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JEFFERSON FERREIRA SAAR
AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
DA LIGA FUTSAL 2008
Comunicação e Negócios versus Futebol Arte
Universidade Metodista de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
São Bernardo do Campo – SP, 2009
1
JEFFERSON FERREIRA SAAR
AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
DA LIGA FUTSAL 2008
Comunicação e Negócios versus Futebol Arte
Universidade Metodista de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
São Bernardo do Campo – SP, 2009
Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, da UMESP-Universidade Metodista de São Paulo, para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Wilson da Costa Bueno
2
FOLHA DE APROVAÇÃO
A dissertação de mestrado sob o título “AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DA
LIGA FUTSAL 2008. Comunicação e Negócios versus Futebol Arte”, elaborada por
Jefferson Ferreira Saar, foi defendida e aprovada em 25 de março de 2009, perante a banca
examinadora composta por Wilson da Costa Bueno, Daniel dos Santos Galindo e Luciano
Maluly.
Declaro que o autor incorporou as modificações sugeridas pela banca examinadora, sob
a minha anuência enquanto orientador, nos termos do Art.34 do Regulamento dos Cursos de
Pós-Graduação.
Assinatura do orientador: __________________________________________________
Nome do orientador: _____________________________________________________
Data: São Bernardo do campo, _______ de _______________________ de ________
Visto do Coordenador do Programa de Pós-Graduação: ______________________________
Área de concentração: Processos Comunicacionais
Linha de Pesquisa: Comunicação Institucional e Mercadológica
Projeto temático: Comunicação Empresarial
3
DEDICATÓRIA
A meus pais Klaus e Irene por sempre terem investido nos meus
estudos e acima de tudo acreditado em mim.
A meus irmãos Leonardo e Hugo pela sincera torcida.
A minha namorada Cláudia por me incentivar nas horas difíceis e alegrar minha vida.
E a todos os meus parentes e amigos.
4
“Nada é impossível para quem está conectado com Deus e se empenha em concretizar neste
mundo a Vida, o Amor e a Sabedoria de Deus. A palavra ‘impossível’ desaparece do nosso
vocabulário quando nos dedicamos à obra de Deus, fazendo
da vontade dele a nossa vontade”.
Seicho Taniguchi
5
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que sempre apostaram em mim.
Ao meu orientador Wilson da Costa Bueno.
A todos os profissionais que gentilmente me atenderam.
A todas as pessoas que colaboraram com este projeto.
E a Deus, que me dá o direito de poder estudar.
6
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – A soma de produtos e serviços gerados pela indústria dos esportes............................ 23
FIGURA 2 – As estratégias de patrocínio da Parmalat e da Gragnotti. ........................................... 32
FIGURA 3 – Os elementos indutores do patrocínio. ..................................................................... 46
FIGURA 4 – O ambiente de patrocínio. ...................................................................................... 47
FIGURA 5 – Principais patrocínios por ano em R$ milhões.......................................................... 48
FIGURA 6 – Os fatores de sucesso no patrocínio de eventos. ....................................................... 49
FIGURA 7 – Os níveis de investimento e retorno do patrocínio e da parceria................................. 50
FIGURA 8 – Foto do professor Juan Carlos Ceriani criador do futebol de salão. ............................ 59
FIGURA 9 – Foto do ginásio Nilson Nelson da cidade de Brasília. ............................................... 68
FIGURA 10 – Foto do ginásio do Maracanãzinho na cidade do Rio de Janeiro. ............................. 68
FIGURA 11 – Foto da mascote a Arara ‘Parangolé’.................................................................... 69
FIGURA 12 – Foto da marca oficial do Mundial da FIFA no Brasil. ............................................. 69
FIGURA 13 – Tabela de preços dos ingressos para o Mundial de Futsal no Brasil.......................... 71
FIGURA 14 – Imagem da peça publicitária feita para divulgar o Mundial no Rio de Janeiro........... 71
FIGURA 15 – Imagem da página principal do site da Liga Futsal 2008. ........................................ 93
FIGURA 16 – As maiores audiências do país. ............................................................................. 95
FIGURA 17 – ‘Falcão’ com quase todo o time das Ilhas Salomão no Mundial da Fifa do Brasil. .... 99
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO I – FUTEBOL ARTE VERSUS COMUNICAÇÃO E NEGÓCIOS
1. ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA E A INDÚSTRIA DO ESPORTE........................18
1.1 O esporte como estratégia de dominação das massas ..............................................19
1.2 O esporte como indústria global...............................................................................21
1.3 A evolução da indústria do esporte no Brasil...........................................................24
1.4 O sucesso do produto esportivo Copa do Mundo de Futebol ..................................27
1.5 As empresas investindo em marketing esportivo no Brasil .....................................29
2. A HISTÓRIA DO MARKETING ESPORTIVO ...........................................................33
2.1 O que é marketing esportivo ....................................................................................34
2.2 Onde se aplica essa ação de marketing ....................................................................35
2.3 Visão panorâmica do marketing esportivo...............................................................37
2.4 A mídia e o esporte...................................................................................................38
3. AS FERRAMENTAS DE MARKETING ESPORTIVO...............................................42
3.1 As ações de merchandising no esporte ....................................................................42
3.2 O patrocínio esportivo ..............................................................................................44
3.3 O patrocínio nos eventos esportivos.........................................................................48
8
3.4 A parceria e a co-gestão ...........................................................................................49
3.5 Ações de Tie-in virtual nos jogos televisivos...........................................................50
3.6 Licenciamento da marca...........................................................................................51
3.7 Exposição da marca no campo de jogo ....................................................................53
3.8 Gerenciamento de marketing dos atletas..................................................................53
3.9 Assessoria de imprensa ............................................................................................55
II – FUTEBOL DE SALÃO DA SUA ORIGEM AOS DIAS DE HOJE
4. A ORIGEM DO FUTEBOL DE SALÃO........................................................................57
4.1 Juan Carlos Ceriani o pai do futebol de salão ..........................................................58
4.2 A criação das confederações de futebol de salão pelo Brasil...................................59
4.3 A Confederação Sul Americana e a FIFUSA...........................................................60
4.4 Enfim a FIFA entra no jogo .....................................................................................62
4.5 O esporte mais praticado do Brasil ..........................................................................63
4.6 A dinâmica do jogo ..................................................................................................64
4.7 O mundial de futsal no Brasil...................................................................................67
4.8 O investimento empresarial no esporte ....................................................................75
5. A LIGA FUTSAL ..............................................................................................................78
5.1 O que é a Liga Futsal................................................................................................79
5.2 Quais são os clubes integrantes da Liga...................................................................80
5.3 As ações de comunicação e marketing da Liga Futsal.............................................88
5.4 Quem ganha mais com a Liga Futsal .......................................................................95
5.5 ‘Falcão’ – O Rei da Liga Futsal ...............................................................................99
5.6 A assessoria de imprensa e a Liga Futsal...............................................................101
5.7 A cidade de Jaraguá do Sul e o futsal.....................................................................104
6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES ...................................................................................106
9
III – REFERÊNCIAS
1. REFERÊNCIAS...............................................................................................................111
2. ANEXOS............................................................................................................................115
2.1 Entrevista com Oscar Neves – Vice-Presidente de Marketing da Liga Futsal........115
2.2 Entrevista com Jorge Luiz Rodrigues – Editor de esportes do jornal O Globo ......126
2.3 Entrevista com Denis Borges – Assessor de Comunicação da Malwee Futsal.......130
2.4 Entrevista com Falcão – Jogador da Malwee Futsal...............................................135
2.5 Entrevista com Joelma de Souza – Falcão Sports...................................................137
2.6 Entrevista com Dalvino Coelho – Torcedor da Malwee Futsal ..............................139
2.7 Entrevista com Júlia Tischner – Torcedora da Malwee Futsal ...............................141
2.8 Entrevista com Ari Valdemeri – Torcedor da Malwee Futsal ................................142
2.9 Entrevista com Sirla Cdxezz – Torcedora da Malwee Futsal .................................143
2.10 Entrevista com João Antônio – Torcedor da Malwee Futsal ................................144
2.11 Entrevista com Camila Roberta Galo – Torcedora da Malwee Futsal..................145
2.12 Entrevista com Dalton Dirceu Hanemann – Assistente Administrativo ...............146
2.13 Entrevista com Roberto Toledo – Assessor de Imprensa da Liga Futsal..............148
2.14 Entrevista com Adeodato Rosa da Silva Júnior – Coordenador de Futsal............152
2.15 Entrevista com Marcelo Vido – Gerente de Negócios e de Marketing.................154
2.16 Entrevista com Tiago Amaral – Gerente de Marketing ........................................158
2.17 Entrevista com Atílio Cláudio Fonseca – Supervisor de Futsal............................160
2.18 Entrevista com Cláudia Mendes – Assessora de imprensa ...................................162
2.19 Entrevista com Kleber Rangel – Gerente de Futebol............................................165
2.20 Entrevista com Flávio Berredo – Coordenador de Marketing ..............................168
2.21 Entrevista com Norberto Mello – Presidente do Petrópolis Esporte Clube ..........171
2.22 Entrevista com Elton Jose Dalla Vecchia – Preparador Físico .............................174
10
RESUMO
Este estudo aborda as estratégias de comunicação e marketing que são realizadas pela
CBFS para divulgar a Liga Futsal, ou seja, o Campeonato Brasileiro de Futebol de Salão. O
principal objetivo desta pesquisa é mostrar quais são as ações de comunicação e marketing da
Liga Futsal e verificar se estão sendo bem administradas pela Confederação e/ou empresas
especializadas. Pretende-se, também, analisar como a comunicação pode transformar-se em
ferramenta útil na divulgação dos clubes de futebol de salão e da Liga Futsal. Clubes como
Malwee Futsal, de Jaraguá do Sul, e PEC de Petrópolis, têm modernizado seus departamentos
de comunicação e marketing a fim de atender melhor os seus diversos públicos. Tais avanços
podem ser modestos até o momento, porém é inegável que aos poucos a Liga Futsal vem
ganhando projeção no cenário nacional. Através de entrevistas com profissionais da
Confederação, dos clubes, da mídia, de empresas, etc, foi possível avaliar as ações de
comunicação da Liga. Realizou-se um estudo situacional de caso da Liga Futsal resultando no
registro de apontamentos iniciais que apresentam algumas das estratégias de marketing do
futsal brasileiro.
Palavras-chave: Comunicação, Marketing Esportivo, Futebol de Salão.
11
ABSTRACT
This study approaches the communication strategies and marketing that are
accomplished by CBFS to publish the Liga Futsal, then, the Brazilian Championship of futsal
(indoor football). The main objective of this research is to show which are the communication
actions and marketing of the Liga Futsal and to verify if they are being well administered by
the Confederation or specialized companies. It is intended, also, to analyze as the
communication can become to useful tool in the popularization of de futsal clubs and the Liga
Futsal. Clubs as Malwee Futsal, of Jaraguá do Sul, and PEC of Petrópolis, have been
modernizing their communication departments and marketing in order to assist their several
publics better. Such progresses can be modest until the moment, however it is undeniable that
few then the Liga Futsal is winning projection in the national scenery. Through interviews
with professionals of the Confederation, clubs, mídia, companies, etc, it was possible to
evaluate the actions of de League communication. It was doing a study situacional case of the
Liga Futsal and the resulting initial registration notes, that introduce some marketing
strategies of the Brazilian futsal.
Key words: Communication, Sports Marketing, Indoor Soccer.
12
RESUMEN
Este estudio aborda las estrategias de comunicación y mercadotecnia que son realizadas
por CBFS para divulgar la Liga Futsal, o sea, el Campeonato Brasileño de Futsal. El objetivo
principal de esta investigación es mostrar cuáles son las acciones de comunicación y
mercadotecnia de la Liga Futsal y averiguar si están siendo bien administradas por la
Confederación o por las empresas especializadas. Se pretende, también, analizar como la
comunicación puede transformarse en herramienta útil en la divulgación de los equipos de
futsal y de la Liga Futsal. Equipos como Malwee Futsal, de Jaraguá do Sul, y PEC de
Petrópolis, han estado modernizando sus departamentos de comunicación y mercadotecnia
para mejorar el atendimiento de sus diversos públicos. El avanzo puede ser modesto hasta el
momento, pero es innegable que poco a poco la Liga Futsal está ganando proyección en el
escenario nacional. A través de las entrevistas con profesionales de la Confederación, de los
clubes, de los medios de comunicación, de empresas, etc, fue posible valorar las acciones de
la comunicación de la Liga. Se realizó un estudio situacional de caso de la Liga Futsal
resultando en el registro de apuntes iniciales que presentan algunas de las estrategias de
mercadotecnia del futsal brasileño.
Palabras-clave: Comunicación, Marketing Deportivo, Fútbol de Salón.
13
INTRODUÇÃO
Este estudo pesquisou as principais estratégias de comunicação e marketing utilizadas
pela Confederação Brasileira de Futebol de Salão na divulgação de seu produto, ‘carro-chefe’,
a Liga Futsal.
Este projeto de pesquisa apresenta dois objetivos principais que são norteadores de todo
o estudo em questão. O primeiro objetivo visa estudar as ações de comunicação e marketing
realizadas pela CBFS para a Liga Futsal e verificar se estas estão sendo bem aplicadas e
gerenciadas pela Confederação e/ou empresas especializadas; já o segundo, pretende analisar
como a comunicação pode transformar-se em ferramenta útil na divulgação dos clubes de
futebol de salão e da Liga Futsal. Além dos objetivos já citados, espera-se também, apresentar
um panorama geral do mercado do futebol de salão no Brasil, ressaltando as possíveis novas
oportunidades de negócio para este esporte no âmbito da comunicação.
Com a intenção de conhecer melhor o mercado do futsal no Brasil foram realizadas
observações nos departamentos de comunicação e marketing da Confederação e de alguns
clubes da Liga Futsal, assim como, entrevistas com profissionais da área de mídia esportiva,
marketing esportivo, atletas, dirigentes, etc. Tais observações e entrevistas serviram para
contrapor apontamentos iniciais do autor e dar consistência à parte prática deste estudo.
Estudando a relação entre o futebol de salão e o marketing esportivo, através de
entrevistas com profissionais da área esportiva e com pesquisas bibliográficas, a dissertação
visa responder a seguinte questão: Será que as ações de comunicação realizadas pela CBFS
para a Liga Futsal facilitam a exposição deste esporte nos meios de comunicação?
O tipo de pesquisa utilizado para este estudo foi o de caráter exploratório, ou seja, “tem
como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em
vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos
posteriores” (GIL, 1999, p.43).
Pesquisas sobre marketing esportivo no futebol de salão não são comuns nos meios
acadêmicos, fato que gera poucos dados conhecidos sobre o tema. Por isso, esse estudo pede a
14
realização de uma pesquisa exploratória. Segundo Gil (1999, p.43), as pesquisas exploratórias
são desenvolvidas com
[...] o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximado, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.
As pesquisas exploratórias “habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e
documental, entrevistas não padronizadas e estudo de caso” (GIL, 1999, p.43). Esses
processos metodológicos constam nesta pesquisa.
O estudo em questão utiliza o método qualitativo de pesquisa. A estratégia de
investigação utilizada é a de Estudo de Caso. O objeto estudado por essa estratégia é a Liga
Futsal, produto ‘guarda-chuva’ da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS).
Segundo Yin (1981, p.23) Estudo de Caso é
[...] um estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são utilizadas várias fontes de evidência.
O Estudo de Caso é muito utilizado pelos pesquisadores sociais, visto que serve para
diferentes propósitos. Segundo Gil, (1999, p.73) quanto aos propósitos do Estudo de Caso
a.) Explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; b.) Descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; e c.) Explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.
O Estudo de Caso é um método de pesquisa em que os procedimentos metodológicos
não são tão rígidos, por isso uma das dicas ao pesquisador social que vá utilizá- lo “é que
redobre seus cuidados tanto no planejamento quanto na coleta e análise dos dados” (YIN,
1981, p.22).
Quanto à pesquisa teórica a respeito do tema marketing versus marketing esportivo, foi
realizada uma pesquisa bibliográfica com os principais autores que tratam desta temática.
15
Como o tema em questão ‘marketing esportivo no futebol de salão’ não dispõe de vasta
bibliografia, este estudo realizou também, uma pesquisa documental em diferentes meios,
como jornais, revistas e internet. Para Gil, (1999, p.66)
A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.
A técnica de coleta de dados utilizada foi a entrevista semi-estruturada com perguntas
abertas. Estas foram direcionadas aos profissionais de comunicação e marketing que
trabalham na Liga Futsal, nos clubes, nos veículos de comunicação que cobrem o esporte, etc.
Alguns autores chamam este tipo de entrevista de despadronizada ou não-estruturada,
segundo Lakatus e Marconi (2005, p. 199)
O entrevistador tem a liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal.
Dentro desta técnica de coleta de dados, ‘entrevista semi-estruturada’, seguiu-se uma
das modalidades de entrevista proposta por Ander-Egg. De acordo com Ander-Egg (1978,
p.110) a entrevista focalizada tem
[...] um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistado tem liberdade de fazer as perguntas que quiser: sonda razões e motivos, dá esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, uma estrutura formal. Para isso, são necessários habilidade e perspicácia por parte do entrevistador. Em geral, é utilizada em estudos de situações de mudança de conduta.
O principal critério adotado para a seleção da amostra de pesquisa foi a escolha de
profissionais que trabalhem direta ou indiretamente com a Liga Futsal e o futebol de salão,
dentre os quais, destacam-se jornalistas, treinadores, dirigentes esportivos, profissionais de
comunicação e marketing, etc. No total foram realizadas 22 entrevistas com 22 profissionais
que têm alguma relação com o esporte em estudo.
As entrevistas foram realizadas com profissionais da área esportiva e da comunicação, o
roteiro para a entrevista utilizou perguntas abertas, ou seja, “as que permitem ao informante
16
responder livremente, usando linguagem própria, e emitir opiniões” (LAKATUS,
MARCONI, 2005, p.206).
A tabulação dos dados foi realizada por meio de transcrição das respostas e seus
cruzamentos, obtendo assim um resultado por amostragem intencional. Nas entrevistas
pessoais foi utilizado um roteiro base, porém o entrevistado teve a liberdade de falar sobre
temas correlatos e relevantes ao assunto em estudo. Já nas entrevistas enviadas por e-mail, o
entrevistado respondeu de acordo com o roteiro original.
A dissertação foi dividida em cinco capítulos, a saber: ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA
E A INDÚSTRIA DO ESPORTE; A HISTÓRIA DO MARKETING ESPORTIVO; AS
FERRAMENTAS DE MARKETING ESPORTIVO; A ORIGEM DO FUTEBOL DE SALÃO; A
LIGA FUTSAL. Abaixo serão explicados brevemente cada um deles, destacando seus
principais conteúdos.
ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA E A INDÚSTRIA DO ESPORTE: O foco central deste
capítulo consiste na apresentação geral da indústria do esporte, são mostrados também, alguns
cases de sucesso dentro desta indústria, como a Copa do Mundo de Futebol, a NBA entre
outros. Nesse capítulo introdutório pretende-se mostrar os números da indústria do esporte e o
que estes representam dentro dos mercados globais.
A HISTÓRIA DO MARKETING ESPORTIVO: A idéia central do segundo capítulo da
dissertação consiste na apresentação da história do marketing esportivo. Pretende-se mostrar
onde o marketing esportivo é aplicado como negócio, e quais os principais resultados das
estratégias adotadas no Brasil e no mundo. Por fim, apresentar a influência das mídias, como
a televisão, na gestão esportiva.
AS FERRAMENTAS DE MARKETING ESPORTIVO: O terceiro capítulo apresenta
quais são as principais ferramentas de marketing esportivo existentes, e como elas estão sendo
utilizadas no mercado esportivo.
A ORIGEM DO FUTEBOL DE SALÃO: Neste capítulo mostra-se a origem do futebol
de salão e como este esporte se tornou o mais praticado do país. Apresenta-se também, quais
são as principais federações e associações que estão gerindo o futsal no Brasil, assim como
cases de sucesso deste esporte no país.
A LIGA FUTSAL: O foco central do quinto capítulo da dissertação consiste em
apresentar o objeto de pesquisa, a Liga Futsal. Pretende-se mostrar as estratégias de
comunicação e marketing adotadas pela CBFS e avaliar seu impacto frente aos seus diversos
públicos.
17
Um estudo dissertativo sobre a aplicação das técnicas de marketing esportivo no futebol
de salão se faz necessário dado o seu ineditismo. Não há nenhuma bibliografia publicada
sobre as estratégias de comunicação da Liga Futsal, assim como não há publicação específica
sobre marketing esportivo no futsal. Por isso, este estudo visa mostrar algo novo dentro da
temática ‘marketing esportivo’. Com o ‘ponta-pé’ inicial dado por nossa pesquisa, espera-se
que novos pesquisadores sociais se interessem e desenvolvam, ainda mais, a temática questão.
18
I – FUTEBOL ARTE VERSUS COMUNICAÇÃO E NEGÓCIOS
1. ADMINISTRAÇÃO ESPORTIVA E A INDÚSTRIA DO ESPORTE
Este estudo apresenta, como ‘ponta pé inicial’, o conceito de esporte e de indústria, por
entender que a idéia central deste projeto tem como base os conceitos em questão.
Os profissionais de marketing esportivo, antes de tudo, devem compreender tais
conceitos (esporte e indústria), pois terão que unir esses conhecimentos, no momento em que
estiverem criando ações de comunicação e marketing dentro da chamada “Indústria do
Esporte”. Mais adiante esse estudo apresentará a indústria esportiva e suas principais
características.
Em um primeiro momento apresenta-se o termo esportes, pois este tem uma idéia
diferente do conceito maior esporte e pertence tão somente à área da administração de
atividades esportivas. Pitts, Stotlar apud Parks, Zanger (2002, p.4)
O termo esportes ‘implica um conjunto de atividades distintas como golfe, futebol, hóquei, vôlei, softball e ginástica – itens de uma série que podem ser contados’. É assim que a maioria das pessoas define os esportes – atividades esportivas. Essa definição típica reflete basicamente duas constatações: primeiramente, a exposição aos esportes nas escolas e faculdades e, em segundo lugar, a exposição diária aos esportes através da mídia.
Pitts, Stotlar (2002, p.4) dizem que “a administração de esportes implica tão somente a
administração de atividades esportivas”, ou seja, não entrando na área da gestão do esporte
e/ou marketing esportivo.
O termo esporte tem uma significação mais abrangente e, por isso, foi definido pela
Sociedade Norte-Americana para Administração Esportiva (NASSM), sociedade esta
composta por pesquisadores, universitários e professores, como a palavra mais correta para
definir a área de estudo da Administração Esportiva (PITTS, STOTLAR, 2002, p.4).
19
Com base na linha conceitual adotada pelos autores que propõem a palavra esporte
como um sinônimo de Administração Esportiva, percebe-se a amplitude do conceito em
questão. Para Pitts, Stotlar (2002, p. 4-5)
[...] a expressão administração esportiva implica um conceito muito mais amplo. São todas as pessoas, atividades, negócios e organizações envolvidos em produzir, auxiliar, promover ou organizar produtos esportivos, de fitness e de recreação. Isso inclui, por exemplo, o fabricante de equipamentos esportivos, roupas ou calçados; a pessoa ou empresa que presta serviços promocionais a organizações esportivas; a organização incumbida de controlar um esporte; a pessoa que representa um atleta profissional como seu agente [...].
Entendido o conceito de Administração Esportiva e toda sua abrangência no campo do
esporte, vale nesse momento discorrer sobre o que é a Indústria do Esporte como negócio. De
acordo com Pitts, Stotlar (2002, p.5), a Indústria do Esporte “é o mercado no qual os produtos
oferecidos aos compradores relacionam-se com esporte, fitness, recreação ou lazer e podem
incluir atividades, bens, serviços, pessoas, lugares ou idéias”.
Realizando uma interligação dos conceitos apresentados temos: a Administração
Esportiva como gestora de todas as atividades relacionadas ao esporte; e a Indústria do
Esporte como todo o mercado onde os produtos relacionados a esporte são oferecidos.
1.1 O esporte como estratégia de dominação das massas
O esporte ao longo da história tem sido utilizado pelos governantes como uma estratégia
de dominação das ‘massas’ (população). Desde a criação dos Jogos Olímpicos, na antiga
Grécia, até os dias de hoje, diversas nações se aproveitam do apoio popular frente às
competições esportivas para manter ou aumentar a sua dominação. Talvez tenha sido na
Alemanha nazista que os conceitos ‘esporte’ versus ‘dominação popular’ mais tenham sido
aplicados ao longo da história. Hitler utilizou várias estratégias de comunicação para aliar sua
imagem aos esportistas alemães, visando principalmente, melhorar sua imagem frente ao povo
alemão, aumentar sua visibilidade e, por conseguinte, disseminar os ideais do nazismo.
A primeira estratégia ditatorial, adotada pelo governo alemão, foi obrigar todas as
federações e clubes do país a incorporarem a suástica. Uma segunda forma de exercer o
controle do esporte foi a catequização política dos atletas. Milhares de jovens eram integrados
todos os dias a programas de treinamento esportivo, que englobavam aulas de educação
política, ou seja, ‘ensinavam a cultura e os valores nazistas’ aos jovens atletas, para que estes
20
a disseminassem pela Alemanha e pelo mundo com suas vitórias. Outra estratégia adotada
para manter e ampliar a imagem vitoriosa da ditadura alemã era aproximar a figura de Hitler
das grandes personalidades do esporte, assim, era comum encontrar fotos em jornais do
ditador ao lado de atletas vencedores (SMIT, 2007, p.25-26).
Após diversos protestos internacionais, comandados principalmente pelos Estados
Unidos, a Alemanha, enfim, foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de 1936. Sabendo
da importância do evento, muito foi investido em sua organização. A cineasta Leni
Riefenstahl foi contratada para filmar todo o evento que aconteceria na cidade de Berlim. Um
moderno estádio olímpico foi construído e, por fim, a vila olímpica foi erguida em um local
suntuoso envolto por árvores e por lagos artificiais (SMIT, 2007, p.29).
Adotando todas essas estratégias de dominação pelo esporte, o governo alemão
conseguiu disseminar ainda mais os ideais do nazismo por toda a Alemanha. Ao fim dos
Jogos Olímpicos de Berlim, os nazistas estavam ainda mais prontos e fortalecidos para dar o
golpe militar, que anos mais tarde, fomentaria na segunda grande Guerra Mundial.
O futebol pode ser uma das formas de uma nação exercer e consolidar a sua identidade
nacional. Segundo Giulianotti (1999, p.42) o futebol é “uma das grandes instituições
culturais, como a educação e os meios de comunicação de massa, que formam e consolidam
identidades nacionais no mundo inteiro”.
A exposição massificada do futebol, realizada pelos veículos de comunicação, é um
ponto crucial para que as nações se utilizem deste para a implementação de suas identidades
nacionais. Em eventos mundiais, como a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos, é
obrigatório a execução dos hinos nacionais. Isso é motivo de orgulho para todos os
competidores e torcedores, porém, é no campo de jogo e nas vitórias que a identidade
nacional mais é exaltada. Esses motivos fazem com que governantes de diversos países se
esforcem ao máximo para que suas seleções nacionais estejam disputando eventos mundiais
de grande porte, como a Copa do Mundo.
Ainda segundo Giulianotti (1999, p.42) é nas competições internacionais que
[...] o time incorpora a nação moderna, com freqüência envolvendo-se literalmente com a bandeira nacional e iniciando os jogos com uma canção comum, o ‘hino nacional’. O poder tecnológico dos meios de comunicação garante que todos os cantos da nação possam compartilhar da ação [...].
Não resta dúvida que o futebol é utilizado como instrumento de auxílio na formação das
identidades nacionais por parte dos governantes. Contudo, isso não se limita a grandes
eventos como os já citados. As Prefeituras, também se unem ao esporte a fim de melhorar o
21
que aqui chamaremos de ‘imagem municipal’. A receita, segundo Melo Neto (2003, p.233) é
muito simples: “as prefeituras municipais cedem os seus ginásios e campos de futebol para os
treinamentos e jogos dos clubes. E estes alavancam recursos, através da realização de
bingos e da venda de patrocínio junto às empresas locais”.
Porém, as Prefeituras não se limitam apenas a ceder seus ginásios. Muitas vezes elas
custeiam viagens dos clubes pelo país, ajudam no pagamento de salários dos atletas e, em
alguns casos, auxiliam nas negociações de patrocínios com empresas estatais. Como foi o
caso da Prefeitura de Limeira que “ajudou o clube a obter o patrocínio da Nossa Caixa”
(MELO NETO, 2003, p.234).
O esporte em geral, sempre será visto por todas as escalas governamentais como uma
ótima forma de exercer domínio das ‘massas’ e manutenção e/ou ampliação da identidade
nacional. Portanto, não mais pensemos que as diversas formas de ajuda desenvolvidas pelos
governos ao esporte são, por exemplo, apenas pelo amor ao esporte, mas sim, visando toda
uma manutenção de um sistema administrativo baseado na alienação e dominação da
população.
1.2 O esporte como indústria global
A indústria do esporte tem crescido muito ao longo das duas últimas décadas. Não se
pode deixar de atribuir a esse crescimento dois pontos importantes: o primeiro foi o fracasso
financeiro dos Jogos Olímpicos de Moscou, que gerou todo um novo modelo de negócios para
a administração olímpica. O segundo foi a retomada administrativa nos jogos de Los Angeles
no ano de 1984. Estes provaram ao mundo que o esporte ao ser bem administrado, é uma
ótima ferramenta de divulgação para produtos, marcas e empresas.
Com a implementação de um novo modelo de gestão administrativa para o esporte, os
Jogos Olímpicos de 84 foram sucesso de mídia e, também, financeiro. A emissora que
comprou os direitos de transmissão dos jogos foi a ABC, e pagou por eles 225 milhões de
dólares para ter a exclusividade na comercialização do evento (PAYNE, 2006, p.47). As
estratégias de Los Angeles não pararam na comercialização dos direitos de transmissão,
“quanto aos custos, optou-se pela utilização das instalações já existentes. Em vez de se
construir um estádio olímpico totalmente novo” (MELO NETO, 2003, p.117).
As cotas de patrocínio dos jogos foram vendidas às empresas com contratos de
exclusividade, ou seja, a marca da empresa teria o direito de aparecer sem que nenhuma
22
marca concorrente aparecesse junto. De acordo com Melo Neto (2003, p.118) quanto às cotas
de patrocínio
A nova estratégia foi limitar os patrocinadores oficiais a três dúzias de grandes empresas, com apenas um patrocinador para cada produto ou ramo de serviço.’Se você gasta 50 mil dólares para ser um dos quatrocentos patrocinadores das Olimpíadas (em 1980), seus 50 mil dólares provavelmente não conseguiram causar grande impacto sobre os consumidores’, explica Paul Rogalla, gerente de campanhas publicitárias da empresa Lee Hill [...].
Juntamente com a venda de cotas exclusivas de patrocínio para empresas como Coca
Cola, Xerox, McDonald`s entre outras, o comitê organizador vendeu a concessão do uso da
marca dos Jogos Olímpicos, gerando assim, mais lucro aos jogos (MELO NETO, 2003,
p.118).
A liga de basquetebol norte americana, a NBA, é um bom exemplo de administração do
esporte com visão global de negócios. A NBA passava no final da década de 80 por um
dilema, ser um sucesso nacional, ou então se tornar um produto mundialmente conhecido, ela
optou pela segunda. David Stern, um dos diretores da Liga, remodelou as estratégias de
marketing visando vender a NBA para todo o mundo. Dentre as principais mudanças,
destacam-se: a criação de fitas de vídeo com as principais jogadas e entrevistas dos atletas, a
realização da partida de abertura na cidade de Tóquio, em 1990, o fomento a participação do
“Dream Team” (primeira equipe da história formada com atletas profissionais do basquetebol
norte americano a ir às Olimpíadas) nas Olimpíadas de 1992, em Barcelona, ampliou a venda
dos direitos internacionais de transmissão da Liga e aumentou a exportação de produtos
licenciados com a marca NBA. (MULLIN, HARDY, SUTTON, 2004, p.14).
Com as estratégias de divulgação implementadas por David Stern, a NBA por volta de
1997, “era a marca esportiva mais famosa do mundo” (MULLIN, HARDY, SUTTON, 2004,
p.14). O sucesso da nova NBA não parou por aí, e no mesmo ano de 97 a Liga já
comercializava “quase US$ 500 milhões em mercadorias fora dos Estados Unidos”
(MULLIN, HARDY, SUTTON, 2004, p.14). Durante toda a década de 90, a NBA acumulou
fãs pelo mundo todo, foi assim na conquista de novos mercados na Europa, Austrália, Hong
Kong, América do Sul, etc (MULLIN, HARDY, SUTTON, 2004, p.14).
Os esportes se profissionalizam mais a cada ano, a fim de receberem melhores verbas de
empresas patrocinadoras e venderem mais produtos licenciados. No ano de 1990, o montante
23
gasto pelas empresas com patrocínio foi de US$ 7,7 bilhões, oito anos mais tarde, esse valor
foi de US$ 20 bilhões (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p.30).
Essa profissionalização faz com que as empresas tenham uma maior confiança em
patrocinar. De acordo com Almeida, Sousa, Leitão (2000, p.29) quanto à distribuição das
verbas das empresas no esporte
[...] a propaganda em jornais e revistas dá uma média de 15%; patrocínio, uma média de 10%; propaganda na TV, uma média de 15%. Agora, o principal ponto: promoção e merchandising, 30%. E prestem atenção no detalhe ali: camarotes, ingressos e demais despesas de hospitality, 30%.
A Top Sponsors Sports divulgou uma pesquisa no ano de 1998 que mostrava os esportes
que receberam as melhores verbas de patrocínio. O futebol foi o esporte que mais recebeu
dinheiro de empresas, com um total de US$ 917 milhões, os Jogos Olímpicos ficaram em
segundo lugar e o tênis em terceiro (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p.29-30). Já no
âmbito das maiores audiências, destacam-se por ordem cronológica, “a Copa do Mundo,
Olimpíadas, Fórmula 1, tênis, Superbowl” (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 30).
Somando-se todas as receitas esportivas, licenciamentos, transações de atletas, receitas
de arenas, patrocínios, etc, a Indústria do Esporte totalizou um Produto Interno Bruto de 63,1
bilhões no ano de 1990. Entre 1986 e 1990 essa mesma indústria teve um aumento de 6,8%
em seu PIB. O gráfico a seguir mostra a soma do Produto Interno Bruto (PIB) gerado pela
Indústria do Esporte entre os anos de 1986 e 1990:
1FIGURA 1 – A soma de produtos e serviços gerados pela indústria dos esportes.
1PITTS, STOTLAR (2002, p.6)
24
O crescimento da Indústria do Esporte é visível com base nos dados apresentados. Em
1988, a Indústria do Esporte assumiu o posto de número vinte e dois entre as maiores dos
EUA em faturamento, ficando à frente de setores consagrados como veículos motorizados e
peças, transporte aéreo, hospedagem, etc (PITTS, STOTLAR, 2004, p.6).
São muitos os fatores que influenciam o crescimento da indústria em questão, podemos
destacar como os principais: o aumento do número de atividades esportivas e de recreação
que são criadas, a chegada de novas revistas no mercado que tratam de esportes diversificados
e estimulam suas práticas, a organização global moderna que permite um maior tempo livre
ao trabalhador para usufruir de atividades de recreação, a criação das grandes academias de
ginástica que oferecem vários serviços agregados ao esporte, uma maior participação por
parte das empresas patrocinando eventos esportivos e, também, instituições de caridade
voltadas ao esporte, desenvolvimento de novos produtos com uma melhor tecnologia
facilitando e barateando a prática esportiva, um maior apelo de marketing nas promoções
esportivas e a globalização da indústria do esporte, propriamente dita (PITTS, STOTLAR,
2004, p. 8-18).
O aumento do faturamento global da maioria dos esportes já é uma realidade, e com a
contínua organização e sistematização das mais diversas modalidades, a tendência de
crescimento para os próximos anos se mantém.
1.3 A evolução da indústria do esporte no Brasil
Dentre as principais características de crescimento do mercado esportivo brasileiro,
destaca-se o patrocínio esportivo. As principais empresas do país perceberam que unindo suas
marcas a eventos e/ou clubes esportivos de renome, ganhavam credibilidade e, em alguns
casos, rejuvenescimento.
Em 1998, das 29 marcas mais lembradas, 17 tinham desenvolvido alguma ação de
patrocínio esportivo como estratégia de merchandising. As marcas líderes de share of mind
(marca mais lembrada espontaneamente) em seus segmentos, neste mesmo ano, foram a Coca
Cola e a Parmalat, que estavam realizando ações de patrocínio no futebol e no automobilismo,
respectivamente (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p.38).
Os esportes estão hoje ligados à chamada indústria do entretenimento, eles geralmente
ocupam de “3,3 a 4% do PIB de cada país, e se nós considerarmos que o PIB brasileiro,
entre formal e o informal, está perto de US$ 1 bilhão, poderemos tranqüilamente chegar a
um valor de 35 bilhões” (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 38). De acordo com a
25
projeção dos autores, que é baseada em pesquisas e estatísticas mundiais, pode-se crer que o
mercado esportivo brasileiro possa atingir tais números caso desenvolva estratégias
mercadológicas e administrativas, seguindo padrões profissionais mundiais. Segundo
Almeida, Sousa, Leitão (2000, p.39) o esporte como negócio no Brasil pode crescer
rapidamente seguindo algumas regras
Basta começarmos a mudar de atitude, começarmos a planejar melhor, profissionalizar a coisa, organizar melhor os eventos. Aí teremos condições de chegar lá rapidamente. E vocês têm grande responsabilidade nisto, porque estão se preparando e terão a obrigação de depois orientar clubes e dirigentes no sentido de fazer a coisa certa.
Os grandes mercados esportivos pelo mundo faturam muito com o chamado pay per
view (pague para ver). Nos “EUA a estimativa total de receita/ano com os esportes, incluindo
baseball, basquetebol, hockey e soccer, em 1999, foi de US$ 1,3 bilhão” (ALMEIDA,
SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 40). No Brasil esse recurso ainda não está sendo explorado em
sua totalidade, porém, acredita-se que “quase US$ 500 milhões serão gastos só em “pay per
view” nos próximos anos (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 40).
As empresas resolvem investir em um determinado mercado quando este é bem
regulamentado pelas leis do país. No Brasil, a legislação esportiva mudou, e isso gerou uma
maior confiabilidade dos investidores no setor esportivo. As duas leis mais importantes para o
esporte foram: a Lei Zico e a Lei Pelé. A Lei Zico foi promulgada no ano de 1993 e, segundo
alguns estrangeiros, o texto constitucional inicial de 1988, proposto por Álvaro Melo Filho, “é
um dos melhores textos constitucionais que abordam o esporte no mundo” (ALMEIDA,
SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 95). Até que o texto final da Lei fosse realizado, muitas emendas
foram colocadas, porém, ao final, a chamada Lei Zico foi reconhecida por seu valor para o
esporte.
