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Análise econômica financeira.
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FAP FACULDADE DO PAR
CURSO DE ADMINISTRAO
MAURO ANDR GUILHERME VIEIRA ROSILENE LIMA DE SOUZA
ROSIMERE SANTARM LIMA
ANLISE DA VIABILIDADE ECONMICA PARA IMPLANTAO DE UMA INDSTRIA DE RECICLAGEM DE PET NA REGIO
METROPOLITANA DE BELM.
BELM/PA 2008
FAP FACULDADE DO PAR
CURSO DE ADMINISTRAO
MAURO ANDR GUILHERME VIEIRA
ROSILENE LIMA DE SOUZA ROSIMERE SANTARM LIMA
ANLISE DA VIABILIDADE ECONMICA PARA IMPLANTAO DE UMA INDSTRIA DE RECICLAGEM DE PET NA REGIO
METROPOLITANA DE BELM.
Trabalho de Concluso de Curso apresentado Fap - Faculdade do Par, como requisito para obteno do grau em Administrao Geral, orientado pelo Prof Esp. Rodney Aquino e co-orientado pelo Prof Esp. Helder Monteiro.
BELM/PA 2008
BANCA EXAMINADORA.
Avaliado Por:
Prof Orientador Esp. Rodney Aquino
Prof Co-Orientador Esp. Helder Monteiro
Prof Convidado
DATA / /
DEDICATRIA
Dedicamos este projeto a todos os professores que ao longo dos qautro anos de graduao contribuiram para o nosso sucesso, em especial os professores Patricia Tavares, Afonso Vidinha, Ivandir Teixeira, Antnio Fidalgo, Helder Monteiro co-orientador e Rodney Aquino orientado desde projeto.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeo em primerio lugar a Deus, aos meus pais
Paulo Vieira (in memorian), Tereza Vieira e Lydia Teixeira (in memorian), a minha Esposa Ana Bela e meu filhos Ana Paula e Mauro Jnior, que tanto contribuiram para a concluso desta graduao. As minhas amigas de equipe Rosilene e Rosimerire de longos quatro anos de estudos e amizade, e em especial a meu amigo Fernando Corra que teve participao fundamental neste trajetria.
Mauro Vieira
Deus, a minha famlia em especial meus Pais e
Irmo, pois foram importante em mais essa etapa da minha vida. Ao meu tio Wander pelos incentivos de crescimento profissional, e aos meus amigos Mauro e Rosilene pelos quatro anos de dedicao e companheirimos no curso.
Rosimere Santarm
Sou grata a Deus pela realizao deste projeto.
Obrigada Sheila e Leila pela compreenso, a amiga Brena e minha tia Eurides Teixeira por suas oraes e clamor. Ao meu pai Jos Souza pelo incentivo e apoio financeiro. Aos meus amigos da inesquecvel graduao: Mauro e Rosemere... valeu!
E em especial a voc me (in memorian), que no apenas me trouxe ao mundo, mais se doou totalmente a mim. Eu a amarei para sempre!
Rosilene Lima de Souza
6
EPGRAFE
No existe uma frmula nica para calcular o retorno de
um investimento. Mas h uma receita bsica: estabelecer
indicadores para medir seu desempenho.
Pequenas Empresas Grandes Negcios
7
RESUMO
Como conseqncias da globalizao, foram iniciadas diversas aes voltadas para a sustentabilidade do meio ambiente, como parte essencial para os pases, organizaes e na vida do cidado. Diante deste cenrio, destacam-se as organizaes empresariais que passaram a responder com novas aes ambientais, a reciclagem de resduo slido (papeis, papelo, alumnio, vidros, plstico e isopor), especialmente o de PET, passou a ser de fundamental importncia. Este estudo tem como objetivo apresentar um modelo de anlise da viabilidade econmico-financeira para a implantao de uma indstria de reciclagem de PET na regio metropolitana de Belm. Diante proposta, o investimento torna-se fator importante no pressuposto de gerar resultados que superem o valor investido. No entanto, ao investir nesta empreitada, preciso levar em considerao o tempo de retorno sobre o investimento e fazer uma investigao da viabilidade econmico-financeiro que possa servir de base para que a partir dos clculos financeiros necessrios, se possa optar pelo investimento em tal projeto. Dentre as tcnicas de anlise da viabilidade econmica, utilizou-se o Investimento Inicial, Demonstraes de Resultados DRE, ndices Econmicos Financeiros, Retorno do Ativo Total - ROA e Margem de Lucro. J as tcnicas de anlises financeiras foram utilizadas a dos Fluxos de Caixa Operacionais FCO, Valor Presente Lquido - VPL, Taxa Interna de Retorno - TIR, e Payback. A utilizao destas tcnicas pelos proprietrios e investidores permite avaliar a relao custo-benefcio ligada implantao de uma indstria de reciclagem na regio metropolitana de Belm, questo que ser discutida ao longo desta pesquisa.
Palavras Chave: Reciclagem, PET, Viabilidade Econmico-Finaceiro
8
ABSTRACT
As a globalizations consequence, several actions have been done towards the environments sustainability, all of them as an essential part to the countries, organizations and to the citizens lives. Before that scenery, business organizations get highlighted for they had responded with new environmental actions, such as recycling solid waste (papers, cardboards, glasses, plastic and Styrofoam), mainly the pet bottle, which became of fundamental relevance. This studys objective is to present a finance-economic workability analysis model in order to implant a pet bottle recycling industry in Belems metropolitan region. With such a proposal, the investments turn to be an important issue towards the purpose to make results which must overcome the amount that was invested at first while executing the project. However, to invest on that project, one must consider that it requires a certain time to have that investment profit back, and also do a finance-economic workability investigation which might be used as a basis so that from the must-have financial reckoning, one can choose to invest on the project. Among the finance-economic workability analysis techniques, it was used the Starting Investment, Results Demonstrations RD, Finance-economic Rate, Return on Total Assets ROA and Profit Margin. As a financial analysis technique, it was used the Cash flow Operating - FCO, Net Present Value VPL, Internal Rate of Return - TIR and Payback. Using these techniques will allow the owners and investors to evaluate the costs-benefits relation linked to the construction of a pet bottle recycling industry in Belems metropolitan region, matter that will be discussed along this research.
Keywords: recycling, pet bottle, finance-economic workability.
9
SUMRIO
1. INTRODUO 1.1 Caracterizao da Organizao e seu Ambiente 12 1.1.1 Histrico 12 1.1.2 Negcio 12 1.1.3 Misso 14 1.1.4 Viso 14 1.1.5 Produtos e Servios 14 1.1.6 Estrutura Organizacional e Estrutura Funcional 15 1.1.6.1 Organograma 16 1.1.7 Mercado de Atuao 17 1.1.8 Fornecedores de Matria-Prima 17 1.1.9 Concorrentes 19 1.2 Situao Problema 19 1.3 Objetivos 20 1.3.1 Geral 20 1.3.2 Especficos 21 1.4 Justificativa 21 1.5 Procedimentos Metodolgicos 22 1.5.1 Abordagem 22 1.5.2 Sujeito da Pesquisa 23 1.5.3 Lcus da Pesquisa 23 1.5.4 Instrumentos da Pesquisa 23 1.5.4.1 Estratgia da Pesquisa 23
2. FUNDAMENTAO TERICO EMPRICA 24 2.1 O Pet como Matria Prima no renovvel 24 2.2 Reciclagem do Pet 26 2.2.1 A Evoluo da Reciclagem do PET no Brasil 28 2.3 O Pet Reciclado e sua Utilizao 29 2.3.1 Na Indstria de Tintas 30 2.3.2 Na Indstria Txtil 31 2.3.3 Na Indstria de Transformao 31 2.3.4 Na Indstria de Embalagem 32 2.4 O Pet e meio ambiente 32 2.5 O Pet e a Logstica Reversa 33 2.6 Planejamento Financeiro 35 2.6.1 Viabilidade Econmica 36 2.6.1.1 Investimento Inicial 37 2.6.1.2 Demonstrao de Resultados (DRE) 38
10
2.6.1.3 ndices Econmico-financeiros 39 2.6.2 Viabilidade Financeira 40 2.6.2.1 Fluxos de Caixa Operacional FCO 41 2.6.2.2 Valor Presente Lquido (VPL) 42 2.6.2.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) 44 2.6.2.4 Payback 47 3. ANLISE DOS RESULTADOS 50 3.1 Viabilidade Econmica 50 3.1.1 Investimentos Iniciais 50 3.1.2 Projeo da Demonstrao de Resultados (DRE) 53 3.1.3 ndices Econmicos 61 3.2 Viabilidade Financeira 63 3.2.1 Fluxos de Caixa Operacional FCO 63 3.2.2 Valor Presente Lquido (VPL) 65 3.2.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) 66 3.2.4 Payback 66 4. CONSIDERAES FINAIS 68
REFERNCIAS 72 ANEXOS Listas de Figuras Listas de Tabelas Listas de Grficos Listas de Equao Listas de Planilhas Fotos
11
1 INTRODUO
No sculo passado, surgiram os primeiros movimentos globais sobre a questo
ambiental, estes movimentos comearam a causar interferncias na economia dos pases e na
vida do cidado. Como conseqncias da globalizao, foram iniciadas diversas aes
voltadas para a sustentabilidade do meio ambiente, como parte essencial para os pases,
organizaes e na vida do cidado nos planos global, regional e local.
Diante deste cenrio, destacam-se as organizaes empresariais que passaram a
responder com novas aes ambientais, aes estas voltadas a prticas gerenciais e
investimento em tecnologias mais limpas. Atualmente, de senso comum, que as
organizaes e pases que no atendem as normas legais de meio ambiente podem passar por
prejuzos e riscos significativos, incluindo o fechamento da unidade produtiva, barreiras para
entradas de produtos no mercado externo (pases com legislaes restritivas como o caso de
vrios pases europeus) e impedimento de acesso a linhas de financiamentos pblicos.
Como resultado, as organizaes empresariais desenvolveram novas ferramentas de
gesto ambiental, como as Boas Prticas Ambientais, prticas estas que fizeram com que as
organizaes conquistassem melhores resultados e eficincia nos usos dos recursos naturais e
na reutilizao de resduos lquidos e slidos.
Diante deste quadro, as organizaes investiram em pesquisas, inovaes e novos
mercados para produtos ambientalmente corretos. Neste segmento, a reciclagem de resduo
slido (papeis, papelo, alumnio, vidros, plstico e isopor), especialmente o de PET1, passou
a ser de fundamental importncia, pois esta reciclagem ocasiona gerao de renda e emprego
para vrios nveis de nossa sociedade, evitando-se assim um srio problema de poluio
causado por este tipo de plstico nos rios, esgotos, ruas e lixes urbanos, especialmente o da
Regio Metropolitana de Belm.
