direitos fundamentais são personalíssimos, razão por que somente o seu titular tem o direito de renunciá-
los.
20 – (CESPE/PROFEITURA DE BH/2017) -À luz do entendimento do STF, assinale a opção correta, a
respeito dos direitos e garantias fundamentais.
a) A licença-maternidade não é garantida à mulher adotante.
b) Lei para alteração de processo eleitoral pode ser aplicada no mesmo ano das eleições, desde que seja editada
cento e oitenta dias antes do pleito.
c) O direito de reunião e o direito à livre expressão do pensamento legitimam a realização de passeatas em favor
da descriminalização de determinada droga.
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d) As prerrogativas constitucionais de investigação das CPIs possibilitam a quebra de sigilo imposto a processo
sujeito ao segredo de justiça.
01.C 02.E 03.C 04.E 05.E 06.E 07.B 08.C 09.E 10.A
11.B 12.D 13.C 14.A 15.C 16.A 17.C 18. C 19.A 20.C
AULA 08 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Soberania e autonomia
Distinção entre soberania e autonomia: Um Estado soberano é aquele cujo poder não está limitado pelo
Direito. A soberania de um Estado lhe coloca em posição de igualdade com outros Estados no cenário internacional, e, ao
mesmo tempo, em posição de superioridade dentro do seu limite territorial com relação ao demais poderes internos.(Interno
e externo)
A autonomia, por seu turno, é aquele conjunto de competências atribuídas a uma pessoa, que pode exercê-las
dentro de certos limites. Uma unidade autônoma não é soberana, porque ela é limitada pelo Direito. Ela exerce os seus
poderes dentro de uma moldura cujos limites são definidos pela Constituição de um Estado.
A origem da formação do Estado federal deita suas raízes na história da concepção dos Estados Unidos da América.
Em 1776, as antigas treze colônias da Inglaterra na América do Norte, ao tornarem-se independentes, resolveram unir
esforços para a criação de uma abrangente entidade central que pudesse representá-las e defendê-las em assuntos de
interesse comum de todas as colônias, criando assim, em 1778, uma espécie de Confederação de Estados independentes.
Esta união foi firmada por um documento denominado de Artigos da Confederação, que entrou em vigor a partir
de 1781, cujo texto guardava semelhança com as Constituições dos Estados, as quais já dispunham sobre: separação de
poderes, Congresso Bicameral e Declaração de Direitos (Bill of Rights).
No entanto, a Confederação não teve vida longa. Isto porque o liame que unia os Estados, independentes e
soberanos, era muito vulnerável, e o poder central que fora criado não se mostrou capaz de atender os anseios das unidades
confederadas, pois a unidade central existente era apenas uma assembleia de representantes dos Estados, sem autoridade
sobre os indivíduos de cada Estado e desprovida de soberania.
Assim, em 14 de Maio de 1787, na cidade de Filadélfia, reunidos em uma convenção, para rever o pacto formado
entre as antigas colônias, os Estados decidiram aprovar uma nova carta, a Constituição dos Estados Unidos da América.
A Constituição Federal do EUA, então, fixou as bases sobre a qual se assentaria o novo Estado federativo norte-
americano, estabelecendo um novo pacto entre os Estados antes soberanos e independentes que, agora, abdicavam desses
poderes em prol do novo poder central. Dentro dessa nova união, a Federação, os Estados gozavam somente de autonomia.
As entidades que comporiam a Federação norte-americana, portanto, seriam o poder central (a União) e as unidades
federadas (os Estados).
“A supremacia do poder federal veio com a aceitação pelos Estados da Constituição Federal,
impondo a superioridade da União, em face da legislação dos Estados, como também da legislação
federal”.
Traços comuns das federações
Embora cada Federação, atualmente, tenha as suas próprias características, todas elas, para que assim sejam
classificadas, possuem alguns traços comuns, sem os quais o Estado se afastaria do conceito básico de Federação. Luiz
Alberto David Araújo organizou, em excelente trabalho doutrinário, esses característicos do Estado federal, procurando
DIREITO CONSTITUCIONAL
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demonstrar todos os elementos que deve integrar o conceito genérico de Federação. Estas características comuns, portanto,
podem assim ser elencadas:
1) a existência de pelo menos duas ordens jurídicas distintas, a central e a periférica;
2) autonomia das unidades federadas, revelada pela repartição constitucional de competências;
3) rigidez da Constituição Federal;
4) indissolubilidade do pacto federativo;
5) possibilidade de manifestação de vontade das unidades parciais, de maneira isonômica, por meio de
representantes no Senado Federal;
6) a existência de um órgão guardião da Constituição;
7) possibilidade de intervenção federal nos Estados para a manutenção do pacto federativo.
A coexistência do poder central com vontades parciais autônomas é o cerne do pacto federativo, é o objeto
do acordo federalista. A Federação reconhece e pressupõe a convivência dessas distintas esferas de poderes, sem as quais
não haveria sentido em se falar em Estado federal, pois aí estaríamos diante de outra forma de Estado.
As unidades federadas devem ter a possibilidade de exercer certas competências com autonomia, ou seja,
as vontades parciais devem ter o poder de se auto organizar, de realizar, de se manifestar livremente sobre certos assuntos,
sem a interferência da vontade central.
Esta é a parcela de autonomia que, obrigatoriamente, os Estados federados devem possuir para seja caracterizada
a Federação. E esta autonomia se verifica pela repartição de competências atribuídas pela Constituição Federal, variando
somente o grau ou o critério de descentralização.
Não se trata, portanto, de distribuição de competências pelo poder central, mas sim de competências concedidas
pela Constituição Federal, para que não haja interferência de uma esfera de poder sobre a outra. Por isto, ainda, tampouco
estas competências podem advir de leis ordinárias, para que não possam ser suprimidas ou modificadas ao talante do poder
federal, o que quebraria a estabilidade do pacto federativo.
O Estado Federal, necessariamente, possui como documento que o institui e o organiza a Constituição
Federal. E esta é imprescindível, uma vez que ela é que determina as bases em que se assenta a Federação. É o acordo de
vontades, contrato escrito, que regerá a vida de todas as partes envolvidas no pacto federativo.
Desta premissa surge a outra característica comum a todas as federações, qual seja, a rigidez constitucional. Por
isto, não basta a existência da Constituição, ela tem que ser rígida, assim conceituada como aquele documento que exige
um processo mais solene e dificultoso para a sua alteração do que aquele previsto para as leis infraconstitucionais.
Esta rigidez se constitui em garantia do pacto federal, de modo que este restará protegido de uma tentativa de
alteração, sem que realmente haja um forte desejo da sociedade nesse sentido. Inclusive, há autores que defendem que esta
rigidez deve estar alçada à condição de cláusula pétrea, não podendo a Federação ser abolida em nenhuma hipótese.
A indissolubilidade seria outro elemento sine qua non da Federação, pois a proibição dirigida aos seus
membros de dela se retirar é parte intangível, implícita e integrante do pacto federativo. Seria impensável uma Federação
em que qualquer um dos seus integrantes pudesse deixá-la a qualquer tempo.
As unidades federadas, quando da aquiescência ao pacto federativo, deixam de ter soberania e, por via de
consequência, também abdicam do poder de se afastar da Federação. Nisto reside a diferença nuclear entre esta e a
Confederação, ou seja, nesta última os Estados ainda reservam para si o direito de secessão, o que não se verifica na
federação.
A possibilidade dos Estados membros de participar na formação da vontade central é ínsita ao pacto federal.
Quando do nascimento do Estado federativo, os seus membros já exercem esta vontade ao criar o órgão central. Esta
característica irá, necessariamente, permear todas as manifestações do governo central. Este age em nome de todos os
componentes da federação e, por isto, a sua manifestação se dá com a participação ou aprovação dos Estados membros, que
se perfaz com a eleição de representantes perante o Senado Federal.
O órgão legislativo federal, portanto, deve contar com representantes do povo (Câmara do Deputados) e com
representantes dos Estados (Senado). E esta participação das unidades federadas deve contar com número igual de
representantes. Nenhum Estado pode ser privilegiado com mais representantes eleitos do que os outros e nenhum Estado
pode ser prejudicado com um menor número deles, para que haja harmonia e equilíbrio no pacto federativo.
Para controlar toda a distribuição de competências federativas e de modo a manter funcionando harmoniosamente
a federação, mister se faz a existência de um órgão que dirimirá os conflitos que possam surgir neste relacionamento entre
os membros do Estado Federal. Este órgão exercerá função das mais relevantes e por isso deve ser neutro, para que as
ordens jurídicas, eventualmente em litígio, possam receber uma solução jurídica imparcial.
Este órgão deve pertencer ao Poder Judiciário, posto que este é que enfeixa em suas mãos todas estas propriedades,
capazes de estabelecer o equilíbrio desejado para o bom funcionamento do acordo de vontades das entidades federadas.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Importante dizer que a atuação do órgão do Judiciário que exercerá esta função deverá basear suas decisões na Constituição
Federal, que é o documento onde se encontram as diretrizes para a solução de todo e qualquer conflito federativo.
Por último, temos outro importante característico comum da Federação, instrumento de defesa do próprio pacto
federal em situações de maior gravidade: é o instituto jurídico-constitucional da intervenção federal. Por meio desta ao
órgão central federal é permitido intervir em determinado Estado federado, para que sejam combatidas certas condutas ou
omissões atentatórias ao pacto federativo.
Assim, a União recebe poderes explícitos para agir em nome dos demais Estados e decreta a intervenção federal
em um Estado, objetivando fazer cessar uma situação que esteja ameaçando a Federação. Nesta hipótese, a autonomia do
Estado membro fica temporariamente afastada, dando lugar à manifestação de poder da vontade central, até que cesse a
situação que ensejou a intervenção. É bom dizer que se trata de situação anormal, rara e sujeita a verificação da ocorrência
de diversos requisitos, tudo lastreado nos comandos previstos no Texto Constitucional que disciplinam a matéria.
O Conceito de Estado
Antes de adentrarmos no estudo da Federação, necessário é buscarmos o conceito de Estado, uma vez que aquela
pressupõe a existência deste. Assim, segundo Celso Ribeiro Bastos, “Estado é a organização juridicamente soberana de
um povo em um dado território”.
Tendo à frente essa conceituação de Estado, mencionaremos agora as diversas formas pelas quais este se organiza e
se estrutura. Há três regimes jurídicos distintos em que o Estado pode se configurar e se manifestar, resultando em diferentes
formas de Estado, formas de governo e sistemas de governo.
Formas de Estado
As formas de Estado, que são as maneiras pelas quais este se estrutura dentro de seu território, com relação a sua
descentralização político-administrativa, ensejariam a ocorrência de um Estado Unitário ou de um Estado Composto, sendo
que neste último gênero se insere a espécie denominada de Estado Federal. Este último é que examinaremos logo adiante
com maior riqueza de detalhes.
Formas de Governo
A Monarquia, oriunda do vocábulo grego monarchia, governo de um só, apresenta como elementos caracterizadores
a vitaliciedade, a hereditariedade e a irresponsabilidade do Chefe de Estado, podendo ser absoluta ou relativa.
Na primeira o poder está totalmente em mãos de um único governante, enquanto que na segunda há uma limitação
do governante em face da existência de um texto constitucional que deve ser por ele obedecido. Esta última é também
denominada de Monarquia Constitucional e encontra existência, por exemplo, no Japão, na Espanha, na Grã-Bretanha, e,
ainda, existiu em nosso país na época do Brasil-Império.
A República, da expressão em latim res publica (coisa pública), por usa vez, representa forma de governo bastante
diferente da Monarquia, uma vez que é a verdadeira expressão do governo do povo, pelo povo e para o povo, caracterizando-
se pela eletividade dos seus governantes, pela temporariedade de mandatos e responsabilidade do Chefe de Estado. Temos
inúmeros exemplos de governos republicanos, tais como o Brasil, os Estados Unidos, a Alemanha etc.
Sistemas de governo
E, ainda, temos os sistemas de governo, que seriam os regimes estabelecidos para os relacionamentos entre os
poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, podendo ser o sistema presidencialista (exemplo: Brasil) ou o parlamentarista
(exemplo: Portugal).
No presidencialismo os poderes Executivo e Legislativo são independentes. O Presidente da República acumula as
funções de chefe de Estado e chefe de governo. Ele é eleito pelo povo, direta ou indiretamente, por tempo determinado, não
havendo possibilidade de destituição pelo Parlamento, a não ser em raras situações que possam culminar com um processo
de impeachment.
Já no Parlamentarismo há uma interdependência entre os poderes Legislativo e Executivo, onde a chefia de Estado
é exercida pelo Presidente (na República) ou pelo Monarca (na Monarquia) e a chefia de governo é exercida pelo Primeiro
Ministro. Este último não possui mandato por prazo certo, podendo ser destituído a qualquer tempo quando não mais gozar
do apoio do Parlamento ou pela aprovação de moção de desconfiança. Neste sistema, há ainda a possibilidade de dissolução
do Parlamento pelo chefe de Estado, com a convocação de novas eleições.
Sistema Político
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Pode ser democracia (nosso sistema atual, democracia semidireta ou participativa, sendo um estado democrático de
direito) ou autocracia ( corresponde ao modelo das ditaduras, onde o povo não participa ativamente da vida política do
país).
O conceito de Estado Unitário
O Estado Unitário é caracterizado pela centralização do poder, pela existência de uma única unidade de emanação
de poder político interno. A produção legislativa fica a cargo de um único poder central, com aplicação sobre todo o
território nacional.
O conceito de Estado Federal
A Federação, que merecerá agora a maior parte da nossa atenção, é subespécie do Estado composto ou complexo,
do qual fazem parte também a União pessoal (união de dois ou mais Estados sob o governo de um único monarca), a União
Real (união de dois ou mais Estados sob a regência do mesmo monarca, mas cada reino mantendo a sua organização interna)
e a Confederação (união de Estados soberanos, que conservam sua soberania, para consecução de fins comuns).
Na Federação há a união de dois ou mais Estados que formam um novo ser estatal, onde este é soberano e aqueles
possuem somente autonomia política.
Repartição constitucional de competências
Competências são os poderes conferidos à determinada pessoa ou entidade pelos quais ela tem a possibilidade de
fazer prevalecer a sua vontade ou para realizar suas funções.
A Constituição Federal brasileira adota a técnica de repartição de competências entre as unidades federadas tendo
em vista a predominância de interesses, cabendo, assim, à União as competências de caráter geral, aos Estados as de
predominante interesse regional, enquanto que aos Municípios caberão as competências referentes aos assuntos de interesse
local.
Assim sendo, as competências atribuídas pela Constituição Federal brasileira às entidades federadas podem ser
assim classificadas:
(I) Competências da União (a) Materiais privativas: artigo 21;
(b) Legislativas privativas: artigo 22;
(c) Comuns: artigo 23;
(d) Legislativas concorrentes: artigo 24.
Art 21: competência exclusiva material da União => são competências administrativas, e sua principal
característica é a indelegabilidade, ou seja, não há previsão constitucional para que a União delegue o exercício dessa
competência aos Estados, DF ou municípios.
Art 22: competência privativa legislativa da União => cabe apenas à União legislar sobre as questões enumeradas.
Porém, é possível que os Estados e o DF venham a legislar sobre questões específicas, desde que a União delegue
competência por meio de lei complementar. A marca dessa competência é a delegabilidade aos Estados e ao DF. a União
somente poderá delegar a competência para que os Estados legislem sobre “questões específicas” das matérias de sua
competência privativa; a delegação, se houver, deverá ser indistinta para todos os entes federados. Não poderá haver
delegação para um ou alguns Estados, sob pena de ofensa ao princípio do equilíbrio federativo.
Competência comum (União, Estados, DF e Municípios)
A competência comum é uma competência administrativa (material e NÃO legislativa) e todos os entes
federativos exercem na em condições de igualdade, sem nenhuma relação de subordinação; a atuação de um não exclui a
dos outros. Art 23 Parágrafo único: Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a U, E, DF e M, tendo
em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem em âmbito nacional.
Competência legislativa concorrente
✓ Também é chamada de sistema de repartição vertical de competência, e merece destaque:
✓ A competência concorrente NÃO envolve os municípios
DIREITO CONSTITUCIONAL
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(II) Competências dos Estados (a) Remanescentes (materiais e legislativas): artigo 25, § 1º ;
(b) Legislativas privativas: artigo 25, §§. 2o e 3o ;
(c) Comuns: artigo 23;
(d) Legislativas concorrentes: artigo 24;
(e) Legislativas suplementares: artigo 24, § 2o;
(f) Legislativas supletivas: artigo 24, §. 3o .
(III) Competências dos Municípios (a) Comuns: artigo 23;
(b) Legislativas privativas: artigo 30, inciso I;
(c) Legislativa suplementar: artigo 30, inciso II
No tocante à competência residual, que na regra geral cabe aos Estados Membros e ao DF, em matéria tributária a
competência residual pertence à União, nos moldes do art. 154, I da CF/88.
O problema da repartição de competências federativas:
* A autonomia das entidades federativas pressupõe repartição de competências para o exercício e desenvolvimento
de sua atividade normativa. Esta distribuição constitucional de poderes é o ponto nuclear da noção de Estado federal. São
grandes as dificuldades de saber a que entes devem ser entregues tais competências.
* Em umas federações a descentralização é mais acentuada (EUA); noutras a área de competência da União é
mais dilatada, limitando a atuação dos Estados (Brasil, onde a existência de Municípios comprime a área estadual).
* A CF/88 estruturou um sistema que combina competências exclusivas, privativas e principiológicas com
competências comuns e concorrentes, buscando o equilíbrio.
O princípio da predominância do interesse:
* É o princípio geral que norteia a repartição de competência. Segundo ele, à União caberão aquelas matérias e
questões de predominante interesse geral, nacional, ao passo que aos Estados tocarão as matérias e assuntos de
predominante interesse regional, e aos Municípios concernem os assuntos de interesse local.
Técnicas de repartição de competências:
* São três:
a) na enumeração dos poderes da União, reservando-se aos Estados os remanescentes;
b) poderes enumerados aos Estados e remanescentes à União;
c) na enumeração das competências das entidades federativas.
Sistema da Constituição de 1988:
* Busca realizar o equilíbrio federativo, por meio de uma repartição de competências que se fundamenta na técnica
da enumeração dos poderes da União (arts. 21 e 22), com poderes remanescentes para os Estados (25, § 1º) e poderes
definidos indicativamente aos Municípios (art. 30), mas combina possibilidades de delegação (22, parágrafo único), áreas
comuns em que se prevêem atuações paralelas da União, Estados, DF e Municípios (art. 23) e setores concorrentes entre
União e Estados.
Classificação das competências:
* Competência é a faculdade juridicamente atribuída a uma entidade ou a um órgão ou agente do Poder Público
para emitir decisões; são as diversas modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais para realizar
suas funções. * Podemos classificá-las em dois grandes grupos com suas subclasses:
1 - Competência material, que pode ser exclusiva (21) e comum (23);
DIREITO CONSTITUCIONAL
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2 - Competência legislativa, que pode ser:
(A) exclusiva (25, § 1º e 2º): atribuída a uma entidade, com a exclusão das demais.
(B) privativa (22 e 24): própria de uma entidade, com possibilidade de delegação e de competência suplementar.
(C) concorrente (24): possibilidade de disposição sobre o mesmo assunto ou matéria por mais de uma
entidade federativa, mas com a primazia da União no que tange à normas gerais.
(D) suplementar (24, §1 a 4): que é correlativa da competência concorrente, e significa o poder de formular
normas que desdobrem o conteúdo de normas gerais ou que supram a ausência destas.
* Sob outro prisma podem ser classificadas quanto: à forma ou processo de sua distribuição: enumerada,
reservada ou remanescente e residual e implícita; à extensão: exclusiva, privativa, comum, cumulativa ou paralela,
concorrente e suplementar; à origem: originária e delegada, e etc.
Sistema de execução de serviços:
* O sistema brasileiro é o de execução imediata; cada entidade (União, Estados, DF e Municípios) mantém seu
corpo de servidores públicos destinados a executar os serviços das respectivas administrações (arts. 37 e 39).
Gestão associada de serviços públicos:
* A EC-19/98 - art. 241: “as entidades” disciplinarão por meio de consórcios públicos e convênios de cooperação
entre os federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
TÍTULO III Da Organização do Estado
CAPÍTULO I DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§1º. Brasília é a Capital Federal.
§2º. Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
§3º. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§4º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual,
dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei.
COMENTÁRIO
No Brasil o poder político é descentralizado através dos entes federativos, dada sua extensão territorial. Como veremos
a seguir, cada ente federado possui seus bens, suas competências e suas prerrogativas.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I. estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com
eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração
de interesse público;
II. recusar fé aos documentos públicos;
III. criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
COMENTÁRIO
✓ Por sermos um estado laico (leigo) os entes federados só podem manter aliança com entidades religiosas se
esta for de encontro a atender o INTERESSE PÚBLICO;
DIREITO CONSTITUCIONAL
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✓ Somente a Constituição Federal pode criar distinções entre brasileiros, como já descrito no artigo 5º e no
artigo 12, algumas distinções entre brasileiro nato e naturalizado;
✓ Em regra todo documento público possui sua fé pública que não pode ser recusada (Presunção de Veracidade
ou Legitimidade).
CAPÍTULO II DA UNIÃO
Art. 20. São bens da União:
I. os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II. as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das
vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III. os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas
e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao
serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 46, de 2005)
V. os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI. o mar territorial;
VII. os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII. os potenciais de energia hidráulica;
IX. os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X. as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI. as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§1º. É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a
órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural,
de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira
por essa exploração.
§2º. A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e
utilização serão reguladas em lei.
COMENTÁRIO
O art.98 do Código Civil afirma que são bens públicos todos aqueles de domínio nacional pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno.
Por sua vez, o art.99 do Código Civil classifica os bens públicos em:
1- bens de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
2- bens de uso especial, como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração
federal, estadual ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
3- bens dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito
pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Salvo disposição legal em contrário, os bens pertencentes às
pessoas jurídicas de direito público com estrutura de direito privado são considerados dominicais.
A Constituição da República, por sua vez, arrola os bens da União no art.20. Contudo, tal rol não é exaustivo,
mas exemplificativo, pois o inciso I do citado dispositivo constitucional generaliza e ressalva a possibilidade de novos bens
serem atribuídos à União.
Em um primeiro momento, utilizando-se apenas das normas civilísticas, tais bens poderiam ser considerados em
alguns casos bens públicos de uso comum do povo(como, por exemplo, os rios interestaduais, as praias marítimas, etc...) e
em outros casos bens dominicais (como as terras devolutas, os recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, etc...).
No entanto, não se pode desconsiderar que os bens da União listados no art.20da Carta Magna são elementos que
compõem o meio ambiente natural ou artificial, sendo que eventual lesão a qualquer um deles configura dano ambiental
passível de responsabilização administrativa, civil e criminal nos termos do art.225, parágrafo terceiro, da Constituição
Federal.
Além disso, a própria Constituição, no “caput” do art.225, conceitua o meio ambiente como bem de uso comum
do povo, abarcando literalmente não apenas a população atual como também as futuras gerações.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Desse modo, verifica-se que o meio ambiente não pode ser classificado simplesmente como bem público de uso
comum do povo, mas sim como “bem de natureza difusa”, em contraposição à tradicional classificação dos bens em
públicos e privados.
Esta nova categoria de bens, ainda que não prevista expressamente no atual Código Civil, remonta a meados do
século passado, originando-se dos chamados direitos meta individuais decorrentes dos fenômenos de massa.
Portanto, através da simples leitura do art.20 combinado com o art.225, ambos da Constituição Federal, conclui-
se que os bens da União integram o patrimônio ambiental, cuja titularidade recai sobre toda a coletividade e cada um de
seus
membros de modo indeterminado.
Art. 21. Compete à União:
I. manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II. declarar a guerra e celebrar a paz;
III. assegurar a defesa nacional;
IV. permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente;
V. decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI. autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII. emitir moeda;
VIII. administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX. elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social;
X. manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI. explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador e outros aspectos institucionais;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
XII. explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a. os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e demais serviços de telecomunicações;
b. os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
c. os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
d. a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
e. os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território;
f. os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
g. os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII. organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito
Federal e dos Territórios;
XIV. organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal,
bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio
de fundo próprio;
XV. organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito
nacional;
XVI. exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e
televisão;
XVII. conceder anistia;
XVIII. planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas
e as inundações;
XIX. instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de
direitos de seu uso;
XX. instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos;
XXI. estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII. executar os serviços de polícia marítima, aérea e de fronteira;
XXII. executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
XXIII. explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre
a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios
nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
DIREITO CONSTITUCIONAL
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a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante
aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a
pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de
meia-vida igual ou inferior a duas horas; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
existência de culpa;
XXIV. organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV. estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma
associativa.
COMENTÁRIO
Esquematicamente, podemos afirmar que três critérios têm sido adotados, nos Estados Federais, para a
partilha de competências entre as unidades federadas:
a) o critério de enumerar a competência da União e também enumerar a competência dos Estados-membros, adotado,
v.g., na Austrália.
b) o critério de enumerar a competência dos Estados, e estabelecer que o resíduo, ou seja, tudo aquilo que a Constituição
não enumerou como competência dos Estados, pertence à União, adotado no Canadá e na África do Sul.
c) o critério de enumerar a competência da União, deixando residual a competência dos Estados, adotado nos Estados
Unidos (e no Brasil, com a devida adaptação).
No Brasil, sendo nossa Federação tridimensional, o critério deve ser adaptado à existência constitucional
autonômica da entidade municipal, para podermos afirmar que, na partilha da competência político-administrativa e
legiferante (de legislar) nossa Constituição adota o critério de enumerar a competência da União e a dos Municípios,
deixando residual a competência dos Estados (Constituição vigente, art. 8o.- competência da União; art. 15 – Municípios;
art. 13 §1o.- competência residual dos Estados).
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I. direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;
II. desapropriação;
III. requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV. águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V. serviço postal;
VI. sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII. política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII. comércio exterior e interestadual;
IX. diretrizes da política nacional de transportes;
X. regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI. trânsito e transporte;
XII. jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII. nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV. populações indígenas;
XV. emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI. organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
XVII. organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos
Territórios, bem como organização administrativa destes;
XVIII. sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX. sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX. sistemas de consórcios e sorteios;
XXI. normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das
polícias militares e corpos de bombeiros militares;
XXII. competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII. seguridade social;
XXIV. diretrizes e bases da educação nacional;
XXV. registros públicos;
XXVI. atividades nucleares de qualquer natureza;
DIREITO CONSTITUCIONAL
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XXVII. normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido
o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art.
173, §1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXVIII. defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXIX. propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas neste artigo.
COMENTÁRIO
A TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS, significando a existência de poderes além daqueles expressos no
texto constitucional, poderes instrumentais, sem os quais seriam teóricos, de impossível efetivação, os poderes expressos,
foi criação jurisprudencial norte-americana.
Basicamente, a teoria supracitada aduz que em decorrência de a Constituição atribuir uma competência expressa
a determinado órgão, estaria também atribuindo, na forma de poderes implícitos, a esse mesmo órgão estatal, os
meios necessários à integral realização de tais fins que lhe foram outorgados, ficando apenas sujeitas às proibições
e limites estruturais da Constituição Federal. Exemplificando, como a constituição federal atribuiu ao TCU em seu artigo
71 diversas competências, sendo assim, o Tribunal de Contas da União disporia de poderes implícitos para dar efetivo
cumprimento de suas funções institucionais conferidas expressamente pela CF/88.
Esta teoria foi consagrada no constitucionalismo brasileiro.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I. zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio
público;
II. cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III. proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV. impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico ou cultural;
V. proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI. proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII. preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII. fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX. promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de
saneamento básico;
X. combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos
setores desfavorecidos;
XI. registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos
hídricos e minerais em seus territórios;
XII. estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
COMENTÁRIO
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA - competência exclusiva é aquela exercida em exclusão das demais. Significa dizer
que ao ente que for atribuída esta competência somente por ele esta poderá ser exercida. É indelegável, irrenunciável.
Importante ressaltar que a competência exclusiva da União enumerada no art. 21 CF/88 trata unicamente de questões
materiais e não legislativas. A COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO É INTEIRAMENTE MATERIAL (assuntos
administrativos, econômico-financeiros, políticos etc.)
COMPETÊNCIA PRIVATIVA - competência privativa é aquela específica de um ente, mas admite a delegação
para um outro ente ou ainda o exercício a possibilidade de exercício de competência suplementar (para outro ente).
a competência privativa, também atribuída unicamente à união é legislativa (ao contrário da exclusiva = material), e
pode ser delegada aos Estados ou DF mediante lei complementar (art. 22, par. único), ou ainda poderão os Estados ou
Municípios ou DF exercê-la (legislar) sobre assuntos de interesse local daquilo que não foi legislado pela união ou estado
DIREITO CONSTITUCIONAL
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(competência suplementar + princípio da predominância de interesses).o elenco da competência privativa legislativa da
união está no art. 22, cf/88.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I. direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II. orçamento;
III. juntas comerciais;
IV. custas dos serviços forenses;
V. produção e consumo;
VI. florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção
do meio ambiente e controle da poluição;
VII. proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII. responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
IX. educação, cultura, ensino e desporto;
X. criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI. procedimentos em matéria processual;
XII. previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII. assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV. proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV. proteção à infância e à juventude;
XVI. organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§1º. No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais.
§2º. A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados.
§3º. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
§4º. A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.
COMENTÁRIO
COMPETÊNCIA CONCORRENTE - a competência concorrente é utilizada para o estabelecimento de padrões,
de normas gerais ou específicas sobre determinado tema. prevê a possibilidade de disposição sobre o mesmo assunto ou
matéria por mais de uma entidade federativa (União, Estados E Municípios), porém, com primazia da união. um bom
exemplo de normas gerais é lei de diretrizes básicas da educação, que prevê padrões para que o ente que legislar sobre
educação por exemplo, deverá seguir o estabelecido na referida lei (norma geral).a norma geral pode ser instituída tanto
por lei complementar quanto por lei ordinária.
É constitucional lei estadual que obrigue os planos de saúde a fornecerem aos consumidores
informações e documentos justificando as razões pelas quais houve recusa de algum
procedimento, tratamento ou internação. O Mato Grosso do Sul editou uma lei estadual prevendo
que, se o plano de saúde recusar algum procedimento, tratamento ou internação, ele deverá
fornecer, por escrito, ao usuário, um comprovante fundamentado expondo as razões da negativa.
O STF entendeu que essa norma não viola competência privativa da União, considerando que ela
trata sobre proteção ao consumidor, matéria inserida na competência concorrente (art. 24, V, da
CF/88). STF. Plenário.ADI 4512/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/2/2018 (Info 890).
CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os
princípios desta Constituição.
§1º. São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§2º. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, a empresa estatal, com
exclusividade de distribuição, os serviços locais de gás canalizado.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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§2º. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado,
na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 5, de 1995)
§3º. Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações
urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
COMENTÁRIO
COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR - A competência suplementar é correlativa da concorrente. Significa o poder
de formular normas que desdobrem o conteúdo dos princípios ou normas gerais ou que supram a ausência ou omissão
destas. Assim, em se tratando de legislação concorrente, a competência da União limita-se a estabelecer normas gerais. A
primazia da competência da União para legislar concorrentemente não exclui a suplementar dos Estados .Como já dito, o
não exercício da competência concorrente por parte da União dá aos demais entes da federação (preferencialmente aos
Estados), a competência concorrente plena para estabelecer normas gerais.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I. as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste
caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II. as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou terceiros;
III. as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV. as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação
do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos
forem os Deputados Federais acima de doze.
§1º. Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato,
licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§2º. O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa,
na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados
Federais, observado o que dispõem os arts. 39, §4º, 57, §7º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I.(Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§3º. Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§4º. A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos,
realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse
ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)
Parágrafo único. Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na
administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado
o disposto no art. 38, I, IV e V.
§1º. Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública
direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I,
IV e V.(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§2º. Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados
por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §4º, 150, II,
153, III, e 153, §2º, I.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
COMENTÁRIO
Aqui estão as regras básicas de funcionamento dos poderes dos Estados.
CAPÍTULO IV Dos Municípios
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de
dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
I. eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito
direto e simultâneo realizado em todo o País;
II. eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito até noventa dias antes do término do mandato dos que devam
suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de municípios com mais de duzentos mil eleitores;
II. eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao
término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com
mais de duzentos mil eleitores;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)
III. posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;
IV. para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de: (Redação dada pela
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito)
a. 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
b. 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta
mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
c. 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000
(cinquenta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
d. 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000
(oitenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
e. 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000
(cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
f. 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até
160.000 (cento sessenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
2009)
g. 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de
até 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
h. 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional
nº 58, de 2009)
i. 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
j. 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até
750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58,
de 2009)
k. 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes
e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58,
de 2009)
l. 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até
1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº
58, de 2009)
m. 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil)
habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
n. 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil)
habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
o. 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
p. 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil)
habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
q. 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
r. 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil)
habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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s. 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e
de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº
58, de 2009)
t. 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e
de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58,
de 2009)
u. 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e
de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58,
de 2009)
v. 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de
até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
2009)
w. 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e
de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58,
de 2009)
x. 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
(Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
V. subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da
Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I;
(Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)
VI. subsídio dos Vereadores fixado por lei de iniciativa da Câmara Municipal, na razão de, no máximo,
setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Estaduais, observado o que
dispõem os arts. 39, §4º, 57, §7º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional
nº 19, de 1998)
VI. o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para
a subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na
respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
25, de 2000)
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 25, de 2000)
VII. o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco
por cento da receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
VIII. inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
IX. proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta
Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os
membros da Assembleia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de
1992)
X. julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)
XI. organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; (Renumerado do inciso
IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XII. cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado do inciso X,
pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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XIII. iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros,
através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XIV. perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Renumerado do inciso XII,
pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores
e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório
da receita tributária e das transferências previstas no §5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente
realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
I. oito por cento para Municípios com população de até cem mil habitantes; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
II. sete por cento para Municípios com população entre cem mil e um e trezentos mil habitantes; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
III. seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e um e quinhentos mil habitantes;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
IV. cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos mil habitantes. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
I. 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada
pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito)
II. 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil)
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
III. 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000
(quinhentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
IV. 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001
(quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
V. 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000
(oito milhões) de habitantes; (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
VI. 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001
(oito milhões e um) habitantes. (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
§1º. A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de
pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
25, de 2000)
§2º. Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
I. efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
25, de 2000)
II. não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
2000)
III. enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
§3º. Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao §1o
deste artigo.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
Art. 30. Compete aos Municípios:
I. legislar sobre assuntos de interesse local;
II. suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III. instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV. criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V. organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de
interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI. manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil
e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII. prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde
da população;
VIII. promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do
uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX. promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante
controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§1º. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas
dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§2º. O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§3º. As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§4º. É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
COMENTÁRIOS:
No caso do município, são competências privativas aquelas que se referem ao interesse local, detalhadas na Lei
Orgânica Municipal: limpeza urbana, cemitérios, abatedouros, licença para localização e funcionamento de
estabelecimentos, captura de animais, estradas vicinais, estacionamentos, organização de seus serviços.
Em geral, poderíamos agrupar estas competências da seguinte forma:
1. Serviços públicos: limpeza urbana, iluminação pública, transporte coletivo etc;
2. Ordenamento e uso do solo: plano diretor, vias urbanas, localização de estacionamentos etc;
3. Uso do espaço público: praças, jardins, espaço de propaganda e publicidade etc;
4. Abastecimento alimentar: matadouros, feiras livres, mercados etc;
5. Cultura e Lazer: esporte, festas, eventos;
6. Desenvolvimento local - apoio à geração de emprego e renda.
Para exercer estas competências, o município faz leis, autoriza funcionamento, concede licenças e realiza ações.
Competência Comum - É o poder que tanto uma esfera como a outra podem exercer. São áreas em que deve haver
cooperação, trabalho conjunto. Por exemplo, a política ambiental é de competência das 3 esferas que, geralmente atuam em
conjunto para preservar florestas, fauna, etc.
Competência Concorrente - Há algumas matérias em que cabe a União estabelecer normas gerais e, às outras
esferas, cabe suplementar, adaptando estas regras às peculiaridades regionais ou locais. Por exemplo, a legislação sobre o
Orçamento é de competência da União, estados e municípios. Cabe à União estabelecer as normas gerais que, neste caso,
estão na lei 4320/64. Já os estados e municípios devem elaborar e executar o procedimento orçamentário de acordo com as
normas gerais estabelecidas naquela Lei, mas quem decide o quanto vai gastar e em que vai gastar, no caso, é o município.
CAPÍTULO V DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Seção I DO DISTRITO FEDERAL
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada
em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa,
que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§1º. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios.
§2º. A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos
Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual
duração.
§3º. Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§4º. Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e
militar e do corpo de bombeiros militar.
COMENTÁRIOS
• O Poder Legislativo do DF possui competência Estadual e Municipal, ou seja pode aprovar e propor leis de
competência tanto do Estado como do Município;
• O DF não é dividido em Municípios e sim em Administrações regionais.
• É conhecido como ESTADO MEMBRO ANÔMALO, pois possui características completamente diferente dos
demais entes federativos.
Seção II DOS TERRITÓRIOS
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§1º. Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o
disposto no Capítulo IV deste Título.
§2º. As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer
prévio do Tribunal de Contas da União.
§3º. Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na
forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do
Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial
e sua competência deliberativa.