Dentre os principais problemas que a Lei Zico viria a resolver estava a fiscalização, por
parte do Estado, nas instituições esportivas. Essas instituições deixariam de ser entidades sem
fins lucrativos e passariam a ser empresas, respondendo legalmente com tal (ALMEIDA,
SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 96). Um segundo ponto importante do texto constitucional da Lei
Zico, “fala de recursos para o esporte educacional e prioridade para os esportes de criação
nacional” (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 96). Esse fomento gerou maiores
investimentos para esportes de menor expressão como a ginástica, o judô, a natação, etc. Após
a inserção de muitas emendas, um artigo constitucional do ano de 1988 foi primordial para o
fechamento da Lei Zico, segundo ele ‘o Poder Público incentivará o lazer como forma de
26
promoção social’ (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 96). Esse artigo deixou claro que
o Estado iria priorizar o desenvolvimento do lazer e, por conseguinte, do esporte como forma
de bem estar da sociedade. A Lei Zico recebeu o nº de 8.672 e foi promulgada em 1993.
Segundo Almeida, Sousa, Leitão (2000, p.39) foi a Lei que trouxe mais avanços ao esporte
nacional
[...] pela primeira vez, foram apresentados princípios e conceitos, pois anteriormente os instrumentos legais relativos aos esportes nunca foram conceituais e principiológicos. A Lei Pelé manteve a parte conceitual e principiológica da Lei Zico. Além disto, A Lei Zico introduziu uma perspectiva sistêmica para o esporte nacional, extinguindo o CND, criando o CSD (Conselho Superior de Desportos) [...].
A segunda Lei de maior importância para o desenvolvimento do esporte e, por
conseguinte, do mercado esportivo brasileiro, foi a Lei Pelé. “Na verdade, a Lei Pelé aborda
os principais temas que já faziam parte da Lei Zico, mas que acabaram simplesmente
ignorados pela falta de vontade em fazê-los sair do papel” (POZZI, 1998, p. 29). Dentre os
pontos que ganharam maior atenção da Lei Pelé estavam os departamentos de futebol dos
clubes profissionais. Eles deveriam abandonar definitivamente o status de departamentos
amadores, passando a responder como empresas, pagando tributos, sendo fiscalizados pelo
Ministério Público e, seus dirigentes passariam a responder criminalmente por qualquer ato
ilegal dentro da administração dos clubes (POZZI, 1998, p. 29). Ainda de acordo com a Lei
Pelé, os clubes esportivos profissionais poderiam organizar suas próprias competições,
negociar seus direitos de TV e de Marketing sem a participação direta de uma Federação.
Todos os atletas profissionais teriam a partir no ano 2000, direito ao ‘passe livre’, ou seja, não
teriam que pagar multas aos seus clubes após o término de seus contratos para se transferirem
(POZZI, 1998, p. 29). Por fim, a Lei Pelé foi a primeira a tratar do portador de deficiências e,
também, “reforçou as diretrizes do bingo. O Bingo deveria sustentar os esportes.
Infelizmente, ainda existem muitos problemas com a processualística do bingo, marcados
pelos interesses nem sempre escrupulosos” (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 97).
Guardadas as devidas proporções, não resta dúvida que o esporte brasileiro se
desenvolveu muito após a Lei Zico e a Lei Pelé. Com elas, novas empresas entraram no
esporte, novos centros de desporto foram criados e alguns clubes profissionalizaram suas
administrações, conseguindo assim, novos parceiros e, conseqüentemente, crescerem em um
mercado que anos atrás era tido como de alto risco para investidores.
27
1.4 O sucesso do produto esportivo Copa do Mundo de Futebol
A Copa do Mundo de Futebol, a partir da década de 90, começou a ser vista como um
bom produto a ser patrocinado por empresas de diversos setores, isto graças ao avanço e
profissionalização dos dirigentes esportivos mundiais.
Em 1994, empresas como General Motors, Nike, Gillete, Brahma, Volkswagen
realizaram ações promocionais apoiadas na temática Copa do Mundo de 94. Dentre algumas
ações de marketing que foram realizadas por empresas, destaca-se a Volkswagen. A empresa
de origem alemã, que atua no mercado automotivo brasileiro, aproveitou a paixão nacional
pelo futebol e lançou, no mês de maio do ano de 1994, “uma campanha publicitária do Gol
Copa, uma série especial comemorativa com vários opcionais, como pneus mais largos e
volantes esportivos, com investimentos de cerca de US$ 200 mil em mídia” (MELO NETO,
2003, p. 107).
Outra empresa que também fez forte investimento no produto esportivo ‘Copa do
Mundo’ foi a General Motors. A empresa patrocinou, juntamente com o apoio da rádio Jovem
Pan, o retorno dos atletas da Seleção Brasileira ao Brasil, acredita-se que foram gastos em
torno de US$ 600 mil (MELO NETO, 2003, p. 109).
Dentre as ações de promoção que mais se destacaram, encontra-se a da Refinações de
Milho Brasil, empresa detentora da marca Knorr. A promoção realizada por eles, utilizou a
Rede Globo de Televisão e, em especial, o Programa do Faustão como mídia de divulgação.
A empresa chamou a promoção de ‘Knorr na Galera do Faustão’, essa ação promocional
realizada pela Knorr, “levou 94 pessoas para assistir à competição, com investimentos totais
de US$ 5,5 milhões” (MELO NETO, 2003, p. 107).
O rejuvenescimento de uma marca que se ligada ao esporte e, em especial, a uma Copa
do Mundo, é evidente. Porém, este evento movimenta bilhões nas economias mundiais e em
diversos setores da indústria. Com a Copa do Mundo de 94, a chamada “USA CUP”, as
agências de publicidade também lucraram significativamente, realizando campanhas
promocionais a seus clientes. “Na W/Brasil, o movimento financeiro por conta do sucesso da
seleção de Parreira chegou a US$ 2 milhões” (MELO NETO, 2003, p. 107). A DPZ, outra
grande agência de publicidade, da cidade de São Paulo, realizou campanhas para diversas
empresas como Lacta, Banco Itaú e Johnson & Johnson, movimentando somente com
campanhas de oportunidade US$ 1 milhão durante o evento que durou aproximadamente um
mês (MELO NETO, 2003, p.109). Estima-se que o mercado brasileiro durante o mês da Copa
do Mundo de Futebol, tenha movimentado um volume financeiro próximo a US$ 500
28
milhões, deste valor, US$ 200 milhões só de investimentos em patrocínios (MELO NETO,
2003, p. 109).
Os números finais da Copa do Mundo de 1994 são impressionantes. A média de
audiência mundial de cada partida foi de 600 milhões de pessoas (MELO NETO, 2003, p.
113). “Foram vendidas dezenove cotas de patrocínio para diversas empresas, dentre as quais
a MasterCard, a Coca-Cola e a McDonald`s Corporation, que pagaram até US$ 75 milhões
cada uma” (MELO NETO, 2003, p. 113). Empresas como a United Airlines, Cannon Inc.,
Fuji Photo Film Co., pagaram alguns milhões para licenciarem seus produtos com a marca
“USA CUP” (MELO NETO, 2003,p.114). Some-se a todas essas ações de promoção,
licenciamento e patrocínio a venda dos direitos de transmissão do evento a diversas
televisões. Todos esses fatores fizeram da Copa do Mundo de 1994, um marco de sucesso da
história da administração de eventos esportivos. A partir de 1994, as Copas do Mundo
passaram a ser eventos cobiçados por diversas cidades do mundo, pois a certeza de retorno
financeiro para o país organizador é quase certa.
O sucesso da Copa do Mundo de 1994, realizada nos Estados Unidos, se estendeu a
Copa da França de 1998. Pesquisadores do esporte acreditam que “a Copa de 1998 gerou um
impacto econômico estimado em trinta bilhões de dólares americanos de gastos no evento,
com um público de 37 bilhões de pessoas” (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 30). Os
dez estádios espalhados pelo país tiveram uma ocupação aproximada de dois milhões de
pessoas durante o evento. Os organizadores do Mundial arrecadaram US$ 411 milhões dos
patrocinadores que, de alguma forma, queriam unir suas marcas ao evento (ALMEIDA,
SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 31).
Algumas empresas como a Coca-Cola, investem muito alto para ter exclusividade de
patrocínio em grandes eventos esportivos. “A importância das empresas em associar sua
imagem ao evento pode ser observada pelo contrato de US$ 80 milhões assinado pela Coca-
Cola para continuar a patrocinar as Copas do Mundo de 2002 e 2006” (ALMEIDA,
SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 31).
Os altos valores pagos pela Coca-Cola inflacionaram o mercado de patrocínio nos
mundiais de futebol e fizeram com que as empresas que quisessem estar presentes no evento
tivessem que pagar cada vez maiores cotas de exclusividade de patrocínio. O vice-presidente
global da MasterCard, Mava Heffler e Robert Louis Dreyfus, executivo da Adidas, atentam
para o fato de que as cotas de patrocínio, pularam de US$ 16 milhões, na Copa de 98, para
US$ 40 milhões nos mundiais de 2002 e 2006 (ALMEIDA, SOUSA, LEITÃO, 2000, p. 31).
29
A empresa inglesa de pesquisa de mercado, Sponsorship Research Internacional (SRI),
vem realizando pesquisas na área esportiva há mais de 13 anos. Em uma pesquisa realizada
pela SRI, constatou-se que 63% dos brasileiros acreditam que ao comprar um produto de
algum patrocinador oficial da Copa do Mundo estariam ajudando a seleção nacional no
Mundial e 46% disseram que comprariam produtos de empresas que estivessem patrocinando
o evento (POZZI, 1998, p. 168).
Quanto à emotividade dos brasileiros pelo evento Copa do Mundo, a SRI constatou que
“96% dos brasileiros sentem muito orgulho quando a seleção ganha um Mundial, contra
68% dos Europeus” (POZZI, 1998, p. 168).
Com tais dados apresentados por este estudo, fica evidente que em se tratando de
eventos esportivos em nível mundial, a Copa do Mundo é um bom produto para que empresas
de diversos setores unam suas imagens a fim de ganhar credibilidade junto a seus diversos
públicos.
1.5 As empresas investindo em marketing esportivo no Brasil
Uma boa estratégia a ser inserida nos planos de marketing para se construir ou
reposicionar uma marca, é a realização de um patrocínio esportivo. Ou seja, unir através de
apoio financeiro a sua empresa a um clube e/ou instituição esportiva, esperando com isso,
criar uma nova e mais moderna percepção de sua marca, com os diversos públicos de
interesse de sua empresa. Melo Neto (2003, p.12) diz que
Uma empresa sem marca forte, mal posicionada, incapaz de difundir valores aceitos pelas pessoas e legitimados pela cultura existente, é uma empresa inviável. Através do patrocínio, sua marca ganha força, melhor posicionamento, valor intangível e, sobretudo, confiança, respeito e credibilidade.
Uma das grandes empresas brasileiras a apostar no patrocínio esportivo como forma de
reposicionar sua marca foi o Banco do Brasil. O banco passava por uma séria crise de
identidade corporativa. Seus clientes tinham, em sua grande maioria, mais de 50 anos e os
clientes mais jovens, não viam o banco como uma empresa moderna apta a atendê- los da
maneira que eles esperavam. No ano de 1989, após uma extensa pesquisa junto a seu público,
o Banco do Brasil descobriu que “era visto como sinônimo de banco velho e pesado”
(POZZI, 1998, p.221).
30
Como o banco não possuía uma agência de publicidade contratada, utilizou o seu
departamento de marketing para criar soluções estratégicas para rejuvenescer a marca. A
opção do departamento foi pela realização do patrocínio esportivo. Inicialmente, ele não sabia
qual esporte deveria patrocinar. Após algumas pesquisas em eventos regionais, na cidade do
Rio de Janeiro, o Banco do Brasil optou pelo patrocínio do vôlei. Segundo ele, o esporte era o
segundo na preferência nacional e tinha ótima aceitação perante o público jovem. (POZZI,
1998, p.222).
Após ter decidido o esporte que iria patrocinar, faltava agora escolher se apoiaria
financeiramente os clubes ou uma instituição. Ao fim, optou por fechar um contrato de
patrocínio com a Confederação Brasileira de Voleibol, a ‘CBV’. Como estratégia inicial de
comunicação, o Banco do Brasil desenvolveu camisetas para a torcida brasileira que apoiara a
Seleção Nacional de Vôlei na Liga Mundial de 1991. Um ano mais tarde, nos Jogos
Olímpicos de Barcelona, o Banco do Brasil desenvolveu por volta de “2 mil toneladas de
material promocional, que geraram um retorno espontâneo de mídia de 844 páginas de
jornal e ainda o equivalente a 1.058 comerciais de 30’’. Tal resultado foi cinco vezes
superior ao valor despendido” (POZZI, 1998, p.222).
No ano seguinte, em 1992, após a criação do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de
Praia, a empresa ganharia o seu primeiro prêmio de marketing, o ‘Marketing Best’. Dois anos
mais tarde, em 1994, um estudo interno realizado pelo banco mostrou que a idade média de
seus correntistas estava baixando de 50 anos para 44 anos (POZZI, 1998, p.222).
Com essas estratégias e algumas outras que foram implementadas nos anos
subseqüentes, o Banco do Brasil, reposicionou toda a sua imagem corporativa no mercado
brasileiro e se tornou um dos grandes exemplos de cases de marketing de sucesso.
Outra empresa que realizou com sucesso ações de marketing esportivo como estratégia
de rejuvenescimento de sua marca foi a Nestlé. A empresa, assim como o Banco do Brasil,
utilizou o voleibol para reposicionar sua marca perante o seu público-alvo e, no ano de 1992,
fechou um contrato de patrocínio com o Clube Atlético Sorocaba. O contrato estipulava que a
Nestlé iria investir financeiramente na montagem de um time profissional de vôlei feminino e
que levaria o nome de ‘Leite Moça’, produto ‘carro-chefe’ da empresa.
A associação do produto ‘Leite Moça’, já centenário, com o voleibol, deu a ele um
melhor posicionamento de marca no mercado e destacou atributos como: “atualidade,
energia e feminilidade” (POZZI, 1998, p.219). Outra estratégia adotada pela empresa,
visando aumentar a visibilidade de sua ação de comunicação, foi patrocinar os programas de
rádio e televisão que transmitiam os jogos de sua equipe. Por fim, como forma de enlaçar toda
31
a ação de patrocínio, a Nestlé investiu no merchandising no ponto-de-venda com ações de
degustação e nos ginásios com distribuição de brindes. Segundo Luiz Fernando Pozzi (1998,
p.220) “por ser uma empresa que deu o nome de seu produto ao clube, a imprensa não tem
como não divulgar o nome Leite Moça, o que por si só já garante um retorno muito maior do
que o simples patrocínio...”.
A equipe montada pela Nestlé ganhou quase todos os campeonatos que disputou na
década de noventa e aumentou significativamente suas vendas para o produto ‘Leite Moça’.
Segundo Pozzi (1998, p.220) “a empresa atingiu plenamente seus objetivos: o uso do produto
frapês e bebidas cresceu de 3% em 1992 para 40% em 1993 e a marca rejuvenesceu com o
crescimento de 30% no consumo do produto, junto ao público de até 29 anos”.
A Nestlé, visando aumentar ainda mais sua exposição na mídia, investiu no mesmo ano
de 1992, “US$ 1 milhão no patrocínio da equipe campeã do mundial interclubes de basquete
feminino” (MELO NETO, 2003, p.145). Além do valor investido na ação de patrocínio da
equipe de basquete de Sorocaba, comandada na época pela “Rainha Hortência”, “em sua
campanha publicitária, a Nestlé gastou US$ 4 milhões” (MELO NETO, 2003, p.145).
As vitórias que foram alcançadas dentro de quadra, tanto pela equipe de basquete,
quanto pela equipe de vôlei, deram à marca da empresa mais credibilidade, juventude e
modernidade, esse “era o retorno que o patrocinador desejava: ‘Leite Moça, a marca das
campeãs.’” (MELO NETO, 2003, p.146).
O futebol também apresenta vários cases de sucesso em âmbito nacional, talvez, o mais
conhecido deles, seja a parceria ‘Palmeiras – Parmalat’, na década de noventa. Outras
empresas utilizaram estratégias parecidas a da Parmalat no Brasil. O Grupo Gragnotti,
fabricante dos produtos Bombril e Círio, resolveu associar suas marcas ao futebol. A
estratégia adota pela empresa foi patrocinar os “grandes clubes” do país. Inicialmente, foram
escolhidos o São Paulo F.C. e o Londrina para patrocinar, a idéia era expandir o mercado
paulista e o mercado paranaense. Os números de maior expressão foram destinados ao clube
paulista, até porque, nele estava o foco principal da ação de comunicação da empresa. A
Gragnotti pagou ao São Paulo F.C., no primeiro ano de contrato, quatro milhões de dólares
pelo patrocínio de camisa, esse mesmo contrato estipulava que a empresa tinha direito de
renovação com o clube por mais dois anos e o valor investido subiria de 10% para 15% a cada
novo ano (MELO NETO, 2003, p.311-312).
O Grupo Gragnotti era proprietário do Lazio, tradicional clube de futebol italiano.
Devido a este fato, o contrato também previa amistosos entre as duas equipes e prioridade na
negociação de jogadores por parte do Lazio. Em resumo, a parceria transcendia a ação
32
comercial, tornando-se um investimento direto no mercado do futebol, ou seja, co-gestão.
Mesmo com a visão de negócios, voltada também para o futebol, o foco central da empresa
era a divulgação institucional de sua marca e o aumento da participação de mercado na forma
de vendas (MELO NETO, 2003, p.312).
A estratégia adota pela Gragnotti, no Brasil, baseou-se naquela que foi realizada, com
muito sucesso, pela sua principal concorrente, a Parmalat. As duas empresas visavam divulgar
suas marcas institucionalmente no mercado nacional, porém a grande diferença entre elas, é
que o Grupo Gragnotti almejava divulgar as suas principais marcas a Bombril e a Círio,
enquanto a Parmalat apenas a da própria empresa.
Na figura abaixo, são apresentadas as principais estratégias utilizadas pelas duas
empresas concorrentes na década de noventa:
2FIGURA 2 – As estratégias de patrocínio da Parmalat e da Gragnotti.
A união entre empresa e esporte, na forma de patrocínio, pode ser uma ótima forma para
rejuvenescer uma marca ou até mesmo, reposicionar toda uma estratégia empresarial. Porém,
cada esporte tem sua peculiaridade e também, o seu público-alvo. A empresa que pretenda
entrar neste mercado de patrocínio deve atentar a todos esses detalhes, assim, provavelmente,
suas chances de sucesso serão maiores e seus objetivos poderão ser alcançados com mais
rapidez.
2MELO NETO (2003, p.312)
33
2. A HISTÓRIA DO MARKETING ESPORTIVO
A popularização profissional do marketing esportivo pelo mundo se deu principalmente,
devido às proibições impostas pelo Congresso Americano às propagandas televisivas de
cigarro e bebidas alcoólicas em horários pré-determinados (POZZI, 1998, p.21). Com tal
dificuldade, muitas empresas como Camel, Fosters, Malboro entre outras, migraram suas
ações de comunicação para o patrocínio esportivo, associando suas marcas principalmente às
corridas de Formula 1, encontrando, assim, uma lacuna legal para suas ações comerciais de
divulgação (POZZI, 1998, p.21).
Mesmo com tais ações de comunicação, as empresas destes segmentos têm encontrado
grande dificuldade em expor seus produtos, não só na América, mas também na Europa. Luis
Fernando Pozzi (1998, p.15) destaca que
A restrição à divulgação da imagem de cigarros e bebidas tem sido tão rigorosa que alguns países da Europa, como França, Inglaterra, exigem que se retirem de alguns carros de Formula 1, nomes e logotipos que identifiquem tais produtos.
A FIFA, conhecida como a ‘entidade máxima do futebol’, ou seja, responsável por gerir
os negócios deste esporte, proibiu durante praticamente duas décadas os clubes de futebol de
negociarem espaços publicitários em suas camisas com empresas que não fossem do ramo
esportivo.
Em 1979, Franco D`Attoma, então presidente do Perugia, negociou um patrocínio com
a empresa Pastifício Ponte no valor de US$ 250 mil. Com o dinheiro, Franco criou uma
empresa de artigos esportivos de nome ‘Ponte’, podendo assim, divulgar em suas camisas o
nome da empresa patrocinadora. Outras empresas realizaram operações parecidas para
divulgar seus produtos. Foi o caso do laboratório alemão Bayer, que comprou dois times de
futebol, o Lerverkusen e o Uerdigen, e os transformou em clubes empresa, adotando os nomes
de Bayer Leverkusen e Bayer de Munique, transformando ainda, seu logo em escudos dos
times (POZZI, 1998, p.21-22).
34
Com o passar dos anos, a FIFA foi se modernizando e retirando as proibições quanto ao
patrocínio de empresas no futebol. Atualmente, a entidade (FIFA) tem um bom retorno
financeiro comercializando os direitos de imagem, promoção e merchandising de seus
campeonatos. A profissionalização da Federação Internacional de Futebol fez com que mais
empresas começassem a patrocinar clubes e entidades esportivas, visando principalmente a
divulgação institucional de suas marcas.
Atualmente, as ações de comunicação e marketing por parte das empresas, estão
presentes em praticamente todas as modalidades esportivas. Essas parcerias têm sido muito
importantes para as empresas, que em geral, rejuvenescem sua imagem institucional perante
os seus diversos públicos, e para os clubes, que podem administrar melhor suas contas com o
dinheiro advindo dos patrocinadores.
2.1 O que é marketing esportivo
Os diversos autores que escrevem sobre o tema, ainda não chegaram a um consenso
quanto à definição conceitual do que seria marketing esportivo. A seguir, serão apresentados
os principais conceitos existentes e o que dizem os seus respectivos autores.
Encontramos em Francisco Paulo de Melo Neto, uma primeira e incompleta definição
do que seria marketing esportivo. Para o autor, o marketing esportivo atua no campo
institucional de uma marca, ou seja, as empresas que realizam ações de marketing esportivo
estão apenas interessadas na divulgação institucional de suas marcas.
Melo Neto (2003, p.33), diz que “o marketing esportivo é um tipo de marketing
promocional que atua na dimensão institucional, objetivando difundir a marca, melhorar sua
imagem e fixá-la melhor na mente do consumidor”.
Não resta dúvida que empresas que unem suas marcas a clubes, atletas e/ou entidades
esportivas, estão de alguma forma, interessadas na divulgação institucional de suas marcas,
porém, o autor não define o que seria marketing esportivo em um sentido mais amplo. Ele não
trata das ações de marketing que são realizadas pelos clubes esportivos para com os seus
diversos públicos, e menos ainda, trata das empresas esportivas que também realizam ações
de comunicação e marketing na divulgação de seus produtos.
Encontram-se duas definições similares e mais completas do conceito de marketing
esportivo nos seguintes livros: ‘Marketing Esportivo’ de Bernard J. Mulli; Stephen Hardy e
William A. Sutton e ‘A grande jogada – teoria e prática do marketing esportivo’ escrito por
35
Luís Fernando Pozzi. Em ambas as definições, o marketing esportivo está voltado para
atender as necessidades e desejos do público esportivo, ou seja, os consumidores do esporte.
De acordo com Mullin, Hardy, Sutton (2000, p.18) o marketing esportivo consiste
[...] em todas as atividades designadas a satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores esportivos através de processos de troca. Ele desenvolveu dois eixos principais: o marketing de produtos e serviços esportivos diretamente para os consumidores esportivos e o marketing de outros produtos e serviços através da utilização das promoções esportivas.
Pozzi segue a mesma linha conceitual adotada pelos autores acima. Para ele, o termo
‘marketing esportivo’ também se divide em duas vertentes. A primeira está voltada ao
marketing de produtos e serviços esportivos direcionados ao consumidor. E a segunda, trata
das ações de promoção esportiva, que são realizadas pelas empresas na divulgação
institucional de suas marcas. Luiz Fernando Pozzi (1998, p.77-78) afirma que
[...] a expressão ‘marketing esportivo’ pode ser usada para descrever tanto as atividades de ‘marketing dos esportes’ (esforços por parte dos dirigentes de clubes, ligas e associações esportivas ou o próprio atleta em atender às necessidades e desejos dos seus consumidores) como do ‘marketing através do esporte’ (esforços por parte de empresas em utilizar o esporte como meio de comunicação com seus consumidores).
O autor Wesley Cárdia, segue uma linha conceitual parecida com a dos autores citados
anteriormente, porém, ele realiza uma aproximação do conceito de marketing com o conceito
de marketing esportivo, quando destaca ‘atender as necessidades e desejos’ e ‘gerar
satisfação’. De acordo com Wesley Cardia (2004, p.22)
[...] marketing esportivo, sob o prisma das entidades esportivas, é o processo pelo qual se suprem necessidades e desejos de entidades esportivas através da troca de produtos e valores com seus mercados. Já sob a ótica dos fãs, torcedores e consumidores, marketing esportivo é o processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos têm seus desejos e necessidades atendidas por meio de transações com o fim de lhes trazer satisfação.
Vale ressaltar novamente, que marketing esportivo é até o momento um conceito
inacabado, ou seja, que padece de uma melhor construção teórica.
2.2 Onde se aplica essa ação de marketing
Atualmente, o marketing esportivo está presente em muitos planos de marketing de
grandes empresas. Dentre as principais ações de comunicação realizadas por essas empresas
36
no esporte, destacam-se: o patrocínio esportivo puro e simples, a parceria ou co-gestão,
patrocínio de arenas esportivas, aluguel de espaços publicitários, camarotes nos estádios etc.
Como foi citado acima, algumas empresas realizam o patrocínio puro e simples que é a
compra de espaços publicitários nas camisas dos clubes para veicularem suas marcas. Outras,
porém, adotam um sistema de co-gestão, realizam em conjunto com o clube, todas as
operações administrativas controlando suas receitas e despesas. Uma outra ação de marketing
esportivo, que grandes empresas vêm realizando, é a construção e gestão das arenas
esportivas, ou seja, elas investem na construção de estádios de clubes de futebol e recebem em
troca o direito comercial de exploração destas arenas por alguns anos. Dois grandes exemplos
disso são a Allianz Arena, de Munique e o Emirates Stadium, de Londres, arenas que têm
como nome e direitos de exploração, respectivamente, uma empresa de seguros, a Allianz e
uma empresa aérea, a Fly Emirates.
Empresas televisivas também aplicam o marketing esportivo, porém de uma fo rma
mais comercial e menos institucional. Elas compram os direitos de transmissão dos
campeonatos que são comercializados pelas Federações e, posteriormente, os revendem a
outras empresas televisivas. Em geral, elas também comercializam as placas de arena com
empresas que tenham interesse em comprar espaços publicitários nos jogos.
As ações de marketing esportivo também partem do clube para com os seus diversos
públicos de interesse, pois muitos times têm seus departamentos de marketing. Esses
departamentos vêm a cada ano tendo uma melhor organização administrativa e isso tem
possibilitado que clubes como São Paulo, Cruzeiro, Atlético Paranaense, Grêmio, Santos entre
outros, percebam os seus torcedores como clientes e realizem ações de marketing
direcionadas e eficazes.
Além das empresas que patrocinam os clubes de futebol, temos as empresas que
desenvolvem artigos esportivos. A indústria de artigos esportivos está entre as que mais
investem em ações de marketing esportivo, seja com patrocínio de clubes, de atletas ou
simplesmente com a criação de eventos esportivos. O retorno institucional da marca, obtido
por essas empresas ao realizarem ações de comunicação e marketing, é muito alto, por isso,
algumas delas chegam a gastar milhões com contratos de patrocínio vitalícios com atletas de
destaque como: Michael Jordan, Ronaldinho, Zidane etc.
37
2.3 Visão panorâmica do marketing esportivo
O Marketing Esportivo no Brasil, ainda está em fase de amadurecimento. Novas
empresas, a cada dia, colocam em seus planos de marketing essa ação promocional. Os clubes
tentam se profissionalizar, visando à captação de patrocínios e melhores cotas televisivas. Os
atletas começam a entender a força do marketing pessoal, juntamente com sua capacidade
técnica. Mesmo assim, os valores de retorno financeiro, alcançados com a utilização do
Marketing Esportivo em continentes como Europa, Ásia e América do Norte, são muito
superiores ao brasileiro. Segundo a agência de Marketing Esportivo TopSports, “a verba
gasta, com o esporte, somou 237 milhões de dólares em 1999” (LAS CASAS, 2002, p.205).
Vale ressaltar, que a verba a que o estudo da TopSports se refere é o valor gasto com as
agências de publicidade no ano de 1999, descartando-se todas as outras ações de
comunicação.
O programa Esporte Espetacular, da Rede Globo de televisão, exibido em 13 de
fevereiro de 2005, mostrou um documentário feito com o Superball, a final do futebol
americano, que ocorreu na cidade de New Jersey. Os números levantados são
impressionantes. Só com venda de pipoca no jogo, os organizadores arrecadaram 4 mil
dólares; as lojas licenciadas venderam perto de 350 mil produtos; a cidade arrecadou em uma
semana, 1 bilhão de dólares com hotéis e vendas diretas de produtos ligados ao Superball.
Foram utilizados 5 navios para hospedar as pessoas que não couberam na rede hoteleira da
cidade; um comercial de 30’’ exibido no intervalo do jogo, custou a cada empresa 7 milhões
de dólares. Toda essa organização faz do Superball uma das peças de Marketing Esportivo
mais bem valorizadas e administradas do mundo.
Las Casas (2002, p.205-206), mostra em seu livro, Jogada de Marketing, o que cada
esporte recebe em média de investimento com patrocínios e verbas de televisão no Brasil.
Segundo o autor, o futebol fica com 61% de todos os investimentos, ficando o vôlei com 11%,
basquete 7%, esportes motores 9%, futsal 2% e outros com 8%. O autor também diz que, 42%
do investimento é feito em clubes de futebol, o que mostra o real e promissor interesse das
empresas no esporte paixão naciona l.
O marco inicial do Marketing Esportivo no Brasil, data do ano de 1981, com a ação de
patrocínio da empresa Atlântica-Boavista, do empresário Antônio Carlos de Almeida Braga,
que decidiu investir no vôlei. Posteriormente, outras empresas resolveram patrocinar mais
esportes como basquete, atletismo e futebol de salão; foi o caso do Bradesco e Atlântica
Seguros (MELO NETO, 1995, p.17). Essas ações de patrocínio há duas décadas atrás,
38
refletiram o sucesso de esportes como o vôlei, que no Brasil é o segundo na preferência
popular, perdendo apenas para o futebol. O vôlei, que também é altamente rentável a seus
investidores, dispõe de um público-alvo classe A e B, formado principalmente por mulheres.
Melo Neto (1995, p.37) destaca que
Entidades como a Confederação Brasileira de Vôlei-CBV e a Confederação Brasileira de Futebol-CBF obtêm grandes lucros na venda do patrocínio dos seus atletas, equipes e competições. Clubes como Flamengo e São Paulo faturam alto com a comercialização de suas marcas, através de contratos de licenciamento e franquia.
O autor explana de uma forma direta, algumas das maneiras de se ganhar dinheiro
através do uso do Marketing Esportivo. As entidades esportivas como a CBV e CBF, detêm
os direitos de imagem de suas competições onde estão sublocados os clubes. Essas
instituições negociam com televisões ou empresas que repassam um valor aos clubes. Os
times de futebol, também podem negociar diretamente os direitos de imagem com as
televisões, foi o que fez o Clube dos 13 de 1997 a 1999. Pozzi (1999, p.27) destaca que
No Brasil, os clubes vêm se organizando para aproveitar melhor as oportunidades que os direitos de TV representam. Como início desse processo, pode-se citar a negociação dos direitos de TV do Campeonato Brasileiro para o período de 1997 a 1999 por 50 milhões por ano entre o consórcio Globo/Bandeirantes/Globosat e o Clube dos 13, liga formada originalmente pelos 13 maiores clubes do país [...].
Não resta dúvida que o principal ganho do futebol brasileiro é advindo da televisão; é
também, motivo de grande briga entre Clubes e Confederações, pois ambos querem negociar
diretamente com as televisões os direitos de transmissão. Esses grandes embates mostram
certa fragilidade e amadorismo da administração no futebol brasileiro, que vive em função das
receitas televisivas.
2.4 A mídia e o esporte
Os veículos de comunicação que compõem a mídia têm grande influência
administrativa e financeira nos esportes em geral e, em especial, no futebol. Grande parte do
lucro dos clubes de futebol vem das cotas de televisão. Os clubes que têm pouca expressão na
mídia, conseqüentemente, tendem a ter mais dificuldade para negociar seus contratos de
patrocínio, pois as empresas, assim como buscam as maiores audiências para veicular seus
39
comerciais de TV, também querem o mesmo para fechar seus acordos de patrocínio. Melo
Neto (1995, p.27) destaca que
O Marketing Esportivo também se caracteriza por ser uma mídia alternativa. O esporte, por si só, tem um espaço publicitário reservado em qualquer veículo de comunicação, pois as notícias do esporte ajudam a vender o veículo (jornal, revista, rádio e TV).
O esporte seja ele qual for (futebol, vôlei, basquete, tênis, golfe, etc.), dispõe de espaços
publicitários alternativos. O patrocinador interessado no esporte pode colocar sua marca no
uniforme dos atletas, realizar ações de merchandising tanto no dia dos jogos, quanto em
eventos alternativos, utilizar a publicidade estática nas arenas esportivas, criar produtos
específicos ligados ao esporte, dar o próprio nome da empresa ao clube, visando uma
exposição gratuita e direta na mídia, como fez a Parmalat ao comprar o Jundiaí F.C. e dar o
nome de Etti-Jundiaí, uma das marcas da companhia, divulgando sua linha de molhos de
macarrão “Etti”.
Não resta dúvida, que a mídia é a maior responsável pelo desenvolvimento financeiro e
popularização de determinadas modalidades esportivas. Sempre que uma parceria de
transmissão é estabelecida em longo prazo o esporte cresce em número de praticantes e
interesse dos patrocinadores. Uma vez que o esporte se torna popular, seu custo de
transmissão aumenta para os patrocinadores. Essa valorização dá a “Grande Mídia” (TV,
Rádio, Jornal, Revista, Internet, etc) a maior parte de seu lucro. Em anos anteriores, o esporte
representava “quase que 20% do faturamento liquido do SBT, contra 40 a 45% na
Bandeirantes” (POZZI, 1998, p.104). Esse percentual nos mostra o quanto eventos esportivos
são importantes para a saúde financeira de uma televisão. Tal fato não fará com que ela se
esqueça do seu foco principal, que são os seus telespectadores, mas irá também, realizar
esforços para agradar um segundo público de interesse, que são seus parceiros. Luiz Fernando
Pozzi (1998, p.101) divide o público-alvo da “Grande Mídia” em dois, “... os consumidores
de esporte e o mercado anunciante (patrocinador dos eventos)”.
O valor financeiro movimentado nos eventos esportivos que contam com a transmissão
da televisão é impressionante. Em 1997, a Rede Globo de Televisão vendeu com um ano de
antecedência todas as cotas de patrocínio dos eventos esportivos que iria transmitir na
temporada seguinte. As empresas pagaram à Globo, pelas cotas de patrocínio,
aproximadamente R$ 300 milhões. (POZZI, 1998, p.102). A Rede Globo não é a única a
lucrar alto com o esporte. No ano de 1997, as vésperas da Copa do Mundo da França, a Rede
40
Bandeirantes de Televisão negociou suas cotas de patrocínio para o evento. Segundo Pozzi
(1998, p.103)
A Bandeirantes vendeu suas seis cotas de patrocínio de R$ 18,3 milhões cada para Nestlé, Penalty, Caixa Econômica Federal, Brahma, Peugeot e Tramontina, além do Top de 5”, comprado pela LG Eletrônicos por R$ 5 milhões, e da Próxima Atração, comprada pela Pepsi, o que resulta num faturamento de R$ 113 milhões
Vale destacar que os direitos de transmissão da Copa do Mundo, quase sempre, são
adquiridos pela Rede Globo de televisão e, posteriormente, vendidos a outras emissoras, como
a Bandeirantes, por exemplo, mesmo assim, o lucro é certo para todas as redes de televisão
que detêm algum tipo de transmissão dos grandes eventos do esporte mundial. O autor Luiz
Fernando Pozzi (1998, p.106) diz que
[...] chegamos a um estágio tal que o esporte e a mídia são totalmente dependentes um do outro. De um lado, a mídia (especialmente a TV) foi a grande responsável pela popularização de inúmeras modalidades esportivas. De outro, as transmissões esportivas rendem as maiores audiências que a TV pode obter, garantindo a satisfação de telespectadores e anunciantes.
O esporte é também uma ótima saída para empresas de médio e pequeno porte, que
investindo em ações de patrocínio regionais obtêm um bom retorno de sua imagem
institucional junto à comunidade local. Melo Neto (1995, p.26) destaca que
[...] o esporte permite o que denominamos regionalização de mídia e segmentação do mercado. O esporte atinge diferentes mercados e públicos específicos. O segredo do sucesso, no marketing, é saber compatibilizar a modalidade esportiva adequada à estratégia de mercado da empresa patrocinadora e ao seu perfil institucional. É nesse aspecto que reside a sua força como mídia alternativa. Os seus custos (cotas de patrocínio, produção e compra de merchandising etc.) são inferiores aos elevados gastos de propaganda através da mídia convencional.
O patrocínio regional é, sim, uma saída para empresas que não dispõem de grandes
verbas para ações de patrocínio e/ou comunicação, e para aquelas que desejam entrar em
mercados menores com uma abrangência prioritariamente regional. Porém, no meio esportivo
existem muitas empresas que estão dispostas a investir alto nesse setor de mercado. Os nomes
são muitos: Coca Cola, Adidas, Nike, Parmalat, IBM entre outras. Essas empresas chegam a
investir milhões, e o retorno quase sempre é muito rápido.
41
Francisco Paulo de Melo Neto (1995, p.225), discorre em seu livro, Marketing
Esportivo, sobre o caso Pepsi que em 1995 resolveu relançar um refrigerante de nome Seven
UP, com sabor a base de limão. Estudando alternativas de comunicação optaram pelo
patrocínio do Clube de Regatas Botafogo, que na então temporada se sagrou campeão.
O clube tinha um atacante de nome Túlio conhecido como “Túlio Maravilha”, que
jogava com a camisa sete e fazia muitos gols. Aproveitando o link com o nome do
refrigerante Seven UP, a Pepsi fechou o acordo com o clube. A empresa investiu US$ 3
milhões, apenas no período de janeiro a março do referido ano. A Pepsi economizou com
propagandas convencionais US$ 1,1 milhão. Melo Neto (1995, p.225) destaca que
Dados obtidos junto à gerência de marketing da Pepsi revelaram o alto retorno obtido pela empresa: - a exposição das marcas Pepsi/Seven-UP foi a seguinte: impressão (219 vezes), títulos (35 vezes), textos (503 vezes) e fotos (64vezes); - o custo da mídia impressa foi de US$ 884.335,00, e o da mídia eletrônica, US$ 264.599,00, perfazendo um total de US$ 1.148.934,00. Este total, portanto corresponde ao montante que teria sido gasto pela empresa na veiculação de sua marca nos jornais e TVs.
O esporte como meio para a realização de uma comunicação alternativa com o público-
alvo vem se tornando a cada dia, algo mais usual nos planos de marketing das empresas, pois
seu custo é baixo se comparado ao retorno que pode dar. Portanto, há uma forte tendência de
crescimento nas ações de patrocínio por parte das empresas. Porém, para que clubes e
instituições esportivas fechem bons contratos de patrocínios é necessário que sejam idôneos,
tenham administrações modernas e abertas a mudanças.