1 PET Poli Tereftalato de Etileno (Garrafas Plsticas de Bebidas).
12
1.1 Caracterizao da Organizao e seu Ambiente
1.1.1 Histrico
A organizao em anlise apresentar uma estrutura organizacional simples e
funcional. Pois, a sua forma de produzir ser composta por 5 (cinco) etapas: primeira etapa
composta da coleta de resduos slidos (Plsticos PET, papelo, vidros, embalagens tetra);
segunda etapa, Triagem (conforme tipo e cor); terceira etapa, Produo do flakes2; quarta
etapa, embalagem dos flakes produzido em sacolas tipo Big Bags3, prensagem em fardos do
papelo, prensagem das embalagens tetra, embalagem dos vidros em sacolas tipo Big Bags; e
quinta etapa, estoque dos produtos acabados e embalados..
A organizao ser instalada na Rodovia BR-316, no municpio de Benevides no
Estado do Par, com uma rea de no mnimo 2000m (dois mil metros quadrados). A regio
em questo para localizao foi definida devido a grande disponibilidade desta regio em se
alocar reas com as dimenses que o empreendimento exige. Outro aspecto fundamental para
a definio da rea, a viabilidade do desenvolvimento da logstica, o que facilitar a entrada
e sada de produtos, manobra de veculos pesados (truck e carretas), doca de carga e descarga
e reas de estoque dos produtos finais da organizao.
1.1.2 Negcio
O principal foco de negcio da organizao ser a reciclagem de PET, com a produo
de flakes, porm, a empresa ir processar o enfardamento de papelo e embalagens de tetra
pack,4 plsticos em geral (com exceo do PET) e vidros ensacados em big bags. A
necessidade de se adquirir outros resduos slidos, se faz necessrio em virtude da coleta
seletiva da Regio Metropolitana de Belm no ser suficiente para atender as necessidades da
indstria.
2 Flakes Plstico Triturado 3 Big Bags Sacos Plsticos para Embalagem de 500 a 2000 kg 4 Tetra Pack Embalagem Longa Vida
13
Por este motivo a indstria ir encontrar nos catadores autnomos, uma das principais
fontes de captao dos recursos slidos ps-uso, haja vista que os catadores no fazem essa
triagem, e estes resduos slidos, com exceo do plstico, em geral constitui tambm fonte de
renda para os catadores autnomos.
Na seqncia, a compra de toda produo dos catadores, ter como auxilio o
desenvolvimento do planejamento estratgico, j que a indstria espera alcanar a fidelidade
desse catador para com a organizao. Com esta ao, a indstria tambm espera evitar que
esta produo seja destinada aos concorrentes do segmento, e evitando que estes resduos
slidos contaminem ainda mais o lixo, aterros sanitrios, ruas, esgotos e rios da regio
metropolitana de Belm.
No tocante ao processo de reciclagem do PET, ser utilizado uma linha de reciclagem
com capacidade de 90t (noventa toneladas) ms, produo definida pelo fabricante da linha
de reciclagem o PET ser reciclado em forma de flakes.
A linha de produo aqui definida constituda dos seguintes itens:
Um tanque para descontaminao do Pet, com dois motores redutores de 2 cv (dois
cavalos);
Uma secadora PMSC 60, com 600 mm (seiscentos milmetros) de dimetro e
1900 mm (mil e novecentos milmetros) de comprimento em sentido horizontal,
motor de 20 cv (vinte cavalos) de quatro plos;
Um silo armazenador, para 1000 kg (mil quilos), sistema big bags.
Para o processamento dos outros resduos slidos (papelo e embalagens tetra), ser
utilizada uma prensa hidrulica com capacidade de processamento de fardos de 100 kg cada.
Preocupado com as Boas Prticas Ambientais evitar o desperdcio de recursos
hdricos a organizao utilizar de tecnologia limpa no que tange a utilizao de recursos
hdricos. Todo o recurso hdrico utilizado no processo de lavagem e reciclagem dos plsticos
14
ser de circulao continua, ou seja, todo o recurso hdrico ps-uso passara por um processo
de filtragem mecnica e biolgica, sistema de decantao, e retornara para o processo de
lavagem e reciclagem, sendo adicionando nova parte de recurso hdrico apenas para completar
a parte evaporada em todo este processo.
1.1.3 Misso
O propsito da indstria de reciclagem fornecer de maneira eficaz tecnologias de
coleta e de reciclagens de plsticos PET ps uso, evitando que o PET seja despejado no lixo
da regio metropolitana de Belm, e oferecendo produtos de qualidade superior e um preo
justo para as indstrias de tranformao e faz-lo de modo a obter um lucro adequado para
possibilitar crescimento da empresa como um todo.
1.1.4 Viso
Ser a maior empresa de reciclagem e indstria de transformao da regio norte do
Brasil at 2020.
1.1.5 Produtos e Servios
Os produtos finais gerados pela indstria de reciclagem tero importncia fundamental
como matria-prima na indstria de transformao5, pois os mesmos possibilitaro uma
reduo significativa nos custos de novos produtos e conseqentemente a reduo de preos
para o consumidor, por exemplo, na cala jeans que se utiliza de fibra oriunda do PET
reciclado , j a principal importncia quanto ao servio e evitar que o PET contamine o
meio ambiente.
Os produtos a serem gerados atravs da linha de produo da indstria de reciclagem
sero:
Flakes de PET reciclado, embalados em big bags de 500 kg (quinhentos quilos) e
1000 kg (mil quilos), de acordo com as necessidades do cliente;
5 Indstria de Transformao Produtoras de Utenslios Plsticos, Tecidos e Embalagem.
15
Plsticos Diversos prensados, em fardos de 100 kg (cem quilos);
Papelo prensado, em fardos de 100 kg (cem quilos);
Embalagem de Tetra Pack prensada, em fardos de 100 kg (cem quilos);
Vidros embalados em big bags de 500 kg (quinhentos quilos) e 1000 kg (mil
quilos), de acordo com as necessidades do cliente.
1.1.6 Estrutura Organizacional e Estrutura Funcional
A estrutura organizacional da empresa ser a estrutura funcional enxuta. No tocante a
departamentalizao, prioriza-se a diviso do trabalho, pois, esta estrutura se enquadra ao
perfil desenhado para que assim, a indstria de reciclagem consiga desempenhar com
satisfao e qualidade, para o alcance de seu objetivo definido. A estrutura enxuta foi definida
em virtude dos seus processos e produtos finais, no necessitarem de grandes nmeros de
colaboradores, ate por que, a venda destes produtos feita diretamente para indstrias
transformadoras. O plano de marketing da indstria ter como foco as indstrias de
transformao.
A departamentalizao por diviso do trabalho da empresa utilizar uma estrutura
tradicional ou simples para representao grfica de sua organizao, conforme figura 1, e
ser composta das seguintes gerncias:
Gerncia geral, a alta administrao da empresa, o nvel onde vai ser realizado
todo o planejamento estratgico e ser composta pela a Seo comercial,
responsvel pelas vendas dos produtos finais e compra de matria prima ps-uso,
que ser exercida pelo gerente geral, bem como sua tarefa a afirmao de
diretrizes de todas as atividades da empresa;
A gerncia de produo ter como subordinado as seguintes sees: Seo de
fabricao, responsvel por todo o processo de produo, ou seja, a transformao
do PET (garrafas plsticas) nos produtos reciclados da empresa; Seo de estoques
de matria prima ps
plsticos ps-uso par ser utilizado pela seo de fabricao; Seo de estoques de
produtos finais:
empresa at sua venda;
A gerncia de servios
humanos (RH) responsvel pela
Seo financeira: responsvel pela parte financeira da empresa, caixa dirio,
bancos, faturas a receber e a pagar e outras rotinas financeiras; Seo de logstica:
ser responsvel por toda a logstica do sistema de coleta de matria prima ps
e pela logstica de entrega dos produtos finais da empresa.
1.1.6.1 Organograma
Figura 1 - Organograma Fonte: Elaborado pelos Autores
Gerncia Geral
de matria prima ps-uso: ser responsvel pela seleo e padronizao dos
uso par ser utilizado pela seo de fabricao; Seo de estoques de
ser responsvel pelo estoques dos produtos finais (acabados) da
esa at sua venda;
erncia de servios vai ter subordinadas as seguintes sees
responsvel pela seleo, contratao e bem estar de mo de obra;
financeira: responsvel pela parte financeira da empresa, caixa dirio,
bancos, faturas a receber e a pagar e outras rotinas financeiras; Seo de logstica:
ser responsvel por toda a logstica do sistema de coleta de matria prima ps
ica de entrega dos produtos finais da empresa.
Organograma Fonte: Elaborado pelos Autores
Gerncia Geral
Seo Comercial
Gerncia de Produo
Seo de fabricao
Seo de Estoques de
matria prima ps-uso
Seo de Estoques de
produtos finais
Gerncia de Servios
Seo de RH
Seo financeira
Seo de logstica
16
uso: ser responsvel pela seleo e padronizao dos
uso par ser utilizado pela seo de fabricao; Seo de estoques de
ser responsvel pelo estoques dos produtos finais (acabados) da
subordinadas as seguintes sees: Seo de recursos
seleo, contratao e bem estar de mo de obra;
financeira: responsvel pela parte financeira da empresa, caixa dirio,
bancos, faturas a receber e a pagar e outras rotinas financeiras; Seo de logstica:
ser responsvel por toda a logstica do sistema de coleta de matria prima ps-uso
Seo de fabricao
Seo de Estoques de
matria prima uso
Seo de Estoques de
produtos finais
Seo de RH
Seo financeira
Seo de logstica
17
1.1.7 Mercado de Atuao
O mercado a ser atingido pelos produtos reciclados da empresa est dividido em duas
etapas. A primeira etapa, aps a implantao, tem foco nas indstrias nacionais de
transformao, tais como, indstrias de fios de polister, indstrias de utilidades plsticas
(bacias, baldes, vassouras e outros), indstria de tintas, indstrias de tubos e indstria de
confeces. Na segunda etapa, ser realizado um novo planejamento estratgico com objetivo
de expanso para o segmento de exportao de flakes de plsticos PET, para indstrias de
plsticos localizadas na China, Alemanha e Itlia, grandes centros consumidores deste tipo de
plsticos reciclados.
1.1.8 Fornecedores de Matria-Prima
O principal fornecedor de matria-prima deveria ser a Coleta Seletiva, porm na
Regio Metropolitana de Belm a coleta seletiva no satisfaz as necessidades da indstria. Em
virtude deste aspecto a indstria ter como seus principais fornecedores de matria-prima os
catadores autnomos e cooperativas de lixes da Regio Metropolitana de Belm.
Aps implantao da indstria de reciclagem e sua efetiva entrada em produo,
prever-se uma implantao de coleta seletiva junto aos grandes condomnios e produtores de
plstico PET.