COMENTÁRIOS
Atualmente, no Brasil, os Territórios Federais se tornaram Estados da Federação. A Constituição Federal de 1988 aboliu
todos os territórios então existentes: Fernando de Noronha tornou-se um distrito estadual do Estado de Pernambuco.
Amapá e Roraima ganham o status integral de Estados da Federação. Rondônia foi território até 1982.
6- DA INTERVENÇÃO
Intervenção é ato político que consiste na incursão da entidade interventora nos negócios da
entidade que a suporta; é antítese da autonomia. Por ela afasta-se momentaneamente a atuação autônoma
de quem tenha sofrido. É medida excepcional, e só há de ocorrer nos casos nela taxativamente indicados
como exceção no princípio da não intervenção (art. 34).
O instituto da intervenção federal, consagrado por todas as Constituições republicanas, representa
um elemento fundamental na própria formulação da doutrina do federalismo, que dele não pode prescindir
– inobstante a excepcionalidade de sua aplicação –, para efeito de preservação da intangibilidade do vínculo
federativo, da unidade do Estado Federal e da integridade territorial das unidades federadas. A invasão
territorial de um Estado por outro constitui um dos pressupostos de admissibilidade da intervenção federal.
O Presidente da República, nesse particular contexto, ao lançar mão da extraordinária prerrogativa que lhe
defere a ordem constitucional, age mediante estrita avaliação discricionária da situação que se lhe apresenta,
que se submete ao seu exclusivo juízo político, e que se revela, por isso mesmo, insuscetível de
subordinação à vontade do Poder Judiciário, ou de qualquer outra instituição estatal. Inexistindo, desse
modo, direito do Estado impetrante à decretação, pelo chefe do Poder Executivo da União, de intervenção
federal, não se pode inferir, da abstenção presidencial quanto à concretização dessa medida, qualquer
situação de lesão jurídica passível de correção pela via do mandado de segurança. [MS 21.041, rel. min.
Celso de Mello, j. 12-6-1991, P, DJ de 13-3-1992.]
Assim, a União, via de regra, somente poderá intervir nos Estados-membros e no Distrito Federal, através de decreto
do Presidente da República (art. 84, X, CF), enquanto os Estados somente poderão intervir nos Municípios integrantes de
seu território, através de seus governadores de Estado, sendo ato privativo do Chefe do Poder Executivo.
Sendo que a União não poderá intervir diretamente nos municípios, salvo se existentes dentro de Território Federal
(art. 34, caput, CF). Da mesma forma, no tocante aos municípios, a única pessoa política ativamente legitimada a nele
intervir é o Estado membro. Conforme a leitura do art. 34, CF, a União não intervirá nos Estados e no Distrito Federal
exceto nas hipóteses previstas na Constituição; tais hipóteses configuram situações que presumivelmente colocam em risco,
potencial ou atual, a própria unidade nacional e a integridade da Federação.
Vale citar o entendimento do indigitado doutrinador José Afonso da Silva
“Os pressupostos de fundo da intervenção federal nos Estados constituem situações críticas que
põem em risco a segurança do Estado, o equilíbrio federativo, as finanças estaduais e a estabilidade da
ordem constitucional. Trata-se de um instituto típico da estrutura do Estado federal(...)”
Desse modo, esclarecido esta que a regra não é a intervenção, sendo apenas medida excepcional de defesa do Estado
Federal e de proteção às unidades federadas que o integram. È instituto essencial do sistema federativo e é exercido em
DIREITO CONSTITUCIONAL
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função da integridade nacional e da tranquilidade pública. Importante é o entendimento do ilustre doutrinador Celso Ribeiro
Bastos
“A intervenção é autorizada para repelir invasão estrangeira e para impedir que o mau uso da
autonomia pelos Estados-Membros resulte na invasão de um Estado em outro, na perturbação da ordem, na
corrupção do Poder Público estadual, no desrespeito da autonomia municipal”.
Vejamos o que diz a Constituição Federal:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de
força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos
prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos
de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de
princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou
impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal
Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da
República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e
que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da
Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á
convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso
Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado,
se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão,
salvo impedimento legal.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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01 – ( ) – (CESPE/TJ-SE/2014) - O poder constituinte dos estados, dada a sua condição de ente federativo autônomo, é
soberano e ilimitado.
02 – ( ) - (CESPE/TJ-SE/2014) - A despeito de serem entes federativos, os territórios federais carecem de autonomia.
03 – ( ) - (CESPE/SUFRAMA/2014) - Compete à União e aos estados assegurar a defesa nacional. Entretanto, cabe
exclusivamente à União manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais, situações
nas quais representa a República Federativa do Brasil.
04 – ( ) - (CESPE/CADE/2014)- Um bacharel em direito, analista jurídico do Ministério Público Federal, ocupante de
cargo privativo da área jurídica, poderá, se houver compatibilidade de horários, acumular outro cargo público, desde que
também privativo da área jurídica, ou um cargo de professor.
05 – ( ) - (CESPE/CADE/2014) - A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende
os entes da Federação, que possuem a tríplice capacidade da autonomia: auto-organização, autogoverno e
autoadministração.
06 – ( ) - (CESPE/DPF/2014) -Lei estadual que autorize a utilização, pela polícia civil do estado, de armas de fogo
apreendidas invade a competência privativa da União para legislar sobre material bélico, que, complementada pela
competência para autorizar e fiscalizar a produção de material bélico, abrange a disciplina sobre a destinação de armas
apreendidas.
07- ( ) – (CESPE/DPF/2014) - Compete à União, aos estados, ao DF e aos municípios legislar concorrentemente sobre
direito penitenciário, cabendo à União apenas o estabelecimento de normas gerais.
08 – ( ) - (CESPE/ANATEL/2014) - Considere que determinado estado tenha editado norma geral sobre matéria de
competência concorrente, ante a ausência de normas gerais editadas pela União. Nessa situação, se a União, posteriormente,
editar lei estabelecendo normas gerais sobre a mesma matéria, a referida lei estadual será suspensa, no que for contrária à
lei federal.
09 – ( ) - (CESPE/ANATEL/2014) - A forma federativa de Estado adotada pela CF consiste na descentralização política
e na soberania dos estados-membros, os quais são capazes de se auto-organizar mediante a elaboração de constituições
estaduais.
10 – (CESPE/PGE-PI/2014) - Segundo a jurisprudência do STF, é possível a intervenção estadual em município para
assegurar a
A) observância do regime democrático e do sistema representativo.
B) prestação de contas da administração pública e afastar a prática de atos de corrupção.
C) observância dos direitos da pessoa humana e inibir a prática de atos de improbidade.
D) observância da autonomia municipal e afastar a prática de atos de corrupção.
E) observância da forma republicana e restabelecer o pagamento de débitos previdenciários.
11 – ( ) – (CESPE/AGU/2015) - No federalismo pátrio, é admitida a decretação de intervenção federal fundada em grave
perturbação da ordem pública em caso de ameaça de irrupção da ordem no âmbito de estado-membro, não se exigindo para
tal fim que o transtorno da vida social seja efetivamente instalado e duradouro.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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12 – ( ) - CESPE/AGU/2015 - Entre as características do Estado federal, inclui-se a possibilidade de formação de novos
estados-membros e de modificação dos já existentes conforme as regras estabelecidas na CF.
13 - (CESPE/PCGO/DELEGADO/2017) - A respeito dos estados-membros da Federação brasileira, assinale a opção
correta.
A) Denomina-se cisão o processo em que dois ou mais estados se unem geograficamente, formando um terceiro e novo
estado, distinto dos estados anteriores, que perdem a personalidade originária.
B) Para o STF, a consulta a ser feita em caso de desmembramento de estado-membro deve envolver a população de todo o
estado membro e não só a do território a ser desmembrado.
C) A CF dá ao estado-membro competência para instituir regiões metropolitanas e microrregiões, mas não aglomerações
urbanas: a competência de instituição destas é dos municípios.
D) Conforme a CF, a incorporação, a subdivisão, o desmembramento ou a formação de novos estados dependerá de
referendo. Assim, o referendo é condição prévia, essencial ou prejudicial à fase seguinte: a propositura de lei complementar.
E) Segundo o STF, os mecanismos de freios e contrapesos previstos em constituição estadual não precisam guardar estreita
similaridade com aqueles previstos na CF.
14 – ( ) - Disciplinar a propaganda comercial é competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
15 – ( ) - De acordo com a técnica de repartição de competência para suplementar a legislação federal, as competências
estaduais são sempre remanescentes ou reservadas.
16 – ( ) - O município não possui competência para suplementar a legislação federal, cabendo lhe, tão-somente, a
suplementação da legislação estadual.
17 – ( ) - A guarda da Constituição Federal é matéria da competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.
18 – ( ) - A repartição de competências é o ponto nuclear da noção de Estado Federal, tendo a CF/88 adotado como
princípio geral de repartição de competência a predominância do interesse.
19 – ( ) - A competência legislativa dos estados-membros está enumerada taxativamente na Constituição, sendo
inconstitucional, por invasão de competência, a lei estadual que dispuser sobre o assunto não especificado como próprio da
atividade legiferante de Assembleia Legislativa.
20 – ( ) - Na organização político-administrativa da federação brasileira, tem-se que a competência da União e dos
municípios é expressa, ao passo que a competência dos estados é remanescente ou residual.
21 – ( ) - No que tange `repartição das competências legislativas dos integrantes da Federação brasileira, a Constituição
Federal, em linhas gerais, valeu-se da combinação da técnica das competências enumeradas privativas com a das
competências concorrentes, sendo que todas as competências legislativas residuais foram atribuídas aos estados-membros.
22 – ( ) - A CF/88 adotou sistema de repartição horizontal de competências, não acolhendo o sistema de repartição
vertical.
23 – ( ) - Na competência legislativa concorrente, em face de omissão legislativa da União, prevê a CF/88 a competência
legislativa plena de Estados e Distrito Federal.
24– ( ) - Somente quando autorizado por lei complementar federal, pode o Estado-membro legislar sobre questões
específicas de matérias incluídas na competência privativa da União.
25 – ( ) - - Em tema de competência legislativa concorrente, cabe à União estabelecer normas gerais e aos Estados-
membros, normas específicas – estas últimas somente poderão ser promulgadas após editadas aquelas regras pela União.
26 – ( ) - - A CF/88 elenca, de forma precisa e expressa, a competência dos Estados-membros e da União.
27 – ( ) - O Município tem competência legislativa para dispor sobre todo assunto que apresente interesse local.
28 – ( ) - No âmbito da competência concorrente dos Estados e da União, limita-se a competência dos Estados a suprir
as omissões da legislação federal.
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29 – ( ) - Os Estados podem legislar sobre questões específicas das matérias enumeradas no âmbito da competência
legislativa privativa da União, desde que autorizados a tanto por lei complementar.
30 – ( ) - Constitui competência comum da União e dos Estados-membros manter relações com Estados estrangeiros.
31 – ( ) - - A constituição Federal reserva aos Estados as competências que ela própria não lhes vedar.
32 – ( ) - O DF é dotado de todas as competências reconhecidas aos Estados-membros.
33 – ( ) – (CESPE/TCE-PE/2017) - Lei municipal de interesse local que tratar de combate à poluição contrariará a CF,
uma vez que esta competência é privativa da União.
34 – ( ) – (CESPE/IRB/DIPLOMATA/2017) - Com fundamento na indissolubilidade do pacto federativo, que veda o
direito de secessão, o presidente da República poderá decretar intervenção federal em estado-membro onde esteja em curso
processo que vise a sua separação da Federação brasileira.
35 – ( ) – (QUADRIX/CRMV/2017) - Atualmente o Brasil não possui Territórios Federais. Contudo, caso venham a ser
criados, serão eleitos três deputados federais por Território Federal, proporcionalmente à população.
36 – ( ) – (CESPE/PREF.FORTALEZA/PROCURADOR/2017) - Os municípios não gozam de autonomia para criar
novos tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais.
37 – ( ) – (CESPE/PREF.FORTALEZA/PROCURADOR/2017) - É permitida a intervenção do estado nos seus municípios
nas situações em que não for aplicado o mínimo exigido da receita municipal nas ações e nos serviços públicos de saúde.
38 – ( ) – (CESPE/PREF.FORTALEZA/PROCURADOR/2017) - Desenvolver políticas públicas para a redução da
ocorrência de doenças e a proteção da saúde da população é competência concorrente da União, dos estados, do DF e dos
municípios.
39 – ( ) – (CESPE/PREF.FORTALEZA/PROCURADOR/2017) - A adoção do federalismo cooperativo equilibrado pela
CF visa à redução das desigualdades regionais.
40 – ( ) – (CESPE/SEDF/2017) - O governo de determinado estado da Federação publicou medida provisória (MP)
que altera dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Em protesto contra a referida MP, alguns
estudantes do ensino médio do estado ocuparam as escolas públicas, impedindo que os demais alunos frequentassem as
aulas. O Ministério Público estadual ingressou com medida judicial requerendo a imediata reintegração e desocupação das
escolas invadidas. A medida judicial requerida foi deferida por um juiz de primeiro grau que tomou posse há vinte meses.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos constitucionais a ela relacionados, julgue o item a seguir. A MP é
inconstitucional por usurpar competência privativa da União federal.
01.E 02.E 03.E 04.E 05.C 06.C 07.E 08.C 09.E 10.A
11.E 12.C 13.B 14.E 15.E 16.E 17.C 18. C 19.E 20.C
21.E 22.E 23.C 24.C 25.E 26.E 27.E 28.E 29.C 30.E
31.C 32.E 33.E 34.C 35.E 36.C 37.C 38.E 39.C 40.C
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AULA 09 - PODER EXECUTIVO
Princípio Republicano, assim como República, são categorias fundamentais para se entender a lógica
dos ordenamentos jurídicos ocidentais. No entanto, seus conceitos se confundem com os de outros princípios, o
que dificulta o entendimento da própria cidadania. O princípio republicano, possivelmente, um dos mais
enigmáticos da Constituição, diferente da monarquia, não concentra poder na pessoa de um só, como pode, às
vezes, parecer no presidencialismo.
Primeiro, porque as funções do Estado são separadas em legislativa, executiva e judiciária; segundo,
porque o Presidente da República exerce mandato e conforme dispõe a Carta Política brasileira, de 4 em 4 anos
há eleições; ele é escolhido, mediante sufrágio caracterizando-se, então, a forma republicana pela periodicidade
e pela eletividade.
No clássico Do Espírito das Leis, Montesquieu nos diz que existem três espécies de governo: o
republicano, o monárquico e o despótico, sendo o primeiro deles definido como “aquele em que o povo, como
um só corpo ou somente uma parcela do povo, exerce o poder soberano” e complementa ao dizer que “quando
em uma república, o povo, formando um só corpo, tem o poder soberano, isso vem a ser uma democracia”.
É certo que o princípio Republicano é a viga mestra do Estado brasileiro, uma
vez que a própria democracia se confunde com as características da República. Isso se dá
porque a eletividade, a periodicidade e a responsabilidade são as principais características
do Estado representativo, base do citado princípio.
Seção I DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos
Ministros de Estado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,
simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo
de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato
presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§1º. A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele
registrado.
§2º. Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político,
obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§3º. Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova
eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos
mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§4º. Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento
legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§5º. Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um
candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do
Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o
Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado
vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o
Vice-Presidente.
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Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe
forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado
para missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos
respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente
da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição
noventa dias depois de aberta a última vaga.
§1º. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na
forma da lei.
§2º. Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro
de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
16, de 1997)
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do
Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda
do cargo.
COMENTÁRIOS:
Poder Executivo tem a função de executar as leis já existentes e de implementar novas leis segundo a
necessidade do Estado e do povo. Em um país presidencialista como o Brasil, o poder executivo é representado,
a nível nacional, pelo Presidente. Já em países parlamentaristas, o poder fica dividido entre o primeiro-ministro,
que chefia o governo, e o monarca, o qual geralmente é rei, e que assume a função de chefiar o estado, em
algumas monarquias, o próprio monarca assume as duas funções.
O Pode executivo é organizado em três esferas, as quais são lideradas por um representante. A esfera
federal, a qual é representada pelo Presidente da República; a esfera estadual, representada pelo Governador; e
a esfera municipal que é representada pelo Prefeito. Em caso de algum impedimento, esses representantes são
substituídos pelo vice-presidente ou os ministros de estado, vice-governador ou secretários de estado e vice-
prefeito ou secretários municipais.
O Presidente e o seu vice são os responsáveis e recebem o auxílio de uma equipe de governo formada
pelos ministros e secretários de Estado. Sempre que os dois forem impossibilitados de exercer o cargo, o
presidente da Câmara dos Deputados assume sua função. O Presidente é eleito por voto direto, em uma eleição
que pode ser levada ao segundo turno, e somente é eleito por votos majoritários. Ao escolher um presidente, o
eleitor está optando pela corrente política que o rege e está aceitando as propostas apresentadas pelo mesmo em
sua campanha eleitoral. São candidatos aptos ao cargo, maiores de 35 anos, naturais do Brasil e com todas as
suas obrigações políticas regularizadas.
Os ministros são escolhidos pelo próprio presidente, dentre cidadãos brasileiros maiores de 21 anos. Eles
têm a função de elaborar e executar políticas públicas nas suas áreas de atuação. Ao Presidente compete também
a escolha do presidente e dos diretores do Banco Central do Brasil, a escolha do advogado-geral e do procurador-
geral da República. Em caso de necessidade, o Presidente é destituído de seu cargo por meio de
um impeachment, e sucedido pelo seu vice-presidente.
Além dessa função, o Presidente também é responsável por exercer a direção da administração federal,
manter relações e negócios com países estrangeiros, decretar estado de defesa e estado de sítio, enviar ao
Congresso os planos de governo e planos de investimento, prestar contas, anualmente, do exercício do seu cargo,
comandar as forças armadas (exército, marinha e aeronáutica) bem como nomear seus comandantes e oficiais-
generais, tomar diversas decisões a respeito das leis que regem o país, entre outras atribuições. O presidente é
assessorado pelo Conselho da República e pelo Conselho de Defesa Nacional.
Seção II
Das Atribuições do Presidente da República
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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I. nomear e exonerar os Ministros de Estado; II. exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III. iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV. sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V. vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI. dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) VII. manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII. celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; IX. decretar o estado de defesa e o estado de sítio; X. decretar e executar a intervenção federal; XI. remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII. conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XIII. exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) XIV. nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XV. nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; XVI. nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; XVII. nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; XVIII. convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; XIX. declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX. celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXI. conferir condecorações e distinções honoríficas; XXII. permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; XXIII. enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; XXIV. prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; XXV. prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; XXVI. editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; XXVII. exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas
nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
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República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
COMENTÁRIO:
Podemos verificar neste artigo que o Presidente da República possui tanto atribuições de Chefe de
Estado (relações internacionais), como de Chefe de Governo (relações internas) o que fortalece dizer que o brasil
adota o sistema Presidencialista.
Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I. a existência da União; II. o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III. o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV. a segurança interna do País; V. a probidade na administração; VI. a lei orçamentária; VII. o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§1º. O Presidente ficará suspenso de suas funções: I. nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II. nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§2º. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§3º. Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§4º. O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
COMENTÁRIO
Foro Privilegiado é um mecanismo presente no ordenamento jurídico brasileiro que designa uma
forma especial e particular para julgar-se determinadas autoridades. Tal dispositivo é uma clara exceção ao
princípio da igualdade, consagrado na constituição brasileira por meio de seu artigo 5º.Pode-se citar como
exemplo do foro privilegiado o artigo 102 da constituição, inciso I, letra "b" que atribui ao Supremo Tribunal
Federal o julgamento do presidente da república, vice-presidente, os membros do Congresso Nacional, os
ministros de estado, e o Procurador-Geral da República quando há alguma infração penal comum a ser apurada.
Qualquer crime que tais autoridades tenham cometido, seu julgamento dar-se-á obrigatoriamente pelo
Supremo Tribunal Federal, seguindo o mesmo raciocínio de que o que se defende aqui não é a pessoa, e sim o
cargo que esta exerce. Busca-se o resguardo da ordem jurídica, e também da decisão do povo que elegeu tais
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líderes. Assim, seguindo tal raciocínio, assim que o ocupante do cargo em questão deixa suas funções ao término
de seu mandato, deixa de haver qualquer justificativa para a existência do foro privilegiado, pois assim, dessa
maneira estaria caracterizada a utilização de um privilégio pessoal. Desde a primeira constituição brasileira a
questão do foro privilegiado era tolerada em momentos excepcionais, em processo na esfera penal.
A Constituição prevê três imunidades processuais do Presidente da República, são elas:
1. necessidade de autorização prévia da Câmara dos Deputados, por 2/3, para abertura de
processo criminal contra o Presidente da República;
2. impossibilidade de prisão do Presidente da República, nas infrações comuns, enquanto não
sobrevier sentença condenatória (impede prisão preventiva, flagrante, temporária do Presidente da
República)
3. impossibilidade de responsabilização por atos estranhos ao exercício da sua função. Então,
durante o mandato somente poderá haver responsabilização por atos conexos à sua função de
presidente. Somente se refere a infrações penais, não impede apuração em atos civis, por exemplo.
Lembrar que após o término do mandato pode haver apuração da responsabilidade.
O §3º trata da imunidade formal relativa à prisão. O Presidente só poderá ser preso após o trânsito em
julgado da sentença condenatória. Ele não poderá sofrer prisões cautelares enquanto estiver nessa função.
O §4º trata da chamada imunidade material relativa. Durante o curso do mandato, o Presidente só
poderá ser punido por atos praticados no exercício de sua função. Por atos estranhos ele não poderá ser
responsabilizado no curso do mandato. Nesse caso, a prescrição ficará suspensa e, findo o exercício do cargo,
poderá ser proposta ação penal.
Mesmo durante a vigência do mandato, um crime praticado na vida privada pode gerar alguma
consequência (não na esfera criminal, mas sim na esfera político-administrativa, pois o Senado pode considerar
que houve uma infração político-administrativa e pode aplicar a pena de impeachment).Essa imunidade material
só se aplica à responsabilidade criminal do presidente da república (Inquérito 672). Não se aplica às
responsabilidades civil, fiscal ou politico-administrativa.
Essas imunidades se aplicam a governadores e prefeitos? Não, nem se houver previsão expressa na Constituição Estadual ou lei orgânica municipal. As imunidades
são excepcionais; elas restringem o princípio republicano (que tem como corolário natural o dever de
responsabilização de autoridades públicas que cometam ilícitos). Se a constituição só deu expressamente essa
imunidade ao presidente, não se pode utilizar o raciocínio de simetria. Ao governador, pode ser estendida, por
previsão expressa na Constituição Estadual, a imunidade do presidente que trata da autorização pela assembleia
legislativa para abertura do processo.
Em relação a ações cíveis propostas em face de atos praticados pelo presidente da república, quais devem ser ajuizadas no STF? Mandado de segurança, mandado de injunção, habeas corpus e habeas data, contra atos omissivos ou comissivos.
Não há competência do Supremo para ações civis públicas e ações populares propostas em face de atos
do Presidente. Em relação à ação de improbidade também não há foro por prerrogativa de função (a lei 10628
foi declarada inconstitucional).
É possível concomitância entre ação de improbidade e ação por crime de responsabilidade? Há um precedente do Supremo de que só cabe a ação por crime de responsabilidade quanto aos agentes
políticos. Em relação à ex detentores de cargo público, não se aplica o foro por prerrogativa de função. Findo o
mandato, o processo desce à justiça ordinária.
Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
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I. exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República; II. expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; III. apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério; IV. praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001).
COMENTÁRIO
O título de "ministro de Estado" é usado com significados que variam de país para país. Conforme o país,
pode ser usado como o título de um membro do governo de estatuto superior ao dos restantes
ministros (ex.: França e Portugal), como o título de todos os ministros do governo (ex. Brasil e Japão) ou como
o título de membros do governo de estatuto inferior ao dos ministros do gabinete (Canadá e Reino Unido). Pode
também ser o título do chefe de Governo (Escandinávia e Luxemburgo) ou um título especial concedido
pelo Chefe de Estado (Bélgica e Países Baixos).
É um cargo político do Poder executivo do Brasil que responde diretamente ao Presidente da República.
A um ministro, compete dar rumo estratégico às áreas de interesse da nação, como educação, saúde, cultura,
trabalho ou transportes. Eles podem ser eleitos ou indicados por um presidente ou monarca.
No Brasil, os ministros são nomeados pelo soberano ou governante vigente. No Império do Brasil, os
imperadores Dom Pedro I e Dom Pedro II indicavam os ministros. A partir de 15 de novembro de 1889,
foi proclamada a República, e desde então, os presidentes do Brasil são quem indicam os ministros de Estado.
Fazem parte da administração pública direta no âmbito da União.
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu nesta terça-
feira (12/06\2018) que ministros do governo só serão julgados na Corte se o suposto crime
foi cometido em razão do cargo e no exercício da função.
A decisão foi tomada pela maioria dos ministros durante a análise, pela Primeira Turma,
de uma questão de ordem sobre a denúncia contra o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP-
MT), atualmente licenciado do mandato de senador.
Em maio, o Supremo decidiu restringir o foro privilegiado de deputados federais e de
senadores a crimes cometidos no exercício do mandato e em razão da atividade parlamentar.
Ao analisar o caso de Blairo Maggi, a Primeira Turma do STF decidiu encaminhar a
denúncia para a primeira instância da Justiça do Mato Grosso.
Isso porque as acusações se referem à época em que Blairo era governador do Mato Grosso.
A suspeita é de corrupção ativa por suposta compra de cadeira no Tribunal de Contas do estado.
Seção V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL Subseção I
Do Conselho da República
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
I. o Vice-Presidente da República; II. o Presidente da Câmara dos Deputados; III. o Presidente do Senado Federal;
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IV. os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; V. os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; VI. o Ministro da Justiça; VII. seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: I. intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; II. as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. §1º. O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da
reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
§2º. A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.
Subseção II
Do Conselho de Defesa Nacional
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos: I. o Vice-Presidente da República; II. o Presidente da Câmara dos Deputados; III. o Presidente do Senado Federal; IV. o Ministro da Justiça; V. o Ministro de Estado da Defesa;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) VI. o Ministro das Relações Exteriores; VII. o Ministro do Planejamento. VIII. os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§1º. Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I. opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição; II. opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; III. propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; IV. estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
§2º. A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.
Da defesa do Estado e das Instituições Democráticas (estado de defesa e estado de sítio, Forças Armadas,
segurança pública). Na esfera federal, existem ‘estado de defesa’ e ‘estado de sitio’. O estado de sítio é muito
mais grave que o estado de defesa, e ambos só podem ser decretados pelo presidente da República.
O estado de defesa é decretado para preservar ou restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades
de grandes proporções na natureza. O estado de sítio é decretado quando estado de defesa não resolveu o
problema, quando o problema atinge todo o país, ou em casos de guerra. Já nas esferas estadual e municipal
existem ‘estado de calamidade pública’ e situação de emergência.
Situação de emergência: a situação anormal, provocada por desastres, causando danos e prejuízos que
impliquem o comprometimento parcial da capacidade de resposta do poder público do ente atingido
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Estado de calamidade pública: situação anormal, provocada por desastres, causando danos e prejuízos
que impliquem o comprometimento substancial da capacidade de resposta do poder público do ente atingido.
Eles podem ser decretados tanto pelo prefeito quanto pelo governador. Mas se for decretado pelo prefeito,
precisa ser homologados pelo governador e reconhecido pelo Ministro da Integração Social, para ter validade
estadual e federal, respectivamente.
Quando a situação de emergência ou estado de calamidade pública são decretados, o município ou estado
podem ter acesso ao FUNCAP (Fundo Especial para Calamidades Públicas), que é um fundo especial para esta
finalidade.
01 – (FUNRIO/SOLDADO/PMGO/2017) - Ao Conselho de Defesa Nacional, compete:
A) decidir em caráter definitivo nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz.
B) opinar sobre a decretação do estado de defesa e do estado de sítio, mas não sobre a intervenção federal.
C) propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis, exclusivamente, à segurança do Distrito
Federal e dos Territórios.
D) opinar sobre os usos das faixas de fronteira, exceto no que tange ao aproveitamento de recursos naturais.
E) estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência
nacional e a defesa do Estado democrático.
02 – (FCC/TRE-SP/2017) - Laerte se interessa pelos estudos de Direito Eleitoral. Iniciante na matéria,
aprendeu que as eleições acontecem em todo País, no primeiro domingo de outubro do ano respectivo e
que serão realizadas, simultaneamente, para Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e
Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal,
A) Prefeito e Vice-Prefeito, sendo considerado eleito, no primeiro turno, o candidato a Presidente, a Governador
ou a Prefeito que obtiver a maioria dos votos, não computados os em branco e os nulos.
B) Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital, sendo considerado eleito, no primeiro
turno, o candidato a Presidente ou a Governador que obtiver a maioria absoluta de todos os votos, computados
os em branco e os nulos.
C) e Vereador, sendo considerado eleito, no primeiro turno, o candidato a Presidente ou a Governador que
obtiver a maioria simples dos votos, não computados os em branco e os nulos.
D) Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital, sendo considerado eleito, no primeiro
turno, o candidato a Presidente ou a Governador que obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em
branco e os nulos.
E) Prefeito e Vice-Prefeito, sendo considerado eleito, no primeiro turno, o candidato a Presidente, a Governador
ou a Prefeito que obtiver a maioria dos votos, computados os em branco e os nulos.
03 – ( ) – (CESPE/STJ/2015) - A Presidência da República integra a administração pública federal direta.
04 – ( ) – (CESPE/STJ/2015) - No âmbito da administração pública, o Poder Executivo tem a função finalística
de praticar atos de governo e de administração.
05 – ( ) – (CESPE/STJ/2015) - Em seu sentido subjetivo, a administração pública restringe-se ao conjunto
de órgãos e agentes públicos do Poder Executivo que exercem a função administrativa.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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06 – ( ) – (CESPE/STJ/2013) - Aos ministros de Estado compete referendar os atos e decretos assinados
pelo presidente da República, bem como expedir instruções para a execução de leis, decretos e regulamentos.
07 – ( ) – (CESPE/IBAMA/2013) - O presidente da República poderá delegar ao vice-presidente a
atribuição de vetar projetos de lei.
08 – ( ) – (CESPE/IBAMA/2013) - O vice-presidente da República não poderá se ausentar do país por
período superior a quinze dias, sem licença do Congresso Nacional.
09 – ( ) – (CESPE/AGU) - Em decorrência da aplicação do princípio da simetria, o chefe do Poder Executivo
estadual pode dispor, via decreto, sobre a organização e funcionamento da administração estadual, desde que os
preceitos não importem aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
10 – ( ) – (FCC/Advogado/Metro-SP) - Dentre outras, compete ao Presidente da República, mediante
decreto, dispor sobre extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
11 – ( ) – (CESPE/AJ-Taquigrafia-TJ-ES) - Em que pese a existência do princípio da legalidade, é possível,
perante a CF, que o chefe do Poder Executivo, mediante decreto, extinga órgãos, funções ou cargos públicos na
administração direta do Poder Executivo.
12 – ( ) – (CESPE/MPS) - Compete privativamente ao presidente da República dispor, mediante decreto
autônomo, sobre a organização e o funcionamento da administração federal, especialmente no que concerne à
criação ou extinção de órgãos públicos.
13 – ( ) – (CESPE/Analista - Câmara dos Deputados) - No exercício do poder regulamentar, compete ao
presidente da República dispor, mediante decreto, sobre a criação e a extinção de órgãos, funções e cargos
públicos, quando tal ato não implicar aumento de despesa.
14 – ( ) – (CESPE/AGU) - A CF autoriza que o presidente da República, no exercício de seu poder
regulamentar, edite, se houver lei federal que o autorize a fazê-lo, decreto que crie cargos públicos, com as
respectivas denominações, competências e remunerações.
15 – ( ) – (CESPE/TJ-CE) - De acordo com o STF, é indelegável a competência do chefe do Poder Executivo
federal para aplicar pena de demissão a servidores públicos federais.
16 – ( ) – (CESPE/TJ-CE) - Em caso de interesse público relevante, o presidente da República pode convocar
extraordinariamente o Congresso Nacional, hipótese em que é dispensada a aprovação pelos parlamentares.
17 – ( ) –É personificado pelo Presidente da República que exerce a chefia de Estado, cabendo aos Ministros
de Estado o exercício da chefia de governo.
18 – ( ) – Concentra-se na figura do Presidente da República, que é eleito para mandato certo sem
responsabilidade política perante o Legislativo, salvo no caso de impeachment.
19 – ( ) – Tem a função constitucional exclusiva de administrar, no aspecto político e administrativo, ficando
a atividade legislativa e julgadora para os demais Poderes.
20 – ( ) –É representado pela Presidente da República e, na sua falta, pelo Vice-Presidente da República,
sendo que a posse de ambos ocorrerá em sessão solene da Câmara dos Deputados.
21 – ( ) –Exerce as funções constitucionais conferidas à Presidência da República, sendo todas elas
indelegáveis.
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22 – ( ) - (CESPE/SEDF/2017) - Julgue o próximo item, relativo ao Poder Executivo e ao Poder Legislativo.
Na hipótese de o presidente da República, antes da vigência do seu mandato, praticar um homicídio, a acusação
terá de ser admitida por dois terços da Câmara de Deputados para, posteriormente, poder ser submetida a
julgamento perante o Senado Federal.
23 – (FCC/TRE-PR/2017) - Considere que o Presidente da República pretenda adotar as seguintes
medidas:
I. Extinção de cargos públicos federais vagos em decorrência do falecimento de seus titulares e inexistência
de interesse, para a Administração, em seu preenchimento.
II. Extinção de Secretarias vinculadas à Presidência da República e cargos respectivos, com redistribuição
de suas atribuições entre Ministérios.
III. Abertura de crédito orçamentário para atendimento a despesas urgentes, decorrentes de situação de
calamidade pública específica.
Nos termos da Constituição Federal, terá competência para viabilizá-las, respectivamente, mediante
a) iniciativa de projeto de lei, decreto e medida provisória.
b) decreto, iniciativa de projeto de lei e medida provisória.
c) medida provisória, decreto e iniciativa de projeto de lei.
d) decreto, as duas primeiras, e iniciativa de projeto de lei, a última.
e) iniciativa de projeto de lei, a primeira, e decreto, as duas últimas.
24 – (FCC/TRE-PR/2017) - Governador de Estado pretende disciplinar os requisitos para o
preenchimento de cargos públicos efetivos, cargos públicos em comissão e de funções públicas. Para
concretizar sua intenção, o Governador
a) poderá editar decreto, independentemente de lei dispondo sobre a matéria, uma vez que os requisitos para
preenchimento de cargos e funções públicas é matéria de organização e funcionamento da Administração,
passível de ser objeto de ato normativo editado pelo Chefe do Poder Executivo, podendo, alternativamente,
encaminhar projeto de lei sobre o tema.
b) deverá editar decreto, independentemente de lei dispondo sobre a matéria, uma vez que os requisitos para
preenchimento de cargos e funções públicas é matéria de organização e funcionamento da Administração,
devendo ser objeto de ato normativo editado pelo Chefe do Poder Executivo.
c) deverá apresentar projeto de lei sobre a matéria, salvo para dispor sobre os requisitos para o preenchimento
dos cargos em comissão, que podem ser disciplinados por Decreto na medida em que se referem a cargos de
livre provimento e exoneração.
d) deverá apresentar projeto de lei sobre a matéria, inclusive para dispor sobre os requisitos para o preenchimento
dos cargos em comissão e funções públicas.
e) deverá apresentar projeto de lei sobre a matéria, salvo para dispor sobre os requisitos para o preenchimento
de funções públicas, que podem ser disciplinados por Decreto na medida em que a matéria insere-se no âmbito
da organização e funcionamento da Administração.
25 – (FGV/TRT-12ª/2017) - Certo profissional da área jurídica foi questionado sobre as características do
processo e do julgamento do Presidente da República pela prática de crimes de responsabilidade. Em
resposta, afirmou que a instauração do processo deve ser autorizada pela Câmara dos Deputados, o
processamento e o julgamento ficam a cargo do Senado Federal, bem como que a perda da função é
decidida pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal. À luz da sistemática constitucional, essa resposta
é:
a) totalmente incorreta, pois todas as questões envolvendo o julgamento por crimes de responsabilidade devem
ser decididas pelas duas Casas Legislativas em conjunto;
b) parcialmente correta, pois a instauração do processo deve ser autorizada pelo Senado Federal e o julgamento
fica a cargo da Câmara dos Deputados;
c) totalmente correta, pois a separação entre as funções estatais exige que cada fase do processo de
responsabilização seja dividida entre poderes distintos;
d) parcialmente correta, pois a decisão a respeito da perda da função fica a cargo do Senado Federal, que a
proferirá quando do julgamento;
e)parcialmente correta, pois a Câmara dos Deputados deve autorizar a instauração do processo e, após o
julgamento pelo Senado, decidir a respeito da perda da função.
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26 – ( ) - (CESPE/IRB/DIPLOMATA/2017) - Acerca das características do Estado, do sistema de governo e
da organização dos poderes na ordem jurídico-constitucional brasileira, julgue (C ou E) o item subsequente.
Ausentando-se do Brasil por período superior a quinze dias sem autorização do Congresso Nacional, o presidente
da República poderá sofrer, como reprimenda mais gravosa, censura pelo Poder Legislativo.
27 – ( ) - (QUADRIX/CRMV/2017) - É possível que os ministros de Estado, o procurador-geral da República
e o advogado-geral da União recebam delegação de atribuições para exercerem matéria privativa do presidente
da República.