42
3. AS FERRAMENTAS DE MARKETING ESPORTIVO
Francisco Paulo de Melo Neto (1995, p.35), trabalha os componentes do marketing
esportivo como “O Mix de Marketing Esportivo”. Segundo o autor, os 4P`s do marketing são
perfeitamente aplicados ao esporte como ferramenta de promoção e comunicação. O produto
é composto pelos atletas, clubes, eventos e marca. O preço varia de acordo com o patrocínio e
das alternativas de ganho por parte das empresas investidoras, podendo ser, ainda, alterado
com o ganho do próprio clube. A distribuição é composta pelos canais de divulgação do clube
ou entidade esportiva e pelas empresas patrocinadoras, criando lojas, ações de merchandising,
estandes e mídias alternativas. A promoção é feita principalmente pele TV, mídias
tradicionais, assessorias de imprensa e relações públicas.
Dentro do chamado “Mix de Marketing Esportivo”, encontramos variadas ações
promocionais. Um clube, por exemplo, pode comercializar suas placas de arena, vender
espaços em suas camisas de jogo e treino, pode ainda, realizar parcerias com empresas,
visando o apoio aos custos de manutenção mensal. Pode também, realizar a chamada co-
gestão, em que as ações de futebol do clube serão administradas juntamente com a empresa
parceira. O Marketing dentro de um clube atua de muitas formas. Há também empresas que
trabalham de fora para dentro dos clubes e instituições esportivas, ou seja, se utilizam desse
mercado como prestadoras de serviços, dando consultoria, administrando eventos,
competições e atletas. As novas ações de marketing e, também, as antigas, serão expostas
neste estudo, visando mostrar, os pontos positivos e negativos da organização esportiva no
Brasil e no mundo.
3.1 As ações de merchandising no esporte
Para uma melhor compreensão do que vem a ser Merchandising no esporte é necessário
primeiramente apresentar o conceito de Merchandising. De acordo com Ernani Bevilaqua
Contursi (1991, p.97) existem muitas definições para o termo
43
[...] as mais comuns são: é um conjunto de atividades realizadas no ponto de venda, com objetivo de gerar disponibilidade e visibilidade dos produtos. Entendemos por visibilidade a presença física do produto no ponto de venda. A disponibilidade do produto também engloba o ‘Out of stock’ conhecido também pela sigla (oos) que significa ‘Não deixar faltar o produto no ponto de venda’.
Uma segunda definição do autor para o termo Merchandising diz que é “todo o esforço
feito para destacar ou demonstrar o produto no ponto de venda” (CONTURSI, 1991, p.98).
A área mais utilizada para a realização de ações de merchandising é a do comércio
varejista, pois é onde o consumidor está. A principal função desta ação de comunicação é
“movimentar as mercadorias em ritmo sempre acelerado. Sua finalidade é, evidentemente, o
lucro, objetivo de toda atuação de marketing a merchandising” (CHALMERS, 1971, p.19).
Como já foi mostrado neste estudo, o Marketing Esportivo é também, uma ação
promocional. As ações de promoção comumente estão relacionadas à promoção de vendas. É
interessante nesse momento apresentar o conceito de promoção de vendas. De acordo com
Ernani Bevilaqua Contursi (1991, p.98)
Promoção de vendas é a ação que visa melhorar, acelerar ou dinamizar as vendas de um produto (ou serviço), por meio de atrativos especialmente dirigidos aos consumidores ou usuários, tais como baixas de preços, ofertas combinadas, brindes, concursos ou outras vantagens.
Francisco Paulo de Melo Neto (1995, p.153), também insere o conceito de marketing
esportivo na categoria de marketing promocional, segundo o autor
O marketing esportivo está incluído na categoria do que denominamos marketing promociona l. Este tipo de marketing privilegia a busca de novos espaços de merchandising, favorecendo a veiculação do nome, produto e marca dos patrocinadores, a baixo custo ou a custo zero.
Dentro do esporte existem muitas mídias alternativas para a realização de ações de
merchandising. Dentro de uma arena, por exemplo, pode-se comercializar as placas de
publicidade, balões infláveis, túneis infláveis, torcidas organizadas, placares eletrônicos. Com
essa gama de mídias alternativas os clubes podem obter bons ganhos com merchandising.
Pozzi (1998, p.81), destaca que, novas tecnologias estão surgindo nas ações promocionais do
esporte: “Placas de publicidade giratórias, por exemplo, permitem que vários patrocinadores
ocupem o mesmo espaço, só que alternadamente”. No Brasil, não se costumam usar placas
giratórias, mesmo sabendo-se que o lucro é consideravelmente maior. A mais nova ação de
44
merchandising é a chamada inserção virtual, que permite aos patrocinadores colocarem
imagens de seus logos e mensagens de texto computadorizadas no meio dos jogos. Esse tema
será mais bem explorado em capítulos posteriores.
Uma boa definição de merchandising no esporte é dada por Melo Neto (1995, p.154),
em seu livro “Marketing Esportivo”. Segundo o autor
Uma marca afixada no uniforme e demais equipamentos utilizados pelos atletas, nas placas e faixas nos locais das competições, no pódio de premiação e na fita de chegada possibilita a divulgação gratuita da marca dos patrocinadores na mídia impressa e às vezes, na mídia televisiva. Isto é o que denominamos merchandising no esporte.
Toda ação de merchandising seja no esporte ou em qualquer outro mercado, deve ser
bem pensada pelos patrocinadores para que a mesma não pareça falsa e impositiva. Ela tem
que fazer parte do evento de uma maneira sutil e natural. Caso isso ocorra, as chances de êxito
serão maiores.
3.2 O patrocínio esportivo
O patrocínio esportivo é a ação promocional mais utilizada dentro do chamado
“Composto do Marketing Esportivo”. Ele visa principalmente a promoção institucional da
marca e, por conseguinte, da empresa patrocinadora. Existem diversas situações de patrocínio.
Neste primeiro momento, mostra-se o patrocínio simples como ação promocional, em
capítulos subseqüentes este estudo mostrará a co-gestão.
Melo Neto (2003, p.17), em seu livro “Marketing de Patrocínio”, traça algumas
definições para patrocínio, a mais sucinta diz que, “patrocínio é uma ação promocional cujos
resultados vêm afetando cada vez mais o sucesso das estratégias de marketing das
empresas”. O autor também direciona seus conceitos dizendo que as empresas atualmente,
“utilizam as ações de patrocínio como fator de alavancagem das suas ações estratégicas de
marketing” (MELO NETO, 2003, p.17), ou seja, para que o composto de marketing esteja
completo e possa ser posto em prática, algumas empresas optam pelo patrocínio esportivo.
Uma segunda definição para o termo patrocínio é encontrada no livro “A grande
jogada”, de Luiz Fernando Pozzi. Segundo o autor, patrocínio pode ser entendido como o
“fornecimento de suporte financeiro ou material para alguma atividade independente que não
é inerente ao fomento do objetivo comercial, mas da qual a companhia patrocinadora pode
ter a expectativa de obter alguns benefícios comerciais” (POZZI, 1998, p.115).
45
Dadas às definições de Pozzi e Melo Neto, temos um terceiro autor que conceitua
patrocínio esportivo, segundo Ernani Bevilaqua Contursi (2003, p.8), “Patrocínio pode ser
definido como a aquisição dos direitos de afiliar, ou associar produtos, eventos e/ou marcas,
com o intuito de diversificar, e/ou ampliar os benefícios obtidos com esta associação”. Para
Contursi o patrocínio pode não só estar diretamente ligado a instituições esportivas, mas
também, a eventos, sejam estes culturais, beneficentes, etc.
O patrocínio no esporte teve o seu “boom” em meados da década de 80, quando as
empresas de cigarros e bebidas, começaram a burlar as proibições impostas às propagandas
em comerciais de televisão. Todas as ações de divulgação dessas empresas passaram a ser
realizadas através de patrocínios. A Formula 1 foi o principal alvo dessas indústrias que
superlotavam os carros com suas marcas e, em alguns casos, compravam equipes e expunham
seus nomes (POZZI, 1998, p.19). Ainda hoje é assim, porém com restrições e informes
atentando os males do cigarro.
O patrocínio é uma ação do composto promocional que se apresenta como uma das
melhores mídias alternativas, pois o clube ou instituição a ser patrocinada, empresta à
empresa seus valores ‘intangíveis’ como a garra dos atletas, superação, emoção das torcidas,
vitórias, luta pelos ideais. Com isso, a empresa que apóia uma instituição com patrocínio, é
vista como uma empresa idônea, de bons ideais, vencedora, alcançando seus objetivos de
patrocínio. Porém, existem riscos. Caso um atleta alvo de patrocínio agrida alguém, discuta,
dê declarações bombásticas, isso pode prejudicar a imagem institucional que a empresa vinha
tentando formar com a ação de patrocínio ao atleta. Pozzi (1998, p.121), destaca que as
principais características do patrocínio são que
[...] consegue adequar-se para promover a consciência de uma marca ou companhia; Revitaliza, rejuvenesce e dinamiza a imagem de uma marca ou companhia; É mais eficiente que a propaganda nos dois primeiros casos, porém menos eficiente quando se deseja explicar as funções e características de um produto ou posicionar uma marca; É mais bem aceito pelo público, que o considera menos perturbador e intromissor que a propaganda.
O autor faz ressalvas, quanto às ações de posicionamento da marca e informações
técnicas de produtos. Estes são mais bem sucedidos quando utilizam a propaganda de
televisão e não do patrocínio. Pozzi (1998, p.123), cita um estudo da revista “Sports Inc”, que
mostra alguns dados que colocam o patrocínio como uma estratégia necessária nos planos de
comunicação de qualquer empresa. Segundo a revista, o percentual de investimento por parte
das empresas em propaganda caiu de 46% para 36% entre os anos de 1972 a 1985, enquanto
46
os percentuais em ações de promoção subiram de 54% para 64%. Isso mostra que o composto
promocional, no qual está inserido o patrocínio, está em constante crescimento e a tendência é
de alta nesta década, tendo em vista que o patrocínio pode estar ligado a ações com esporte,
música, artes, festivais, causas nobres e até propriedades intelectuais, como um programa de
TV, por exemplo.
Melo Neto (2003, p.17), cita em seu livro “Marketing de Patrocínio”, os chamados
elementos indutores de patrocínio, que são as ações de maximização da marca, dentro das
ações de patrocínio. Ao patrocinar um clube, a empresa espera obter os melhores lugares de
exposição da marca, os melhores camarotes na arena esportiva, o melhor espaço no uniforme.
Segue abaixo o gráfico com os elementos indutores de patrocínio:
1FIGURA 3 – Os elementos indutores do patrocínio.
Contursi (2003, p.18), em seu livro “Patrocínio”, criou um modelo gráfico em que se
visualiza o ambiente que faz parte do composto promocional de patrocínio. Dentro deste
ambiente estão eventos, festas, jogos, clubes, academias, produtos e serviços, atletas e
campeonatos. Todos interagem com o ambiente, que representa a área de atuação do
patrocínio, o gráfico segue abaixo:
1MELO NETO (2000, p.17)
47
2FIGURA 4 – O ambiente de patrocínio.
Existem muitos casos de sucesso no patrocínio esportivo, de empresas que apoiaram
clubes e instituições esportivas e obtiveram resultados significativos e também em curtos
períodos de tempo. Nestlé, com sua marca ‘Leite Moça’, em 1992, investiu US$ 1 milhão no
patrocínio da equipe que viria a se tornar campeã Mundial Interclubes de basquete feminino.
Segundo conta Melo Neto (1995, p. 145), a Nestlé gastou com publicidade US$ 4 milhões,
adotando o Slogan: “Bateu, tomou.”. O retorno da empresa foi em torno de 10% em relação
ao ano anterior.
O patrocínio demonstra grande crescimento no Brasil e no mundo, dentro do esporte e
em especial no futebol, esse crescimento não é diferente. O gráfico abaixo mostra essa
tendência, em um estudo realizado pelo Jornal ‘O Globo’, em 27 de julho de 1997:
2CONTURSI (2003, p.18)
48
3FIGURA 5 – Principais patrocínios por ano em R$ milhões.
Neste capítulo foi explanada a potencialidade do patrocínio puro e simples. Este que
tem como principal alvo por parte das empresas patrocinadoras a divulgação institucional de
suas marcas e a captação dos valores ‘intangíveis’ dos seus objetos de patrocínio, visando
sempre o aumento de vendas, como o é em qualquer ação promocional.
3.3 O patrocínio nos eventos esportivos
Uma empresa ao patrocinar um evento, seja este esportivo ou de outro cunho, como
social, ecológico, etc, ganha muito em visibilidade da ‘marca’, fortalecimento de
posicionamento, credibilidade junto ao público-alvo, aumento de vendas, etc. Mas para que
isso ocorra, o evento deve ser bem organizado e as estratégias de divulgação e segmentação
de públicos devem ser bem estudadas e aplicadas. O patrocínio a eventos está dentro da
modalidade promocional que mais cresce no Brasil. Existem, pelo país, centenas de eventos
patrocinados, alguns como o ‘Skol Beats’, se tornam tão famosos quanto a própria empresa. A
‘marca’ SKOL agora é conhecida, também, como nome de evento e de sucesso. Patrocinar
federações, Copas do Mundo, torneios, etc, são também boas estratégias de comunicação,
visando sempre o aumento do Market Share e o aumento nas vendas. Segundo Melo Neto
(2000, p.200), três questões são importantes quanto à modalidade escolhida e o patrocínio de
3MELO NETO (2000, p.21)
49
eventos: “Como atrair o consumidor através do evento? Como assegurar visibilidade da
marca do patrocinador no evento? Como garantir um ambiente interativo durante o
evento?”. Para que se atraia o consumidor o autor cita cuponagens, sorteios e promoções no
local e, anteriores ao evento. Já a segurança de visibilidade, fica por conta de um bom
trabalho de assessoria de imprensa, bons contatos com os veículos de comunicação e boa
distribuição das mídias alternativas no ambiente do evento. Por fim, o autor cita a criação de
um cenário criativo e interativo no local do evento, onde o cliente poderá ser parte integrante
do projeto. Segue abaixo um modelo gráfico do tripé básico de sucesso de um evento,
proposto por Melo Neto (2000, p.202):
4FIGURA 6 – Os fatores de sucesso no patrocínio de eventos.
3.4 A parceria e a co-gestão
A co-gestão ou a parceria é um sistema em que a empresa patrocinadora tem acesso aos
processos administrativos do clube, seja este de qual modalidade esportiva for, desde a
contratação e venda de jogadores e equipe técnica, até a participação nos lucros. Esta
modalidade de patrocínio visa aumentar o retorno institucional da ‘marca’ da empresa,
alavancar vendas, posicionar melhor uma ‘marca’ e/ou produto entre outras ações existentes
em um plano de marketing. O foco está na projeção do nome perante o novo ou antigo
mercado. A principal diferença entre patrocínio puro e simples e co-gestão e/ou parceria,
segundo Melo Neto (2000, p.186) é que, o patrocínio, “está no pagamento pelos direitos de
uso do clube como instrumento de veiculação da marca”, já no sistema de co-gestão,
4MELO NETO (2000, p.202)
Estratégias de atração do
consumidor
Estratégias de maximização da visibilidade da marca
do patrocinador
Estratégias de interação com os participantes
do evento
50
“envolve uma participação conjunta nos negócios”, tanto clube quanto empresa dividem os
lucros.
Um dos casos de maior sucesso de co-gestão no Brasil foi a da Parmalat, empresa
italiana de laticínios, que chegou ao Brasil e fez um acordo de co-gestão com o S.E.
Palmeiras, time tradicional da colônia italiana de São Paulo. Com tal parceria, a Parmalat
atingiu um grande sucesso nacional adquirindo novos mercados e, também, outras ‘marcas do
mercado brasileiro. O clube, entre 93 e 98, foi vitorioso e saiu lucrando com a parceria,
ganhando vários títulos importantes, nacionais e internacionais.
Vale a pena destacar que a co-gestão – ocorre somente quando há uma gestão
administrativa da empresa dentro da instituição esportiva – diferente, por exemplo, do que
ocorre no automobilismo que vemos o multipatrocínio, em que várias ‘marcas’ pulverizam os
carros de corrida e o uniforme dos pilotos. A co-gestão pode não ser uma boa estratégia
quando mal empregada e posicionada no plano de marketing da empresa.
O gráfico abaixo mostra as principais diferenças em níveis de retorno financeiro do
patrocínio simples e da co-gestão:
5FIGURA 7 – Os níveis de investimento e retorno do patrocínio e da parceria.
3.5 Ações de Tie-in virtual nos jogos televisivos
As ações de publicidade virtual no esporte surgiram no Brasil no final da década de 90,
com a criação em 1997, da Globo Virtual, um setor especializado da emissora na criação de
publicidade virtual nos jogos transmitidos ao vivo. Essa tecnologia vem revolucionando os
pacotes de patrocínio nos eventos esportivos vendidos pela Rede Globo de Televisão, pois a
mesma pode, agora, oferecer a seus patrocinadores um serviço inovador e criativo. Segundo
5MELO NETO (2000, p.187)
Patrocínio
Parceria
Retorno do investimento
Valor do investimento
51
José Antonio D. Fardo (2002, p.61) em “A publicidade Virtual no Esporte Brasileiro. Estudo
de Caso: A Inserção Virtual Tie-in Nas Transmissões Esportivas da TV Globo”, o objetivo da
publicidade virtual é
Chamar a atenção do telespectador de uma maneira diferenciada, pois, além do aspecto de comprar a imagem da arena esportiva, existe o movimento, o principal diferencial estético. Além disso, a imagem é mais pura, nítida e desprovida de imperfeições visuais, em relação à exposição de marcas, atualmente utilizada em placas estáticas, camisas e outros espaços durante as transmissões de TV.
As ações de Tie-in virtuais nas transmissões da emissora, ainda estão em fase de
aperfeiçoamento. As regras ainda estão sendo melhor estabelecidas. Por exemplo, a Globo
não projeta imagens virtuais sobre placas de arena para não atrapalhar a empresa que comprou
esse espaço. Ainda não se tem uma idéia fixa de preço para esse serviço. No momento, a Rede
Globo oferece como apoio a seus pacotes de cotas de patrocínio. Um outro problema, a ser
estudado e solucionado pela emissora é que ações virtuais chamam mais atenção que outros
meios de divulgação, como: camisas, placas, promoções, torcidas uniformizadas, etc, como
faz o Banco do Brasil, por exemplo, no vôlei de praia. Com isso, a emissora ainda tem muito
a trabalhar para que as ações de publicidade virtual não atrapalhem e, sim, auxiliem a
comercialização de seus eventos esportivos.
Fardo (2002, p.67) em “A publicidade Virtual no Esporte Brasileiro. Estudo de Caso: A
Inserção Virtual Tie-in Nas Transmissões Esportivas da TV Globo”, explana sobre o futuro
das ações virtuais de Tie-in nas transmissões esportivas
O panorama da televisão para os próximos anos será surpreendente em termos de novidades. Com a digitalização de transmissão e recepção, a compressão de sinal e a convergência TV-Internet. Esses recursos propiciam os desdobramentos futuros da Publicidade Virtual nas transmissões esportivas, pois essas imagens possibilitarão a interatividade entre o telespectador e o anunciante, que pode resultar em vários tipos instantâneos de informação e até mesmo na venda direta de produtos. Em breve, a sociedade estará interagindo com essa nova publicidade.
3.6 Licenciamento da marca
As ações de licenciamento da marca de clubes de futebol constituem ainda em um
mercado não muito bem explorado no Brasil. Clubes grandes como River Plate,da Argentina,
disponibilizam a seus torcedores cerca de 800 produtos licenciados; já o C.R. Flamengo não
52
chega a 300; o São Paulo tem em sua linha 170. Mesmo em se tratando de um mercado com
públicos de diferentes costumes e poder financeiro, esses números nos mostram algumas
falhas nas ações de licenciamento dos clubes do futebol brasileiro. É necessário que os clubes
achem soluções para o licenciamento de produtos. Segundo a revista EXAME, edição 837
(02/03/05, p.63) “A Ferrari faturou no ano passado 500 milhões de Euros apenas com
produtos licenciados. Esse foi o melhor resultado dessa operação desde que ela começou, há
três anos”. A empresa italiana trabalha com produtos de alto valor agregado, ela tem em sua
linha de produtos, tênis, perfumes, notebooks, câmeras digitais entre outros. Os valores em
geral não são inferiores a R$130,00. Esse fato nos mostra que as ações de licenciamento
devem ser bem planejadas e os produtos a serem licenciados devem estar de comum acordo
com as necessidades de cada consumidor. No Brasil, mesmo com o baixo poder aquisitivo das
pessoas, sempre terão aquelas que poderão comprar e não o fazem, por falta de produtos que
sejam destinados à sua classe social. Para Pozzi (1998, p.80), licenciamento esportivo é
[...] uma área do marketing esportivo que vem explodindo, com jogadores, times, nome de eventos e logotipos aparecendo num número cada vez maior de produtos como, camisetas, moletons, bonés, shorts, abrigos, jóias, distintivos, buttons, pins e tudo o que se possa imaginar que um consumidor poderá comprar.
Uma segunda definição para o termo ‘licenciamento’, nos é apresentada por Melo Neto
(1995, p.176), “licenciamento é uma operação comercial através da qual o licenciador,
detentor da marca, dá a autorização ao licenciado para a exploração da marca em seus
produtos, mediante pagamento de Royalties”.
Em resumo, os dois autores querem dizer que, licenciamento é o empréstimo da marca
de um clube, nome de um atleta e/ou instituição esportiva a fim de estampá- la em produtos,
que serão produzidos por terceiros. Ainda, de acordo com Melo Neto (1995, p.175), a
primeira ação de licenciamento no Brasil, que se teve conhecimento, começou em 1980, com
a Dover Indústria e Comércio, que fechou um contrato com o Clube dos Treze. Esse contrato
regulou as ações comerciais de licenciamento dos clubes que até então eram feitas de uma
maneira desorganizada e pouco lucrativa. A Dover investiu na época US$ 1 milhão no
projeto, visando com que os novos produtos (flâmulas, bandeiras, chaveiros, adesivos entre
outros), chegassem aos consumidores de uma maneira rápida e fácil. Entre os canais de
distribuição utilizados estão as bancas de jornal como as mais lucrativas. Essa foi a primeira
ação organizada de licenciamento de produtos do futebol brasileiro.
53
3.7 Exposição da marca no campo de jogo
Empresas que atuam em diversos segmentos de mercado que resolvem ter em seus
planos de marketing as chamadas ações de merchandising ligadas ao esporte, em geral, se
utilizam de placas de arena, em eventos que são transmitidos pela televisão; o retorno é bem
interessante.
Essa mídia alternativa presente nos eventos esportivos é comercializada pelos clubes,
pelos organizadores do evento, empresas terceirizadas e pelos veículos de comunicação.
Geralmente, a venda é feita no começo da temporada, em pacotes fechados por campeonatos.
Por exemplo, a empresa paga um valor ao clube e explora as placas durante o torneio pelo
qual adquiriu os direitos de uso. Ao término do torneio, as placas são comercializadas
novamente em sistemas de pacotes para outros campeonatos. Vale ressaltar que, sem a
transmissão da televisão, as placas de arena têm seu valor reduzido e, às vezes, até nem são
comercializadas. Pozzi (1998, p.81) diz que
Pode-se considerar também como receita de merchandising a comercialização das propriedades de arena (placas de publicidade, balões, túneis infláveis, valorização de torcidas uniformizadas, pontes, bóias, etc...). Mais uma vez, a chave do sucesso para a obtenção de recursos significativos em propriedades de arena é ter o evento transmitido pela TV, cujas câmeras estarão dispostas de tal maneira a mostrar estas propriedades durante a transmissão. Obviamente, o preço de cada propriedade de arena irá variar em função do tempo de sua exposição no vídeo.
3.8 Gerenciamento de marketing dos atletas
Os atletas profissionais, atualmente, dão grande retorno de imagem, tanto para quem os
patrocina, como para as agremiações que representam. Se o atleta estiver em destaque, esse
retorno institucional é ainda maior, porém, se o mesmo estiver com problemas de ordem
pessoal e/ou moral, a instituição que ele representa ficará prejudicada, enquanto
posicionamento institucional de sua marca.
Mesmo que atletas profissionais sejam ótimos produtos na esfera institucional de um
clube e/ou agremiação esportiva, estes ainda não são utilizados como promotores
institucionais da forma mais correta. Alguns clubes ajudam a gerenciar o marketing pessoal
dos jogadores, porém, apenas com pequenas instruções. O trabalho de condução e
gerenciamento fica por conta dos empresários que, às vezes despreparados, acabam com uma
carreira gloriosa de um atleta. O São Paulo F.C tem em seu departamento de marketing uma
54
boa assessoria, mostrando aos atletas caminhos para que eles possam ganhar dinheiro com sua
imagem e/ou ‘marcas’ pessoais. De qualquer maneira, o interesse tem que partir do atleta. É
ele que deve procurar o departamento e pedir auxílio. O ideal seria que todos os clubes
traçassem um mini plano de marketing a cada atleta profissional. Atualmente, já existe no
futebol brasileiro esta nova visão profissional entre clubes e atletas e já se percebem algumas
oportunidades de negócio, o que não deve ser desprezado.
Muitos atletas são patrocinados por empresas, a exemplo de Zidane, ex-jogador do Real
Madrid, que é patrocinado pela Adidas, Ronaldinho que é patrocinado pela Nike, e tantos
outros, os quais chegam a ganhar milhões com essas ações promocionais extra campo. Esses
contratos, às vezes, dificultam suas carreiras profissionais, pois eles se tornam muito
conhecidos e os seus compromissos com os patrocinadores lhes tomam muito tempo, fazendo
com que não se dediquem tanto ao esporte, mas sim, ao marketing. As empresas que decidem
patrocinar também devem tomar muito cuidado. Pozzi (1998, p.163) cita dois casos que,
deixaram más impressões aos patrocinadores: “Ben Johnson acusado de uso de anabólicos
esteróides, e Mike Tyson, preso por crime de estupro. Certamente, deixaram de ser bons
produtos”. Porém, existe o outro lado, quando a empresa patrocina ídolos pessoais
honoráveis. Pozzi (1998, p.163) nos mostra, agora, exemplos de ótimos produtos quando cita,
Pelé, Zico e Senna. Em resumo, uma empresa ao resolver patrocinar um atleta, deve
investigar sua vida e estudar o seu perfil pessoal, o que deve estar de comum acordo com o
posicionamento da empresa.
Pozzi (1998, p.164) cita um estudo da revista Meio e Mensagem que mostra os cinco
princípios básicos para uma empresa patrocinar um atleta
1) O personagem escolhido deve ter perfeita adequação com o produto ou marca que se pretende anunciar. 2) Antes de assinar o contrato, procure checar a credibilidade ou o poder de convencimento e de comunicação do esportista. 3) Procure saber como está a imagem do escolhido junto ao público-alvo do produto. 4) Evite o uso de atleta temperamental ou explosivo. Nunca se sabe o que ele é capaz de fazer com a cabeça quente. 5) Verifique o resultado das campanhas personificadas pela celebridade. Será que ele já não anunciou um produto da concorrência?
Respeitados esses princípios básicos, a empresa que decide patrocinar um atleta,
dificilmente terá problemas com sua imagem e poderá tirar dessa ação promocional todo o
lucro esperado. Porém, esse tipo de patrocínio tem sempre um risco, pois o ser humano ainda
é passível de muitas reações que não são completamente explicáveis.
55
3.9 Assessoria de imprensa
A assessoria de imprensa começou a se consolidar como ferramenta de comunicação e
como um dos quatro campos de atuação do jornalista, “a menos de uma década do século 21”
(KOPPLIN, FERRARETTO, 1996, p.25). Desde sua origem, a assessoria de imprensa ainda é
confundida com outras áreas da comunicação social, não é incomum aos assessores de
imprensa, serem confundidos com os profissionais de relações públicas. O termo assessoria de
impressa é, também, erroneamente, ligado pelo entendimento popular a ‘jornalismo
empresarial’. Porém, essa é uma especialização que se dedica “à coleta, produção e difusão
de informação em instituições comerciais e industriais de médio e grande porte, segundo
objetivos capitalistas” (KOPPLIN, FERRARETTO, 1996, p.25).
Segundo Elisa Kopplin e Luiz Artur Ferraretto (1996, p.25), o conceito de assessoria de
imprensa “está associado a dois aspectos fundamentais: a necessidade de se divulgar
opiniões e realizações de um indivíduo ou grupo de pessoas e a existência daquele conjunto
de instituições conhecidas como meios de comunicação de massa”. Realizando um paralelo
com as definições apresentadas até o momento, podemos concluir que a assessoria de
imprensa tem como função primordial informar a sociedade sobre acontecimentos que sejam
de interesse público e, também, auxiliar instituições privadas e/ou estatais na divulgação de
informações que visem mostrar ao grande público a transparência e a verdade de suas ações.
De acordo com Elisa Kopplin e Luiz Artur Ferraretto (1996, p.20), as principais
atividades realizadas pelo assessor de imprensa são
[...] relacionamento com os veículos de Comunicação Social, abastecendo-os com informações relativas ao assessorado (através de relises, press-kits, sugestões de pautas e outros produtos), intermediando as relações de ambos e atendendo às solicitações dos jornalistas de quaisquer órgãos de imprensa; controle e arquivo de informações sobre o assessorado divulgadas nos meios de comunicação, bem como avaliação de dados provenientes do exterior da organização e que possam interessar aos seus dirigentes; organização e constante atualização de um mailing-list (relação de veículos de comunicação, com nomes de diretores e editores, endereço, telefone e fax); edição dos periódicos destinados aos públicos externo e interno (boletins, revista ou jornais); elaboração de outros produtos jornalísticos, como fotografias, vídeos, programas de rádio ou de televisão; participação na definição de estratégias de comunicação.
Os clubes e entidades esportivas que realizam ações de comunicação e marketing já
atentaram para a importância de tratar bem a imprensa. O Santos Futebol Clube tem nas
dependências do seu Estádio, uma sala de imprensa totalmente nova e moderna; o São Paulo
56
Futebol Clube, também dispõe de uma confortável sala de imprensa. A mídia televisiva tem
grande influência dentro do esporte, pois é ela a principal fonte de renda, quando paga aos
clubes pelos direitos de transmissão de seus jogos. Os clubes esportivos, atualmente, tratam os
veículos de comunicação como parceiros e, não mais, como seus adversários, pois sabem, da
importância destes, na construção da imagem institucional de suas agremiações.
Luis Fernando Pozzi, em seu livro “A grande jogada”, discorre sobre o papel da mídia
no sucesso da divulgação e massificação do esporte, assim como o aumento do interesse dos
anunciantes pelo produto esporte. Pozzi (1999, p.101) destaca que
A esta altura, parece inegável que a mídia foi a grande responsável pela popularização do esporte, expandindo o interesse pelas diversas modalidades, que antes se restringiam aos aficionados. Desse modo, a mídia passou a atender melhor aos interesses de seus dois públicos: os consumidores de esporte e o mercado anunciante (patrocinador dos eventos). Visto que o esporte atinge audiências inigualáveis, o interesse do anunciante em se comunicar com essa grande audiência também aumenta.
Com a citação de Pozzi, fica claro que os clubes de futebol, assim como, quaisquer
outras entidades esportivas, que desejem realizar boas ações de Marketing Esportivo, devem
ter um bom relacionamento com a mídia em geral, pois ela irá levar a imagem do clube até
possíveis novos patrocinadores. Quanto maior o tempo de exposição do clube na mídia, maior
o interesse por parte das empresas investidoras.
57
II – FUTEBOL DE SALÃO DA SUA ORIGEM AOS DIAS DE HOJE
4. A ORIGEM DO FUTEBOL DE SALÃO
As principais referências pesquisadas para a elaboração deste estudo, apontam para o
fato de que o futebol de salão tenha surgido na década de 30 deste século, porém, não o
futebol de salão como o conhecemos hoje, mas sim, uma forma rudimentar do jogo.
Nesta época, as regras ainda não tinham sido estabelecidas, a bola era feita de crina
vegetal ou serragem e a única coisa que mais se assemelhava ao jogo atual é que era praticado
em quadras. Orlando Duarte (2005, p.17) destaca que
No início as ‘equipes’ variavam em número, tendo cinco, seis e até sete jogadores, sendo pouco a pouco fixado o limite de cinco. As bolas eram de crina vegetal ou serragem, sofrendo sucessivas modificações, até mesmo com o uso de cortiça granulada.
Posteriormente às bolas de serragem e crina vegetal, foram implantadas as bolas de ar,
mas estas, eram grandes e pulavam muito nas quadras, foi então que “tiveram seu tamanho
diminuído e o peso aumentado. Daí o fato de o futebol de salão ser chamado de esporte da
bola pesada” (DUARTE, 2005, p.171).
Quanto ao país que tenha desenvolvido o jogo, duas são as teorias históricas: a primeira
aponta para o Uruguai como pátria do futebol de salão, já a segunda, para o Brasil.
Segundo a primeira teoria, o futebol de salão teria surgido mais precisamente na
Associação Cristã de Moços de Montevidéu, onde o professor Juan Carlos Ceriani teria criado
as primeiras regras. O jogo chegou ao Brasil por intermédio de alguns jovens estudantes que
foram até o Uruguai e vendo o esporte criado pelo professor Juan Carlos Ceriani o trouxeram
para o Brasil. Destaca-se que a Confederação Brasileira de Futebol de Salão, a ‘CBFS’, aceita
essa teoria como sendo a mais provável. Ainda segundo os dados encontrados no site da
58
CBFS1, foi em 19 de maio, de 1982, que a Federação Uruguaia divulgou uma lista com a
relação dos professores que iniciaram e incentivaram o esporte no Brasil. Está lista teria sido
organizada pelo criador do esporte, o professor Juan Carlos Ceriani. Dentre eles estão:
Alfonso Lopes Pinto, Aníbal Monteiro, Daniel Alves de Oliveira, Ernesto Oppliger, José
Rodes, José Rothier, Julian Haranczyk, Romeu Pires Osório, Silas Raedes, Willy Prellwitz.
Já a segunda corrente teórica, dita que o esporte surgiu no Estado de São Paulo e que
tenha sido praticado, pela primeira vez em 1934, por um grupo de jovens da Associação
Cristã de Moços de São Paulo.
Essa teoria é sustentada por Orlando Duarte, autor do livro Futebol Regras e
Comentários, segundo ele a “versão mais aceita para o surgimento do futebol de salão é a de
que ele começou a ser praticado por volta de 1940, por jovens freqüentadores da Associação
Cristã de Moços, em São Paulo” (DUARTE, 2005, p.171).
Quanto à criação do esporte, encontra-se no site da Federação Uruguai de Futebol de
Salão2 dados mais precisos. Segundo o site da Federação Uruguai de Futebol de Salão, o
Professor Juan Carlos Ceriani teria desenvolvido o jogo baseado na observação de jovens e
crianças que praticavam futebol em espaços reduzidos, Ceriani teria também, adaptado
algumas regras do Basquete, Handebol e do Pólo-Aquático para criar as do futebol de salão.
Ainda de acordo com o site da Federação, o esporte teria sido criado exatamente em outubro
de 1930.
Aceitando-se qualquer uma das duas correntes teóricas, o que não se pode negar, é que
o jogo e seu desenvolvimento devem muito aos brasileiros, pois foi aqui que o futebol de
salão cresceu e se desenvolveu como modalidade esportiva de alto-rendimento.
4.1 Juan Carlos Ceriani o pai do futebol de salão
O professor Juan Carlos Ceriani foi durante quase toda a sua vida Diretor Profissional.
Ele esteve à frente da diretoria da ACM de Montevidéu (Associação Cristã de Moços) e
também dirigiu associações cristãs em outros países. Ceriani é reconhecido no Uruguai como
um líder ligado ao movimento jovem. No mundo, atribui-se a ele a criação do futebol de
salão, assim como suas regras e a bola do jogo, que foi desenvolvida em parceira com o seu
amigo pessoal, o padre José Esperón. O professor Ceriani foi também um excelente treinador
de natação. Nesta área, destaca-se a criação do Club Biguá, que foi criado para que os
1Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/historico.asp.>. Acesso em: 23 nov. 2007. 2Pesquisado em: <http://www.fudefs.com/Futsal.htm>. Acesso em: 23 nov. 2007.
59
nadadores da Associação Cristã de Moços pudessem realizar seus treinos e competir entre os
jovens cristãos3.
Juan Carlos Ceriani se graduou em Educação Física pela Springfield College,
Massachussets, USA. Seguindo sua formação acadêmica o professor Ceriani esteve por toda a
sua vida ligado aos movimentos sociais cristãos e ao esporte. Ele passou pela ACJ
(Associação Cristã de Jovens) de 1926 a 1955, ocupando cargos de professor, secretário
geral, subdiretor e diretor da divisão de jovens da ACJ. Juan Carlos Ceriani morreu aos 89
anos, em 25 de maio de 1996, deixando para o mundo, não só a criação do futebol de salão,
mas, todo um trabalho de pesquisa na área do esporte e dos jovens, objeto de estudo e
dedicação de toda a sua vida.
4FIGURA 8 – Foto do professor Juan Carlos Ceriani criador do futebol de salão.
4.2 A criação das confederações de futebol de salão pelo Brasil
Segundo o site da Confederação Brasileira de Futebol de Salão5, a primeira Federação
Estadual a ser criada foi a do Rio de Janeiro, em 28 de julho de 1954. Seu primeiro nome era
Federação Metropolitana de Futebol de Salão, já seu primeiro presidente, foi Ammy de
Moraes.
Ainda em 1954, foi criada a Federação Mineira de Futebol de Salão, e um ano depois,
em 1955, a Federação Paulista. A partir de 1956, até a década de sessenta, várias outras
Federações foram criadas: a Baiana, a Brasiliense, a Catarinense, a Cearense, a Gaúcha, a
Paraibana, a Paranaense, a Pernambucana, a Norte Rio Grandense e a Sergipana.
3Pesquisado em: <http://www.fudefs.com/futsal.htm>. Acesso em: 25 nov. 2007. 4Pesquisado em: <http://www.fudefs.com/futsal.htm.> Acesso em: 01 out. 2008. 5Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/historico.asp>. Acesso em: 26 nov. 2007.
60
Em 1970, nascem mais seis Federações: a Acreana, a Goiana, a Maranhense, a Mato
Grossense, a Piauiense e a do Mato do Grosso do Sul. Por fim, entre as décadas de 80 e 90,
surgem as últimas Federações: Alagoas, Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins. Estavam, então, formadas as estruturas administrativas que iriam
gerenciar o esporte em nível estadual.
Até meados dos anos cinqüenta, o futebol de salão não havia unificado suas regras. Foi
somente no dia 05 de fevereiro de 1957, quase 27 anos depois do aparecimento do esporte no
Brasil, que o então presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos), Sylvio
Pacheco, criou um Conselho Técnico de Assessores de Futebol de Salão para resolver as
divergências quanto às regras e unificar a prática do esporte no país.
Segundo dados obtidos no site da CBFS6, este conselho fora eleito para exercer um
mandato de três anos e seus integrantes foram: “Ammy de Moraes (Guanabara), Luiz
Gonzaga de Oliveira Fernandez (São Paulo), Roberto José Horta Mourão (Minas Gerais),
Roberval Pereira da Silva (Estado do Rio), Utulante Vitola (Paraná)”.