Populao da Regio Metropolitana de Belm Municpio Populao
Ananindeua 484.278 Belm 1.408.847 Benevides 43.282 Marituba 93.416 Total 2.029.823
Tabela 1 Densidade Demogrfica da Regio Metropolitana de Belm Fonte: IBGE, Contagem da Populao 2007
18
Para mensurar a quantidade de plsticos (PET) ps-uso descartado pela regio
metropolitana de Belm, considerado os resduos slidos (lixo), utilizaremos como
parmetros de definio para mesurar a quantidade descartada de lixo o PNSB Pesquisa
Nacional de Saneamento Bsico 2000, realizado pelo IBGE no ano de 2000, que na Tabela
110 diz que, dispe da quantidade diria de lixo coletado, por unidade de destino final do
lixo coletado, segundo as Grandes Regies, Unidades da Federao, Regies Metropolitanas e
Municpios das Capitais 2000. Esta tabela diz que na regio metropolitana de Belm so
coletados 2.697 t/dia (duas mil seiscentos e noventa e sete toneladas/dia) de lixo domstico.
Esta mesma pesquisa ainda diz que,
Os nmeros da pesquisa permitem, ainda, uma estimativa sobre a quantidade coletada de lixo diariamente: nas cidades com at 200.000 habitantes, so recolhidos de 450 a 700 gramas por habitante; nas cidades com mais de 200 mil habitantes, essa quantidade aumenta para a faixa entre 800 e 1.200 gramas por habitante. A PNSB 2000 informa que, na poca em foi realizada, eram coletadas 125.281 toneladas de lixo domiciliar, diariamente, em todos os municpios brasileiros. (PNSB6 2000, p. 309 e 310).
Recentemente entidades especializadas publicaram novas estimativas de descarte de
resduos slidos (lixo), onde, estima-se que atualmente a populao descarte em torno de 1,6
Kg (um quilo e seiscentas gramas) de lixo urbano por habitante (tabela 1). Atravs deste
ndice estima-se que atualmente a regio metropolitana de Belm esteja produzindo 3.247,7
t/dia, conforme clculo descrito abaixo:
Lixo descartado (RMB7) = Qtd de lixo por habitante/dia x Populao da RMB
Lixo descartado (RMB) = 1,6 Kg x 2.029.823 hab.
Lixo descartado (RMB) = 3.247.716,8 / 1000 kg
Lixo descartado (RMB) = 3247,7 t/dia
6 PNSB Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico 7 RMB Regio Metropolitana de Belm
19
Mas para efeito desde estudo, vamos considerar a quantidade de 2.697 t/dia de lixo
descartada pela regio metropolitana de Belm, publicada no PNSB 2000.
Para mensurar dentro deste lixo a quantidade de plstico descartada, utiliza-se ndices
definidos pela Ambiente Brasil instituto Scio-Ambiental de pesquisa , aonde se afirma
que:
[...] A composio do lixo urbano depende dos hbitos da populao entre outros fatores, sendo que as propores encontradas na literatura giram em torno de 65% de matria orgnica, 15% de papel e papelo, 7% de plsticos, 2 % de vidros, 3% de metais - materiais com alta reciclabilidade [...]. (www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=37410. ACESSADO EM: 15 MAR 2008. )
Portanto dentro do lixo gerado pelos habitantes temos 7% (sete por cento) de plstico.
Levando-se em considerao dados do Cempre8 (2000), que na composio dos resduos
slidos (lixos) de plstico, 19% (dezenove por cento) so formados por PET. Portanto
teremos 1,33% (um vrgula trinta e trs por cento) de PET em todo o resduo slido gerado
pela regio metropolitana de Belm, ou seja, o equivalente a 36 t/dia (trinta e seis) de PET
descartado na regio metropolitana de Belm.
1.1.9 Concorrentes
A indstria de reciclagem encontrar sua principal concorrncia nas organizaes de
reciclagem de plsticos prensados na regio metropolitana de Belm, visto que, at o
momento no existe indstria implantada na regio metropolitana de Belm que processe o
PET em forma de flakes.
1.2 Situao Problema
Diante dos desafios que se encontra o mundo no que diz respeito a questo da poluio
ambiental a destinao de resduos slidos ps uso, tais como: plsticos, papelo, alumnio,
isopor, lixo orgnico, vidros, dentre outros, destaca-se o PET, que leva mais de 100 (Cem) 8 CEMPRE Compromisso Empresarial para Reciclagem
20
anos para se decompor no meio ambiente. Dentro dessa preocupao, recomenda-se a
reciclagem como forma de atenuar ou solucionar o problema em questo.
Segundo a Associao Brasileira de Fabricantes de PET - Abipet, o Brasil consumiu
em 2006, 378 mil toneladas (trezentos e setenta e oito mil toneladas) de resina PET, o Poli
Tereftalato de Etileno, matria prima virgem utilizada na fabricao de embalagens plstica,
sendo a sua principal utilizao como embalagem para a indstria alimentcia, onde 80%
(oitenta por cento) deste total foi consumido pela indstria de bebida carbonatada
(refrigerantes), e o os 20% (vinte por cento) restantes consumidos pelas indstrias de
alimentos em geral. O que significa dizer que foram processados mais de 700 (setecentos)
milhes de garrafas de refrigerantes, distribudas nos seguintes tamanhos: de 0,6 ml
(seiscentos mililitros), 1l (um litro), 1,5 l (um litro e meio), 2 l (dois litros) e 2,5 l (dois litros e
meio).
Para onde vai todo este material aps o uso?
Pode-se dizer que este resduo slido atualmente um grande gerador de empregos e
renda, e depois de reciclado, uma das principais fontes de matria prima para indstria de
transformao (vassouras e utilidades domsticas), embalagens (para produtos no
alimentcios), txtil (fios, fibras e jeans), monofilamentos, cordas e tintas. Tambm no
devemos esquecer o principal beneficio que esta atividade incorre para as cidades e pessoas,
que a proteo do meio ambiente.
Diante do contexto, este estudo busca responder o seguinte questionamento:
Qual a viabilidade econmica e financeira, para a implantao de uma indstria de
reciclagem do PET na regio metropolitana de Belm?
1.3 Objetivos
1.3.1 Geral
21
Avaliar a viabilidade econmica e financeira, para a implantao de uma indstria de
reciclagem.
1.3.2 Especficos
Verificar bibliogrfia sobre o PET, aspectos ambientais, a situao da reciclagem na
regio metropilitana de Belm, um plano de viabilidade econmico e financeiro, para a
implantao de uma indstria de reciclagem, utilizanto tcnicas de anlise do valor Presente
Lquido - VPL, Taxa Interna de Retorno - TIR e Payback.
1.4 Justificativa
Este projeto surgiu do fruto de um trabalho acadmico de um grupo alunos do curso de
administrao habilidades em geral da FAP - Faculdade do Par, no 1 (primeiro)
perodo de um projeto chamado Meu Sonho como Empreendedor, da disciplina de
informtica. Diante dos resultados obtidos nesta pesquisa, observou-se o grande mercado
existente na regio metropolitana de Belm, no segmento de reciclagem de PET, bem como a
necessidade de um produto reciclado com qualidade e valor agregado. Este segmento
despertou o interesse da realizao deste projeto, haja vista, que, na regio no existir uma
indstria de reciclagem de PET. E foi com este objetivo que nos impulsionou a buscar
fundamentos tericos para se ter uma viso do mercado e as tcnicas de viabilidade
econmica e financeira do segmento.
O tema em estudo ir trazer para a equipe um vasto conhecimento do mercado de
reciclagem, tcnicas de anlise econmicas e financeiras, aplicabilidade de um plano de
negcio que contempla o produto, mercado, marketing e servios, conhecimentos de rotinas
de funcionamento de uma indstria e outras informaes administrativas.
O estudo tambm tem o objetivo de contribuir para uma poltica de proteo e
preservao ambiental, onde as pessoas, organizaes e poder pblico, tenham conscincia
que a reciclagem dos resduos slidos, principalmente o PET, evita a poluio do meio
22
ambiente em geral, proporcionando para a regio metropolitana de Belm, mas sade,
qualidade de vida e gerao de renda para as comunidades, condomnios, cooperativas,
governo e autnomos.
O presente estudo tem como finalidade mostrar a viabilidade econmica e financeira
da implantao de uma indstria de reciclagem de PET na regio metropolitana de Belm,
visto que, o empreendimento vivel, pois apresenta baixo investimento inicial (se
comparado com outros tipos de indstrias), e tem expectativas de tima gerao de lucro.
1.5 Procedimentos Metodolgicos
1.5.1 Abordagem
As informaes para elaborao deste estudo, inclui informaes de investimentos
iniciais, custos operacionais (equipamentos e mo-de-obra) e o retorno esperado do
investimento.
A abordagem quantitativa foram coletadas atravs de entrevistas informais com o
catadores de resduos slidos na regio da grande Belm, com a principal finalidade de se
obter os valores pagos a estes catadores. Roesch (2007, p. 140) diz que: As principais
tcnicas de coleta de dados so a entrevista, o questionrio, os testes e a observao. Tambm
possvel trabalhar com dados existentes na forma de arquivos, bancos de dados, ndices e
relatrios.
Uma das metodologias utilizadas nesta pesquisa foi o mtodo dedutivo, que partindo
das teorias e leis, na maioria das vezes prediz a ocorrncia dos fenmenos particulares, ou
seja, a razo para levar ao conhecimento verdadeiro. Onde, busca-se elementos do
conhecimento atravs de fatos verdadeiros.
Para analisar o potencial do mercado, fora utilizado o mtodo de pesquisa direta,
atravs de fontes de informaes escritas, junto a clientes em potencial, associaes e
empresas de apoio reciclagem (Cempre, Reciclaveis, Bahia Pet, ABIPET), j a anlise da
23
questo ambiental, foram realizadas orientaes junto Secretaria de Tecnologia e Meio
Ambiente SECTAM.
Para a anlise econmica e financeira, utilizou-se de informaes e pesquisas em
livros, peridicos, stios de cooperativas de recicladores de PET. A partir do levantamento
dessas informaes, utilizou-se de ferramentas de anlise econmica, tais como,
Investimentos iniciais, DRE e os ndices econmicos, como, Retorno do Ativo - ROA e
Margem de Lucro -ML. Para a anlise financeira foram utilizados os Fluxos de caixa
Operacional que so as entradas e sadas de caixa; Valor Presente Lquido - VPL traz as
entradas e sadas de caixa para o valor presente; Taxa Interna de Retorno TIR mostra
quando o VPL se iguala a zero; e o Payback, que mostra exatamente o tempo de retorno do
investimento inicial. Alguns ndices sero calculados com o auxilio do software da Microsoft
Excel.
1.5.2 Sujeito da Pesquisa
Catadores autonnomos da grande Belm.
