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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.690
BELO HORIZONTE, 16 DE NOVEMBRO DE 2017.
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"O segredo do sucesso é a constância do propósito.”
Benjamin Disraeli
RECEITA PAGA HOJE O SEXTO LOTE DE RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 2017 ..................................................... 2
TRIBUTAÇÃO DA RECEITA DE CONTRATOS: ENTRE A TEORIA E A REALIDADE ................................................................ 2
MUDANÇAS EM MP DOBRAM RENÚNCIA COM FUNRURAL ........................................................................................... 4
NOVO REFIS CONTRIBUI COM R$ 7 BILHÕES PARA ALTA DA RECEITA TRIBUTÁRIA EM OUTUBRO ................................. 5
LUCRO DA CONTA ÚNICA PAGA PREVIDÊNCIA .............................................................................................................. 6
TRABALHO ESCRAVO, CRIME E A PORTARIA 1.129/17 ................................................................................................... 8
REFORMA AUTORIZA USO DE SEGURO PARA RECURSO............................................................................................... 10
GOVERNO EDITA MP QUE MUDA PONTOS DA REFORMA TRABALHISTA ..................................................................... 12
NA FALTA DE LEI, ENTIDADE BENEFICENTE DEVE PROVAR DIREITO A IMUNIDADE ...................................................... 13
FALECIMENTO DE TITULAR DE FIRMA INDIVIDUAL CAUSA A EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO FISCAL ................................... 14
IRPF – AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA SOB A ÉGIDE DO DL 1510 E ALIENAÇÃO APÓS REVOGAÇÃO .......... 15
IMUNIDADE – INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – REMUNERAÇÃO DE DIRIGENTES ........................................... 15
IRRF – REMESSA AO EXTERIOR – FINS EDUCACIONAIS – NÃO INCIDÊNCIA .................................................................. 16
PIS/COFINS – RECEITAS NA VENDA DE EMBALAGENS PARA ÁGUA E SUCOS – ALÍQUOTAS .......................................... 17
NOMEAÇÃO DE BENS À PENHORA OU DEPÓSITO JUDICIAL SÃO SUFICIENTES PARA IMPEDIR FALÊNCIA .................... 17
DISPONIBILIZADO MENU AJUDA NO MÓDULO DOMÉSTICO — ESOCIAL ..................................................................... 18
IRPF – RATEIO DE PERDAS ENTRE OS COOPERADOS – LIVRO CAIXA – DEDUTIBILIDADE .............................................. 19
PIS/COFINS – MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA – INSUMOS – CRÉDITO ........................................................................... 20
TURMA DECIDE: DEPOSITÁRIO DO BEM PENHORADO PODE SER NOMEADO POR EDITAL ........................................... 20
Sumário
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RECEITA PAGA HOJE O SEXTO LOTE DE RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 2017
Fonte: Valor Econômico. BRASÍLIA - A Receita Federal paga hoje (16) o sexto lote de restituição
do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2017. O lote contempla 2.358.433 contribuintes,
totalizando mais de R$ 2,8 bilhões. O lote multiexercício inclui restituições residuais do período
de 2008 a 2016.
O crédito bancário chega a R$ 3 bilhões. Desse total, R$ 107,844 milhões referem-se aos
contribuintes com prioridade: 26.209 idosos e 3.354 pessoas com alguma deficiência física ou
mental ou moléstia grave.
Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar a página da Receita na
internet, ou ligar para o Receitafone 146. Na consulta à página da Receita, serviço e-CAC, é
possível acessar o extrato da declaração e ver se há inconsistências de dados identificadas pelo
processamento. Nessa hipótese, o contribuinte pode avaliar as inconsistências e fazer a
autorregularização, mediante a entrega de declaração retificadora.
A Receita disponibiliza ainda aplicativo para tablets e smartphones, que facilita a consulta às
declarações do IR e à situação cadastral no CPF.
A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate
nesse prazo, deverá fazer requerimento pela internet, mediante o Formulário Eletrônico -
Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no e-CAC, no serviço Extrato do
Processamento da Declaração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física.
Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contactar pessoalmente qualquer agência
do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento por meio do telefone 4004-0001
(capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo
para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta corrente ou poupança, em seu
nome, em qualquer banco.
TRIBUTAÇÃO DA RECEITA DE CONTRATOS: ENTRE A TEORIA E A REALIDADE
Fonte: Valor Econômico. No ambiente dos profissionais do Direito, especialmente dentre
aqueles que exercem cargos de liderança jurídica (diretores, gerentes, gestores etc.), percebe-
se uma tendência crescente no envolvimento deles na atuação estratégica das empresas. Esse
movimento está absolutamente correto, porém, não pode ser conduzido com prejuízo do estudo
dos fundamentos do próprio Direito e das teorias que informam a interpretação e a aplicação
das leis.
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Se os profissionais do Direito são convocados a conhecer o negócio desenvolvido pelas
empresas, eles não podem esquecer o conhecimento jurídico que têm (ou que deveriam ter), ou
seja, o conhecimento teórico do Direito.
Em apertada síntese (portanto, correndo o risco de simplificar o debate), podem ser citadas,
principalmente, duas linhas teóricas: uma, dogmática, que parte de alguns pressupostos e
procura explicar a realidade com base nesses seus dogmas e pressupostos. Outra, chamemos
de naturalista (por falta de uma denominação definitiva), que parte da observação da realidade
e procura estabelecer padrões com base em elementos e circunstâncias que se repetem.
Ambas as abordagens são incapazes de elaborar uma teoria universal e infalível, motivo pelo
qual exceções e respostas específicas devem ser esperadas. Porém, a tendência é a realidade se
impor, o que favorece a visão naturalista em detrimento da visão dogmática.
Com respeito à tributação da receita, essa dicotomia começa na interrogação sobre se há ou
não um conceito constitucional de receita.
As teorias dogmáticas responderão, por exemplo, que não existe um “conceito”, mas, na
verdade, um “tipo”, que é mais aberto: pelo princípio da identidade, ao se falar em conceito é
preciso que o objeto conceituado reúna todos, absolutamente todos, os elementos que
compõem o conceito; no tipo, há apenas a indicação de critérios a serem testados no objeto em
análise. Ainda no âmbito das teorias dogmáticas, seria possível identificar um conceito
constitucional de receita, porém, tratar-se-ia de um conceito jurídico de receita, elaborada
exclusivamente à luz da Ciência do Direito, já que tal conceito seria utilizado pelo direito
tributário.