Ainda de acordo com as informações encontradas no site da Confederação, no mesmo
ano de 1957, no Estado de Minas Gerais, tentou-se criar “a Confederação Brasileira de
Futebol de Salão, a ata foi encaminhada ao Conselho Nacional de Desportos, mas o CND
não acatou tal ata que foi registrada dia 30 de setembro de 1957 com o nº 2.551”.
Após vários anos de tentativas de se criar uma Confederação que respondesse
administrativamente pelo esporte, em âmbito nacional, finalmente em 1979, nascia a CBFS.
Segundo o site da Confederação Nacional de Futebol de Salão7
Em 15 de junho de 1979, no auditório do 2º andar da CBD, à Rua da Alfandêga nº70, Rio de Janeiro, às 15 horas, foi realizada a Assembléia Geral que fundou a Confederação Brasileira de Futebol de Salão, tendo sido eleito, para o período 1980/1983, como presidente, Aécio de Borba Vasconcelos, dirigente maior da CBFS que hoje congrega 27 Federações estaduais, mais de 4.000 clubes e 310.000 atletas inscritos.
4.3 A Confederação Sul Americana e a FIFUSA
Quanto à criação da Confederação Sul Americana de Futebol de Salão, encontram-se
também, duas versões. A primeira delas é adotada pela Confederação Brasileira de Futebol de
Salão (CBFS). Segundo ela, a Confederação Sul Americana de Futebol de Salão teria sido
6Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/historico.asp.>. Acesso em: 26 nov. 2008. 7Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/historico.asp.>. Acesso em: 26 nov. 2008.
61
criada em 14 de setembro de 1969, no Paraguai, em Assunção, com a presença de João
Havelange, então Presidente da CBD, Carlos Bustamante Arzúa, Presidente da Associação
Uruguaia de Futebol e Luiz Maria Zubizarreta, Presidente da Federação Paraguaia de
Futebol8. A segunda versão encontra-se no site da Federação Uruguaia de Futebol de Salão e
segundo ela, foi o então Presidente da FUFS, Felipe Figueroa, que em agosto de 69, na cidade
de Assunção (Paraguai), juntamente com Brasil, Argentina e Paraguai, teria criado a
Confederação Sul Americana de Futebol de Salão9 .
Após a criação da Confederação Sul Americana de Futebol de Salão, cresce o interesse
pelo esporte, que neste momento, já dispunha de regras estabelecidas e de confederações
organizadas em diversos países do mundo, como: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai,
Portugal, Espanha e etc.
No dia 25 de julho de 1971, em São Paulo, nasce a Federação Internacional de Futebol
de Salão, a chamada FIFUSA, em uma iniciativa tomada pela CBD (Confederação Brasileira
de Desportos) e CSAFS (Confederação Sul Americana de Futebol de Salão). Na reunião de
criação da FIFUSA, estiveram presentes autoridades esportivas do Brasil, da Argentina, da
Bolívia, do Paraguai, do Peru, de Portugal e do Uruguai. O primeiro Presidente do conselho
executivo da entidade foi João Havelange, que a comandou de 1971 a 1975, porém, devido a
seus compromissos administrativos com o futebol da CBD e da FIFA, quem realmente dirigiu
a FIFUSA neste período foi o secretário geral da entidade Luiz Gonzaga de Oliveira
Fernandes10.
Em 1980, a FIFUSA elege o seu terceiro Presidente Januário D`Alécio, este que,
sucedera ao então Presidente Waldir Nogueira Cardoso. D`Alécio inicia sua gestão disposto a
modernizar a administração do futebol de salão da época. No mesmo ano que assumiu a
Presidência da FIFUSA, realizou o I Pan-americano de Futebol de Salão, no México, que
contou com a participação de países como Argentina, Bolívia, Brasil, Estados Unidos,
México, Paraguai e Uruguai. O primeiro Pan-americano foi ganho pela Seleção do Brasil.
Após muita luta, Januário D`Alécio consegue realizar seu maior sonho frente a
Confederação Internacional de Futebol. No ano de 1982, ele organiza o I Campeonato
Mundial de Futebol de Salão, evento que foi realizado no ginásio do Ibirapuera na cidade de
São Paulo, mais uma vez, o Brasil sagra-se Campeão. Neste evento, também participaram: as
8Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/origem.asp>. Acesso em: 29 nov. 2007. 9Pesquisado em: <http://www.fudefs.com/Futsal.htm>. Acesso em: 29 nov. 2007. 10Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/origem.asp>. Acesso em: 04 dez. 2007.
62
Seleções da Argentina, da Colômbia, da Costa Rica, da Itália, do Japão, da Holanda, do
México, do Paraguai, da Tchecoslováquia e do Uruguai11.
4.4 Enfim a FIFA entra no jogo
A Federação Internacional de Futebol (FIFA), prevendo que o futebol de salão, após a
realização de seu primeiro Mundial, iria se tornar um esporte de sucesso, começou a realizar
uma forte pressão sobre a FIFUSA para encampar a administração do esporte.
Em um período de batalhas jurídicas entre as duas Federações, a FIFA chegou a noticiar
nos jornais da época, que estaria desenvolvendo novas regras para o futebol de cinco. As
restrições por parte da FIFA a FISUSA, não paravam e, em 1985, a FIFUSA foi obrigada
judicialmente a adotar o nome ‘futsal’ para o esporte, pois, a entidade máxima do futebol
mundial (FIFA), proibiu o uso da palavra futebol12.
Após a realização de mais dois Mundiais organizados pela FIFUSA, um deles no ano de
1985, na Espanha, vencido novamente pelo Brasil, e outro em 1988, na Austrália, vencido
pelo Paraguai, a FIFA decide de vez que iria tomar as rédeas do esporte. Em uma reunião no
ano de 1988, com o então Presidente da CBFS, Álvaro Melo Filho, frente às dificuldades
financeiras enfrentadas pela FIFUSA e também, projetando um futuro melhor para o esporte,
iniciaram-se as discussões para que o esporte passasse a ser administrado pela FIFA13.
Dois anos mais tarde de iniciadas as negociações com a FIFA, mais precisamente no dia
02 de maio de 1990, o Brasil se desligou oficialmente da FIFUSA. Esse rompimento foi feito
por intermédio de uma carta enviada pelo presidente da CBFS, Aécio de Borda Vasconcelos à
FIFUSA. Desde então, as regras passaram a ser administradas pela FIFA, e as 26 Federações
filiadas a CBFS, passaram a estar subjugadas à entidade máxima do futebol.
Desde que a FIFA passou a tomar conta da gestão esportiva do futebol de salão “já
foram realizados quatro certames mundiais. O Brasil ganhou os três primeiros, e a Espanha
o último. Holanda, Hong Kong, Espanha e Guatemala foram sedes desses campeonatos”
(DUARTE, 2005, p.171).
11Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/origem.asp.>. Acesso em: 07 dez. 2007. 12Pesquisado em: <http://www.amfutsal.com.py/historiafutsal.html>. Acesso em: 07 nov. 2007. 13Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/novo/origem.asp.> Acesso em: 07 nov. 2007.
63
4.5 O esporte mais praticado do Brasil
Quem pensa que o futebol de campo é o esporte mais praticado do país, se engana
redondamente, atualmente o esporte brasileiro com o maior número de adeptos é o futebol de
salão. Os números não são exatos, porém, acredita-se que aproximadamente 12 milhões de
pessoas pratiquem o esporte por todo o Brasil.
Esse número pode ser explicado de uma forma bem razoável. Antigamente existiam
muitos campos de várzea pelo país, porém, com o crescimento natural das cidades foram
substituídos por construções. Com isso, as quadras de esporte se tornaram o lugar preferido
dos praticantes do futebol. Outro ponto importante a ser ressaltado, é que as quadras estão,
quase que em sua maioria, dentro das escolas. Isso é um facilitador para o desenvolvimento
do esporte no país, pois os praticantes têm contato com a modalidade esportiva desde
pequenos. Por fim, um terceiro motivo para o grande número de praticantes do esporte, pode
estar ligado à quantidade de jogadores para que uma partida ocorra. No futsal uma partida é
jogada com dez pessoas, ou seja, cinco em cada equipe, já no futebol de campo, são
necessários vinte e dois jogadores.
Segundo dados obtidos no site Futsal Brasil14, os 12 milhões de praticantes do futsal em
território nacional, estariam assim divididos: - 79% pertencem à classe social A/B e 21% as
demais classes sociais; - A faixa etária de 12 a 29 anos representa 58% do número total de
praticantes, enquanto a de 30 a 39 anos representa apenas 21%; - 42% dos praticantes têm
Nível Superior incompleto e 21% Nível Superior comple to; - Os principais itens de posse
destes praticantes são celular com 74%, computador com 50% e acesso à internet com 25%.
Ainda de acordo com o site o Futsal Brasil, o esporte que mais cresce no mundo é o futsal.
Wilton Carlos de Santana, Doutorando em Educação Física pela Unicamp, em artigo
postado no site ‘Pedagogia do Futsal’15, nos apresenta mais alguns dados em relação ao
esporte. Segundo ele
[...] o Brasil possui 5000 equipes de futsal, mais de 180 mil atletas federados, 27 federações, 1672 clubes, mais de 350 atletas no exterior; no mundo, mais de 70 países praticam o futsal; depois do Brasil, os países com maior número de participantes são: Espanha (1 milhão), República Checa (300 mil), Itália (210 mil) e Austrália (120 mil).
14Pesquisado em: <http://www.futsalbrasil.com.br/anuncios/anuncios.php#anuncio_5>.Acesso em: 25 set. 2008. 15Pesquisado em: < http://www.pedagogiadofutsal.com.br/historia.asp>.Acesso em: 25 set. 2008.
64
Em entrevista dada no dia 03 de outubro de 2008, a jornalista Priscila Bertozzi, do site
Máquina do Esporte16. O Vice-Presidente de operações da CBFS, Hideraldo Martins, fala do
principal objetivo da Confederação, após o Mundial, que é expandir o número de praticantes
do esporte para mais de 40 milhões. Segundo Hideraldo Martins é bom “lembrar que outras
modalidades também trabalham nesse sentido. O futsal não pode dormir em berço esplêndido
e parar no tempo”.
Se a CBFS conseguir expandir o número de adeptos do esporte para mais que 20
milhões nos próximos dois anos, é provável, que mais empresas se interessem em patrocinar o
esporte e, também, aumente o interesse da mídia televisiva aberta em transmitir o evento
‘Liga Futsal’.
4.6 A dinâmica do jogo
Talvez a característica mais marcante do futsal esteja na ‘dinâmica de jogo’. O que aqui
chamamos de ‘dinâmica de jogo’, pode ser entendido por: regras direcionadas ao esporte
espetáculo; velocidade da bola em jogo; oportunidade do aparecimento de grandes dribles e
jogadas; muitos gols, etc. Todos esses adjetivos fazem do futsal um esporte a ser descoberto e
melhor aproveitado pelas televisões aberta e fechada.
Como foi dito acima, dentre as características mais importantes para a ‘dinâmica de
jogo’ destacam-se as suas regras. Serão apresentadas agora, resumidamente, as dezoito
principais regras para este esporte. Vale ressaltar que muitas delas, foram mudadas com o
passar dos anos para que o esporte ganhasse mais atratividade para público e mídia.
A primeira regra (Regra 1), versa sobre o ‘tamanho da quadra de jogo’. O tamanho
máximo permitido será de 42metros de comprimento por 25metros de largura, já o tamanho
mínimo permitido será de 22metros de comprimento por 15metros de largura. Em partidas
oficiais nacionais, ou seja, sob a chancela da CBFS, por exemplo, as dimensões mínimas
permitidas serão de 30metros de comprimento por 17metros de largura, já em partidas oficiais
internacionais, o tamanho mínimo permito será de 38metros de comprimento por 18 de
largura (DUARTE, 2005, p.178).
A segunda regra importante do futsal, trata da ‘bola do jogo’. Segundo o site ‘Pedagogia
do Futsal17, a “bola será esférica. O invólucro será de couro macio ou de outro material
aprovado. Em sua confecção é vedado o uso de material que possa oferecer perigo ou dano
16Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/entrevistas.asp?id=134>.Acesso em: 25 set. 2008. 17Pesquisado em: <http://www.pedagogiadofutsal.com.br/regra_02.asp>.Acesso em: 13 out. 2008.
65
aos atletas”. Ainda de acordo com o site acima citado, as categorias Adultas, Sub-20 e Sub-
17, deverão utilizar uma bola com circunferência máxima de 64centímetros e mínima de 62;
esta bola deverá pesar entre 400 e 440gramas.
A terceira regra, ou ‘Regra 3’, como é chamada por alguns, explica o ‘número máximo
de substituições’ que podem ocorrer em um jogo de futsal e, também, o número de atletas que
compõem uma partida. Segundo a ‘Regra 3’, os atletas podem ser substituídos, quantas vezes
for necessário, não tendo a partida que ser paralisada para isso. Outro ponto importante, desta
Regra, exalta que a partida só poderá ser iniciada com as equipes compostas por mínimo de 5
atletas. Caso no meio do jogo, uma das equipes fique com menos que três jogadores em
quadra, o jogo deverá ser paralisado (DUARTE, 2005, p.185).
A ‘Regra 4’ explica que os atletas ‘não poderão usar objetos nocivos aos demais’
durante as partidas, ou seja, fica proibido o uso de brincos, pulseiras, anéis, etc. Ela também
estabelece normas relativas ao ‘uso dos uniformes’ de todos os participantes da partida:
atletas, árbitros, cronometristas, etc. A ‘Regra 5’ estabelece que cada partida deverá ter um
‘árbitro principal’ e a ele serão atribuídas diversas funções, destacando que deverá aplicar as
regras do jogo com discernimento e coesão (DUARTE, 2005, p.190-195).
Todas as partidas deverão ter um ‘árbitro auxiliar’, este que, ficará ao lado da quadra, e
sua principal função será ajudar o árbitro principal (Regra 6). A sétima regra do jogo
estabelece as normas de trabalho dos ‘cronometristas’ e dos ‘anotadores’. O primeiro terá
como função principal controlar o tempo de jogo, já o segundo, anotar todas as faltas, gols,
substituições, etc, ocorridas durante uma partida. A ‘Regra 8’ trata do ‘tempo total de uma
partida’. Segundo ela, serão 40 minutos de jogo por 10 minutos de descanso no intervalo.
Cada tempo terá a duração de 20 minutos, sendo parado pelo cronometristas, sempre que a
bola sair de quadra, ou seja, serão 20 minutos de “bola rolando” (DUARTE, 2005, p.196-
202).
A nona regra tem como ponto principal normalizar a ‘saída de jogo’, ou seja, sempre
que as equipes forem decidir quem dará o pontapé inicial e qual será o seu lado de quadra, isto
se dará através de um sorteio. Outro ponto da nona regra diz que, sempre que um gol for
marcado a bola será recolocada no centro de quadra para que se dê uma nova saída. A décima
regra do futsal discute as ‘saídas de bola’, ou seja, ela cria normas para quando a bola sair de
quadra e como esta deve ser recolocada em jogo. Quanto à décima primeira regra, conhecida
como ‘Regra 11’, resumidamente, ela trata da ‘contagem de gols’ de uma partida e de como
são validados esses gols. Explicando da forma mais simples e objetiva, sempre que a bola
66
ultrapassar a linha da baliza o gol deverá ser validado pelo árbitro e anotado pelos anotadores
(DUARTE, 2005, p.203-209).
A ‘Regra 12’ discorre sobre os ‘tipos de faltas’ existentes no futsal. Os três tipos de
faltas são: técnicas, pessoais e disciplinares. As faltas técnicas dizem respeito a todas aquelas
cometidas dentro de quadra e, no calor do jogo. Já as faltas pessoais, são aquelas cometidas
intencionalmente, como tirar a bola das mãos do goleiro, obstruir a cobrança de um lateral,
etc. As faltas discip linares são marcadas sempre que algum atleta ou comissão técnica comete
algum ato hostil de indisciplina. A décima terceira regra é um complemento da ‘Regra 12’,
nela são apresentadas as normas para a cobrança dos ‘tiros livres’, também chamados de
faltas, os quais são divididos em ‘tiros diretos’ e ‘indiretos’. Os ‘tiros diretos’ permitem que a
equipe que sofreu a falta chute diretamente ao gol do adversário, já os ‘tiros indiretos’
obrigam a equipe a tocar a bola antes de chutar em gol. A ‘Regra 14’ organiza a forma de
uma equipe obter um ‘tiro livre direto’ sem barreira pelo número de faltas sofridas. Em
resumo, se uma das equipes, durante um dos tempos de 20 minutos, cometer mais do que
cinco faltas será anotado contra ela o ‘tiro livre direto’, este que, não permite a formação de
barreira por parte da equipe infratora (DUARTE, 2005, p.210-224).
As normas para a aplicação da ‘penalidade máxima’, popularmente chamada de pênalti,
encontram-se na ‘Regra 15’. Segundo ela, sempre que um atleta sofrer uma falta dentro da
‘pequena área’ deverá ser marcado, pelo árbitro da partida, o ‘tiro livre direto’. A bola será
colocada na marca do pênalti, correspondentemente assinalada na quadra de jogo por um
círculo branco. A décima sexta regra trata do ‘arremesso lateral’. De acordo com ela, sempre
que a bola ultrapassar inteiramente uma das linhas laterais, deverá ser cobrado o arremesso
lateral. O detalhe mais importante desta regra, é que obriga as equipes a cobrar o lateral com
os pés, dando, por conseguinte, mais velocidade ao jogo (DUARTE, 2005, p.225-228).
Sempre que a bola ultrapassar inteiramente a linha de fundo, será marcado pelo árbitro o
‘arremesso de meta’, mais conhecido como ‘tiro de meta’. O único atleta autorizado a realizar
o ‘tiro de meta’ é o goleiro, este que, o realizará impreterivelmente com as mãos e em no
máximo, 4 segundos após a saída da bola. Estas são as disposições da ‘Regra 17’. A última
regra do futebol de salão é a ‘Regra 18’, esta que, organiza a cobrança do escanteio, chamada
no futsal de ‘arremesso de canto’. Resumidamente, sempre que a bola for colocada para a
linha de fundo pela equipe defensora, será marcado pelo árbitro, o ‘arremesso de canto’. A
equipe beneficiada com o arremesso deverá cobrá-lo, assim como o ‘arremesso lateral’, com
os pés (DUARTE, 2005, p.229-232).
67
Informações mais detalhadas sobre as regras do jogo, podem ser encontradas no livro
Futebol – Regras e Comentários de Orlando Duarte. Porém, as informações acima citadas,
visam mostrar, resumidamente, ao leitor deste estudo, as principais regras do futsal e como
estas influenciam diretamente para uma melhor ‘dinâmica de jogo’. São as regras bem
formuladas que permitem a este esporte mais velocidade, mais gols, mais dinamicidade e um
maior espetáculo para o torcedor.
4.7 O Mundial de Futsal no Brasil
Este tópico sobre o Mundial de Futsal da Fifa, no Brasil, coincidentemente, foi escrito
com a competição em curso, portanto, são tratados temas relativos ao antes, o durante e o pós-
evento. Esperamos com isso, abordar a temática de uma forma mais ampla, avaliando a real
magnitude do evento frente à divulgação do esporte no país.
O Mundial de Futsal da FIFA será realizado entre os dias 30/09/08 e 19/10/08 nas
cidades do Rio de Janeiro e Brasília. Em relação à forma de disputa do torneio: - Na primeira
fase do Mundial, as vinte Seleções participantes, que representam os cinco Continentes do
Mundo (África, Ásia, América, Europa e Oceania), foram divididas em quatro grupos,
contendo cada um deles cinco equipes. Após se enfrentarem entre seus grupos no sistema de
jogos todos-contra-todos, as duas melhores Seleções de cada grupo passarão à 2ª fase da
disputa; - Na segunda fase, os oito times classificados na fase anterior serão divididos em dois
grupos de quatro, e também, jogarão no sistema de todos-contra-todos. Os dois melhores de
cada grupo passarão à fase semifinal do torneio; - Na fase semifinal, os quatro times que se
classificaram na fase anterior se enfrentarão em sistema de mata-mata e jogo único, ou seja, o
1º de um grupo jogará com o 2º do outro e vice-versa. Assim, sairão as duas Seleções que
farão a final do Mundial; Na fase final, as duas Seleções restantes, também jogarão em
sistema de mata-mata e jogo único. Após esse jogo serão conhecidos o Campeão e o Vice-
Campeão do Mundial.
Quanto à formação dos grupos, na primeira fase, e em relação aos vinte países presentes
no Mundial, temos: Grupo A – Brasil, Rússia, Japão, Cuba, Ilhas Salomão; Grupo B – Itália,
Portugal, Tailândia, Paraguai, Estados Unidos; Grupo C – Argentina, Ucrânia, China,
Guatemala, Egito; Grupo D – Espanha, República Checa, Irã, Uruguai, Líbia.
A FIFA aprovou a escolha, feita pela CBFS, das duas cidades sedes do Mundial. Porém,
diversos fatores foram levados em conta como: - a infra-estrutura das cidades escolhidas, a
68
rede hoteleira das mesmas, a condição de seus ginásios, os meios de transporte, etc. As
cidades escolhidas foram: - Rio de Janeiro e Brasília.
Em relação aos dois ginásios, a FIFA pediu reformas estruturais em ambos. A CBFS,
juntamente com os órgãos governamentais, coordenou a reforma dos ginásios adequando-os
aos padrões e normas FIFA. Abaixo temos as fotos do ginásio Nilson Nelson, de Brasília, e
do ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro:
18FIGURA 9 – Foto do ginásio Nilson Nelson da cidade de Brasília.
19FIGURA 10 – Foto do ginásio do Maracanãzinho na cidade do Rio de Janeiro.
18Pesquisado em: <http://pt.fifa.com/futsalworldcup/photo/photolist.html#897081>. Acesso em: 25 set. 2008. 19Pesquisado em: <http://globoesporte.globo.com/ESP/Home/foto/0,,11061139-EX,00.jpg>. Acesso em: 25 set. 2008.
69
Todo grande evento esportivo internacional pede a criação de uma mascote, que na
maioria dos casos, tem toda uma simbologia com o país organizador do evento. Para o
Mundial de Futsal da Fifa, no Brasil, foi escolhida a Arara Canindé, pois é um pássaro nativo
de nosso país. O nome escolhido para a mascote foi ‘Parangolé’, e foi dado pela aluna Rute
de Sousa Santos, vencedora do concurso realizado entre escolas estaduais de Brasília para a
escolha do nome da mascote. Segundo o site do Jornal Estadão20, em matéria publicada em 25
de setembro de 2008, pelo jornalista Daniel Britto, “para infelicidade do comitê organizador,
a definição do nome no dicionário Houaiss mostra que a escolha foi um tremendo gol contra.
Parangolé está lá descrito como ‘Comportamento desonesto para ludibriar alguém’”.
Mesmo com toda a polêmica negativa gerada pela escolha do nome da mascote, a imagem
institucional do evento, representada na figura da Arara Canindé, parece não ter sofrido danos
maiores. Isso se deu, provavelmente, devido ao fato de que a Arara é um animal simpático aos
olhos do povo brasileiro e, enraizada positivamente em nossa cultura.
Abaixo seguem as fotos da Mascote‘Parangolé’ e, também, da ‘marca’ do evento com a
Arara estilizada:
21FIGURA 11 – Foto da mascote a Arara ‘Parangolé’.
22FIGURA 12 – Foto da marca oficial do Mundial da FIFA no Brasil.
20Pesquisado em: <http://www.estadao.com.br/esportes/futebol/not_esp247986,0.shtm>. Acesso em: 02 out. 2008. 21Pesquisado em: <http://www.estadao.com.br/esportes/futebol/not_esp247986,0.shtm>. Acesso em: 02 out. 2008. 22Pesquisado em: <http://pt.fifa.com/futsalworldcup/index.html>. Acesso em: 02 out. 2008.
70
A CBFS, contando sempre com o apoio da FIFA, realizou algumas ações de
comunicação e marketing visando aumentar a visibilidade do Mundial, no país. Segundo
matéria publicada em 11/07/08, pelo site ‘Portal AZ’23, uma das estratégias adotadas pela
Confederação para divulgar o evento foi a realização de um coquetel de lançamento do
projeto ‘FIFA Futsal Word Cup 2008 – Promotional Tour’. O assessor de imprensa da Liga
Futsal, Roberto Toledo24, fala da importância deste evento para a divulgação da Liga Futsal
[...] o Comitê organizador do Mundial no Brasil, montado pela Fifa, faz um trabalho de divulgação do esporte em todo o país, que se chama ‘Promotional Tour’. Em todas as capitais existem palestras sobre o futsal, onde é abordado o esporte, e dá um destaque para os campeonatos, incluindo a Liga Futsal.
Este projeto, excursionou as principais capitais do país durante os meses que
antecederam o Mundial, tendo como principal objetivo, apresentar o evento e ampliar a
integração do povo brasileiro com o esporte. Sempre que o ‘Promotional Tour’ desembarcava
em uma nova capital era montado um stand do evento em um ponto central da cidade. Neste
stand eram realizadas brincadeiras, distribuição de brindes, clínicas esportivas, sorteios de
pacotes de viagem para assistir a Final do Mundial entre outras atividades de entretenimento
com o torcedor local. Ainda segundo o site ‘Portal AZ’25, em matéria publicada no dia 09 de
julho de 2008, quanto a estrutura montada para o evento
[...] A magnitude do Promotional Tour pode ser demonstrada pelos números do projeto. Serão distribuídos mais de 200 mil brindes (gibis, revistas, camisetas, canetas, flyers, squeezes e folders); dois caminhões transportam a estrutura do Promotional Tour e o material promocional; e 30 profissionais, divididos em duas equipes, estão envolvidos diretamente na realização da caravana, que conta também com a parceria com veículos de comunicação para divulgação.
Outro diferencial na organização do Mundial da Fifa foi a venda de ingressos via
internet, porém, não como conhecemos atualmente, mas sim, com o sistema de vendas
‘Passfirst’. Com este sistema o torcedor compra seu ingresso via internet através de seu cartão
de crédito, chegando ao ginásio, ele insere seu cartão de crédito na catraca e imprime na hora
23Pesquisado em: <http://www.portalaz.com.br/noticia/esporte _loca l / 112521 _ turne _ divulga _ no _ piaui _ copa _do_ mundo_de_futsal.html>. Acesso em: 03 out. 2008. 24Entrevista realizada via e-mail em 06 de setembro de 2008. 25Pesquisado em: <http://www.portalaz.com.br/noticia/esporte _loca l / 112521 _ turne _ divulga _ no _ piaui _ copa _do_ mundo_de_futsal.html>. Acesso em: 03 out. 2008.
71
seu ingresso. Este sistema de vendas só pôde ser realizado a partir do dia 17 de setembro, ou
seja, um mês antes do Mundial começar26.
A figura abaixo mostra os preços dos ingressos cobrados pela FIFA, juntamente com a
CBFS, para o Mundial de Futsal. Vale destacar, que os preços foram diferenciados de acordo
com os setores dos ginásios e pelas fases de disputa do torneio:
27FIGURA 13 – Tabela de preços dos ingressos para o Mundial de Futsal no Brasil.
Para ampliar, ainda mais, a divulgação do evento no país, outras estratégias de
comunicação foram utilizadas, não só pela CBFS, mas também, pelos órgãos governamentais.
A ‘Agência3’ (Agência de publicidade), em parceria com o Governo do Estado do Rio de
Janeiro, realizou uma Campanha Publicitária visando informar o público carioca do
acontecimento do Mundial. A propaganda associou a imagem da Seleção Brasileira de Futsal
com as imagens do Corcovado e do Maracanãzinho e assinou o anúncio com a frase: - “Os
jogadores de futsal também vão tirar a camisa na hora do gol. Mas é pensando na praia
depois”. Os criadores do anúncio foram os publicitários Mavi Soares, Otávio Mello, Álvaro
Rodrigues e Luis Cláudio Salvestroni28. Segue abaixo a imagem da peça publicitária da
Campanha realizada pela ‘Agência3’:
29FIGURA 14 – Imagem da peça publicitária feita para divulgar o Mundial no Rio de Janeiro.
26Pesquisado em: <http://pt.fifa.com/futsalworldcup/organisation/ticketing/index.html>. Acesso em: 03 out. 2008. 27Pesquisado em: <http://pt.fifa.com/futsalworldcup/organisation/ticketing/index.html>. Acesso em: 04 out. 2008. 28Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=10612 >. Acesso em: 04 out. 2008. 29Pesquisado em: <http://www.meioemensagem.com.br/novomm/br/ultimas/arquivo.jsp?ultima=1&i=08-09-2008&f=14-09-2008>. Acesso em: 05 out. 2008.
72
O Governo do Estado do Rio de Janeiro não foi o único a investir dinheiro público no
Mundial de Futsal da FIFA. O Governo Federal, através do Ministério do Esporte,
disponibilizou cerca de R$ 25 milhões de reais para apoiar a realização do evento no país.
Esse valor visa principalmente ajudar as Seleções participantes com hospedagem, locomoção
e alimentação. Outra estratégia desenvolvida pelo Governo Federal para apoiar o Mundial foi
à criação do projeto ‘Lotação Esgotada’. Esse projeto pretende levar aos jogos do Mundial 80
mil alunos das redes públicas e privadas de Brasília e 60 mil do Rio de Janeiro. A cada jogo
do Mundial, serão aproximadamente seis mil alunos presentes nas arquibancadas, que irão
receber brindes, camisas, lanches, etc30. Este investimento realizado pelo Governo Federal
visa manter uma boa imagem frente aos avaliadores olímpicos presentes no evento e mostrar
que o Brasil pode sediar os Jogos Olímpicos de 2016.
O investimento feito pelos órgãos públicos e pela CBFS para lotar os ginásios do
Mundial parece não ter sido suficiente. No jogo de estréia do Brasil contra o Japão (30/09), o
público presente no ginásio Nilson Nelson, de Brasília, foi bem abaixo do esperado. Muito
provavelmente, essa falta de público, se deva ao horário da partida, 10h30 da manhã de uma
terça-feira.
O Ministro do Esporte, Orlando Silva, em matéria postada em 30/09/2008, pelo site do
Jornal ‘O Globo’31, argumentou ao jornalista Demétrio Weber, que a escolha do horário
[...] foi para atender à transmissão da partida pela televisão, a qual, segundo ele, tem um público estimado de 500 milhões de pessoas em todo o planeta. Silva lembrou que a Fórmula 1 realizou neste fim de semana uma prova em Cingapura à noite, justamente para atender o fuso horário europeu. O ministro disse que é bom para o Brasil sediar o evento da "magnitude" da Copa Mundial de Futsal.
Ainda segundo a matéria acima citada, o Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, relatou
que muitos dos eventos Mundiais nos quais ele esteve presente, não tinham tanta presença de
público como os que estavam no ginásio Nilson Nelson. Fato interessante e contraditório
encontrava-se na matéria que foi postada no site da própria CBFS no dia anterior à estréia do
Brasil contra o Japão. Segundo a matéria32, “o ginásio tem capacidade para 11.600 lugares e
até as 13 horas desta segunda-feira (29/9), foram vendidos cerca de 90% das entradas”. Tal
colocação, feita pela organização do evento, não foi verdadeira, pois todos que assistiram a
30Pesquisado em: <www.sp ortmarketing.com.br>. Acesso em: 08 out. 2008. 31Pesquisado em: <http://oglobo.globo.com/esportes/mat/2008/09/30/presidente _da _ cbf_ ministro _ do _ esporte _ minimizam _ falta _ de_ publico _ em _ estreia _ do _ brasil _ no _ futsal-548476833.asp>. Acesso em: 08 out. 2008. 32Pesquisado em: <http://www.cbfs.com.br/new/noticia.asp?cod=10619>. Acesso em: 08 out. 2008.
73
partida pela televisão, puderam perceber claramente, que o ginásio Nilson Nelson não estava
nem com 70% de sua capacidade ocupada. Infelizmente, no Brasil, os organizadores de
grandes eventos esportivos ainda preferem dar informações desencontradas, ao invés de
assumirem possíveis falhas no planejamento.
A Liga Futsal tende a crescer muito após a realização Mundial de Futsal do Brasil.
Porém, para que isso ocorra, deverá existir uma maior e melhor conscientização por parte de
todos os envolvidos em seu planejamento, sejam estes, CBFS, clubes, atletas, patrocinadores,
órgãos públicos, mídia etc. O jogador ‘Falcão’33, atleta da Seleção Brasileira e, também, da
Malwee Futsal, ressalta a importância da continuidade do trabalho de divulgação da Liga
Futsal, pós Mundial. Segundo ele, “num ano especial de Mundial da Fifa se o Brasil ganhar,
vai ser uma grande repercussão, e isso, tem que ser estendido, se manter, não pode acabar no
Mundial”. Já para Adeodato Rosa da Silva Júnior34, coordenador de futsal do SPFC Praia
Clube, de Uberlândia, o título do Mundial se faz necessário “para que maiores investimentos
sejam feitos no esporte”. Kleber Rangel35, gerente de futebol da Malwee Futsal, utiliza o
termo “novo oxigênio” para mostrar que o Mundial no Brasil pode revitalizar a Liga e o
esporte no país. Segundo ele, o grande desafio do Brasil é “primeiramente ser campeão
mundial, e com certeza assim, o esporte ganhará novo oxigênio”. Elton Jose Dalla Vecchia36,
preparador físico e supervisor do C.E.R. Atlântico, destaca, assim como Kleber Rangel, a
possibilidade de crescimento do esporte pós Mundial. Segundo ele o futsal é “uma
modalidade que está em ascensão, e tende a crescer muito mais após a realização do mundial
no Brasil este ano”.
O Vice-Presidente de Operações da CBFS, Hideraldo Martins, em entrevista dada ao
site Máquina do Esporte37, no dia 03/10/08, fala o que precisa ser feito para que o trabalho da
entidade continue em destaque após o término do Mundial. Segundo ele
[...] O que precisa existir é a competência da CBFS para a manutenção desse trabalho daqui por diante. Precisamos profissionalizar nossa entidade para que esse momento não seja perdido. É preciso também dar uma atenção maior à Liga Futsal, profissionalizar a competição, porque é ela que vai dar prosseguimento às ações de mercado do Mundial.
33Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008. 34Entrevista realizada via e-mail em 22 de agosto de 2008. 35Entrevista realizada via e-mail em 02 de julho de 2008. 36Entrevista realizada via e-mail em 17 de junho de 2008. 37Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/entrevistas.asp?id=134>. Acesso em: 08 out. 2008.
74
O coordenador de marketing do Petrópolis Esporte Clube, Flávio Berredo38, segue a
linha adotada por alguns profissionais do esporte de que o Mundial de Futsal no Brasil pode
alavancar a Liga em termos de uma maior visibilidade, porém para ele, “é preciso ter um
plano pronto para valorização da modalidade, a começar agora com reflexos já em 2009”.
Cláudia Mendes39, assessora de imprensa do Petrópolis, melhor descreve o termo ‘plano’,
adotado por Flávio Berredo. Para ela deve ser realizado, assim que o Mundial terminar, um
plano de marketing que contemple diversas falhas na organização da Liga Futsal, como o
calendário de jogos, por exemplo. Segundo Claudia Mendes o Mundial é
[...] um momento especial para o futsal. Mas as ações de aumento da divulgação do esporte devem partir das entidades. Cremos que, com o Brasil campeão e um plano detalhado de marketing e divulgação, modificando-se a estrutura do calendário atual e os vícios existentes, poderá render algo inesperado para o esporte.
Para o gerente de negócios e de marketing, do Minas Tênis Clube, Marcelo Vido40,
diversos pontos devem ser levados em consideração para um melhor aproveitamento das
oportunidades geradas pelo Mundial de Futsal no Brasil. Segundo ele o
[...] Mundial é importante em vários aspectos. A divulgação é um deles. Qual seria o maior interesse na divulgação? Aumentar os simpatizantes pela modalidade, atrair novos investidores, novos praticantes, mostrar aos veículos de comunicação que o futsal é um bom negócio?
Outro ponto interessante a ser destacado trata da relação dos clubes que têm jogadores
envolvidos diretamente no Mundial, e como estes podem aproveitar para divulgar suas
‘marcas’ durante o evento. O assessor de imprensa da Malwee Futsal, Denis Borges41, diz que
[...] A Copa do Mundo é muito importante – agora, mais do que nunca – porque o Brasil perdeu as duas últimas edições. A Copa do Mundo vindo para Brasil é uma chance grande da nossa equipe aparecer também, devido ao fato de termos quatro jogadores na seleção - o Thiago goleiro, o Ari, o Lenísio e o Falcão – quatro de catorze, é um número muito expressivo. Assim que acabarem os Jogos Olímpicos, entra em destaque o Mundial de Futsal, e dependendo dos resultados do Brasil nos Jogos Olímpicos, essa evidência do futsal poderá ser ainda maior.
38Entrevista realizada via e-mail em 26 de junho de 2008. 39Entrevista realizada via e-mail em 4 de julho de 2008. 40Entrevista realizada via e-mail em 11 de agosto de 2008. 41Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008.
75
Qualquer Clube que tenha quatro jogadores em uma Seleção Nacional, como é o caso
da Malwee Futsal, sempre terá boa visibilidade e será, por conseguinte, mais lembrado que os
demais. Porém, no caso da Malwee Futsal, existe um grande problema: ela é chamada pela
“grande mídia” de Jaraguá. Foi assim em todos os jogos da primeira fase do Mundial. A
Rede Globo de Televisão, durante sua transmissão, sempre que se referia aos atletas da
Malwee Futsal, utilizava o termo Jaraguá.
Em resumo, a mídia como um todo e, em especial, a televisão, constantemente faz
matérias “sensacionalistas”, sobre a necessidade de mais empresas investirem em atletas,
clubes, etc, e quando estas investem, suas ‘marcas’ são expurgadas das transmissões, seus
nomes não são falados corretamente, e assim por diante. Isso é feito, porque a mídia em geral,
diz que não recebe das empresas para falar seu nome e/ou ‘marca’ durante as transmissões,
porém, estas se esquecem, que já recebem com a audiência que lhes é possibilitada, e mais,
alguém está investindo para que atletas de renome estejam presentes nos espetáculos.
Como foi dito inicialmente, este capítulo foi escrito com o Mundial da FIFA em curso.
Portanto, tudo aquilo que foi dito pelos profissionais, todas as esperanças de uma conquista da
Seleção do Brasil para uma maior exposição do esporte na mídia, poderão agora, ser postas
em prática, pois, o Brasil sagrou-se Campeão em 19 de outubro de 2008.
Esperamos que toda a divulgação gerada pelo Mundial de Futsal no Brasil, e também
pela conquista de nossa Seleção, se traduza em mais recursos para o esporte. Espera-se que,
mais empresas se interessem pela modalidade, mais profissionais de comunicação e marketing
entrem neste mercado e que novas idéias sejam postas em prática. Com isso, o futsal ganhará
em organização, projeção, planejamento e será, por conseguinte, mais lucrativo.
4.8 O investimento empresarial no esporte
Diversas empresas têm investido no futebol de salão como forma de divulgar seus
produtos, seus serviços e principalmente, sua imagem institucional. Aparentemente, o retorno
sobre o investimento tem sido muito interessante, pois algumas delas estão patrocinando o
esporte há muitos anos, como é o caso da ‘DalPonte’.