28 – ( ) - (QUADRIX/CRMV/2017) - Suponha-se que o presidente da República atente contra a CF,
especialmente contra a lei orçamentária. Nesse caso, qualquer cidadão em pleno gozo dos direitos políticos
poderá formalizar a acusação na Câmara dos deputados. Admitida a acusação contra o presidente da República
por dois terços da Câmara dos deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal
(STF).
29 – ( ) - (QUADRIX/CFO-DF/2017) - O juízo de admissibilidade do processo de impeachment é realizado
exclusivamente por dois terços da Câmara dos deputados, quando então o processo deverá ser encaminhado ao
Senado, a quem caberá julgar o presidente da República por crime de responsabilidade.
30 – ( ) - (QUADRIX/CFO-DF/2017) - Uma diferença significativa entre o parlamentarismo clássico,
encontrado na Inglaterra, e o semiparlamentarismo ou neoparlamentariasmo, como o francês e o português, é
que neste o chefe de Estado, além de ser eleito diretamente pelo povo, tem a sua competência ampliada para
além de ser um simples chefe de Estado, assumindo algumas atribuições de moderação e até mesmo de
interferência no governo.
01.E 02.E 03.C 04.C 05.E 06.C 07.E 08.C 09.C 10.F
11.E 12.E 13.E 14.C 15.E 16.C 17.E 18. C 19.E 20.E
21.E 22.E 23.B 24.D 25.D 26.E 27.C 28.E 29.E 30.C
AULA 10 - PODER LEGISLATIVO
“Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário”.
O Poder Legislativo (Legiferante) do Brasil é um dos poderes constituídos do país. A Constituição Federal
adota os princípios da soberania popular e da representação (democracia semidireta ou participativa), segundo
os quais o poder político pertence ao povo e é exercido em nome deste por órgãos constitucionalmente definidos
(art. 1º, parágrafo único).
“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta Constituição”.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Para tanto, a Constituição Federal constitui três Poderes, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário,
independentes e harmônicos (art. 2º). O Poder Legislativo do Brasil é exercido, no âmbito federal, desde 1891,
pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, compostos,
respectivamente, por deputados e senadores.
O Poder Legislativo, inicialmente denominado Parlamento, teve origem na Inglaterra. Formou-se durante
a Idade Média, quando representantes da nobreza e do povo procuravam limitar a autoridade absoluta dos reis.
Gradativamente, o poder do rei foi esvaziando-se, enquanto um novo poder ia fortalecendo-se. Era o Parlamento.
Muito contribuiu para isso a teoria de Rousseau sobre a soberania, segundo a qual esta reside no povo, que a
exprime através da lei. Não podendo votá-la diretamente, a comunidade elege representantes, os parlamentares,
que atuam em seu nome.
Um dos papéis do Poder legislativo é o de elaborar as leis. Deputados federais, estaduais e vereadores são
eleitos pelo povo para representar o povo quando vão elaborar, discutir e votar as leis. Por isso, têm que conhecer
muito bem as expectativas dos eleitores. Espera-se que eles trabalhem para cumprir as promessas de campanha
e continuem a defender os ideais com os quais se comprometeram.
O Poder Legislativo tem também a tarefa de acompanhar como o Governo está usando o dinheiro do
povo. Nessa tarefa, o Legislativo é auxiliado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Com a proclamação da
República, a tradição constitucional brasileira espelhou-se no modelo norte-americano para criar um Legislativo
federal bicameral, dividindo-o em duas vertentes, uma a representar os estados federados, com senadores eleitos
pelo sistema majoritário, e outra o povo, com deputados eleitos pelo sistema proporcional, formando, portanto
duas câmaras mutuamente revisoras. Foram exceções as Constituições de 1934 e 1937, que preconizavam o
unicameralismo. A doutrina entende que o bicameralismo é o sistema mais apropriado às federações, ao apontar
o Senado como a câmara representativa dos estados federados.
Na esfera federal, também integra o Poder Legislativo o Tribunal de Contas da União, órgão de extração
constitucional que auxilia o Congresso Nacional na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial da União e das entidades da administração pública direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas. Essa atividade recebe o nome de
controle externo.
Legislativo possui funções legislativas, administrativas e fiscalizadoras.
✓ As funções legislativas consistem na elaboração de leis sobre todos os assuntos
definidos como de sua competência. Assim os parlamentares têm o direito de
apresentar projetos de lei, moções, emendas aos projetos de lei, aprovar ou rejeitar
projetos, aprovar ou rejeitar vetos do prefeito, governador ou presidente da
República.
✓ As funções fiscalizadoras se destinam à fiscalização e controle dos atos do Poder
Executivo (prefeito, vice-prefeito, secretários municipais e estaduais, governadores,
vice-governadores, Presidente da República e ministros) e os atos de toda a
administração pública a que representam. A função fiscalizadora se dá por meio da
apresentação de requerimentos de informação sobre a administração, criação de
Comissões Parlamentares de Inquérito para apuração de fato determinado, realização
de vistorias e inspeções nos órgãos públicos e ainda através de convocação de
autoridades públicas para depor e prestar esclarecimentos.
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✓ As funções administrativas exercidas pela Casa Legislativa destinam-se à
organização dos seus serviços internos, tais como composição da Mesa Diretora,
constituição das comissões, bancadas partidárias, etc. A função administrativa é
restrita à sua organização interna, regulamentação de seu funcionalismo,
estruturação e direção de seus serviços auxiliares.
A Casa Legislativa exerce ainda a função de assessoramento, através da indicação, que é o instrumento
legislativo pelo qual o Legislativo sugere ao Chefe do Poder Executivo medidas de interesse da administração
pública como a adoção de programas sociais, melhor gestão, etc.
O Poder Legislativo também exerce algumas funções parecidas com o Poder Judiciário, quando processa
e julga o chefe do Poder Executivo ou seus representantes em crime de responsabilidade. A pena imposta a esses
agentes políticos pode ser até mesmo de impeachment, que é a perda do mandato.
Para ser parlamentar a pessoa precisa ser escolhida pela convenção do partido, ter domicílio certo, ser
brasileira, estar no pleno exercício dos direitos políticos, ser filiado a partido político e ter idade mínima
correspondente ao cargo.
CAPÍTULO I DO PODER LEGISLATIVO
Seção I DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo
sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§1º. O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo
Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população,
procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
§2º. Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito
Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§1º. Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito
anos.
§2º. A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro
em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
§3º. Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e
de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus
membros.
Comentários
Os congressistas também têm a obrigação de controlar os atos do presidente da República. A Constituição
estabelece ainda que somente a Câmara tem poderes para autorizar a instauração de processo contra o presidente
e o vice-presidente do País. Compete também aos deputados federais eleger os integrantes do Conselho da
República, órgão superior de consulta do presidente.
Os parlamentares podem convocar ministros de Estado para prestar informações, assim como para julgar
as concessões de emissoras de rádio e televisão e a renovação desses contratos.
No que se refere às leis, deputados podem apresentar projetos de leis ordinárias e complementares, de
decreto legislativo, de resolução e emendas à Constituição. Cabe a eles discutir e votar medidas provisórias
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editadas pelo Executivo. Poucas propostas são votadas no plenário: a maioria é decidida nas comissões temáticas
da Casa.
Direitos Específicos
Entre as prerrogativas do cargo de parlamentar, consta o direito de não ser preso, a não ser em flagrante
de crime inafiançável. Deputados e senadores também são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos, diz a
Constituição. Da mesma forma, não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em
razão do mandato, nem sobre as pessoas que lhes passaram tais dados. Além disso, os parlamentares têm foro
privilegiado (imunidade parlamentar) e os processos contra eles só podem ser julgados no Supremo Tribunal
Federal (STF). A intenção dos constituintes ao conferir esses direitos aos integrantes do Legislativo foi assegurar
a liberdade no exercício do mandato.
Deveres e Proibições
O parlamentar não pode ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que tenha contrato com pessoa
jurídica de direito público. A violação desse princípio pode acarretar a perda do mandato. Ainda pode perder a
vaga na Câmara o deputado que faltar, sem justificativa, a um terço das sessões ordinárias de cada sessão
legislativa ou sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. O Código de Ética e Decoro
Parlamentar da Câmara estabelece uma série de outras condutas passíveis de levar à perda do cargo. Receber
vantagens indevidas em função da atividade, atrapalhar o andamento do trabalho legislativo ou fraudar resultado
de votações estão entre elas.
Seção II DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre:
I. sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II. plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de
crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III. fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV. planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V. limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da
União;
VI. incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou
Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;
VII. transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII. concessão de anistia;
IX. organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria
Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da
Defensoria Pública do Distrito Federal;
X. criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas,
observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)
XI. criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
XII. telecomunicações e radiodifusão;
XIII. matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas
operações;
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XIV. moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
XV. fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o
que dispõem os arts. 39, §4º; 150, II; 153, III; e 153, §2º, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I. resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
II. autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a
permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;
III. autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País,
quando a ausência exceder a quinze dias;
IV. aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio,
ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V. sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI. mudar temporariamente sua sede;
VII. fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o
que dispõem os arts. 37, XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VIII. fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos
Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153,
§2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IX. julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar
os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
X. fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do
Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI. zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição
normativa dos outros Poderes;
XII. apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e
televisão;
XIII. escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV. aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XV. autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI. autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos
hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII. aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área
superior a dois mil e quinhentos hectares.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas
Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente,
informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de
responsabilidade a ausência sem justificação adequada.(Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)
§1º. Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos
Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos
com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.
§2º. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar
pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas
no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não -
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. (Redação
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)
Seção III DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
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Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I. autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II. proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa;
III. elaborar seu regimento interno;
IV. dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação
ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação
da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V. eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
COMENTÁRIO
Os deputados federais representam o povo, enquanto os Senadores representam as suas respectivas
unidades da federação. O Senado Federal é tido como a Casa revisora do Legislativo. A maior parte dos Projetos
de Lei é elaborada na Câmara dos Deputados – até mesmo por uma questão constitucional. Já o Senado – que
também tem a incumbência de criar leis, embora em menos frequência e em menor número que a Câmara – fica
incumbido de analisar criteriosamente os projetos elaborados pelos deputados.
A estrutura política do Congresso Brasileiro, em tese, é extremamente bem montada. O Senado é uma
casa de "senhores" – para ser senador é obrigatória a idade mínima de 35 anos; já a Câmara é uma Casa para
pessoas mais jovens – requer idade mínima de 21 anos. Os mais jovens – com suas ideias mais ousadas –
elaboram projetos, e os senadores – tidos como a voz da experiência – revisam os revisam e avaliam. Aliás, a
palavra Senado tem origem no termo senex, que em latim quer dizer "velho".
Se as atribuições são do Congresso Nacional, as matérias aqui elencadas passará necessariamente pelas
duas casas, e a votação será em sessão unicameral.
Entre as principias atribuições dos senadores estão:
✓ Elaborar seu regimento interno;
✓ Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal, Membros do Conselho de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, Procurador-
Geral da República, Advogado Geral da União, Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica;
✓ Aprovar a escolha de: Ministros do Tribunal de Contas indicados pelo Presidente da República;
Presidentes e Diretores do Banco Central; Governador de Território; Procurador-Geral da República;
Titulares de outros cargos que a lei determina;
✓ Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios;
✓ Fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
✓ Aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
República antes do término de seu mandato.
Seção IV DO SENADO FEDERAL
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I. processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de
responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-
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Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III. aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV. aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha
dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V. autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI. fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da
dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII. dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e
interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e
demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII. dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em
operações de crédito externo e interno;
IX. estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X. suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por
decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI. aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do
Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XII. elaborar seu regimento interno;
XIII. dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da
respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIV. eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV. avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua
estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos
Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o
do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por
dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos,
para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
Seção V DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§1º. Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº. 35, de 2001)
§2º. Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos
dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§3º. Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa
de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a
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decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35,
de 2001)
§4º. O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável
de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
§5º. A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§6º. Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
35, de 2001)
§7º. A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e
ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§8º. As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos
casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com
a execução da medida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I. desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia,
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público,
salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam
demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II. desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função
remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades
referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I. que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II. cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III. que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões
ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV. que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V. quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI. que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§1º. É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento
interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a
percepção de vantagens indevidas.
§2º. Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos
Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação
da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada
ampla defesa.
§3º. Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa
respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§4º. A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda
do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de
que tratam os §§2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)
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Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I. investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de
Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão
diplomática temporária;
II. licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse
cento e vinte dias por sessão legislativa.
§1º. O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas
neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
§2º. Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se
faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
§3º. Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do
mandato.
COMENTÁRIO
Denomina-se imunidade parlamentar a prerrogativa que assegura aos membros do parlamento o livre
exercício de suas funções, protegendo-os contra processos judiciários tendenciosos ou prisão arbitrária."- Darcy
Azambuja
As prerrogativas parlamentares se distinguem em duas espécies principais, imunidades material e formal
,mas há outras previstas no art. 53 da CF/88, com redação dada pela Emenda 35/01:
Imunidade Material -caput - Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
A Inviolabilidade, por opiniões, palavras e votos abrange os parlamentares federais (art. 53, CF 88), os
deputados estaduais (art. 27, § 1º, CF 88) e, nos limites da circunscrição de seu Município, os vereadores (art.
29, VIII, CF 88)- sempre no exercício do mandato.
Imunidade Formal - § 2º - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de
vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão;
O STF entende que sentença condenatória criminal transitada em julgado também é fato que autoriza a
prisão de deputados federais e senadores, por ser conforme o art.15 da CF/88 fato que gera a suspensão dos
direitos políticos, enquanto durarem os efeitos da pena.
§ 3º - Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação;
§ 4º - O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e
cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora;
§ 5º - A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
Foro Privilegiado- § 1º - Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
Testemunho Limitado- § 6º - Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram
ou deles receberam informações.
Incorporação às Forças Armadas- § 7º - A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores,
embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
Estado de sítio- § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos
praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
Ressalte-se que aqueles que meramente reproduzem opiniões, palavras e votos de parlamentares são
também irresponsáveis civil e penalmente.
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em 03/05/2018 reduzir o alcance do
foro privilegiado de deputados e senadores somente para aqueles processos sobre crimes
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ocorridos durante o mandato e relacionados ao exercício do cargo parlamentar. Com a
decisão, deixarão o Supremo Tribunal Federal parte dos cerca de 540 inquéritos e ações
penais em tramitação, segundo a assessoria do STF.
Caberá ao ministro-relator de cada um desses inquéritos ou ações analisar quais deverão
ser enviados à primeira instância da Justiça por não se enquadrarem nos novos critérios. "Eu acho
que cada relator [poderá decidir] individualmente. Não vai precisar trazer mais para o plenário",
explicou o ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação na qual se baseou a decisão desta quinta
do STF.
O foro por prerrogativa de função, o chamado "foro privilegiado", é o direito que têm
deputados e senadores – entre outras autoridades, como presidente e ministros – de serem julgados
somente pelo Supremo. Atualmente, qualquer ação penal contra esses parlamentares, mesmo as
anteriores ou as não relacionadas ao mandato, são transferidas das instâncias judiciais em que
tramitam para o STF.
Durante o julgamento, que começou em maio do ano passado, os ministros também fixaram
o momento a partir do qual uma ação contra um parlamentar em tramitação no STF não pode
mais sair da Corte: na hipótese de ele deixar o mandato numa tentativa de escapar de uma
condenação iminente, por exemplo.
Pela decisão, o processo não deixará mais o STF quando se alcançar o final da coleta de
provas, fase chamada “instrução processual”, na qual o ministro intima as partes a apresentarem
suas alegações finais.
Assim, se um político que responda a processo no STF (por ter cometido o crime no cargo
e em razão dele) deixar o mandato após a instrução, por qualquer motivo, ele deverá
necessariamente ser julgado pela própria Corte, para não atrasar o processo com o envio à primeira
instância.
Se o STF condenar criminalmente um Deputado Federal ou Senador,
haverá a perda automática do mandato ou isso ainda dependerá de uma deliberação
(decisão) da Câmara ou do Senado, respectivamente? A condenação criminal transitada em
julgado é suficiente, por si só, para acarretar a perda automática do mandato eletivo de
Deputado Federal ou de Senador. Perda do mandato parlamentar: É da competência das Casas Legislativas decidir sobre a
perda do mandato do Congressista condenado criminalmente (artigo 55, VI e § 2º, da CF). Regra
excepcionada – adoção, no ponto, da tese proposta pelo eminente revisor, Ministro Luís Roberto
Barroso -, quando a condenação impõe o cumprimento de pena em regime fechado, e não viável o
trabalho externo diante da impossibilidade de cumprimento da fração mínima de 1/6 da pena para
a obtenção do benefício durante o mandato e antes de consumada a ausência do Congressista a 1/3
das sessões ordinárias da Casa Legislativa da qual faça parte. Hipótese de perda automática do
mandato, cumprindo à Mesa da Câmara dos Deputados declará-la, em conformidade com o artigo
55, III, § 3º, da CF. Precedente: MC no MS 32.326/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, 02.9.2013. 8.
Suspensão dos direitos políticos do condenado quando do trânsito em julgado da condenação (art.
15, III, da CF).
Seção VI DAS REUNIÕES
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de
fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 50, de 2006)
§1º. As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil
subsequente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
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§2º. A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de
diretrizes orçamentárias.
§3º. Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o
Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
I. inaugurar a sessão legislativa;
II. elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
III. receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV. conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§4º. Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de
fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das
respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo
na eleição imediatamente subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de
2006)
§5º. A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal,
e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes
na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
§6º. A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
I. pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de
intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o
compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República;
II. pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de
urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação
da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§7º. Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará
sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do §8º deste artigo, vedado
o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 50, de 2006)
§8º. Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do
Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Seção VII DAS COMISSÕES
COMENTÁRIO
Segundo Joseph-Barthélemy, a expressão “sistema de comissões” é reservada “à organização parlamentar
na qual nenhuma decisão importante das assembleias se toma antes que a matéria tenha sido examinada por uma
comissão”. De acordo com esse autor, esse sistema foi consagrado constitucionalmente pela Lei Maior francesa
de 1793. Para Munõz, o sistema de comissões parlamentares é “um método de trabalho das Assembleias
Legislativas, segundo o qual estas se dividem em pequenos corpos, aos quais se enviam todos os projetos de lei
para seu estudo, decidindo em definitivo a Assembleia”. Ainda dentro dessa visão sistêmica, Ehrhardt Soares
sustenta que as comissões são “divisões internas das câmaras a que são cometidas determinadas tarefas que
cabem dentro da competência do parlamento”.
O sistema de comissões, segundo José Afonso da Silva, “tem papel de relevante importância no processo
legislativo”. Acrescenta, ainda, que a tendência atual “é a de ampliar o poder legislativo das comissões,
transferindo-lhes quase toda a tarefa no processo de formação das leis e, em certos casos, toda a função
legislativa, apenas sob o controle remoto da Câmara. Exercem, em todos os casos, papel decisivo no seio do
Parlamento”.
O sistema de comissões no Brasil tem seu fundamento na Constituição Federal de 1988, que dispõe que
o Congresso Nacional e suas Casas – Câmara dos Deputados e Senado Federal – terão comissões permanentes
e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
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resultar sua criação. Dessa forma, existem comissões permanentes e temporárias no âmbito da Câmara e do
Senado e, quando formadas conjuntamente por deputados e senadores, no âmbito do Congresso Nacional – as
chamadas comissões mistas.
A forma, competência e atribuições dessas comissões são disciplinadas pelos respectivos
regimentos internos de cada Casa – Regimento Interno da Câmara dos Deputados (RICD) e Regimento Interno
do Senado Federal (RISF) – e, no caso das comissões mistas, pelo Regimento Comum do Congresso Nacional
(RCCN).
A Lei Maior ainda determina que, na constituição das mesas diretoras e de cada comissão, seja assegurada,
na medida do possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participem
da respectiva Casa. As comissões permanentes são aquelas que subsistem através das legislaturas e as
temporárias são aquelas que se extinguem ao final de uma legislatura, ou antes, quando criadas para dar parecer
sobre determinada matéria, tenham atingido o objetivo a que se destinam ou expirado seu prazo de
funcionamento.
De acordo com o RICD, as comissões permanentes são as de caráter técnico-legislativo ou especializado
integrantes da estrutura institucional da Casa, co partícipes do processo legiferante, e têm por finalidade apreciar
os assuntos ou proposições submetidos ao seu exame e sobre eles deliberar, assim como exercer o
acompanhamento dos planos e programas governamentais e a fiscalização orçamentária da União, no âmbito
dos respectivos campos temáticos. Essa definição do RICD bem se aplica, em termos gerais, às comissões
permanentes do Senado Federal.
A Constituição Federal dispõe que cabem as comissões permanentes, em função da matéria de sua
competência, as seguintes atribuições: a) discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do respectivo
regimento, a competência do plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa – o chamado
poder conclusivo das comissões; b) realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; c) convocar
Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições; d) receber petições,
reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões de autoridades ou entidades
públicas; e) solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; e f) apreciar programas de obras, planos
nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
Da análise das competências inseridas na Constituição pelo legislador constituinte originário, percebe-se,
além da competência de apreciar proposições, a inclusão das comissões permanentes como fórum privilegiado
de interação entre o parlamento e a sociedade, que ocorre por meio de audiências públicas, bem como pelo
recebimento de petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões de
autoridades ou entidades públicas. Outro papel de relevante importância refere-se ao papel fiscalizatório
atribuído às comissões permanentes de controle das atividades do Poder Executivo.
Na Câmara dos Deputados, existem vinte comissões permanentes, com diferentes áreas de atuação
e campos temáticos, abaixo enumeradas:
1. Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR);
2. Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional (CAINDR);
3. Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI);
4. Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC);
5. Defesa do Consumidor (CDC);
6. Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC);
7. Desenvolvimento Urbano (CDU);
8. Direitos Humanos e Minorias (CDHM);
9. Educação e Cultura (CEC);
10. Finanças e Tributação (CFT);
11. Fiscalização Financeira e Controle (CFFC);
12. Legislação Participativa (CLP);
13. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS);
14. Minas e Energia (CME);
15. Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN);
16. Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO);
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17. Seguridade Social e Família (CSSF);
18. Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP);
19. Turismo e Desporto (CTD);
20. Viação e Transportes (CVT).
No Senado Federal, por sua vez, há onze comissões permanentes, a saber:
1. Assuntos Econômicos (CAE);
2. Assuntos Sociais (CAS);
3. Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ);
4. Educação, Cultura e Esporte (CE);
5. Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA);
6. Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH);
7. Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE);
8. Serviços de Infraestrutura (CI);
9. Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR);
10. Agricultura e Reforma Agrária (CRA)
11. Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).
Há, ainda, duas comissões mistas permanentes no âmbito do Congresso Nacional: a Representação
Brasileira do Parlamento do Mercosul e a Comissão Mista de Planos, Orçamento Público e Fiscalização (CMO).
As comissões temporárias, conforme já explanado, são aquelas que se extinguem ao final de uma
legislatura ou, antes, quando criadas para dar parecer sobre determinada matéria, tenham alcançado a finalidade
a que se destinam ou expirado seu prazo de funcionamento. As comissões temporárias subdividem-se em três
tipos (RICD, art. 33; RISF, art. 74): a) especiais, na Câmara, ou internas, no Senado; b) parlamentares de
inquérito; e c) externas.
As comissões especiais da Câmara dos Deputados são constituídas para estudar e dar parecer sobre: a)
proposta de emenda à Constituição; b) projeto de código; c) proposições que versem sobre matéria de
competência de mais de três comissões que devam pronunciar-se quanto ao mérito; d) modificação ou reforma
do Regimento Interno; e) crime de responsabilidade do Presidente da República, do Vice-Presidente da
República e de Ministros de Estado; para estudo de matéria por determinação do Presidente da Casa.
Por sua vez, as comissões internas do Senado Federal são criadas para analisar e dar parecer sobre: a)
projetos de código; b) alteração ou reforma do Regimento Interno; c) representação admitida em Plenário contra
Senador; d) desacato ao Senado por parte de Senador; e) julgamento dos crimes de responsabilidade do
Presidente da República, do Vice-Presidente da República e de Ministros de Estado.
As comissões parlamentares de inquérito detêm, por força constitucional, poderes de investigação
próprios de autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, e são criadas
pela Câmara e pelo Senado, em conjunto ou separadamente, por meio de requerimento de um terço de seus
membros. Elas objetivam apurar fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
As comissões externas destinam-se a cumprir missão temporária autorizada que implique afastamento do
parlamentar das sessões da Casa para representá-la em atos em que tenha sido convidada ou que tenha que
assistir
Há também, no âmbito do Congresso Nacional, comissões mistas temporárias. Além da comissão
parlamentar mista de inquérito e da comissão representativa do Congresso Nacional, são constituídas comissões
mistas temporárias para analisar e dar parecer sobre: a) medidas provisórias; b) veto do Presidente da República
a projetos de lei; c) delegação legislativa; e d) outras matérias, por meio de comissão mista especial.
Dessa forma, podemos concluir, em síntese, que o sistema de comissões parlamentares é fundamental
para o processo de feitura das leis na medida em que permite uma análise mais aprofundada e especializada das
diversas matérias que são apreciadas no seio do Parlamento. Ademais, cumpre salientar que as comissões
exercem, também, importante função fiscalizatória.
Seção VII
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DAS COMISSÕES
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.
§1º. Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível,
a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa.
§2º. às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I. discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do
Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
II. realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III. convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a
suas atribuições;
IV. receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra
atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V. solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI. apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§3º. As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios
das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas,
serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de
fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§4º. Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional,
eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições
definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a
proporcionalidade da representação partidária.
01 – ( ) – (CESPE/CAM.DEP./2014) - O entendimento mais recente do STF é de que, havendo a suspensão
dos direitos políticos do parlamentar condenado criminalmente por decisão judicial transitada em julgado,
ocorre, como efeito do trânsito em julgado, a perda automática do mandato do parlamentar.
02 – ( ) – (CESPE/CAM.DEP./2014) -Tendo em vista que as imunidades material e formal se destinam ao
exercício altivo do mandato parlamentar, é possível estendê-las ao deputado federal que seja afastado desse
cargo para exercer o cargo de ministro de Estado.
03 – ( ) – (CESPE/MDIC/2014) -Constitui competência exclusiva do Congresso Nacional a sustação dos
atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
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legislativa.
04 – ( ) – (CESPE/CAM.DEP./2014) - Caso o Senado Federal suspenda a execução de lei declarada
inconstitucional, em sede de controle difuso, pelo Supremo Tribunal Federal, não haverá óbice no ordenamento
jurídico brasileiro para que, posteriormente, o Senado Federal, por motivos de conveniência política, anule a
resolução que efetuar tal suspensão.
05 – ( ) – (CESPE/CAM.DEP./2014) - Compete ao ministro de Estado exercer a orientação, a coordenação
e a supervisão dos órgãos e das entidades da administração federal e estadual concernentes à sua área de
competência.
06 – ( ) – (CESPE/CAM.DEP./2014) -Considere que o Congresso Nacional, para evitar eventual compromisso
gravoso ao patrimônio nacional, resolva definitivamente acerca de um tratado internacional. Nessa situação, o
ato legislativo, por ser definitivo, deve ser sancionado pelo presidente da República.
07 – ( ) – (CESPE/ANTAQ/2014) -- Cabe ao Congresso Nacional autorizar por lei complementar a criação
de ministérios e órgãos da administração pública, podendo o chefe do Executivo dispor, mediante decreto, sobre
a extinção desses órgãos, desde que estejam vagos.
08 – ( ) – (CESPE/CAM.DEP./2014) - Caso um deputado federal apresente projeto de lei versando sobre
matéria tributária, ela será incompatível com a CF, pois a referida iniciativa, independentemente de seu
conteúdo, é privativa do chefe do Poder Executivo.
09 – (FCC/TCE-PI/2014) - Na esfera do processo legislativo, o decreto legislativo constitui o instrumento
normativo próprio para veicular
A) a aprovação da mensagem e do plano de governo enviados pelo Presidente da República por ocasião da
abertura da sessão legislativa.
B) a sustação pelo Congresso Nacional de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
C) o regimento comum do Congresso Nacional.
D) os limites e as condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno.
E) delegação do Congresso Nacional ao Presidente da República para a elaboração de lei delegada.
10 – (FCC/PREF.SP/2014) - Suponha que o Supremo Tribunal Federal tenha apresentado projeto de lei
dispondo sobre provimento de cargo nas Forças Armadas, o qual tenha sido aprovado, respectivamente,
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado e, por fim, sancionado pelo Presidente da República. Esta
hipótese não está de acordo com a Constituição Federal porque o referido projeto de lei contém matéria
A) de iniciativa privativa do Congresso Nacional.
B) de iniciativa privativa do Presidente da República.
C) de iniciativa popular, sem a obrigatoriedade de ser sancionado pelo Presidente da República.
D) de iniciativa privativa do Supremo Tribunal Federal.
E) que deve ser aprovada por meio de decreto do Presidente da República.
11 – (PMMG/SOLDADO/2017) - De acordo com o disposto na Constituição da República Federativa do
Brasil/1988, marque a resposta CORRETA:
A) Compete privativamente à Câmara dos Deputados aprovar previamente, por voto secreto, após arguição
em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente.
B) É da competência exclusiva do Congresso Nacional escolher metade dos membros do Tribunal de Contas
da União.
C) É da competência exclusiva do Congresso Nacional aprovar o estado de defesa e a intervenção federal,
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas.
D) Compete privativamente ao Senado Federal autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de
processo contra o Presidente e o VicePresidente da República e os Ministros de Estado.
12 - (FCC/TRF/2012) - Considere as situações hipotéticas:
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I. Proposta de um terço dos membros da Câmara dos Deputados.
II. Proposta de dois terços dos membros do Senado Federal.
III. Proposta de dois terços dos membros da Câmara dos Deputados.
IV. Proposta de um terço das Assembleias Legislativas das unidades da Federação.
V. Proposta do Presidente da República.
A Constituição Federal brasileira poderá ser emendada mediante as propostas indicadas APENAS em
A) I, II, III e V.
B) II, III e V.
C) I, II, III e IV.
D) I, III e IV.
E) II, IV e V.
13 (ESAF/DNIT/2013) - Em relação às competências do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal, assinale a opção correta.
A) Compete privativamente ao Senado Federal autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de
processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado.
B) Compete privativamente à Câmara dos Deputados processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da
República nos crimes de responsabilidade.
C) Compete ao Congresso Nacional, por meio de iniciativa do Presidente do Senado Federal, proceder à tomada
de contas do Presidente da República, quando não apresentadas dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa.
D) Compete privativamente ao Senado Federal autorizar o Presidente da República e o Vice Presidente da
República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias.
E) Compete privativamente ao Senado Federal processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os
membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral
da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade.
14 –(FCC/TRF/2013) - Considere:
I. Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República.
II. Presidente e diretores do Banco Central.
III. Procurador-Geral da República.
IV. Chefes de Missão Diplomática de caráter permanente.
De acordo com a Constituição Federal brasileira, compete privativamente ao Senado Federal aprovar
previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha, dentre outros, dos indicados APENAS em
A) I, III e IV.
B) II e IV.
C) III e IV.
D) I e III.
E) I, II e III.
15- (FCC/TRE-SP/2017) - Com o desfecho das eleições municipais e a posse dos novos Prefeitos, dois
parlamentares do Estado “X” assumiram cargos junto a Poderes Executivos locais, após o que suas
funções legislativas passaram a ser exercidas por seus respectivos suplentes. Um deles era Deputado
Federal, que assumiu o cargo de Secretário de Prefeitura da capital de seu Estado. O outro era Senador,
que foi nomeado Secretário de Prefeitura de outro município do mesmo Estado “X”. Paralelamente, um
outro Senador representante do mesmo Estado “X” veio a falecer, não havendo, todavia, suplente para
que sua vaga fosse preenchida. Considerando que esses fatos ocorreram no primeiro mês da segunda
metade do mandato de cada um dos parlamentares e levando-se em conta o texto da Constituição Federal,
considere:
I. o Deputado Federal não perderá o mandato ao assumir o cargo de Secretário.
II. o Senador não perderá o mandato ao assumir o cargo de Secretário.
III. a vaga do Senador falecido deve ser preenchida mediante nova eleição.
Está correto o que consta em
A) I, II e III.
B) I e II, apenas.
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C) I e III, apenas.
D) I, apenas.
E) II e III, apenas.
16 – (FGV/ALERJ/2017) - Em razão da eclosão de um grande escândalo relativo ao desvio de recursos
públicos no Estado, foi instaurada, no âmbito da Assembleia Legislativa, comissão parlamentar de
inquérito com o objetivo de apurar os fatos narrados. Entre outras medidas, foi deliberada: (a) a
convocação do Governador do Estado para comparecer à Assembleia Legislativa e prestar
esclarecimentos; (b) a quebra do sigilo fiscal dos envolvidos; (c) a determinação de interceptação
telefônica de alguns servidores públicos estaduais; e (d) a decretação de indisponibilidade dos bens de dois
servidores, cuja participação no esquema estava documentalmente comprovada. À luz da sistemática
constitucional, deve-se afirmar que:
A) somente a medida descrita em (a) está correta;
B) somente a medida descrita em (b) está correta;
C) somente a medida descrita em (d) está correta;
D) somente as medidas descritas em (b) e (c) estão corretas;
E) todas as medidas estão corretas.
17 - Um deputado federal, quando era prefeito municipal, cometeu crime de estelionato, mas o processo
só foi instaurado após a extinção do mandato de prefeito e de sua diplomação como Deputado. Esse
processo é de competência:
a) do Supremo Tribunal Federal.
b) da Justiça local, após deliberação da Câmara dos Vereadores.
c) da Câmara dos Vereadores, que poderá aplicar o impeachment.
d) exclusiva da Câmara dos Deputados.
18 - Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
a) dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, na forma da lei.
b) proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.
c) autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios.
d) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União.
19 - As Comissões Parlamentares de Inquérito estão constitucionalmente autorizadas a:
a) solicitar o depoimento de qualquer autoridade ou cidadão, pois possuem os mesmos poderes investigatórios
da autoridade judicial.
b) determinar a quebra de sigilo bancário, pois possuem os mesmos poderes investigatórios da autoridade
policial.
c) promover a responsabilidade civil e criminal dos infratores.
d) decretar a prisão preventiva dos infratores, pois possuem os mesmos poderes da autoridade judicial.
20 - Analise as afirmações abaixo e escolha a alternativa CORRETA.
I - Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras
e votos.
II - Desde a candidatura, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante
de crime inafiançável.
III - Ocorrendo um flagrante inafiançável cometido por um deputado, os autos serão remetidos dentro de
quarenta e oito horas ao Senado Federal, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre
a prisão.
a) I e III estão incorretas.
b) II e III estão incorretas.
c) I e II estão incorretas.
d) Todas estão incorretas.
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21 – (IBFC/TJ-PE/2017) - A Casa Superior do Congresso Nacional serve como expressão da representação
dos Estados e do Distrito Federal perante o Poder Legislativo Federal. Neste contexto, assinale a
alternativa que não apresenta atribuição exclusiva do Senado Federal.
a) Eleger membros do Conselho da República
b) Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o poder regulamentar ou os limites de delegação
legislativa
c) Aprovar a escolha de Ministros do Supremo Tribunal Federal
d) Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União e dos Estados
e) Processar e julgar membro do Conselho Nacional do Ministério Público nos crimes de responsabilidade
22 – (CONSULPLAN/TJ-MG/2017) - Na Constituição Federal/1988, na organização dos poderes
cada Unidade da Federação não poderá ter menos de 08 (oito) ou mais de 70 (setenta) deputados.
b) cada senador será eleito com 03 (três) suplentes.
c) cada Estado e o Distrito Federal elegerão 03 (três) senadores com 02 (dois) mandatos de 04 (quatro) anos
cada.
d) a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos pelo sistema majoritário, em cada
Estado, em cada território e no Distrito Federal.
23 – ( ) - (CESPE/TCE-PE/2017) - A competência do Congresso Nacional para sustar atos normativos do
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa configura hipótese
de controle político.
Certo Errado
24 – (FCC/DPE-RS/ANALISTA/2017) -No curso de investigações relativas ao suposto desvio de verbas
públicas no âmbito da Administração federal, o Presidente de Comissão Parlamentar de Inquérito − CPI
instaurada na Câmara dos Deputados determina que seja realizada busca e apreensão de equipamentos
de informática de uso pessoal no domicílio de servidor público investigado. Nesse caso, à luz da
Constituição Federal, a busca e apreensão foi determinada de maneira
a) irregular, uma vez que a inviolabilidade de domicílio é matéria sujeita à reserva jurisdicional, estando a
medida sujeita a questionamento mediante habeas corpus de competência originária do Supremo Tribunal
Federal.
b) irregular, uma vez que a inviolabilidade de domicílio é matéria sujeita à reserva jurisdicional, estando a
medida sujeita a questionamento mediante mandado de segurança de competência originária do Supremo
Tribunal Federal.
c) irregular, uma vez que a inviolabilidade de domicílio é matéria sujeita à reserva jurisdicional, estando a
medida sujeita a questionamento mediante mandado de segurança de competência originária do Superior
Tribunal de Justiça.
d) irregular, uma vez que a inviolabilidade de domicílio é matéria sujeita à reserva jurisdicional, estando a
medida sujeita a questionamento mediante habeas corpus de competência originária do Superior Tribunal de
Justiça.
e) regular, uma vez que as Comissões Parlamentares de Inquérito possuem os mesmos poderes de investigação
das autoridades judiciais.