Por outro lado, uma visão naturalista buscaria o conceito de receita na observação das práticas
empresariais e, de maneira multi e interdisciplinar, no tratamento dado a esse fenômeno por
outros ramos do conhecimento, como a contabilidade e a economia. Em decorrência, não
existiria um conceito jurídico-dogmático de receita, mas o Direito se apropriaria do conceito
comumente verificado nos agentes envolvidos com a receita. Assim, a disciplina contábil da
receita poderia certamente ser utilizada para interpretar e aplicar a legislação tributária.
A avaliação dos riscos relacionados à tributação da receita, a partir da entrada em vigor do
Pronunciamento Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 47 – Receita de
Contratos com Clientes (NBC TG 47, de 25 de novembro de 2016), a ser feita pelos
profissionais da área tributária, dentre eles os gestores jurídicos das empresas e os advogados,
não pode prescindir de um posicionamento teórico a respeito do assunto – seja utilizando um
dos suportes teóricos já construídos ou construindo um novo.
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MUDANÇAS EM MP DOBRAM RENÚNCIA COM FUNRURAL
Fonte: Valor Econômico. Com as mudanças feitas pela bancada ruralista no relatório da MP 793,
aprovado semana passada pela comissão mista do Congresso, a expectativa de renúncia fiscal
que o governo passará a ter com o chamado Refis do Funrural dobrou de R$ 7,5 bilhões para
R$ 15 bilhões, de acordo com cálculos preliminares da Receita Federal.
A estimativa de arrecadação federal baixou de R$ 8,5 bilhões para R$ 2 bilhões. Do total de R$
17 bilhões em dívidas contraídas por produtores e empresas com o Funrural, apenas R$ 2
bilhões devem retornar ao Fisco em 15 anos, prazo para os devedores saldarem seus débitos.
Esse é o diagnóstico que o secretário-geral da Receita, Jorge Rachid, irá usar para recomendar
ao Palácio do Planalto mudanças "significativas" no texto, com o objetivo de reverter o relatório
da comissão mista e manter o ganho fiscal do programa. Caso contrário, o Fisco acena com
vários vetos ao parecer da deputada Tereza Cristina (sem partido-MS), relatora da MP na
comissão mista.
Na avaliação de técnicos da Receita, além de mudanças já esperadas - como redução de 4%
para 2,5% do valor da entrada a ser paga sobre o valor total das dívidas com o Funrural antes
de contar o prazo para pagamento do Refis, a partir de janeiro - a MP foi muito alterada. A
deputada fez 20 alterações no original.
Entre as principais modificações, o relatório estendeu o prazo de adesão de 30 de novembro
para 20 de dezembro, elevou de 25% para 100% os descontos para multas e encargos sobre as
dívidas acumuladas com o Funrural e ampliou de 30 de abril para 30 de agosto deste ano a data
de vencimento final para os débitos que podem entrar no programa. Uma das novidades, que
teria desagradado à Receita, permitiu às empresas rurais utilizarem créditos com prejuízo fiscal
de qualquer período para abater a dívida com o Funrural.
O relatório ainda permitiu que produtores e empresas optem por recolher a contribuição
previdenciária somente sobre a folha de salários (os 23% pagos ao INSS pelo empregador
urbano) ou sobre a produção, como acontece com o Funrural. E ainda tirou a "trava" que a
Receita havia proposto originalmente na MP, segundo a qual só poderiam aderir ao Refis
contribuintes rurais que devessem até R$ 15 milhões.
Na avaliação de uma fonte que participou das negociações da MP, a medida, caso aprovada pelo
Congresso, beneficiaria grandes empresas, que são as que possuem prejuízo fiscal acumulado.
Só a JBS, tem passivo estimado em R$ 2 bilhões com o Funrural. Empresas menores não têm
prejuízo acumulado para abater de suas dívidas.
A deputada Tereza Cristina afirma que, apesar de aberta a conversas com o governo, ainda não
foi procurada por Rachid ou auditores da Receita para negociar possíveis melhorias no relatório
O cabo de guerra entre Receita e negociar possíveis melhorias no relatório. O cabo de guerra
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entre Receita e Congresso não deve durar muito. Resta pouco tempo para aprovação nos
plenários da Câmara e do Senado. A MP expira dia 28.
NOVO REFIS CONTRIBUI COM R$ 7 BILHÕES PARA ALTA DA RECEITA TRIBUTÁRIA EM OUTUBRO
Fonte: Valor Econômico. A Receita Federal arrecadou pouco mais de R$ 7 bilhões somente em
outubro com o Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), o novo Refis, o que superou
as mais otimistas previsões. No acumulado desde agosto, a arrecadação do Pert já supera R$
15 bilhões, de acordo com dados preliminares do Sistema Integrado de Administração
Financeira do Governo Federal (Siafi).
Esta foi uma das principais razões para o forte crescimento das receitas tributárias federais em
outubro, descontando-se o efeito da repatriação do ano passado. Como o Valor informou na
última terça-feira, os dados do Siafi mostravam taxas de crescimento da arrecadação federal
entre 9% e 12% acima da inflação, na comparação de outubro de 2017 com o mesmo mês de
2016, retirando-se da conta os R$ 45 bilhões da repatriação de ativos de brasileiros no exterior.
Outros fatores como a alta nos combustíveis, a melhora da economia e o reajuste dos servidores
também impactaram favoravelmente as receitas do governo.
Com o desempenho no mês passado, o cenário de descontingenciamento, que já estava
desenhado pelo governo desde setembro, conforme anteriormente anunciado pelo ministro do
Planejamento, Dyogo de Oliveira, ficou ainda mais favorável. A equipe econômica trabalhava
para desbloquear dotações orçamentárias deste ano ainda nesta semana. Hoje, haverá uma
reunião da Junta Orçamentária para discutir o assunto. Pelos cálculos feitos até terçafeira, o
valor poderia superar a marca de R$ 5 bilhões, mas tinha pouca chance de chegar aos R$ 10
bilhões, número que era almejado em parte do governo e que levaria o contingenciamento para
um nível pouco superior a R$ 20 bilhões.
A definição do montante que poderá ser liberado dependia ainda da entrega, pelo Receita
Federal, dos dados finais sobre a arrecadação do governo até o momento e a projeção para este
ano. Normalmente, a equipe econômica libera dotações orçamentárias bloqueadas quando
divulga o relatório bimestral de receitas e despesas, o que está previsto para 22 de novembro.
A ideia, até o momento, era antecipar isso para amanhã.
A margem para liberação de recursos deve-se ao ágio nos leilões das hidrelétricas que eram da
Cemig e da 13ª Rodada de áreas de petróleo e saque adicional de precatórios, além do Refis,
cuja projeção havia sido reduzida e o qual o resultado final foi acima dos R$ 8,8 bilhões
estimados originalmente.
Em setembro, já se falava nos bastidores que a liberação poderia ser de pelo menos R$ 5 bilhões.