1.5.3 Lcus da Pesquisa
As pesquisas foram realizadas na grande Belm atravs de observao dos catadores
autonomos, e stios de empresas do segmento de reciclagem.
1.5.4 Instrumentos da Pesquisa
Foram adotadas como instrumento da pesquisa as planilhas eletrnicas, utilizadas nos
clculos das anlises econmicas e financeiras.
1.5.4.1 Estratgia da Pesquisa
Como estratgia de pesquisa utilizou-se a observao indireta seguida de conversas
informais com os catadores da Regio Metropolitana de Belm, tambm utilizamos tcnicas
de anlise econmicas e financeiras.
24
2 FUNDAMENTAO TERICO - EMPRICA
Neste tpico ser demonstrada toda a fundamentao terica e sua importncia para
esta pesquisa, que foi baseada em livros, teorias, revistas, teses, stios de rgos e entidades
ligadas ao segmento de reciclagem de PET, onde foram abordados os temas: O Pet como
Matria-Prima no Renovvel; Reciclagem do Pet; A evoluo da Reciclagem do Pet no
Brasil; O Pet Reciclado e sua Utilizao, na Indstria de Tintas, na Indstria Txtil, na
Indstria de Transformao e na Indstria de Embalagem; O Pet e o Meio Ambiente, O Pet e
a Logstica Reversa; Planejamento Financeiro, viabilidade econmica, investimento inicial,
demonstrao de resultados (DRE), ndices econmico-financeiro; Viabilidade Financeira,
Fluxos de caixa Operacional, Valor Presente Lquido - VPL, taxa Interna de Retorno - TIR e
payback; Anlise dos Resultados, viabilidade econmica e viabilidade financeira.
2. 1 O Pet como Matria Prima no Renovvel
Poli Tereftalato de Etileno (foto 1 e 2 em anexo) ou PET, um polmero
termoplstico, isto , pode ser reprocessado vrias vezes, pois quando submetido ao
aquecimento esse plstico amolece-se e se funde, podendo ser novamente moldado sem perda
de propriedades e qualidades do plstico. um polister, que foi descoberto pelos
pesquisadores qumicos ingleses Whinfield e Dickson, em 1941.
A sua produo em larga escala como polister comeou somente aps a Segunda
Grande Guerra, nos anos 50 (Cinqenta), em laboratrios dos Estados Unidos da America e
Europa. Baseavam-se, quase totalmente, nas aplicaes txteis.
Somente no incio dos anos 70 (Setenta), o PET comeou a ser utilizado pela indstria
de embalagens nos EUA e Europa, e chegou ao Brasil em 1988 e teve uma trajetria
semelhante a dos EUA e Europa. Sendo inicialmente utilizado na indstria txtil, e somente
partir de 1993 passou a ter forte utilizao no mercado de embalagens, principalmente no
segmento de bebidas, tabela 2.
25
Ano Consumo Para Embalagens 1994 80.000 toneladas
1995 120.000 toneladas
1996 150.000 toneladas
1997 185.700 toneladas
1998 223.600 toneladas
1999 244.800 toneladas
2000 255.100 toneladas
2001 270.000 toneladas
2002 300.000 toneladas
2003 330.000 toneladas
2004 360.000 toneladas
2005 374.000 toneladas
2006 378.000 toneladas Tabela 2 - Consumo de PET em Embalagens
Fonte: Associao Brasileira da Indstria do PET - ABIPET
Atualmente a resina PET tem forte presena do segmento de plstico e engenharia, e a
sua grande aceitao no mercado de embalagens de bebidas, fez com que esta matria prima
fosse transformada em commodity9.
O PET (Poli Tereftalato de Etileno), atualmente tratado como um polmero de engenharia que, graas ao contnuo aperfeioamento de seu processo de fabricao e enorme aceitao na fabricao de garrafas de refrigerante, acabou mudando de status: passou de plstico de engenharia para commodity. (GORNI, 2007).
Principais Aplicaes do PET:
Como garrafas para bebidas carbonatada (refrigerantes), guas, leos vegetais,
produtos de limpeza;
Na forma de fibras, apresentam excelente resistncia mecnica e ao amassamento,
bem como lavagem e secagem rpida;
9 Commodity Mercadorias negociadas em bolsas possuem cotaes globais.
26
Na forma de pelculas transparentes e altamente resistentes, so usadas em
aplicaes nobres: isolamento de capacitores, pelculas cinematogrficas, fitas
magnticas, filmes e placas para radiografia;
Resina para moldagem com reforo de 30% (trinta por cento) de fibra de
vidro usada na fabricao de carcaas de bombas, carburadores, componentes
eltricos de carros.
2.2 Reciclagem de PET
No comeo dos anos 80 (oitenta), Estados Unidos da America e Canad iniciaram a
coleta dessas garrafas, reciclando-as inicialmente para fazer enchimento de almofadas. Com a
melhoria da qualidade do PET reciclado, surgiram aplicaes importantes, como tecidos,
lminas e garrafas para produtos no alimentcios.
Na dcada de 90 (noventa), o governo americano autorizou o uso deste material
reciclado, na proporo de 40% (quarenta por cento), em embalagens de alimentos. No Brasil,
a Secretaria Nacional de Vigilncia Sanitria em sua legislao que tangem a qualidade e
higiene das embalagens de produtos alimentcios, no permite a utilizao de PET reciclado
como matria prima para fabricao deste tipo de embalagens.
A reciclagem pode ser dividida em trs tipos distintos:
Reciclagem primria ou pr-consumo permite indstria reaproveitar resduos de
produo, que so limpos e de fcil identificao como parte da matria prima
virgem utilizada, gerando produtos de qualidade semelhante daquela obtida com
resina virgem;
Reciclagem secundria ou ps-consumo a reutilizao de embalagens provindas
de lixes, coleta seletiva e sucatas, exigem uma excelente separao para poder ser
aproveitado, devido mistura com outros materiais.
27
Reciclagem terciria converso de resduos plsticos em produtos qumicos e
combustveis por processos termoqumicos. No muito utilizado devido ao custo
elevado.
Um exemplo de processo de reciclagem, secundria ou ps-consumo, que o tema
desta pesquisa, apresentado no stio; http://www.reciclaveis.com.br no link Mercados, onde
demonstra uma linha bsica de reciclagem de PET e o esquema de processo de reciclagem
conforme Figura 2.
Figura 2 Esquema de Reciclagem de PET Fonte: http://www.reciclaveis.com.br. Link Mercados. Acesso em: 10 mar, 2008.
O PET depois de uma prvia classificao por cor e colocado na esteira de
alimentao da peneira rotativa, logo em seguida feita a primeira etapa de lavagem onde so
retirados os contaminantes maiores (pedras, tampas soltas e rtulos e outros tipos de
contaminantes qualquer diferentes do PET), em seguida passam ento para a esteira de
seleo que monitorada a presena de outros tipos de plsticos (ex.: PVC, PP, PE) inclusive
os metais que so acusados pelo detector de metais ferrosos, aps este processo as garrafas
28
caem na esteira de alimentao do primeiro moinho onde sofrem a primeira moagem, esta
feita a mido (adio de gua), retirado atravs de um rosca duplo envelope, onde parte da
gua suja separada do processo, passa pelos tanques de descontaminao, onde alm de ser
feita a separao dos rtulos e tampas poder ser feita a adio de produtos qumicos para
beneficiamento do processo, logo em seguida introduzido em outro moinho at obter a
granulomtrica adequada, depois transportado pneumaticamente at lavador, onde com
adio de gua feito o enxge, saindo diretamente para o secador, j finalizando o
processo o material retirado do secador por um transporte pneumtico indo para o silo, de
onde retirado e colocado em sacos tipo big bags, de acordo com a exigncia do cliente.
2.2.1 A Evoluo da Reciclagem do PET no Brasil
Segundo a Associao Brasileira de Fabricante de PET - Abipet em parceria com
Nous Consulting diz que:
O volume de PET reciclado no Brasil segue crescendo, e retomou a taxa de 2 dgitos: em 2006, o crescimento foi de 11,5% em relao a 2005, excedendo mesmo as previses mais otimistas de meados do ano passado (que indicavam crescimento mximo na casa de 6 a 7%. (3 Censo de Reciclagem de PET no Brasil, 2006/2007).
Atualmente (entenda ano de 2008) estima-se que este aumento da reciclagem j esteja
em torno de 15% (quinze por cento), em virtude do forte aumento de nmeros de produtos
utilizando PET reciclado, alm de estudos para permitir seu uso em embalagens de alimentos.
Grfico 1 Reciclagem de PET no Brasil Fonte: Abipet (Associao Brasileira da Indstria do PET) e Nous Consulting.
1 6 7 1 7 41 9 4
0
5 0
1 0 0
1 5 0
2 0 0
Kto
ns
2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6
R e c ic la g e m d e P E T B r a s il
29
Vale ressaltar, que com os volumes de reciclagem de PET alcanado pelo Brasil, no
ano de 2006 (conforme pesquisa), destaca-se em 2 lugar no mbito mundial de reciclagem de
PET, em relao utilizao da matria prima virgem, Poli Tereftalato de Etileno, ficando
atrs somente do Japo, conforme os grficos 1 e 2.
Grfico 2 Taxa de Reciclagem de PET Fonte: Abipet(Associao Brasileira da Indstria do PET) e Nous Consulting. 2.3 O PET Reciclado e sua Utilizao
A utilizao do PET reciclado no Brasil, em forma de flakes, passou a ser uma
alternativa a matria prima virgem em funo do seu preo e a questo ambiental.
Sua aplicao vem sendo utilizada nos mais variado segmentos industriais, txteis e
artesanais, porm, a aplicao em produtos txteis segue sendo o mais importante dos destinos
do PET.
A Associao Brasileira de Fabricante de PET Abipet encomendou uma pesquisa
sobre o destino do PET reciclados no Brasil. Segundo Nous Consulting (empresa contratada
pela Abipet) diz que: A aplicao em produtos txteis segue sendo mais importante dos
destinos do PET reciclado e se beneficiou do aquecimento da economia, [...], onde foi
detalhado o uso final do PET reciclado conforme grfico 3.
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
Taxas de Reciclagem de PET (%)
62,0 51,3 38,6 27,1 27,0 23,5 11,0
Japo (2006)
Brasil (2006)
Europa (2006)
Argentina (2006)
Austrlia (2006)
EUA (2006)
Mxico (2006)
30
Grfico 3 PET Reciclado Usos Finais em 2006 Fonte: Abipet(Associao Brasileira da Indstria do PET) e Nous Consulting.
2.3.1 Indstria de Tintas
A partir de 2003, o PET reciclado passou a ser utilizado na composio de resinas
Insaturadas Alqudicas, considerada a matria prima mais importante na fabricao de
tintas (esmaltes e vernizes).
