343o desigual de tempos UFF2012.ppt) · “O espaço é formado de objetos técnicos. O espaço do...

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O espaço como a acumulação

desigual de tempos

EQUIPE DE EXECUÇÃOMarcelo Werner da Silva (Coordenador)Ana Carolina Soares CruzGabriel Olavo Francisco FortiNágila da Silva Ferreira Tatiane Cardoso TavaresPriscila Viana Alves

Organização:

GRUPO DE ESTUDOS DE GEOGRAFIA HISTÓRICADepartamento de Geografia de Campos

Universidade Federal Fluminense

http://geohistorica.wordpress.com/

“...o espaço é a acumulação

desigual de tempos”

(Milton Santos)

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Sumário

1. A geografia e o estudo do passado2. A empiricização do tempo3. As técnicas e a empiricização do tempo4. A formação socioespacial5. Recortes espaciais6. Periodizações e recortes temporais7. Articulações espaço-temporais8. Referências bibliográficas

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A geografia e o estudo do passado

� Pode a geografia estudar o passado?� Regra não escrita: a geografia estuda o

presente e a história estuda o passado!� Porém, “toda geografia é geografia histórica,

atual ou potencial” (Darby)� Um presente do passado, “presente

histórico” ou um “presente de então”

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A geografia e o estudo do passado

� A geografia histórica tenta retratar o passado a partir do presente. “O passado é um país estrangeiro” (Lowenthal)

� O estudo das geografias passadas exige correções metodológicas:� as categorias de análise da geografia são

universais, as variáveis que as operacionalizam não o são;

� só se pode entender o ‘presente de então’ se pudermos contextualizá-lo (ABREU, 2000)

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A geografia e o estudo do passado

� as geografias do passado trabalham com fragmentos do passado, que não são neutros, incorporam estruturas de poder

� Há que considerar a “...dimensão dos comportamentos obrigatórios, que são as formas jurídicas e as formas sociais (SANTOS, 1997, p. 68).

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A empiricização do tempo

� Para igualar espaço e tempo é necessário tratá-los segundo parâmetros comparáveis

� O espaço é concreto� É necessário então “empiricizar o tempo”� E como fazer isto?

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As técnicas e a empiricização do tempo

� O elo de ligação é a técnica, pois permite a qualificação precisa da materialidade sobre a qual as sociedades humanas trabalham

� Mas o que é tempo?� Tempo como transcurso, passagem� A que relacioná-lo à questão do trabalho, pois

através dele temos a reprodução de nossa existência

� Tempo como solidariedade, coexistência

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As técnicas e a empiricização do tempo

� As técnicas são datadas e incluem tempo e por isso são uma medida de tempo:� Tempo do processo direto de trabalho� Tempo da circulação� Tempo da divisão territorial do trabalho� Tempo da cooperação

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As técnicas e a empiricização do tempo

“O espaço é formado de objetos técnicos. O espaço do trabalho contém técnicas que nele permanecem como autorizações para fazer isto ou aquilo, desta ou daquela forma, neste ou naquele ritmo, segundo esta ou outra sucessão. Tudo isso é tempo” (Santos, 1997, p. 45, grifo nosso).

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As técnicas e a empiricização do tempo

� As técnicas participam da produção da percepção do espaço e também da percepção do tempo

� A noção de temporalidade� A compressão do tempo-espaço (Harvey)

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As técnicas e a empiricização do tempo

�“A cada lugar geográfico concreto corresponde, em cada momento, um conjunto de técnicas e de instrumentos de trabalho, resultado de uma combinação específica que também é historicamente determinada”(Santos, 1997, p. 46).

A IDADE DE UM LUGAR

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A formação socioespacial

FORMAÇÃO ECONÔMICO-SOCIAL

3 níveis de relações (instâncias)

Formando uma TOTALIDADE

INFRA-ESTRUTURA

(instância econômica)

SUPERESTRUTURAS

(instância jurídico-política)

(instância cultural-ideológica)

Por isso qualquer fenômeno social é, ao mesmo tempo:� econômico� jurídico-político� ideológico-cultural

sendo o espaço a síntese projetiva desses três níveis de relação

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Recortes espaciais

� Escalas de análise geográficas: o sistema-mundo, o estado-nação e o lugar.

� Correspondência entre um tempo interno (lugar) e um tempo externo (mundo)

� Teoria do sistema-mundo (Wallerstein)� Economia-mundo� Sistema inter-estatal� Hegemonia� Imperialismo� Mecanismo de troca desigual entre regiões

centrais e periférias: divisão axial do trabalho

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Recortes espaciais

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Periodizações e recortes temporais

� Uma das maneiras de analisar o tempo através da geografia e outras ciências sociais tem sido a utilização de periodizações.

� Através delas, procura-se identificar segmentos homogêneos do tempo histórico, em que as variáveis se mantêm em relativo equilíbrio no interior de uma mesma combinação de elementos de ordem econômica, social, política e moral, constituindo um sistema (SANTOS, 2004b, p. 31-33).

� Em relação à técnica, cada um desses períodos representa uma modernização (tecnológica)

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Periodizações e recortes temporais

� Para entendermos as periodizações é necessário discutir a noção de evento.

� O que é um evento? � Naturais: uma enchente, um terremoto� Sociais e históricos: chegada de um trem, um comício, um

golpe de Estado, etc.

� Do evento decorre a noção de duração, lapso de tempo em que o evento mantém sua eficácia:� Duração natural: decorrente do próprio evento� Duração organizacional: um calendário escolar, o horário

dos bancos, etc.

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Periodizações e recortes temporais

� Aqui poderíamos ver o tempo não só como transcurso ou intensidade, mas igualmente como extensão (ou espacialidade)

� Entraria também a noção de escala:� Escala das forças operantes, dos eventos como

fluxos� Escala da área de ocorrência

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Periodizações e recortes temporais

Em cada lugar temos:Diacronia (eixo das sucessões) – seqüência

temporal dos diversos vetoresSincronia (eixo das coexistências) – tempo das

diversas ações/diversos atores

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Articulações espaço-temporais

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Articulações espaço-temporais

� COMO O TEMPO PODE SER ORGANIZADO PARA ANALISAR RELAÇÕES ESPACIAIS?

� Para Estaville Jr. (1991, p. 310), seriam cinco as possibilidades de utilização dos recortes temporais:

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Articulações espaço-temporais

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Articulações espaço-temporais

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Referências bibliográficas

� ABREU, Mauricio de Almeida. Construindo uma geografia do passado: Rio de Janeiro, cidade portuária, século XVII. Geousp, 7, Universidade de São Paulo, 2000.

� DARBY, H. C. On the relations of geography and history. In: GREEN, D. Brooks (org.). History geography: a methodological portrayal. Savage: Rowman & Littlefield. 1991. p. 34-45.

� ESTAVILLE, JR., Lawrence E. Organizing Time in Historical Geography. In: GREEN, D. Brooks (ed.). Historical Geography: a methodological portrayal. Savage, Maryland: Rowman & Littlefield Publishers, c1991. p. 310-324.

� SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica e tempo. Razão e Emoção. São Paulo: Edusp, 2004. 4. ed.

� SANTOS, Milton. O espaço dividido. São Paulo: Edusp, 2004b.

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