25 – (CONSULPLAN/TJ-MG/2017) -Considere as seguintes situações:
I. Aplicação de multa proporcional ao dano causado ao erário aos responsáveis por bens de fundação
mantida pelo Poder Público federal.
II. Julgamento das contas prestadas anualmente pelo Presidente da República.
III. Sustação da execução de contrato celebrado por órgão da Administração direta federal considerado
ilegal.
IV. Tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas dentro de sessenta dias após
a abertura da sessão legislativa.
À luz da Constituição Federal, trata-se de competências, respectivamente,
a)
I - do Tribunal de Contas da União
II - do Congresso Nacional
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III - do Congresso Nacional
IV - da Câmara dos Deputados
b)
I - do Congresso Nacional
II - do Tribunal de Contas da União
III - do Tribunal de Contas da União
IV - da Câmara dos Deputados
c)
I - do Tribunal de Contas da União
II - do Tribunal de Contas da União
III - do Congresso Nacional
IV - da Câmara dos Deputados
d)
I - do Congresso Nacional
II - da Câmara dos Deputados
III - do Tribunal de Contas da União
IV - do Congresso Nacional
e)
I - do Tribunal de Contas da União
II - da Câmara dos Deputados
III - do Congresso Nacional
IV - do Congresso Nacional
26 – (FCC/DPE-RS/ANALISTA/2017) -Considere que determinada Constituição Estadual estabeleça ser
cabível recurso para a Assembleia Legislativa em face das decisões do Tribunal de Contas do Estado que
julguem as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
Administração estadual. Nessa hipótese, referida previsão seria
a) incompatível com a Constituição Federal, que atribui competência para julgamento de tais contas aos
Tribunais de Contas, independentemente de submissão prévia ou posterior ao órgão do Poder Legislativo a que
auxiliem.
b) incompatível com a Constituição Federal, que atribui competência para julgamento de tais contas
originariamente, e não em grau de recurso, à Assembleia Legislativa, cabendo aos Tribunais de Contas emitir
parecer prévio a esse respeito.
c) compatível com a Constituição Federal, no que se refere à possibilidade de revisão do julgamento das contas
do chefe do Poder Executivo pela Assembleia Legislativa, mas não em relação aos demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos da administração estadual.
d) compatível com a Constituição Federal, no que se refere à possibilidade de revisão do julgamento das contas
dos responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração estadual pela Assembleia Legislativa,
mas não em relação às do chefe do Poder Executivo.
e) compatível com a Constituição Federal.
27 – ( ) - (CESPE/TCE-PE/2017) - Cabe aos responsáveis pelo controle interno dar ciência ao respectivo
tribunal de contas de qualquer irregularidade ou ilegalidade de que tenham conhecimento, sob pena de
responsabilidade solidária.
28 – ( ) - (CESPE/TCE-PE/2017) - A legalidade do ato de admissão de uma pessoa para o provimento de
cargo em comissão na administração pública direta e indireta deve ser apreciada pelo Tribunal de Contas da
União, para fins de registro.
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29 – (FCC/PC-AP/DELEGADO/2017) - Prefeito e Vereador de determinado Município participaram de
congresso nacional sobre reforma política realizado em Município vizinho, no qual manifestaram opiniões
divergentes a respeito da conveniência da reeleição para o cargo de Prefeito, ocasião em que se ofenderam
mutuamente em público. Se a conduta moralmente ofensiva praticada por eles caracterizar crime comum,
a) poderá ser responsabilizado penalmente o Prefeito, cabendo ao Tribunal de Justiça processá-lo e julgá-lo,
sendo que o Vereador não poderá ser responsabilizado penalmente, por gozar de imunidade parlamentar.
b) poderá ser responsabilizado penalmente o Prefeito, cabendo ao Tribunal de Justiça processá-lo e julgá-lo
durante vigência do mandato, sendo que o Vereador também poderá ser responsabilizado penalmente, uma vez
que vereadores, diferentemente de deputados federais, senadores e deputados estaduais, não gozam de
imunidade.
c) poderá ser responsabilizado penalmente o Prefeito, cabendo ao Tribunal de Justiça processá-lo e julgá-lo
durante vigência do mandato, sendo que o Vereador também poderá ser responsabilizado penalmente, uma vez
que Vereadores não gozam de imunidade parlamentar fora da circunscrição do Município.
d) poderá ser responsabilizado penalmente o Prefeito apenas após o término do mandato, sendo competente para
processá-lo e julgá-lo o órgão judiciário estadual previsto na Constituição do Estado, que não necessariamente
deve ser o Tribunal de Justiça, podendo o Vereador também ser responsabilizado penalmente, uma vez que
vereadores não gozam de imunidade parlamentar fora da circunscrição do Município.
e) poderão ser responsabilizados penalmente o Prefeito e o Vereador apenas após o término dos respectivos
mandatos, sendo possível, todavia, a responsabilização política de ambos durante o exercício dos mandatos
eletivos.
30 – ( ) - (QUADRIZ/SEDF/2017) - ADO/2017) - Entre os requisitos para a criação de uma comissão
parlamentar de inquérito, encontram-se a indicação de fato determinado a ser investigado e a delimitação de
prazo certo para apuração do referido fato.
01.E 02.E 03.C 04.E 05.E 06.E 07.E 08.E 09.B 10.B
11.C 12.A 13.D 14.E 15.C 16.B 17.A 18.B 19.A 20.B
21.B 22.A 23.C 24.B 25.A 26.A 27.C 28.E 29.C 30.C
AULA 11 - PROCESSO LEGISLATIVO
Seção VIII DO PROCESSO LEGISLATIVO
Subseção I Disposição Geral
COMENTÁRIOS
Processo legislativo é o conjunto de normas que regulamenta a elaboração de um ato normativo. O STF entende que o
princípio do devido processo legal é obrigatório tanto para processos judiciais quanto administrativos e legislativos.
Cabe mandado de segurança visando ao trancamento do processo legislativo que não respeita o devido
processo legal. Esse Mandado de Segurança será impetrado por parlamentar, que tem direito subjetivo ao
devido processo legislativo.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Se aplica não só aos processos legislativos ordinários, mas também aos processos legislativos especiais (para edição de
outras normas que não as leis ordinárias, como as Medidas Provisória se Emendas Constitucionais. Se a norma viola o
processo legislativo, há uma inconstitucionalidade formal.
Segundo o STF, as normas sobre o processo legislativo federal são chamadas de princípios constitucionais
extensíveis, que devem ser obrigatoriamente respeitadas pelos Estados e municípios.
O processo legislativo é a sequência de atos a ser seguida na elaboração de atos normativos primários. Logo, a depender do
ato normativo (lei ordinária, emenda à Constituição…) e de algumas particularidades, o processo legislativo poderá ser
ordinário, sumário ou especial.
✓ PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO é aquele que se destina à elaboração de leis ordinárias; é o processo que
apresenta as regras gerais para elaboração de atos normativos.
✓ PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO, por sua vez, distingue-se do ordinário por apresentar prazo diferente para
apreciação do projeto no Congresso Nacional.
✓ PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL é destinado à elaboração das demais espécies normativas. É dizer: a
emenda constitucional possui um processo legislativo especial, assim como a medida provisória e demais espécies
previstas no artigo 59 da Lei Maior.
Lei Constitucional
A emenda constitucional é uma modificação na Constituição que deve ser aprovada por 3/5 das duas casas do
Congresso, em dois turnos. Não podem ser objeto de emenda constitucional (artigos 60º §4º, I a IV) as chamadas "cláusulas
pétreas", isto é, as que se referem à federação, ao voto direto, secreto, universal e periódico, à separação de poderes e aos
direitos e garantias individuais.
Tratado internacional sobre Direitos Humanos aprovado pelo órgão legislativo e executivo, em rito semelhante ao
de emenda à constituição
Lei complementar - A lei complementar à Constituição é por esta definida quanto às matérias. Requer maioria
absoluta de votos nas duas casas do Congresso para aprovação.
Lei ordinária - A lei ordinária diz respeito à organização do poder judiciário e do ministério público, à nacionalidade,
cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais, planos plurianuais e orçamentos e a todo o direito material e processual,
como os códigos civil, penal, tributário e respectivos processos.
Tratado internacional aprovado pelo órgão legislativo e executivo
Medida provisória - A medida provisória, editada pelo presidente da república, deve ser submetida ao Congresso;
não pode ser aprovada por decurso de prazo nem produz efeitos em caso de rejeição.
Lei delegada - A lei delegada é elaborada pelo presidente, a partir de delegação específica do Congresso, mas não
pode legislar sobre atos de competência do Congresso, de cada casa, individualmente, sobre matéria de lei complementar
nem sobre certas matérias de lei ordinária.
Decreto legislativo - O decreto legislativo é de competência exclusiva do Congresso Nacional, sem necessitar de
sanção presidencial. A resolução legislativa também é privativa do Congresso ou de cada casa isoladamente, por exemplo,
a suspensão de lei declarada inconstitucional.
Resolução - Ato legislativo de conteúdo concreto, de efeitos internos. É a forma que revestem determinadas
deliberações da Assembleia da República. As Resoluções não estão, em princípio, sujeitas a promulgação e também não
estão sujeitas a controlo preventivo da constitucionalidade, exceto as que aprovem acordos internacionais.
Decreto - No sistema jurídico brasileiro, os decretos são atos administrativos da competência dos chefes dos poderes
executivos (presidente, governadores e prefeitos).
Um decreto é usualmente usado pelo chefe do poder executivo para fazer nomeações e regulamentações de leis (como
para lhes dar cumprimento efetivo, por exemplo), entre outras coisas.
Decreto Lei - Um decreto-lei é um decreto emanado pelo poder executivo e não pelo poder legislativo que tem força
de lei. Os decretos-leis são normalmente uma ferramenta do chefe do poder executivo para dar imediata efetividade para
um desejo político da administração. O abuso na promulgação de decretos-leis é normalmente um indicador de problemas
no equilíbrio entre os poderes do Estado.
No Brasil, os decretos-leis tiveram um grande número de publicações durante o Estado Novo e a Ditadura Militar,
quando o poder executivo tinha um poder supremo sobre os demais poderes governamentais. Atualmente não é mais
possível a produção de um decreto-lei.
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Portaria - Documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca da
aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões,
punições, ou qualquer outra determinação de sua competência.
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I. emendas à Constituição; II. leis complementares; III. leis ordinárias; IV. leis delegadas; V. medidas provisórias; VI. decretos legislativos; VII. resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
Segundo entendimento do STF não há hierarquia entre Lei ordinária e Lei complementar.
Subseção II Da Emenda à Constituição
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I. de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II. do Presidente da República;
III. de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada
uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§1º. A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa
ou de estado de sítio.
§2º. A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§3º. A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem.
§4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I. a forma federativa de Estado;
II. o voto direto, secreto, universal e periódico;
III. a separação dos Poderes;
IV. os direitos e garantias individuais.
§5º. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
O processo legislativo de Emenda Constitucional é um exemplo de Processo Legislativo Especial. O procedimento
de uma emenda constitucional possui uma fase introdutória na qual, somente o Presidente da República, um terço no
mínimo dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e mais da metade das Assembleias Legislativas
das unidades da Federação, podem propor a realização de uma Emenda Constitucional.
O procedimento de uma emenda constitucional também possui uma fase constitutiva na qual haverá uma
deliberação parlamentar e uma deliberação executiva.
A deliberação parlamentar consiste num ato de discussão e votação realizado em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, para a aprovação de uma emenda constitucional. Ocorrerá a aprovação se, em ambas as Casas
do Congresso Nacional nos dois turnos realizados, o projeto de emenda constitucional receber três quintos dos votos dos
respectivos membros.
Na deliberação executiva não há a participação do Presidente da República, uma vez que o titular do poder
constituinte reformador é o Poder Legislativo.
Assim, o procedimento de uma emenda constitucional também apresenta uma fase complementar, devendo a
emenda constitucional ser promulgada pelas Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Já a competência
para a publicação da emenda constitucional é do Congresso Nacional.
FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO
✓ Fase Introdutória – Iniciativa.
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✓ Fase Constitutiva - Deliberação Parlamentar (pressuposto, discussão e aprovação) e Deliberação Executiva
(sanção/veto).
✓ Fase Complementar – Promulgação e Publicação.
1) Iniciativa: A primeira fase é a chamada iniciativa. É a faculdade que se atribui ao órgão ou autoridade administrativa de deflagrar o
processo legislativo.
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
✓ O STF pode apresentar um projeto de lei sobre regulação da atividade econômica? Não, há diferentes iniciativas.
Há a chamada Iniciativa Comum ou Concorrente (vários órgãos concorrem entre si para a apresentação de
projetos de lei sobre diversas matérias) e a chamada Iniciativa Privativa.
Possuem iniciativa concorrente:
✓ Membro ou Comissão da Câmara, do Senado ou do Congresso
✓ Presidente da República
✓ Cidadãos
As demais autoridades (STF, Tribunais, Procurador Geral da República,...) tem apenas a iniciativa privativa, que é
o poder exclusivamente deles de deflagrar o processo legislativo em determinadas matérias.
Remissão aos dispositivos que tratam dessas iniciativas privativas:
✓ Procurador Geral da República: art 128, §5º e 127, §2º
✓ Órgãos judiciais (art 93 e art 96, II)
Quanto à lei orgânica do MP (combinando o artigo 128, §5º e 61, §1º, II, d), pode ter iniciativa tanto o Procurador
Geral da República quanto o Presidente da República.
Há ainda a chamada Iniciativa Popular, dos cidadãos, disciplinada no art 61, §2º.
Art 61, § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
A iniciativa popular aplica-se às ECs e a outros processos legislativos? Não há previsão constitucional. A CF/88 só prevê para projetos de leis ordinárias e complementares. Mas José
Afonso da Silva considera possível, com vistas a estimular a ideia de democracia participativa; estimular uma maior
participação do cidadão no processo político.
A hipótese de iniciativa privativa mais rica é a do Presidente da República:
✓ Leis que fixem ou modifiquem os efetivos das forças armadas
✓ Leis que criam cargos ou aumentem remuneração de servidor publico do executivo (na ADIn 3394 e 2855 o STF
entendeu que nem todo projeto que implique em criação de despesa está sujeito à iniciativa privativa do chefe do
executivo; o que tem que se fazer é indicar a fonte de custeio).
A Sanção do Presidente não convalida o vício de iniciativa, pois o vício de inconstitucionalidade é
de ordem pública, e portanto insanável. O Presidente poderia até mesmo sancionar e entrar com uma ADIn
contra aquela mesma lei.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Na ADIn 2393 entendeu-se que o poder legislativo não pode assinar prazo para o poder executivo
apresentar projeto de lei de sua iniciativa privativa.
Na ADIn 250 o STF entendeu que as matérias de iniciativa privativa são corolários da separação de
poderes, pois elas visam a proteger a livre atuação dos órgãos do Estado no âmbito de determinadas esferas.
Acordos coletivos podem conceder aumento de remuneração a servidores públicos efetivos? Na
ADIn 554 o STF entendeu que não, pois implicaria em uma violação à iniciativa privativa do chefe do
executivo para apresentar o projeto de lei.
O artigo 165 diz que são de iniciativa do chefe do executivo as leis orçamentária (PPA, LDO e LOA).
Art 61, § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de
sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal
da administração dos Territórios; matéria tributária não está sujeita a iniciativa privativa do executivo;
essa alínea fala só dos territórios.
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria;
O STF entendeu na ADIn 2672 que concurso público não se insere nessa expressão “regime jurídico”. Logo,
projetos de lei sobre concursos públicos não estão sujeitos a iniciativa privativa do chefe do executivo. A
ADIn 1895 cita como exemplo de normas sobre regimes jurídicos: normas que tratam de jornada de trabalho,
distribuição de carga horária, lotação etc. Na ADIn 2867 o STF disse que regime jurídico “corresponde ao
conjunto de normas que disciplinam os diversos aspectos das relações estatutárias ou contratuais, mantidas
pelo Estado com seus agentes.
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para
a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art.
84, VI; essas matérias do artigo 84, VI podem ser tratadas por decreto, não precisam de lei (Ex: para
promover remanejamento de competências na administração pública sem a criação de cargos, órgãos ou
despesas; se criar, aí precisa de lei de iniciativa do executivo).
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade,
remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de
1998)
2) Deliberação e votação:
O artigo 64 caput diz qual é a casa iniciadora e qual é a casa revisora. A casa iniciadora só será o Senado se a iniciativa do
projeto de lei for de Senador ou de comissão do Senado.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
A casa iniciadora dará a última palavra sobre as emendas feitas pela casa revisora. O artigo 64 também disciplina o chamado
processo legislativo sumário, quando há uma solicitação de urgência.
§1º. O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Nesse procedimento, cada casa terá 45 dias para se manifestar (mais 10 para emendas), sob pena de trancamento de pauta.
O máximo que pode durar, em tese, é 100 dias.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a
proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais
deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 3º - A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez
dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
As comissões temáticas aqui emitirão parecer sobre o mérito do projeto de lei. Esse projeto de lei será, via de regra,
deliberado pelo plenário. No entanto, o artigo 58 autoriza que as comissões deliberem diretamente sobre determinados
projetos de lei, sem submissão ao plenário, sendo sempre cabível recurso de 1\10 dos membros da casa.
Art.58 §2º. às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I. discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo
se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
Há também as chamadas CCJs (Comissão de Constituição e Justiça), tanto na Câmara quanto no Senado.
Elas realizam um controle político e preventivo de constitucionalidade.
Se insere no poder de deliberar que os parlamentares tem o poder de apresentar emendas ao projeto de lei. Essas emendas
podem ter diferentes naturezas:
✓ Supressivas: retiram algo do projeto de lei.
✓ Aditivas: adicionam algo ao projeto de lei.
✓ Modificativas: impõe mudanças pontuais ao projeto de lei.
✓ Substitutivas: impõe mudanças substanciais ao projeto de lei.
✓ Aglutinativas: são a soma de várias emendas parlamentares individuais.
✓ De redação: emendas para correção de erros de grafia e sintaxe.
O artigo 63 diz que:
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, §
3º e § 4º;
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
A regra geral é de que em projetos de iniciativa privativa do chefe do executivo não são cabíveis emendas
parlamentares que impliquem em aumento de despesas. As exceções são as leis orçamentárias (art. 166), onde são sim
cabíveis emendas parlamentares que aumentem despesas. A exigência é que os parlamentares indiquem a correspondente
fonte de custeio.
Há também algumas vedações implícitas nos projetos de lei de iniciativa do executivo:
✓ A emenda não pode ser substitutiva, pois seria quase mudar um projeto de lei para o outro, o que burlaria a
iniciativa privativa.
✓ Necessária pertinência da emenda parlamentar com o objeto do projeto de lei.
Em relação à deliberação, existem 2 quóruns diferentes:
✓ - Quórum de instalação: é o quórum mínimo presente pra que a casa possa deliberar, que é de maioria absoluta.
✓ - Quórum de votação: é o quórum para a efetiva aprovação do projeto de lei. Na lei ordinária é o quórum de
maioria simples, e para as leis complementares é o quórum de maioria absoluta.
Para que um projeto de lei seja aprovado, ele precisa ser aprovado nas duas casas. Se ele é rejeitado integralmente
na casa iniciadora, será diretamente arquivado, aplicando-se o artigo 67. Ele só poderá ser reapresentado na mesma sessão
legislativa pela votação da maioria absoluta dos membros de uma das casas.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto,
na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas
do Congresso Nacional.
Com aprovação integral ou com modificações, o projeto será submetido à casa revisora. Se ela rejeitar integralmente,
o processo é arquivado e também se aplica a hipótese do artigo 67. Se for aprovado integralmente pela casa revisora, vai
para o Presidente da República para sanção ou veto. Se for aprovado com alterações substanciais, o projeto volta à casa
iniciadora, que vai deliberar apenas pela adoção ou não das emendas feitas pela casa revisora. Ela não poderá apresentar
novas emendas, mas apenas rejeitar ou aprovar as emendas da casa revisora.
3) Sanção ou Veto:
É uma prerrogativa do Presidente da República. É mais um mecanismo de freios e contrapesos. A sanção ou veto é
um controle externo pelo executivo do exercício da função legislativa. A sanção é a aquiescência do presidente, governador
ou prefeito em relação ao processo legislativo. A sanção pode ser expressa ou tácita. O silêncio no prazo de 15 dias implica
na sanção tácita. Não há veto tácito.
O veto é o oposto, é a discordância do chefe do executivo, que pode se dar basicamente por 2 motivos:
✓ Inconveniência ou falta de oportunidade do projeto de lei à concretização do interesse público -> VETO POLÍTICO
✓ Quando o presidente considera o projeto de lei inconstitucional -> VETO JURÍDICO
O veto jurídico é o instrumento de controle político e preventivo de constitucionalidade.
✓ É possível o controle do veto pelo poder judiciário? Tanto o veto político jurídico quanto o veto político são atos de natureza política, e portanto não são passíveis de
controle judicial. Eles revelam competências políticas, e portanto discricionárias, do presidente da república.
Portanto, são impassíveis de controle judicial. Isso foi decidido na ADPF nº 1, que foi proposta em face de um veto
imotivado do ex-prefeito do Rio de Janeiro.
✓ O veto é sempre expresso e é irretratável. Ainda que dentro do prazo de 15 dias, o Presidente não pode sancionar um projeto de lei que ele tenha vetado.
✓ O veto deve ser motivado por escrito, e é necessariamente supressivo. Ele só pode retirar coisas do projeto de lei, e nunca adicionar.
✓ O veto pode ser total ou parcial. Ele pode suprimir todo o projeto de lei ou incidir sobre parte dele.
O artigo 66, §2º diz que o veto, mesmo que parcial, tem que suprimir a integralidade do dispositivo. Ele não pode
suprimir uma expressão. É diferente do controle judicial de constitucionalidade, que pode suprimir palavras e
expressões.
Art. 66 § 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de
alínea.
✓ O veto também é relativo. Ele pode ser derrubado por parte do Congresso Nacional (artigo 66, §4º e seguintes).
Deve haver sessão conjunta no prazo de 30 dias, e votação secreta da maioria absoluta.
Art. 66 §4º. O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em
escrutínio secreto.
§5º. Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
§6º. Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no §4º, o veto será colocado na ordem do dia da
sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
4) Promulgação:
DIREITO CONSTITUCIONAL
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É uma espécie de atestado de que o processo legislativo foi cumprido, dando origem a uma nova lei.
Qual o momento do nascimento da lei? 2 teses: ✓ Majoritária: o nascimento da lei se dá com a sanção ou com a derrubada do veto. A promulgação teria uma
natureza meramente declaratória. Ela não constitui a lei, mas apenas reconhece que ela existe.
✓ Minoritária: somente com a promulgação (André Ramos Tavares).
A quem compete realizar a promulgação das leis? A princípio, cabe ao Presidente da República (artigo 66, §7º).Se ele não o fizer, a competência passará
subsidiariamente ao Presidente do Senado. Se esse não o fizer, passa-se ao Vice-Presidente.
Art.66 §7º. Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República,
nos casos dos §3º e §5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá
ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
5) Publicação:
É uma condição de eficácia da lei. A lei não pode produzir efeitos válidos perante terceiros se ela não for publicada.
Subseção III
Das Leis
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos,
na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§1º. São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I. fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II. disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de
sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal
da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a
organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios;
e) criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da administração pública.
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84,
VI (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade,
remuneração, reforma e transferência para a reserva.(Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de
1998)
§2º. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de
lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
A lei complementar é uma espécie normativa prevista no artigo 59 da Constituição Federal que apresenta um processo
legislativo próprio e é utilizada somente em matéria reservada. Assim, determinadas matérias exigem regulamento especial
diferente do previsto constitucionalmente.
A lei complementar difere da lei ordinária materialmente e formalmente. Dessa forma, somente poderá ser matéria de
lei complementar a matéria taxativamente prevista na Constituição Federal. No tocante à formalidade ressalta-se o processo
legislativo, mais especificamente na sua fase de votação, e o quórum de aprovação da lei complementar é de maioria
absoluta (metade mais um do número total de integrantes da Casa Legislativa). Logo, quase todo o processo legislativo da
lei complementar é idêntico ao ordinário, exceto o quórum de votação. A lei ordinária é aprovada pela maioria simples
(metade mais um dos presentes na sessão).
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§1º. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)
I. relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvado o previsto no art. 167, §3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
II. que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
III. reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
IV. já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§2º. Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos
arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)
§3º. As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§11 e 12 perderão eficácia, desde a edição,
se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do §7º, uma vez por
igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas
delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§4º. O prazo a que se refere o §3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se
durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
§5º. A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas
provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§6º. Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua
publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso
Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da
Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§7º. Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo
de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do
Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§8º. As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§9º. Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre
elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas
do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada
ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
§11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o §3º até sessenta dias após a rejeição ou perda
de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados
durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
§12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta
manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
Nos casos extraordinários de necessidade e urgência, o Governo poderá adotar, com única e exclusiva
responsabilidade, providências provisórias com força de lei, devendo apresentá-las imediatamente à Câmara dos Deputados,
para sua conversão em lei.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Todo o procedimento para aprovação da medida provisória está transcrito no artigo 62 da Constituição Federal. A
conversão da medida provisória em lei deverá ocorrer dentro de um prazo de 60 (sessenta) dias. O prazo de conversão da
medida provisória em lei terá início na data da edição da medida provisória.
Após a publicação da medida provisória no Diário Oficial da União, a Presidência do Congresso Nacional, ordenará
a publicação e a distribuição da avulsos da matéria além de, designar uma Comissão Mista para emitir um parecer sobre
ela. A comissão mista é composta por 12 (doze) Senadores e por 12 (doze) Deputados. Uma das funções da Comissão Mista
é emitir um parecer único sobre a matéria inserida na medida provisória ressaltando sua constitucionalidade, relevância e
urgência, seu mérito e sua adequação financeira e orçamentária. O parecer da Comissão Mista será encaminhado ao Plenário
da Câmara dos Deputados e, uma vez aprovado, a medida provisória será enviada ao Senado Federa, para discussão e
votação.
A Comissão Mista poderá aprovar totalmente uma medida provisória, aprovar parcialmente uma medida provisória,
alterar parcialmente a medida provisória ou rejeitar em sua totalidade a medida provisória. A votação da medida provisória
será feita separadamente em cada uma das Casas e será submetida ao Plenário das Casas do Congresso Nacional, iniciando-
se pela Câmara dos Deputados (artigos 62, § 8º e 64, caput, da Constituição Federal).
Antes do exame de mérito da medida provisória, o Plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional decidirá
preliminarmente e por maioria simples, se a medida provisória atende aos pressupostos constitucionais de relevância e
urgência e sobre sua inadequação financeira ou orçamentária da Medida Provisória (artigo 62, § 5º da Constituição Federal).
Caso a Câmara dos Deputados ou o Senado Federal decidam pelo não atendimento dos pressupostos constitucionais ou pela
inadequação financeira ou orçamentária da medida provisória, esta será arquivada.
Uma vez aprovada integralmente a medida provisória, será convertida em lei e será promulgada pelo Presidente do
Senado Federal remetendo ao Presidente da República que publicará a lei de conversão. Se por acaso a medida provisória
não for apreciada dentro de um prazo de 15 (quinze) dias, entrará em regime de urgência. Entende-se por regime de urgência
um prazo exíguo para que as Casas do Congresso Nacional apreciem o inteiro teor da medida provisória. Durante o regime
de urgência ficarão sobrestados todas as deliberações sobre projetos de leis ordinária a serem realizadas pela Casa
Legislativa que estiver analisando-as.
Nos termos do § 3º, do artigo 62 da Constituição Federal, o prazo de vigência de uma medida provisória será de 60
(sessenta) dias. Porém, nos termos do § 7º, do mesmo artigo 62 da Constituição Federal, o prazo poderá ser prorrogado uma
única vez, por igual período, se a votação não tiver sido encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
Uma medida provisória pode ser emendada, competindo ao Parlamento a ampliação ou restrição de conteúdo. A
apresentação da emenda deve ocorrer em até 6 (seis) dias após a data da publicação da medida provisória, e sua apresentação
será obrigatória na Comissão Mista. A emenda à medida provisória somente poderá versar sobre a matéria tratada na medida
provisória.
Uma vez aprovada a medida provisória com todas as suas alterações, será transformada em projeto de lei de conversão,
que será enviado ao Presidente da República pela Casa onde tiver sido concluída a votação, para que o chefe do Poder
Executivo sancione ou vete o projeto de lei de conversão. Se o Presidente da República sancionar o projeto de lei de
conversão ele mesmo promulgará e publicará a lei.
Se o Poder Legislativo rejeitar expressamente a medida provisória, esta perderá todos os seus efeitos retroativamente,
cabendo ao Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes, dentro de um prazo de 60 (sessenta) dias.
A reedição de uma medida provisória já rejeitada anteriormente por uma das Casas do Congresso Nacional, não é permitida
(§ 10, artigo 62, da Constituição Federal).
Caso o Congresso Nacional não aprecie em tempo hábil a medida provisória, este ato normativo perderá a sua eficácia,
desconstituindo-se, assim, todos os atos praticados durante a sua vigência. O Presidente da República não poderá retirar da
apreciação do Congresso Nacional uma medida provisória já editada e enviada. A edição de uma medida provisória paralisa
temporariamente a eficácia de lei que versava sobre a mesma matéria.
Tanto nas hipóteses de rejeição do projeto de conversão da medida provisória em lei, quanto no caso de ausência de
deliberação parlamentar dentro do prazo constitucional, haverá perda retroativa da eficácia jurídica da medida provisória.
Nesse caso o Congresso Nacional deverá disciplinar as relações jurídicas decorrentes da medida provisória através de um
decreto legislativo. A medida provisória continuará regendo as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante sua vigência.
Apesar do seu caráter de temporariedade, a medida provisória está sujeita ao controle de constitucionalidade. As
medidas provisórias podem ser editadas pelos Estados-membros e municípios, desde que haja previsão nas suas respectivas
constituições e leis orgânicas.
É possível a edição de medidas provisórias tratando sobre matéria ambiental, mas sempre
veiculando normas favoráveis ao meio ambiente. Normas que importem diminuição da proteção ao meio
ambiente equilibrado só podem ser editadas por meio de lei formal, com amplo debate parlamentar e
participação da sociedade civil e dos órgão e instituições de proteção ambiental, como forma de assegurar
o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Dessa forma, é inconstitucional a edição
de MP que importe em diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado, especialmente em se tratando
DIREITO CONSTITUCIONAL
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de diminuição ou supressão de unidades de conservação, com consequências potencialmente danosas e
graves ao ecossistema protegido. A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de
medida provisória, ainda que não conste expressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º,
da CF/88. STF. Plenário.ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).
Determinada medida provisória foi editada criando a possibilidade de que empresas
instalassem Centros Logísticos e Industriais Aduaneiros (CLIA), desde que autorizados pela Receita
Federal. Diversas empresas fizeram o requerimento pedindo a instalação desses Centros. Ocorre que, antes
que a Receita examinasse todos os pedidos, a MP foi rejeitada pelo Senado. O Congresso Nacional não
editou decreto legislativo disciplinando as situações ocorridas durante o período em que a MP vigorou (§
3º do art. 62 da CF/88). Diante disso, as empresas defendiam a tese de que os requerimentos formulados
deveriam ser apreciados pela Receita Federal com base no § 11 do art. 62: “§ 11. Não editado o decreto
legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória,
as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por
ela regidas.” O STF não concordou e afirmou que os pedidos formulados pelos interessados durante a
vigência da MP 320/2006 não foram sequer examinados. Logo, não se pode dizer que havia ato jurídico
perfeito. O simples fato de ter sido feito o requerimento não significa “relação jurídica constituída”, de sorte
que não se pode invocar o § 11 para justificar a aplicação da medida provisória rejeitada. O mero protocolo
do pedido não constitui uma “relação jurídica constituída” de que trata o § 11. STF. Plenário.ADPF 216/DF,
Rel. Min. Cámen Lúcia, julgado em 14/3/2018 (Info 894).
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:
I. nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, §3º e
§4º;
II. nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
§1º. O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua
iniciativa.
§2º. Se, no caso do §1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a
proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais
deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§3º. A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de
dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
§4º. Os prazos do §2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam
aos projetos de código.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão
e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da
República, que, aquiescendo, o sancionará.
§1º. Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou
contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da
data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os
motivos do veto.
§2º. O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§3º. Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.
§4º. O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.
§5º. Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
§6º. Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no §4º, o veto será colocado na ordem do dia da
sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§7º. Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos
casos dos §3º e §5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao
Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo
projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer
das Casas do Congresso Nacional.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
§1º. Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:
I. organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II. nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III. planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§2º. A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que
especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§3º. Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em
votação única, vedada qualquer emenda.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
A lei delegada é um ato normativo elaborado e praticado pelo Presidente da República, em razão de uma
autorização dada pelo Poder Legislativo. Trata-se de uma delegação da função legislativa modernamente aceita, desde que
com limitações. É um mecanismo necessário para possibilitar a eficiência do Estado e sua necessidade de maior agilidade
e celeridade. A lei delegada possui um processo legislativo especial. Dessa forma, as leis delegadas serão elaboradas pelo
Presidente da República que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
A lei delegada não poderá versar sobre atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, atos de competência
privativa da Câmara dos Deputados, atos de competência exclusiva do Senado Federal, matéria reservada à lei
complementar, legislação sobre Poder Judiciário, legislação sobre Ministério Público, nacionalidade, cidadania, direitos
individuais, direitos políticos, direitos eleitorais, planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
Uma vez encaminhada a solicitação ao Congresso Nacional, a mesma será submetida a votação pelas Casas do
Congresso Nacional, em sessão bicameral conjunta ou separada, e sendo aprovada por maioria simples, terá a forma de
uma resolução que especificará de forma obrigatória as regras sobre seu conteúdo e os termos de seu exercício. Nessa etapa
o Congresso Nacional poderá estabelecer as restrições que entenda como sendo necessárias.
Com o retorno da resolução às mãos do Presidente da República, este irá elaborar o texto normativo, promulgando-
o e determinando sua publicação. Caso a ratificação parlamentar não seja uma exigência, todo o processo legislativo se
esgotará no interior do Poder Executivo. Porém, o Congresso Nacional pode estabelecer na resolução que o projeto
elaborado pelo Presidente da República retorne ao Congresso Nacional para ser votado em sessão única, vedada a
apresentação de qualquer emenda.
Se o Congresso Nacional aprovar o projeto de lei em sua totalidade, o Presidente da República irá promulgar e
determinar a publicação, mas, se o Congresso Nacional rejeitar integralmente o projeto de lei, este será arquivado, somente
podendo ser reapresentado nos termos do artigo 67 da Constituição Federal.
Decreto legislativo
O decreto legislativo é uma espécie normativa destinada a veicular as matérias de competência exclusiva do
Congresso Nacional, todas elas elencadas e previstas nos artigos 49 e 62 da Constituição Federal. O processo legislativo de
um decreto legislativo deverá ser realizado mediante instrução, discussão e votação em ambas as Casas Legislativas. Se
forem aprovados, serão promulgados pelo Presidente do Senado Federal, na qualidade de Presidente do Congresso
Nacional, que determinará a sua publicação. A aprovação de tratados, acordos e atos internacionais é feita mediante decreto
legislativo. Assim sendo, o decreto legislativo é uma aprovação do Congresso Nacional ao tratado, acordo ou ato
internacional e, simultaneamente é uma autorização para o Presidente da República ratificar o tratado, acordo o ato
internacional, por meio da edição de um decreto presidencial.
Resolução A resolução é um ato praticado pelo Congresso Nacional destinado a regular matérias de competência do
Congresso Nacional, de competência privativa do Senado Federal ou de competência privativa da Câmara dos
Deputados. A resolução gera, em regra, efeitos internos, porém, há exceções nas quais os efeitos gerados são externos.
A resolução destina-se a regular matérias de administração interna, em regra. Não chega a ser lei, nem chega a ser ato
administrativo, é uma deliberação político-administrativa que observa o processo legislativo, porém não está sujeita a
sanção do Poder Executivo.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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01 – (CESPE/ESCRIVÃO/SDS-PE/2016) - A respeito do processo legislativo, julgue os itens a seguir.
I Dispositivo do Código Penal relativo ao inquérito policial não pode ser alterado por medida provisória.
II O procedimento de edição de lei complementar segue o modelo padrão do processo legislativo ordinário a única
diferença é o quórum para aprovação, que, para a lei complementar, será de maioria absoluta.
III Emenda constitucional pode alterar a CF para incluir, no ordenamento jurídico pátrio, a pena de caráter
perpétuo.
Assinale a opção correta.
a) Todos os itens estão certos.
b) Apenas o item I está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens I e II estão certos.
e) Apenas os itens II e III estão certos.
02 – ( ) - (CESPE/CNJ/2013) - Consoante à CF e aos direitos e garantias fundamentais dos cidadãos brasileiros, julgue
os itens seguintes. Serão considerados equivalentes às emendas constitucionais os tratados internacionais sobre direitos
humanos referendados em ambas as Casas do Congresso Nacional em dois turnos de votação e por um terço dos respectivos
membros.
03 – (FCC/TRT1/2013) - Suponha que lei federal tenha criado diversos cargos em comissão, para o exercício de
atribuições de chefe de unidade e de assessor, a serem preenchidos necessariamente por servidores de carreira. Essa
lei é
a) inconstitucional, uma vez que, de acordo com a Constituição Federal, cargos em comissão apenas podem ser
preenchidos por servidores que não sejam de carreira.
b) constitucional, uma vez que, de acordo com a Constituição Federal, os cargos em comissão deverão ser preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinando-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento.
c) constitucional, uma vez que, de acordo com a Constituição Federal, os cargos em comissão somente podem ser
preenchidos por servidores de carreira e devem destinar-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
d) constitucional, uma vez que a Constituição Federal estabelece os mesmos requisitos para o preenchimento dos cargos
em comissão e para o exercício das funções de confiança.
e) inconstitucional, uma vez que a Constituição Federal veda a criação de cargos em comissão, permitindo apenas as
funções de confiança exercidas por servidores ocupantes de cargos efetivos.