Em outubro, o Valor mostrou que já havia garantida uma sobra de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões
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no orçamento deste ano, mas com frustração de R$ 1 bilhão do leilão do pré-sal e também uma
arrecadação menor com o Refis das Autarquias, que foi de cerca de metade do projetado no
último relatório.
Havia no governo uma disputa sobre o que fazer com as sobras de recursos em relação ao
último relatório. Uma parte da equipe econômica gostaria de usar o excedente para fazer um
saldo primário melhor do que o déficit de R$ 159 bilhões, para deixar clara uma trajetória de
melhora fiscal. Outra ala defendia ainda o uso para reduzir o estoque de restos a pagar, em
estratégia semelhante à do ano passado. Mas a liberação de gastos, que pode ajudar
politicamente o governo no Congresso, ao que tudo indica terá a maior parte, se não a
totalidade, da "sobra" fiscal.
LUCRO DA CONTA ÚNICA PAGA PREVIDÊNCIA
Fonte: Valor Econômico. O governo vem utilizando, cada vez mais, a remuneração das
disponibilidade do Tesouro Nacional, depositadas em sua Conta Única no Banco Central, para
pagar gastos correntes. De janeiro ao dia 11 de novembro deste ano, essa fonte de receita já
financiou despesas no montante de R$ 93,2 bilhões, de acordo com dados do Siafi - o sistema
eletrônico que registra todas as receitas e despesas da União. A previsão orçamentária é de que
chegue a arcar com despesa total de R$ 114,5 bilhões.
Do dinheiro gasto até agora, R$ 63 bilhões foram usados para pagar benefícios previdenciários
urbanos, R$ 7,6 bilhões para pensões a militares das Forças Armadas e R$ 1,78 bilhão com o
seguro desemprego, entre outras despesas.
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A receita foi usada também para pagar gastos corriqueiros, como a instalação do gerador de
energia fotovoltaica do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, no valor de R$ 14,9 mil, e a
construção do edifício-sede da Procuradoria da República em Belém do Pará, que custou R$ 2,4
milhões. Mais de 300 despesas diferentes foram pagas, neste ano, com essa fonte de recursos.
Em 2016, a remuneração da Conta Única, no valor de R$ 106,3 bilhões, de acordo com dados
do Tesouro, foi superior ao total arrecadado pela Receita Federal com o Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) e com o PIS/Pasep, somados. É importante observar que essa receita não
é primária. É uma receita financeira, pois são juros pagos pelo BC ao Tesouro. Ou seja, o governo
não pode usar os recursos para reduzir o déficit primário de suas contas.
A rigor, até 2009, a receita da remuneração da Conta Única do Tesouro foi utilizada inteiramente
para pagar a dívida pública. A partir de 2010, ela começa a ser usada para outras finalidades.
Naquele ano, uma parte foi transferida ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). Em 2011,
foi usada no pagamento de aposentadorias e pensões, embora a maior parte continuasse a
quitar a dívida.
Em 2013, o governo ampliou o uso da remuneração da Conta Única para bancar despesas
correntes. Naquele ano, R$ 2,5 bilhões foram destinados, por exemplo, à concessão de
financiamentos estudantis, por meio do Fies. Com os déficits primários continuados, a receita
passou cada vez mais a bancar despesas correntes e, em 2016, nenhum centavo foi destinado
ao pagamento da dívida, o que também está acontecendo neste ano.
A conta única do Tesouro junto ao Banco Central foi criada em 1988, permitindo a eliminação
de mais de 5 mil contas bancárias governamentais. Ela reune todas as disponibilidades
financeiras da União, como, por exemplo os superávits primários acumulados ao longo dos anos,
os pagamentos feitos pelos Estados e municípios por conta da renegociação de suas dívidas e
os resultados positivos do BC transferidos ao Tesouro.
A medida provisória 2.179-36 determinou que as disponibilidades de caixa da União
depositadas no BC fossem remuneradas, a partir de 18 de janeiro de 1999, pela "taxa média
aritmética ponderada da rentabilidade intrínseca dos títulos da dívida pública mobiliária federal
interna de emissão do Tesouro em poder do BC".
Os recursos depositados na conta única foram aumentando ao longo dos anos, até atingir a
impressionante cifra de R$ 1,039 trilhão em 2016. Houve um forte aumento da conta única
depois de 2014. Em apenas dois anos (2015 e 2016), ela cresceu R$ 433 bilhões, mesmo com
o governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) tendo registrado déficits primários em
suas contas superiores a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano, no período.
Uma explicação pode ser, de acordo com especialistas ouvidos pelo Valor, o forte resultado
positivo obtido pelo Banco Central, por causa das desvalorizações cambiais ocorridas nesse
período. Como as reservas internacionais do país são registradas em reais na contabilidade do
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BC, toda vez que a moeda brasileira sofre desvalorização, frente ao dólar, aumenta o valor das
reservas em reais.
A diferença contábil entre o valor das reservas antes e depois da desvalorização do real é
contabilizada como lucro do BC e transferido ao Tesouro, em espécie, ao final do semestre. Isto,
no entanto, é um lucro só contábil, pois não houve venda efetiva das reservas. Questionado
pelo Valor, o Tesouro confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está mesmo
usando a remuneração da conta única para pagar despesas correntes.
Informou que "não há legislação que vincule a remuneração da conta única ao pagamento de
uma despesa em particular". Por esta razão, o Tesouro explicou que "não há irregularidade em
usá-la para cobrir despesas correntes".
Uma fonte da área econômica disse ao Valor que o uso da remuneração da Conta Única para
pagar despesas correntes reduz a necessidade de emissões de títulos, ajudando o governo a
cumprir a chamada regra de ouro das finanças públicas. Segundo esta regra, as operações de
créditos da União não podem exceder o montante das despesas de capital (os investimentos, as
inversões financeiras e os juros reais).
TRABALHO ESCRAVO, CRIME E A PORTARIA 1.129/17
Fonte: Por Cesar Janoti e Thiago Sorrentino. A novel conceituação de trabalho forçado, jornada
exaustiva e condições análogas à de escravo estabelecida pela Portaria 1.129/17, do Ministério
do Trabalho, reacendeu antigas contendas envolvendo trabalhadores, empresários,
agropecuaristas, fiscais, parlamentares e juristas.
Os defensores das medidas sustentam que o novo regramento extirpa os excessos
procedimentais inexequíveis tanto aos fiscais quanto aos fiscalizados, além de assegurar aos
empregadores o direito à ampla defesa antes de serem inseridos na famigerada "lista suja" do
trabalho escravo.