Depois de previamente processadas pela recicladora, o PET utilizado como
componente na fabricao de resinas insaturadas, e depois na fabricao das tintas,
ocasionando uma considerada melhoria no desempenho do produto, reduo de custo e
consumo de matrias prima no renovveis, diminuio em cerca de 40% (quarenta por
cento) da quantidade de gua de reao gerada na produo de resinas. As Resinas
Insaturadas Alqudicas, chegou casa dos 7% (sete por cento) no final de 2006.
O potencial de produo para o ano de 2003 foi de 18 mil toneladas de resinas, proporcionando a retirada de cerca de 50 milhes de garrafas tipo PET do meio ambiente e gerando economia para a empresa de R$ 3 milhes. Para o binio 2004/2005 esto previstas 24 mil toneladas por ano de resinas, consumindo cerca de 60 milhes de garrafas por ano. (BASF. Release Press, 04/05/2004).
PET Reciclado - Usos Finais - 2006
T xteis40%
E xtru so d e C hap as
16%
T erm o form ado s15%
F itas d e Arq uear
3%
R esin as Insatu rad as e
Alq u d icas7%
In jeo e S op ro
3%
E xp o rtao7%
T ub o s2%
P lstico s d e E n g en h aria
4%
31
2.3.2 Indstria Txtil
Diante dos dados da pesquisa realizada pela Associao Brasileira de Fabricante de
PET ABIPET, 3 senso de reciclagem, mostra que na indstria txtil que se observa as
maiores demandas por produtos que se utilizam de matria prima reciclada de PET. O
aumento da utilizao da fibra txtil fabricada a partir de matria-prima reciclada chegou na
casa dos 62% (sessenta e dois por cento) em 2006, em toda a sua cadeia produtiva conforme
grfico 4.
Grfico 4 Usos Finais Txteis
Fonte: Associao Brasileira da Indstria do PET - Abipet/Nous Consulting.
2.3.3 Indstria de Transformao
O PET reciclado tem na indstria de transformao um dos seus principais
consumidores dessa matria prima. Nesta etapa da transformao a indstria utiliza o material
revalorizado (reciclado em forma de flakes) e o transforma em outro produto vendvel, dentre
este destacamos:
Na indstria automotiva e de transporte, tecidos internos (estofamento), carpete e
peas para veculo;
Na indstria de tapetes, carpetes, capachos para reas externas e internas;
PET Recic lado - Usos F inais T xteis - 2006
Fibras62%
N otecidos16%
C ordas, Cerdas e Monofilamentos
22%
32
Artigos industriais, rolos para pintura, cordas, filtros;
Na indstria qumica, resinas alqudicas e adesivos.
2.3.4 Indstria de Embalagem
Alm do uso PET reciclado na indstria txtil, de transformao e de tintas, tambm
relevante na indstria de embalagens, onde o PET encontra uma de suas principais fonte de
consumo. O uso do PET reciclado s permito para embalagens no alimentcias, tais como,
vidros para detergente, gua sanitria entre outros.
No momento, a tarefa da Indstria de transformao de PET grau embalagem desbravar outras frentes de consumo, conquistando novos mercados para embalagens, uma vez que o processo de imigrao para o PET, nos principais segmentos em que ele j atua, tido como consolidado. (http://www.plastico.com.br/revista, acessado em: 28 mai 2008).
2.4 O Pet e Meio Ambiente
Ultimamente as empresas, entidades e governos esto dando muita nfase
preservao e conservao do meio ambiente como forma de garantir um desenvolvimento
sustentvel e econmico. A poluio do meio ambiente feito principalmente de resduos
slidos.
Os resduos slidos so definidos como resduos nos estados slidos, semi-slido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, domstica, hospitalar, comercial, agrcola, de servios e varrio. Ficam includos nesta definio os lodos provenientes de sistemas de tratamento de gua, aqueles gerados em equipamentos e instalaes de controle de poluio, bem como determinados lquidos cujas particularidades tornem invivel o seu lanamento na rede pblica de esgotos ou corpos de gua, ou exijam para isso solues tcnica e economicamente inviveis em face a melhor tecnologia disponvel. (Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT 10.004/2004).
Dentre os resduos slidos que mais poluem o meio ambiente temos os plsticos PET,
em sua maioria estes materiais ocupam muito espao nos aterros devido a dificuldades de
compactao e por sua baixa degradabilidade. As embalagens plsticas lanadas
33
indevidamente no meio ambiente tambm contribuem para entupimentos, propiciam
condies de proliferao de vetores, prejudicam a navegao martima e agridem a fauna
aqutica, alm de causarem mal aspecto esttico.
Entre os diversos dados causados ao meio ambiente um est relacionado com os resduos plsticos. Esses resduos em geral levam muito tempo para sofres degradao espontnea e, quando queimados, produzem gases txicos. (MANO et al., 1991).
O plstico pode tambm ser usado como uma fonte energtica, ou seja, queimando o
plstico em caldeiras ou fornos para gerao de energia, liberando um calor muito forte
(superior ao do carvo e prximo ao produzido pelo leo combustvel). Porm, esta prtica
resulta em emisso de Gs Carbnico (CO2), agravando ainda mais o efeito estufa e emisso
de dioxinas, que so compostos altamente txicos.
muito grande o interesse ecolgico na diminuio da quantidade de plsticos
carreados para os aterros sanitrios e incineradores. Incentivar a economia privada na
execuo dos servios de coleta seletiva dos plsticos parece a melhor poltica a ser seguida
pelos administradores municipais, com conseqncias realmente positivas para a proteo do
meio ambiente.
2.5 O Pet e a Logstica Reversa
comum as empresas em operao terem ateno apenas na logstica tradicional, ou
seja, a logstica que trata apenas das sadas dos seus produtos das indstrias ou comrcios,
sem se preocupar com o descarte, ou o ps-consumo de suas embalagens.
Segundo a Associao Brasileira de Logstica, logstica tambm definida como:
O processo de planejamento, implementao e controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matrias primas, estoque em processo, produto acabado e informaes relacionadas, desde o ponto de origem at o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente.
34
Porm com a evoluo do mundo dos negcios estas empresas passaram tambm a se
preocupar com logstica reversa, ou seja, passam a se preocupar com o retorno de seus
produtos, materiais e peas utilizadas no processo de produo. As empresas em implantao
passaram a utilizar-se da logstica reversa como estratgia ambiental e estratgia de
planejamento de negcios.
Segundo Leite (2003), Logstica reversa a rea da logstica que trata dos aspectos
de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo
Leite (2003), tambm define como objetivo principal da logstica reversa o seguinte:
O objetivo principal da logstica reversa o de atender aos princpios de sustentabilidade ambiental como o da produo limpa, onde a responsabilidade do "bero cova" ou seja, quem produz deve responsabilizar-se tambm pelo destino final dos produtos gerados, de forma a reduzir o impacto ambiental que eles causam.
As legislaes ambientais tm sido mais severas, e os consumidores e as empresas
tem tido mais conscincia de suas obrigaes para com o meio ambiente, no s utilizando
uma maior quantidade de materiais reciclados como tambm tendo de se preocupar com o
descarte ecologicamente correto de seus produtos, afim de que, os mesmos tenham um destino
adequado para a reutilizao. Segundo Gomes (2004, p.140) diz que: A logstica de fluxo de
retorno (ou reversa) visa eficiente execuo da recuperao de produtos. Tem como
propsitos a reduo, a disposio e o gerenciamento de resduos txicos e no txicos.
Em vistas das legislaes mais severas, as indstrias alimentcias que se utilizam do
PET para embalagem de seus produtos, vem tentando utilizar-se da Logstica Reversa para
evitar que suas embalagens ps-consumo venham parar nos lixes, esgotos sanitrios, rios ou
qualquer lugar no meio ambiente poluindo-o. Pois, para as empresas fazerem uso da logstica
reversa, h um custo elevado para implant-la, porm, algumas empresas j esto investindo
nesta rea.
35
As empresas de reciclagem de PET vm cada vez mais implantando tcnicas da
logstica reversa, que visa retirar as embalagens de PET ps-uso do meio ambiente e
conscientizando as empresas e a populao em geral da importncia da coleta seletiva neste
tipo de material, que no Brasil j chega a produo de 6 bilhes de embalagens PET por ano
(ambiente Brasil, 2007).
Assim, as empresas organizam canais reversos, ou seja, de retorno dos materiais seja
para conserto ou aps o seu ciclo de utilizao, para terem a melhor destinao, seja por
reparo, reutilizao ou reciclagem, este tipo de canal proporciona um tipo de matria-prima
com maior qualidade para reciclagem.
Tudo isto vem fortalecer o desenvolvimento da Logstica Reversa nas empresas. E no
caso brasileiro de acordo com especialistas no assunto ele vem sendo considerado como um
elemento importante no planejamento estratgico das organizaes para adequ-las atual
legislao do meio ambiente. Mas infelizmente a falta da implantao da logstica reversa
pelos poderes pblicos responsvel pelas coletas de lixo das cidades, faz com que este tipo de
plstico ps-uso, a maioria, ainda v parar nos lixes, que o que ocorre na Regio
Metropolitana de Belm.
2.6 Planejamento Financeiro
O planejamento financeiro tem a finalidade de evidenciar as necessidades de
investimentos e expanso de uma empresa, bem como realizar os ajustes financeiros
necessrios ao longo da vida til da empresa.
Por meio do planejamento, ainda, possvel ao administrador financeiro selecionar, com maior margem de segurana, os ativos mais rentveis e condizentes com os negcios da empresa, de forma a estabelecer mais satisfatria rentabilidade sobre os investimentos. (ASSAF NETO, 2006, P.33).
O controle financeiro a fase do planejamento financeiro que se dedica a
acompanhar e mensurar toda a situao financeira de uma empresa. Anlise de desvios que
36
possam ocorrer dentro do planejado e o realizado, bem como definir propostas corretivas
necessrias para se ajustar o que foi planejado.
[...] Atravs do planejamento econmico-financeiro so avaliados os resultados relativos aos objetivos, decises e alternativas contidas no planejamento da empresa, indicando a possibilidade de sua implantao, ou no, do ponto de vista financeiro. (Jnior, Rigo, Cherobim. 2005, p.405). O que faz o mundo imaginrio virar mundo real est na capacidade de administrar de forma racional as finanas da empresa. O segredo est em manter o controle sobre as despesas correntes, criar uma disposio funcional que sustente e equilibre receitas e despesas, e permita que o empresrio administre o inesperado. (CIEE, Planejamento Financeiro. Disponvel em:
37
Dentre as ferramentas de viabilidade econmica, utilizou-se neste estudo o
Investimento Inicial (valores necessrios para inicio de um projeto ou empreendimento),
Demonstrativo de Resultados de Exerccio - DRE (demonstra o lucro lquido de um
determinado perodo) e os ndices econmicos.