04 – (FCC/TRT1ª/2013) - Considere a hipótese de tramitarem perante as Casas do Congresso Nacional as seguintes
proposições legislativas:
I. Projeto de lei ordinária tendo por objeto o estabelecimento de normas gerais de licitação e contratação, em todas as
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
II. Projeto de lei complementar visando à organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito
Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes.
III. Projeto de lei complementar concedendo autorização para que os Estados legislem sobre questões específicas em
matéria de proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico.
IV. Projeto de lei complementar concedendo autorização para que os Estados legislem sobre questões específicas em
matéria de direito do trabalho.
Diante da repartição constitucional de competências entre os entes da Federação, deveria cessar a tramitação dos projetos
referidos em
a) I e II.
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b) II e III.
c) I e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
05 - (CESPE/TRT-10ª/2013) - Considerando, por mera hipótese, que um deputado federal apresentasse projeto de lei
ordinária dispondo sobre a organização da Defensoria Pública da União (DPU) e que tal proposição, depois de aprovada na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal, fosse encaminhada à sanção do presidente da República, julgue os itens que
se seguem. As leis que disponham sobre a organização da DPU são de iniciativa privativa do presidente da República, de
modo que o projeto de lei em questão seria inconstitucional por vício formal subjetivo.
06 – (FCC/TRF5ª/2012) - Medida provisória tendo por objeto a instituição de empréstimo compulsório para atender
a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, é submetida à apreciação do Congresso Nacional.
Comissão mista legislativa analisa e emite parecer favorável à conversão em lei da medida provisória, o que acontece
ao final de noventa dias contados de sua edição, após sua aprovação em separado pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal. Nessa hipótese,
a) a medida provisória perdeu eficácia, por não ter sido convertida em lei no prazo de sessenta dias a contar de sua edição,
caso em que o Congresso Nacional deveria ter editado decreto legislativo regulando as relações jurídicas dela decorrentes,
por expressa determinação constitucional.
b) o parecer da Comissão está equivocado, uma vez que a matéria em questão é reservada à lei complementar, de forma
que a edição da referida medida provisória e, por conseguinte, a lei de conversão respectiva são incompatíveis com a
Constituição da República.
c) a medida provisória não poderia versar sobre a instituição de tributo, matéria esta sujeita ao princípio da legalidade
estrita, mas a conversão em lei convalida o vício em questão, contando-se, a partir da publicação da lei, o prazo inerente ao
princípio da anterioridade tributária.
d) a apreciação da medida provisória deveria ter sido efetuada pelas Casas do Congresso Nacional em sessão conjunta, e
não separadamente, imediatamente após a emissão do parecer pela Comissão mista, tratando-se, contudo, de vício passível
de convalidação por sua conversão em lei.
e) a instituição do empréstimo compulsório deu-se em conformidade com os requisitos constitucionais pertinentes, mas
sua cobrança somente poderá ser efetuada no exercício financeiro seguinte ao da edição da medida provisória, desde que
sua conversão em lei tenha ocorrido até o último dia daquele em que foi editada.
07 – (FCC/TRF5ª/2012) - Considere as situações hipotéticas:
I. Proposta de um terço dos membros da Câmara dos Deputados.
II. Proposta de dois terços dos membros do Senado Federal.
III. Proposta de dois terços dos membros da Câmara dos Deputados.
IV. Proposta de um terço das Assembleias Legislativas das unidades da Federação.
V. Proposta do Presidente da República.
A Constituição Federal brasileira poderá ser emendada mediante as propostas indicadas APENAS em
a) I, II, III e V.
b) II, III e V.
c) I, II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) II, IV e V.
08 – (CESPE/DPE/ES/2012) - Em relação ao sistema de controle de constitucionalidade brasileiro, julgue os itens que se
seguem. Consoante a jurisprudência do STF, admite-se o controle judicial preventivo de constitucionalidade nos casos de
mandado de segurança impetrado por parlamentar, com a finalidade de impedir a tramitação de proposta de emenda
constitucional tendente a abolir cláusula pétrea.
09 – (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/2012) - De acordo com a Constituição da República, em caso de relevância e
urgência, o Presidente da República pode adotar medidas provisórias, com força de lei, sobre diversas matérias,
inclusive a respeito de
a) direito penal e direito processual penal.
b) direito penal e direito eleitoral.
c) direito tributário e direito civil.
d) direito civil e direito processual civil.
e) direitos políticos e nacionalidade.
10 – (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) - Julgue os itens seguintes, acerca do processo legislativo.10O
presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projeto de sua iniciativa. No caso de a Câmara dos
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Deputados e o Senado Federal não se manifestarem, cada qual, sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, será a
proposição incluída na ordem do dia, sobrestando-se toda e qualquer deliberação legislativa que esteja tramitando na
respectiva casa até que se encerre a votação do projeto em regime de urgência.
11 - (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) - Julgue os itens seguintes, acerca do processo legislativo.A CF
determina que a votação de medidas provisórias se inicie na Câmara dos Deputados, cabendo à comissão mista de deputados
e senadores examiná-las e sobre elas emitir parecer, antes que sejam apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada
uma das casas do Congresso Nacional.
12 – (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) - Julgue os itens seguintes, acerca do processo legislativo.12O exercício
da iniciativa popular de lei se dá pela apresentação, à mesa do Congresso Nacional, de projeto subscrito por, no mínimo,
1% do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por três décimos dos estados.
13 - (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) - Julgue os itens seguintes, acerca do processo legislativo. Se o
presidente da República vetar projeto de lei, o veto será apreciado em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, estando sua rejeição condicionada ao voto de dois terços dos deputados e senadores, em votação nominal.
14 - (FCC/MPE/AL/2012) - Sobre as leis delegadas, é correto afirmar que
a) não podem versar sobre nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais.
b) perderão a eficácia, desde a edição, se não forem aprovadas pelo Congresso Nacional no prazo de sessenta dias,
prorrogável uma única vez por igual período.
c) devem ser apreciadas em regime de urgência constitucional no prazo de cem dias.
d) podem ter como objeto matéria reservada à lei complementar.
e) possuem hierarquia inferior à lei ordinária no ordenamento jurídico.
15 - (FCC/TRT/JUIZ/2012) - Determinado projeto de lei ordinária, proposto pelo Presidente da República, é
dispensado, em razão de sua matéria, tanto pelo Regimento Interno da Câmara dos Deputados quanto do Senado
Federal, de ser votado pelo Plenário de cada Casa. Nenhum Deputado ou Senador impetrou recurso em face desta
dispensa prevista nos respectivos Regimentos Internos. À luz do que dispõe a Constituição Federal,
I. sua matéria, caso tenha a votação rejeitada em Comissão Temática do Senado Federal, após aprovação em
Comissão Temática da Câmara dos Deputados, poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
II. caso o Presidente da República solicite que o referido projeto seja votado em regime de urgência, a votação deverá
ser deslocada para o Plenário da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, devendo sua tramitação finalizar, nas
duas Casas do Congresso Nacional, no prazo máximo de cem dias.
III. pedido subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído, pelo menos, por cinco
Estados, poderá exigir o deslocamento da votação do projeto para o Plenário da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II, apenas.
e) II e III, apenas.
16 - ( ) - Sendo os direitos e garantias individuais cláusulas pétreas, estão proibidas as emendas à Constituição que
tenham por objeto esse tema.
17 - (CESPE/TRT8ª/2016) - Acerca do processo legislativo, assinale a opção correta de acordo com as disposições da
CF.
a) Há veto tático sempre que o presidente da República deixa de sancionar a lei no prazo constitucionalmente exigido após
sua aprovação.
b) É vedada a apresentação de emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa privativa do presidente da República.
c) Compete ao presidente da República o esclarecimento sobre em que consiste a contrariedade ao interesse público no
veto político a projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional.
d) A sanção e promulgação de projeto de lei de iniciativa privativa do presidente da República, mas apresentado por
parlamentar, sana o vício de iniciativa, por convalidação.
e) A aprovação, sem nenhuma emenda ou modificação, de projeto de lei apresentado pelo presidente da República dispensa
a sanção.
18 - ( ) - É pacífico, entre nós, que não existem limitações implícitas ao poder constituinte de reforma.
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19 - ( ) - Uma proposta de emenda à Constituição que tenda a abolir uma cláusula pétrea não pode sequer ser levada à
deliberação do Congresso Nacional.
20 - ( ) - As emendas à Constituição expressam meio típico de manifestação do poder constituinte originário.
21 - ( ) - A Constituição de 1988 contemplou ao Presidente da República a titularidade para promulgação das emendas
Constitucionais.
22 - ( ) - O poder de reforma ou de emenda é um poder ilimitado na sua atividade de constituinte de primeiro grau.
23 - ( ) - A reforma constitucional, no sistema constitucional brasileiro, não conhece limites materiais.
24- ( ) - Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os princípios gravados com cláusula pétrea devem ser
interpretados de forma tão estrita que a simples alteração de sua expressão literal, mediante emenda, pode significar uma
violação da Constituição.
25 - ( ) - Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, as cláusulas pétreas protegem direitos e garantias
individuais que não integram expressamente o capítulo relativo aos direitos individuais.
26 - ( ) - Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, as disposições constitucionais transitórias não são
modificáveis mediante emenda constitucional.
27 - ( ) - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal enfatiza que as disposições protegidas pelas cláusulas pétreas
não podem sofrer qualquer alteração.
28 - ( ) - Os direitos e garantias individuais protegidos por cláusula pétrea são somente aqueles elencados no catálogo
de direitos individuais.
29 - ( ) - Segundo entendimento pacífico do Supremo Tribunal Federal, qualquer alteração que afete os direitos
fundamentais configura lesão expressa à cláusula pétrea.
30 - ( ) - Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não só as normas constantes do catálogo de direitos
fundamentais, mas também outras normas consagradoras de direitos fundamentais constantes do Texto Constitucional
podem estar gravadas com a cláusula de imutabilidade.
31 – ( ) – (CESPE/IRB/DIPLOMATA/2017) - os projetos de lei de iniciativa do presidente da República, em particular
os que versem sobre questões orçamentárias, não podem receber emendas parlamentares que ensejem aumento de despesa
pública.
32 – ( ) – (QUADRIX/CFO-DF/2017) - Para o STF, o Poder Legislativo poderá emendar projeto de iniciativa privativa
do chefe do Poder Executivo, desde que não ocorra aumento de despesa, não havendo necessidade de que haja estreita
pertinência das emendas com o objeto do projeto encaminhado ao Legislativo.
33 – ( ) – (QUADRIX/SEDF/2017) - O princípio da irrepetibilidade é aplicável ao processo de edição de medidas
provisórias, já que é vedada a reedição de medida provisória na mesma sessão legislativa em que tenha sido rejeitada ou
perdido sua eficácia.
34 –(IBADE/PC-AP/AGENTE/2017) - Sobre o processo legislativo, assinale a alternativa correta.
a) O Congresso Nacional não pode sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem a esfera do poder
regulamentar ou os limites da delegação legislativa.
b) O veto será apreciado em sessão separada, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado
pelo voto da maioria simples dos deputados e senadores.
c) As leis complementares serão aprovadas por maioria simples ao passo que as leis ordinárias serão aprovadas por maioria
absoluta.
d) A CRFB/88 exige que a discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente do Supremo Tribunal Federal
tenha início no Senado Federal.
e) Projetos de lei enviados pelo Presidente da República à Câmara dos Deputados, podem ser alterados por meio de emendas
parlamentares, desde que não acarretem aumento de despesa e haja pertinência temática.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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35 –(IBADE/PC-AP/AUX. NECRÓPSIA/2017) -Sobre o processo legislativo, assinale a alternativa correta.
a) O Congresso Nacional não pode sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem a esfera do poder
regulamentar ou os limites da delegação legislativa.
b) As leis complementares serão aprovadas por maioria simples ao passo que as leis ordinárias serão aprovadas por maioria
absoluta.
c) A CRFB/88 exige que a discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente do Supremo Tribunal Federal
tenha início no Senado Federal.
d) Projetos de lei. enviados pelo Presidente da República à Câmara dos Deputados, podem ser alterados por meio de
emendas parlamentares, desde que não acarretem aumento de despesa e haja pertinência temática.
e) O veto será apreciado em sessão separada, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado
pelo voto da maioria simples dos deputados e senadores.
36 –(IBADE/PC-AP/ESCRIVÃO/2017) - Sobre o processo legislativo, assinale a alternativa correta.
O veto será apreciado em sessão separada, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo
voto da maioria simples dos deputados e senadores.
b)As leis complementares serão aprovadas por maioria simples ao passo que as leis ordinárias serão aprovadas por maioria
absoluta.
c) A CRFB/88 exige que a discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente do Supremo Tribunal Federal
tenha início no Senado Federal.
d) Projetos de lei. enviados pelo Presidente da República à Câmara dos Deputados, podem ser alterados por meio de
emendas parlamentares, desde que não acarretem aumento de despesa e haja pertinência temática.
e) O Congresso Nacional não pode sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem a esfera do poder
regulamentar ou os limites da delegação legislativa.
37 –(FCC/DPE-PR/2017) -Acerca da participação do Poder Executivo no Processo Legislativo,
a) a medida provisória tem prazo de vigência de sessenta dias, contado da data de sua publicação, o qual pode ser prorrogado
automaticamente por igual período caso sua votação não tenha sido finalizada nas duas casas legislativas. Superado o prazo
de prorrogação sem a conversão da medida provisória em lei, as relações jurídicas dela decorrentes serão disciplinadas por
decreto legislativo editado pelo Congresso Nacional.
b) o Congresso Nacional pode exercer dois tipos de controle da delegação legislativa: previamente à edição da lei, quando
haverá aprovação após análise de emendas parlamentares; e posteriormente, quando poderá sustar a lei se o Presidente da
República exorbitar os limites da delegação.
c) as emendas parlamentares, que são proposições apresentadas como acessórios a projetos e propostas, devem ser
apresentadas na fase constitutiva do processo legislativo, havendo retorno para a outra Casa quando ocorrer alteração
substancial no projeto de lei, devendo-se respeitar, apenas, a pertinência temática quando se tratar de projetos de iniciativa
do Poder Executivo.
d) segundo a jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal, o processo legislativo de lei de iniciativa exclusiva do
Presidente da República, inaugurado pelo Congresso Nacional, poderá ser aproveitado, caso haja sanção.
e) a promulgação é o ato pelo qual se atesta a existência da lei. O Chefe do Poder Executivo, por meio da promulgação,
ordena a aplicação e o cumprimento da lei, exceto nos casos onde houve rejeição do veto, quando a promulgação é tácita
pelo Congresso Nacional.
38 –(FCC/DPE-PR/2017) - Considerando os vícios no processo legislativo e a inconstitucionalidade decorrente, é
correto afirmar:
a) Embora haja vício formal, quando houver aprovação de lei orçamentária anual com redução unilateral da proposta
enviada pela Defensoria Pública em consonância com a Lei de Diretrizes Orçamentária, descabe a pronúncia de
inconstitucionalidade da norma pois se trata de lei de efeitos concretos.
b) Admite-se o controle judicial preventivo de constitucionalidade, quando parlamentar impetra Mandado de Segurança em
defesa de suas prerrogativas em decorrência de proposta de emenda à Constituição Federal ou projeto de lei, quando houver
vício de inconstitucionalidade formal e material, já que é direito líquido e certo do congressista impedir a tramitação de
projetos inconstitucionais.
c) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, é possível a iniciativa parlamentar de proposta de emenda à
Constituição Estadual que tenha por objeto a alteração do teto remuneratório naquela unidade da federação, tendo por
fundamento o princípio da simetria.
d) Não há inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa de proposta de emenda à Constituição Federal inaugurada
por parlamentar que estenda aos profissionais de saúde das Forças Armadas a possibilidade de cumulação de cargo, pois a
reserva de iniciativa do Chefe do Poder executivo em dispor sobre regime jurídico de servidores públicos não alcança a
emenda constitucional.
e) Haverá inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa sempre que for promulgada emenda à Constituição Federal
tratando da organização da Defensoria Pública, de iniciativa parlamentar, quando não houver participação desta instituição
na gênese do processo legislativo-constitucional.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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39 – (TRF2ª/JUIZ FEDERAL/2017) -Leia as assertivas c, ao final, marque a opção correta:
I) A utilização de Medida Provisória para fins de abertura de crédito extraordinário é medida excepcionalíssima,
somente admitida pela Constituição para fazer frente a despesas decorrentes de guerra ou comoção interna,
observadas as demais regras aplicáveis a tal espécie legislativa.
II) As Medidas Provisórias possuem força de lei e eficácia imediata desde a sua publicação. Após editadas, o
Presidente da República não pode meramente cancelá-las e, assim, retirá-las da apreciação do Poder Legislativo,
impedindo que este examine plena e integralmente seus efeitos, o que não impede que uma MP revogue outra ainda
não convertida em lei.
III) Embora ato normativo provisório, cuja finalidade é ser convertida em lei. a Medida Provisória pode ser objeto
de Ação Direta de inconstitucionalidade ou de Ação Declaratória de Constitucional idade, sendo certo que, se
convertida em lei, é imprescindível o aditamento da inicial, sob pena de extinção do processo de controle abstrato.
a) Apenas a assertiva I está correta.
b)Apenas a assertiva II está correta.
c) Apenas a assertiva III está correta.
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
e) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
40 – (TRF2ª/JUIZ FEDERAL/2017) - Quanto ao Legislativo no Brasil, marque a opção correta:
a) Salvo as hipóteses de votação de Emendas Constitucionais, as deliberações de cada uma das Casas do Congresso
Nacional e de suas respectivas Comissões devem ser tomadas pela maioria de votos, desde que presente a maioria de seus
membros.
b) As Propostas de Emendas à Constituição encaminhadas ao Congresso Nacional pelo Presidente da República devem ter
sua tramitação iniciada na Câmara dos Deputados, sob pena de incidir em inconstitucionalidade formal.
c) Às comissões parlamentares de inquérito regularmente criadas são asseguradas, preenchidos os pressupostos,
competências para realização de diligências, para requerimento de informações e para afastamento de sigilo fiscal,
telefônico e de correspondência dos investigados.
d) O instituto da iniciativa popular pode ser exercido pela apresentação ao Poder Legislativo Federal de projeto de lei
subscrito por não menos do que 2% (dois por cento) do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por dez dos Estados,
com não menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles.
e) A Constituição prevê como únicos legitimados para a proposição de Emendas à Constituição Federal o Presidente da
República, ao menos 1/3 (um terço) de Deputados Federais e ao menos 1/3 (um terço) de Senadores
01.D 02.E 03.B 04.B 05.C 06.B 07.A 08.C 09.C 10.E
11.C 12.E 13.E 14.A 15.B 16.E 17.C 18.E 19.C 20.E
21.E 22.E 23.E 24.E 25.C 26.E 27.E 28.E 29.E 30.C
31.E 32.E 33.C 34.E 35.D 36.D 37.A 38.D 39.D 40.C
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AULA 12 - PODER JUDICIÁRIO
A estrutura do Poder Judiciário no Brasil é um tanto complexa, pela quantidade de órgãos que a integram.
Ela baseia-se em dois eixos: primeiro, o Poder Judiciário divide-se em ramos. Cada ramo, por sua vez, tem seus
órgãos estruturados em níveis, conhecidos como graus de jurisdição, ou, mais comumente, instâncias.
No Brasil, há cinco ramos do Poder Judiciário, cuja área de atuação, em linhas gerais, é a seguinte:
✓ Justiça Estadual: é a mais ampla de todas, a que julga as causas mais frequentes na vida das pessoas e a
que possui órgãos na maior parte das cidades do país; cabe-lhe julgar todas as causas que não estejam
incluídas na competência de algum dos ramos abaixo indicados;
✓ Justiça Federal: julga as causas de interesse dos órgãos e entes da administração pública federal, as causas
movidas por país estrangeiro ou organização internacional, os crimes praticados contra a administração
pública federal (exceto aqueles contra sociedades de economia mista) e outros apontados no artigo 109
da Constituição e as causas que envolvam interesse de etnias indígenas;
✓ Justiça do Trabalho: julga as causas ligadas às relações de trabalho, inclusive às referentes ao direito de
greve e à indenização por dano moral ou patrimonial decorrente do trabalho, as ações relativas a sindicatos
e as ações por punição administrativa do Ministério do Trabalho; nem toda relação de trabalho é julgada na
Justiça do Trabalho, pois as causas relativas ao trabalho dos servidores públicos são julgadas na Justiça
Federal (servidores federais) ou na Estadual (servidores estaduais e municipais);
✓ Justiça Eleitoral: julga principalmente ações relativas ao processo eleitoral, inclusive as ações por crime
eleitoral; também realiza tarefas administrativas ligadas ao Direito Eleitoral, como o alistamento de
eleitores e a fiscalização de partidos políticos;
✓ Justiça Militar da União: julga apenas ações penais por crimes militares federais (os praticados contra as
Forças Armadas); existem também órgãos da Justiça Militar dentro da Justiça Estadual, que julgam crimes
militares estaduais e ações judiciais contra punições disciplinares militares a policiais militares e bombeiros
militares.
Cada um desses ramos, por sua vez, tem seus órgãos estruturados em diferentes níveis, que são as instâncias,
da seguinte forma:
Justiça Estadual: ✓ primeira instância: juízos de direito (varas), tribunais do júri, juizados especiais, auditorias militares
estaduais;
CNJ
DIREITO CONSTITUCIONAL
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✓ segunda instância: Tribunais de Justiça (em 26 Estados, mais um no Distrito Federal), Tribunais de
Justiça Militar (em apenas em três Estados: São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul), colégios
recursais (segunda instância dos juizados especiais);
✓ terceira instância: Superior Tribunal de Justiça;
Justiça Federal: ✓ primeira instância: juízos federais (varas federais), tribunais do júri federal, juízos de direito (os juízos
estaduais julgam processos federais, em alguns casos), juizados especiais federais;
✓ segunda instância: Tribunais Regionais Federais (existem cinco, com sede em Brasília, Rio de Janeiro,
São Paulo, Porto Alegre e Recife), turmas recursais federais (segunda instância dos juizados especiais
federais);
✓ terceira instância: Superior Tribunal de Justiça, Turma Nacional de Uniformização (funciona como
terceira instância, em alguns casos, para causas dos juizados especiais federais);
Justiça do Trabalho: ✓ primeira instância: varas do trabalho, juízos de direito (os juízes estaduais julgam causas trabalhistas,
em algumas situações, nos locais onde não haja vara do trabalho),
✓ segunda instância: Tribunais Regionais do Trabalho (existem 24 TRTs);
✓ terceira instância: Tribunal Superior do Trabalho;
Justiça Eleitoral: ✓ primeira instância: juízos eleitorais;
✓ segunda instância: Tribunais Regionais Eleitorais (existem 27 TREs, um em cada Estado, mais um no
Distrito Federal);
✓ terceira instância: Tribunal Superior Eleitoral;
Justiça Militar da União: ✓ primeira instância: auditorias militares;
✓ segunda instância: Superior Tribunal Militar.
Acima de todos esses órgãos, existe o Supremo Tribunal Federal, que funciona como última instância
para todos os ramos do Poder Judiciário, embora apenas processos extraordinários possam chegar até ele.
CAPÍTULO III DO PODER JUDICIÁRIO
Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
92, de 2016)
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
DIREITO CONSTITUCIONAL
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V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais
Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o
território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas
as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e
merecimento, atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva
entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não
houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de
produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em
cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo
pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além
do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou
decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de
magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em
curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de
magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco
por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os
subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a
diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem
exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o
disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do
tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse
público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
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VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância
atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos
quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo
as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno,
provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos
e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda
judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos
de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
O Quinto Constitucional
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público,
com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla
pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a
ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para
nomeação.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150,
II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de
magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
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IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem
vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da
respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto
no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores
que lhes forem imediatamente vinculados;
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça
propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos
juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos
juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e
Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público.
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para
a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas
de juízes de primeiro grau;
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal
e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
previstas na legislação.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça
Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços
afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites
estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
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§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados,
compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos
Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas
orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores
aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na
forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em
desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos
ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital
e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a
designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais
abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de
sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais
débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão
hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou
pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre
todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto
no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será
pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016)
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se
aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as
Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em
julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores
distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo
o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba
necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado,
constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento
até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao
Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda
determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente
para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária
DIREITO CONSTITUCIONAL
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do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar
ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade
e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor
pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de
enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação,
deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos
e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda
Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja
execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública
devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento,
informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins
nele previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa
devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo
ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores
de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua
natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e,
para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros
compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a
terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o
disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de
petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição
Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de
Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida
e forma e prazo de liquidação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos
de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os
diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão mensalmente, em
base anual, o comprometimento de suas respectivas receitas correntes líquidas com o
pagamento de precatórios e obrigações de pequeno valor. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016)
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o
somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições
e de serviços, de transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas
do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo segundo
mês imediatamente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as
duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por
determinação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos
servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistência social e as receitas
provenientes da compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em
precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média
do comprometimento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente
anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites
de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de
quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse financiamento
a vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante
dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor
deste precatório serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais
nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou
mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com
redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em
relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos
definidos na regulamentação editada pelo ente federado. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016)
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
COMENTÁRIOS
O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, e a ele compete, precipuamente, a
guarda da Constituição, conforme definido no art. 102 da Constituição Federal. O Supremo Tribunal Federal é
composto por onze Ministros, brasileiros natos (art. 12, § 3º, IV, da CF/88), escolhidos dentre cidadãos com
mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101 da CF/88), e
nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.O
Presidente do Supremo Tribunal Federal é também o Presidente do Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B,
inciso I, da CF/88, com a redação dada pela EC nº 61/2009).
O Tribunal indica três de seus Ministros para compor o Tribunal Superior Eleitoral (art. 119, I, a, da
CF/88). Entre suas principais atribuições está a de julgar a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo federal ou estadual, a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, a
arguição de descumprimento de preceito fundamental decorrente da própria Constituição e a extradição
solicitada por Estado estrangeiro.
Na área penal, destaca-se a competência para julgar, nas infrações penais comuns, o Presidente da
República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-
Geral da República, entre outros.
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre
cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber
jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
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a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a
ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros
do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado
e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52,
I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas
anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República,
das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o
Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre
uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o
paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do
Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a
delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais,
entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do
Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta
Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado
do parágrafo único em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e
à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine
a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de
norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá
o ato ou texto impugnado.
§ 4.º - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional,
aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na
forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e
a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
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COMENTÁRIOS :
▪ Conselho Nacional de Justiça (CNJ): o CNJ é o órgão de supervisão, controle e planejamento centrais de
todo o Poder Judiciário, com exceção do Supremo Tribunal Federal, que não está sujeito ao Conselho; a
função do CNJ é apenas administrativa e voltada aos órgãos judiciários, ou seja, o CNJ não julga processos
judiciais nem tem competência sobre os demais poderes e o Ministério Público;
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato
de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 61, de 2009)
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 61, de 2009)
II- um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III- um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo
tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV- um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal
Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V- um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VI- um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de
Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII- um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VIII- um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do
Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da
República; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI - um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da
República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas
ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 61, de 2009)
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao
Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras
atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato
DIREITO CONSTITUCIONAL
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cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III- receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de
registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência
disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e
determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla
defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV- representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de
abuso de autoridade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V-rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de
tribunais julgados há menos de um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por
unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem
do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da
abertura da sessão legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e
ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que
lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e
aos serviços judiciários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça,
competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou
órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao
Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Seção III DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo
Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e
cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre
desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio
Tribunal;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público
Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art.
94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
DIREITO CONSTITUCIONAL
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a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais
Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que
oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102,
I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou
entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou
entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os
casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for
denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória
a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um
lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe,
dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na
carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
Seção IV DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS
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E DOS JUÍZES FEDERAIS
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
I - os Tribunais Regionais Federais;
II - os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República
dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício,
por antiguidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais
e determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de
audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça
do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da
União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da
região;
c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz
federal;
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes
estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços
ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a
execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra
o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra
jurisdição;
DIREITO CONSTITUCIONAL
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VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da
Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em
que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados
ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado,
sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei
poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que
terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos
juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.
Seção V DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juizes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
§§ 1º a 3º - (Revogados pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros,
escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos,
de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após
aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 92, de 2016)
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura
da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho,
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção
na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a
supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de
primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito
vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a
reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas
por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal
Regional do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias
e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 24, de 1999)
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo
e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado
às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça
do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao
trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse
público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça
do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República
dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento,
alternadamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização
de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz
singular. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Seção VI DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
III - os Juízes Eleitorais;
IV - as Juntas Eleitorais.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros,
escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente
dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros
do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito
Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito
Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional
Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
desembargadores.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos
juízes de direito e das juntas eleitorais.
§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais,
no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão
inamovíveis.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no
mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que
contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de
segurança.
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou
estaduais;
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;
V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de
injunção.
Seção VII DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios,
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal,
sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército,
três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira,
e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público
da Justiça Militar.
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em
lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da
Justiça Militar.
Seção VIII DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos
nesta Constituição.
§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de
organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou
atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição
da legitimação para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça
Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de
Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça
Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente
DIREITO CONSTITUCIONAL
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decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os
crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os
demais crimes militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e
demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de
varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-
á presente no local do litígio.
01 - ( ) – (CESPE/FUNASA/2013) - No que se refere à advocacia pública consultiva, o papel das consultorias
jurídicas é assistir a autoridade assessorada no controle interno da legalidade administrativa dos atos.
02 – ( ) - CESPE/ANTAQ/2014 - Cabe exclusivamente ao presidente do STF, no âmbito da União,
encaminhar as propostas orçamentárias dos tribunais superiores ao Poder Executivo.
03 – ( ) – (CESPE/ANTT/2013) - O juiz de primeiro grau adquire a garantia da vitaliciedade a partir de sua
posse no cargo.
04 – ( ) – (CESPE/ANTT/2013) - O Conselho Nacional de Justiça é um órgão do Poder Judiciário.
05 – ( ) – (CESPE/DEPEN/2013) - Apesar de competir ao Conselho Nacional de Justiça o controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, o texto
constitucional não reconhece esse órgão como integrante do Poder Judiciário.
06 – ( ) - (CESPE/PC-DF/2013) – O juiz não poderá exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
07 – ( ) - (CESPE/PC-DF/2013) - O Conselho Nacional de Justiça será presidido pelo presidente do Supremo
Tribunal Federal, e, nas suas ausências e impedimentos, pelo vice-presidente desse tribunal.
08 – ( ) – (CESPE/CNJ/2013) - Os membros do Congresso Nacional e os governadores dos estados, quando
cometem infrações penais comuns, são processados e julgados, originariamente, pelo Supremo Tribunal
Federal.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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09 – ( ) – (CESPE/CNJ/2013) - É possível a cessão de precatórios, mas somente produzirá efeitos após
comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
10 – ( ) – (CESPE/MPU/2013) - Não poderá ser promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em
seu poder além do prazo legal.
11 – ( ) –(CESPE/MPU/2013) - O Conselho Nacional de Justiça, instituído como órgão do Poder Judiciário
pela Emenda Constitucional n.º 45/2004, compõe-se de quinze membros, com mandato de dois anos.
12 – ( ) – (CESPE/MPU/2013) - São órgãos do Poder Judiciário, entre outros, o Superior Tribunal de Justiça
e o Tribunal de Contas da União.
13 – (IBADE/PC-AC/ESCRIVÃO/2017) - Sobre o Poder Judiciário, assinale a alternativa correta.
a) A vitaliciedade, nos Tribunais, será adquirida após dois anos de efetivo exercício da atividade.
b) Os ministros do STF podem perder o cargo em condenação por crime de responsabilidade no Senado.
c) Compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar originariamente nos crimes comuns os Ministros
de Estado.
d) O Conselho Nacional de Justiça não é órgão do Poder Judiciário, pois exerce controle externo sobre ele.
e) O magistrado pode ser removido por interesse público, mediante decisão da maioria simples dos membros do
tribunal ao qual ele está alocado.
14 – (CESPE/PC-PE/ESCRIVÃO/2016) - Acerca do Poder Judiciário e das competências de seus órgãos,
assinale a opção correta.
a) Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos
contra civis.
b) A disputa sobre direitos indígenas será processada e julgada perante a justiça estadual.
c) Os crimes contra a organização do trabalho serão processados e julgados perante a justiça do trabalho.
d) Não é necessário que decisões administrativas dos tribunais do Poder Judiciário sejam motivadas.
e) Compete ao Conselho Nacional de Justiça apreciar, de ofício, a legalidade dos atos administrativos praticados
por servidores do Poder Judiciário.
15 – (IBADE/PC-AC/ESCRIVÃO/2017) - Os juízes gozam, entre outras, da seguinte garantia
constitucional:
a) estabilidade.
b) aposentadoria especial.
c) inamovibilidade.
d) moralidade.
e) auxílio moradia.
16 – (UEG/PC-GO/ESCRIVÃO/2013) - Em razão das características da atuação do Poder Judiciário, são-
lhe conferidas garantias institucionais e aos seus membros. Tais garantias são apontadas como
imprescindíveis ao exercício da democracia, à separação de poderes e ao respeito dos direitos
fundamentais. As garantias institucionais são as
a) que garantem a liberdade e a imparcialidade do juiz, compreendendo a irredutibilidade de subsídios.
b) conferidas ao poder judiciário para a sua independência, garantindo a inamovibilidade e a vitaliciedade dos
juízes.
c) que garantem a independência do poder judiciário, compreendendo a autonomia funcional, administrativa e
financeira.
d) conferidas aos magistrados, como vitaliciedade e inamovibilidade, para lhes assegurar a atividade judicante.
17 – (CESPE/PC-RN/ESCRIVÃO/2009) - A respeito do Poder Judiciário, assinale a opção correta à luz
da CF.
a) As decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, nas ações declaratórias de constitucionalidade,
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário, Poder
Legislativo e à administração pública direta e indireta, em todas as esferas.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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b) Compete ao STF julgar, em recurso extraordinário, as causas decididas em única instância, quando a decisão
recorrida julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
c) Compete ao STJ processar e julgar, originariamente, nos crimes comuns, os prefeitos municipais.
d) A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, que tem, entre outras funções, a de
regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira, funciona junto ao STF.
e) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três meses
do afastamento do cargo, por aposentadoria ou exoneração.
18 - (VUNESPE/TJ-SP/2017) - Assinale a alternativa que apresenta corretamente órgão(s) do Poder
Judiciário.
a) Conselho Nacional do Ministério Público.
b) Tribunais de Arbitragem.
c) Tribunais e Juízes Militares.
d) Juízes de Paz.
e) Tribunais de Contas dos Estados.
19 – ( ) – ( QUADRIX/CFO-DF/2017) - No que diz respeito ao Poder Judiciário, julgue o item subsequente.
Os pagamentos dos débitos das entidades de direito público devem ser feitos por meio de precatório, os quais
devem ser apresentados até 1.º de julho para inclusão no orçamento do exercício seguinte. O respectivo
pagamento deverá ocorrer até o final do mês de julho, com juros e correção monetária.
20– ( ) – ( QUADRIX/CFO-DF/2017) -No que diz respeito ao Poder Judiciário, julgue o item subsequente.
As decisões de mérito proferidas pelo STF produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante à Administração
Pública direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal.
01.C 02.E 03.E 04.C 05.E 06.C 07.C 08.E 09.C 10.C
11.C 12.E 13.B 14.A 15.C 16.C 17.B 18.C 19.E 20.E
AULA 13 - FUNÇÕES ESSENCIAIS DA JUSTIÇA
Para a garantia dos direitos fundamentais, como o direito à educação, é necessário que todas as pessoas
tenham a oportunidade de exigi-los. Por isso, a Constituição Federal prevê o direito de acesso à justiça, como
um os direitos fundamentais do cidadão.
A garantia dos direitos constitucionais não teria consequências práticas se não houvesse mecanismos
que permitissem acionar o Poder Judiciário no caso de violações.
Essas funções foram materializadas em determinados órgãos que foram criados meramente para o
desempenho das supramencionadas funções, uma inovação instituída a Carta Magna de 1988, que prevê em seu
Capítulo IV, artigos 127 a 135, as Funções Essenciais a Justiça. É o caso do Ministério Público, da Advocacia
Pública, da Defensoria Pública e da Advocacia Privada.
O legislador constituinte dedicou um capítulo específico dentro do Título IV da Constituição Federal do
Brasil, que versa sobre a organização dos Poderes, às funções que considera essenciais à Justiça Pública.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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A inovação organizou a Defensoria Pública, criou a Advocacia-Geral da União, reforçou a autonomia
do Ministério Público e atribuiu status privilegiado aos advogados.
SEÇÃO I DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,
observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos
e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a
política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e
funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro
do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para
fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo
com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.