Noutro giro, os opoentes alegam que a conceituação excessivamente restritiva presente no
edito distancia-se sobremaneira da compreensão contemporânea sobre a escravidão laboral,
que prescinde de constrangimentos exclusivamente físicos e se apresenta mais sutil e ardilosa
do que as formas convencionais empregadas odiosamente no passado, além de violar tanto a
legislação nacional quanto os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil - que há muito
já dispõem de definições claras sobre o tema. O que acarreta um verdadeiro retrocesso no
combate ao trabalho escravo.
Constituição Federal, Declaração Sociolaboral do Mercosul, Convenções 29 e 105 da
Organização Internacional do Trabalho (internalizadas pelos Decretos 41.721/57 e 58.822/66,
respectivamente), Pacto de São José da Costa Rica (Decreto nº 678/92), Protocolo Adicional à
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Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado transnacional relativo à prevenção,
repressão e punição do tráfico de pessoas e Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos
(Decreto nº 592/92) seriam exemplos de normas infringidas pela Portaria.
Robustecendo as críticas, a reação mais forte ao nupérrimo disciplinamento veio do
deferimento, pela ministra Rosa Weber, do pedido de liminar formulado por um partido político
nos autos da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 489, para suspender
os efeitos da Portaria Ministerial por compreendê-la como violadora das dimensões repressiva,
pedagógico-preventiva e reparativa das ações e políticas públicas brasileiras de combate ao
trabalho escravo.
Em resposta, o senhor ministro do Trabalho manifestou acatamento à decisão da Suprema
Corte, mas ressalvou que os peculiares rumos apontados pela Portaria são irreversíveis.
Importante frisar que essa obediência não se confunde com revogação da portaria, circunstância
que traria desdobramentos diferentes à questão.
A propósito, a Portaria Interministerial MTPS/MMIRDH nº 4/2016 (regulamentação anterior
parcialmente revogada pela Portaria 1.129 e que não dispõe de conceitos restritivos sobre o
trabalho escravo) volta a reger a matéria, ao menos provisoriamente.
Seja qual for o destino da controvertida norma regulamentadora, é importante destacar que os
seus efeitos se espraiarão para além dos âmbitos político e trabalhista, e atingirão a esfera penal.
Lembremo-nos, pois, de que o crime de redução à condição análoga à de escravo, previsto no
art. 149 do Código Penal, consuma-se mediante a ocorrência ao menos de uma das situações
descritas abertamente no tipo penal (submissão a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva,
sujeição a condições degradantes de trabalho ou restrição da liberdade de locomoção em razão
de dívida contraída com o empregador ou preposto), cuja constatação frequentemente origina-
se de fiscalizações trabalhistas lastreadas nos parâmetros estabelecidos pelas normas oriundas
do Ministério do Trabalho que dão o verdadeiro sentido à norma penal, complementando-a.
Ora, como o direito penal é essencialmente fragmentário, ultima ratio e deve (ria) ser
minimamente interventivo, não poderá incidir sobre situações desimportantes a outros ramos
do direito.
Por conseguinte, toda e qualquer conduta que fora considerada tipicamente adequada ao crime
do art. 149 do Código Penal com base em conceitos estabelecidos em atos normativos
anteriores à Portaria 1.129 e que nesta não mais encontrarem equivalentes correm o risco de
serem reputados fatos atípicos.
A portaria, por exemplo, condiciona a caracterização da retenção coercitiva do trabalhador no
local de trabalho em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto ao isolamento
geográfico decorrente do cerceamento do uso de meios de transporte pelo trabalhador, à
presença de segurança armada ou à contenção de documentos pessoais do trabalhador.
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Deste modo, qualquer forma de retenção distinta daquelas citadas não serão suficientes à
configuração do crime de redução à condição análoga à de escravo, o que contraria
frontalmente o conteúdo material das normas nacionais e internacionais repressivas ao trabalho
escravo.
Raciocínio idêntico é observado na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que reconhece
os parâmetros estabelecidos pelas Portarias nº 75 e nº 130/2012 do Ministério da Fazenda
como suficientes à aplicação do princípio da insignificância ao crime de descaminho (e.g. HC
126.191, relator ministro Dias Toffoli), e, ainda, no notório reconhecimento da abolitio criminis
temporária em relação ao cloreto de etila (entorpecente conhecido como "lança-perfume"), que
foi excluído por um período de oito dias - supostamente por descuido - da lista de substâncias
psicotrópicas de uso proibido no Brasil editada pela Anvisa (vide HC 120.026, da relatoria do
ministro Celso de Mello).
Aguardemos o posicionamento definitivo do Supremo quando do julgamento de mérito da
ADPF nº 489, sendo certo, contudo, que os poucos dias de vigência da Portaria nº 1.129/17
podem ter causado uma ruptura na definição de determinadas condutas caracterizadoras do
crime de redução à condição análoga à de escravo.
REFORMA AUTORIZA USO DE SEGURO PARA RECURSO
Fonte: Valor Econômico. As empresas ganharam uma nova alternativa para reduzir seus custos
com os processos trabalhistas. A partir de agora, poderão oferecer o chamado seguro-garantia
para recorrer, em vez de terem que depositar valores em dinheiro. A novidade está prevista na
Lei nº 13.467, que instituiu a reforma trabalhista, em vigor desde sábado.
A apólice, que deve partir de R$ 250, cobre o valor do depósito no caso de a empresa perder a
causa e não honrar o pagamento determinado. Até então, a Justiça do Trabalho somente admitia
o oferecimento do seguro-garantia para execuções trabalhistas provisórias.
A quantia do depósito para que se admita o recurso é calculada com base na condenação. Para
recorrer aos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), por exemplo, vale a o valor estipulado pelo
juiz de primeira instância. Mas existe um limite estabelecido pelo Tribunal Superior do Trabalho
(TST), de R$ 9.189 para recurso ordinário (aos TRTs) e de R$ 18.378 para recursos aos tribunais
superiores.
Em alguns casos, é necessário realizar múltiplos depósitos em uma única ação, quando se tratam
de diversas empresas processadas. Grandes companhias chegam a gastar milhares de reais para
assegurar a possibilidade de recorrer nos processos.
Com a nova lei, o seguro-garantia passa a ser expressamente previsto nos artigos 882 e 899,
parágrafo 11, da Consolidação das Leis do Trabalho (TST).
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Alguns juízes permitiam o uso da modalidade apenas nas execuções trabalhistas com base na
aplicação subsidiária do Código de Processo Civil (CPC). Em 2016, o TST chegou a publicar a
Orientação Jurisprudencial nº 59 admitindo o seu uso nessas execuções, com base no novo
CPC, mas não autorizava para depósitos recursais.
Ainda assim, existem decisões judiciais recentes que não permitem o seguro para execuções.