Tiago Amaral42, gerente de marketing da ‘DalPonte & Cia Ltda’, fala das principais
ações da empresa voltadas para o esporte. Tiago diz que
42Entrevista realizada via e-mail em 9 de julho de 2008.
76
Atualmente patrocinamos três clubes da liga futsal, onde possuímos placas de publicidade nas quadras e fechamos contrato com a Liga em 2008, para colocação do centro de quadra em todos os ginásios da Liga. Patrocinamos também atletas do Brasil e exterior que utilizam os nossos calçados. Essas são algumas das formas que temos para comunicar a marca, e apresentar nossos produtos de performance.
A aposta da ‘DalPonte’ em investir no futebol de salão como meio de divulgação
institucional da empresa, parece ter surtido efeito. Ainda de acordo com Tiago Amaral,
“segundo pesquisa de mercado, a ‘DalPonte’ é vista como a marca número 1 do futsal.
Como patrocinamos por 7 anos a Seleção Brasileira e sempre fizemos ações com os clubes,
nos deu a possibilidade de ter essa imagem no mercado”.
Alguns dos objetivos da empresa foram alcançados com a ação de patrocínio, porém,
foram anos investindo no esporte e a ‘Dalponte’, como diz Tiago Amaral, “nunca deixará de
apoiar o futsal, pois está no DNA da empresa. A empresa cresceu com o futsal e tem um
grande know-how”.
Outra empresa que está presente no futsal como patrocinadora, há mais de oito anos, é a
Malharia Malwee, de Jaraguá do Sul. Talvez, a empresa represente o maior exemplo de
sucesso de ação de patrocínio, para este esporte (Futsal), no país. Inicialmente, a empresa
pretendia apoiar o esporte da cidade de Jaraguá do Sul, com uma conotação mais voltada para
o lado sócio-educativo, visando principalmente, desenvolver o esporte com a comunidade
local. Porém, com o tempo, a ação de patrocínio foi sendo ampliada, e o esporte de alto-
rendimento passou a ser o foco principal das ações de patrocínio da empresa.
Segundo o assistente administrativo da ‘Malwee’, Dalton Dirceu Hanemann43, as ações
de patrocínio da empresa no futsal estão
[...] ocasionando melhorias na imagem institucional e difundindo a marca em todo o Brasil. Tanto que hoje, para muitos não há mais distinção entre a equipe de Jaraguá e a patrocinadora Malwee Malhas, tudo se resume ‘Equipe Malwee Futsal’. Obviamente, esta interação entre a equipe e patrocinador não foi conquistada ‘da noite para o dia’. Estamos caminhando no oitavo ano do patrocínio [...].
O investimento que é feito pelas empresas no esporte, não está direcionado apenas aos
clubes, mas sim, à própria CBFS que tem seus contratos de patrocínio. Recentemente, a
Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), começou o processo de renegociação de seu
contrato de patrocínio com os ‘Correios’. Segundo informações encontradas no site Máquina
43Entrevista realizada via e-mail em 03 de outubro de 2008.
77
do Esporte44, o contrato, que deverá ser assinado em breve, terá duração de um ano, e o valor
investido pela empresa na CBFS será de aproximadamente dos R$ 8 milhões. Além dos
‘Correios’, a Confederação ainda conta com o patrocínio do Banco do Brasil e a ‘Topper’.
Aproveitando as oportunidades de mídia, geradas pelo Mundial de Futsal no Brasil,
diversas empresas resolveram fazer ações de comunicação para divulgar suas marcas e/ou
produtos e serviços. Uma das patrocinadoras oficiais do Mundial da FIFA, a Adidas, realizou
ações de ‘merchandising’ em pontos estratégicos das duas cidades-sede, Rio de Janeiro e
Brasília. Como forma de divulgar a bola oficial do Mundial, a empresa resolveu criar bolas
infláveis gigantes, e colocá- las em vários pontos das cidades, como o Aterro do Flamengo, no
Rio de Janeiro e em frente ao ginásio Nilson Nelson, em Brasília – pesquisado no site
Máquina do Esporte45.
A empresa ‘Topper’ visando reafirmar sua parceria com o futsal, e em especial, com a
Seleção de Futsal do Brasil, aproveitou o Mundial da Fifa para desenvolver uma campanha
publicitária de televisão, a ser estrelada pelo cineasta “Zé do Caixão” e com o slogan de
“Futsal do Brasil é Topper. Futsal Sobrenatural”. Já a Nike, que também tem pretensões de
entrar no esporte como fornecedora de materiais esportivos foi na contramão das outras
empresas, ela criou um evento denominado “batalha das quadras”, voltado para o público
amador. A idéia da empresa é divulgar o ‘Super Skill’, um novo tênis para a prática do Futsal,
entre os jovens de 16 a 21 anos que pratiquem o futebol de salão – pesquisado no site
Máquina do Esporte46.
A entrada de grandes empresas no futsal como Nike, Adidas, ‘Topper’, ‘DalPonte’ entre
outras, parece demonstrar que o esporte está pronto para ser desenvolvido de uma forma mais
profissional por seus dirigentes, basta saber se o farão da maneira correta.
44Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=10762>. Acesso em: 20 out. 2008. 45Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=10820>. Acesso em: 20 out. 2008. 46Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=10855>. Acesso em: 20 out. 2008.
78
5. A LIGA FUTSAL
O Campeonato Brasileiro de Clubes de Futebol de Salão, conhecido como ‘Liga Futsal’,
é o produto guarda-chuva da CBFS para este esporte. A Liga foi criada no ano de 1996, e
tinha como principal objetivo desenvolver o esporte em nível nacional entre os principais
clubes brasileiros. Naquela época, os clubes que tinham futebol de salão em suas
agremiações, o tinham de uma forma amadora e pouco expressiva. Percebendo tal lacuna, a
Confederação Brasileira de Futebol de Salão, propôs uma competição com um calendário
melhor organizado e com uma administração centralizada e profissional. Com isso, a
modalidade até então pouco divulgada no país, começou a ganhar espaço na mídia e, também,
no coração do torcedor. Segundo dados obtidos no site Futsal Brasil1, a organização da Liga
Futsal brasileira foi inspirada no modelo do basquete norte-americano, ainda de acordo com o
site, a liga norte-americana (NBA) é um modelo de sucesso no mundo todo por sua
organização, estrutura, qualidade dos atletas participantes e boa gestão administrativa.
A idéia inicial da CBFS era fazer com que o futsal fosse um esporte voltado para o
espetáculo, isso vem sendo alcançado através do apoio da entidade e de empresas privadas,
porém, ainda há muito a se fazer para que a liga Futsal seja um dia ao menos parecida com a
Liga NBA.
A Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) iniciou as atividades da Liga
Futsal em dia 27 de abril de 1996, contou com o apoio inicial de empresas de material
esportivo, patrocinadores, clubes e a mídia televisiva. Dentre os principais jogadores que
abrilhantaram e ajudaram a Liga Futsal a se desenvolver e manter sempre a idéia inicial de
esporte espetáculo, apregoada pela CBFS, destacam-se: Manoel Tobias (Ex. melhor jogador
do mundo), Schumacher, Fininho e atualmente Falcão (Melhor jogador do mundo da
atualidade e jogador da Malwee Futsal, da cidade de Jaraguá do Sul-SC). A Liga Futsal é
considerada por profissionais que atuam na modalidade como a competição de melhor
organização da América do Sul2.
1Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 09 jul. 2008. 2Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php>. Acesso em: 09 jul.2008.
79
No presente ano de 2008, a Liga Futsal conta com a participação de vinte equipes que
representam sete Estados do país. Dentre os Estados participantes estão: Espírito Santo, Minas
Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. Os clubes
participantes da Liga são franqueados da CBFS, ou seja, pagam um determinado valor à
CBFS para serem franqueados da Liga Futsal. Na competição, portanto, não há rebaixamento
e nem acesso, pois o número máximo de clubes permitido pela Confederação é de vinte
agremiações. As vinte equipes participantes do torneio atualmente são: Carlos Barbosa - RS,
Cortiana UCS/ AFF - RS, Sport Club Ulbra - RS, CER Atlântico - RS, Horizontina Futsal -
RS, Intelli - SP, RCG Banespa - SP, São Caetano Futsal - SP, Cabo Frio/Macaé/ Cimed - RJ,
Teresópolis/ DalPonte - RJ, Clube de Regatas Vasco/ USS/ Vassouras - RJ, Poker/ Petrópolis/
Ikinha - RJ, Unisul/ Seguridade/ Penalty - SC, Colegial/ Umbro - SC, Joinville/ Krona/
DalPonte - SC, Malwee Futsal - SC, Álvares/ Vitória/ ES - ES, SPFC/ PraiaClubeUberlândia -
MG, V&M Minas – MG, Naga /Zaeli/ Penalty/ Umu – PR3.
5.1 O que é a Liga Futsal
A Liga Futsal, como já foi citado no capítulo acima, é um torneio de futebol de salão
que existe desde o ano de 1996. Ela é composta por vinte clubes que compraram uma franquia
junto à Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS). Todas as vinte cotas de franquia
criadas pela Confederação, já foram comercializadas, ou seja, não há espaço para que novas
equipes participem do torneio. A única forma de fazer parte da Liga Futsal é se associar aos
clubes e/ou empresas que já compraram as franquias. Os franqueados que participam da Liga
2008 são: Carlos Barbosa-RS - Associação Carlos Barbosa de Futsal; Malwee Futsal-SC -
Associação Desportiva Jaraguá; Álvares/ Vitória/ ES-ES - Cortiana; CER Atlântico-RS -
Clube Esportivo Recreativo Atlântico; Vasco/ USS/ Vassouras - RJ - Clube de Regatas Vasco
da Gama; Joinville/ Krona/ Dalponte-SC e Teresópolis/ DalPonte-RJ – DalPonte; RCG/
Banespa-SP - Esporte Clube Banespa; Horizontina Futsal-RS - Horizontina Futsal; Cabo Frio/
Macaé/ Cimed-RJ - Macaé Sports-RJ; V&M/ Minas-MG - Minas Tênis Clube; Unisul/
Penalty-SC e Naga/ Zaeli/ Penalty/ Umu-PR – Penalty; Poker/ Petrópolis/ Ikinha-RJ - Poker;
São Caetano-SP - São Caetano Futsal; SPFC/ PraiaClubeUberlândia-SP - São Paulo Futebol
Clube; Ulbra-RS - Sport Club Ulbra; Intelli-SP - ADC Intelli; Colegial/ Umbro-SC - Umbro;
Cortiana/ UCS/ AFF-RS - Universidade Caxias do Sul.
3Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php>. Acesso em: 09 jul.2008.
80
A CBFS é responsável por toda a organização da Liga Futsal, tendo como principais
funções realizar as tabelas dos jogos com seus respectivos dias e horários e administrar todas
as ações de marketing e logística, porém, as decisões são aprovadas em assembléia-geral com
a participação de todos os franqueados4.
Quanto ao regulamento do torneio, a CBFS, assim o estabeleceu: na primeira fase da
competição, os 20 clubes participantes se enfrentam em turno e returno; as 12 equipes
melhores classificadas passam à segunda fase; na segunda etapa do torneio, as 12 equipes são
divididas em dois grupos de 6 e jogam em turno e returno dentro de seus respectivos grupos;
as quatro melhores de cada grupo acessam a próxima fase; as 8 melhores equipes da fase
anterior se enfrentam no sistema eliminatório de dois jogos, ou seja, a 1ª equipe melhor
classificada joga com a 8ª, a 2ª joga com a 7ª, a 3ª com a 6ª e a 4ª com a 5ª. As quatro equipes
que se classificarem farão a semi-final em sistema eliminatório de dois jogos, e por fim, as
últimas duas farão a final, também em duas partidas.
Segundo o site Futsal Brasil5, a Liga Futsal irá distribuir 105 mil reais em prêmios este
ano (2008). O campeão levará 70 mil e o vice-campeão ficará com 35 mil. Ainda pelo mérito
alcançado, a equipe vencedora da Liga receberá um scudetto (brasão oficial de campeão do
torneio) confeccionado especialmente pela CBFS que a possibilitará representar o Brasil em
torneios internacionais. Ainda segundo os dados contidos no site Futsal Brasil, a CBFS
destinou R$ 1,6 milhões para cobrir despesas com transporte, estadias em hotéis, alimentação
e taxas de arbitragem. Esse valor só foi destinado às equipes que estão há mais de um ano
como franqueadas da CBFS.
5.2 Quais são os clubes integrantes da Liga
Os clubes de futebol de salão que fazem parte da Liga Futsal, ainda não têm toda a
tradição, dos centenários, clubes de futebol de campo, porém, em termos regionais, eles são
respeitados e idolatrados por seus torcedores. Será apresentado, abaixo, o histórico resumido
dos clubes integrantes da Liga Futsal 2008.
A primeira equipe pertencente à Liga Futsal a ser apresentada por este estudo é a
Associação Carlos Barbosa de Futsal. A cidade de Carlos Barbosa está localizada no alto da
serra do Rio Grande do Sul, mais precisamente a 104 km de distância da capital, Porto Alegre,
estando a 750m do nível do mar; sua população, aproximada, é de 26 mil habitantes. Segundo
4Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php>. Acesso em: 10 jul.2008. 5Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php>. Acesso em: 10 jul.2008.
81
dados obtidos no site do clube6, “a história de paixão entre Carlos Barbosa e o futsal
começou há muito tempo: no final dos anos 60 e no começo dos anos 70”. Após o surgimento
de muitos e pequenos times em Carlos Barbosa, entre as décadas de 60 e 70, enfim, uma fusão
dos dois maiores times da cidade, o Real e o River, veio a formar a Associação Carlos
Barbosa de Futsal, mais precisamente em 1º de março de 1976. A cor do uniforme adotada
pela equipe foi a laranja baseada na seleção Holandesa que foi à Copa do Mundo de 1978.
Dentre os principais títulos conquistados pela Associação Carlos Barbosa de Futsal destacam-
se: “Campeão Mundial (2004), Bi-campeão Sul-Americana (2002/2003), Campeão
Intercontinental (2001), Campeão da Supercopa das Américas (2002), Tri-campeão da Liga
Nacional (2001/2004/2006), Campeão da Taça Brasil (2001)7”.
Outra equipe do Rio Grande do Sul que disputa a Liga é a Cortiana/UCS da cidade de
Farroupilha; ela é uma das mais novas equipes presentes na Liga Futsal 2008. Criada no dia 1º
de agosto de 2006, a equipe é fruto de uma parceria entre a empresa Cortiana Plásticos, da
cidade de Farroupilha, localizada na Serra Gaúcha e a Universidade de Caxias do Sul (UCS).
A idéia inicial de criar uma equipe de futsal foi da UCS, pois esta, visava implementar o
esporte de alto rendimento em sua estrutura institucional como uma das formas de divulgação
de sua ‘marca’. Porém, os altos custos para se manter uma equipe profissional de futsal,
fizeram com que a Universidade tivesse que procurar uma parceria. Isso veio a se concretizar
com a empresa Cortiana Plásticos que também partilhava dos mesmos interesses de
divulgação institucional da ‘marca’. Outro ponto importante da parceria, “engloba projetos
acadêmicos e profissionais que irão beneficiar funcionários da Cortiana Plásticos e
acadêmicos dos mais diversos cursos que a UCS oferece8”. Mesmo sendo uma equipe muito
nova no cenário nacional, a Cortiana/UCS já conquistou alguns títulos. Os principais foram o
Campeonato Estadual do Rio Grande do Sul, Sub-20 em 2006 e a Copa da Cidade de
Cascavel no Paraná.
O Sport Club Ulbra é o terceiro time do Estado do Rio Grande do Sul presente na Liga
Futsal. O clube foi fundado em 1998, na cidade de Canoas-RS. O Sport Club Ulbra é uma
parceria entre o Sport Club Internacional e a Universidade Luterana do Brasil. A sigla
ULBRA foi uma estratégia de posicionamento de marketing adotada pela Universidade em
1995, quando decidira patrocinar diversas modalidades esportivas pelo país. De acordo com o
6Pesquisado em: < http://www.acbf.com.br/novo/fundacao.php>. Acesso em: 11 jul.2008. 7Pesquisado em: < http://www.acbf.com.br/novo/fundacao.php>. Acesso em: 11 jul.2008. 8Pesquisado em: < http://cortianaucs.cortiana.com.br/cortiana.php >. Acesso em: 11 jul.2008.
82
site Sport Club Ulbra9, a missão do Clube tem por “finalidade promover, difundir e
aperfeiçoar a prática da educação física, cultural e social, tendo como objetivo principal o
desenvolvimento do desporto educacional e de competição - tanto amador, como profissional
- bem como reuniões de caráter social, cívico e desportivo”. O Sport Club Ulbra é Tetra-
Campeão da Liga Futsal 1996, 1998, 2002 e 2003; Campeão Mundial Inter Clubes pela FIFA
em 1997; Bi-Campeão Intercontinental de Futsal em 1999 e 2001; Bi-Campeão Gaúcho em
2001 e 2003 e Campeão da Superliga em 2008, pode-se dizer que, o Sport Club Ulbra, seja
uma das maiores equipes do Futebol de Salão brasileiro em número de conquistas.
O quarto clube do Rio Grande do Sul a disputar a Liga Futsal é o CER Atlântico10, ou
também chamado, Clube Esportivo e Recreativo Atlântico, da cidade de Erechim-RS. O CER
Atlântico é uma das poucas equipes a integrar a Liga que mantém a organização de clube
social, ou seja, não tem o seu nome diretamente ligado a um patrocinador. O Clube foi
fundado oficialmente em 1915, por imigrantes italianos que se instalaram na cidade de
Erechim-RS e que necessitavam de um lugar para congregar suas tradições. A primeira sede
social do CER só veio a ser construída no ano de 1929, e foi motivo de festa para a sua
colônia. Com o passar dos anos, e o desenvolvimento do Futsal no país, o clube foi
profissionalizando a sua estrutura para o esporte de alto rendimento, e hoje, mantém uma
equipe profissional na Liga Futsal. Os dois títulos de maior expressão conquistados pelo CER
Atlântico são a Copa Max Umbro em 2003 e a Copa Sul 2004.
A Horizontina Futsal, antiga equipe John Deere Futsal, da cidade de Horizontina-RS, é
mais uma integrante do Estado do Rio Grande do Sul na Liga. O ano de 2008 marca a sua
entrada na Liga Futsal devido à mudança de nome. A empresa de equipamentos agrícolas
John Deere11 manterá o patrocínio ao Futsal, porém, não mais com a adoção de seu nome à
frente da equipe, a Prefeitura da cidade passará a administrar a Horizontina Futsal. A data
oficial da criação do Clube Social da Horizontina, segundo o site da Liga Futsal, é 01/01/1980
e os principais títulos conquistados pela equipe até hoje são: Campeonato Gaúcho série
Bronze 2001; Campeonato Gaúcho Série Ouro 2005, 2006 e 2007.
A ADC Intelli, foi fundada por Vincenzo Antonio Spedicato, um italiano nascido em
Veglie na província de Lecce que chegou ao Brasil por volta do ano de 1970. Vincenzo, ao
ver um jogo de Futsal na Associação Cristã de Moços, se apaixonou pelo esporte, e jurou
voltar à Itália e implantar por lá, o que vira em terras brasileiras. Porém, Vincenzo não
9Pesquisado em: < http://www.ulbra.br/esporte/f_clube.htm >. Acesso em: 11 jul.2008. 10Pesquisado em: < http://www.ceratlantico.com.br/?menu=empresa >. Acesso em: 12 jul.2008. 11Pesquisado em: < http://www.deere.com.br/pt_BR/ag/news/2008/02/news_22_02_08_i.html>. Acesso em: 12 jul.2008.
83
retornou mais à Itália e no Brasil montou na cidade de Orlândia uma empresa de nome Intelli.
Anos mais tarde, mais precisamente em dezembro de 1977, na mesma cidade de Orlândia
interior de São Paulo, Vincenzo viria a criar a ADC Intelli. A idéia inicial do Grupo Intelli era
proporcionar o lazer e a integração dos funcionários da empresa. Inicialmente “a ADC
INTELLI tinha como jogadores os funcionários da empresa, e participava de alguns
campeonatos municipais e regionais12”. Com o passar dos anos, a ADC Intelli foi
profissionalizando o Futsal e se tornou uma equipe de respeito no cenário nacional. Os
principais títulos conquistados pela equipe são o Campeonato Estadual Série Ouro em 2003 e
o Tetra-Campeonato Paulista do Interior em 1987, 2001, 2003 e 2004.
O São Caetano Futsal13 é mais uma equipe do Estado de São Paulo a integrar a Liga
Futsal. Fundado no ano de 2003, a equipe começou a disputar as categorias de base (Sub-20)
da Federação Paulista de Futsal e posteriormente acessou as categorias profissionais. O Futsal
na cidade de São Caetano do Sul está associado a um grupo de empresários de nome Pedra
Azul. Esse grupo foi criado em 1999 por Edmundo Trevisan com uma filosofia voltada para a
ação social com moradores das áreas rurais nas cidades de Itu, Salto e Cabreúva. A idéia
inicial do projeto era educar através do esporte e para isso foi escolhido o Futsal. Com o
passar dos anos, o projeto Pedra Azul foi dando frutos e alguns atletas passaram a se destacar
regionalmente. O São Caetano Futsal, pode ser a porta de entrada no esporte de alto
rendimento para muitos desses atletas que se formam anualmente no projeto Pedra Azul.
Dentre os principais títulos conquistados pelo São Caetano Futsal destacam-se: Campeão dos
Jogos Abertos do Interior em 2003 e Campeão da Copa JAL, em 2007.
Do interior de São Paulo, mais precisamente da cidade de Graça, vem a terceira equipe
representante do Estado na Liga. A empresa de tecnologia eletromecânica RCG e o Banco
Banespa firmaram uma parceria em 2004 criando a equipe de Futsal. A idéia de ambas é
apoiar o desenvolvimento do esporte e divulgar suas ‘marcas’ no cenário nacional. Com essa
nova parceria os principais títulos conquistados pelo RCG/Banespa foram: Campeão
Metropolitano em 2005; Tri-Campeão Estadual em 2004, 2005 e 2006; Campeão Paulista do
Interior em 2007; Campeão da Liga Sudeste em 200714.
O São Paulo Futebol Clube é sem dúvida a equipe de maior tradição presente na Liga
Futsal, porém, a agremiação não tem dado grande importância ao torneio, visto que empresta
sua marca ao Praia Clube de Uberlândia. Tradicionalmente, o São Paulo F.C. faz parcerias
12Pesquisado em: < http://www.adcintelli.com.br/hist.php >. Acesso em: 13 jul.2008. 13Pesquisado em: < http://www.saocaetanofutsalpedraazul.com.br/index.php?page=historia >. Acesso em: 14 jul.2008. 14Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 15 jul.2008.
84
com outras equipes; no ano anterior o clube mandou seus jogos a Santa Fé do Sul-SP. O
Clube já conquistou vários títulos de importância no esporte, porém, a dificuldade maior é a
fidelização de seus torcedores, pois a cada ano a agremiação representa um Estado. Dentre os
títulos de maior importância, destacam-se: Bi-Campeão da Copa Bélgica Internacional em
1999 e 2000; Campeão da Taça São Paulo em 2005; Bi-Campeão Mineiro em 1993 e 2003;
Campeão Metropolitano em 200015.
O Sul do Brasil parece realmente concentrar a maioria das forças do futsal no país; é de
lá que vem mais uma equipe integrante da Liga 2008, o Unisul/Seguridade/Penalty16. Fundado
em 1º de Junho do ano 2000, na cidade de Tubarão-SC, a equipe, assim como outras da Liga
Futsal, é fruto de uma parceria entre empresas. Neste caso são três: Universidade Unisul,
Empresa de Seguros ‘Seguridade’ e Penalty. Como maior destaque alcançado até o momento
está o Campeonato Estadual Catarinense conquistado em 2005.
O Joinville Esporte Clube17 é mais um dos clubes tradicionais no esporte a fazer parte da
Liga Futsal. Fundado em 29 de janeiro de 1976, devido a uma fusão que envolveu os dois
principais times de futebol da cidade, o América e o Caxias. O clube tornou-se referência de
sucesso no Estado, sendo Campeão Catarinense de Futebol de Campo em 1976, 1978, 1985,
1987, 1900 e 1901. Após anos de sucesso nos gramados o ‘JEC’ como é chamado, passou a
investir também no futsal e, em 2003, começou a disputar a Liga, tendo como melhor
resultado obtido um Vice-Campeonato em 2007. O Joinville é hoje uma parceria entre clube e
empresa, como a maioria dos participantes da Liga Futsal. Os seus parceiros são a Krona
tubos e conexões da própria cidade de Joinville e a DalPonte. Os títulos conquistas pelo ‘JEC’
no Futsal foram o Campeonato Catarinense de 2003 e o Bi-Campeonato dos Jogos Abertos de
Santa Catarina em 2005 e 2006.
A empresa de malhas Malwee, da cidade de Jaraguá do Sul-SC, parece ter feito a
escolha certa, quando decidiu criar um clube de futebol de salão no ano de 1992. Após a
criação da Malwee Futsal a empresa ganhou muito mais espaço na mídia nacional, e hoje, é
conhecida como uma empresa de qualidade e bons produtos. A equipe foi criada oficialmente
em 15 de fevereiro de 1992, desde então, a Malwee vem acumulando títulos dentro do
esporte, e investindo mais a cada ano na contratação de ótimos jogadores, que geram uma
maior exposição espontânea de sua ‘marca’ perante a mídia. Foi assim quando teve o atleta
Manuel Tobias (Ex. melhor jogador do mundo) e atualmente, com Falcão, melhor jogador do
15Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 16 jul.2008. 16Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 17 jul.2008. 17Pesquisado em: <http://www.jec.com.br/ >. Acesso em: 17 jul.2008.
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mundo, reconhecido pela FIFA. Pode-se dizer, que a Malwee é literalmente um case de
sucesso dentro do futsal, pois, na cidade de Jaraguá do Sul o torcedor vai à arena, torcer pela
empresa e não pela cidade. A Malwee tem até torcida organizada que entoa o seu nome
durante as partidas. Em resumo, para que uma empresa possa ter uma plena identificação com
o seu torcedor, é preciso que tenha uma história com a comunidade local, coisa que a
Malharia Malwee tem em Jaraguá do Sul há mais de 40 anos. Os principais campeonatos
conquistados pela Malwee Futsal18 desde sua criação (1992) foram o Bi-Campeonato da Liga
Futsal 2005 e 2007, o Tetra-Campeonato Sul-Americano de Clubes em 2005, 2006, 2007 e
2008, o Penta-Campeonato da Taça Brasil de Clubes em 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007, o
Penta-Campeonato Catarinense em 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006 e o Campeonato da
Superliga de Futsal em 2005 e 2006.
O ADC Colegial é mais uma equipe do sul do país a disputar a Liga Futsal. O Clube foi
fundado na cidade de Florianópolis em 25 de março de 1944, pelo então Prefeito Alvino
Bertholdo Braun e um grupo de alunos do Colégio Catarinense. O principal objetivo de seus
criadores era que o Colégio ganhasse visibilidade dentro do Estado e fosse reconhecido pelo
desenvolvimento do esporte. Desde a década de 40, até os dias de hoje, o ADC Colegial é
reconhecido em seu Estado como um clube formador de atletas e de campeões. De acordo
com o site da instituição19, o clube conta atualmente com 500 atletas. O ADC Colegial só
disputou uma Liga Futsal até hoje, foi no ano de 2007, ficando em 15o lugar na tabela de
classificação. Esse ano, o time manteve seu treinador para tentar alcançar vôos mais altos, o
fato curioso, é que o time não troca de técnico há 35 anos20. Em se tratando de um esporte
como o futebol, essa marca deve ser vista como um fator de sucesso e competência do clube e
de seu treinador. O Clube foi Campeão Estadual da 1a Divisão em 1998, Bi-Campeão da Copa
de Santa Catarina 2003 e 2004, Campeão dos Jogos Abertos de Santa Catarina em 2004 e
Campeão Estadual em 2007.
Outra equipe criada no ano de 2006, que participa da competição, é a Cabo
Frio/Macaé/Cimed21 que também atende pelo nome de Centro Esportivo de Cabo Frio.
Fundado oficialmente em 11 de julho de 2006, e fruto de uma parceria entre duas cidades e
uma empresa, o Cabo Frio/Macaé/Cimed é o mais novo clube a se tornar Campeão Carioca de
Futsal, tendo sido este, o seu principal título desde a sua criação. A equipe, por estar
localizada na cidade turística de Cabo Frio-RJ, pode aproveitar as belezas naturais da região
18Pesquisado em: <http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 18 jul.2008. 19Pesquisado em: <http://www.adcolegial.com.br/index.php?option=com_wrapper&Itemid=137 >. Acesso em: 18 jul.2008. 20Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 19 jul.2008. 21Pesquisado em: < http://cecabofrio.com.br/conteudos/historico.html >. Acesso em: 19 jul.2008.
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como forma de atrair público diferenciado e com alto poder de consumo, podendo assim,
gerar uma maior receita nos dias de jogos.
O conhecido e tradicional Clube de Regatas Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, é um
dos grandes clubes de futebol de campo que disputam a Liga Nacional. O clube foi fundado
oficialmente em 21/08/1898, porém, sua história dentro da Liga é mais recente, data do ano de
1996, ficando fora da disputa do torneio nos anos de 2002, 2003 e 2007. Após o afastamento
da disputa em 2007, o clube voltou ao torneio em 2008, adotando o nome de
Vasco/USS/Vassouras, fruto de uma parceira com a Universidade Severino Sombra, da cidade
de Vassouras, que está localizada ao sul da Cidade do Rio de Janeiro a exatos 110 quilômetros
de distância. A base da equipe montada para a disputa da Liga Futsal 2008 é modesta,
formada basicamente por jogadores mais jovens e não consagrados, porém, o clube espera
alcançar frutos no futuro. Os dois campeonatos de maior importância conquistados pelo
Vasco se deram no ano 2000, quando o clube levantou os troféus de Campeão da Liga Futsal
e da Taça Brasil. Outros títulos de menor importância são: Campeão do Rio-SP-Minas em
2000 e Bi-Campeão Carioca em 2000 e 200122.
O terceiro participante da Liga Futsal 2008 a representar o Estado do Rio de Janeiro é o
Teresópolis/DalPonte23. A equipe foi fundada oficialmente em 17 de julho de 2003, fruto da
parceria entre o Esporte Clube Teresópolis e a empresa de materiais esportivos DalPonte. A
melhor posição alcançada pela equipe na Liga Futsal se deu em 2007, quando ficou na nona
posição. O título de maior importância conquistado pelo Teresópolis/DalPonte foi o
Campeonato Estadual Adulto em 2007.
O quarto representante carioca na Liga Nacional foi fundado oficialmente no dia 1º de
dezembro de 2001, na cidade serrana de Petrópolis-RJ, por um grupo de empresários locais. A
idéia de seus criadores era fazer com que o esporte de alto rendimento fosse desenvolvido na
cidade, visto que as academias e clubes locais só trabalhavam o esporte amador e com idade
de até 16 anos. Nascia assim, o Esporte Clube Petrópolis, posteriormente chamado de
Poker\Petrópolis\Ikinha, com o patrocínio das empresas Poker (fornecedora de materiais
esportivos) e a malharia Ikinha24. O Poker\Petrópolis começou a disputar a Liga Futsal em
2005, ficando em 11º lugar, já em 2006, ficou em 8º lugar, sua melhor posição na tabela de
classificação até os dias de hoje. Apesar de ser um clube relativamente jovem no cenário do
futebol de salão, alguns títulos de importância regional já foram conquistados. Em 2002, 2005
22Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 21 jul.2008. 23Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 21 jul.2008. 24Pesquisado em: < http://www.pec.esp.br/interna.php?pg=historico >. Acesso em: 22 jul.2008.
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e 2006, sagrou-se Campeão Estadual. Foi também, Campeão da Copa Serramar em 2002 e Bi-
Campeão Carioca em 2004 e 2006.
O Estado do Espírito Santo, também tem o seu representante na Liga Futsal, se trata do
tradicional Clube de Natação e Regatas Álvares Cabral25, porém, na competição adota o nome
de Futsal Álvares Vitória ES. O Clube Social foi fundado na cidade de Vitória-ES
oficialmente em 06/07/1902. A estréia na Liga Futsal se deu somente em 2007, quando a
equipe teve a melhor campanha na primeira fase do torneio para um time estreante. Os
principais patrocinadores do Álvares Vitória são órgãos públicos como a Prefeitura Municipal
de Vitória e o Governo do Estado do Espírito Santo. A equipe é a primeira força do Espírito
Santo no que diz respeito a futebol de salão, tendo sido campeã três vezes seguidas do
Campeonato Estadual: 2006, 2007 e 2008.
Um dos maiores Estados do Brasil não poderia ficar de fora da maior competição de
futsal do país. Minas Gerais, assim como outros grandes Estados do país, também tem seu
representante no torneio, o V&M Minas, que é uma parceria entre a empresa V&M e o Minas
Tênis Clube. O conhecido clube da cidade de Belo Horizonte (Minas Tênis Clube) foi criado
em 15 de novembro de 1935. A idéia principal dos seus fundadores era que o clube tivesse
uma função social, esportiva e recreativa para os moradores da cidade26. Com o passar dos
anos, o Minas Tênis Clube começou a se destacar no desenvolvimento do esporte de alto
rendimento, foi assim com o Vôlei e posteriormente com futsal. Segundo o site do clube, a
primeira equipe de futebol de salão a ser formada data dos anos 50, porém, o interesse de seus
adeptos não foi muito grande. Isso fez com que o Minas Tênis Clube deixasse o esporte de
lado por alguns anos, voltando a investir na modalidade por volta de 1987. Ainda de acordo27
com o site de clube, o Minas é a única equipe que disputou todas as edições da Liga Fut sal.
No ano de 2002, a equipe foi vice-campeã da Liga. Os títulos já conquistados pelo Minas
Tênis Clube são: Hepta-Campeão Metropolitano em 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006,
2007; Penta-Campeão Estadual em 2001, 2002, 2005, 2006, 2007; Campeão da Copa JAL
Internacional em 2004; Campeão da Taça Brasil de Clubes em 2002; Campeão do Torneio de
Verão de Poços de Caldas em 2004; Bi-Campeão da Copa Rio/São Paulo/ Minas em 2001 e
2004.
O único representante do Estado do Paraná na Liga Futsal vem de pequena cidade de
Umuarama. O Naga/Zaeli/Penalty/Umuarama foi criado há quatro anos, fruto de uma parceria
25Pesquisado em: < http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php >. Acesso em: 24 jul.2008. 26Pesquisado em: < http://www.minastenisclube.com.br/Cmi/Pagina.aspx?596 >. Acesso em: 24 jul.2008. 27Pesquisado em: < http://www.minastenisclube.com.br/Cmi/Pagina.aspx?217 >. Acesso em: 26 jul.2008.
88
entre empresas e a Prefeitura local (Umuarama), desde então, tem conquistado títulos de
importância regional. No ano de 2006, o Naga/Zaeli disputou a sua primeira Liga, ficando em
9o lugar; já em 2007, a equipe ficou na décima posição28. Dentre os títulos conquistados pelo
time, que mais se destacam, estão os Jogos Abertos Regionais de 2003, 2004 e 2005, o
Campeonato Paranaense Série Prata em 2003 e o Paranaense Série Ouro em 2007.
5.3 As ações de comunicação e marketing da Liga Futsal
Três são as estratégias de comunicação e marketing, adotadas pela CBFS, para a
divulgação da Liga Futsal. A primeira delas está focada na busca incessante da transmissão
televisiva do evento, seja pela Tv aberta ou Tv fechada. Segundo Oscar Neves29, Vice-
Presidente de Marketing da Liga Futsal, a CBFS tem conseguido uma parceria interessante e
duradoura com a Tv fechada, pois, “já há alguns anos mantém um contrato com a Sportv e
Organizações Globo”. Ainda segundo Oscar, por ano, são transmitidos pela Sportv “mais de
90 jogos” e isso dá um retorno de mídia Globo, “acima de 60 milhões/ano”.
A segunda estratégia de comunicação adotada pela CBFS está direcionada para a
captação e organização de informações, através de seu banco de dados on- line, ou seja, o site
da Liga. A estratégia de utilizar a internet como um dos principais veículos de comunicação
da Liga tem alcançado bons resultados, dado o alto índice de audiência que o site tem tido e a
velocidade da informação com que o público-alvo recebe as notícias do evento.
Já a terceira estratégia de divulgação da Liga Futsal, nada mais é que um evento de
premiação, realizado todos os anos, antes do início da nova competição. Nessa solenidade são
premiados todos os atletas e comissão técnica que se destacaram na edição anterior. Tal
evento é voltado para o público interno da Liga Futsal: Clubes, atletas, jornalistas, assessores
de imprensa, comissão técnica, etc.
Este ano (2008), o evento foi realizado na sede de um dos clubes participantes da Liga
Futsal, o Uberlândia Praia Clube. Segundo Roberto Toledo, assessor de imprensa da Liga
Futsal, o evento “foi direcionado à imprensa em geral e clubes participantes”. Como forma
de chamar a atenção da mídia nacional, a CBFS realizou junto ao evento, um amistoso da
Seleção Brasileira contra a Servia. O assessor de imprensa da Liga Futsal relata os principais
pontos positivos e negativos do lançamento do evento em 2008. Para Roberto Toledo
28Pesquisado em: < http://www.umuaramafutsal.com.br/historia.php >. Acesso em: 20 jul.2008. 29Entrevista realizada pessoalmente em 29 de agosto de 2008.
89
Pontos posit ivos: - atraiu a atenção de um público que não tem costume em acompanhar a Liga Futsal, que é o caso da imprensa de Minas Gerais. Pontos negativos: - ficou longe do centro-sul do país, onde estão os principais veículos que acompanham o esporte, por isso, muitos deles não enviaram repórteres para cobrir o evento.
O Editor de Esportes do Jornal ‘O Globo’ do Rio de Janeiro, Jorge Luiz Rodrigues30,
destaca que o lançamento de qualquer evento de grande expressão não pode ser realizado num
sábado à noite, pois a maioria dos jornais não vai divulgar. Para Jorge Luiz o lançamento tem
que ser feito
[...] durante a semana, fazer um almoço pra reunir o maior número possível de órgãos de comunicação, para que eles tenham um maior tempo hábil, para digitar suas matéria s e enviar as suas fotos com rapidez, para que entre na internet, entre nos jornais. Jamais fazer um jantar! Ninguém lança nenhum grande evento de esporte que queira alcançar mídia no dia seguinte promovendo um jantar.
Jorge Luiz termina dizendo que, o fa to de a FIFA ter marcado o sorteio do Mundial de
Futsal, para meio dia, horário de Brasília, não foi à toa, mas sim para que todos os veículos de
comunicação europeus pudessem noticiar em tempo hábil. Todo e qualquer evento de
lançamento, mesmo que não seja direcionado para o grande público (torcedores), deve atentar
para princípios básicos como horário adequado, local apropriado, possibilidade de divulgação
por parte da mídia, etc. Dando uma maior atenção a estes tópicos, a tendência é que o
lançamento ganhe projeção nacional e, possivelmente, seja um sucesso.