COMENTÁRIOS :
Dentro do propósito de fortalecimento da instituição, a Constituição estabeleceu novos critérios para a
indicação do Procurador – Geral da República, Chefe do Ministério Público da União, que será nomeado pelo
Presidente da República dentre os integrantes da carreira, maiores de 35 anos, após a aprovação do nome pela
maioria absoluta do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução, sendo que sua
destituição, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização do Senado Federa,
por sua maioria absoluta. Dessa forma, evita-se a tutela presidencial sobre o Procurador-Geral da República, que
assim vê ampliada a sua independência.
A nomeação e destituição dos Procuradores-Gerais nos Estados, Distrito Federal e Territórios seguem
os parâmetros constitucionais adotados para o Procurador – Geral da república (artigo 128, §§ 3° e 4°), valendo
assinalar que a sua nomeação se faz mediante lista tríplice elaborada pela respectiva instituição.
O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos,
assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação,
(artigo 129, § 3° - (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004).
Em fim, de se notar que a distribuição de processos no Ministério Público será imediata, (artigo 129, §
5°).
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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§ 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,
nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco
anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal,
para mandato de dois anos, permitida a recondução.
§ 2º - A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da
República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão
lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu
Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois
anos, permitida uma recondução.
§ 4º - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser
destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
complementar respectiva.
§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos
respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de
cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão
colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros,
assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos
arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único,
V. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública
aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público
e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção
da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar
respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar
mencionada no artigo anterior;
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VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados
os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua
finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades
públicas.
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não
impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira,
que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da
instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de
provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se,
nas nomeações, a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as
disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada
uma de suas carreiras;
III três membros do Ministério Público dos Estados;
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior
Tribunal de Justiça;
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos
respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação
administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de
seus membros, cabendo lhe:
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir
atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a
legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da
União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos
Tribunais de Contas;
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público
da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência
disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla
defesa;
DIREITO CONSTITUCIONAL
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IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do
Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a
situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a
mensagem prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os
membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das
atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do
Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e
requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto
ao Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes
para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do
Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao
Conselho Nacional do Ministério Público.
COMENTÁRIOS :
A Constituição dispensa ao Ministério Público tratamento especial, instituindo princípios, ampliando
suas funções e fixando garantias tanto para a instituição como para seus membros.
O Ministério Público não chega a ser considerado um quarto poder do Estado, mas a Constituição o
coloca a salvo da intervenção de outros Poderes, assegurando aos seus membros independência no exercício de
suas funções. Com efeito, o Ministério Público é assim conceituado pela Constituição Federal de 1988: “Art.
127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe
a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.”
Assim, o Ministério Público não promove a defesa dos interesses dos governantes, de quem se acha
desvinculado, mas busca realização dos interesses da sociedade.
Seção II DA ADVOCACIA PÚBLICA
Alexandre de Morais conceitua a Advocacia Pública, como sendo:
(...) a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial ou
extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização, prevendo
o ingresso nas classes inicias das carreiras da instituição mediante concurso público – e funcionamento, as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de
órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos
da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de
consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre
nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de
notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo
far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe
à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira,
na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da
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Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a
consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após
três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios,
após relatório circunstanciado das corregedorias.
COMENTÁRIOS :
A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo
Presidente da República, entre cidadãos maiores de 35 anos, de notável saber jurídico reputação ilibada,
prevendo necessária relação de confiança entre representado (Presidente, como Chefe do Executivo Federal) e
representante, que justifique a livre escolha.
Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal exercerão a representação judicial e a consultoria
jurídica das respectivas unidades federadas e serão organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de
concurso público de provas e títulos, trazendo a Emenda Constitucional n. 19/98 a inovação de que a Ordem dos
Advogados do Brasil – OAB deve atuar em todas as fases do processo.
Aos procuradores é assegurada a estabilidade após o término de três anos de efetivo exercício do
cargo, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das
corregedorias.
A respeito da remuneração, aplica-se a Advocacia Pública, as normas remuneratórias previstas no
art. 39, § 4° e os teto e subteto previstos pelo inciso XI, do art. 37, com sua redação dada pela EC n. 41/03.
A Advocacia de Estado assume portanto o desafio de defender a execução das políticas públicas,
dentro dos primados do Estado Democrático de Direito, notabilizando-se como essencial à consecução da Justiça
– princípio fundante da República Federativa do Brasil (art.3º, inciso I, da CF/88).
SEÇÃO III DA ADVOCACIA
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável
por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
COMENTÁRIO:
Ao lado da magistratura e do Ministério Público, a Advocacia, enquanto instituição foi erigida pelo seu
profissional, o advogado, em elemento indispensável à administração da justiça. O advogado é um profissional
habilitado para o exercício do ius postulandi, ou seja, o direito de postular em juízo.
Walter Ceneviva exalta a importância jurídico-social do profissional da atividade advocatícia:
“...O advogado é o porta-voz da sociedade, perante a máquina do Estado. Ninguém pode requerer em
juízo a não ser através de advogado, salvo umas poucas exceções, como as da Justiça do Trabalho
(em que raramente o processo tem desenvolvimento sem a participação advocatícia), do habeas
corpus, e dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais...”.
Cabe aqui destacar, o princípio da inviolabilidade do advogado, prevista no art. 133, da Constituição
Federal, não sendo, porém de caráter absoluto. Ao contrário, ele só ampara em relação a seus atos e
manifestações no exercício da profissão, e assim mesmo, nos termos da lei, não se estendendo a pessoa do
profissional de forma individual.
Trata-se na verdade de uma proteção do cliente, que confia a ele documentos e confissões de esfera
íntima, de natureza conflitiva e, não raro, objeto de reivindicação e até de agressiva cobiça alheia, que precisam
ser resguardados e protegidos de maneira qualificada.
Conclui-se então, que a advocacia conquistou a majestade constitucional, com postura semelhante a do
magistrado e a do membro do Ministério Público e exerce função de caráter institucional. Ao advogado, coube
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a competência de representar judicial ou extrajudicialmente interesses de terceiros, seus constituintes, aqueles
que o constituem como defensor. Seu trabalho se destina tanto a preservar o patrimônio, quanto à liberdade.
SEÇÃO IV DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional
do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático,
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos
os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e
dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de
carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a
seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das
atribuições institucionais.
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na
lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal.
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso
II do art. 96 desta Constituição Federal.
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste
Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.
COMENTÁRIOS :
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 134, prevê ainda, a criação da Defensoria Pública,
como instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em
todos os graus e gratuitamente dos necessitados, impossibilitados de pagar honorários advocatícios.
O Congresso Nacional, através de Lei Complementar, possui a competência para organizar a
Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos territórios e de prescrever normas gerais para sua
organização nos Estados, em cargos de carreira providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas
e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia de inamovibilidade, sendo vedado o exercício da Advocacia
fora das atribuições institucionais.
De acordo com o art. 22 do ADCT, o texto constitucional assegurou, de forma excepcional e
taxativa, aos defensores públicos investidos na função até a data de instalação da Assembleia Nacional
Constituinte o direito de opção pela carreira, com observância das garantias e vedações previstas no art. 134,
parágrafo único, da Constituição. Seus membros portanto, podem ser caracterizados como “ advogados
públicos”.
A Emenda Constitucional n. 45/04 fortaleceu ainda mais o instituto das Defensorias Públicas
Estaduais, assegurando-lhes autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de suas proposta orçamentária
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
Com isso, perecebe-se que a Defensoria Pública é uma instituição pública cuja função é oferecer serviços
jurídicos gratuitos aos cidadãos que não possuem recursos financeiros para contratar advogados, atuando em
diversas áreas.
IMPORTANTE :
Percebe-se que o legislador constituinte procurou estabelecer a independência de atuação
e autonomia organizacional das funções essenciais ao Estado Democrático de Direito, com o
escopo de possibilitar sua ação independente na defesa da sociedade (nesse caso, o Ministério
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Público), do interesse e patrimônio público (em face, a Advocacia de Estado), dos direitos dos
hipossuficientes (Defensorias Públicas), e a Advocacia Privada, como elemento essencial a
administração da justiça, em defesa aos direitos e interesses da coletividade; sem o risco de
sofrer ingerências indevidas de qualquer um dos demais poderes constitucionalmente
estabelecidos.
01 – ( ) - (FCC/Analista/TRT 15ª/ADAPTADA) - A destituição do Procurador-Geral da República, por
iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Congresso
Nacional.
02 – ( ) - (FCC/Auxiliar/TJ-PA/ADAPTADA) - O Procurador-Geral da República deverá ter mais de trinta
e cinco anos de idade.
03 – ( ) - (FCC/Promotor/MPE-CE/ADAPTADA) - Não se mostra harmônico com a Constituição da
República preceito de Constituição estadual que prevê a escolha do Procurador-Geral do Estado apenas entre os
integrantes da carreira.
04 – ( ) - (FCC/Auxilia/TJ-PA/ADAPTADA) - O Procurador-Geral da República será escolhido dentre
integrantes da carreira do Ministério Público da União.
05 – ( ) - (FCC/Auxiliar/TJ-PA/ADAPTADA) - O Procurador-Geral da República será nomeado pelo
Presidente da Câmara dos Deputados.
06 – ( ) - (FCC/Auxiliar/TJ-PA/ADAPTADA) - O Procurador-Geral da República terá mandato de dois
anos, permitida a recondução.
07 – ( ) - (FCC/Secretário-MPE-RS/ ADAPTADA) - De acordo com a Constituição Federal brasileira, os
Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na
forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo,
para mandato de dois anos, vedada a recondução.
08 – ( ) - (FCC/Analista/TRF 5ª/ADAPTADA) - Os Procuradores-Gerais nos Estados poderão ser
destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.
09 - (ESAF/AFC/CGU) - Assinale a única opção incorreta relativa ao Ministério Público.
a) A Constituição Federal confere explicitamente apenas ao Ministério Público a incumbência de defender o
regime democrático.
b) O Ministério Público possui a faculdade de propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e
serviços auxiliares, a política remuneratória e os planos de carreira.
c) O Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios pode
ser destituído por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar
respectiva.
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d) O Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios é
nomeado pelo respectivo governador, que o escolhe de lista tríplice elaborada pelos integrantes da carreira.
e) Além das previstas na Constituição, o Ministério Público pode exercer outras funções que lhe forem
conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, mas lhe é vedada a representação judicial e a consultoria
jurídica de entidades públicas.
10 – ( ) - (FCC/ TJ-PA/ 2009) - Um quinto dos lugares dos Tribunais dos Estados será composto de membros
do Ministério Público, com mais de 10 anos de carreira, e de advogados, com mais de 10 anos de efetiva
atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
11 – ( ) - (CESPE/DPU/2015) - A DPU possui autonomia funcional e administrativa, bem como a prerrogativa
de iniciativa de sua proposta orçamentária, observados os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
12 – ( ) - (CESPE/DPU/2015) - A orientação jurídica e a defesa judicial e extrajudicial dos direitos individuais
e coletivos dos necessitados, função essencial em um Estado democrático de direito, é realizada, no Brasil, pela
DP.
13 – ( ) - (CESPE/DPE-PE/2015) - A autonomia funcional e administrativa conferida à DP não impede sua
vinculação à secretaria de justiça do estado ao qual pertença, caso exista tal previsão na respectiva lei
complementar estadual.
14 – ( ) - (CESPE/DPE-PE/2015) - Aos defensores públicos empossados após a promulgação da CF é
permitido o exercício da advocacia privada, desde que não conflitante com o exercício de suas atribuições
institucionais.
15 – ( ) - (CESPE/TCE-GO/2015) - O Ministério Público Eleitoral é parte integrante do Ministério Público
da União, tem estrutura própria e é composto por procuradores investidos no serviço público mediante aprovação
em concurso próprio para a respectiva carreira.
16 – ( ) - (CESPE/TCE-GO/2015) - Ao Conselho Nacional de Justiça cabe o controle da atuação jurídica,
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes e servidores
vinculados ao Poder Judiciário.
17 – ( ) - (CESPE/TCE-GO/2015) - Essencial à justiça, a defensoria pública é competente para a defesa dos
necessitados, não havendo, porém, óbice a que a legislação infraconstitucional amplie essa competência para
defesa de sujeitos não hipossuficientes.
18 – ( ) - (CESPE/TCE-GO/2015) - O princípio da independência funcional e, a fortiori, o princípio do
promotor natural protegem o membro do Ministério Público (MP) contra ato de superior que pretenda subtrair-
lhe competência fixada por critérios predeterminados abstratamente.
19 – (CESPE/TRF5ª/JUIZ FEDERAL) - Com relação a segurança pública, defesa do estado e das
instituições democráticas e funções essenciais à justiça, assinale a opção correta.
a) O decreto que instituir o estado de defesa pode indicar, como medida coercitiva, a busca e apreensão em
domicílio.
b) É constitucional, de acordo com entendimento do STF, norma estadual que atribua à defensoria pública
estadual a prestação de assistência judicial a servidores públicos processados pela prática de ato em razão do
exercício de suas funções.
c) É obrigatória a participação do Poder Legislativo estadual no procedimento de escolha e nomeação do
procurador-geral de justiça de estado-membro, assim como é obrigatória a participação do Senado Federal no
procedimento de escolha e nomeação do procurador-geral da República.
d) O advogado-geral da União será julgado, pelos crimes de responsabilidade, perante o STF.
e) O rol dos órgãos encarregados do exercício da segurança pública, previsto constitucionalmente, é taxativo e,
segundo o STF, os estados-membros e o DF devem observá-lo.
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20 – (NCE/MPE-RJ) -São princípios institucionais do Ministério Público:
a) a independência funcional, a indivisibilidade e a inamovibilidade;
b) a inamovibilidade, a vitaliciedade e a unidade;
c) a unidade, a independência funcional e a indivisibilidade;
d) a vitaliciedade, a independência funcional e a unidade;
e) a indivisibilidade, a oficialidade e a independência funcional.
21 – (FCC/TRE-PE/2011) - O Ministério Público da União tem por chefe o
a) Procurador-Geral da República, cuja destituição é de iniciativa do Presidente da República.
b) Advogado-Geral da União, nomeado pela Câmara dos Deputados.
c) Procurador-Geral da República, nomeado pelo Senado Federal.
d) Ministro da Justiça, nomeado pelo Presidente da República.
e) Ministro da Justiça, cuja destituição é de iniciativa do Senado Federal.
22 – (CESPE/TSE/ANALISTA) - O Ministério Público Eleitoral
a) é um órgão do Ministério Público da União.
b) é um órgão do Ministério Público Federal.
c) é um órgão do Ministério Público dos Estados.
d) não integra o rol dos órgãos do Ministério Público definido pela Constituição da República.
23– (FCC/MPE-MA/2013) - O Conselho Nacional do Ministério Público
a) será presidido pelo membro do Ministério Público da União com tempo maior de carreira, verificada a
antiguidade.
b) é composto por membros nomeados pelo Presidente da República após aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Congresso Nacional.
c) é composto por um número maior de membros do Ministério Público da União do que de membros do
Ministério Público dos Estados.
d) deverá zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, sendo vedada a expedição de
atos regulamentares, inclusive no âmbito de sua competência, mas poderá recomendar providências.
e) não possui em sua composição advogados, tratando-se de órgão administrativo exclusivo do Ministério
Público.
24 – (FCC/PGE-BA/2013) - São princípios institucionais do Ministério Público:
a) a vitaliciedade, a indivisibilidade e a autonomia funcional.
b) a pluralidade e a independência funcional.
c) a vitaliciedade, irredutibilidade de vencimentos e independência funcional.
d) a indivisibilidade, a irredutibilidade de vencimentos e a pluralidade.
e) a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
25 – (VUNESP/TJ-PA/2014) - O Ministério Público da União tem por chefe
a) o Procurador-Geral da Fazenda Nacional.
b) o Procurador-Geral da República.
c) o Presidente do Supremo Tribunal Federal.
d) o Presidente da República.
e) o Advogado-Geral da União.
26 – (VUNESP/MPE-ES/2013) - São princípios institucionais do Ministério Público a
a) unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
b) universalidade, a disponibilidade e a hierarquia funcional.
c) universalidade, a divisibilidade e a dependência ao Poder Judiciário.
d) unidade, a disponibilidade e a hierarquia ao Poder Executivo.
e) universalidade, a divisibilidade e a hierarquia ao Poder Legislativo
27 – (FCC/MPE-SE/2013) - São princípios institucionais do Ministério Público:
a) a vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos.
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b) a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
c) a autonomia funcional e administrativa e a prática de atos próprios de gestão.
d) o livre provimento dos cargos da carreira e dos serviços auxiliares e a autonomia financeira e orçamentária.
e) o zelo pelos direitos assegurados na Constituição, a promoção da ação civil pública e a representação judicial
dos incapazes.
28 – ( ) - (CESPE/TCE-RO/2013) - O Ministério Público abrange o Ministério Público da União, que
compreende o Ministério Público Federal, o Ministério Público Militar, o Ministério Público do Distrito Federal
e Territórios, mas não abrange o Ministério Público junto ao TCU nem o Ministério Público do Trabalho.
29 – ( ) - (CESPE/TRT/17ª) - O Ministério Público brasileiro é composto pelo Ministério Público Federal e
pelo Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal. O Ministério Público do Trabalho é um dos ramos do
Ministério Público Federal.
30 – ( ) - (CESPE/SERPRO) - O Ministério Público da União compreende o Ministério Público Federal, o
Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios.
01.E 02.C 03.E 04.C 05.E 06.C 07.E 08.C 09.D 10.C
11.C 12.C 13.E 14.E 15.E 16.E 17.E 18.C 19.E 20.C
21.A 22.D 23.C 24.E 25.B 26.A 27.B 28.E 29.E 30.C
AULA 14 - DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
CAPÍTULO I DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
Seção I DO ESTADO DE DEFESA
COMENTÁRIO
O estado de defesa pode ser decretado pelo Presidente da República, em locais restritos, por tempo
determinado, visando a preservação ou o restabelecimento da ordem pública ou da paz social ameaçadas por
grave ou iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidade de grandes proporções na natureza.
A decretação do estado de defesa depende da oitiva do Conselho da República e do Conselho de Defesa
Nacional; de decreto do Presidente da República, que determinará as áreas atingidas, bem como o tempo de
duração e as medidas coercitivas a serem adotadas; da submissão do decreto ao Conselho Nacional, que rejeitará
ou aprovará a decretação do estado de defesa por votação da maioria absoluta de seus membros, no prazo de dez
dias.
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais
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restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
§1º. O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará
as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a
vigorarem, dentre as seguintes:
I. restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II. ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública,
respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§2º. O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser
prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
§3º. Na vigência do estado de defesa:
I. a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este
comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso
requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
II. a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do
detido no momento de sua autuação;
III. a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando
autorizada pelo Poder Judiciário;
IV. é vedada a incomunicabilidade do preso.
§4º. Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de
vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que
decidirá por maioria absoluta.
§5º. Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no
prazo de cinco dias.
§6º. O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento,
devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
§7º. Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.
Estado de Defesa (previsto no art. 136 da Constituição brasileira), ou de Emergência (tratado
no art. 19 da Constituição portuguesa), é a espécie mais branda do estado de exceção. Pode ser
decretado para garantir em locais restritos e determinados a ordem pública ou a paz social,
ameaçadas por grave e eminente instabilidade institucional ou calamidades naturais de grandes
proporções.
No Brasil, o Estado de Defesa - cujo nome é criticado por não ser "Estado de
Emergência", apenas para evitar vinculação com regimes ditatoriais - é decretado pelo Presidente
da República, que deverá submeter o decreto à apreciação do Congresso Nacional, que o fará em
até 24 horas. Sendo medida temporária, vigerá tão somente por até 30 dias, permitida prorrogação
por até igual período.
Seção II DO ESTADO DE SÍTIO
COMENTÁRIO
Estado de sítio Medida extrema, que, no Brasil, pode ser decretada nos seguintes casos:
✓ Comoção grave de repercussão nacional;
DIREITO CONSTITUCIONAL
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✓ Ineficácia de estado de defesa decretado anteriormente;
✓ Declaração de estado de guerra;
✓ Resposta a agressão armada estrangeira.
O estado de sítio é uma medida que possui duração de até 30 dias, podendo ser prorrogada por igual período
em caso de persistência das razões de excepcionalidade. Note-se que, de acordo com o art. 137, iniciso I –
“comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada
durante o estado de defesa;" a cada 30 dias poderá haver sucessivas renovações do decreto de sítio.
Outra situação de manutenção sucessiva é no caso do país envolver-se em guerra formalmente declarada,
quando tal estado de exceção pode ser mantido indefinidamente, enquanto se fizer necessário e desde que
perdure o conflito bélico.
No Brasil, somente por decreto do Presidente da República pode ser instituído o estado de sítio ou
prorrogado a cada vez (art. 138, §1º), após este receber autorização formal do Congresso Nacional (art. 137,CF),
após ser consultado o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional — que oferecerão parecer não-
vinculativo.
Podemos sintetizar tudo seguindo o esquema abaixo:
Estado de defesa (30 dias, por decreto, informando a medida ao Congresso Nacional) → renovação do
estado de defesa (por mais 30 dias) → estado de sítio (30 dias/1ª vez, após receber autorização do Congresso
Nacional) → renovação do estado de sítio (a cada 30 dias, por decreto presidencial, no caso do inciso I do art.
137 ou poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira; necessário
ter, em cada vez, autorização do Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta)
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos
casos de:
I. comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de
medida tomada durante o estado de defesa;
II. declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de
sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso
Nacional decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua
execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente
da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.
§1º. O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias,
nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o
tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
§2º. Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o
Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional
para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
§3º. O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas
coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão
ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I. obrigação de permanência em localidade determinada;
II. detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
III. restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à
prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV. suspensão da liberdade de reunião;
V. busca e apreensão em domicílio;
VI. intervenção nas empresas de serviços públicos;
DIREITO CONSTITUCIONAL
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VII. requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de
parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
Seção III DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão
composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas
referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem
prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas
em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso
Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos
atingidos e indicação das restrições aplicadas.
CAPÍTULO II DAS FORÇAS ARMADAS
COMENTÁRIOS
Forças Armadas do Brasil, constituídas pelo Exército (incluindo a Aviação do Exército), pela Marinha
(incluindo osCorpo de Fuzileiros Navais e a Aviação Naval) e pela Força Aérea, são instituições nacionais
permanentes e regulares, e têm como missão constitucional, zelar pela defesa da Pátria, a garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa destes, da lei e da ordem. As polícias militares e os corpos de bombeiros militares
estaduais e distritais são descritos como forças reservas e auxiliares constitucionais do Exército Brasileiro. [3]
As Forças Armadas são forças federais subordinadas ao Ministério da Defesa.
As Forças Armadas do Brasil são a segunda maior força militar das Américas, a maior da América Latina
e também umas das dez forças armadas mais bem preparadas do mundo, com 327 710 tropas na ativa. Em 1994,
tropas brasileiras juntaram-se às forças de manutenção da paz das Nações Unidas (ONU) em cinco países.
Principais características militares:
✓ Hierarquia e disciplina
✓ Utilização de Uniformes
✓ Vedado direito à greve ou sindicalização
✓ Não cabe habeas Corpus para transgressões e crimes militares • Vedado à filiação em partido
político quando na ativa
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica,
são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria,
à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 1º - Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no
preparo e no emprego das Forças Armadas.
§ 2º - Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além
das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo
Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados,
DIREITO CONSTITUCIONAL
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sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos
uniformes das Forças Armadas;
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente,
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva,
nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função
pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá,
enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de
serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de
afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 77, de 2014)
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele
incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal
especial, em tempo de guerra;
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior
a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso
anterior;
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV,
e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade
militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c"; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de
2014)
IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003)
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e
outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a
remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as
peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos
internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em
tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o
decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades
de caráter essencialmente militar.
§ 2º - As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de
paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.
CAPÍTULO III DA SEGURANÇA PÚBLICA
COMENTÁRIOS
A atividade policial tem sido comumente classificada conforme o momento de atuação. Quando a atuação
se estabelece antes do evento danoso, diz-se uma polícia preventiva, se atua após, diz-se uma polícia repressiva.
Desta forma, a polícia preventiva é classificada como “polícia administrativa” e a polícia repressiva e
classificada como “polícia judiciária”.
CRETELLA JUNIOR (1968) nos ensina que a polícia administrativa poderia ser dividida conforme os
vários ramos de atividade da administração e a polícia de segurança é um destes ramos que tem por objeto a
proteção dos direitos individuais. Numa primeira divisão, ter-se-ia um ramo geral e um especial. A polícia
administrativa geral cuidaria, com fins preventivos, de atuar desvinculada de outras atividades do serviço público
e seu objeto seria a segurança e tranquilidade públicas. A polícia administrativa especial seria intrínseca a
serviços públicos específicos, seria um acessório destes serviços.
HELY L. MEIRELLES (2006), além de admitir esta classificação, faz uma relação direta da polícia
administrativa especial a "setores específicos da atividade humana que afetem o interesse coletivo, tais como a
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construção, a indústria de alimentos, o comércio de medicamentos, o uso das águas, a exploração das florestas
e das minas, para os quais há restrições próprias e regime jurídico peculiar".
Logo, percebamos que há uma polícia administrativa geral, que cuida da segurança pública e uma polícia
administrativa especial, que cuida de serviços públicos específicos.
MOREIRA NETO (2005) afirma ainda que a polícia administrativa incide nas atividades das pessoas, na
liberdade e nos direitos fundamentais, já a polícia judiciária incide nas pessoas, no seu direito de ir e vir, e é
voltada à repressão da conduta típica. Afirma ainda, ser a polícia judiciária uma espécie do gênero polícia que
se encontra destacada da polícia administrativa.
HELY L. MEIRELLES (2006), em entendimento semelhante, afirma que a polícia administrativa atua
sobre bens, direitos e atividades, já a polícia de segurança, e também a polícia judiciária se exerce sobre as
pessoas.
Desta forma, podemos entender a divisão das funções do exercício do poder de polícia do Estado da
seguinte maneira: em polícia administrativa específica, como instrumento acessório dos vários ramos das
atividades da administração pública, e em polícia de segurança, como um ramo geral da função de polícia
administrativa e polícia judiciária, voltada para a segurança das pessoas, individual ou indiscriminadamente.
O Constitucionalista PEDRO LENZA (2009), vai mais além e coloca a polícia de segurança como gênero
das espécies polícia administrativa, ostensiva ou preventiva, e, polícia judiciária ou investigativa. Percebamos,
que nesta classificação, a espécie polícia administrativa, é aquela geral, voltada à segurança pública e exercida
pelos órgãos policiais com este atributo.
Note-se que algumas ambiguidades existem. Ora a polícia administrativa é espécie do gênero polícia, ora é
gênero de várias espécies. No entanto há de se concluir que polícia administrativa, polícia de segurança e polícia
judiciária, são todas espécies do gênero polícia.
Vários doutrinadores têm uma linha de raciocínio diferente para se diferenciar poder de polícia
administrativa do poder de polícia judiciária. Vejamos o pensamento de alguns deles:
A linha de diferenciação está na ocorrência ou não de ilícito penal. Com efeito, quando atua na área do
ilícito puramente administrativo (preventiva ou repressivamente), a polícia é administrativa. Quando o ilícito
penal é praticado, é a policia judiciária que age (LAZZARINI, RJTJ-SP, v.98:20-25, apud DI PIETRO, 2002,
P. 112).
O que efetivamente aparta Polícia Administrativa de Polícia Judiciária é que a primeira se predispõe
unicamente a impedir ou paralisar atividades anti-sociais enquanto a segunda se pré-ordena a responsabilização
dos violadores da ordem jurídica (MELO, 1999. P. 359).
Diferenciam-se ainda ambas as polícias pelo fato de que o ato fundado na polícia administrativa exaure-se
nele mesmo. Dada uma injunção, ou emanada uma autorização, encontra-se justificados os respectivos atos, não
precisando ir buscar o seu fundamento em nenhum ato futuro. A polícia judiciária busca seu assento em razões
estranhas ao próprio ato que pratica. A perquirição de um dado acontecimento só se justifica pela intenção de
futuramente submetê-lo ao Poder Judiciário. Desaparecida esta circunstância, esvazia-se igualmente a
competência para a prática do ato (BASTOS, 2000, p. 153).
A polícia administrativa ou poder de polícia é inerente e se difunde por toda a Administração; a polícia
judiciária concentra-se em determinados órgãos, por exemplo, Secretaria Estadual de Segurança Pública, em
cuja estrutura se insere, de regra, a polícia civil e a polícia militar (MEIRELLES, 1994, p.115).
A polícia administrativa ou poder de polícia restringe o exercício de atividades licitas, reconhecidas pelo
ordenamento como direitos dos particulares, isolados ou em grupo. Diversamente, a polícia judiciária visa a
impedir o exercício de atividades ilícitas, vedadas pelo ordenamento; a polícia judiciária auxilia o Estado e o
Poder Judiciário na prevenção e repressão de delitos (MEDAUAR, 2000, p.392).
Observamos que não se pode diferenciar o poder de polícia administrativa do poder de polícia judiciária,
somente pelo caráter preventivo da primeira e pelo caráter repressivo da segunda, pois tanto a polícia
administrativa como a polícia judiciária, possui características do caráter preventivo e repressivo, mesmo que
de forma implícita.
A melhor maneira de diferenciar o poder de polícia administrativa do poder de polícia judiciária seria
analisar se houve o ilícito penal (a polícia responsável é a judiciária), ou se a ação fere somente questões
administrativas que buscam o bem coletivo (a polícia responsável é a administrativa).
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:
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I. polícia federal;
II. polícia rodoviária federal;
III. polícia ferroviária federal;
IV. polícias civis;
V. polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§1º. A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
I. apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão
uniforme, segundo se dispuser em lei;
II. prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas
de competência;
III. exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV. exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§2º. A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§3º. A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§4º. às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada
a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto
as militares.
§5º. às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos
corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.
§6º. As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do
Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios.
§7º. A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§8º. Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus
bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§9º. A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste
artigo será fixada na forma do §4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82,
de 2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades
previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos
órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma
da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
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01 – (FCC/PC-AP/DELEGADO/2017) - Lei municipal atribuiu à Guarda Municipal as funções de Polícia
Judiciária e a apuração de infrações penais, com exceção das militares e daquelas sujeitas à competência
da União. Contra a referida lei foi ajuizada ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de
Justiça do Estado, que foi julgada procedente, por maioria absoluta dos membros do Tribunal, sob o
fundamento de que a Constituição Federal atribui à polícia civil dos Estados as funções disciplinadas na
lei municipal. Nessa situação, a lei municipal I. não poderia ter sido declarada inconstitucional com fundamento em norma da Constituição Federal,
uma vez que ao Tribunal de Justiça compete exercer o controle de constitucionalidade apenas em face da
Constituição do Estado.
II. não poderia ter sido declarada inconstitucional, uma vez que não foi atingido o quórum de 2/3 dos
membros do Tribunal, quórum esse também exigido para a aprovação de súmulas vinculantes pelo
Supremo Tribunal Federal.
III. é incompatível com a Constituição Federal por violar competência atribuída à polícia civil do Estado.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I, apenas.
02 – (FCC/PC-AP/DELEGADO/2017) - Ao disciplinar a Defesa do Estado e das Instituições Democráticas,
a Constituição Federal prescreve que
a) o estado de sítio e o estado de defesa podem ser decretados pelo Presidente da República, desde que
previamente autorizados pelo Congresso Nacional, por maioria absoluta dos membros de cada Casa Legislativa.
b) o estado de sítio pode ser decretado para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
c) o decreto que instituir o estado de defesa deve, dentre outros requisitos, especificar as medidas coercitivas
que vigorarão no período de sua vigência, dentre as quais são admissíveis restrições aos direitos de sigilo de
correspondência, de sigilo de comunicação telegráfica e telefônica e de reunião.
d) o estado de sítio é uma limitação circunstancial ao poder constituinte reformador, uma vez que a Constituição
Federal não pode ser emendada durante sua vigência, ao contrário do estado de defesa, que não impede a
aprovação de emendas constitucionais no período.
e) o decreto que instituir o estado de sítio deve indicar as garantias constitucionais que ficarão suspensas no
período de sua vigência, sendo vedado, contudo, o estabelecimento de restrições relativas à liberdade de
imprensa, radiodifusão e televisão.
03 – (FCC/PC-AP/DELEGADO/2017) - Considere as seguintes atividades:
I. Policiamento ostensivo e preservação da ordem pública.
II. Apuração de crime de furto de equipamentos de propriedade da União.
III. Proteção de esculturas instaladas em parques municipais.
IV. Prevenção à prática de crimes de contrabando e descaminho.
De acordo com a Constituição Federal, essas atividades são atribuições das
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a) I − polícia militar; II − polícia federal; III − polícia militar; IV − polícia civil.
b) I − guarda municipal; II − polícia federal; III − guarda municipal; IV − polícia militar.
c) I − polícia federal; II − polícia civil; III − polícia militar; IV − polícia militar.
d) I − polícia militar; II − polícia federal; III − guarda municipal; IV − polícia federal.
e) I − polícia militar; II − polícia federal; III − polícia civil; IV − polícia federal.
04 – (IDECAN/SEJUC/AGENTE PENITENCIÁRIO-RN/2017) - A respeito da temática dos direitos e
garantias fundamentais, analise as afirmativas a seguir.
I. O habeas corpus pode ser formulado sem advogado, não tendo de obedecer a formalidades processuais
ou instrumentais, sendo, por força do Art. 5.º, LXXVII, da Constituição Federal, gratuita.
II. A segurança pública é não apenas dever do Estado, como também direito e responsabilidade de todos,
sendo exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
III. A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
05 – (IESES/TJ-RO/2017) - A segurança pública, constitucionalmente no Estado de Rondônia, é exercida
para preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos, EXCETO:
a) Polícia Militar.
b) Forças Armadas.
c) Corpo de Bombeiros Militar.
d) Polícia Civil.
06 – (IBADE/PC-AC/AGENTE/2017) - Acerca das disposições constitucionais sobre segurança pública,
assinale a alternativa correta.
a) O STF definiu o rol do artigo 144, CRFB/88 como exemplificativo, de modo que é permitida, aos Estados, a
instituição de polícias penitenciárias ou outros modelos de policiamento desde que, em Constituição Estadual.
b) É proibida a instituição, pela União, de órgãos com propósito de coordenar as políticas de segurança e de
integrá-las com outras ações do governo, de modo que se contesta a instituição da secretária nacional antidrogas.
c) As leis sobre segurança nos três planos federativos de governo devem estar em conformidade com a CRFB/88,
assim como as respectivas estruturas administrativas e as próprias ações concretas das autoridades policiais.
d) A polícia marítima é exercida pela Policia Rodoviária Federal e tem atuação em portos prestando-se, ao
controle da entrada e da saída de pessoas e bens do país.
e) As polícias militares são forças auxiliares e reservas do exército, embora subordinadas aos governadores de
Estado, e têm como atribuição constitucional, entre outras, a lavratura de termos circunstanciados e, nos crimes
militares, a investigação policial.
07– (IBADE/PC-AC/AUX. NECRÓPSIA/2017) - Acerca das disposições constitucionais sobre segurança
pública, assinale a alternativa correta.
a) As leis sobre segurança nos três planos federativos de governo devem estar em conformidade com a CRFB/88,
assim como as respectivas estruturas administrativas e as próprias ações concretas das autoridades policiais.
b) É proibida a instituição, pela União, de órgãos com propósito de coordenar as políticas de segurança e de
integrá-las com outras ações do governo, de modo que se contesta a instituição da secretária nacional antidrogas.
c) A polícia marítima é exercida pela Policia Rodoviária Federal e tem atuação em portos prestando-se, ao
controle da entrada e da saída de pessoas e bens do país.
d) O STF definiu o rol do artigo 144, CRFB/88 como exemplificativo, de modo que é permitida, aos Estados, a
instituição de polícias penitenciárias ou outros modelos de policiamento desde que, em Constituição Estadual.
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e) As polícias militares são forças auxiliares e reservas do exército, embora subordinadas aos governadores de
Estado, e têm como atribuição constitucional, entre outras, a lavratura de termos circunstanciados e, nos crimes
militares, a investigação policial.
08 – (IBADE/PC-AC/ESCRIVÃO/2017) - Acerca das disposições constitucionais sobre segurança pública,
assinale a alternativa correta.
a) A polícia marítima é exercida pela Policia Rodoviária Federal e tem atuação em portos prestando-se, ao
controle da entrada e da saída de pessoas e bens do país.
b) As polícias militares são forças auxiliares e reservas do exército, embora subordinadas aos governadores de
Estado, e têm como atribuição constitucional, entre outras, a lavratura de termos circunstanciados e, nos crimes
militares, a investigação policial.
c) É proibida a instituição, pele União, de órgãos com propósito de coordenar as políticas de segurança e de
integrá-las com outras ações do governo, de modo que se contesta a instituição da secretária nacional antidrogas.
d) As leis sobre segurança nos três planos federativos de governo devem estar em conformidade com a CRFB/88,
assim como as respectivas estruturas administrativas e as próprias ações concretas das autoridades policiais.
e) O STF definiu o rol do artigo 144, CRFB/88 como exemplificativo, de modo que é permitida, aos Estados, a
instituição de polícias penitenciárias ou outros modelos de policiamento desde que, em Constituição Estadual.