"Se antes ainda existiam dúvidas sobre a possibilidade do uso do seguro-garantia e da carta de
fiança, com a reforma não há mais qualquer controvérsia", diz o advogado Rafael Henrique
Wüthrich, sócio do escritório Souza e Damasceno.
A utilização do seguro-garantia nas execuções trabalhistas já representou um grande avanço
para a administração financeira das empresas, segundo o advogado. "A partir da reforma, o
benefício da gestão financeira das empresas é ainda maior, diante da possibilidade de também
substituir o depósito recursal por seguro-garantia ou fiança bancária", diz Wüthrich. "Traz um
alívio bem-vindo, especialmente em momento de grave crise econômica."
Para que o seguro seja aceito, porém, é necessário que a apólice represente um acréscimo de
30% sobre o valor do depósito, de acordo com o advogado. Isso porque a exigência, prevista
no artigo 835 do CPC, deve continuar valendo, já que a nova redação do artigo 899 da CLT é
omissa com relação ao tema.
A Seguradora J Malucelli começou a emitir as apólices exclusivamente pelo sistema on-line com
acesso a todos os corretores parceiros, segundo Ricardo Trunci, diretor comercial (nacional) do
Grupo Segurador JMalucelli. A quantia a ser cobrada dependerá do porte e do rating de cada
empresa.
Na prática, a partir de R$ 250 já é possível ter acesso ao produto, de acordo com o diretor
comercial " É uma apólice simples sem a necessidade de análise técnica para que haja emissão
paras as empresas já cadastradas", diz.
A diretora de Garantia da corretora JLT Brasil, Stephanie Zalcman, afirma que a reforma trouxe
uma grande mudança ao admitir essa possibilidade do depósito recursal. "Já havia uma aceitação
considerável de seguro-garantia nas execuções provisórias apresentadas de face, sem que haja
a substituição de outras garantias.
Agora deve haver uma grande demanda na área dos depósitos recursais, já que as empresas
poderão economizar nos valores despendidos em recursos", afirma. Apesar dos valores de
garantia serem pequenos, o mercado deve valer a pena para as seguradoras, segundo Stephanie
Zalcman, já que há um volume grande de recursos trabalhistas e isso deve pulverizar os riscos
das companhias.
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GOVERNO EDITA MP QUE MUDA PONTOS DA REFORMA TRABALHISTA
Fonte: Agência Brasil. O governo federal editou Medida Provisória 808 nesta terça-feira (14)
para ajustar pontos da reforma trabalhista, que entrou em vigor neste sábado (11).
Os ajustes faziam parte de um acordo firmado pelo presidente Michel Temer com os senadores
para que acatassem o texto da reforma aprovado na Câmara dos Deputados.
Mais cedo, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), informou que o presidente
editaria ainda hoje uma MP com os ajustes, cumprindo “acordo feito publicamente” com os
senadores. Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criticou hoje (14) o número
de medidas provisórias (MPs) editadas pelo governo. Para ele, é inconstitucional fazer os ajustes
na legislação trabalhista por meio de medida provisória e defendia um projeto de lei.
A medida provisória entra em vigor imediatamente, sem necessidade de aval do Congresso
Nacional. Mas precisa ser votada e aprovada pelos deputados e senadores, em 120 dias, ou
perderá a validade.
Algumas das mudanças previstas na MP se referem ao trabalho autônomo, trabalho intermitente
e exercício de atividades por gestantes em locais insalubres.
Veja alguns pontos alterados pela MP:
Gestantes
Gestantes serão afastadas do trabalho em locais com qualquer grau de insalubridade, excluído
o pagamento de adicional de insalubridade. No caso de locais considerados de grau médio ou
mínimo, ele poderá retornar somente se apresentar, voluntariamente, atestado de médico de
confiança autorizando-a. Em grau máximo, fica impedida de exercer atividades nesses locais.
Jornada de 12 por 36 horas
Empregador e funcionários poderão estabelecer a jornada de 12 horas de trabalho com 36 horas
de descanso apenas por meio de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. O acordo
individual por escrito fica restrito aos profissionais e empresas do setor de saúde.
Trabalho intermitente
Estabelece o direito de aviso prévio para a modalidade de contratação
Danos morais
Os valores para indenização serão calculados com base no limite dos benefícios da Previdência
Social, deixam de ser calculados pelo último salário contratual do ofendido. Ofensas à etnia,
idade, nacionalidade, orientação sexual e gênero passam fazer parte da lista de danos que
podem originar pedidos de indenizações extrapatrimoniais.
Autônomo
Proíbe o contrato de exclusividade; o autônomo poderá prestar serviços para diversos
contratantes e poderá recusar a realização de atividades demandadas pelo contratante.
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Motorista, corretor de imóvel, representante comercial e outras categorias poderão ser
contratados como autônomos
Representação
A comissão de empregados não substitui a função dos sindicatos na defesa dos interesses da
categoria
NA FALTA DE LEI, ENTIDADE BENEFICENTE DEVE PROVAR DIREITO A IMUNIDADE
Fonte: CONJUR. Na falta de lei complementar para regulamentar a imunidade de contribuições
ao sistema previdenciário, cabe às “entidades beneficentes de assistência social” mostrar que
estão no grupo dos imunes. Para isso, devem provar que se enquadram nas condições do artigo
14 do Código Tributário Nacional. Foi o que decidiu, por unanimidade, a 8ª Turma do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região.
A turma seguiu o voto do relator convocado, o juiz Bruno Apolinário. Embora a análise da
questão tenha sido constitucional, o magistrado aplicou a jurisprudência do Supremo ao caso.
Segundo ele, o tribunal considera que o parágrafo 7º do artigo 195 da Constituição Federal,
“não obstante a literalidade do dispositivo”, trata de imunidade, e não isenção fiscal.
Só que o texto faz menção aos “termos da lei” para definir de que forma essa imunidade seria
concedida. E em outro recurso, julgado em fevereiro deste ano, o Supremo definiu que essa lei
deve ser complementar, também por causa do texto constitucional: o artigo 146, inciso II, da
Constituição diz que lei complementar deve “regular as limitações constitucionais ao poder de
tributar”.
Mas nunca foi editada essa lei, segundo o TRF-1. Por isso, cabe às entidades beneficentes
mostrar que se enquadram nos três incisos do artigo 14 do CTN: não distribuir patrimônio ou
renda; aplicar todos os seus recursos à manutenção de seus objetivos; e manter registros e
escrituração de suas receitas e despesas.
No caso decidido pela 8ª Turma, o Instituto Elo conseguiu comprovar sua conformidade com os
quesitos do CTN nos últimos cinco anos para conseguir imunidade de PIS e Cofins. O instituto
é representado pelos advogados Renata Lima e Guilherme Reis, do Nelson Wilians e Advogados
Associados.