Todas as ações de comunicação e marketing desenvolvidas para a Liga Futsal são
administradas pela CBFS, porém, vale destacar que estas devem contar com a aprovação de
todas as equipes franqueadas da Liga. Segundo Oscar Neves, Vice-Presidente de Marketing
da Liga Futsal, a administração é
[...] formada por um conselho representado por todos os franqueados da Liga. São vinte times franqueados. São eles que compõem o conselho de administração da Liga, ou seja, são os próprios Clubes que dão a orientação e a caracterização do que deve ser feito na Liga e aprovam as colocações, os resultados e o que deve ser feito pela Liga em termos de marketing, administração, operação e tudo o mais, inclusive negociação de televisão.
Essa colocação do entrevistado, deixa bem claro, que a responsabilidade pelos erros e
acertos, em relação às ações de comunicação e marketing da Liga, é repartida entre todos: -
30Entrevista realizada via e-mail em 10 de julho de 2008.
90
clubes e CBFS. Em resumo, caso as estratégias de divulgação utilizadas para a Liga não sejam
as melhores, todos terão sua parcela de culpa, pois participaram em conjunto e em assembléia
do processo de escolha.
Feita uma apresentação inicial das principais estratégicas de comunicação e marketing
que são realizadas pela CBFS para a Liga Futsal, este estudo pretende, agora, aprofundar e
discutir mais a fundo, as duas primeiras estratégias acima citadas: transmissão televisiva e o
site da Liga.
Segundo os profissionais que administram a Liga, nenhum grande evento esportivo deve
ocorrer sem a participação da televisão. A participação ativa e continuada da Tv na
transmissão da Liga Futsal é primordial para que o esporte ganhe uma maior visibilidade
nacional e para que novos investidores se interessem por patrocinar a Liga, os clubes, os
atletas, etc. De acordo com Oscar Neves, a Liga Futsal em “termos de visibilidade só é
ultrapassada pelo futebol e pelo vôlei, excluindo é claro, o esporte motor que é o segundo na
audiência nacional, perdendo apenas para o futebol de campo”.
O fato de o futsal ser a terceira maior audiência do país, dentre os esportes coletivos,
mostra que o esporte é interessante para que empresas e parceiros, possam investir, dado o seu
alto retorno de mídia. Porém, ainda há muito que se fazer em termos de uma melhor
organização da competição nacional (Liga Futsal) para que a televisão aberta também se
interesse pela transmissão do evento. O assessor de imprensa da Malwee Futsal Denis Borges,
ressalta a relevância da dinâmica do esporte frente às transmissões televisivas. Para ele
[...] o futsal enquanto produto é excelente para quem investe, porque ele dá um retorno muito bom, até mesmo para a TV que abre espaço para ele. É muito bom, pois, ele é um esporte muito agradável. O Futsal hoje, talvez até ousando achar alguma coisa, é uma versão americanizada do futebol, porque ele é uma corrida contra passagens, ele é um futebol com gols.
Denis Borges acrescenta também, que algumas pessoas ligadas ao meio esportivo
“comentam como seria bom ter o futsal na Tv aberta – pelo quão dinâmico ele é – e pelo
retorno que ele pode dar”. Não resta dúvida, que qualquer esporte que possa alinhar alto-
rendimento com espetáculo tende a ter uma melhor receptividade por parte da audiência e, um
maior interesse da televisão. A idéia de transformar esporte de alto-rendimento em espetáculo,
não é nova, já ocorreu anos atrás na Liga NBA quando a mesma propôs uma mudança de
posicionamento estratégico na dinâmica do jogo. Quem também defende essa idéia de que o
futsal é um esporte voltado para o espetáculo é Roberto Toledo, assessor de imprensa da Liga
Futsal, “vejo o futsal como um produto de entretenimento para a mídia em geral. É um
91
esporte bonito de se ver e que atrai a atenção do público como espetáculo”. Essa talvez seja
uma saída para que a Liga Futsal possa atrair mais mídia para o evento, porém, um estudo
profundo nas bases técnicas do jogo será necessário para que possam ser alinhados os
interesses da televisão, das equipes e do próprio esporte.
Com a parceria efetiva das televisões aberta e fechada novos investimentos surgiriam, e
o esporte ganharia uma maior popularidade nacional. Não resta dúvida que a conquista da Tv
fechada, já há alguns anos, é algo a ser celebrado pela organização da Confederação Brasileira
de Futsal. Segundo o Vice-Presidente de Marketing da Liga Futsal, “ter o espaço de televisão,
é uma questão básica, não basta só ter o contrato de televisão, você tem que ter uma
freqüência de transmissão, e isso muito pouca gente tem”.
O entrevistado ressalta que devido à alta cobertura da mídia, televisão, ela passa a ser
imprescindível para a divulgação da Liga Futsal enquanto produto. Oscar acrescenta que a
busca por espaços televisivos de transmissão continua sendo o foco principal da estratégia de
divulgação da Liga pela CBFS, “a nossa procura é por televisão, seja televisão aberta ou
televisão fechada, nós temos um contrato importante com a televisão fechada e estamos
trabalhando na direção para conseguir espaços na TV aberta”. Roberto Toledo, assessor de
imprensa da Liga Futsal, acrescenta que “o grande desafio do futsal, é se transformar em um
esporte de competição, para os demais públicos, assim como é o futebol. Mas isso só
ocorreria se a TV aberta transmitisse jogos de clubes”.
Não resta dúvida que a televisão participando efetivamente da divulgação de qualquer
esporte, aumenta sua visibilidade nacional. No caso do futebol de salão e da Liga Futsal em
especial, o posicionamento estratégico de comunicação está claro, como já foi apresentado
por esse estudo. Porém, como fazer com que a televisão aberta, também se interesse pela
transmissão da Liga Futsal, dada que a sua grade de programação na maioria das vezes já está
toda preenchida. Uma das possibilidades, já apresentada por este estudo, é a transformação do
jogo em espetáculo. Para isso, as bases técnicas do esporte, talvez, tenham que ser alteradas.
A segunda possibilidade seria que a própria CBFS realize todo o processo de produção do
evento, comprando posteriormente espaços nas grades de transmissão. Com o tempo ela
poderá gerar uma audiência e, com ela, o interesse por parte das televisões em transmitir e
produzir o evento poderá surgir. Segundo Oscar Neves, essa estratégia foi utilizada com
sucesso, pela Liga de Soccer norte-americana durante alguns anos.
[...] A Liga de Soccer comprou espaços na televisão com os recursos dos seus patrocinadores, ou seja, ela foi à Tv aberta e comprou o seu espaço. Durante oito anos, ela veio nessa iniciativa de comprar o espaço, produzir o
92
material e colocar em Tv aberta. A partir deste ano de 2008, houve uma inversão das empresas quererem comprar espaços de visibilidade de Futebol-Soccer da Liga nos Estados Unidos.
Oscar acrescenta, que tal tentativa já foi feita em anos anteriores, “a última emissora
aberta que nós tivemos, por exemplo, foi a RedeTV, e que também foi bancado por nós, com
produção bancada pela própria Confederação”. Algum problema deve ter ocorrido para que
a transmissão fosse descontinuada, porém, o alto custo para se realizar uma produção própria,
pode ter sido o principal problema enfrentado pela CBFS para a não continuidade do projeto.
Segundo Oscar Neves, um investimento deste tipo, nos dias de hoje, demandaria para a Liga
Futsal “um custo anual, adicional, na ordem de uns dois milhões e meio”.
A busca pela ‘tão sonhada’, pela Tv aberta, parece ser consenso entre Clubes e CBFS
para que a Liga aumente sua visibilidade nacional. Porém, o Editor de Esportes do Jornal ‘O
Globo’ do Rio de Janeiro, Jorge Luiz Rodrigues, atenta para a necessidade de se valorizar
outros veículos de comunicação como o Jornal, por exemplo. Segundo ele, o grande problema
da Liga Futsal é que ela
[...] se preocupa muito com a transmissão da televisão. Ela acha que: ‘Ponto um’ - se a televisão transmitir, seus problemas estão solucionados. ‘Ponto dois’- um ginásio lotado no interior do Rio Grande do Sul, vale mais para ela que o alcance nacional que possa ter aquele jogo.
O jornalista ressalta outro grande problema da Liga Futsal. Segundo ele, ela não utiliza
os domingos para a realização de suas rodadas. Isso inviabiliza que os grandes jornais do país,
dado o fechamento antecipado da edição de domingo, noticiem o evento, pois a maioria dos
jogos começa depois das dezenove horas do sábado. Não só o fechamento da edição de
domingo é um problema, há também o fato de que os grandes cadernos de esportes saem às
segundas-feiras e não há rodada aos domingos, isso tira um grande espaço do futsal no meio
jornal. Para Jorge Luiz
[...] a partir do momento que ela não utiliza os domingos pra suas rodadas, ela despreza o fato de que às segundas-feiras, todos os grandes jornais do país, terem um Caderno de Esportes, ou seja, o maior espaço que o esporte tem na mídia nacional, é segunda-feira. Realizando um jogo sábado você já sai perdendo, porque a internet já divulgou aqueles resultados. Você vai ter que buscar uma coisa que já é velha pro leitor, então você vai ter que priorizar o que acontece no domingo.
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Fica claro que a participação intensa da televisão é necessária para a maximização da
exposição da Liga perante o grande público, porém, desprezar outros veículos de grande
circulação como a mídia Jornal, não é uma decisão muito interessante. Quem sabe, num
futuro próximo, parte da rodada de final de semana da Liga possa ser realizada aos domingos.
Assim, provavelmente, o esporte ganhará mais espaço nos jornais de grande circulação do
país, aumentando conseqüentemente sua exposição nacional, pois além da Tv, terá também o
jornal impresso dando uma maior cobertura ao evento.
A segunda grande decisão estratégica de comunicação, adotada pela CBFS, para a
divulgação Liga Futsal, foi o uso da mídia internet. Tal decisão foi tomada com base nos altos
índices de visitação que o site da Liga teve nos últimos anos. Oscar Neves, Vice-Presidente de
Marketing da Liga, relatou que a visitação mensal do site da Liga Futsal gira em torno de
aproximadamente quatro milhões de pessoas por mês. Ainda segundo ele, de janeiro a março
de 2008, o site teve uma visitação total de quase vinte e três milhões de pessoas. Segue abaixo
uma imagem do site da Liga Futsal:
31FIGURA 15 – Imagem da página principal do site da Liga Futsal 2008.
31Pesquisado em: <http://www.futsaldobrasil.com.br/indexLiga.php>. Acesso em: 25 set.2008.
94
Oscar acrescenta que, o meio internet foi escolhido para ser melhor desenvolvido como
ferramenta de comunicação da Liga, não só pela audiência demonstrada, mas sim, pela
‘instantaneidade’ da mídia ao passar informações. Oscar Neves diz que
[...] nós temos um volume de informação dada e passada por internet, por questão da ‘instantaneidade’, muito grande. Estamos trabalhando, para colocar quase que on-line toda a operação da Liga Futsal, ou seja, você consegue resultados quase que imediatos.
Uma das estratégias da CBFS é informatizar a comunicação da Liga Futsal, visando
colocar tudo na forma on- line, através de seu site. Isso vem sendo feito com real qualidade. A
Liga Futsal talvez seja um dos únicos eventos esportivos do país que tenha a súmula de jogo
on- line, ou seja, quando acontece uma falta durante a partida, em questão de minutos os dados
serão passados para o site e estarão disponíveis a todos que o acessarem. Segundo Oscar
Neves, “toda a informação da partida, resultado que deu, a situação dos jogadores, tudo fica
disponível rapidamente. É comum que todas as pessoas envolvidas, recebam após o jogo, isso
é feito de madrugada, as informações dos resultados, as penalidades e tudo mais”.
Denis Borges, assessor de imprensa da Malwee Futsal, destaca a importância da mídia
internet para o futebol de salão. Segundo ele a mídia que mais
[...] dá cobertura é a internet. Sem dúvida a internet para o futsal é importantíssima. Ela é de fundamental importância para a divulgação de nosso esporte, até porque, a maioria das pessoas passa o dia inteiro no trabalho em frente a um computador, e essas pessoas, acabam tendo contato com o mundo exterior através da internet. Esse veículo te dá uma possibilidade infinita. Você pode mandar as notícias quase em tempo real e o espaço de publicação não é um limitador.
A mídia internet parece ser um sucesso não só na opinião dos profissionais da Liga
Futsal, mas também, dos torcedores. Para Dalvino Coelho32, torcedor da Malwee Futsal, o site
é uma das formas interessantes para se acompanhar tudo o que acontece na Liga Futsal.
Flávio Berredo, coordenador de marketing do PEC Petrópolis elogia o site da Liga Futsal.
Para Flávio o site é “um ponto de referência” aos profissionais que cobrem o evento.
A definição por parte da CBFS, da internet como a segunda mídia de maior importância
para o desenvolvimento da Liga Futsal, parece ter agradado a todos os envolvidos no evento,
profissionais e torcedores. Pode-se dizer que em relação a este veículo de comunicação, a
Confederação marcou um ‘gol de placa’, pois a internet é um meio que permite grande 32Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008.
95
velocidade na troca de informações e já apresenta, nos dias de hoje, uma grande audiência. O
gráfico abaixo mostra algumas das principais audiências da internet em comparação com a
televisão:
33FIGURA 16 – As maiores audiências do país.
Todos os meios de comunicação são interessantes e necessários para a divulgação de
qualquer produto, seja ele esportivo ou não, porém, o que vai importar no caso da
Confederação é como ela vai utilizar esses meios. Este estudo pôde apurar que o
posicionamento de mídia da CBFS está voltado claramente para a ampliação da transmissão
televisiva, através da Tv aberta, e que a mídia internet é a segunda opção estratégica de
divulgação do evento. Constatou-se também, que veículos de comunicação de grande
expressão nacional como o Jornal, a Revista, o Rádio entre outros, estão até certo ponto sendo
deixados de lado pela Confederação. Tal fato pode atrasar, ainda mais, o desenvolvimento da
Liga e do esporte em âmbito nacional.
5.4 Quem ganha mais com a Liga Futsal
Este estudo, não pôde precisar o valor exato do lucro obtido por clubes, CBFS, atletas
e/ou empresas ao participarem da Liga Futsal, pois, os entrevistados sempre que perguntados
sobre valores financeiros, nunca foram exatos em suas respostas. Porém, mesmo com as
respostas aproximadas de nossos entrevistados, pudemos concluir que a Liga Futsal é um
produto lucrativo e interessante a todos os seus participantes.
33Pesquisa realizada pela Nielsen Net Ratings em julho de 2006.
96
Não resta dúvida, que a maior “fatia do bolo”, fica mesmo com a Confederação
Brasileira de Futsal, até porque, é ela quem administra o dinheiro da Liga, sempre é claro,
com o consent imento de todos os participantes. A manutenção financeira da Liga se dá,
principalmente, devido aos seus patrocinadores, os quais se destacam: Banco do Brasil e os
Correios. Ela também comercializa as propriedades de arena com as empresas interessadas e
negocia os direitos de transmissão com a Tv, neste caso com a Sportv, canal fechado da Rede
Globo. Já os atletas de futebol de salão, hoje em dia, são bem remunerados e conseguem em
sua maioria, contratos de patrocínios individuais com empresas. Os clubes obtêm lucro com
seus patrocinadores, com a negociação de atletas, com a venda de ingressos, com o apoio das
prefeituras locais e com prêmios sobre as conquistas. Por fim, as empresas que investem
como patrocinadoras do evento ou dos Clubes, ganham em exposição de mídia espontânea e
em rejuvenescimento de suas ‘marcas’.
Segundo o Vice-Presidente de Marketing da Liga Futsal, Oscar Neves, um estudo
realizado pela empresa de pesquisa Informídia demonstrou que a Liga Futsal dá um retorno de
Tv acima de 60 milhões de reais por temporada. Este valor é mensurado pelo número total de
horas que a Liga Futsal é transmitida pela Tv versus o que ela cobraria por aquele espaço num
dado horário. Ainda segundo Oscar Neves, todas as propriedades de arena, como placas,
tapetes laterais, roupa do juiz, bola no centro de quadra, etc, são comercializadas
exclusivamente pela Confederação. Em relação às normas das placas de arena, Oscar diz que
[...] nós temos padrões de painéis, geralmente de três metros por um, de três por zero noventa, ou seis por zero noventa. São painéis de impressão digital; há um tratamento qualitativo, e o tamanho específico, porque há uma preocupação de visibilidade. É um tipo de apresentação que dá um retorno mais interessante.
Além das placas de arena, outra ação que dá um bom retorno financeiro à Liga Futsal é
o licenciamento da Bola da Liga. Todos os anos, a CBFS permite que uma empresa
desenvolva a Bola Oficial do torneio e a comercialize. Em troca, a CBFS cobra para licenciar
a ‘marca’ do evento e ainda recebe um certo valor sobre a venda de cada bola. As duas únicas
empresas que têm propriedades de arena da Liga Futsal são: a Superbola, que licenciou a Bola
Oficial da Liga Futsal 2008, e a DalPonte, que comprou os centros de quadra para estampar
sua ‘marca’. Tal informação é ratificada pelo Gerente de Marketing da empresa DalPonte
Tiago Amaral, “possuímos placas de publicidade nas quadras e fechamos contrato com a
Liga em 2008, para colocação do centro de quadra em todos os ginásios da Liga”.
97
Jorge Luiz Rodrigues, Editor de Esportes do Jornal ‘O Globo’, fala do potencial do
futsal como negócio para as empresas patrocinadoras e do lucro que a CBFS obtêm com o
evento. Jorge Luiz diz que
[...] basta você ver o potencial do futsal que o Banco do Brasil e os Correios estão patrocinando, os dois brigando para patrocinar, mais a Malwee, a Tramontina, a VM de Minas e o Banespa. As empresas patrocinam, mas quem ganha mais é a Confederação. Parece que, o valor da franquia gira em torno de cento e cinqüenta mil reais.
O principal ganho de uma empresa que patrocina a Liga e/ou clubes de futebol de salão,
está no campo da imagem institucional de sua ‘marca’, pois estas, quando aliadas ao esporte,
ganham rejuvenescimento junto a seu público. Esse é o caso de empresas como o Banco do
Brasil, os Correios, a Malwee, etc. Já empresas que patrocinam o evento, e também
desenvolvem produtos esportivos, tendem a aumentar as suas vendas, além é claro, de
posicionar melhor suas marcas perante seu público, como já foi dito acima. Tiago Amaral,
Gerente de Marketing da DalPonte, fala do sucesso de ‘Share of Mind’ que é a ação de
patrocínio da empresa dentro do futsal
Hoje, segundo pesquisa de mercado, a DalPonte é vista como a marca número 1 do futsal. Como patrocinamos por 7 anos a Seleção Brasileira e sempre fizemos ações com os clubes, nos deu a possibilidade de ter essa imagem no mercado. Mesmo com a saída da Seleção, no início do ano, conseguimos manter esse status.
Quanto ao valor médio que uma empresa patrocinadora investe por mês em uma equipe
de futebol de salão, Tiago Amaral, diz que “este número é muito flexível, pois depende da
estrutura do clube e das competições que ele participa”, ele termina dizendo que “um valor
médio, seria em torno de 50 mil reais”.
Os clubes que fazem parte da Liga Futsal obtêm a maior parte do seu lucro através de
seus patrocinadores, estes que, são atraídos pela exposição de mídia espontânea que o evento
gera. Segundo Flávio Berredo, Coordenador de Marketing do Petrópolis Esporte Clube, “as
receitas vêm de patrocínios, no caso do Petrópolis, da Ikinha Malhas”. Ainda segundo ele,
em Petrópolis não se cobra ingressos para ver os jogos, e “mesmo que outros clubes cobrem
ingressos, a maior fonte de receita não vem daí, mas sim, de patrocínios e parcerias”.
98
O Presidente do Petrópolis Esporte Clube, Norberto Mello34, ressalta um fator
importante em relação à ajuda Municipal. Uma Prefeitura ao investir no esporte, visa
principalmente a autopromoção frente a seus munícipes. Isso às vezes, pode fazer com que o
clube em questão se torne refém das ações do município, deixando assim, o seu planejamento
enquanto clube, em segundo plano. Segundo Norberto Mello, “algumas equipes conseguem
ajuda pública (municipal e estadual), mas acho que esta é muito complicada (as equipes
iniciam e acabam ao bel prazer do político), não existe planejamento de médio e longo
prazo”.
A Liga Futsal tem propiciado um bom retorno financeiro a todos os seus integrantes.
Como já foi citado por este estudo a CBFS vende suas cotas de patrocínio e suas propriedades
de arena; já os patrocinadores ganham em uma maior visibilidade gerada pela exposição na
mídia; os municípios melhoram sua imagem institucional frente a seus munícipes; a televisão
tem seu retorno na forma de audiência e conseqüentemente mais empresas compram espaços
em sua programação. Em resumo, todos têm conseguido um bom retorno. Os jogadores
também conseguem êxito fazendo parte da Liga Futsal, porém, aqueles que têm mais
notoriedade, como o jogador da Malwee Futsal, ‘Falcão’, tendem a conseguir os melhores
contratos individuais de patrocínio. O jogador Falcão, fala de seus principais contratos de
patrocínio com empresas
[...] tirando o patrocínio com a Umbro, que a Umbro faz os meus produtos, tanto tênis quanto roupa, e desde a linha infantil, temos uma fabricação de mais doze produtos juntos com a Malwee, oito masculinos e quatro femininos. Agora vai sair uma nova coleção. A idéia é lançar chinelos, toalhas e outras coisas [...].
O jogador não limita seus ganhos aos contratos de patrocínio com empresas. Ele montou
recentemente, na cidade de Jaraguá do Sul, onde joga atualmente pela Malwee Futsal, uma
loja de artigos esportivos. Os produtos exclusivos com a ‘marca’ ‘Falcão’ e algumas
estratégias de comunicação baseadas na imagem do atleta são algumas das ações de marketing
realizadas pela loja na busca de novos clientes. De acordo com a vendedora da ‘Falcão
Sports’, Joelma de Souza35, um dos diferenciais da loja é “que a gente consegue o autógrafo.
O cliente compra a camisa, deixa aqui e depois ele autografa. A gente pega o nome, pega o
telefone e quando fica pronto, a gente liga para o cliente vir buscar”.
34Entrevista realizada via e-mail em 20 de junho de 2008. 35Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008.
99
Independentemente do valor monetário, que não foi revelado abertamente por nenhum
dos entrevistados, este estudo evidenciou que o produto Liga Futsal é lucrativo a todos os seus
integrantes. Pôde-se constatar também, que o retorno financeiro se dá em diversas instâncias:
dinheiro aos caixas da CBFS, divulgação da ‘marca’ das empresas, contratos de patrocínios
com atletas e Confederação; alta audiência da televisão, melhoria da imagem institucional da
empresa e/ou município que patrocina o evento.
5.5 ‘Falcão’ – O Rei da Liga Futsal
Se formos pensar em um atleta de futebol de salão que é símbolo de sucesso dentro e
fora das quadras, indubitavelmente pensaremos no jogador ‘Falcão’. A imagem que será
mostrada abaixo ilustra melhor o que pretendemos falar nesse tópico. No final do segundo
jogo da Seleção do Brasil pelo Mundial da Fifa (Brasília – 02/10/08) contra as Ilhas Salomão,
diversos jogadores da equipe adversária cercaram o jogador ‘Falcão’ na esperança de
conseguir trocar a camisa ou pegar um autógrafo. O jogador brasileiro, sempre muito
simpático e solícito, chamou todos os jogadores das Ilhas Salomão para bater uma foto, que
muito provavelmente, deverá entrar para a história do esporte como sinal de admiração de
toda uma equipe por um jogador e, também, pelo ato de cordialidade do brasileiro. Abaixo
segue a foto do momento histórico do Mundial da Fifa:
36FIGURA 17 – ‘Falcão’ com quase todo o time das Ilhas Salomão no Mundial da Fifa do Brasil.
Quem acompanhou o Mundial de Futsal da Fifa (Brasil 2008), transmitido pela Rede
Globo e pela Tv Bandeirantes, pôde perceber a força de mídia e de marketing que tem o atleta
‘Falcão’. Em todos os jogos do Brasil, sempre que o atleta entrava e saída de quadra, os
narradores das duas emissoras exaltavam sua habilidade, seu carisma, sua simpatia, etc. Outro
ponto interessante é que as câmeras de transmissão estavam a todo o momento procurando o
36Pesquisado em: <http://www.gazetaesportiva.net/ge_noticias/bin/noticia.php?chid=121&nwid=47169>. Acesso em: 19 out.2008.
100
jogador, mesmo quando ele não estava jogando bem, ou sentado no banco de reservas. Isso
nos mostra que o jogador tem mais visibilidade que a própria Seleção do Brasil.
A CBFS, sabendo que o jogador ‘Falcão’ tem toda uma visibilidade nacional, poderia
convidá-lo para ser garoto-propaganda da Liga Futsal. Segundo o Vice-presidente de
marketing da Liga Futsal, Oscar Neves, “o ‘Falcão’ é atleta da Malwee, e a Malwee tem com
ele um tratamento específico”. Em resumo, Oscar explica que não há nenhuma ação de
divulgação feita para a Liga Futsal com o jogador ‘Falcão’. Em contra partida, quando
perguntado sobre a possibilidade de ser garoto-propaganda da Liga Futsal o jogador ‘Falcão’
disse que
Com certeza, eu acho que tudo o que está direcionado para o esporte, em todos os lados, eu estou a favor. Eu sou um cara que não penso só em mim, eu penso no esporte, eu estou louco para que apareça um fenômeno novo. Pra mim é horrível escutar que, quando eu parar ninguém sabe o que vai ser do esporte aqui no Brasil, e não pode ser assim!
Além de todas as estratégias de divulgação que são realizadas para a Liga Futsal, seria
interessante que a CBFS e o jogador ‘Falcão’ chegassem a um acordo, pois a participação
integral do atleta na divulgação da Liga poderia gerar um aumento significativo de público
espectador e público praticante do futsal no Brasil.
O jogador ‘Falcão’, além de ser um fenômeno de mídia, é também um empresário de
sucesso na cidade Jaraguá do Sul-SC. Na referida cidade, ele possui algumas ‘Escolinhas de
Futebol’ e uma loja de esportes, a ‘Falcão Sports’. Uma das principais características pessoais
do jogador, que faz dele uma pessoa muito querida em Jaraguá do Sul, é a sua paciência no
atendimento ao torcedor. Isso nos é relatado por Joelma de Souza, vendedora da loja ‘Falcão
Sports’, segundo ela
[...] na arena se você vai lá ver o jogo, você consegue falar com ele. Se você espera, depois do jogo, tu consegues tirar foto. Na questão de fãs, ninguém tem o que reclamar. Se a pessoa tiver paciência de esperar terminar o jogo, ficar lá fora esperando, ele atende. Eu nunca vi nenhum fã reclamar dele, ele é muito atencioso com todo mundo.
O sucesso que ‘Falcão’ tem como empresário, como atleta e como pessoa, acaba por
atrair o interesse de empresas em patrociná- lo. Ele tem diversos contratos de patrocínio com
empresas, o mais recente é com o Banco do Brasil. O jogador foi contratado para estrelar um
comercial ao lado do atleta ‘Giba’, da Seleção masculina de vôlei. Empresas como Umbro e
101
Malwee, também têm contratos com o jogador, elas desenvolvem produtos exclusivos com a
‘marca’ ‘Falcão’.
O diretor da Umbro Brasil, Paulo César Verardi, em entrevista ao jornalista Leandro
Carneiro do site Máquina do Esporte37, no dia 18 de junho de 2008, comentou sobre a
utilização da imagem do atleta nas campanhas da empresa. “Já utilizamos muito a imagem do
jogador para promover vendas e sempre trazemos o atleta nos eventos também. Porém,
pretendemos utilizar o Falcão mais na comunicação” – diz Verardi. A principal estratégia de
comunicação adotada pela empresa é não associar diretamente sua imagem com o futebol,
mas sim, com o jogador ‘Falcão’.
‘Falcão’ é uma boa mostra que jogadores de futebol de salão podem ganhar mais
espaço na mídia e serem reconhecidos como grandes talentos, tanto quanto os jogadores de
futebol de campo. Porém, para que isso ocorra, o atleta deverá ter talento dentro de quadra,
boa conduta de vida, visão empresarial e, acima de tudo, paciência para atender a todos muito
bem.
5.6 A assessoria de imprensa e a Liga Futsal
Muitos dos profissionais que colaboraram com este estudo são da área de assessoria de
imprensa, por isso, um tópico especial reservado a eles se faz necessário. Queremos mostrar a
real importância da assessoria de imprensa para o desenvolvimento da Liga Futsal. Pode-se
dizer que a assessoria de imprensa é um trabalho que não aparece para o “grande público”,
porém, é ela a principal responsável pela geração de notícias para os grandes veículos de
imprensa que cobrem o futsal.
Denis Borges, assessor de comunicação da Malwee Futsal, explica como funciona o
trabalho diário de um assessor de imprensa em um clube de futebol de salão. Segundo ele, seu
trabalho é dividido em três partes: com a imprensa local, com a imprensa local onde o clube
vai jogar e com a imprensa nacional. Cada tipo de trabalho, realizado pelo assessor, é feito de
uma forma diferenciada, procurando sempre gerar o maior número de noticias favoráveis a
seu clube, no caso, a Malwee. Denis Borges, detalha um pouco mais, como é o funcionamento
de seu trabalho em relação aos três tipos de mídia. Segundo ele
[...] o meu trabalho com a imprensa local é diário e contínuo, ou seja, todos os dias eu mando uma sugestão de pauta para a imprensa local, eu acompanho todos os treinamentos e estou com o time durante o tempo todo.
37Pesquisado em: <http://maquinadoesporte.uol.com.br/v2/noticias.asp?id=9601>. Acesso em: 19 out.2008.
102
Um outro trabalho que eu faço é com relação à imprensa nacional. Então, na imprensa nacional, eu tenho alguns veículos e tenho alguns jornalistas estratégicos que incluo no meu ‘mailling’. Eu mando nossas notícias diariamente para o ‘Globo Esporte’ e ‘Jornal O Lance’. Veículos como estes recebem diariamente nossas notícias [...]. E um outro trabalho que eu também faço está relacionado à imprensa local de onde nós estamos jogando. Vamos supor: vamos fazer um jogo em Minas, em Belo Horizonte, como eu tenho um ‘mailling’, muito bom, com mais de seis mil jornalistas, eu faço a divulgação regional de onde estamos jogando e disparo nossas notícias.
Já Roberto Toledo, assessor de imprensa da Liga Futsal, explica que seu trabalho é
voltado somente para a mídia nacional, pois deve responde por toda a divulgação de notícias
da Liga. Em relação a seu trabalho, Roberto Toledo diz que
[...] está voltado para a imprensa nacional. Temos um ‘mailling’ com os principais veículos de comunicação de todo o país. Lógico que, em algumas regiões, temos um espaço maior normalmente em cidades que estão diretamente envolvidas com a Liga Futsal.
O assessor da Malwee Futsal, fala também da importância de se mandar as notícias de
maior impacto para as mídias nacionais, pois estas como reservam pouco espaço para o
esporte em suas edições, estão interessadas apenas nas melhores histórias que o esporte possa
contar. Denis Borges, diz que
[...] Têm alguns veículos que eu só mando quando tem alguma coisa diferente, por exemplo, quando o time foi disputar o Mundial na Espanha. Aí, eu já abro para um ‘mailling’ nacional mais completo, porque não adianta você mandar um material diariamente, e o jornalista simplesmente deletar. Então, ele precisa saber que se eu estou mandando o material para ele, é porque tem alguma importância, alguma razão.
A colocação de Denis Borges é afirmada pelo editor de esportes do jornal ‘O Globo’ do
Rio de Janeiro, Jorge Luiz Rodrigues. Segundo ele
[...] nosso jornal não é um jornal esportivo, o nosso espaço só permite que se contem as melhores histórias do esporte. Imagina se nós conseguíssemos noticiar, diariamente, vinte e oito esportes olímpicos, mais Fórmula 1, mais aqueles que são esportes panamericanos. Em resumo, a gente não tem espaço para tudo isso, nós precisamos de boas histórias pra contar.
Além da estratégia de se enviar somente a melhor notícia para os veículos de grande
circulação do país, outra forma de aproximação com os jornalistas, utilizada pelos assessores
e CBFS, é o contato direto com estes profissionais (jornalistas), e também o custeio para que
103
eles acompanhem alguns eventos da Confederação. Para Roberto Toledo, assessor de
imprensa da Liga Futsal, é muito importante “... fazer contato direto com os jornalistas que
cobrem esporte. Quando o evento é importante, a Confederação os convida para
acompanhar, com todas as despesas pagas...”.
Cláudia Mendes, assessora de imprensa do Petrópolis Esporte Clube, fala da
importância de ter uma assessoria de imprensa profissional nos clubes de futebol de salão,
pois esse tipo de trabalho gera para o clube, maior confiabilidade por parte dos veículos de
comunicação. Cláudia, diz que, “os órgãos de imprensa, de maneira geral, têm muito mais
propensão a divulgar uma marca com assessoria do que outra que não tem. A assessoria
passa transparência, profissionalismo, respeito pela informação e pelo torcedor”.
Cláudia Mendes, assessora do Petrópolis, relata quais são as principais dificuldades
encontradas por ela na realização de seu trabalho. Segundo ela, o horário do término dos jogos
é um agravante na geração de notícias, pois os grandes jornais já fecharam suas edições para o
dia seguinte. Segundo Cláudia
Os jornais encontram extrema dificuldade por causa de seus fechamentos antecipados e falta de recursos. Outra dificuldade é o péssimo horário em que o futsal é jogado. Isto inviabiliza qualquer tipo de trabalho mais profundo. Falta também o apoio da entidade estadual (Federação de Futsal).
O assessor de comunicação da Malwee Futsal, Denis Borges, diz que o grande desafio
na divulgação de seu clube está na divulgação do próprio esporte. Segundo ele
Na verdade o grande desafio para divulgar o clube para o qual eu trabalho é a divulgação do próprio esporte, ele ainda não é tão divulgado quanto poderia, não sei de quem é a culpa disso. Se o futsal tivesse a sua grandeza traduzida em mídia, seria muito mais fácil pra todo mundo.
Já para Roberto Toledo, assessor de imprensa da Liga Futsal, a maior dificuldade
encontrada por ele e pela maioria dos que trabalham como assessores de imprensa no futebol
de salão é
[...] a falta de conhecimento do esporte por grande parte dos profissionais, e falta de interesse por outro esporte, que não seja o futebol. Quando acompanho as partidas ‘em loco’, normalmente jogos decisivos da Liga e campeonatos da CBFS, recepciono todos os profissionais de imprensa e tiro as dúvidas. Para alguns, tenho que explicar fundamentos básicos do esporte. Dar dicas que, qualquer mínimo conhecedor do esporte saberia. A falta de interesse também é grande, porque para o futsal está reservado o espaço que sobra do noticiário.
104
Fica claro que o trabalho de assessoria de imprensa realizado pela CBFS, ou pelos
clubes da Liga Futsal, que têm esses profissionais atuando em seus departamentos, tem
surtido um efeito positivo quanto à geração de mídia espontânea. Porém, alguns ajustes, como
os citados acima, pelos profissionais de imprensa, devem ser feitos na competição Liga
Futsal, para que as ações destes profissionais (assessores de imprensa) possam ser ainda mais
efetivas.
5.7 A cidade de Jaraguá do Sul e o futsal
A cidade de Jaraguá do Sul, localizada no Estado de Santa Catarina, é um exemplo de
como o futsal administrado de forma profissional pode ser utilizado como instrumento de
divulgação institucional municipal e empresarial. A parceria entre Prefeitura (Investimento
Municipal) e Malwee (Investimento Privado) tem proporcionado para a comunidade local
uma excelente opção de lazer.
A Prefeitura da cidade investiu na construção de uma moderna arena para receber as
partidas da Malwee Futsal, em contra partida, a Malharias Malwee paga os salários de todos
os jogadores e da comissão técnica. O duplo investimento tem trazido resultados, tanto para o
município quanto para a empresa. A Prefeitura local ganha dos munícipes mais respeito e
admiração, pois demonstra que está interessada na divulgação da cidade em âmbito nacional
e, também, se mostra empenhada em propiciar à comunidade local uma interessante opção de
entretenimento. Já a empresa Malwee, aumenta a visibilidade nacional de sua ‘marca’ e ganha
também, mais respeito da comunidade local.
Dalvino Coelho, morador da cidade de Jaraguá do Sul, proprietário da ‘Braz Foz
Games’ e “fanático” torcedor da Malwee Futsal, fala da importância para a cidade do
investimento da Malwee no esporte. Segundo Dalvino
O time da Malwee contribui no desenvolvimento, na divulgação do nome da cidade dentro do país. Ela é um entretenimento a mais que soma para o povo, para a população. Ela ajuda no desenvolvimento social com a garotada que estuda na escolinha do ‘Falcão’ e que se esforça também, pra ser um jogador.
Outro ponto importante a ser ressaltado, trata da fidelização do torcedor a uma equipe
esportiva que esteja associada diretamente ao nome de uma empresa. Foi constatado por este
estudo, que todas as empresas que tenham uma ligação histórica com a cidade, como é o caso
105
da Malharia Malwee, nascida e criada em Jaraguá, poderão colocar em suas equipes
esportivas o nome de suas ‘marcas’ que, ainda assim, o torcedor irá torcer por elas e não pela
cidade.
Ari Valdemeri38, morador de Jaraguá do Sul e construtor autônomo, quando perguntado
sobre para quem torce quando vai assistir aos jogos da Malwee Futsal na Arena Jaraguá, diz
que “eu torço primeiro pra Malwee, depois pra cidade, pois torcendo pra Malwee
naturalmente está torcendo pra Jaraguá”. Ele não é o único que partilha de tal opinião, Sirla
Cdxezz39, dona de casa e moradora da cidade, diz que “... eu torço pra Malwee, porque eu sou
de Jaraguá, eu gosto do time da Malwee, eu venho assistir o jogo da Malwee...”. Em resumo,
quando uma empresa tem identificação com a comunidade local, o fato de adotar o nome de
sua ‘marca’ em seus patrocínios, não é um problema quanto à fidelização do torcedor.
Como já foi dito acima, associar o município a projetos esportivos, melhora
significativamente a imagem dos gestores locais (Prefeitos e Vereadores) frente a seus
munícipes. As vitórias de uma equipe, apoiada por uma Prefeitura, acabam sendo transferidas,
inconscientemente pela comunidade local, para os administrados municipais, ou seja, ganha o
time em quadra, ganha o gestor em popularidade. Tal colocação é ratificada nas palavras de
João Antônio40, morador da cidade e torcedor da equipe de Futebol de Salão Malwee Futsal.
João Antonio diz que, “... quero parabenizar também, a Prefeitura aqui de Jaraguá do Sul,
que já conheço de longo tempo, e sei que é uma Prefeitura super organizada, os seus projetos
esportivos são bem organizados”.
Jaraguá do Sul pode ser vista como modelo de boa gestão do futebol de salão no país. O
jogador ‘Falcão’ percebendo que a cidade estava apta a receber inovações dentro do mercado
esportivo, montou na principal avenida da cidade, uma loja de artigos esportivos especializada
em futebol de salão, loja esta, que leva o nome de ‘Falcão Sports’. ‘Falcão’ diz que “o
público aqui em Jaraguá do Sul consome muito, eles vivem pro esporte e isso pra nós é
maravilhoso, é um reconhecimento fantástico!”.