2.6.1.1 Investimento Inicial
As decises de investimentos geralmente a elaborao, avaliao, e seleo de
proposta para aplicao de capital, com o nico objetivo, normalmente de mdio e longo
prazo, de produzir retornos financeiros aos seus proprietrios, ou seja, o lucro.
Investimento Inicial ou desembolso, o comprometimento de capital necessrio a
implantao de um projeto ou empreendimento, as sadas de caixas, que vo gerar resultados
operacionais no futuro. Gitman (2004, p.311) diz que: O termo investimento inicial refere-se,
neste caso, s sadas de caixas relevantes a ser consideradas quando se avalia um gasto de
capital proposto [...].
O valor do desembolso inicial refere-se ao volume comprometido de capital (sada de caixa) direcionado gerao de resultados operacionais futuros. Neste item so includos todos os dispndios de capital, que tm como caractersticas serem no repetitivos, destinados a produzir benefcios econmicos futuros, tais como incrementos de receitas ou redues de custos e despesas. (ASSAF NETO, 2006. p.292).
Os investimentos iniciais so compostos por todas as aquisies de bens permanentes,
tais como prdios, terrenos, mquinas e equipamentos, entre outros. Tambm deve se agregar,
aos valores de aquisio, os gastos necessrios para serem colocados em funcionamento, tais
como fretes, seguros, despesas de instalaes e outras despesas intangveis (pesquisa,
treinamento etc.) necessrios ao projeto ou empreendimento. O capital de giro tambm deve
compor o investimento inicial, pois se trata de um desembolso realizado no inicio do projeto.
Os investimentos em ativos permanentes10 retornam a empresa na forma de despesas no
10 Bens permanentes, tais como prdios, mquinas e equipamentos.
38
desembolsveis (depreciao, amortizao e exausto), e o capital de giro retorna a empresa
normalmente atravs de seus fluxos de caixa.
2.6.1.2 Demonstrao de Resultados do Exerccio (DRE)
A demonstrao tem como finalidade exclusiva apurar se a empresa esta dando lucro
ou prejuzo num determinado perodo de exerccio. Junta-se as receitas, despesas, os ganhos e
perdas do perodo, apurados pelo regime de Competncia,11 independentemente, portanto, de
se seus pagamentos e recebimentos.
A demonstrao de resultado do exerccio informa o desempenho operacional de uma
empresa, referente a determinado perodo. O desempenho da gesto ser acompanhado,
comparando-se o resultado de um perodo com o outro. Pela Demonstrao do Resultado do
Exerccio podemos tambm avaliar a rentabilidade de uma empresa.
A projeo da demonstrao de resultados do Exerccio permite avaliar os resultados do planejamento da empresa e tambm as relaes entre custo e receitas operacionais e entre as projees de venda, dos custos, das despesas e dos lucros. (Segundo Jnior, Rigo, Cherobim, 2005, p.414).
A Demonstrao do Resultado do Exerccio uma demonstrao contbil dinmica
que se destina a evidenciar a formao do resultado lquido em um determinado perodo de
exerccio, atravs do confronto das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princpio
contbil do regime de competncia.
Enquanto o planejamento de caixa preocupa-se com a previso de fluxos de caixa, o planejamento de resultados apia-se nos conceitos do regime de competncia para projetar o lucro e a posio financeira geral da empresa [...]. (Gitman, 2004, p. 101).
Na determinao da demonstrao de resultado do exerccio sero computados:
As receitas e os rendimentos ganhos no perodo, independentemente da sua
realizao em moeda;
11 Regime de competncia significa apropriao das receitas quando efetivamente ganhas, merecidas e no necessariamente recebidas em dinheiro, ou seja, entrada no caixa.
39
os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas
receitas.
2.6.1.3 ndices Econmico-Financeiros
uma das tcnicas mais comum de se avaliar uma empresa, baseia-se na apurao de
ndices, que so basicamente levantados das demonstraes financeiras da empresa. ndices
estes pelos quais se pode tomar conhecimento da situao econmico-financeira da empresa,
pois possibilita que proprietrios e investidores, possam analisar riscos e situaes
desagradveis em seus investimentos.
A anlise dos ndices permite revelar a condio global da empresa, bem como obter
melhor entendimento das relaes investimento inicial e demonstrao de resultados.
[...]. De um modo ou de outro, eles pretende medir o quo eficientemente a empresa utiliza seus ativos e administra suas operaes. Esse grupo se preocupa com a ltima linha da demonstrao de resultados, ou seja, o lucro lquido. (Ross, Westerfield e Jordan. 2000 p.85).
Os ndices econmico-financeiros esto divididos em quatro grupos, ou seja: liquidez
e atividade, endividamento e estrutura, rentabilidade e anlise de estrutura.
Para este estudo utilizou-se os ndices do grupo indicadores de rentabilidade, ou seja: o
Retorno do Ativo (ROA) e Margem de Lucro (ML).
Os indicadores de rentabilidade tm a funo de avaliar os resultados auferidos por
uma determinada empresa em relao a seus investimentos.
O ndice retorno do Ativo tem a funo especifica de analisar e dimensionar quanto
lucro a empresa ter capacidade de gerar com seus ativos (investimentos iniciais) instalados e
produzindo em sua plena capacidade, equao 1.
[...], freqentemente chamado de retorno do investimento (returno on investiment ROI), mede a eficcia geral da administrao de uma empresa em termos de gerao de lucro com os ativos disponveis. Quanto mais alto for, melhor. [...]. (Gitman 2004, p.55).
40
100 Equao 1 Retorno do Ativo - Roa Fonte: Ross, Westerfield e Jordan (2000, p.86)
A Margem de Lucro (ML) um ndice que tem a finalidade de calcular e mostrar em
porcentagem, as unidades monetrias de venda depois de pagos todos os custos e despesas
operacionais e no operacionais relacionados ao produto vendido. Neto (2006, p.120) diz
que: Este ndice mede a eficincia de uma empresa em produzir lucro por meio de suas
vendas. [...]. Equao 2.
A margem de lucro bruto mede a porcentagem de cada unidade monetria de venda que resta aps o pagamento do custo dos produtos vendidos. Quanto mais alto essa margem, melhor (ou seja, menor o custo relativo dos produtos vendidos). (Gitman, 2004, p.55).
,
! "# $%&' 100 Equao 2 Margem de Lucro - ML Fonte: Ross, Westerfield e Jordan (2000, p.86)
Os ndices econmicos, descrito iro demonstrar a viabilidade de gerao de lucro das
empresas e conseqentemente ocasionar o desenvolvimento e prosperidade da empresa, de
seus proprietrios, scios, colaboradores internos e externos.
2.6.2 Viabilidade Financeira
a identificao entre a capacidade de gerar entradas de fluxo de caixas, ao longo de
um determinado perodo, e fluxo de caixa de desembolso exigido pelo projeto ou
empreendimento. Tem o propsito de avaliao ou estudo da viabilidade, estabilidade e
lucratividade de um projeto, ou seja, a maximizao das riquezas dos investidores ou
proprietrios.
A anlise financeira demonstra a viabilidade e estabilidade de um projeto quanto a sua
capacidade de gerar fluxos de caixas, tem como ponto de partida identificar os benefcios
41
esperados quanto a implementao de recursos financeiros. Uma vez empregado este
procedimento, so analisados os resultados que mostram se financeiramente o investimento
vivel ou no, ou qual a melhor alternativa para este.
As decises de investimento criam valor e, portanto, mostram-se economicamente atraentes quando o retorno esperado da alternativa exceder a taxa de retorno exigida pelos proprietrios de capital (credores a acionistas). importante destacar que essas decises inserem-se no mbito do planejamento estratgico da empresa, [...]. (ASSAF NETO, 2006 P.34).
Entre os vrios ndices financeiros existentes sero utilizados neste estudo, o Fluxo de
Caixa Operacional, Valor Presente Lquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Payback.
2.6.2.1 Fluxo de Caixa Operacional - FCO
O fluxo de caixa uma medida financeira, crtica, que visa auxiliar os proprietrios e
investidores quando se vai tomar uma deciso de investimento seja a curto ou longo prazo. Os
fluxos de caixas determinam o sucesso de uma tomada de deciso de investimento,
analisando-a ano a ano.
Com base nas informaes conjunturais, no desempenho esperado do mercado e na empresa em avaliao, so estabelecidas previses para os benefcios econmicos de caixa no horizonte de tempo. (ASSAF NETO 2006, P. 603).
O FCO o fluxo resultante das atividades rotineiras de uma determinada empresa, ou
seja, produo menos despesas e custos mais as despesas no desembolsveis (depreciao).
Assaf Net (2006, p.64) diz que: Fluxo de Caixa Operacional o caixa gerado pelas
atividades usuais da empresa.
Neste fluxo operacional no se inclui despesas relacionadas a financiamentos e juros
de investimentos em ativos, pois no so despesas operacionais.
O fluxo de caixa utilizado para registrar todos os movimentos de entradas e sadas
em determinado perodo de um projeto, serve tambm para demonstrar o gasto de capital
proposto e o seu retorno para determinado projeto.
42
Segundo Neto (2006, p.294) diz que: O modelo de avaliao prope que os fluxos de
caixa a serem considerados no processo de avaliao de investimentos contenham, em termos
incrementais, exclusivamente valores operacionais [...].
mediante os fluxos de caixa, e no dos lucros, que se mede o potencial efetivo da
empresa em programar suas decises financeiras fundamentais, investimento, financiamento e
distribuio de dividendos. Dessa forma, so os fluxos de caixa, e no outra medida contbil
qualquer de resultado, que se constituem na informao mais relevante para o processo de
anlise de investimentos.
2.6.2.2 Valor Presente Lquido (VPL)
O Valor Presente Lquido - VPL, tambm conhecido como mtodo do valor
atual, um ndice onde se determina o valor presente de pagamentos futuros descontados a
um custo de oportunidade (taxa de juros apropriada) ou Taxa Mnima de Atratividade - TMA,
menos o custo do investimento inicial.
A medida do valor presente lquido obtida pela diferena entre o valor presente dos benefcios lquidos de caixa, previsto para cada perodo do horizonte de durao do projeto, e o valor presente do investimento (desembolso de caixa). (Neto 2006, p. 319).
Basicamente, o calculo de quanto os futuros pagamentos somados a um custo inicial
estaria valendo atualmente. Em todas as anlises financeiras de investimento fundamental
levar em considerao o valor do dinheiro no tempo, devido ao custo de oportunidade de se
colocar, por exemplo, tal montante aplicado no mercado financeiro.