O caso chegou ao TRF-1 porque, depois de o Instituto Elo conseguir vitória em primeira
instância, a Fazenda recorreu. De acordo com a Procuradoria da Fazenda Nacional, o artigo 14
do CTN se refere a impostos, e não às contribuições sociais à Previdência, caso do PIS e da
Cofins.
É que o artigo 14 faz referência ao inciso IV do artigo 9º do Código. O dispositivo descreve as
situações em que o Estado não pode cobrar impostos. Mas, segundo o TRF-1, o Instituto Elo
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conseguiu comprovar seu direito à imunidade tributária do parágrafo 7º do artigo 195 da
Constituição.
FALECIMENTO DE TITULAR DE FIRMA INDIVIDUAL CAUSA A EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO FISCAL
Fonte: TRF 1ª Região. O falecimento da parte executada antes do ajuizamento da execução
fiscal gera a sua extinção. Com essa fundamentação, a 7ª Turma do Tribunal Regional Federal
da 1ª Região confirmou sentença que julgou procedentes os embargos à execução, extinguindo
a execução fiscal, em virtude da morte do titular da firma individual.
Ao analisar o caso, a relatora, desembargadora federal Ângela Catão, citou jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) no sentido de que “constatado que o falecimento da parte
executada ocorrera antes do ajuizamento da execução fiscal, não é possível a regularização do
polo passivo da ação mediante habilitação do espólio, de herdeiros ou do cônjuge meeiro”.
Nesse sentido, explicou a magistrada, o falecimento do titular da firma, como no caso em apreço,
causa a extinção do processo, em razão da ilegitimidade da parte executada. “Inexiste distinção
para efeito de responsabilidade tributária entre o empresário individual e a pessoa jurídica, uma
vez que a empresa individual é constituída pela pessoa natural que a criou”, afirmou.
A relatora finalizou o voto citando precedentes do próprio TRF1: “A empresa individual é
constituída pela pessoa natural que a criou, não havendo distinção entre o patrimônio da pessoa
física e o da pessoa jurídica. Tratando-se de firma individual, não há distinção entre a pessoa
física e a jurídica e a responsabilidade do empresário é ilimitada, confundindo-se com a da
empresa”.
A decisão foi unânime.
Processo nº: 0049221-44.2014.4.01.9199/MG
Não incidência de PIS/COFINS sobre receita decorrente de venda de mercadoria nacional
destinada a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus
Fonte: Receita Federal do Brasil.
Despacho sn MF
DOU de 14/11/2017
Assunto: Não incidência de PIS/COFINS sobre receita decorrente de venda de mercadoria
nacional destinada a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus.
Jurisprudência pacífica do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Aplicação do art. 19, II, da Lei
nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de
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1997. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional autorizada a não contestar, a não interpor
recursos e a desistir dos já interpostos. Despacho: Aprovo o PARECER PGFN/CRJ/Nº 1743, de
03 de novembro de 2016, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, que concluiu pela
dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e pela desistência dos já
interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas ações judiciais que discutam,
com base no art. 4º do Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, a incidência do PIS
e/ou da COFINS sobre receita decorrente de venda de mercadoria de origem nacional destinada
a pessoas jurídicas sediadas na Zona Franca de Manaus, ainda que a pessoa jurídica vendedora
também esteja sediada na mesma localidade.
IRPF – AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA SOB A ÉGIDE DO DL 1510 E ALIENAÇÃO APÓS REVOGAÇÃO
Fonte: Receita Federal do Brasil.
Solução de Consulta 505 Cosit
DOU de 16/11/2017
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF
EMENTA: AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁ RIA SOB A ÉGIDE DO DECRETO-LEI Nº
1510, DE 1976. ALIENAÇÃO NA VIGÊNCIA DE NOVA LEI REVOGADORA DO BENEFÍCIO.
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL.
A hipótese desonerativa prevista na alínea “d” do art. 4º do Decreto-Lei nº 1.510, de 27 de
dezembro de 1976, aplica-se às alienações de participações societárias efetuadas após 1° de
janeiro de 1989, desde que tais participações já constassem do patrimônio do adquirente em
prazo superior a cinco anos, contado da referida data. A isenção é condicionada à aquisição
comprovada das ações até o dia 31/12/1983 e ao alcance do prazo de 5 anos na titularidade
das ações ainda na vigência do Decreto-lei nº 1.510, de 1976, revogado pelo art. 58 da Lei nº
7.713, de 22 de dezembro de 1988. Dispositivos Legais: art. 4º, alínea “d”, do Decreto-Lei nº
1.510, de 27 de dezembro de 1976; art. 178 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 –
Código Tributário Nacional (CTN).
IMUNIDADE – INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – REMUNERAÇÃO DE DIRIGENTES
Fonte: Receita Federal do Brasil.
Solução de Consulta 509 Cosit
DOU de 16/11/2017
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
EMENTA: IMUNIDADE. IMPOSTOS. INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. DIRIGENTES.
REMUNERAÇÃO. REQUISITOS.
A remuneração de diretores, estatutários e celetistas, com observância dos termos, condições
e limites estabelecidos na Lei nº 9.532, de 1997, não impede o aproveitamento da imunidade
relativa aos impostos prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal. Dispositivos Legais:
Constituição Federal de 1988, art. 150, VI, c; Lei nº 9.532, de 1997, art. 12, §§ 2º, a, e 4º.
IMUNIDADE. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. INSTITUIÇÕES DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL. DIRIGENTES. REMUNERAÇÃO. REQUISITOS.
A remuneração de diretores, estatutários e celetistas, com observância dos termos, condições
e limites previstos na Lei nº 12.101, de 2009, não impede o aproveitamento da imunidade
relativa às contribuições para a seguridade social prevista no art. 195, § 7º, da Constituição
Federal. Dispositivos Legais: Constituição Federal de 1988, art. 195, § 7º; Lei nº 12.101, de
2014, art. 29.
PROCESSO DE CONSULTA. INEFICÁCIA PARCIAL.
É ineficaz a parte da consulta apresentada, que tratar de matéria estranha à legislação tributária
e aduaneira. Dispositivos Legais: IN RFB nº 1.396, de 2013, art. 18, XIII.
IRRF – REMESSA AO EXTERIOR – FINS EDUCACIONAIS – NÃO INCIDÊNCIA
Fonte: Receita Federal do Brasil.
Solução de Consulta 514 Cosit
DOU de 16/11/2017
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE – IRRF
EMENTA: REMESSA AO EXTERIOR. FINS EDUCACIONAIS. INCIDÊNCIA NA FONTE. NÃO
SUJEIÇÃO.