Jaraguá do Sul, mesmo sendo uma cidade relativamente pequena, com cerca de 130 mil
habitantes, conseguiu se transformar na “capital” do futsal no país. Jaraguá é um exemplo
claro que para desenvolver este esporte de uma forma profissional, são necessários três pontos
básicos: investimento privado, apoio municipal e interesse da comunidade local.
38Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008. 39Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008. 40Entrevista realizada pessoalmente em 04 de julho de 2008.
106
6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Com a análise de pesquisas bibliográficas e entrevistas pessoais com profissionais que
atuam direta e indiretamente na Liga Futsal, este estudo mostrou que as ações de comunicação
e marketing realizadas pela CBFS para divulgar seu produto guarda-chuva ‘Liga Futsal’
podem ser ampliadas. Concluiu-se, também, que a Confederação tem avançado em relação à
organização e divulgação do evento, mas isso vem ocorrendo de uma forma lenta, e às vezes,
com pouca audácia, adjetivo este, imprescindível a todo administrador que pretenda crescer.
Respondendo a um segundo objetivo deste estudo, conclui-se que alguns clubes que
integram a Liga Futsal têm departamentos de comunicação amador, que em sua maioria, estão
sendo gerenciados por profissionais de outras áreas que não a da comunicação. Ainda em
relação aos clubes de futebol de salão, percebeu-se que o retorno de mídia espontânea é maior
para aqueles (clubes) que dispõem de alguma forma organizada de comunicação, como é o
caso, por exemplo, da Malwee Futsal que tem um assessor de comunicação, quase que em
tempo integral, trabalhando com a equipe.
O problema de pesquisa a ser respondido por este estudo era: - Será que as ações de
comunicação realizadas pela CBFS para a Liga Futsal facilitam a exposição deste esporte
nos meios de comunicação? Resumidamente a resposta é ‘não’, no parágrafo abaixo, será
explicado detalhadamente o por quê.
Como foi visto neste estudo, as ações de comunicação da Confederação para divulgar a
Liga Futsal são basicamente três: A manutenção da parceria com a Tv fechada (Sportv), o
desenvolvimento do site da Liga Futsal e a realização de um evento anual de premiação e
lançamento da Liga. As poucas ações de comunicação realizadas pela Confederação para
divulgar a Liga inviabilizam um interesse maior da mídia pelo esporte, pois os veículos de
comunicação vivem da audiência. Portanto, para que a audiência deste esporte possa
aumentar, a CBFS precisa criar urgentemente ações de comunicação e marketing voltadas
para desenvolver novos públicos. Tal falta de iniciativa da Confederação resulta em menos
mídia para a Liga Futsal e também dificuldade para se colocar o esporte na Tv aberta.
107
A Confederação, porém, tem seus méritos no que diz respeito à administração e
gerenciamento das finanças do evento. A Liga Futsal é atualmente um produto lucrativo para
a CBFS, com esse lucro ela mantém todo um corpo de funcionários assalariados e registrados.
Segundo Oscar Neves, Vice-Presidente de Marketing da Liga Futsal, “a administração da
Liga é toda profissional, com exceção do Diretor Executivo que é o Vice-Presidente da
Confederação que não tem remuneração. Mas os níveis gerenciais, o pessoal de imprensa, o
pessoal do site, todos eles têm salário mensal”. Um segundo ponto positivo a ser destacado,
trata da confiança dos franqueados na administração da Liga. A gestão clara e participativa da
Confederação deu à Liga uma estabilidade operacional muito grande e fez com que seus
franqueados confiassem na gestão financeira da CBFS. Nenhum de nossos entrevistados
(franqueados) contestou a idoneidade da administração financeira da Liga.
Vale ressaltar, novamente, que a gestão da Liga Futsal como negócio não parece
amadora. Aparentemente, falta audácia administrativa aos profissionais que têm poder de
decisão dentro da Liga. Os recursos financeiros disponíveis devem ser usados por estes
profissionais para maximizar a divulgação do evento entre os mais diversos públicos.
Além das conclusões apresentadas, este estudo visa também, propor algumas soluções
de comunicação e marketing para que a Liga Futsal ganhe visibilidade midiática e conquiste
novos públicos-alvo. As sugestões serão baseadas na idéia central de que a Confederação tem
condições financeiras para investir fortemente em uma campanha de comunicação integrada.
Também serão propostas, algumas soluções para os clubes que integram a Liga Futsal, porém,
acredita-se que as ações de comunicação devam ser focadas em maior escala no evento, ante a
sua projeção nacional.
A primeira solução apontada por este estudo, não é uma idéia do pesquisador, mas sim,
de alguns dos entrevistados que participaram desta pesquisa. Segundo o coordenador de futsal
do SPFC Praia Clube de Uberlândia, Adeodato Rosa da Silva Júnior, “seria muito
interessante abrir mais vagas para uma possível segunda divisão”. Adeodato não é o único
que atenta para a criação de mais divisões dentro da Liga Futsal, porém nas palavras de
Norberto Mello, Presidente do Petrópolis Esporte Clube, parece estar a melhor definição para
o nome de cada nova divisão, “... precisamos de talvez mais uma ou duas Ligas (Prata e
Bronze), onde as equipes participantes tenham o direito de ascender até a Liga Nacional”. A
criação de mais duas divisões geraria para o esporte e CBFS, respectivamente, mais
visibilidade e lucro. Novas franquias seriam comercializadas pela Confederação, mais
empresas investiriam no esporte, novos clubes seriam formados, novas cidades passariam a
vivenciar o futsal como forma de entretenimento municipal, mais mídia entraria na cobertura
108
do esporte, etc. Acredita-se que a manutenção de 20 clubes em cada divisão seria o ideal e as
três divisões deveriam se chamar: Liga Futsal – Ouro; Liga Futsal – Prata; Liga Futsal –
Bronze.
Uma segunda sugestão para que a Liga Futsal ganhe mais espaço na mídia, também nos
foi dada por um de nossos entrevistados. De acordo com Jorge Luiz Rodrigues, editor de
esportes do jornal ‘O Globo’ do Rio de Janeiro, a Liga deveria “utilizar o maior dia para a
realização de eventos esportivos que é o domingo”. Ainda segundo Jorge Luiz, todos os
grandes jornais do país publicam seus cadernos de esportes na segunda-feira, ou seja, como a
Liga Futsal não realiza jogos aos domingos a notícia de sábado passa a ser velha para o leitor
de segunda-feira, por isso, os jornais não abrem espaço em seus cadernos de esporte para o
futsal como deveriam. Acreditamos que a Confederação deva colocar pelo menos três jogos
aos domingos pela manhã, entre 10h e 11h. Isso fará com que o esporte e, em especial, a Liga
sejam mais lembrados nos grandes cadernos esportivos de segunda-feira.
Em nossa pesquisa pudemos acompanhar, ao vivo, uma partida da Liga Futsal realizada
no dia 04 de julho de 2008, na cidade de Jaraguá do Sul, entre as equipes da Malwee Futsal e
Teresópolis/DalPonte que terminou com vitória do time da Malwee por 6x0. O jogo,
tecnicamente, teve todos os ingredientes de uma grande partida, lindas jogadas, muitos gols,
belas defesas, torcida vibrando e o melhor jogador do mundo, ‘Falcão’, fazendo um gol que
merecia uma placa de tão bonito. Porém, tecnicamente o futsal proporciona esse tipo de
espetáculo, o problema está na ambientação da arena e na criação de estratégias de
entretenimento durante os jogos. Seria interessante que os jogos se transformassem em
espetáculos por interiro, como faz a NBA, por exemplo. Na entrada dos atletas em quadra eles
poderiam ser apresentados com uma música de fundo e com uma luz sobre eles, isso atrairia a
atenção do torcedor para seus atletas. Nos intervalos, o público deveria ser convidado a
participar de brincadeiras na quadra e brindes poderiam ser distribuídos. Na saída dos jogos a
mascote de cada time poderia entreter o público com brincadeiras. Esses pequenos detalhes
aguçariam a sensibilidade dos torcedores e cativariam mais famílias a irem aos ginásios.
Ainda no campo da divulgação institucional de uma ‘marca’ e/ou evento pelos valores
da experiência do inconsciente, acreditamos que todos os clubes da Liga Futsal devam criar
uma mascote para cativar o público infantil. A CBFS e os clubes da Liga devem negociar os
direitos de imagem das mascotes com empresas de brinquedos a fim de criar bonecos e outros
artigos voltados para o público infantil.
Foi constatado também por este estudo, que o jogador ‘Falcão’ tem mais mídia que toda
a Liga Futsal. Porém, o próprio jogador, disse que não foi convidado a realizar nenhuma ação
109
de divulgação específica para o evento. Fica então, mais uma sugestão para os
administradores de marketing da Liga, aproveitar a força de mídia e a disposição sincera do
atleta em ajudar na divulgação da Liga.
Todo esporte que pretenda crescer e se modernizar deve conseguir aumentar seu
público. A NBA buscou torcedores em todos os lugares do mundo. O Barcelona da Espanha
fez realiza ações de comunicação e marketing em países como o Japão, chegando a vender
títulos de sócios para estes torcedores que talvez nunca irão à Espanha ver um jogo. Em
resumo, a CBFS deve criar um plano de comunicação integrada visando atingir novos
públicos como crianças, jovens e adultos. A estratégia de comunicação integrada deve
abranger mídias como outdoor, busdoor, revistas, jornais, Tv, internet, etc, a fim de
gradativamente popularizar o esporte pelo país.
Como a internet é uma das mídias prioritárias da CBFS para divulgar a Liga Futsal,
sugerimos a realização de algumas ações específicas de web marketing. A primeira ação de
web marketing proposta para a Liga Futsal é bem simples de ser realizada e ainda não foi
feita. Trata-se da otimização do site da Liga Futsal para que ele apareça em primeiro lugar na
busca por palavras-chave do site ‘Google’. Atualmente, se digitarmos a palavra-chave
‘futsal’, por exemplo, o site da Liga será listado apenas na sexta posição. Otimizar um site,
nada mais é que colocar o seu site nos padrões exigidos pelos sites de busca como: Google,
Altavista, Cadê, etc. Como segunda estratégia de divulgação voltada para a internet, sugere-se
a criação dos ‘links patrocinados’, também no site ‘Google’. Os ‘links patrocinados’ são
pequenos anúncios de texto pagos por click, ou seja, a cada click o anunciante paga um valor
que varia entre 0,10 e 0,15 centavos. O principal objetivo de se investir em ‘links
patrocinados’ é gerar visitação no site da Liga Futsal. A criação de campanhas de banners de
internet deve ser constante, sugere-se também, que nos três meses que antecedem o começo
da Liga Futsal, essas campanhas sejam mais intensas e pulverizadas em sites de grande
circulação de internautas como: UOL, Terra, Globo.com, IG, etc. Sugerimos também a
criação de um ‘Blog Corporativo’ da Liga Futsal. Esse Blog seria um canal de comunicação
direto entre público e instituição, serviria também, para esclarecer de uma forma rápida
possíveis ruídos gerados pela mídia.
Uma última sugestão para o meio internet é a criação de um site para a transmissão dos
jogos on-line. Seria um sistema de transmissão via internet muito parecido com os já
existentes atualmente. O usuário interessado em ver os jogos da Liga Futsal pela internet teria
que comprar um pacote de jogos por temporada, isso seria algo muito parecido com o sistema
Pay-per-view dos canais por assinatura. Esse usuário teria uma senha e sempre que algum
110
jogo de seu pacote estivesse para ocorrer, ele seria avisado em seu e-mail com pelo menos
dois dias de antecedência.
Esperamos que algumas das sugestões, aqui propostas, possam ser colocadas em prática
pela Confederação Brasileira de Futebol de Salão, espera-se também, que este trabalho tenha
contribuído para trazer algo novo aos estudos da comunicação. Por fim, desejamos que novas
pesquisas sejam feitas na área do marketing esportivo e, em especial, sobre o futebol de salão.
111
III – REFERÊNCIAS
1. REFERÊNCIAS
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115
2. ANEXOS
2.1 Entrevista pessoal com Oscar Neves – Vice-Presidente de Marketing da Liga Futsal
Entrevista realizada em 29 de agosto de 2008. Oscar Neves é Vice-Presidente de
Marketing da Liga Futsal, telefone: (11) 3037 7151 – e-mail: oscar.neves@onsports.com.br.
Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado - afirmações geradas a partir do
material gravado.
1. Quais são as principais ações de comunicação/marketing realizadas pela CBFS para
divulgar o produto ‘Liga Futsal’?
“A CBFS administra a Liga Futsal. Essa administração é formada por um conselho
representado por todos os franqueados da Liga. São vinte times franqueados. São eles que
compõem o conselho de administração da Liga, ou seja, são os próprios clubes que dão a
orientação e a caracterização do que deve ser feito na Liga e aprovam as colocações, os
resultados e o que deve ser feito pela Liga em termos de marketing, administração, operação
e tudo o mais, inclusive negociação de televisão. Quem administra é o Diretor executivo da
Liga, o Hideraldo, e tem um grupo de pessoas específicas contratadas para esse fim, que
administra o site da Liga Futsal e todas as operações da Liga, ou seja, toda a definição do
que é feito ou deve ser feito pela Liga, sai da própria Liga. Existe o conselho que é formado
por todos os clubes franqueados e uma Direção Executiva Operacional que é exercida pelo
Hideraldo e mais um grupo que são de Diretores Jurídicos, Diretores de Marketing e assim
vai!”.
2. Descreva detalhadamente cada uma das ações acima citadas. A quem se destinam?
Quais são seus principais objetivos? Como vêm sendo acompanhados os resultados
obtidos por essas ações?
“A primeira consideração importante é que o futsal é o terceiro esporte mais exibido na
televisão brasileira; primeiro o futebol, depois o vôlei, depois o futsal. A Liga já há alguns
116
anos mantém um contrato com a Sportv e Organizações Globo, onde ela tem todo o seu
campeonato transmitido pela Sportv, e isso dá, anualmente, aproximadamente, mais de 90
jogos transmitidos pela Sportv, em termos de retorno de mídia. A gente acompanha isso por
empresas especializadas; dá um retorno acima de 60 milhões/ano, de retorno de mídia
Globo, de horários de TV. Quem faz esses estudos para a gente é a Informídia, uma empresa
ligada ao IBOPE, que acompanha exatamente eventos esportivos. Hoje, a Liga está numa
situação de profissionalização muito grande; então você não vende o futsal como uma
situação de ajuda, pelo contrário, quem participa do futsal e compra propriedades de arena
do futsal, tem um retorno que é dado sobre o resultado de mídia; normalmente esse retorno
dá entre cinco e sete vezes mais do valor investido pela empresa. Então, a Liga tem uma
estrutura altamente profissional. Em termos de visibilidade só é ultrapassada pelo futebol e
pelo vôlei, evidentemente que eu estou tirando fora disso o esporte motor. Bem você me
perguntou sobre as ações de comunicação da Liga? Primeiro: ter o espaço de televisão, é
uma questão básica, não basta só ter o contrato de televisão, você tem que ter uma
freqüência de transmissão, e isso muito pouca gente tem. Então em termos de comunicação é
mantido esse tipo de coisa, fazemos também um trabalho bastante forte de internet, pois
temos aproximadamente 4 milhões de pessoas visitando o site mensalmente. Neste início de
ano, nós tivemos uma surpresa muito grande, tivemos 23 milhões de pessoas nos visitando de
janeiro a março. Então, nós temos um volume de informação dada e passada por internet,
por questão da ‘instantaneidade’, muito grande. Estamos trabalhando, para colocar quase
que on-line toda a operação da Liga Futsal, ou seja, você consegue resultados quase que
imediatos. Por exemplo: “você teve no jogo de ontem, toda a informação da partida,
resultado que deu, a situação dos jogadores, tudo fica disponível rapidamente. É comum que
todas as pessoas envolvidas, recebam após o jogo, isso é feito de madrugada, as informações
dos resultados, as penalidades e tudo mais. Então, em termos de divulgação e comunicação,
nós estamos nesse procedimento de dar material, ou seja, existe um processo evolutivo e que
custa!”.
3. Existe alguma estratégia específica de lançamento da Liga Futsal?
“Isso é uma questão de escolha. Nós optamos pelas mídias de maior movimentação. Então,
por exemplo, se eu fizer outdoor, vou fazer um outdoor na cidade que eu estou operando.
Porém, em termos de efetividade como é uma Liga Nacional nós precisamos responder por
mídias nacionais, então o jornal impresso, hoje não resolve a nossa situação, e não dá
agilidade que a própria Liga pede. Então, em função disso, nós publicamos coisas.
117
Publicamos, uma revista de resultados e tudo mais, mas em termos de definição do que se
deve fazer, é essencialmente televisão, para atingir 98% dos lares, ou seja, nós estamos
falando de lares e de uma cobertura estupenda. Então a nossa procura é por televisão, seja
televisão aberta ou televisão fechada, nós temos um contrato importante com a televisão
fechada e estamos trabalhando na direção para conseguir espaços na TV aberta e a questão
do portal, porque hoje são 50 milhões de pessoas com internet. Então não adianta fazer um
outro tipo de material que não dê a cobertura e a ‘instantaneidade’ que essas duas mídias
têm. Por isso, a gente optou por essas mídias”.
4. Você tem idéia de quais são os públicos específicos da Liga Futsal?
“Nós temos. Isso é uma distribuição que nós definimos por essas mídias. Você tem uma
distribuição, que mais ou menos segue a distribuição de classes sociais do país. Existem
diferenças, existem. Eu tenho um estudo da Informídia que nos mostra os públicos, mas há
uma predominância das classes A, B e C, isso existe!”.
5. Foi realizado algum evento de lançamento da Liga 2008?
“Sempre tem. Geralmente é escolhida uma Capital. É feita uma reunião onde é convidada a
imprensa. É feito um trabalho de apresentação dos clubes que vão participar do evento, da
nova Liga, ou seja, daqueles que são os franqueados. Para aquele ano são apresentados seus
uniformes e tudo mais; é feita uma apresentação desse tipo; é uma festa bastante importante
também”.
6. Como são negociadas e administradas as propriedades de arena?
“É administrada pela Confederação Brasileira de Futsal é ela que cuida da colocação e da
venda. A gente vai ao mercado oferecendo, fazemos uma operação ativa ‘ela não é
receptiva’. Nós temos padrões de painéis, geralmente de três metros por um, de três por zero
noventa, ou seis por zero noventa. São painéis de impressão digital; há um tratamento
qualitativo, e o tamanho específico, porque há uma preocupação de visibilidade. É um tipo de
apresentação que dá um retorno mais interessante. A Liga autoriza também, no uniforme do
Juiz, a colocação de marcas. Então tem uma série de ingredientes, que são estudados à luz do
que você vai fazer. Eu posso ter bola, eu posso ter tapete na arena em locais pré-
determinados, que são muito poucos, está certo! Nós fazemos um desenho e abrimos para
quem já comprou no ano anterior - que tem a prioridade de compra - nós estabelecemos os
118
preços. Esses preços são estabelecidos à luz dos resultados de vídeo. Nós não fazemos nada
sem critério, e o critério é baseado nas posições dos painéis”.
7. A Liga Futsal tem alguma ação de licenciamento específica?
“Nós temos um contrato anual, onde se tem a bola oficial da Liga, e quando você tem a bola
oficial da Liga, você pode marcar, que aquela é a bola oficial da Liga Nacional. As empresas
que têm propriedades na Liga Futsal são: a Superbola que tem a bola, a DalPonte que tem as
propriedades de arena. Não tem outra coisa, a não ser propriedades de arena. Cada clube
também tem suas marcas visualizadas lá na arena, ou seja, a Liga oferece para o próprio
clube dois painéis de cada lado, para ele colocar as marcas de seus clientes. Isso é dado aos
clubes”.
8. Quais são os recursos financeiros para manter a Liga em funcionamento?
“São os painéis de arena, mídia televisão, com a venda de direitos para a televisão, os
patrocinadores. Os clubes também têm seus patrocinadores. Esse conjunto de dinheiro faz a
auto-sustentação da Liga”.
9. Qual a vantagem de ser um franqueado da Liga Futsal?
“O clube franqueado passa a receber algumas coisas, ele recebe diária de viagem, ele recebe
hospedagem, ajudas em determinados deslocamentos. Então com isso a Liga ajuda os clubes
franqueados nesse sentido”.
10. Quais são as futuras ações de comunicação/marketing que a Liga Futsal pretende
implementar para aumentar o interesse do público em geral?
“A idéia futura é essa - continuar a concentração e a busca em aumentar nossa participação
e freqüência em televisão e internet - isso é uma definição! A última emissora aberta que nós
tivemos, por exemplo, foi a RedeTV, e que também foi bancado por nós, com produção
bancada pela própria Confederação. Então, na realidade, nós estamos trabalhando na
busca de uma nova TV aberta”.
11. Existe alguma ação conjunta com os clubes da Liga Futsal visando aumentar a
exposição da mesma com os seus diversos públicos?
“Então Jefferson, aí é o que eu te digo, na medida em que você escolhe os meios de
comunicação, você trabalha nessa direção, está certo! Então todo o recurso é canalizado
119
para tentar aumentar essa frente. As modificações importantes que se desenvolveram a partir
da internet de cobertura, de informação e de televisão. Quando você tem uma Liga que tem
vinte franqueados, mais os seus patrocinadores, é evidente que cada clube faça a sua
operação específica em suas áreas, e isso é benéfico para todo o sistema”.
12. Existem ações especificas de promoção, divulgação e entretenimento para os
torcedores nos dias de jogos?
“Existe, sim! Existem aspectos promocionais. Não é significativa pra Liga a receita do
ginásio, ou seja, é colocado um preço muito atrativo, a questão da segurança das famílias, a
maior presença das famílias nos jogos. Os clubes fazem um trabalho de base muito
importante nas comunidades, ou seja, esse tipo de aproximação com a comunidade é o nosso
ponto base. É isso que dá ao Futsal uma posição importantíssima, porque o Futsal é o
esporte mais praticado no Brasil de acordo com o Atlas do Esporte. Lá você vai ver que são
dez milhões e meio de praticantes. Existem também, mais de mil jogos de Futsal por ano, e
mais de trezentos e cinqüenta mil atletas cadastrados na Confederação. No exterior, nós
temos mais de quinhentos atletas em várias equipes, ou seja, é uma movimentação muito
grande, não é uma movimentação pequena não! Bem, nas arenas se distribuem bolas, tem
pessoal vendendo camisetas e tudo o mais. Nós temos esse tipo de aproximação”.
13. A Liga Futsal pretende utilizar jogadores de renome como ‘Falcão’ para aumentar
sua visibilidade na mídia em geral? Isso já foi feito? Se sim, qual foi a ação e quais
foram os resultados obtidos?
“Isso é normal! Quando você põe um time em campo, todas as suas estrelas estão lá. Na
realidade cada clube vive dos seus atletas, está certo! O Falcão é atleta da Malwee, e a
Malwee tem com ele um tratamento específico. Dessa forma, enquanto atleta da seleção
brasileira, ele tem, assim como outros atletas, mais visibilidade. Então o que acontece com
essa visibilidade? O cliente da Confederação, como o Banco do Brasil, por exemplo, contrata
o Falcão - como poderia contratar outro - mas contratou o Falcão e, junto com o Giba, está
fazendo a valorização do esporte, como fizeram agora. Isso acontece, também, com os
Correios, patrocinando com a Topper, que patrocina atletas da Liga. Isso é um critério dos
jogadores e das empresas”.
120
14. Na sua opinião, quais são as principais dificuldades enfrentadas pela Liga Futsal
para obter um maior espaço na mídia?
“Olha - eu acho que- a gente pode trabalhar com alguns exemplos. Eu fiz um estudo bastante
profundo - antes de fazer uma sugestão para a Liga - de como foi desenvolvido o futebol nos
Estados Unidos, o ‘Soccer’. Durante alguns anos, a Liga de Soccer comprou espaços na
televisão com os recursos dos seus patrocinadores, ou seja, ela foi à TV aberta e comprou o
seu espaço. Durante oito anos, ela veio nessa iniciativa de comprar o espaço, produzir o
material e colocar em TV aberta. A partir deste ano de 2008, houve uma inversão das
empresas quererem comprar espaços de visibilidade de Futebol-Soccer da Liga nos Estados
Unidos. Eu acho, que inevitavelmente essa é uma estratégia. É a melhor estratégia de
desenvolvimento. Pra isso precisa de mais recursos. Esses recursos demandariam um custo
anual adicional, na ordem de uns dois milhões e meio, aproximadamente, para poder fazer
uma operação desse tipo”.
15. Existe a possibilidade da mídia em geral valorizar o futsal como o faz com o vôlei? Se
sim, o que a Liga pode fazer para conquistar isso?
“Eu acho que você tem a informação do vôlei, como você tem do futsal, em momentos de
Seleção Brasileira, mas o importante é você caminhar para a regularidade. Então, eu não
vejo - como você mesmo diz - da importância da mídia impressa. Claro que é, assim como é
importante a mídia revista, claro que é, mas você precisa criar um processo de alimentação
que torne isso mais regular. É isso que, a gente tem conseguido montar agora, entendeu!
Então hoje, qualquer jornalista, que entre no site da Liga, tem à disposição fotos atualizadas
de ontem à noite, todos os eventos, informações e tudo o mais. Então isso foi montado”.
16. Como você vê a Liga Futsal nos próximos quatro anos? Existe um plano de
marketing traçado para que os objetivos sejam atingidos?
“Tem. A Liga, na realidade, trabalha nessa política de largo prazo, até para ter uma noção
de recursos que ela possa ir buscar e trabalhar com recursos advindos do ano anterior.
Então, quando se faz o balanço disso, se faz o balanço do evento passado, como vai ser o
evento futuro, e como vai ser o evento num futuro próximo, ou seja, as tentativas de ajustes
visam trabalhar com o calendário internacional. Isso vai possibilitar os times a terem ações
no exterior, a participarem de competições e eventos no exterior, ou seja, quando a gente
fizer a mesma coisa que o futebol fez, que foi ajustar os calendários”.
121
17. Qual é a Missão e a Visão estratégica da Liga Futsal?
“Ela pretende, e vai continuar sendo, uma Liga de franqueados. Como missão que ela tem:
divulgar o futsal. E foi a Liga, junto com a Confederação, que obteve o posicionamento de
ser o terceiro esporte mais visualizado da televisão, que era seu objetivo também. A missão, é
o desenvolvimento do futsal no Brasil, como um modelo, não só de profissionalização do
esporte em si, mas de inclusão social. Com este trabalho ela vem respondendo por isso, com
as suas escolinhas e tudo o mais. Ela é a Confederação!”.
18. Quais são as ações de comunicação/marketing da Liga Futsal específicas para
aumentar o interesse do torcedor pelo esporte?
“Olha, eu acho que nesse caso é uma questão prática, porque a televisão faz sua opção?
Porque a Globo aberta faz opção pela Seleção Brasileira? Ela só faz porque tem um retorno
de audiência importante. Então, o fato de nós estarmos trabalhando, é um dado importante!
É que existe - uma eficiência tal de qualidade no futsal - que possibilita as emissoras a
obterem um retorno que justifique a sua compra. A Sportv não vai comprar um calendário,
do tamanho que compra, para fazer noventa e sete transmissões - são quase duzentas e
setenta exibições, entre Sportv 1 e Sportv 2 - se ela não tiver audiência e resultado. Então o
nosso resultado está acontecendo pela audiência que o próprio esporte dá. O esporte só dá
audiência, se for popular e conhecido, com regras simples e de fácil entendimento e tudo o
mais. É esse conjunto de coisas que o futsal tem trabalhado com eficiência. Está certo, essa é
a grande eficiência do futsal. A questão de como você vai trabalhar questões futuras é
normal da própria evolução do marketing, que você vai operar, e que tem que ser uma coisa
dinâmica! A direção do que nós queremos - está definida - é maior espaço nas mídias que
nós escolhemos. As mídias que dão maior popularização e maior penetração são: a mídia
televisão e a mídia internet. Não tem outro meio, pois nós precisamos trabalhar com imagem,
e nossa imagem tem que ser dinâmica, e isso você vai encontrar na televisão e na internet”.
19. Quais materiais promocionais são realizados pela Liga na sua divulgação?
“A Liga valoriza a camisa dos clubes, ela tem sua marca e tudo o mais, mas toda a
visibilidade é sempre dos clubes. A gente não substitui a visibilidade dos clubes pela
visibilidade da Liga, entendeu! É a mesma coisa se você pegar o Campeonato Brasileiro de
Futebol - você tem lá o Vasco, o Palmeiras, o Flamengo e tudo o mais - e estes são
valorizados. A nossa tendência é essa, pois este espaço tem que ser ocupado pelos clubes,
não por nós - não pela administração da Liga - não é a administração da Liga que tem que
122
aparecer. Quem tem que aparecer são os clubes que a ela estão vinculados, porque é isso que
pode fortalecer os clubes na procura de suas parcerias e de seus patrocínios”.
20. O esporte tem recebido apoio do Governo como recebe o futebol de campo, por
exemplo? Se sim, quais são esses apoios?
“O que tem é o seguinte, o que você recebe. Você pode ter uma cidade que apóia mais ou
menos um clube. Por exemplo: Malwee está em Jaraguá do Sul, e lá tem uma arena como em
poucos lugares do Brasil. Então houve um investimento que foi feito pela Prefeitura e tudo o
mais, que resolveu colocar uma arena lá, isso ajuda o clube? Ajuda, mas dizer que isso foi
feito diretamente para o clube, isso não foi. O clube não depende só de recursos de órgãos
públicos municipais, mas normalmente, há um entendimento importante com a Prefeitura
local. Em termos Federais, não há qualquer ajuda! A ajuda que nós temos vem dos nossos
patrocinadores da Confederação. Quando a gente trabalha Confederação, trabalha a Liga
junto, oferecendo painéis. Normalmente temos painéis, aos clientes da Confederação como
Banco do Brasil e Correios. Mas isso, nesse caso, há um investimento enquanto empresa
mesmo”.
21. Existe algum trabalho específico de gerenciamento de ‘Brand’ (marca) voltado para
Liga Futsal? Se sim, como é feito?
“A Liga, hoje em dia, tem um grupo de pessoas trabalhando ‘full time’ pra ela. Seja
imprensa, seja comunicação, ela é uma organização objetiva nesse sentido, com o seu
próprio site. Tudo isso é feito pela própria Liga. Acho que poucos têm isso. Acho que o vôlei
faz isso. Nós fazemos - quem eu diria – mas que está fazendo isso de uma forma integral! Eu
prefiro não comentar a de terceiros - mas sei que nós - e o vôlei fazemos isso, com equipes
internas. Temos uma estrutura profissional interna fazendo isso. Na realidade, nós temos,
hoje - uma Liga profissionalizada - essa é a realidade”.
22. O que falta para que o futebol de salão possa ter um ‘status’ de produto ‘premium’
em âmbito nacional?
“Eu discordo num ponto - pra mim ela já é ‘premium’ - o esporte e a Liga são ‘premium’. Se
ela nesse momento mantém um contrato com mais de duzentas exibições, seja na TV fechada
ou em outro meio. É um volume muito importante - e que muito poucos têm. Então se nós
estamos entre os três esportes mais visualizados, evidentemente, você tem lá em cima o
futebol, você tem vôlei e futsal aqui. O grande distanciamento é entre o futebol e os demais”.
123
23. Na sua opinião, quais são os pontos fracos e fortes do departamento administrativo
da Liga? E como as possíveis falhas podem ser melhoradas?
“Olha, eu diria que o nível de satisfação dos franqueados com a administração da Liga, só
para que você entenda, o seguinte: qualquer mudança na Liga tem que ser feita, não por
maioria absoluta, mas sim por número geral dos votos, ou seja, os vinte têm que concordar
para que seja estabelecida qualquer regra diferente. Isso deu para a Liga uma estabilidade
operacional e a confiança que os franqueados da Liga têm na direção. É muito grande! Com
a apresentação de balanços semestrais, de que está movimentando um dinheiro importante.
Como eu disse, a Liga é auto-suficiente para dirigir os seus destinos. Então essa
administração conseguiu um nível de resultados muito satisfatório. Quando eu afirmo essa
administração, é porque é aquela que eu conheço e participo, quer dizer, eu não quero julgar
aquela que eu não conheci, julgo aquilo que eu presencio. Nós já estamos fazendo melhorias
nos meios de comunicação. A melhoria dos serviços de imprensa, a melhoria dos serviços de
arquivo e iconografia. Ou seja, tudo aquilo que você não consegue fazer em um ou dois anos,
você tem que ter uma política de estabelecimento e desenvolvimento”.
24. Você tem idéia de qual é o valor atual que um clube cobra para negociar sua
franquia?
“Eu acho que uma franquia hoje em dia, deve estar pra mais de trezentos mil - isso era no
passado - acho que hoje, por menos de quatrocentos, quatrocentos e cinqüenta, você não vai
achar não. Um proprietário de uma franquia pode passar para outro. Por exemplo, a
DalPonte é detentora - se eu não me engano - de duas licenças, e se ela decide vender uma,
é um critério dela, a gente não interfere. A Confederação toma conhecimento e acompanha
os contratos de transferência. Um exemplo agora é o da Topper, que resolveu vender seus
direitos para a Intelli, e ela assumiu a franquia. Eu não me lembro de quanto pagou, mas os
valores naquela época giravam em torno de trezentos, trezentos e cinqüenta mil”.
25. Toda a estrutura administrativa da Liga é remunerada?
“A administração da Liga é toda profissional, com exceção do Diretor Executivo que é o
Vice-Presidente da Confederação que não tem remuneração. Mas os níveis gerenciais, o
pessoal de imprensa, o pessoal do site, todos eles têm salário mensal. São registrados e tudo
o mais. São registrados na Confederação. Quer dizer, a Liga, em si, recebe esses serviços,
recebe prestação de contas e tem discriminado todo esse pessoal que trabalha ‘full time’ pra
ela”.
124
26. Existe a possibilidade de ter mais divisões da Liga Futsal?
“Olha, eu acho que isso vai ser inevitável. O próprio crescimento do esporte vai tornar
necessária uma Liga Ouro, Prata e Bronze, isso é um caminho inevitável. A Liga Ouro
sempre será a mais importante e a que tem contrato de televisão. Eu não posso garantir que a
Liga Prata tenha esse tipo de contrato. Então quer dizer, é a mesma coisa com o Futebol e a
série B, ela tem lá Televisão, depois de quantos anos? Então, não é uma coisa que você
estabelece de uma hora para a outra”.
27. Os jornalistas e assessores de imprensa gostariam de ver a Liga Futsal com jogos aos
domingos de manhã. Por que essa data não é usada?
“Eu digo pra você que tem jogo de futebol todo o dia, estou falando de futebol de campo.
Como ele resolve futebol de campo então? Futebol de campo tem no sábado à noite, no
sábado à tarde, tem domingo e tudo o mais, é uma questão de espaço e de grade de
programação. Eu tenho que, também respeitar aquele sujeito, que é meu parceiro. Se a
Sportv me diz o seguinte: ‘Oscar, eu tenho aqui uma programação montada e pra mim é
interessante o sábado à noite, segunda à noite e etc’. Agora você pega jogos do futsal nessa
fase de semifinal tem todo dia, então essa questão de grade você precisa respeitar aquele que
está fazendo com você. Não é só chegar para um cara e falar: ‘Ah, não quer domingo então
não vou colocar’. Se qualquer televisão me propuser espaço no domingo a qualquer hora eu
vou tentar encontrar uma forma de ajudar, porque é a minha divulgação. Nós precisamos
olhar o conjunto, não dá para olhar especificamente a questão de um jornal. Qual é a
questão do jornal que você vê objetivamente aqui? Você olha para o dia o seguinte: ‘A
Maurren Maggi ganhou uma medalha’ - e eram duas da madrugada - o jornal só vai mostrar
no dia seguinte, aquilo, não tem jeito! A dinâmica de cada veículo vai ser diferente. A
televisão vai dar - com uma agilidade brutal - ela transmite 24 horas. Agora você vai dizer
porque você não faz jogo para o jornal? Eu não posso pensar nos trezentos mil, duzentos e
cinqüenta mil leitores, ou vezes quatro, um milhão de leitores de um jornal, eu tenho que
pensar na cobertura que eu tenho que dar - tentar dar, num evento - não tem jeito! Tem que
respeitar rádios e tudo o mais. Então você tem que optar, você tem que escolher, e a minha
opção eu diria pra você o seguinte, e de uma forma muito objetiva: ‘se uma TV aberta me
desse as terças à tarde, nos dias de semana, eu faria um grande evento, porque eu vou
provocar a divulgação e vou atingir crianças e famílias. Se me der à noite entre as dez e
meia, perfeito! Eu vou fazer um negócio trabalhando adultos, aí depende como você vai se
encaixar”.
125
28. Você gostaria de acrescentar alguma coisa que não foi dita na sua entrevista?
“Nós temos hoje - talvez sejamos o único esporte que tem - súmula de jogo on-line. O que eu
digo para você é o seguinte: ‘se teve uma falta agora, daqui a cinco minutos você pode ir no
site que tem a informação’. Então com jogo ocorrendo você vai estar tendo a informação do
resultado do jogo, e número de qualquer tipo de penalidade. Ou seja, você tem uma súmula
on-line. Terminou o jogo você sabe de tudo”.
126
2.2 Entrevista pessoal com Jorge Luiz Rodrigues – Editor de esportes do jornal O Globo
Entrevista realizada em 10 de julho de 2008. Jorge Luiz Rodrigues é editor de esportes
do jornal, ‘O Globo’, do Rio de Janeiro. Telefone: (21) 2534 5242 – e-mail:
jorgelr@oglobo.com.br. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações
geradas a partir do material gravado.
1. Por que a mídia em geral não dá uma maior cobertura para a Liga Futsal?
“O que acontece com a Liga é que os jornais são divididos em dois tipos: o jornal que é
esportivo, e jornal que é de informação geral – que é o caso de ‘O Globo’. Como nosso
jornal não é um jornal esportivo, o nosso espaço só permite que se contem as melhores
histórias do esporte. Imagina se nós conseguíssemos noticiar, diariamente, vinte e oito
esportes olímpicos, mais Fórmula 1, mais aqueles que são esportes panamericanos. Em
resumo, a gente não tem espaço para tudo isso, nós precisamos de boas histórias pra contar.
A meu ver, o problema essencial da Liga - e que eu bato nisso, há anos - e que parece que
entra por um ouvido e sai pelo outro - é que ela, a Liga, se preocupa muito com a
transmissão da televisão. Ela acha que: ‘Ponto um’ - se a televisão transmitir, seus
problemas estão solucionados. ‘Ponto dois’- um ginásio lotado no interior do Rio Grande do
Sul, vale mais para ela que o alcance nacional que possa ter aquele jogo. O primeiro grande
absurdo da gestão da Liga é exatamente esse. Já o segundo é - você ao marcar uma rodada
completa da Liga - todos os jogos, exceto o jogo da TV que é sábado à tarde, para o sábado
às dezenove horas ou vinte horas, impossibilita que os grandes jornais do país noticiem
aquele evento, porque os jornais de domingo eles têm um tamanho imenso e por isso eles
demandam uma antecipação da rodagem da impressão de determinados cadernos. O prazo
máximo pra fechar um jornal de domingo é dezenove e trinta do sábado”.