09 – (CESPE/PREF.BH/PROCURADOR/2017) - Com relação ao estado de defesa, assinale a opção
correta.
a) A prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada
imediatamente ao juiz competente, ficando a autoridade policial dispensada de apresentar o exame de corpo de
delito do detido.
b) O estado de defesa poderá ser instituído por decreto que especifique as áreas a serem abrangidas e as medidas
coercitivas a vigorarem, a exemplo de restrições de direitos e ocupação e uso temporário de bens e serviços
públicos.
c) O tempo de duração do estado de defesa não poderá ser prorrogado.
d) O sigilo de correspondência e de comunicação telefônica permanecem invioláveis na vigência do estado de
defesa.
10 – (FUNECE/UECE/2017) -Atente ao que se diz a respeito dos órgãos de segurança pública do Brasil,
previstos na Constituição Federal de 1988, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) A Polícia Federal é mantida pela União e tem por destinação, dentre outras, prevenir e reprimir o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
( ) Nas rodovias federais, a Polícia Federal fiscaliza, prioritariamente, veículos que transportam cargas.
( ) As Polícias Civis Estaduais incumbem-se, ressalvada a competência da União, das funções, dentre
outras, de apuração de infrações penais, inclusive infrações militares.
( ) As Polícias Militares Estaduais são subordinadas aos governadores dos estados e são responsáveis pelo
policiamento ostensivo e preventivo, e pela manutenção da ordem pública.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) V, F, F, V.
b) F, V, F, V.
c) V, F, V, F.
d) F, V, V, F.
11 – (FUNECE/UECE/2017) -Atente ao que se diz a respeito dos órgãos de segurança pública do Brasil,
previstos na Constituição Federal de 1988, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) A Polícia Federal é mantida pela União e tem por destinação, dentre outras, prevenir e reprimir o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
( ) Nas rodovias federais, a Polícia Federal fiscaliza, prioritariamente, veículos que transportam cargas.
( ) As Polícias Civis Estaduais incumbem-se, ressalvada a competência da União, das funções, dentre
outras, de apuração de infrações penais, inclusive infrações militares.
( ) As Polícias Militares Estaduais são subordinadas aos governadores dos estados e são responsáveis pelo
policiamento ostensivo e preventivo, e pela manutenção da ordem pública.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
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a) V, F, F, V.
b) F, V, F, V.
c) V, F, V, F.
d) F, V, V, F.
12 – (CESPE/PC-GO/DELEGADO/2017) - No que se refere ao entendimento do STF sobre segurança
pública e a sua organização e sobre as atribuições constitucionais da polícia judiciária, assinale a opção
correta.
a) Uma vez que compete à Polícia Federal prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes, o cumprimento
de mandado de busca e apreensão emergencial e preventivo pela polícia militar será ilegal e tornará a prova
ilícita.
b) Ainda que, a requerimento do promotor de justiça, o inquérito policial tenha sido arquivado por despacho do
juiz, a ação penal poderá ser iniciada, mesmo sem novas provas, caso o promotor, com base na sua independência
funcional, assim decidir.
c) A investigação criminal é atividade exclusiva da polícia e afasta os poderes de investigação do Ministério
Público.
d) É constitucional a exigência pelos estados-membros de que o indicado para chefe de polícia, além de ser
delegado de carreira, esteja na classe mais elevada da carreira.
e) A despeito do princípio federativo, os estados-membros possuem autonomia para criar órgão de segurança
pública diverso do previsto na CF.
13 – (FUNECE/UECE/2017) -Ano: 2017Banca: VUNESPÓrgão: TJM-SPProva: Escrevente Técnico Judiciário
Nos termos da Constituição Federal, os policiais militares estaduais têm, entre suas funções,
a) a segurança nacional, se o caso.
b) a garantia dos poderes constitucionais.
c) a preservação da ordem pública.
d) a de polícia judiciária.
e) a apuração de infrações penais.
14 – ( ) - (CESPE/ANVISA/2016) -A segurança pública é direito de todos, e, nesse sentido, incumbe à polícia
civil a função de polícia judiciária da União.
15 – (FUNDATEC/PROF.PORTO ALEGRE/PROCURADOR/2017) I. O Plenário do STF, com repercussão geral, decidiu que as guardas municipais têm competência para
fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de trânsito e impor multas.
II. O STF, em sede de repercussão geral, decidiu que não há responsabilidade solidária dos entes
federados no dever de prestar assistência à saúde, tendo cada qual obrigações específicas definidas na
Constituição Federal.
III. O STF, em sede de repercussão geral, decidiu que o município é competente para legislar sobre meio
ambiente com a União e o Estado no limite do seu interesse local e desde que tal regramento seja
harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
16 – (FEPESE/SJS-SC/2017) - De acordo com a Constituição Federal, a segurança pública é composta pelos
seguintes órgãos:
1. Bombeiro militar
2. Defesa civil
3. Polícia federal
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 1.
b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
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c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.
17 – (AOCP/EBSERH/2017) -A respeito das disposições constitucionais acerca da defesa do Estado e das
instituições democráticas, assinale a alternativa correta.
a) O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar
ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de defesa nos casos de declaração de estado de guerra
ou resposta à agressão armada estrangeira.
b) Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas,
submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
c) O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará
os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria simples.
d) Na vigência do estado de sítio decretado no caso de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de
fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa, poderão ser tomadas contra as
pessoas as medidas consistentes em detenção em edifício destinado a acusados ou condenados por crimes
comuns e intervenção em empresas privadas.
e) Na vigência do estado de defesa, a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a vinte dias,
salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário.
18 – (COMPERV/CÂMARA DE NATAL-RN/GM/2017) - De acordo com o exposto na Constituição Federal
de 1988, o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional
ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. Diante disso, na vigência do estado de
defesa, a Constituição determina que
a) pode haver restrições ao sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.
b) é impossível se estabelecer restrições aos direitos de reunião.
c) a prisão ou detenção de qualquer pessoa poderá ser superior a dez dias.
d) é permitida a incomunicabilidade do preso.
19 – (COMPERV/CÂMARA DE NATAL-RN/GM/2017) - A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
e do patrimônio, por meio de órgãos variados, dentre eles a polícia federal, cujas competências envolvem
a) exercer, sem exclusividade, as funções de polícia judiciária da União e atuar no patrulhamento ostensivo das
ferrovias federais.
b) prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, não cabendo a esse órgão atuar para
prevenir e reprimir o contrabando e o descaminho.
c) executar as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras e exercer as atividades de patrulhamento
ostensivo das rodovias federais.
d) apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da
União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas.
20 – (COMPERV/CÂMARA DE NATAL-RN/GM/2017) - Além da polícia federal, outros órgãos atuam
para promover a segurança pública no âmbito do território brasileiro, como é o caso das polícias civis,
das polícias militares e corpos de bombeiros militares. A Constituição, tratando das diretrizes referentes
a esses entes, determinou que
a) às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União,
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
b) às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União,
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, inclusive das militares.
c) as polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se,
juntamente com as polícias civis, aos Prefeitos e Governadores dos Estados.
d) as polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se,
juntamente com as polícias civis, ao Presidente da República, Prefeitos e Governadores dos Estados.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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21 – ( ) - (CESPE/TRT10ª/2013) - O estado de sítio é medida mais branda de defesa do Estado e das
instituições democráticas e, diferentemente do estado de defesa, não exige autorização prévia do Congresso
Nacional para que possa ser decretado pelo presidente da República.
22 – ( ) - (CESPE/TRT10ª/2013) - O Congresso Nacional deixará de funcionar enquanto vigorar o estado
de defesa.
23 – ( ) - (CESPE/TRT10ª/2013) - O estado de defesa e o estado de sítio são medidas excepcionais previstas
no texto constitucional e visam à restauração da ordem em momentos de crise.
24 – (CESPE/TJ-RN/JUIZ/2013) - A respeito da defesa do Estado e das instituições democráticas, assinale
a opção correta.
A) No decreto do estado de sítio, devem constar a duração da medida, as normas necessárias a sua execução e
as garantias constitucionais que ficarão suspensas, devendo o presidente da República, após a publicação do
decreto, designar o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.
B) Conforme o STF, em se tratando de concurso público para acesso à carreira militar, a fixação de limite de
idade pode ser feita apenas no edital, não sendo necessária previsão nesse sentido em lei.
C) A consulta ao Conselho da República e ao Conselho de Defesa Nacional é desnecessária em caso de
decretação, pelo presidente da República, de estado de defesa com vistas à preservação ou ao pronto
restabelecimento, em locais restritos e determinados, da ordem pública ou da paz social ameaçada por grave e
iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza, haja vista
que esse ato é de competência exclusiva do chefe do Poder Executivo.
D) A duração do estado de defesa não pode ser superior a sessenta dias, prazo que pode ser prorrogado uma
vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
E) O presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
independentemente de autorização do Congresso Nacional, decretar o estado de sítio nos casos de comoção
grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante
estado de defesa, declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
25 – ( ) - CESPE/PC-RJ/2013 - As polícias civis, às quais incumbem, ressalvada a competência da União,
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares, subordinam-se aos
governadores dos estados, do DF e dos territórios.
26 – ( ) - (CESPE/PC-DF/2013) - As polícias civis, às quais incumbem, ressalvada a competência da União,
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares, subordinam-se aos
governadores dos estados, do DF e dos territórios.
27 – ( ) - (CESPE/DPF/2014) - Na hipótese da ocorrência de crime contra o patrimônio da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos, compete à Polícia Federal apurar a infração penal.
28– ( ) - (CESPE/DPF/2014) - A Força Nacional de Segurança Pública, a Polícia Federal e a Polícia
Rodoviária Federal são órgãos destinados ao exercício da segurança pública no Brasil.
29 – ( ) - (CESPE/CAM.DEPUTADOS/2014) - A Constituição Federal estabelece como forças auxiliares e
reserva do Exército as polícias e os corpos de bombeiros.
30 – ( ) - (CESPE/CAM.DEPUTADOS/2014) - É competência concorrente do Exército legislar sobre material
bélico, convocar e mobilizar as forças auxiliares.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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01.D 02.C 03.D 04.A 05.B 06.C 07.A 08.D 09.B 10.A
11.A 12.D 13.C 14.E 15.C 16.C 17.B 18.A 19.D 20.A
21.E 22.E 23.C 24.A 25.C 26.C 27.C 28.E 29.E 30.E
AULA 15 - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
VII DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS
COMENTÁRIOS
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer as
necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras, A
administração direta é aquela exercida pelo conjunto dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios. Nesse caso, os órgãos não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio, nem autonomia
administrativa.
Diferentemente da administração direta, a qual o Estado exerce suas funções diretamente; na
administração indireta, o Estado transfere a sua titularidade ou execução das funções para que outras pessoas
jurídicas, ligadas a ele, possam realizar. A administração indireta é composta pelas autarquias, fundações,
sociedades de economia mista, empresas públicas e outras entidades de direito privado. Tais entidades possuem
personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa.
A concessão que o Estado dá ao concessionário deve ser feita sempre através de licitação, um processo
de análise das propostas mais vantajosas para o Estado, significando, portanto, uma medida de uso racional dos
recursos públicos. A administração indireta visa à descentralização, ou seja, a distribuição de competências de
uma para outra pessoa, física ou jurídica.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
DIREITO CONSTITUCIONAL
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V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento)
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito
do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
DIREITO CONSTITUCIONAL
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neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em
empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. (Regulamento)
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na
forma da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos.
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a
punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta
e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a
manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da
qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo,
emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da
administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para
o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
DIREITO CONSTITUCIONAL
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dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI
do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados
e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios
dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
47, de 2005)
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício
de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse.
Seção II DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de
política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos
respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº
2.135-4)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema
remuneratório observará: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada
carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação
e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII,
IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os
Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37,
X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a
relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
caso, o disposto no art. 37, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do
subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação
de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão,
autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos
termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e
17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, na forma da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70
(setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício
no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco
anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 15/12/98)
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 15/12/98)
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou
que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 15/12/98)
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes
de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos
definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)
I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em
relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será
igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido
para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o
falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite,
caso em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de
aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição
fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade,
inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de
cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares
de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o
regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime
de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo,
poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que
trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no
que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza
pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade
de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser
aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no
§ 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo
regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para
aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará
jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até
completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em
cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 41, 19.12.2003)
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de
proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para
os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição,
quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e
o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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01 – (FCC/TRT3ª/TÉCNICO) - Os membros de Poder, do Ministério Público, o detentor de mandato
eletivo e os Ministros de Estado, entre outros, e com as limitações constitucionais, serão remunerados,
exclusivamente por
a) salário público fixado por resolução congressual.
b) subsídio fixado em parcelas múltiplas.
c) vencimento do cargo e adicional de representação.
d) vencimento do cargo com sua gratificação de função.
e) subsídio fixado em parcela única.
02 – (FGV/INEA-RJ/2013) - Felício é médico de carreira vinculado ao Ministério da Saúde, exercendo
suas atividades no Distrito Federal. Por ver reconhecida a sua capacidade de trabalho, é indicado para
ocupar a Superintendência de órgão vinculado a autarquia federal da área de Saúde. Ao verificar a
indicação, a assessoria do Ministério assenta que não seria possível o ato, tendo em vista que o cargo seria
em comissão. Nos termos das normas constitucionais pertinentes,
a) os cargos em comissão podem ser ocupados livremente por indicação do administrador público.
b) as funções comissionadas devem ser ocupadas por especialistas estranhos ao serviço público.
c) os cargos em comissão devem ser ocupados por pessoas selecionadas em concurso público.
d) as funções comissionadas são acessíveis a qualquer cidadão que requeira a sua nomeação.
e) os cargos em comissão e as funções comissionadas são exercidos graciosamente.
03 – (FCC/TJ-SE/Técnico Judiciário) - De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil,
NÃO se enquadram como servidores públicos os
a) empregados das fundações públicas.
b) ocupantes de cargos efetivos dos Ministérios.
c) empregados das sociedades de economia mista.
d) ocupantes de cargos em comissão da União.
e) empregados das autarquias.
04- (CETAPÓ/AL-RR/2010) - Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser
superiores aos pagos pelo:
a) Poder Judiciário.
b) Supremo Tribunal Federal.
c) Ministério Público.
d) Poder de Polícia.
e) Poder Executivo.
05- (VUNESP/MPE-ES/2013) -A Constituição Federal veda a adoção de requisitos e critérios
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime próprio de previdência dos
servidores públicos, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos, entre outros, de
servidores
a) que exerçam o magistério na educação básica e no ensino superior.
b) da administração fazendária e seus servidores fiscais.
c) de carreira do Estado.
d) pertencentes aos quadros do Ministério Público e da Magistratura.
e) portadores de deficiência.
06 – (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA) - Quanto ao regime constitucional dos cargos públicos, é
correto afirmar:
a) o Procurador da República, no exercício de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de
seu cargo, emprego ou função, mas seu tempo de serviço será contato para todos os efeitos legais, inclusive para
promoção por merecimento;
b) as chamadas fungöes de confiança são exercidas por servidores ocupantes de cargo efetivo nas condições e
percentuais mínimos previstos em let, destinam-se , apenas as atribuições de direção, chefia e assessoramento;
DIREITO CONSTITUCIONAL
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c) ) os Procuradores da República são remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória;
d) em condições especiais de grave interesse nacional, a defesa judicial dos interesses da União Federal pode
ser avocada pelo Ministério Público Federal, afastando-se as atribuições originariamente cometidas à Advocacia
da União.
07- (FGV/MPE-RJ/2016) - Odésio, servidor do Ministério Público Estadual, apesar de plenamente
realizado em sua profissão, tinha o sonho de ser vereador. Para realizá-lo, filiou-se a um partido político
e participou regularmente de inúmeras reuniões. Na eleição, o seu esforço foi compensado e o sonho
realizado, sendo eleito vereador do seu Município. Apesar da sua alegria, foi informado por um amigo
que, para tomar posse como vereador, teria que pedir exoneração do cargo público que ocupava,
informação esta que, no seu entender, não estaria correta. À luz dessa narrativa e da sistemática adotada
pela Constituição da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que Odésio, caso não pedisse
exoneração do Ministério Público Estadual:
a) teria que, necessariamente, ser afastado do cargo efetivo assim que tomasse posse como vereador;
b) poderia tomar posse no cargo de vereador, mas teria que, necessariamente, optar pela remuneração de um dos
cargos;
c) poderia ser empossado vereador e, havendo compatibilidade de horários, receberia ambas as remunerações;
d) não poderia tomar posse no cargo de vereador, já que vedada a acumulação de cargos;
e) não poderia tomar posse como vereador, exceto se renunciasse à remuneração do cargo efetivo.
08- (FGV/MPE-RJ/2016) - João, ocupante estável do cargo efetivo de Técnico da área administrativa do
Ministério Público do Rio de Janeiro, elegeu-se Vereador em Município do interior do Estado. De acordo
com a disciplina constitucional da matéria, João:
a) independentemente de compatibilidade de horários para acumulação, deverá se afastar do cargo efetivo para
o exercício do mandato eletivo, auferindo o subsídio de Vereador;
b) independentemente de compatibilidade de horários para acumulação, deverá se afastar do cargo efetivo para
o exercício do mandato eletivo, podendo optar pela remuneração de um dos cargos;
c) caso haja compatibilidade de horários, poderá acumular o cargo efetivo com o mandato eletivo, facultando-
lhe optar pela remuneração de um dos cargos;
d) caso se afaste do cargo efetivo para o exercício do mandato eletivo, terá seu tempo de serviço contado para
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
e) caso se afaste do cargo efetivo para o exercício do mandato eletivo, para efeito de benefício previdenciário,
os valores serão determinados levando em conta sua situação até a data do afastamento.
09- ( ) - (CESPE/CADE/2014) - Acerca da organização do Estado e da administração pública, julgue os itens
seguintes. Um bacharel em direito, analista jurídico do Ministério Público Federal, ocupante de cargo privativo
da área jurídica, poderá, se houver compatibilidade de horários, acumular outro cargo público, desde que
também privativo da área jurídica, ou um cargo de professor.
10 - (FGV/MPE-RJ/2016) - Com relação a perda do cargo pelo servidor público estável, nos termos da
Constituição Federal, assinale a opção correta.
a) Em virtude de sentença judicial condenatória, mesmo que passível de recurso.
b) Mediante sindicância inquisitorial.
c) Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa, desde que homologado pelo
Ministério Público.
d) Após recebimento de denúncia criminal, pelo Poder Judiciário.
e) Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
ampla defesa.
11 - (CESPE/TRE-GO/TÉCNICO) - - Com relação ao sistema remuneratório dos servidores públicos,
assinale a opção correta.
a) Vencimento é o somatório das várias parcelas indenizatórias a que o servidor faz jus em decorrência de sua
situação funcional, aí incluídas as vantagens pecuniárias, como os adicionais e as gratificações.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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b) A remuneração dos servidores públicos somente poderá ser fixada por lei específica, e sua alteração só se
dará por decreto de iniciativa do chefe do Executivo da respectiva unidade da Federação, assegurada revisão
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.
c) A CF determina que os ministros de Estado, os membros do Ministério Público, os integrantes da Defensoria
Pública e da Advocacia Pública, assim como os servidores públicos policiais, entre outras categorias, serão
obrigatoriamente remunerados por subsídios, a serem pagos em parcela única.
d) O teto remuneratório dos servidores públicos, nas esferas federal, estadual e municipal, é o mesmo para todos
os servidores e corresponde ao subsídio dos ministros do STF, estando vedado o estabelecimento de tetos
específicos.
10 - (FGV/MPE-RJ/2016) - Enéias, servidor efetivo do Ministério Público, foi convidado para ocupar,
simultaneamente, o cargo em comissão de diretor de departamento de pessoal no âmbito do Poder
Judiciário. Ao pedir a opinião dos seus amigos, alguns disseram que a acumulação de cargos era possível,
enquanto outros disseram que destoaria da Constituição da República Federativa do Brasil. À luz da
sistemática constitucional, é correto afirmar que a acumulação:
a) é possível, já que a ordem constitucional determina a reserva de parte dos cargos em comissão aos ocupantes
de cargos efetivos;
b) não é possível, já que o cargo em comissão a ser ocupado está inserido em outra estrutura administrativa;
c) somente é possível se houver compatibilidade de horários e for observado o teto remuneratório constitucional;
d) não é possível, pois os ocupantes de cargos de provimento efetivo jamais podem ocupar cargos em comissão;
e) é possível, desde que haja autorização expressa do Procurador-Geral de Justiça, autoridade máxima do
Ministério Público.
13 – ( ) - (QUADRIX/CFO-DF/PROCURADOR/2017) - Suponha-se que João, procurador da República, seja
convidado a ocupar cargo em comissão de procurador-chefe de uma determinada autarquia. Nesse caso, João
poderá ocupar esse cargo, desde que afastado temporariamente do Ministério Público.
14 - (FUNCAB/MPOG/2015) - Sobre a remuneração e subsídios de ocupantes de cargos, empregos ou
funções públicas, assinale a resposta correta.
a) A remuneração dos servidores municipais tem como teto o subsídio mensal do Governador do Estado.
b) Servidores de autarquias não se submetem ao teto remuneratório constitucional.
c) A remuneração dos servidores públicos estaduais, em regra, é limitada a 90,25% do valor do subsídio mensal
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
d) Os Defensores Públicos se submetem ao mesmo limite remuneratório aplicável aos membros do Ministério
Público.
e) No âmbito do Executivo, os servidores públicos do Distrito Federal terão teto remuneratório equivalente ao
fixado para os Ministros de Estado.
15 - (PUC-PR/COPEL) - Acerca da Administração Pública, nos termos da Constituição Federal de 1988,
assinale a opção CORRETA:
a) Se o responsável pelas licitações de um tribunal tiver sido exonerado do cargo em 22/01/2004 por improbidade
administrativa, nessa situação, se a ação de improbidade tiver sido proposta em 30/12/2004 pelo Ministério
Público, contra atos lesivos ao patrimônio público, estará prescrita.
b) A rejeição de representação de improbidade por autoridade administrativa impede o particular de requerê-la
ao Ministério Público.
c) Mediante concessões recíprocas em que haja recomposição do dano, será lícita a transação das partes na ação
de improbidade administrativa.
d) Ação de improbidade proposta contra ministro do STF será processada e julgada nesse tribunal.
e) Na ação de improbidade administrativa, o réu poderá apelar da decisão que receber a petição inicial.
16 - (PUC-PR/COPEL) - Assinale a alternativa INCORRETA:
a) Empresas públicas são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado.
b) Municípios não podem instituir sociedade de economia mista.
c) As agências reguladoras foram criadas sob a forma de autarquias de regime especial.
d) Os Ministérios são órgãos públicos e, portanto, destituídos de personalidade jurídica.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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e) Os processos que envolvam sociedades de economia mista federais são processados e julgados, em regra, na
Justiça Estadual.
17- (FCC/SPPREV) - O regime de previdência de caráter contributivo e solidário aplicável aos servidores
efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios significa que o servidor público
contribui
a) indiretamente, mediante recursos do respectivo ente estatal, com o objetivo de assegurar recursos para
pagamento dos proventos de aposentadoria e pensões.
b) voluntariamente, mediante utilização de recursos do respectivo ente estatal, com o objetivo de assegurar
recursos para pagamento dos proventos de aposentadoria e pensões.
c) diretamente, além dos aportes de recursos do respectivo ente estatal, com o objetivo de assegurar recursos
para pagamento dos proventos de aposentadoria e pensões.
d) através de aportes anuais de recursos próprios e do respectivo ente estatal, com o objetivo de assegurar
recursos para pagamento dos proventos de aposentadoria e pensões.
e) diretamente e juntamente com aportes de recursos do respectivo ente estatal, com o objetivo de assegurar
recursos para pagamento dos proventos de aposentadoria e pensões, excluindo-se os membros do Poder
Judiciário e do Ministério Público.
18 - (TRT/4ª/JUIZ/2016) - Considere as assertivas abaixo sobre direito de greve.
I - Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
Público do Trabalho deverá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
II - Ainda que não esteja subordinado a eventual previsão em lei quanto à oportunidade e aos interesses
defendidos, o direito à greve não é absoluto, pois nada impede que a lei defina procedimentos ao seu
exercício, devendo a categoria observar os parâmetros legais de regência.
III - Na hipótese de aplicação da Lei no 7.783/1989 ao caso específico do direito de greve dos servidores
públicos, afigura-se inegável o conflito existente entre as necessidades mínimas de legislação para o
exercício do direito de greve dos servidores públicos civis, de um lado, e o direito a serviços públicos
adequados e prestados de forma contínua a todos os cidadãos, de outro.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas II e III
e) I, II e III
19 - (FCC/DPE-RS/2017) - Decreto Legislativo editado pela Assembleia Legislativa de determinado
Estado estabeleceu que os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado
seriam reajustados anualmente, na mesma oportunidade e proporção em que reajustada a remuneração
dos servidores públicos estaduais ocupantes de cargos efetivos. Alguns meses após se ter promovido o
primeiro reajuste dos subsídios em questão com base no Decreto Legislativo, o Ministério Público estadual
ajuizou ação civil pública, pleiteando que, como consequência da nulidade do aludido ato normativo,
referidos agentes fossem condenados individualmente a restituir ao erário os valores percebidos a maior,
em decorrência dos reajustes promovidos a partir do Decreto Legislativo. Nessa hipótese,
a) há inconstitucionalidade quanto ao modo de alteração dos subsídios do Governador, do Vice-Governador e
dos Secretários de Estado, bem como quanto à vinculação dos subsídios à remuneração dos servidores ocupantes
de cargos efetivos, não sendo cabível, no entanto, pleitear a nulidade do Decreto Legislativo e a restituição dos
valores pretendidos por meio de ação civil pública, uma vez que esta não se presta ao controle de
constitucionalidade.
b) há inconstitucionalidade apenas quanto à vinculação dos subsídios à remuneração dos servidores ocupantes
de cargos efetivos, não sendo possível, no entanto, pleitear a nulidade do Decreto Legislativo e a restituição dos
valores pretendidos por meio de ação civil pública, uma vez que esta não se presta ao controle de
constitucionalidade.
c) há inconstitucionalidade quanto ao modo de alteração dos subsídios do Governador, do Vice-Governador e
dos Secretários de Estado, bem como quanto à vinculação dos subsídios à remuneração dos servidores ocupantes
DIREITO CONSTITUCIONAL
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de cargos efetivos, sendo admissível que a ação civil pública tenha por objeto a restituição dos valores recebidos
a maior, como consequência da nulidade do Decreto Legislativo.
d) há inconstitucionalidade apenas quanto à vinculação dos subsídios à remuneração dos servidores ocupantes
de cargos efetivos, sendo admissível que a ação civil pública tenha por objeto a restituição dos valores recebidos
a maior, como consequência da nulidade do Decreto Legislativo.
e) não há inconstitucionalidade quanto ao modo de alteração dos subsídios do Governador, do Vice-Governador
e dos Secretários de Estado, nem quanto à vinculação dos subsídios à remuneração dos servidores ocupantes de
cargos efetivos, sendo improcedente, apesar de admissível, a ação civil pública ajuizada.
20 - (FCC/MANAUSPREV/2015) - Acerca das disposições gerais constitucionais da Administração
pública é correto afirmar que
a) o servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional, quando investido no mandato de
Prefeito, será afastado do cargo ou função e não poderá optar pela sua remuneração.
b) os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.
c) os concursos públicos terão prazo de validade de 3 anos, improrrogável, durante o qual o candidato aprovado
naquele concurso será convocado com prioridade sobre novos concursados.
d) é vedado ao servidor público militar o direito à livre associação sindical, cabendo o controle da observância
dos direitos trabalhistas ao Ministério Público do Trabalho.
e) o servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional, quando no exercício de mandato eletivo
federal, estadual, distrital ou municipal, ficará afastado de seu cargo ou função.
21 – ( ) - (CESPE/FUB-DF/2013) - As secretarias estaduais compõem a estrutura da administração indireta
de um estado da Federação.
22 – ( ) - (CESPE/FUB-DF/2013) - As entidades políticas são aquelas que recebem suas atribuições da
própria CF, exercendo-as com plena autonomia.
23 – ( ) - (CESPE/CAM.DEP./2012) - A proibição de acumulação de cargos, funções e empregos públicos
não se aplica às sociedades controladas indiretamente pelo poder público.
24 – ( ) - (ESPE/CAM.DEP./2012) - A CF assegura a reserva de percentual de cargos públicos para pessoas
portadoras de necessidades especiais.
25 – ( ) - (CESPE/ANAC/2012)_ - O gestor público que põe o seu nome em determinado programa social
viola o princípio da impessoalidade previsto na CF.
26 – ( ) - (CESPE/ANAC/2012) - De acordo com o disposto na CF, os princípios da eficiência e da
moralidade não se aplicam às agências reguladoras, devido ao fato de estas serem entes independentes, dotados
de regulamentação própria.
01.E 02.A 03.C 04.E 05.E 06.C 07.C 08.D 09.E 10.E
11.C 12.B 13.E 14.D 15.A 16.B 17.C 18.D 19.C 20.B
21.E 22.C 23.E 24.C 25.C 26.E
DIREITO CONSTITUCIONAL
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AULA 16 - DA ORDEM SOCIAL
Ordem social é o conjunto de normas constitucionais que implementam os direitos previstos no art. 6º
da Lei Maior. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo seguridade social –
saúde, previdência e assistência sociais (arts. 194 a 204); o bem-estar e a justiça sociais (art. 193 da CF/88).
Nos séculos que antecederam ao século XX, mais precisamente entre os séculos XVIII e XIX os ideais
da sociedade, principalmente da França, estavam passando de um conceito de sociedade baseada na figura
central do Rei para uma sociedade centrada na figura do homem, com pensamentos baseados na razão, estes
vindos da doutrina iluminista.
Com a concretização do pensamento iluminista eclode a Revolução Francesa, trazendo, em seu bojo, os
chamados direitos de primeira dimensão, ou direitos de primeira geração.
Esses direitos privilegiavam as manifestações individuais do homem, garantindo o direito à vida, a
liberdade e a propriedade. Sendo que a principal preocupação da primeira dimensão era o desenvolvimento
econômico como pano de fundo para o desenvolvimento social.
E importante salientar que é nesta época que o Estado começa a interferir na ordem social.
A preocupação com o desenvolvimento social é característica marcante já nas primeiras constituições do
século XX, que apesar da busca pelo desenvolvimento econômico, e integro aqui o científico e o tecnológico,
privilegia, em seus dispositivos, a implementação de uma ordem social com maior equidade.
A ordem social preocupa-se com o estudo dos integrantes da sociedade de determinado país.
Nossa Carta Maior trata do assunto entre os artigos 193 a 232.Os assuntos assegurados pelo tema são:
seguridade social (saúde, previdência social); educação, cultura e desporto; ciência e tecnologia; comunicação
social; meio ambiente; família, criança, adolescente e idosos; e índios.
Da Seguridade Social
A precípua demonstração de que a ordem social havia se estabelecido de vez na sociedade foi com a
criação de empregos, para que o próprio indivíduo pudesse alcançar seu sustento e garantir a realização de suas
necessidades.
Contudo, se o trabalhador cair no infortúnio de tornar-se incapaz para o trabalho precisará de amparo para
sobreviver. Daí o que o art. 194 da nossa Carta Magna preceitua: assegurar os direitos correspondentes á saúde,
previdência e assistência social.
Esse é o escopo da seguridade social, entendendo-se que cabe ao Estado a prestação dessas atividades.
O parágrafo primeiro do art. 194 discorre sobre alguns dos objetivos a garantir: universalidade de
cobertura e atendimento, uniformidade dos benefícios concedidos ás populações urbanas e rurais, seletividade e
distributividade na prestação dos benefícios e serviços, equidade na forma de participação do custeio,
diversidade da base de financiamento, caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos
colegiados.
O art. 195 trata da forma de arrecadação para garantir o financiamento da seguridade social, sendo que há
a participação dos entes federados, das empresas e empregadores (percentuais incidentes na folha de salários,
sobre a receita e o lucro), dos trabalhadores e demais segurados, das receitas dos concursos de prognósticos, e
conforme o parágrafo 4º do referido artigo o Estado pode criar outras formas para garantir a manutenção da
seguridade social.
Saúde
Conforme dicção in verbis do art. 196: “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
DIREITO CONSTITUCIONAL
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igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”, fica evidente a responsabilidade do
Estado em garantir o acesso à saúde a todos.
Contudo, nós brasileiros sabemos que a saúde, como outras garantias que deveriam partir exclusivamente
do Estado acabam resvalando nos particulares, gerando um encargo extra, já que buscam a prestação do serviço
da saúde em organismos particulares (art. 199).
Para a prestação do serviço da saúde o Estado criou o Sistema Único de Saúde- o SUS.
O art. 200 traz as atribuições conferidas ao SUS: controle e fiscalização de procedimentos, produtos e
substâncias, execução de ações de vigilância sanitária, epidemiológica e saúde do trabalhador, ordenar a
formação de recursos humanos na área de saúde, participar da formulação da política de saneamento básico,
estimular desenvolvimento científico e tecnológico, fiscalizar e inspecionar alimentos, fiscalizar produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos, colaborar na proteção do meio ambiente.
Ponto importante encontra-se no parágrafo 4º do artigo 199, que trata da extração de órgãos para fins de
transplante, pesquisa e tratamento, tratando-se de norma de eficácia limitada contou com a Lei Federal nº 9434
e com o Decreto nº 2268 para regular seus efeitos.
Previdência Social
Segundo lições de Maria Sylvia Zanella Di Pietro “o regime de previdência social deve ser entendido
como um contrato de seguro, no qual o segurado paga determinada contribuição com intenção de cobrir riscos
futuros, contribuindo compulsoriamente, mas nem sempre usufruindo do referido benefício no futuro”.
O art. 201 traz em seu conteúdo as previsões de cobertura desse sistema: cobertura dos eventos de doença,
invalidez, morte e idade avançada, proteção à maternidade, proteção ao trabalhador em situação de desemprego
involuntário, salário família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda, pensão por
morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no
parágrafo 2º.
Aposentadoria e Pensão A aposentadoria figura como a forma de garantir ao trabalhador o ócio remunerado, em virtude de ter
alcançado e idade mínima e correspondido ao tempo de contribuição.
O art. 201 em seu parágrafo 7º redige: “é assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social,
nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições”, e em seguida institui as condições para referida
aposentadoria:
* 35 anos de contribuição, se homem, 30 anos de contribuição, se mulher;
* 65 anos de idade, se homem, 60 anos de idade se mulher, reduzindo em 5 anos esses
limites para trabalhadores rurais, para os que exercem atividades de economia familiar, incluídos
o produtor rural, o garimpeiro e pescador artesanal;
*; Redução em 5 anos sobre o requisito da idade para professores que comprovem
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério Na educação infantil e no
ensino fundamental e médio.
Previdência Privada
A emenda constitucional nº 20 de 15 de dezembro de 1998, traz entre outras modificações a caracterização
do regime de previdência privada, insculpido no art. 202, corroborando a ideia da autonomia deste regime em
relação ao regime geral de previdência social.
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Assistência Social
Segundo o art. 203 a assistência social será exercida para todos que dela necessitarem, sem necessidade
de prévia contribuição à seguridade social. Eis os objetivos da assistência social, referidos nos incisos do art.
203: proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o amparo às crianças e adolescentes
carentes, a promoção da integração ao mercado de trabalho, a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras
de deficiência, a garantia de um salário mínimo aos portadores de deficiência e ao idoso sem condições de
manter-se.
O art. 204 vincula as realizações da área de assistência social com os recursos da seguridade social, dentre
outras definições.
Educação
Segundo os ensinamentos de Celso Ribeiro Bastos, a educação “consiste num processo de
desenvolvimento do indivíduo que implica a boa formação moral, física, espiritual e intelectual visando ao seu
crescimento integral para um melhor exercício da cidadania e aptidão para o trabalho”, compreendendo para
esta formação a vida em família, a convivência em sociedade, a vida acadêmica e as manifestações culturais.
Para Paulo Freire, a educação consiste “em capacitar as pessoas a lidarem crítica e criativamente com sua
realidade social, e não simplesmente adaptá-las a elas... um exercício de libertação... uma conscientização”.
O art. 205 traz a observância ao conceito de educação: “a educação, direito de todos e dever do Estado e
da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
É explícita, neste artigo, a co-responsabilidade pela educação, que será dividida entre o Poder Público e a
sociedade, configurada na família.
O art. 206 corrobora em seus incisos os princípios da educação, quais forem: igualdade de condições para
acesso e permanência na escola, liberdade para aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber, pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de
ensino, gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais, valorização dos profissionais da educação
escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de
provas e títulos, aos das redes públicas, gestão democrática do ensino público, na forma da lei, garantia de padrão
de qualidade, piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos
de lei federal.
O art. 207 prescreve que as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de
gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão.
Importante salientar que o ensino é livre á iniciativa privada, sendo que para isso o estabelecimento
obtenha junto ao Poder Público uma autorização para funcionamento, desde que atendidos os requisitos
estabelecidos, tratando-se, com isso, de acordo com a doutrina majoritária de ato com caráter vinculado. De
acordo com o inciso I do art, 109, deverão ser atendidas as normas gerais da educação nacional, veste-se referido
inciso de caráter discricionário, contudo já combatido no parágrafo anterior.
Cultura
Cultura “é o conjunto formado por todas as formas de expressão de um povo: fala, gestos, festas, literatura,
música, dança, lendas, crenças, manifestações religiosas e artesanato, entre outras. Apesar de estar em constante
transformação, essa cultura conserva tradições que são passadas de geração em geração e que funcionam como
uma memória coletiva, revelando o imaginário das diferentes comunidades. No caso do Brasil, a cultura popular
reflete a própria miscigenação racial do país, incorporando influências de diversos povos, principalmente
europeus, africanos e indígenas. Entre as principais formas de expressão artística do cotidiano brasileiro, as
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festas populares podem ser consideradas um dos núcleos centrais, já que nelas encontramos danças, folguedos,
ritmos e instrumentos musicais característicos. Além das festas, as lendas, os mitos e o artesanato também
revelam aspectos típicos de cada região ““.