Não se sujeita à retenção na fonte do Imposto sobre a Renda o valor remetido ao exterior para
pagamento de serviços de natureza educacional. Dispositivos Legais: Lei nº 13.315, de 2016,
art. 2º, I; Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/1999), arts. 682, inciso I, e 685, inciso II, “a”; Instrução
Normativa RFB nº 1.645, de 2016, arts. 1º, II, e 4º, I e parágrafo único. ASSUNTO: PROCESSO
ADMINISTRATIVO FISCAL EMENTA: INEFICÁCIA DA CONSULTA. É ineficaz a consulta na
parte que não atende aos requisitos legais exigidos para sua apresentação. Dispositivos Legais:
Decreto nº 70.235, de 1972, arts. 46, caput, e 52, inciso I; Instrução Normativa RFB nº 1.396,
de 2013, arts. 3º, § 2º, inciso IV, e 18, incisos I e II.
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PIS/COFINS – RECEITAS NA VENDA DE EMBALAGENS PARA ÁGUA E SUCOS – ALÍQUOTAS
Fonte: Receita Federal do Brasil.
Solução de Consulta 515 Cosit
DOU de 16/11/2017
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS
EMENTA: O revogado art. 51 da Lei nº 10.833, de 2003, não estabelecia regime de cobrança
concentrada ou monofásica da Cofins para os produtos que mencionava, mas apenas
estabelecia alíquotas diferenciadas para tais produtos. Assim, em relação à Cofins, as receitas
decorrentes da venda de embalagens destinadas ao envasamento dos produtos classificados
nos códigos 22.01 (águas) e 20.09 (sucos de fruta ou de produtos hortícolas), ambos da Tipi,
auferidas por pessoas jurídicas optantes pelo regime de tributação do Simples Nacional que
industrializam, importam ou revendem tais produtos não estão sujeitas às disposições do inciso
I do § 4º-A do art. 18 da Lei Complementar nº 123, de 2006. Dispositivos Legais: Lei
Complementar Federal nº 123, de 2006. Lei nº 13.097, de 2015. Lei nº 10.833, de 2003, art.
51.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
EMENTA: O revogado art. 51 da Lei nº 10.833, de 2003, não estabelecia regime de cobrança
concentrada ou monofásica da Contribuição para o PIS/Pasep para os produtos que
mencionava, mas apenas estabelecia alíquotas diferenciadas para tais produtos. Assim, em
relação à Contribuição para o PIS/Pasep, as receitas decorrentes da venda de embalagens
destinadas ao envasamento dos produtos classificados nos códigos 22.01 (águas) e 20.09 (sucos
de fruta ou de produtos hortícolas), ambos da Tipi, auferidas por pessoas jurídicas optantes pelo
regime de tributação do Simples Nacional que industrializam, importam ou revendem tais
produtos não estão sujeitas às disposições do inciso I do § 4º-A do art. 18 da Lei Complementar
nº 123, de 2006. Dispositivos Legais: Lei Complementar Federal nº 123, de 2006. Lei nº 13.097,
de 2015. Lei nº 10.833, de 2003, art. 51.
NOMEAÇÃO DE BENS À PENHORA OU DEPÓSITO JUDICIAL SÃO SUFICIENTES PARA IMPEDIR FALÊNCIA
Fonte: Superior Tribunal de Justiça. A nomeação de bens à penhora na execução singular, ainda
que intempestivamente, descaracteriza a execução frustrada, fato que impede o
prosseguimento do pedido de falência.
Esse foi o entendimento da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao julgar
recurso em que uma empresa têxtil pretendia ver decretada a falência de uma transportadora
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em razão do não pagamento de multa por litigância de má-fé. A recorrente fundamentou seu
pedido no artigo 94, inciso II, da Lei 11.101/05.
O dispositivo estabelece que será decretada a falência do devedor que, executado por qualquer
quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do
prazo legal.
A recorrente argumentou também que a transportadora não embargou a execução movida
contra ela, nem foram localizados bens penhoráveis, o que caracterizaria insolvência. Entretanto,
o juízo de primeiro grau reconheceu que houve a nomeação de bens à penhora e que foi feito
o depósito judicial no valor da dívida reclamada.
Coação rechaçada
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) esclareceu que a nomeação de bens à penhora na ação
de execução, ainda que fora do prazo ou sem observância da ordem legal, é suficiente para
evitar a decretação da quebra.
No STJ, a ministra Nancy Andrighi observou que o acórdão do TJPR revelou que além de haver
a indicação de bens à penhora, foi efetuado o depósito exigido, inviabilizando a decretação da
falência.
Explicou também que a jurisprudência do tribunal tem “rechaçado a prática de substituição da
via judicial legalmente prevista para satisfação de pretensão creditícia (execução) pelo
requerimento de falência, não admitindo que a ação falimentar sirva como instrumento de
coação para cobrança de dívidas”.
DISPONIBILIZADO MENU AJUDA NO MÓDULO DOMÉSTICO — ESOCIAL
Fonte: Receita Federal do Brasil. O módulo Doméstico do eSocial agora possui um novo menu
de AJUDA, onde o usuário poderá encontrar os links do Manual do Empregador Doméstico,
Perguntas Frequentes e Tutoriais em Vídeo. Em caso de dúvidas, no momento de registrar algum
evento (folha de pagamento, férias, afastamentos, desligamentos e alterações), o empregador
doméstico poderá acessar esse material que irá auxiliá-lo para efetivar suas transações.
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BELO HORIZONTE, 16 DE NOVEMBRO DE 2017.
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IRPF – RATEIO DE PERDAS ENTRE OS COOPERADOS – LIVRO CAIXA – DEDUTIBILIDADE
Fonte: Receita Federal do Brasil.
Solução de Consulta 518 Cosit
DOU de 16/11/2017
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF
EMENTA: RATEIO DE PERDAS ENTRE OS COOPERADOS. LIVRO CAIXA. DEDUTIBILIDADE.
O valor correspondente ao rateio de perdas líquidas da cooperativa poderá ser deduzido, a título
de despesa de custeio necessária à percepção do respectivo rendimento bruto, no livro caixa
do cooperado, profissional autônomo, respeitadas as condições e limitações legais. Dispositivos
Legais: Lei nº 5.764, de 16 dezembro de 1971, arts. 3º, 79, 85, 86, 87 e 89; Decreto nº 3.000,
de 26 de março de 1999, artigos 75 e 76; e Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990, art. 8º.
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PIS/COFINS – MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA – INSUMOS – CRÉDITO
Fonte: Receita Federal do Brasil.