Como o valor presente lquido (VPL) leva explicitamente em conta o valor do dinheiro no tempo, considerado uma tcnica sofisticada de oramento de capital. Todas essas tcnicas descontam, de uma maneira ou de outra, os fluxos de caixas da empresa a uma taxa estipulada. [...] (Gitman, 2004, p.342)
43
O mtodo VPL exige a definio prvia da Taxa Mnima de Atratividade - TMA de
investimento para descontar os fluxos de caixa. Desta forma utilizaremos neste estudo a Taxa
de Juros a Longo Prazo TJLP.
Para uma perfeita anlise financeira de capitais de investimento com a utilizao do
VPL, na tomada de deciso de aceitao ou rejeio de um referido projeto ou
empreendimento, deve se observar as seguintes regras: se o VPL for igual a zero, o
investimento indiferente, pois o valor presente das entradas igual ao valor presente das
sadas de caixa; se o VPL for menor do que zero (negativo), significa que o investimento no
economicamente atrativo pois, o valor presente das entradas de caixa menor do que o valor
presente das sadas de caixa; J quando o VPL positivo, considera o projeto aceitvel,
atraente para investimento, indica que a empresa ir obter um retorno superior a seus custo de
capital investido no projeto. Ross, Westerfield e Jordan. (2000 p.214) dizem que: [...],
criamos valor identificando investimento que valem mais no mercado do que seu custo de
aquisio. [...].
Como o VPL uma ferramenta de anlise de longo prazo, o clculo deste estudo, ser
realizada por perodos anuais, com base nos Fluxo de caixas operacionais, com auxilio da
planilha eletrnica do Excel. Equao 3.
() +,-". /0#-&1. 2 345 Equao 3 Valor Presente Lquido - VPL Fonte: Gitman, 2004, p.342
Onde:
FCt = fluxo de entrada de caixa de cada perodo;
K = taxa de desconto, representada pela TMA (taxa mnima de atratividade);
FC0 = investimento inicial de um projeto
44
Para melhor entendimento deste ndice, vamos descrever um exemplo de Assaf Neto
(2006, p. 320), que descreve em sua obra:
Tomando como exemplo, uma empresa esteja avaliando um projeto com investimento
inicial no valor de R$ 30.000,00, do qual se espera benefcios anuais de caixa (entradas) de
R$ 10.000,00 no primeiro ano, R$ 15.000,00 no segundo ano, R$ 20.000,00 no terceiro ano e
R$ 10.000,00 no quarto ano.
Admitindo que a empresa tenha definido em 20% a.a. (vinte por cento) sua TMA (taxa
mnima de atratividade) exigida e que o investimento inicial seja desembolsado integralmente
no momento inicial, h o seguinte valor presente lquido, (utilizando-se da equao 3):
() 610.000,001,20 : 15.000,00"1,20#< :
20.000,00"1,20#= :
10.000,00"1,20#> ? 2 30.000,00
() A8.333,33 : 10.416,67 : 11.574,07 : 4.822,53F 2 30.000,00 () $ 5.146,60
Observe que, mesmo descontando os vrios fluxos de caixa pela taxa anual de 20%
(vinte por cento) conforme definido pela empresa a TMA (taxa mnima de atratividade), o
VPL foi superior a zero, demonstrando que o investimento oferece rentabilidade superior
mnima exigida. Nessa situao de gerao de riqueza lquida positiva, a deciso agrega valor
econmico empresa devendo, portanto deve ser aceita.
2.6.2.3 Taxa Interna de Retorno - TIR
A Taxa Interna de Retorno - TIR um ndice que mostra qual a taxa necessria para
igualar o valor de um investimento (em valor presente) com os seus respectivos retornos
futuros ou saldos de caixa. Quando usada em anlise de investimentos, significa a taxa de
retorno de um projeto. Este ndice ir mostrar claramente se o projeto trar uma taxa de
retorno superior TMA, desejado pelos proprietrios ou financiadores de um determinado
45
projeto. Gitman (2004, p. 344), diz que: [...] taxa composta de retorno anual que a empresa
obteria se concretizasse o projeto e recebesse as entradas de caixa previstas. [...]..
[...], a taxa de desconto que iguala, em determinado momento (geralmente usa-se a data de incio do investimento momento zero), as entradas com as sadas prevista de caixa. Para avaliao de propostas de investimentos, o clculo da IRR requer, basicamente, o conhecimento dos montantes de dispndio de capital (ou dispndios, se o investimento prev mais de um desembolso de caixa), e dos fluxos de caixa lquidos incrementais gerados pela deciso. (Assaf Neto, 2004, P.309)
Ross, Westerfield e Jordan (2000, p.223) [...]. Conforme veremos, a TIR esta
intimamente relacionada ao VPL. Tentamos com a TIR obter uma nica taxa de retorno para
sintetizar os mritos de um projeto [...].
Este ndice quando utilizado para tomada de deciso de aceitao ou no de
investimento em um determinado projeto, leva-se em considerao os seguintes critrios: Se a
TIR for maior que a TMA aceita-se o projeto; Se a TIR for menor que a TMA rejeita-se o
projeto.
A TIR deve ser comparada com a TMA para a concluso a respeito da aceitao ou no do projeto. Uma TIR maior que a TMA indica projeto atrativo. Se a TIR menor que a TMA, o projeto analisado passa a no ser mais interessante. (SOUZA 2004).
Tanto a TIR quanto o VPL so ndices que iro mostrar a viabilidade financeira do
projeto, utilizando-se da TMA como retorno exigido em longo prazo. Para o clculo da TIR
deste projeto vamos utilizar o auxlio da calculadora financeira, equao 4.
H5 : I-". /0#-&1. +,-
". /0#-&1.
Equao 4 Taxa Interna de Retorno - TIR Fonte: Assaf Neto (2006, p.310) Onde:
I0 = montante do investimento no momento zero;
46
It = montantes previstos de investimento inicial em cada momento;
K = taxa de rentabilidade equivalente peridica (TIR);
FCt = fluxos de caixa previstos de entrada em cada perodo de vida do projeto.
Aps calculado a TIR anual, iremos calcular o rendimento total do projeto
(rentabilidade total dos anos de vida do projeto), atravs da equao 5:
JH A"1 : JH# 2 1F 100 Equao 5 - Taxa Interna de Retorno Total TIRtotal Fonte: Assaf Neto (2006, p.310) Onde:
t = Tempo total de vida do projeto em anos.
Para melhor entender a equao 4, mostramos um exemplo descrito por Assaf neto
(2006, p.310):
Suponha-se que, de um investimento de R$ 300,00, sejam esperados benefcios de
caixa de R$ 100,00, R$ 150,00, R$ 180,00 e R$ 120,00, respectivamente, nos prximos
quatro anos da deciso de investimento. Observando-se que o investimento requer somente
um desembolso de caixa no momento inicial (ano inicial do projeto), o clculo da TIR
desenvolvido da seguinte maneira:
300,00 .55,55". /IK#L :.M5,55
". /IK#N :.O5,55
". /IK#P :.
47
A rentabilidade total do projeto (rentabilidade pelo perodo de quatro anos), TIRtotal,
atinge a casa dos 168,8% (cento e sessenta e oito vrgula oito por cento), utilizando-se a
equao 5:
JH A"1,2804#> 2 1F 100 168,8% 2.6.2.4 Payback
O Payback uma tcnica de anlise de investimento mais comuns que existem em
anlises financeiras. Consiste em umas das alternativas mais populares ao VPL. Sua principal
vantagem em relao ao VPL consiste em que a regra do Payback leva em conta o tempo de
retorno do investimento, desconsiderando por completo o valor do dinheiro no tempo. Gitman
(2004, p. 339), diz que: [...] Trata-se do tempo necessrio para que a empresa recupere seu
investimento inicial em um projeto, calculado com suas entradas de caixa [...].
Existem duas metodologias de clculo do perodo de payback, o mdio e o efetivo. O
payback mdio leva em conta o valor do investimento inicial e o valor mdio dos fluxos de
caixa esperados. O payback atravs da metodologia efetiva mais realista, e consiste no
acumulo das entradas at se obter o total do investimento inicial.
O perodo de payback, de aplicao, bastante generalizada na prtica, consiste na determinao do tempo necessrio para o dispndio de capital (valor do investimento) seja recuperado por meio dos benefcios incrementais lquidos de caixa (fluxo de caixa) promovidos pelo investimento. (NETO, 2004, p.305)
Quando falamos em utilizar o payback em termos de deciso de aceitar ou rejeitar
determinado investimento, o perodo de payback deve ser confrontado com o padro-limite
estabelecido pela empresa. O padro-limite uma coisa bastante difcil de ser definido,
subjetivo de cada empresa, e esta relacionada com a conjuntura econmica, restrio de
liquidez monetria e aos objetivos de lucratividade de cada empresa.
48
Assaf Neto (2006, p. 310), descreve o seguinte exemplo: ao definir em trs anos o
tempo mximo de realizao de caixa de seus investimentos, a empresa no dever selecionar
o projeto A (avaliado pelo payback efetivo), pois tem payback em 4,2 anos, em razo do
perodo de payback exceder o limite estabelecido de tempo. A alternativa B (avaliado pelo
payback efetivo), por ter um perodo de payback avaliado em 3 anos, ser a alternativa aceita
em virtude de estar dentro do limite de tempo estabelecido pela empresa, tabela 3.
Para chegarmos a payback de 4,2 anos na alternativa A, acumulou-se as entradas do
primeiro ao quarto ano, totalizando R$ 250.000,00, faltando recuperar R$ 50.000,00 no quinto
ano de fluxo de caixa, equao 6.
Para efeito de clculo do Payback deste projeto, utilizaremos a metodologia do
payback efetivo, onde necessrio o acumulo do fluxo de caixa at que o valor do
investimento seja recuperado.
Perodos de Payback - Metodologia "efetivo"
Alternativa "A" Alternativa "B"
Investimento Inicial => 300.000,00 300.000,00
Ano Entradas de Caixa
1 90.000,00
100.000,00
2 50.000,00
100.000,00
3 60.000,00
100.000,00
4 50.000,00
100.000,00
5 250.000,00
100.000,00
Perodo de Payback 4,2 anos 3 anos
Tabela 3 - Perodos de Payback Fonte: Assaf Neto
49
)ST!U %V%WX % X
)ST!U M5.555,55
50
3 Anlise dos Resultados
A mensurao do risco por meio do comportamento do cenrio econmico incorpora
a distribuio de probabilidades no estudo da sensibilidade de um projeto, revelando-se
bastante til aos proprietrios e investidores.
Quando uma empresa se prope a fazer um investimento, o objetivo maior que o seu
retorno seja o melhor possvel, assim faz-se necessrio um estudo para constatar a viabilidade
do investimento. Este estudo demonstra-se atravs da viabilidade econmica, ou seja, a
capacidade que este projeto tem de gerar lucro aos seus investidores. A viabilidade financeira,
que visa comparar a rentabilidade com outros mercados com um determinado perodo.