E pela redação do art. 215 o Estado garantirá, a todos, o pleno exercício dos direitos culturais, apoiando
e incentivando as várias formas de manifestações culturais.
De acordo com o parágrafo 3º fica estabelecido, na forma da lei, a criação do Plano Nacional de Cultura,
buscando a valorização do patrimônio cultural brasileiro, a produção, promoção e difusão de bens culturais,
formação de pessoal qualificado para a área, democratização de acesso aos bens de cultura, valorização da
diversidade étnica e cultural.
Interessante ressaltar também o que preceitua o parágrafo 1º do art. 216, dispondo que o Estado, com
colaboração da sociedade promoverá a proteção do patrimônio cultural brasileiro, mediante inventários,
registros, vigilância, tombamento e desapropriação.
Desporto
Corroborado pelo art. 217, que se refere como dever do Estado o fomento a práticas desportivas formais
e não formais, como direito de cada um, observados: a autonomia das entidades desportivas, a destinação de
recursos para a promoção do desporto, tratar diferenciadamente o desporto profissional do não-profissional,
incentivo e proteção a manifestações desportivas de natureza nacional.
Ponto importante quando o assunto é ingresso de ações perante o Poder Judiciário, que como preceitua o
parágrafo primeiro do referido artigo, a matéria desportiva só será admitida pelo poder acima mencionado se
esgotada as instâncias da justiça desportiva, isso constitui uma exceção á regra de ingresso no Judiciário.
4. Ciência e Tecnologia
Tratando-se de assunto muito atual, ciência e tecnologia estão no centro das atenções, pois é com elas que
o mundo avança a passos largos, e referido assunto mereceu destaque na Carta Magna de 1988, no art. 218.
Com isso o art. 218, traz, em seu bojo, formas de proteção e incentivo a pesquisa e a ciência, com enfoque
no mercado brasileiro.
Comunicação Social
Segundo o art. 5º em seu inciso IX: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença”, contudo o art. 220 vem para fortalecer referido inciso
do art. 5º.
Preceitua o art. 220: “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão, e a informação, sob qualquer
forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta constituição”.Veja que
a liberdade de comunicação é livre da censura, conforme respeito ao inciso IX do art. 5º.
O art. 221 dispõe sobre os princípios almejados pela programação das emissoras de radio e televisão,
sendo: preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, promoção da cultura nacional e
regional e estímulo à produção independentemente que objetive sua divulgação, regionalização da produção
cultural, artística e jornalística, respeito aos valores éticos e sociais.
Com isso se o art. 220 traz em seus incisos formas e meios legais sobre os quais o Poder Público
regulamentará a matéria da comunicação social, respeitando os princípios acentuados pelo art. 221.
Meio Ambiente
Chegamos a um assunto que merece grande atenção, haja vista que o mundo sem água, sem florestas, com
o ecossistema abalado será de difícil sobrevivência.
E o art. 225 traz a magnitude deste tema, garantindo a todos o acesso ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, como sendo um bem de uso comum do povo.
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Conceitualmente meio ambiente é o conjunto de condições, de formas, de leis, ou seja, tudo o que cerca
o indivíduo, e infere de alguma maneira no modo de viver da sociedade, criando, alterando o ambiente em que
vivemos.
Assim, por tratar-se de um interesse difuso da sociedade, cabe a interposição de ação popular visando
deter ato lesivo ao meio ambiente.
Não poderíamos deixar de mencionar o belo trabalho realizado à frente do Ministério do Meio Ambiente
pela Ministra Marina Silva, uma referência no assunto.
Família
Seguindo o mencionado pelo caput do artigo 226 entendemos que a família é à base da sociedade e conta
com especial proteção do Estado.
Continuando o estudo deste instituto, qual seja a família, temos nos parágrafos do referido artigo outros
conceitos importantes: pela dicção dos parágrafos 1º e 2º consta à primeira forma de entidade familiar, ao longo
do estudo perceberemos que são três tal seja: o casamento civil e o casamento religioso, com efeito, civil; de
acordo como parágrafo 3º a lei elege a união estável entre homem e mulher como a segunda forma de
manifestação do instituto da família; e finalizando a terceira forma de manifestação do instituto da família seria
a mencionada no parágrafo 4º: a comunidade formada por qualquer dos país e seus descendentes.
O parágrafo 5º corrobora a ideia da igualdade de direitos e deveres durante a relação conjugal para homens
e mulheres.
Encontramos no parágrafo 6º, in verbis: “o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia
separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais
de dois anos”.
Há a consagração do planejamento familiar, pela dicção do parágrafo 7º, que deverá ser fundado nos
princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável.
No parágrafo 6º, agora do art. 227, fica assegurada a equidade no tratamento dos filhos, havidos ou não
da relação de casamento ou por adoção.
O parágrafo 5º, também do art. 227, relata que a adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da
lei, que deverá estabelecer as regras no caso da adoção por estrangeiros. Para esse assunto temos a lei nº 8069
de 1990, arts. 39 a 52, arts 1618 e seguintes do código civil de 2002.Existe também o decreto nº 3.087 de 1999
corroborando uma convenção internacional que menciona a cooperação nos casos de adoção internacional.
Criança e adolescente
O legislador foi muito eficiente ao criar o caput do art. 227, assegurando cuidados plenos a criança e ao
adolescente, vejamos: “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar a criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Para tanto, visando garantir esses bens assegurados pelo art. 227, o Estado promoverá programas de
assistência integral á saúde da criança e do adolescente (parágrafo 1º), respeitando os preceitos relacionados nos
incisos do parágrafo 1º: aplicação de recursos em programas destinados a cuidar da saúde materno-infantil,
criação de programas de atendimento e ressocialização para crianças e adolescentes portadores de deficiência
física.
O parágrafo 3º destinou espaço para relacionar os aspectos dos direitos e proteção especial que os
menores, por assim dizer, contam: idade mínima de 14 anos para admissão ao trabalho, contudo essa idade
mínima passou para 16 anos de acordo com a EC nº 20 de 1998 que alterou o disposto no art. 7º inciso, XXXIII;
garantia de direitos previdenciários e trabalhistas, garantia de acesso do trabalhador adolescente á escola, de
acordo com a legislação tutelar especifica garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado; na aplicação de medida
privativa de liberdade observar os princípios da brevidade, excepcionalidade e respeito à condição de menor em
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desenvolvimento, estimulo a guarda responsável para crianças órfãs ou abandonadas, atenção especial na
prevenção e tratamento de adolescentes com relação a entorpecentes.
O art. 4º trata da punição que a lei deverá perceber aos causadores de abuso, violência e exploração sexual
da criança e do adolescente, e para isso o art. 218 do Código Penal prescreve a tipicidade e ilicitude da corrupção
de menores.
Não podemos deixar de mencionar a lei 8.069 de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da
Criança e do Adolescente, o ECA, que é reconhecidamente um dos diplomas mais respeitados sobre o tema, no
mundo.
Idoso
O artigo 229, consagrando o princípio da solidariedade, traz em seu conteúdo: “os pais têm o dever de
assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade”.
Também o art. 230 prescreve que a família, a sociedade, e o Estado têm o dever de amparar as pessoas
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes
o direito à vida.
Para isso o Congresso Nacional decretou e o Presidente da República sancionou a Lei nº 10.741 de 1º de
outubro de 2003, publicada do Diário Oficial da União em 3 de outubro de 2003, tal seja, o Estatuto do Idoso.
Referido estatuto regula e assegura os direitos que detém as pessoas com idade igual ou superior a 60
anos.
Uma demonstração de respeito á dignidade da pessoa humana a instituição do Estatuto do Idoso, que
consagra o respeito a aqueles que tanto contribuíram para a formação da sociedade brasileira, dando uma lição
de respeito aos direitos fundamentais que devem nortear a razão de nossa existência na terra.
Dentre os mais de 100 artigos do referido estatuto, podemos destacar algumas garantias asseguradas: de
acordo com o art. 39 do estatuto é assegurada a gratuidade aos maiores de 65 anos no serviço de transporte
coletivo público urbanos e semiurbanos, e isso vem a reforçar o disposto no parágrafo 2º do art. 230 da CF;
segundo o art. 41 é assegurada a reserva de 5% das vagas dos estacionamentos públicos e privados garantindo,
ainda, a comodidade desses locais reservados; também o art. 20 corrobora a ideia de que o idoso ativo é mais
feliz, prescrevendo: “o idoso tem direito à educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e
serviços que respeitem sua peculiar condição de idade; interessante também trazer á lume o que preceitua o art.
99, que trata de um dos crimes tipificados contra o idoso:” expor a perigo a integridade e a saúde, física ou
psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado “e em seguida
as penas possíveis cominadas ao referido crime”.
Índios
O art. 231 prescreve: “são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-
las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”.
Pela dicção do parágrafo 2º cabe-lhes o usufruto exclusivo sobre as riquezas do solo, dos rios, e dos lagos
existentes em suas terras tradicionalmente ocupadas.
O parágrafo 3º trata do aproveitamento dos recursos hídricos, a pesquisa e lavra das riquezas minerais em
terras tradicionalmente ocupadas pelos índios que só poderão ocorrer com a devida autorização do Congresso
Nacional, após ouvidas as comunidades afetadas e com plena participação nos resultados, como a lei definir.
Importante trazer á tona o parágrafo 4º que assegura a inalienabilidade, a indisponibilidade e a
imprescritibilidade sobre as terras indígenas e os direitos referentes a elas.
O Ministério Público tutelará os direitos desses povos, no caso de ações em juízo pleiteando a defesa de
seus interesses.
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Por último, mas tal qual os referidos artigos, assunto de relevante importância destacamos o Estatuto do
Índio, LEI Nº 6.001 - DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973, instrumento inigualável de proteção jurídica dos índios
ou silvícolas, sobre o assunto o art. 3º, do referido estatuto traz a distinção:
Índio ou Silvícola - É todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana, que se identifica e é
intensificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade
nacional;
TÍTULO VIII Da Ordem Social
CAPÍTULO I DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-
estar e a justiça sociais.
CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade
social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e
rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do
Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer
título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social
de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à
seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada
pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as
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metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a
gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido
em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão
da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem
como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar,
sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de
uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos
termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização
intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de
trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde
e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam
os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei
complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições
incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou
parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o
faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Seção II DA SAÚDE
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou
jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo
dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
DIREITO CONSTITUCIONAL
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além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº
29, de 2000)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em
ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais
calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não
podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
86, de 2015)
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a
que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso
II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I,
alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos
Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas
federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários
de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo
com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação.
.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as
diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário
de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar
assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o
cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
2010) Regulamento
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição
Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de
agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos
requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 51, de 2006)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único
de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às
instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na
assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos,
tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a
coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da
lei:
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I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde
e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e
outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do
trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a
inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional,
bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
Seção III DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro
e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa
renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de
atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e
quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do
trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão
devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado
facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos
proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da
lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se
mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher,
reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que
exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o
garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em
cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de
contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que
os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios
estabelecidos em lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida
concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado.(Incluído dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário
para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos
e na forma da lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a
trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao
trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa
renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá
alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de
forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na
constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de
benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão
de seus respectivos planos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas
nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não
integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios
concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na
qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas
controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de
previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber,
às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos,
quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
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§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para
a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e
disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus
interesses sejam objeto de discussão e deliberação.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
Seção IV DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente
de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de
sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de
tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com
recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e
organizadas com base nas seguintes diretrizes:
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais
à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e
municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação
das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de
apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida,
vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou
ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
CAPÍTULO III DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção I DA EDUCAÇÃO
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições
públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos
de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
DIREITO CONSTITUCIONAL
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VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar
pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados
profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de
seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de
gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros,
na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e
tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 14, de 1996)
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de
idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo
a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de
programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à
saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta
irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-
lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e
regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às
comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem.
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime
de colaboração seus sistemas de ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as
instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função
redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e
padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de
1996)
DIREITO CONSTITUCIONAL
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§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação
infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e
médio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do
ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para
efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados
os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das
necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de
qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de educação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art.
208, VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros
recursos orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a
contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.(Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-
educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação
básica nas respectivas redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006)
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos
a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em
educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica
ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para
o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de
recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da
residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na
expansão de sua rede na localidade.
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas
por universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber
apoio financeiro do Poder Público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o
objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir
diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações
integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
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V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como
proporção do produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
Seção II DA CULTURA
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às
fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações
culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-
brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os
diferentes segmentos étnicos nacionais.
3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao
desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem
à: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 48, de 2005)
II produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 48, de 2005)
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas
dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
IV democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 48, de 2005)
V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
48, de 2005)
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à
ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação
governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores
culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos.
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento
à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de
programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
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III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou
ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de
forma descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de
políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da
Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e
econômico com pleno exercício dos direitos culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
71, de 2012)
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de cultura e nas
suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes
princípios: Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
I - diversidade das expressões culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
2012
II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012
III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens
culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área
cultural; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
V - integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações
desenvolvidas; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012
VII - transversalidade das políticas culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº
71, de 2012
VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil; Incluído pela
Emenda Constitucional nº 71, de 2012
IX - transparência e compartilhamento das informações; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012
X - democratização dos processos decisórios com participação e controle social; Incluído
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações; Incluído
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a
cultura. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da
Federação: Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
I - órgãos gestores da cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
II - conselhos de política cultural; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
III - conferências de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
IV - comissões intergestores; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
V - planos de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
VI - sistemas de financiamento à cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
2012
VII - sistemas de informações e indicadores culturais; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012
VIII - programas de formação na área da cultura; e Incluído pela Emenda Constitucional
nº 71, de 2012
IX - sistemas setoriais de cultura. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem
como de sua articulação com os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de
governo. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas
de cultura em leis próprias. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
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Seção III DO DESPORTO
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como
direito de cada um, observados:
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua
organização e funcionamento;
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto
educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional;
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições
desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração
do processo, para proferir decisão final.
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.
CAPÍTULO IV DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a
capacitação científica e tecnológica e a inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 85, de 2015)
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado,
tendo em vista o bem público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos
problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa,
tecnologia e inovação, inclusive por meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e
concederá aos que delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de
tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que
pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário,
participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho.
§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita
orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput , estimulará a articulação
entre entes, tanto públicos quanto privados, nas diversas esferas de governo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das instituições públicas de
ciência, tecnologia e inovação, com vistas à execução das atividades previstas no
caput. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a
viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a
autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas
empresas, bem como nos demais entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de
parques e polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da inovação, a atuação dos
inventores independentes e a criação, absorção, difusão e transferência de
tecnologia. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão firmar
instrumentos de cooperação com órgãos e entidades públicos e com entidades privadas,
inclusive para o compartilhamento de recursos humanos especializados e capacidade instalada,
para a execução de projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico e de
DIREITO CONSTITUCIONAL
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inovação, mediante contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário,
na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) será
organizado em regime de colaboração entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a
promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)
§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorrentemente sobre
suas peculiaridades. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
CAPÍTULO V DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob
qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto
nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de
informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no
art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
§ 3º Compete à lei federal:
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre
a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua
apresentação se mostre inadequada;
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se
defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no
art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à
saúde e ao meio ambiente.
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos
e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e
conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de
monopólio ou oligopólio.
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de
autoridade.
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos
seguintes princípios:
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que
objetive sua divulgação;
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais
estabelecidos em lei;
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e
imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas
jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante
das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta
ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão
obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação
veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer
meio de comunicação social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
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§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia
utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, na
forma de lei específica, que também garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na
execução de produções nacionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o §
1º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão
comunicadas ao Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e
autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio
da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal.
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do
recebimento da mensagem.
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo,
dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal.
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do
Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores.
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de
decisão judicial.
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de
quinze para as de televisão.
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá,
como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.
CAPÍTULO VI DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico
das espécies e ecossistemas; (Regulamento)
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético; (Regulamento) (Regulamento)
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes
a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através
de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção; (Regulamento)
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental,
a que se dará publicidade; (Regulamento)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente; (Regulamento)
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade. (Regulamento)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da
lei.
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§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente
da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma
da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao
uso dos recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em
lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações
culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de
natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas
por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 96, de 2017)
CAPÍTULO VII DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a
mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer
dos pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo
homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 66, de 2010)
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade
responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar
recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a
integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do
adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante
políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência
materno-infantil;
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas
portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do
adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a
convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de
obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)
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§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso
público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às
pessoas portadoras de deficiência.
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no
art. 7º, XXXIII;
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Redação dada Pela
Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade
na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação
tutelar específica;
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da
liberdade;
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e
subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente
órfão ou abandonado;
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e
ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do
adolescente.
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos
e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração
o disposto no art. 204.
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; (Incluído Pela
Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias
esferas do poder público para a execução de políticas públicas. (Incluído Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas
da legislação especial.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos
maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e
garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus
lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes
coletivos urbanos.
CAPÍTULO VIII DOS ÍNDIOS
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças
e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo
à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos
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recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e
cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse
permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas
existentes.
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a
pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com
autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada
participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre
elas, imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do
Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou
no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em
qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto
a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das
riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse
público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a
extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às
benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar
em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos
do processo.
01 – (KLC/PROFEITURA DE ALTO PIQUIRI-PR/2017) - A direção do Sistema Único de Saúde – SUS – é
única, de acordo com a Constituição Federal. No âmbito da União, essa direção será exercida pelo seguinte
órgão:
a) Ministério Público
b) Vigilância Sanitária
c) Ministério do Planejamento
d) Ministério da Previdência Social
e) Ministério da Saúde
02 – (CENTRO/PROFEITURA DE MANAUS/2012) - Leia o trecho abaixo e, em seguida, assinale
alternativa que preenche corretamente a lacuna. As funções, competências, atividades e atribuições do
INAMPS, extinto pela Lei nº 8.689/93, serão absorvidas pelas instâncias federal, estadual e municipal
gestoras do _______________, de acordo com as respectivas competências, critérios e demais disposições
das Leis nos 8.080/90, e 8.142/90.
a) Ministério da Previdência Social
b) Ministério Público
c) Sistema Único de Saúde
d) Secretarias Estaduais de planejamento
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e) Secretarias Estaduais de assistência social
03 – (VUNESP/PC-SP/2014) - Segundo a Constituição Federal, para a instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, o poder público pode, na forma
da lei, exigir
a) estudo prévio de impacto ambiental.
b) o pagamento de taxas e impostos para liberação da obra.
c) imposto sobre serviços.
d) recolhimento de valores ao Fundo de Proteção do Meio Ambiente.
e) prévia autorização do Ministério Público ambiental.
04 – (FCC/MPE-PA/PROMOTOR/2014) -A Constituição Federal de 1988, no seu art. 198, inciso III,
estabelece que o Sistema Único de Saúde deve contar com a participação da comunidade. Essa
participação ocorre
a) através dos gestores locais e agentes comunitários de saúde.
b) pelas entidades filantrópicas e sem fins lucrativos.
c) através das Conferências e Conselhos de Saúde.
d) por intermédio do Disque Direitos Humanos.
e) pela provocação do Ministério Público.
05– (VUNESP/MPE-SP/2016) - A Constituição Federal de 1988 (art.197) estabelece que são de relevância
pública as ações e serviços de saúde pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre
sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
a) diretamente ou por meio de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
b) por empresas filantrópicas, exclusivamente em convênio com o Governo Federal.
c) pelos Estados, que poderão estabelecer convênio, desde que autorizados pelo Governo Federal.
d) diretamente pelos serviços terceirizados contratados unicamente pelo Governo Federal.
e) por pessoas físicas, desde que credenciadas pelo Ministério da Saúde.
06– (CESPE/TJTO/JUIZ)- Ana, com 3 anos de idade, é filha de Antônia, empregada doméstica, que
trabalha e reside em município com creche pública gratuita. No entanto, foi-lhe negada matrícula em face
da ausência de vagas. Bárbara, com 8 anos de idade, é filha de Jorge, que mora em uma comunidade
alternativa e pretende Proporcionar uma formação especial a sua filha fora da rede de ensino oficial.
Acerca dessas situações hipotéticas, do ato administrativo, da educação e da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, assinale a opção correta.
a) O fornecimento público de creche é uma atividade discricionária do poder público, a depender de condições
econômicas de cada ente federativo.
b) Conforme entendimento do STJ, Jorge tem direito subjetivo de ministrar a sua filha as disciplinas do ensino
fundamental, no recesso do lar, sem controle do poder público.
c) O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos,
associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o
Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo.
d) O Poder Judiciário não pode determinar que a municipalidade seja obrigada a matricular Ana, sob pena de
invadir a esfera de competência do Poder Executivo.
07– (PGR/PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA)- Não se pode afirmar que:
a) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios não incluem as áreas de perambulação e as que remotamente
foram aldeamento indígena.
b) As atribuições do Ministério Público não estão sujeitas à reserva de lei complementar.
c) Os atos administrativos que envolvem a aplicação de conceitos indeterminados estão sujeitos ao exame e
controle pelo Poder Judiciário.
d) Não se declara a inconstitucionalidade parcial quando haja inversão clara do sentido da norma.
08– (FCC/TRT20ª/2016)- O texto constitucional federal estabelece, textualmente, que a seguridade social
compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas
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a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. De acordo com a Constituição
Federal, compete
a) à sociedade, em geral, nos termos de emenda constitucional, organizar a seguridade social, com base em
vários objetivos, dentre os quais se encontra o da universalidade da cobertura e da parcialidade do atendimento.
b) ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base em vários objetivos, dentre os
quais se encontra o da diversidade da base de financiamento.
c) ao Gabinete da Presidência da República, nos termos de decreto presidencial, organizar a seguridade social,
com base em vários objetivos, dentre os quais se encontra o da irredutibilidade dos salários sobre os quais
incidem as contribuições previdenciárias.
d) ao Ministério da Saúde e às Secretarias Estaduais de Saúde, nos termos de decretos federal e estaduais,
organizar a seguridade social, com base em um único objetivo, que é o da equidade na forma de participação no
custeio.
e) ao Ministério da Justiça, nos termos de instruções e portarias de sua autoria, organizar a seguridade social,
com base em vários objetivos, dentre os quais se encontra o da uniformidade e equivalência dos benefícios e
serviços prestados aos usuários do sistema, sejam eles brasileiros natos, naturalizados ou mesmo estrangeiros.
09– (CS-UFG/DPE-GO/2014) - A Constituição Federal de 1988 prevê a saúde como direito fundamental
a ser assegurado ao cidadão. A propósito desse direito,
a) assegura-se o fornecimento de medicamentos de alto custo exclusivamente aos necessitados, devido à
infinitude das demandas e à finitude dos recursos.
b) é exclusiva do Ministério Público a legitimidade para ajuizamento de ação de mandado de segurança com
vistas a promover o fornecimento de medicamentos.
c) é vedada à iniciativa privada a exploração econômica da assistência à saúde dado o direito fundamental à
saúde ser consectário do direito à vida.
d) regula-se o Sistema Único de Saúde (SUS) exclusivamente por meio da legislação infraconstitucional, visto
que está fora das matérias constitucionais.
e) é vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas de saúde com
fins lucrativos.
10– (FMP/MPE-RO/2017) - Sobre o conteúdo do direito fundamental à saúde, analise a alternativa
CORRETA.
a) A determinação judicial ao Poder Público da realização de obras e serviços de melhoria em unidade materno-
infantil é admitida pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
b) A norma do artigo 196 da Constituição da República é de natureza meramente programática, nos termos da
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
c) O Ministério Público não tem legitimidade para o ingresso de ação civil pública visando à reforma de um
hospital público ou de um posto de saúde que atende à população carente de um determinado bairro ou cidade.
d) Medicamentos não registrados na ANVISA e de alto custo, em regra, devem ser fornecidos pelo Poder
Judiciário.
e) O direito à morte digna é uma norma de direito fundamental associada que decorre da norma prevista no
artigo 196 da Constituição da República, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
11– (ESPP/TRT9ª/JUIZ) - Ante a comprovada demanda de famílias de baixa renda, o Ministério Público
do Estado do Paraná ajuizou ação ordinária perante a Justiça Estadual do Paraná postulando, em síntese,
que fosse determinado ao Município de Curitiba matricular crianças de zero a dez anos de idade em
unidades de ensino infantil próximas de sua residência ou do endereço de trabalho de seus responsáveis
legais, sob pena de multa diária por criança não atendida. Analise a alternativa correta, considerando a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
a) O pedido deve ser integralmente acolhido, visto que a educação infantil representa prerrogativa constitucional
indisponível que assegura às crianças educação básica obrigatória e gratuita.
b) O pedido pode ser acolhido, desde que se observe a cláusula da reserva do possível, na medida em que o
Município deve observar a Lei de Responsabilidade Fiscal que dispõe sobre o controle de gastos de estados e
municípios, condicionado à capacidade de arrecadação de tributos desses entes políticos.
c) O pedido deve ser parcialmente acolhido, visto que, embora seja incumbência primária dos Poderes
Legislativo e Executivo a prerrogativa de formular e executar políticas públicas, revela-se possível, no entanto,
DIREITO CONSTITUCIONAL
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ao Poder Judiciário, ainda que em bases excepcionais, determinar que o Município de Curitiba matricule todas
as crianças de zero a seis anos de idade.
d) O pedido deve ser rejeitado, porque o atendimento da pretensão violaria o princípio da separação dos poderes,
previsto no artigo 2° da Constituição da República, caracterizando indevida ingerência no Judiciário no poder
discricionário do Executivo.
e) O pedido deve ser parcialmente acolhido, visto que o atendimento em creche e pré-escola é direito de todas
as crianças de zero a cinco anos de idade. Deve ser rejeitada a sanção pretendida, no entanto, por haver expressa
vedação legal de se impor multas cominató- rias a entidades de direito público.
12– (IESES/TJ-RN/2012)- Marque V ou F, conforme as afirmações a seguir sejam verdadeiras ou falsas.
( ) Nas terras tradicionalmente ocupadas pelos índios cabe-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo
nelas existentes.
( ) Os direitos sobre as terras indígenas são imprescritíveis.
( ) As terras indígenas são inalienáveis.
( ) As organizações indígenas são parte ilegítima para ingressar em juízo em defesa dos direitos dos índios,
cabendo ao Ministério Público todos os atos do processo.
( ) O aproveitamento dos recursos hídricos em terras indígenas não podem ser efetivados.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) F – V – F – F – V
b) V – V – V – F – F
c) V – F – F – V – V
d) V – F – V – F – F
13– (FAE/TRT9ª/JUIZ) - Prescreve o § 1º do art. 213 da Constituição: "Art. 213. Os recursos públicos
serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou
filantrópicas, definidas em lei, que: (...) § 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a
bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrem
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade
da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de
sua rede na localidade." Considere o ensino fundamental como direito subjetivo e a hipótese de que o
Poder Público não oferece número suficiente de vagas para crianças em período diurno nas escolas
públicas. Assinale a alternativa que contém, entre as interpretações possíveis do referido texto
constitucional, aquela que confere eficácia ao princípio da dignidade da pessoa humana:
a) O cidadão não possui legitimidade para propor demanda reivindicando que o Poder Público custeie escola
privada.
b) O Judiciário somente poderia determinar o custeio de uma escola privada pelo Poder Público com fundamento
na lei de que trata o § 1º do art. 213 transcrito.
c) A exigência de lei prévia dirige-se ao Poder Executivo e não ao Poder Judiciário, podendo este conferir tutela
ao direito não cumprido do indivíduo, condenando o Poder Público a custear escola privada ao autor da demanda.
d) Ao Judiciário compete tutelar os direitos à alimentação, vestuário, saúde e moradia, sendo que a educação
fundamental não diz respeito a condições materiais básicas da existência, não sendo dado ao Poder Judiciário
impor a prestação aos entes federados.
e) Somente o Ministério Público está legitimado para a ação visando ao custeio do ensino fundamental pelo
Poder Público por tratar-se de tutela de direito difuso e interesse coletivo.
14– (COPEVE/UF-AL/2010) - O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado consagrado no art.
225 da Constituição brasileira representa:
a) um autêntico direito fundamental, cujos titulares também podem ser indivíduos, ao lado da sociedade como
um todo.
b) um interesse difuso, que estatui uma destacada proteção dos recursos naturais, mas não representa um direito
fundamental individual ou coletivo.
c) uma forte garantia processual que obriga o Ministério Público (entre outros órgãos e associações civis) a
reivindicar o respectivo direito “de terceira geração (dimensão)” em nome de grupos vulneráveis da população.
d) uma norma programática que não possui eficácia suficiente para obrigar, sem intermediação de leis ordinárias,
os órgãos públicos federais, estaduais e municipais, além dos particulares.
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e) um dever genérico de atuação discricionária, direcionado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios, que
devem prestar os respectivos serviços de defesa ambiental de acordo com as suas condições financeiras
concretas.
15– (EJEF/TJ-MG) - Quanto aos direitos relativos à ordem social, elencados na Constituição Federal,
marque a alternativa INCORRETA.
a) O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública destinada a garantir direitos das crianças
e dos idosos.
b) A assistência social será prestada a quem dela necessitar, mesmo ausente contribuição à seguridade social.
c) Os chamados conceitos vagos ou imprecisos, relativos à Justiça Social, impedem que o Judiciário lhes
reconheça efeitos concretos.
d) A lesão ao meio ambiente sujeita o infrator a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos.
16– (FGV/PGM/PROCURADOR/2014) - Em relação às normas constitucionais afetas ao meio ambiente,
assinale a afirmativa correta.
a) Norma estadual pode dispensar o estudo prévio de impacto ambiental, em áreas de reflorestamento, para fins
empresariais.
b) Norma da Constituição Estadual pode determinar a submissão do relatório de impacto ambiental ao crivo do
Ministério Público, que pode aprová-lo ou rejeitá-lo.
c) A partir da necessidade de proteger a cultura local, norma estadual pode autorizar competições entre “galos
combatentes”.
d) A Mata Atlântica é patrimônio nacional, não bem da União.
e) A proteção ao meio ambiente compete privativamente à União.
17– (ESAF/FUNAI/2016) - Sobre as disposições constitucionais pertinentes aos índios, assinale a opção
correta.
a) É função institucional do Ministério Público defender judicialmente os direitos e interesses das populações
indígenas.
b) A União, os Estados e o Distrito Federal têm competência legislativa concorrente sobre populações indígenas.
c) O Presidente da República tem a competência de autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
aproveitamento de recursos hídricos.
d) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar a disputa sobre direitos indígenas.
e) Os municípios possuem a atribuição de demarcar as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
18– (CEFETE/MPE-BA/2015) - No que concerne ao direito à educação, consagrado na Lei nº 9.394/96 –
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), examine as assertivas registradas a seguir:
I - A educação infantil gratuita será disponibilizada para as crianças de até 5 (cinco) anos de idade, sendo
assegurada vaga na escola pública mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que
completar 3 (três) anos de idade.
II - Compete ao Poder Público a oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com
características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que
forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola.
III - O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo
de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente
constituída e, ainda, o Ministério Público acionarem o poder público para exigi-lo.
IV - A educação básica obrigatória e gratuita será ministrada dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de
idade, sendo organizada da seguinte forma: a) pré-escola; b) ensino fundamental; e c) ensino médio.
V - O Poder Público deverá garantir atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, de modo
transversal, nos níveis da pré-escola e do ensino fundamental.
Estão CORRETAS as seguintes assertivas:
a) I – II – IV.
b) III – IV – V.
c) II – III – IV.
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d) II – IV – V.
e) I – II – III.
19 – (FCC/TCM-GO/2015) - A seguridade social organizada pelo poder público NÃO tem como objetivo
a
A) democratização por meio de gestão tripartite, com a participação de trabalhadores, empregadores e governo.
B) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.
C) universalidade da cobertura e do atendimento.
D) irredutibilidade do valor dos benefícios.
E) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
20 – (FCC/TCM/RJ) - Segundo o § 7o do art. 195 da Constituição Federal, São isentas de contribuição
para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências
estabelecidas em lei. Esse dispositivo constitucional
A) exclui a impetração de mandado de injunção para a sua consecução.
B) remete a uma regulamentação que exige forma de lei complementar.
C) refere-se a direitos relativos à previdência e à assistência social, não a direitos relativos à saúde.
D) veicula uma imunidade, não uma isenção.
E) pode ser concretizado por meio de ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
21 - (FCC/TCM-GO/2015) - O regime constitucional da previdência social prevê
A) a possibilidade de filiação ao regime geral, como segurado facultativo, de participante de regime próprio de
previdência.
B) que, na previdência privada de caráter complementar, as contribuições do empregador integram, para os fins
legais, a remuneração dos participantes.
C) a cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada.
D) o benefício do auxílio-reclusão, em favor de detentos de baixa renda.
E) a impossibilidade de adoção de requisitos diferenciados para concessão de aposentadoria, com exceção da
específica situação dos casos de atividades exercidas sob condições que prejudiquem a saúde.
22 – (VUNESP/MPE-SP/2015) - No Título VIII, da Ordem Social, prevê a Constituição Federal que a
seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social,
competindo ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base, dentre outros,
no(s) seguinte(s) objetivo(s):
A) redutibilidade excepcional dos benefícios e serviços.
B) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.
C) unicidade da base de financiamento.
D) delegação e descentralização da prestação dos benefícios e serviços.
E) seletividade da cobertura e do atendimento.
23 - (FCC/MANAUSPREV//2015) - A Constituição Federal prevê ações de governo na área de assistência
social, as quais devem ser prestadas
A) a quem delas necessitar, mediante contribuição, exceto quando se tratar de benefícios aos idosos
comprovadamente carentes.
B) às famílias carentes de recursos financeiros, independentemente de contribuição, que comprovem o
recebimento do auxílio do bolsa-família.
C) a quem delas necessitar, mediante contribuição, exceto quando se tratar de crianças e adolescentes carentes.
D) a quem delas necessitar, independentemente de contribuição, tendo por um de seus objetivos a promoção da
integração ao mercado de trabalho.
E) a quem delas necessitar, mediante contribuição, garantindo ao portador de deficiência um salário mínimo
mensal.
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24 – (VUNESP/PC-SP/2014) - O conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social,
denomina- se
A) Bolsa Família.
B) seguridade social.
C) orçamento público.
D) SUS - Sistema Único de Saúde.
E) ações afirmativas.
25- (FCC/2014) - NÃO financiará a seguridade social, nos termos da Contribuição Federal, a contribuição
social
A) do empregador sobre o faturamento.
B) sobre a receita de concursos e prognósticos.
C) do importador de bens do exterior.
D) do empregador sobre a folha de salários.
E) do trabalhador, inclusive do aposentado pelo regime geral de Previdência Social.
26 – (FCC/MPE-PA/2014) - Na colocação de criança indígena em família substituta será obrigatória
A) a concordância da liderança indígena.
B) a intervenção do Ministério Público Federal.
C) junto a membros da mesma etnia.
D) a intervenção e oitiva de representantes do órgão fe deral responsável pela política indigenista.
E) a concordância do Ministério Público.
27 - (FCC/MPE-PA/2014) - Para fins de obtenção de aposentadoria pelo sistema geral de previdência
social, além de outros requisitos, é necessário o tempo mínimo de contribuição de
A) trinta e cinco anos para homem ou mulher.
B) trinta anos para homem ou mulher.
C) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher.
D) vinte anos, se homem, e quinze anos, se mulher.
E) vinte e cinco anos, se homem, e vinte anos, se mulher.
28 - (VUNESP/PC-SP/2014) - Segundo a Constituição Federal, para a instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, o poder público pode, na forma
da lei, exigir
A) estudo prévio de impacto ambiental.
B) o pagamento de taxas e impostos para liberação da obra.
C) imposto sobre serviços.
D) recolhimento de valores ao Fundo de Proteção do Meio Ambiente.
E) prévia autorização do Ministério Público ambiental.
29 – (UEG/PCGO) - Sobre a criança e o adolescente, é CORRETO afirmar:
a) a lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.
b) a proteção especial abrange a garantia de pleno e informal conhecimento da atribuição de ato infracional.
c) a proteção especial abrange programas de prevenção e atendimento, em bases idênticas às dos adultos, à
criança e ao adolescente dependentes de entorpecentes e drogas afins.
d) a proteção especial abrange a obediência aos princípios de brevidade, generalidade e respeito à condição
peculiar de pessoa desenvolvida, quando da aplicação da qualquer medida privativa de liberdade.
30 - (FCC/TCM-GO/2015) - A seguridade social organizada pelo poder público NÃO tem como objetivo:
A) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.
B) universalidade da cobertura e do atendimento.
C) irredutibilidade do valor dos benefícios.
D) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços
E) democratização por meio de gestão tripartite, com a participação de trabalhadores, empregadores e governo.
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01.E 02.C 03.A 04.C 05.A 06.C 07.A 08.B 09.E 10.A
11.E 12.B 13.C 14.A 15.C 16.D 17.A 18.C 19.A 20.D
21.C 22.E 23.D 24.B 25.E 26.D 27.C 28.A 29.A 30.E
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