Solução de Divergência 29 Cosit
DOU de 16/11/2017
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
EMENTA: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE.MÃO DE OBRA
TERCEIRIZADA. INSUMOS.
Observados os demais requisitos legais, permitem a apuração de crédito da não cumulatividade
da Contribuição para o PIS/Pasep, na modalidade aquisição de insumos (inciso II do art. 3º da
Lei nº 10.637, de 2002), os dispêndios da pessoa jurídica com a contratação de empresa de
trabalho temporário para disponibilização de mão de obra temporária aplicada diretamente na
produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços a terceiros. DISPOSITIVOS
LEGAIS: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3o, II, IN SRF nº 247, de 2002, art. 66, I, “b”, e § 5o; Lei nº
6.019, de 1974, arts. 2º e 4º. Vinculada à Solução de Consulta Cosit nº 105, de 31 de janeiro
de 2017, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 23 de março de 2017.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS
EMENTA: COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA. INSUMOS.
Observados os demais requisitos legais, permitem a apuração de crédito da não cumulatividade
da Cofins, na modalidade aquisição de insumos (inciso II do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003),
os dispêndios da pessoa jurídica com a contratação de empresa de trabalho temporário para
disponibilização de mão de obra temporária aplicada diretamente na produção de bens
destinados à venda ou na prestação de serviços a terceiros. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº
10.833, de 2003, art. 3o, II; IN SRF nº 404, de 2004, art. 8º, I, “b” e § 4o; Lei nº 6.019, de 1974,
arts. 2º e 4º. Vinculada à Solução de Consulta Cosit nº 105, de 31 de janeiro de 2017, publicada
no Diário Oficial da União (DOU) de 23 de março de 2017.
TURMA DECIDE: DEPOSITÁRIO DO BEM PENHORADO PODE SER NOMEADO POR EDITAL
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. Antes de 2009, a lei brasileira admitia a
prisão civil do depositário infiel. Exatamente por isso é que a sua nomeação dependia de certas
formalidades, ou seja, a pessoa tinha que aceitar o encargo de ser o depositário do bem
penhorado, através da sua assinatura no termo de compromisso. Afinal, ele poderia ser preso,
caso descumprisse a obrigação de guardar, conservar e restituir a coisa objeto de constrição
judicial. Entretanto, em dezembro/2009, o Supremo Tribunal Federal-STF editou a Súmula 25,
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firmando o entendimento de que é “ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade do depósito”. A partir daí, a jurisprudência vem se inclinando pela desnecessidade
de intimação pessoal do depositário para assumir o encargo, já que não mais se reveste de
tamanha gravidade. Nesse quadro, passou a ser possível a nomeação compulsória do fiel
depositário, assim como a sua notificação por edital, quando mal sucedidas todas as outras
formas de comunicação processual.
A decisão é da 6ª Turma do TRT-MG que, acolhendo o voto do relator, juiz convocado Marcelo
Furtado Vidal, deu provimento ao agravo de petição de um trabalhador para autorizar que a
inventariante do espólio de um dos sócios (falecido) da executada fosse nomeada, de forma
compulsória e por edital, como fiel depositária do imóvel penhorado no processo.
Entendendo o caso – A execução do crédito trabalhista já se arrastava há mais de 20 anos (desde
1996), até que, em 2013 o reclamante encontrou um imóvel (chácara) que pertencia ao sócio,
que acabou sendo penhorado. A partir daí, inúmeras tentativas foram feitas para nomear um fiel
depositário, mas, apesar de procurado em diversos endereços, o sócio jamais foi encontrado.
Tentou-se, ainda, o contato com a esposa do sócio para que pudesse, ao menos, apresentar
certidão de óbito, mas ela também não foi encontrada.
Após ser intimado para indicar meios de prosseguimento da execução, o ex-empregado
diligenciou junto à Vara de Família e Sucessões e, então, obteve a informação de quem seria a
inventariante do espólio do sócio executado, solicitando ao juiz da execução que a inventariante
fosse nomeada como fiel depositária do imóvel constrito. Entretanto, não se tinha conhecimento
do endereço atualizado dela, apesar das tentativas nesse sentido (pesquisa pelo InfoJud, no TRE
e na Vara de Família). Mais uma vez, intimado a indicar meios de prosseguimento da execução,
o trabalhador solicitou que a inventariante fosse nomeada fiel depositária do imóvel penhorado
e notificada através de edital, mas seu pedido foi rejeitado pelo juiz da execução. Contra esta
decisão é que o reclamante interpôs o agravo de petição e teve sua pretensão acolhida pela 6ª
Turma do TRT mineiro, com base na Súmula 25 do STF.
A decisão da Turma e seus fundamentos – Conforme ressaltado pelo relator, o caso apresenta
duas questões delicadas: a nomeação compulsória do fiel depositário e sua notificação por
edital. É que, como explicou o desembargador, até 2009, nosso ordenamento jurídico admitia a
prisão civil do depositário infiel, motivo pelo qual a nomeação para tal encargo exigia certa
cautela e formalidade, com assinatura do termo de compromisso. Afinal, em caso de
descumprimento da obrigação, as consequências que poderiam surgir eram graves, como a
prisão do depositário infiel. Naquele contexto, o TST, inclusive, editou a OJ-89/SBDI-2, com o
seguinte teor: “HABEAS CORPUS”. DEPOSITÁRIO. TERMO DE DEPÓSITO NÃO ASSINADO
PELO PACIENTE. NECESSIDADE DE ACEITAÇÃO DO ENCARGO. IMPOSSIBILIDADE DE
PRISÃO CIVIL (inserida em 27.05.2002) A investidura no encargo de depositário depende da
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aceitação do nomeado que deve assinar termo de compromisso no auto de penhora, sem o que,
é inadmissível a restrição de seu direito de liberdade.”
Como lembrou o relator, a jurisprudência vinha seguindo esse posicionamento. Entretanto, em
dez/2009, o STF editou a Súmula Vinculante 25, com o seguinte teor: “É ilícita a prisão civil de
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”. A partir daí, explicou o relator,
a jurisprudência tem se inclinado no sentido de que o encargo de fiel depositário deixou de
carregar o estigma e o peso de antes. E não sendo mais viável decretar a prisão do depositário
infiel, torna-se compatível a sua nomeação compulsória e a sua citação por edital, quando
houver dificuldade de encontrá-lo, destacou, no voto.
“No caso, todas as tentativas de execução do crédito trabalhista foram mal sucedidas, assim
como todas as outras modalidades de comunicação processual. Sendo assim, deve ser acolhida
a pretensão do exequente para a nomeação da inventariante como fiel depositária do bem
constrito, com a sua notificação por edital”, concluiu o relator, no que foi acompanhado pela
Turma revisora.
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