3.1 Viabilidade Econmica
A anlise de viabilidade econmica do projeto de implantao da indstria de
reciclagem tem seu foco pautado na gerao e anlise de lucro que o projeto poder gerar aos
seus proprietrios e investidores, visa demonstrar atravs de ndices a capacidade da indstria
de reciclagem em gerar lucro com seus ativos.
3.1.1 Investimento Inicial
Os investimentos iniciais para o referido projeto aqui descrito no constituem uma
barreira de entrada, visto que, as empresas de reciclagem de plstico so de pequeno e mdio
porte com produo mdia de 100 (cem) toneladas/ms.
Os investimentos descritos neste projeto so necessrios para a implantao da
indstria de reciclagem de PET na Regio Metropolitana de Belm, sendo os seus principais
investimentos referentes a compras de ativos (veculos, equipamentos e maquinrios), compra
de bens imveis, edificaes e reformas das reas de produo e administrativos, tabela 4.
51
INVESTIMENTO INICIAL Item Discriminao Detalhamento Valor (R$)
1 Caminho Ford F-4000 Ano 2005/2006 40.000,00
2 Equipamentos c/Imposto Linha de Reciclagem c/Impostos 125.440,00
3 Equipamentos c/Imposto Prensa para papelo e vidros 13.440,00
4 Setup de mquina Tcnicos p/instalao 3.920,00
5 Frete/Seguro Mquinas p/Belm 11.200,00
6 Equipamento p/ Escritrio Mveis, computadores e Ar Cond. 20.000,00
7 Informatizao Sistema de Informao em geral 5.000,00
8 Terreno 1800 a 2000 m2 85.000,00
9 Construo Civil Edificaes e galpo 35.000,00
10 Instalaes Eltricas Montagem da Rede Eltrica 5.000,00
11 Poo Artesiano Perfurao, Montagem e Bomba 10.000,00
12 Instalaes Hidrulicas Montagem do Sistema de gua 1.500,00
13 Sistema de Decantao Sistema de Reciclagem de gua 1.500,00
14 Registros Jucepa, IE, Cnpj., Alvar e Taxas 5.000,00
15 Capital de Giro 3 meses de Implantao 85.000,00
16 Total 447.000,00 Tabela 4 Investimento Inicial Fonte: Elaborado pelos Autores
A seguir, demonstraremos o detalhamento do investimento inicial necessrios para a
implantao da indstria de reciclagem da regio metropolitana de Belm:
O item 1 refere-se a compra de um caminho com carroceria de madeira com
capacidade de carga de 4000 kg (quatro mil quilos), o desembolso de caixa foi realizado em
duas parcelas de R$ 20.000,00, no segundo e terceiro ms do primeiro ano de projeto.
Os itens 2 e 3 refere-se a compra de mquinas para linha de reciclagem de PET, que
ser comprado junto a Ability Equipamentos. A linha de reciclagem ter capacidade de
produo de 90 t/ms (noventa toneladas ms). O custo total dos dois itens, j inclusos o
ICMS,12 ser de R$ 138.880,00 (cento e trinta e oito mil e oitocentos e oitenta reais), o
desembolso de caixa foi realizado, 50% (cinqenta por cento) no primeiro ms, R$ 69.440,00
12 Imposto de Circulao de Mercadorias e Servios, Imposto Estadual.
52
(sessenta e novel mil quatrocentos e quarenta reais), mais trs parcelas de R$ 23.146,67 (vinte
e trs mil cento e quarenta e seis reais e sessenta e sete centavos).
O Item 4 Setup de mquinas, referente a vinda de 2 (dois) tcnicos do fabricante do
Estado de So Paulo at Belm, onde vo montar e ligar a mquina de reciclagem. Para estes
clculos foi levado em considerao as passagens areas e estadias dos tcnicos na cidade
pelo perodo de 7 dias, no foi levado em contas sua remunerao, visto que, j esta incluso
no valor de aquisio da mquina. O clculo inclui; 2 (duas) passagens areas no trecho
Bel/So/Bel R$ 1.400,00, o total, pela Gol Linhas Areas, consultada dia 12/05/2008; 7 (sete)
dirias em hotis econmicos da cidade para duas pessoas por R$ 1.120,00. O desembolso de
caixa foi realizado em uma nica parcela no segundo ms do primeiro ano de projeto.
O Item 5 esta contemplado o frete e seguro das mquinas de reciclagem da cidade de
So Paulo at Benevides no Par. Foram inclusos os seguintes valores; Frete de caminho
(carreta 3 eixos) R$ 5.100,00; Seguro da mquina R$ 5.600,00 (5% (cinco por cento) do
custo da mquina); mais taxas administrativas e governamentais. O desembolso de caixa foi
realizado em nica parcela no primeiro ms de projeto.
Os Itens 6 e 7 trata-se da compra de equipamentos de informtica e softwares de
automao da indstria, (3 notebook, 6 computadores desktop). O desembolso de caixa foi
realizado em duas parcelas de R$ 12.500,00 (doze mil e quinhentos reais), no segundo e
terceiro ms do projeto.
Os itens 8 e 9 referem-se a compra do terreno e a edificao das obras civis (galpo
de produo e escritrios). O desembolso de caixa foi realizado em uma nica vez no
primeiro ms de projeto.
Item 10 refere-se, a todas as instalaes eltricas e chaves de segurana para o perfeito
funcionamento dos maquinrios de reciclagem. O desembolso de caixa foi realizado em
parcela nica no segundo ms de projeto.
53
Os itens 11 e 12 referem-se perfurao de um poo (aproximadamente 50
(cinqenta) metros de profundidade) e estrutura para armazenamento para 15.000 (quinze mil)
litros de gua junto com as instalaes hidrulicas. O desembolso de caixa foi realizado em
duas parcelas de R$ 5.750,00 (cinco mil setecentos e cinqenta reais), no primeiro e segundo
ms de projeto.
O Item 13 contempla a construo do sistema de decantao, ou seja, o processo de
reaproveitamento da gua utilizada no processo de reciclagem. Neste processo esto incluso a
construo de tanques, filtro biolgico e uma bomba de gua para fazer retornar a gua
devidamente filtrada ao sistema de reciclagem. O desembolso de caixa foi realizado em
parcela nica no segundo ms de projeto.
Item 14 refere-se, a todas as taxas que so pertinentes a legalizao da indstria, tais
como, jucepa, inscrio estadual, cnpj, licena ambiental, alvar e outras. O desembolso de
caixa foi realizado em parcela nica no primeiro ms de projeto.
Item 15 capital de giro, ser necessrio, durante os trs primeiros meses (implantao)
para fazer frente a pequenas despesas administrativas e compra de matria-prima no terceiro
ms. O desembolso de caixa foi realizado em parcela nica no terceiro ms de projeto.
Item 16 o montante financeiro necessrio para o investimento inicial na indstria de
reciclagem de Pet na regio metropolitana de Belm.
3.1.2 Projeo da Demonstrao de Resultados (DRE)
A projeo da DRE da indstria de reciclagem de PET demonstrar se o projeto ora
aqui descrito ira proporciona lucro ou prejuzo.
Ser projetada uma previso de vendas, custos e despesas, necessrios para efetiva
realizao da DRE.
54
Alguns itens so essenciais para elaborao da DRE, uma delas oferta de matria-
prima (ou insumo), plstico ps-uso (PET) descartado pela regio metropolitana de Belm,
para a composio dos custos da indstria. A necessidade da indstria de reciclagem ser de
aproximadamente de 5 t/dia (cinco toneladas dia) de plstico ps-uso (PET), com
funcionamento num perodo de segunda a sexta feira de 8 s 18h, em mdia 25 dias por ms.
No item 1.1.8 foi descrito toda a capacidade da regio metropolitana de Belm em produzir
plsticos ps-uso (PET), que fica em torno de 36 t/dia (trinta e seis toneladas dia), portanto a
indstria de reciclagem no ter problemas em captar insumos para a sua produo.
Os custos demonstrados na tabela 5 so referentes, aos gastos ocorridos no processo de
produo mensalmente. Nos custos no esto inclusos os custos com estoque de insumos,
visto que, a necessidade de insumos/dia da indstria de reciclagem de PET e de
aproximadamente 17% (dezessete por cento) da oferta de insumos pela regio metropolitana
de Belm.
CUSTOS/MENSAL Item Discriminao Qtd Unit (R$) Total (R$)
1 Plstico Pet ps-uso (kg) 125.000 0,50 62.500,00
2 Papelo 10.000 0,10 1.000,00
3 Vidros 10.000 0,10 1.000,00
4 Embalagem Tetra Pack 10.000 0,10 1.000,00
5 Colaboradores (Tabela 6) 9 9.000,00
6 Depreciao da Linha Produo - - 1.867,00
7 Depreciao das Instalaes - - 182,29
8 Alimentao pessoal/fornecedor 500 4,00 2.000,00
9 Manuteno da Linha - - 500,00
10 Energia Eltrica - - 5.114,85
11 Total Mensal 84.164,14
Tabela 5 Custos Mensais Fonte: Elaborado pelos Autores
55
O item 1 e a quantidade de PET ps-uso que ser necessrio para alimentar a indstria
em sua plena capacidade, equao 7:
PETps-uso = Qtd dias em operao x Qtd necessria de PET/dia
PETps-uso = 25 x 5000 kg = 125.000 kg 125 t/ms.
Equao 7 Quantidade de pet Ps-uso Necessrio Fonte: Elaborado pelos Autores
Os itens 2,3 e 4 a quantidade de compra de papelo, conforme especificado neste
projeto, item 1.1.8.
O Item 5 refere-se ao nmeros de colaboradores necessrios para que a indstria de
reciclagem tenha um perfeito funcionamento em sua plena capacidade produtiva. A
quantidade de colaboradores e seus respectivos vencimentos e encargos e esto demonstrados
na tabela 6, e foi definida numa proporo de 10 colaboradores para cada tonelada de resduos
a ser processado mensalmente.
Colaboradores Item Funes/Produo Qtd Salrio Total
1 Encarregado de Produo 1 700,00 700,00
2 Operadores de Mquina 2 550,00 1.100,00
3 Operrios 6 450,00 2.700,00
4 Sub-Total 4.500,00 5 Encargos Sociais 100% 4.500,00 6 Total 9.000,00
Tabela 6 Colaboradores Fonte: Elaborado pelos Autores
O Item 6 a depreciao da linha de reciclagem (maquinrio), que tem vida til de 5
anos (60 meses), e valor de aquisio de R$ 112.000,00 equao 8.
[\!]&` % %a%b $ %Vb%& %b b%'%'
[\!]&` % %a%b 112.000,0060 1.866,00 d 1.867,00
56
Equao 8 Depreciao da Linha de Reciclagem Fonte: Elaborado pelos Autores
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