2. Quais ajustes devem ser feitos para que a mídia se interesse pela Liga Futsal?
“O primeiro deles é utilizar o maior dia para a realização de eventos esportivos que é o
domingo. A Liga ignora solenemente - burramente - eu posso até me dar o direito de usar
essa palavra forte, porque eu gosto de futebol de salão - desde que eu me entendo como
gente. Então eu diria a você, que é meu esporte número dois, depois do futebol de campo.
Então eu posso usar essa palavra - cavalheiro - porque desde que eu comecei no jornalismo
eu já me interesso por futsal. Então, a partir do momento que ela não utiliza os domingos pra
suas rodadas, ela despreza o fato de que às segundas-feiras, todos os grandes jornais do país,
127
terem um Caderno de Esportes, ou seja, o maior espaço que o esporte tem na mídia nacional,
é segunda-feira. Realizando um jogo sábado você já sai perdendo, porque a internet já
divulgou aqueles resultados. Você vai ter que buscar uma coisa que já é velha pro leitor,
então você vai ter que priorizar o que acontece no domingo. Porque todas as finais de tênis
são aos domingos? Porque a maioria dos grandes jogos de futebol são aos domingos?
Porque a Formula 1 só tem corrida aos domingos? Porque todos os grandes eventos
esportivos - da face da terra - são realizados nos domingos. Não é por- falta de aviso- que a
Liga vem fazendo isso, já há anos que a gente vem pedindo isso e não tem sucesso”.
3. O veículo de comunicação que você trabalha dá a devida cobertura a este esporte?
“Nós damos um espaço menor do que eu gostaria de dar, por essas razões que eu já te
relatei. Como que eu vou valorizar um esporte ou, vou anunciar um bom jogo, se eu não
tenho condição de dar o resultado do jogo pro dia seguinte, pro meu leitor! Como eu vou
anunciar um bom jogo de futsal no sábado, num espaço decente, se eu não tenho condição, de
no domingo, o leitor ter esse resultado na página, porque o jogo começa depois do jornal ser
fechado. Então, eu não posso enganar o meu leitor, ele é o único que eu não posso enganar, e
ele não é burro - ao contrário do que os dirigentes acreditam - o leitor não é burro. O Vasco
da Gama fez uma pesquisa há pouco tempo, perguntando quais os esportes que os vascaínos
gostavam mais. O futsal está entre os três, e o Vasco não tem um bom time de futsal. O Futsal
é o esporte brasileiro que mais tem atletas federados, depois do futebol, três vezes mais
atletas federados do que o Vôlei, segundo o anuário estatístico do IBGE”.
4. Como você avalia a organização da CBFS para a Liga Futsal e como você avalia o real
estágio dos clubes de futsal do país?
“Eu acho que a CBFS, ela tem avanços e retrocessos. Por exemplo, avanços: ela conseguiu
construir um centro de treinamento que está entre os melhores do Brasil de todos os esportes
em Fortaleza. Ao mesmo tempo, ela é uma entidade retrógrada a partir do momento que ela
faz uma licitação para o Mundial de Futsal e permite que uma filha de um Diretor ganhe a
licitação. Então, se ela cria uma boa imagem por um lado, ela joga por terra toda a imagem
boa que ela pode vir a ter com entidades internacionais. Eu acho que essas coisas, por
exemplo, para se construir um muro você leva dois, três dias, isso se botar um número
considerável de homens. Já para você destruir um muro, basta você ter uma marreta, aí vai
marretando, e no máximo, em uma hora, você derruba aqui tudo, não é verdade? Pra
destruir é muito mais fácil que construir. E ela com essas pequenas coisas, que na verdade,
128
de pequenas nada têm, ela consegue destruir a imagem dela, como nesse episódio da
licitação do Mundial. Quem ganhou a licitação foi a filha do Diretor Executivo do Mundial,
para administrar 20 milhões de reais! Então é um negócio que joga por terra, e a imprensa
está noticiando isso aí. Isso esvazia o Mundial. Já os clubes da Liga, têm uns com estruturas
muito boas, como a Malwee de Santa Catarina, o Carlos Barbosa, o próprio Petrópolis aqui
do Rio que está dando exemplo de boa organização, e vêm crescendo ano a ano, investindo
no esporte com os pés no chão. Mas o que falta a esses clubes é a visão macro, a visão deles
é muito interiorana, muito bairrista, eles se contentam em encher os ginásios deles e não
alcançam a visão nacional da coisa. É Liga Nacional? Então você tem que ter uma visão
macro. Agora, você não consegue chegar ao macro, se você não conseguir atingir o seu
público. O leitor de Petrópolis de ‘O Globo’ jamais vai conseguir acessar o noticiário do
clube dele. Porque o Petrópolis fica a sessenta quilômetros do Rio, é fora da cidade do Rio.
‘O Globo’ tem quase que 90% de sua base de leitores como assinantes. Esses assinantes
precisam que o jornal chegue na casa deles o mais rápido possível, então quanto mais tarde
eles fizerem o jogo, menos chances têm de entrar num primeiro clichê. Infelizmente o
marketing da Confederação de Futsal, é muito mal feito, é uma coisa muito pequena para o
potencial que tem. O futsal para o que ele é, era pra estar entre os cinco maiores esportes do
Brasil em divulgação, pelo número de praticantes, gente que gosta, torcedor que se identifica
com o esporte”.
5. Você conhece alguma ação de divulgação da Liga Futsal realizada pela CBFS? Se sim,
qual?
“As ações da Confederação que eu acho são fracas. Porque não adianta você levar a Liga
pra promover eventos em que você vai fazer uma festa de abertura, como foi feito este ano,
num sábado às vinte horas, ninguém vai divulgar isso, gente! Isso tem que ser feito durante a
semana, fazer um almoço para reunir o maior número possível de órgãos de comunicação,
para que eles tenham um maior tempo hábil, para digitar suas matérias e enviar as suas fotos
com rapidez, para que entre na internet, entre nos jornais. Jamais fazer um jantar! Ninguém
lança nenhum grande evento de esporte que queira alcançar mídia no dia seguinte
promovendo um jantar. Tem que fazer um almoço, uma solenidade, um café da manhã.
Porque a FIFA marcou o sorteio do Mundial para meio dia em Brasília? Para que a Europa
pudesse ter o resultado em tempo hábil”.
129
6. Você pode mencionar os veículos de imprensa que mais cobrem o futebol de salão? Há
efetivamente jornalistas especializados nesse esporte? Há veículos especializados no
futebol de salão? Se não, por que isso não acontece se é o esporte mais praticado no
Brasil?
“Internet, jornais do interior, pois têm cidades que vivem para o Futsal, como Jaraguá do
Sul, Carlos Barbosa, mas é uma visão muito bairrista, muito interiorana. O futsal se contenta
com pouco, ele não alcança os grandes centros. É desconhecida essa ação da Liga em São
Paulo, por exemplo. Basta ver que você tem equipes paulistas de mais força como o Orlândia
e o Garça”.
7. Quais seriam os dias ideais para se jogar a Liga Futsal? Você acha que o calendário
da Liga Futsal deve ser modificado? Se sim, por que?
“Eu não sou contra segunda-feira, por exemplo. Segunda-feira é um bom dia, mas que os
horários sejam mais acessíveis. Não se pode desprezar o domingo, esse dia é fundamental
para se ter um jogo de Futsal às onze da manhã. Porque não fazer às dezesseis? Porque é o
horário do Futebol de Campo. A imprensa não tem condições de cobrir o Futsal às dezesseis
e nem o torcedor vai. Então faça às onze!
8. Na sua opinião, quem lucra mais com o futebol de salão. São os Jogadores, a
Confederação ou os Patrocinadores?
“Quem ganha mais é a Confederação! Basta você ver o potencial do futsal que o Banco do
Brasil e os Correios estão patrocinando, os dois brigando para patrocinar, mais a Malwee, a
Tramontina, a VM de Minas e o Banespa. As empresas patrocinam, mas quem ganha mais é a
Confederação. Parece que o valor da franquia gira em torno de cento e cinqüenta mil reais.
Os clubes poderiam ganhar muito mais dinheiro, se eles estivessem voltados pra isso, com um
lado mais profissional da coisa. O futsal se profissionalizou dentro de quadra, os jogadores
ganham muito dinheiro, as comissões técnicas são muito bem preparadas, agora no lado
mercadológico ainda está engatinhando, está na idade da pedra! A Liga poderia estar muito
mais avançada do que está, sem sombra de dúvida!”.
130
2.3 Entrevista pessoal com Denis Borges – Malwee Futsal
Entrevista realizada em 04 de julho de 2008. Denis Borges é assessor de comunicação
da equipe ‘Malwee Futsal’ da cidade de Jaraguá do Sul - SC. Telefone: (47) 9919 1177 – e-
mail: imprensa@malweefutsal.com.br. Todas as citações a seguir são de autoria do
entrevistado; afirmações geradas a partir do material gravado.
1. O trabalho de assessoria de imprensa que você presta para o clube de futebol de salão
está voltado para a imprensa local, regional ou nacional?
“Na verdade, o futsal é diferente dos outros tipos de esporte, mais especificamente, do futebol
de campo. O meu trabalho acaba sendo dividido em três partes. Primeiro o meu trabalho
com a imprensa local é diário e contínuo, ou seja, todos os dias eu mando uma sugestão de
pauta para a imprensa local, eu acompanho todos os treinamentos e estou com o time
durante o tempo todo. Um outro trabalho que eu faço é com relação à imprensa nacional.
Então, na imprensa nacional, eu tenho alguns veículos e tenho alguns jornalistas estratégicos
que incluo no meu ‘mailling’. Eu mando nossas notícias diariamente para o ‘Globo Esporte’
e ‘Jornal O Lance’. Veículos como estes recebem diariamente nossas notícias. Não pra todos,
eu mando notícias diariamente. Têm alguns veículos que eu só mando quando tem alguma
coisa diferente, por exemplo, quando o time foi disputar o Mundial na Espanha. Aí, eu já
abro para um ‘mailling’ nacional mais completo, porque não adianta você mandar um
material diariamente, e o jornalista simplesmente deletar. Então, ele precisa saber que se eu
estou mandando o material para ele, é porque tem alguma importância, alguma razão. E um
outro trabalho que eu também faço está relacionado à imprensa local de onde nós estamos
jogando. Vamos supor: vamos fazer um jogo em Minas, em Belo Horizonte, como eu tenho
um ‘mailling’, muito bom, com mais de seis mil jornalistas, eu faço a divulgação regional de
onde estamos jogando e disparo nossas notícias”.
2. Como a mídia tem reagido a esse trabalho? Há espaços cativos para o futebol de salão
ou ele tem que competir com os outros esportes e, por isso, leva desvantagem em termos
de divulgação?
“Na verdade o futsal é o esporte mais praticado no Brasil, só que o espaço que ele tem na
mídia, nem de longe condiz com o espaço que ele tem na vida das pessoas. Eu tenho
conseguido um resultado muito bom desde que eu cheguei aqui, em todos esses três pontos
que eu já falei. Agora realmente, a gente disputa espaços com muitos outros esportes. Por
131
exemplo, você pega o handebol, ou esportes que são menos praticados, eles têm um espaço
muito maior que o nosso, por isso, nós estamos sempre brigando por poucos espaços. Um
jornal, ‘O Lance’, por exemplo, tem mais de vinte páginas, mas apenas duas são destinadas a
todos os esportes, tirando o Esporte Motor, o Futebol, e Olimpíadas. Em resumo, nós ficamos
lutando por duas, ou três páginas para colocar nossas notícias. Às vezes nós damos uma –
mordiscada - no espaço dos outros, mas não é sempre”.
3. Como são mensurados os resultados dos serviços prestados? Existe algum relatório de
controle?
“Bom, na verdade é um trabalho novo que eu faço aqui na Malwee. Muitas equipes não têm
feito esse tipo de trabalho o que dificulta o comparativo. Mesmo assim, eu acredito que, hoje,
o grande ganho que a equipe vem tendo com o meu trabalho, é com relação aos aspectos
qualitativos e também quantitativos. Eu tenho tido um envolvimento muito grande com a
imprensa nacional e também com a imprensa local. Temos conseguido aumentar muito o
nosso espaço, temos aumentado a freqüência de inserção das nossas notícias nesses veículos.
Mas, eu não tenho um serviço de ‘clipping’ que é muito importante para medir os resultados
obtidos. Nós temos uma empresa, que estamos orçando, eles já fizeram um trabalho para nós
durante um tempo, eles fazem todos os cálculos de valor de retorno de mídia e tudo o mais.
Em relação a nossa exposição de mídia do ano passado, em apenas um mês, nós aumentamos
cerca de 40%, o retorno dentro dos veículos que já tínhamos espaços”.
4. Na sua opinião, qual a importância do futsal como produto para a mídia em geral e
em especial para a TV aberta?
“Nesse caso, eu vou falar até como um profissional de marketing que eu sou. O futsal está
por ser descoberto, o futsal enquanto produto é excelente para quem investe, porque ele dá
um retorno muito bom, até mesmo para a TV que abre espaço para ele. É muito bom, pois,
ele é um esporte muito agradável. O futsal hoje, talvez até ousando achar alguma coisa, é
uma versão americanizada do futebol, porque ele é uma corrida contra passagens, ele é um
futebol com gols. É muito raro você ver uma partida, ‘ zero a zero’, nessa Liga. Foram
apenas três, você vê partidas com cinco, seis, sete gols, é um esporte muito dinâmico. Quando
eu converso com pessoas ligadas ao esporte, de muita expressão, elas sempre me comentam
como seria bom ter o futsal na TV aberta - pelo quão dinâmico ele é - e pelo retorno que ele
pode dar”.
132
5. Em que ambiente e segmentos de veículos (jornais, revistas, TV aberta, TV fechada,
rádio e internet) há maior espaço para a divulgação desse esporte e do clube para o qual
presta serviço em particular?
“Então, a Malwee tem um espaço aberto na mídia estadual, eles têm um espaço muito bom. A
Malwee Futsal é um nome muito forte, ela leva o Estado a um status de estrela no esporte em
nível mundial. Aqui nós temos um espaço ‘muito legal’: TV, Jornal, Rádio. Eles são
fantásticos, nos dão muito espaço. Então, aqui nós temos um espaço muito legal! Com
relação à mídia nacional, eu te diria que, a internet é muito mais aberta a outros esportes,
como é o futsal. Nessa mídia nosso espaço também é muito bom. Sempre que acontece algo
de relevante, nós também conseguimos um maior espaço na mídia nacional. Então eu não
reclamo com relação à Malwee Futsal, mas eu acho que ainda falta, com relação ao esporte,
uma maior cobertura da grande imprensa”.
6. Você tem alguma sugestão para que a Liga Futsal possa ter uma maior exposição nos
veículos de comunicação?
“Na verdade - quem sou eu pra falar isso - eu trabalho aqui na Malwee Futsal, eu procuro
fazer o meu trabalho aqui no meu clube. A Liga tem bons profissionais que trabalham por lá.
Profissionais que eu tenho algum contato, e que sempre estão presentes nos eventos. Eles se
desdobram para participar de tudo, não só da Liga, mas da seleção também. Agora o que
acho é que, se todos os clubes fizessem um esforço para aparecer mais na mídia,
trabalhassem com assessoria de imprensa profissional, com as ferramentas que a
comunicação oferece, sem dúvida, o esporte iria ganhar muito”.
7. Quais são as técnicas utilizadas para conseguir uma melhor exposição do clube nas
mídias locais, regionais e nacionais?
“Eu tento passar para todos esses veículos as informações que eu, enquanto torcedor,
telespectador, gostaria de receber. Então eu procuro trabalhar um material que dê ao
jornalista condições de falar do futsal, com a fluência que ele fala do futebol. É claro que, eu
não consigo fazer isso pelo esporte como um todo, porém eu faço pela minha equipe. Em
todos os jogos eu tenho uma relação de todos os jogadores. Essa relação vem com idade,
apelido, nome completo, naturalidade, peso, altura etc. Outro dia mesmo, foi muito legal:
tínhamos um jogador nosso fazendo aniversário no dia do jogo e todos ficaram sabendo
graças e essa relação de dados que nós temos. Outras informações que eu sempre passo para
mídia em geral, são todos os títulos que nós temos, os resultados de todos os nossos jogos
133
durante o ano, e todos os atletas que fizeram os gols. Enfim, eu tento passar o maior número
de informações aos profissionais para que se trabalhe como se trabalha no futebol, com o
máximo de recursos possíveis”.
8. A Copa do Mundo de Futsal será realizada no Brasil. Como o seu clube vai aproveitar
esse momento para ampliar a divulgação do esporte?
“Então, a Copa do Mundo é muito importante – agora, mais do que nunca - porque o Brasil
perdeu as duas últimas edições. A Copa do Mundo vindo para Brasil é uma chance grande da
nossa equipe aparecer também, devido ao fato de termos quatro jogadores na seleção: - o
Thiago goleiro, o Ari, o Lenísio e o Falcão – quatro de catorze, é um número muito
expressivo. Assim que acabarem os Jogos Olímpicos, entra em destaque o Mundial de Futsal,
e dependendo dos resultados do Brasil nos Jogos Olímpicos, essa evidência do futsal poderá
ser ainda maior”.
9. O que as estratégias de comunicação e marketing podem fazer para ampliar a
divulgação do esporte?
“Na verdade essas estratégias são muito específicas. Elas dependem muito de onde se quer
chegar, de onde o clube ou o patrocinador querem chegar. Na verdade, o futsal é um esporte
onde clubes e patrocinadores, muitas vezes, são basicamente a mesma coisa. Eu vejo isso
como uma coisa positiva, vejo de uma forma muito boa. Você vê, por exemplo, o nome da
nossa equipe é Malwee Futsal, não é Malwee Jaraguá, não é Jaraguá do Sul. Não é Jaraguá,
mas alguns veículos nos chamam de Jaraguá, negando o nome da empresa que é Malwee.
Esses veículos utilizam o argumento que a empresa não os está pagando para que o nome
seja falado durante a transmissão, só que se existe um interesse muito grande no esporte, e se
o Futsal dá resultado para quem transmite, é porque empresas como a nossa, estão
investindo no esporte e pagando jogadores, como o Falcão, para ficarem no país”.
10. Qual é o prazo mínimo para que um bom trabalho de assessoria de imprensa no
futsal possa dar resultados?
“Eu estou aqui há seis meses, na verdade, estou completando seis meses esses dias. Eu vou te
dizer que a Malwee já tinha um trabalho de assessoria de imprensa diferente, não era um
assessor dedicado exclusivamente à equipe, mas um prestador de serviços. O meu trabalho
aqui é diário com a equipe, inclusive nos treinos e nos jogos. Eu estou desde o primeiro
treino da semana até a viagem de ônibus de dezoito horas. Eu acho que o fato de estar
134
sempre com a equipe fez a grande diferença no trabalho. Existem coisas que, se você não faz
um trabalho diário, não irão aparecer, como um treino, por exemplo. Eu acho que quem
começar um trabalho de assessoria no futsal, em um mês já vai sentir a diferença, desde que
esteja no dia a dia do grupo”.
11. Relate detalhadamente as principais dificuldades encontradas por você em seu
trabalho como assessor de imprensa dentro do esporte, no âmbito local, regional e
nacional?
“Na verdade o grande desafio para divulgar o clube para o qual eu trabalho é a divulgação
do próprio esporte, ele ainda não é tão divulgado quanto poderia, não sei de quem é a culpa
disso. Se o futsal tivesse a sua grandeza traduzida em mídia, seria muito mais fácil pra todo
mundo. Eu sei que o esporte pode aparecer muito mais na imprensa nacional. Na regional eu
não tenho nenhum problema, até porque o sul do país é muito ligado ao futsal”.
12. Você pode mencionar os veículos de imprensa que mais cobrem o futebol de salão?
Há efetivamente jornalistas especializados nesse esporte? Há veículos especializados no
futebol de salão? Se não, por que isso não acontece se é o esporte mais praticado no
Brasil?
“A que mais dá cobertura é a internet. Sem dúvida a internet para o futsal é importantíssima.
Ela é de fundamental importância para a divulgação de nosso esporte, até porque, a maioria
das pessoas passa o dia inteiro no trabalho em frente a um computador, e essas pessoas,
acabam tendo contato com o mundo exterior através da internet. Esse veículo te dá uma
possibilidade infinita. Você pode mandar as notícias quase em tempo real e o espaço de
publicação não é um limitador. O Jornal dá muita cobertura para o nosso esporte em nível
regional. A TV aqui no Estado de Santa Catarina, também dá uma boa cobertura. Sempre
que vamos jogar em alguma outra cidade tem TV cobrindo. Em resumo, nossa penetração
nos veículos é boa, porém, onde menos aparecemos é na mídia Revista. As revistas são muito
específicas, só vamos aparecer em uma que fale do futsal, já as outras não. Numa ‘Placar’,
por exemplo, não é fácil, pois eles trabalham só futebol de campo”.
135
2.4 Entrevista pessoal com Falcão – Jogador da Malwee Futsal
Entrevista realizada em 04 de julho de 2008. Falcão é jogador da Malwee Futsal e da
Seleção Brasileira, é também, o melhor jogador do mundo considerado pela FIFA. Telefone
da loja do atleta: (47) 3055 0012. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado;
afirmações geradas a partir do material gravado.
1. Qual é a sua opinião sobre a organização geral da Liga Futsal?
“Olha, eu acho que a organização da Liga poderia melhorar um pouco, a gente tem alguns
débitos ainda - alguns defeitos - e tinha que ter a humildade de melhorar. Eu acho que a
gente tem que seguir alguns padrões de divulgação, de mídia. A gente vê que o esporte, todo
muito gosta, todo mundo pratica, mas tem algo pra melhorar. A gente espera que melhore, e
isso é uma coisa que eu brigo muito, mas tem alguma coisa a ser melhorada sim”.
2. Qual é a sua sugestão para que a Liga Futsal possa ganhar mais espaço na mídia?
“Não pode um jogador ter mais mídia que o esporte inteiro, isso pra mim é muito bom, só
que para o esporte isso não é bom. A gente tem que rever, olhar para as empresas que
investem nesse lado promocional de mídia, e tentar melhorar. Tem gente que acha que está
bom, e infelizmente o pensamento é assim, não faz crescer o esporte. A gente espera que seja
revisto isso, principalmente num ano especial de Mundial da Fifa, se o Brasil ganhar, vai ser
uma grande repercussão, e isso, tem que ser estendido, se manter, não pode acabar no
Mundial”.
3. Se você fosse convidado pela Liga para ser garoto propaganda, você aceitaria?
“Com certeza. Eu acho que tudo está direcionado para o esporte, em todos os lados, eu estou
a favor. Eu sou um cara que não penso só em mim, eu penso no esporte, eu estou louco para
que apareça um fenômeno novo. Pra mim é horrível escutar que, quando eu parar ninguém
sabe o que vai ser do esporte aqui no Brasil, e não pode ser assim! Isso depende da mídia,
ela tem que pegar dois, três garotos e trabalhar eles, pra que lá na frente quando eu estiver
parando já tenha substituto, pelo menos, pra chamar público”.
4. Você já jogou fora do Brasil. Qual a principal diferença administrativa?
“Olha, a gente tá em julho, nós já jogamos mais jogos que eles jogam numa temporada
inteira, muito mais jogos! Eu acho que lá, quando um jogador se machuca, um jogador
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importante, e fica um mês parado, ele vai perder no máximo três, quatro jogos. Aqui o
jogador fica um mês parado vai perder dez, doze jogos, isso é um absurdo! Isso pesa muito
na hora de jogar. Na Liga Espanhola se eles quiserem treinar pra um Mundial e botar todas
as convocações dos mesmos jogadores, eles convocam, porque todos os jogadores estão lá.
Já no Brasil, isso não acontece. Por eles pensarem mais no atleta, do que na parte comercial,
faz com que eles estejam alguns passos na nossa frente”.
5. Destaque o aspecto positivo e o negativo de disputar a Liga Futsal?
“Cara, é o torneio que a gente mais gosta de jogar! É prazeroso, quando acaba a Liga a
gente já começa a contar os dias para começar a outra. Só que às vezes é maçante, você
jogar sábado, por exemplo, em Canoas, e ter que jogar na segunda lá em Teresópolis; é uma
coisa absurda, sobre-humana, e isso acontece muito com todas as equipes. Aí, de repente,
você fica quinze dias sem jogar, aí, de repente, tem quatro jogos em uma semana. São tão
visíveis essas coisas, que poderia ser visto com um pouco mais de carinho, o que melhoraria
muito!”.
6. Quais são os principais produtos licenciados com a marca ‘Falcão’?
“Olha, tirando o patrocínio com a Umbro, que a Umbro faz os meus produtos, tanto tênis
quanto roupa, e desde a linha infantil, temos uma fabricação de mais doze produtos juntos
com a Malwee, oito masculinos e quatro femininos. Agora vai sair uma nova coleção. A idéia
é lançar chinelos, toalhas e outras coisas. O público aqui em Jaraguá do Sul consome muito,
eles vivem pro esporte e isso pra nós é maravilhoso, é um reconhecimento fantástico!”.
7. Você tem a idéia de franquear a sua loja?
“Tenho, tenho sim, a procura até é grande. Muita gente já vem me procurando, eu estou
entrando em detalhes sobre isso, que não é uma coisa tão simples de se fazer, envolve
documentação, envolve muita coisa, mas é um pensamento sim. Quem sabe ganhando alguns
títulos individuais de novo, a gente vai ter mais tempo pra pensar. As minhas escolinhas de
futebol já são franquias, e eu quero fazer a mesma coisa com a loja”.
8. Você tem alguma empresa que gerencia a sua imagem?
“A maioria das coisas é feita pelo meu escritório mesmo. Na minha loja a gente tem o nosso
escritório. E para a parte comercial de alguns produtos tem uma empresa de Florianópolis
que faz. Até o comercial da ‘Choco Leite’ que eu estou fazendo agora, foi fechado por eles”.
137
2.5 Entrevista pessoal com Joelma de Souza – Falcão Sports
Entrevista realizada em 04 de julho de 2008. Joelma de Souza é vendedora da loja
Falcão Sports, localizada na Rua Marechal Deodoro da Fonseca nº 739 – Jaraguá do Sul - SC.
Telefone: (47) 3055 2112. Todas as citações a seguir são de autoria da entrevistada;
afirmações geradas a partir do material gravado.
1. É comum encontrar o jogador aqui na loja?
“Ele treina o tempo inteiro, treina dois, três períodos, então é raro encontrar ele por aqui.
Sorte das pessoas que estão aqui, na raridade, quando ele vem. Quando ele vem, ele
autografa camisas, mas isso, quando ele vem”.
2. O Falcão faz algum evento específico dentro da loja?
“Ah, sim! Aqui em Jaraguá foi feito isso na inauguração da loja. Ele estava aqui
autografando, mas isso, é feito em eventos isolados. Ele vai fechando contratos e realiza os
eventos. Por exemplo: inauguração de um ginásio, lá não sei aonde, aí chamam ele, e ele vai,
autografa, tira fotos”.
3. Ele é um jogador acessível ao torcedor?
“É sim, na arena se você vai lá ver o jogo, você consegue falar com ele. Se você espera,
depois do jogo, tu consegues tirar foto. Na questão de fãs, ninguém tem o que reclamar. Se a
pessoa tiver paciência de esperar terminar o jogo, ficar lá fora esperando, ele atende. Eu
nunca vi nenhum fã reclamar dele, ele é muito atencioso com todo mundo”.
4. Quais são os produtos mais vendidos aqui na loja?
“Especificamente a camisa da Malwee com o nome dele, existem outras camisas da Malwee
sem nome nenhum, mas, a que mais vende, é com o nome dele. Aqui na loja o nosso
diferencial é que a gente consegue o autógrafo. O cliente compra a camisa, deixa aqui e
depois ele autografa. A gente pega o nome, pega o telefone e quando fica pronto, a gente liga
para o cliente vir buscar a camisa autografada”.
5. Existem produtos específicos que só vendem aqui na loja?
“Ele tem uma grife só dele, que foi montada exclusivamente pela Malwee para ele. Quando
ele veio para Jaraguá, a empresa montou toda uma grife com o nome dele. Ele escolheu
138
como queria algumas coisas e o resto foi feito pela Malwee. Foram produzidas essas
camisas, que só aqui na loja a gente tem, com exceção de duas que a loja da Malwee vendia
também. Depois, no ano passado, foi lançado a grife com a Umbro, agora a Umbro está
lançando produtos atrás de produtos. Fizeram tênis que só ele usa, novas camisas com
bordados, foi feito bonés, foi feito bolas, foi feito‘munhequeiras’. Esses produtos vendem aqui
e pela loja virtual pra todo Brasil”.
6. Qual é o tipo de público que mais compra na loja?
“Público geral, não tem um público específico, é geral mesmo. Os praticantes do esporte são
os que menos compram, se for ver, compram mais tênis e calção. O que eu vejo, é que as
crianças gostam mais de ter o quite com o nome dele. Já uma pessoa adulta vai comprar só a
camisa, não vai andar por aí com o quite completo”.
7. Quais são as principais estratégias de divulgação da loja?
“Os adesivos que estão na loja mesmo, quando a loja fez um ano, foi feita divulgação na
rádio. Às vezes, alguma revista vem fazer uma reportagem com ele, e aí sai algo da loja.
Quando tem evento dele, eles levam os ‘banners’ da loja e do site”.
8. Ele tem outros negócios em Jaraguá do Sul?
“Sim, ele tem escolinha de futebol e tem quadras pra alugar. A escolinha de futebol é
realizada em parceria com um clube da cidade, daí as crianças treinam lá”.
9. Qual é a circulação média de pessoas na loja?
“É difícil dizer, tem dias que segunda-feira a loja tem bastante gente. Nós nunca controlamos
isso, depende muito da época, tem gente que recebe dia dez, tem gente que recebe no dia
primeiro, isso muda o movimento das pessoas na loja. O que tem também, são os curiosos
que entram pra ver a loja, na maioria das vezes são crianças que ficam olhando pra ver se
encontram o Falcão”.
139
2.6 Entrevista pessoal com Dalvino Coelho – Torcedor da Malwee Futsal
Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do
Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. Dalvino Coelho é morador da
cidade de Jaraguá do Sul, proprietário da ‘Braz Fox Games’ e torcedor da equipe de futebol
de salão Malwee Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações
geradas a partir do material gravado.
1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?
“O time da Malwee contribui no desenvolvimento, na divulgação do nome da cidade dentro
do país. Ela é um entretenimento a mais que soma para o povo, para a população. Ela ajuda
no desenvolvimento social com a garotada que estuda na escolinha do Falcão e que se
esforça também, pra ser um jogador. Então, eu acho que essa contribuição pra sociedade, é a
nossa satisfação de ver o time da Malwee vencer”.
2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na Arena de Jaraguá?
“De pior eu acho que, a quadra devia ser reformulada, pois os próprios jogadores reclamam
um pouco do piso, devia ser um piso melhorado. A parte do fundo das arquibancadas devia
ser reconstruída também”.
3. Quando você vem para a Arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?
“Pra Malwee, pra Malwee. Eu acredito que o dono da empresa vestiu a camisa desse time; é
ele que divulga a marca dele em cima do time, e sem ele, nós não íamos conseguir ter um
time desse nível. Então, eu penso que, o nome do time devia ficar sendo Malwee mesmo.
Inclusive, nas redes de televisão, quando eles falam o nome Jaraguá, e não utilizam o nome
da Malwee, eu acho que, isso é uma falta de incentivo, pois as empresas de telecomunicação
vivem dizendo que as empresas deviam incentivar mais os esportes, aí quando tem uma
empresa que divulga o nome, eles pegam e usam o nome da cidade, e não usam o nome do
patrocinador”.
4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?
“Bom, eu acompanho aqui pessoalmente na arena, e também acompanho pela internet, pelo
site da Liga Futsal, que eu gosto muito! E na televisão, quando tem jogo, eu assisto, mas é
140
pouco divulgado na televisão, pouco incentivado. Pela ‘Sport TV’ eu assisto também, quando
tem”.
5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?
“Ele me agrada, eu acho que está bem legal assim. Teve uma mudança este ano, mas eu acho
que não vai dar muita diferença. Que vença o melhor né!”.
6. Você tem alguma consideração final a fazer?
“Eu acho legal, a iniciativa de vocês de estar tentando fazer um trabalho em cima do futsal,
porque o futsal é um dos esportes mais praticados no mundo, e um dos menos incentivados. E
hoje, por exemplo, Jaraguá do Sul está dando uma grande força para o futsal. É uma das
maiores potências deste esporte. Eles estão indo pro Japão, pra outros países, estão levando
o nome não só da cidade, mas do próprio futsal, que eles querem que cresça”.
141
2.7 Entrevista pessoal com Júlia Tischner – Torcedora da Malwee Futsal
Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do
Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. Júlia Tischner é moradora da
cidade de Jaraguá do Sul, dona de casa e torcedora da equipe de futebol de salão Malwee
Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria da entrevistada; afirmações geradas a partir
do material gravado.
1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?
“Eu acho que é muito importante, porque ela além de nos fornecer esses eventos, patrocinar,
porque eu acho que elas patrocinam o futsal, eu acho que é muito legal. Isso é cultura
também, não deixa de ser cultura”.
2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na arena de Jaraguá?
“A diversão, a gente vê muita família, eu acho que isso é importante é algo que une a família.
De ruim, até agora, eu não vi nada, apesar de eu não vir muito. Quando eu venho, eu gosto
muito”.
3. Quando você vem para a arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?
“Olha, eu torço pro time, porque eu conheço pessoas do time. Então é claro que é dentro da
Malwee, eles estão jogando por ela. Eu gosto do time porque a Malwee tá em Jaraguá, mas
eu amo a cidade”.
4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?
“Sim, eu vejo pela TV. Eu gosto de ver pela TV a Cabo, pela Sportv”.
5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?
“Não, eu não conheço, eu não acompanho a disputa”.
142
2.8 Entrevista pessoal com Ari Valdemeri – Torcedor da Malwee Futsal
Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do
Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. Ari Valdemeri é morador da
cidade de Jaraguá do Sul, construtor autônomo e torcedor da equipe de futebol de salão
Malwee Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações geradas
a partir do material gravado.
1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?
“A importância muito grande, não só pra Jaraguá como para o esporte dentro de Santa
Catarina”.
2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na arena de Jaraguá?
“A Arena está toda ela boa. Eu acho que está faltando na arena é mais limpeza nos
banheiros. A limpeza não está legal, as cadeiras também, você chega e elas não estão bem
limpas, seria mais uma limpeza, porque o resto está tudo legal”.
3. Quando você vem para a arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?
“Eu torço primeiro pra Malwee, depois pra cidade, pois torcendo pra Malwee naturalmente
está torcendo pra Jaraguá”.
4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?
“Acompanho mais por TV, pela Sportv, eu sou um assinante deles”.
5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?
“Eu conheço o modelo, eu acho que está bem legal. Este ano, até eu acho que, mudou um
pouquinho. A classificação está pra quatro equipes por grupo, se bem, que a de antes, que
classificava dois, eu acho que era melhor”.
143
2.9 Entrevista pessoal com Sirla Cdxezz – Torcedora da Malwee Futsal
Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do
Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. Sirla Cdxezz é moradora da
cidade de Jaraguá do Sul, dona de casa e torcedora da equipe de futebol de salão Malwee
Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria da entrevistada; afirmações geradas a partir
do material gravado.
1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?
“A Malwee é muito importante para a cidade de Jaraguá do Sul. O futsal foi a melhor coisa
que eles podiam fazer. É bom ter esse jogo numa arena bonita assim né, isso é muito
importante pra nós”.
2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na arena de Jaraguá?
“Não, eu acho que está ótimo! Eu não tenho nada pra me queixar, está muito bom!”.
3. Quando você vem para a arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?
“Ah, eu torço pra Malwee, porque eu sou de Jaraguá, eu gosto do time da Malwee, eu venho
assistir o jogo da Malwee, porque eu gosto de ver eles jogarem”.
4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?
“Eu vejo só aqui na arena de Jaraguá”.
5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?
“Não conheço o modelo de disputa da competição”.
144
2.10 Entrevista pessoal com João Antônio – Torcedor da Malwee Futsal
Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do
Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. João Antônio é morador da
cidade de Jaraguá do Sul, motorista de veículos de turismo e torcedor da equipe de futebol de
salão Malwee Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações
geradas a partir do material gravado.
1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?
“Olha eu acho que nós estamos simplificando a coisa, Malwee hoje, é nacional. Isso aqui é
uma maravilha, um espetáculo! A arena é uma coisa de primeiro mundo, não é? A Malwee
não é algo pra se discutir, é uma realidade, um espetáculo de grandeza!”.
2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na arena de Jaraguá?
“Sinalização, principalmente, não é? E eu acho que em boa parte, apesar de que Santa
Catarina promove muito o esporte, mas eu acho que ainda falta um pouco de promoção. Eu
quero parabenizar também, a Prefeitura aqui de Jaraguá do Sul, que já conheço de longo
tempo, e sei que é uma Prefeitura super organizada, os seus projetos esportivos são bem
organizados”.
3. Quando você vem para a arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?
“Na verdade pra Malwee, mas todos sabem que se trata de Jaraguá do Sul, é a Malwee que
investe. Ela desenvolve o esporte de uma forma muito organizada”.
4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?
“Esse é o problema! As nossas TV`s infelizmente não transmitem o futsal, transmitem outra
coisa, mostram o futebol de campo. As empresas de comunicação não dão tanta importância
para o futebol de salão, raramente você vê transmissão de jogos de futsal”.
5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?
“Eu acho muito legal!”.
145
2.11 Entrevista pessoal com Camila Roberta Galo – Torcedora da Malwee Futsal
Entrevista realizada em 04 de julho de 2008 em jogo realizado na cidade de Jaraguá do
Sul entre as equipes da Malwee Futsal e Teresópolis/DalPonte. Camila Roberta Galo é
moradora da cidade de Jaraguá do Sul, jornalista e torcedora da equipe de futebol de salão
Malwee Futsal. Todas as citações a seguir são de autoria da entrevistada; afirmações geradas a
partir do material gravado.
1. Qual é a importância da Malwee Futsal para a cidade de Jaraguá?
“Olha eu acho que a Malwee, ela representa - meio que, uma realização da cidade - por meio
do futebol. Eles cobram muito da equipe, e a equipe acaba, meio que, correspondendo. Eles
representam o sucesso da cidade”.
2. Na sua opinião, o que tem de pior e de melhor aqui na arena de Jaraguá?
“De melhor, eu acho que o conforto sabe! Você chega fácil, senta fácil, bem confortável, o
banheiro é bom. O pior, eu acho que a arena é pouco usada, ela podia ter mais funções além
do esporte”.
3. Quando você vem para a arena, você torce para a Malwee ou para Jaraguá do Sul?
“Eu torço pra Jaraguá. Se fosse qualquer outro nome do time eu viria pra torcer do mesmo
jeito”.
4. Quais são os meios de comunicação que você usa para acompanhar o futsal?
“Eu acompanho mais pela televisão, por causa da Liga que passa e pelo jornal daqui, o
‘Correio do Povo’, que cobre bastante esse time”.
5. O que você acha do modelo de disputa da Liga Futsal 2008?
“Eu acho muito bom!”.
146
2.12 Entrevista por e-mail com Dalton Dirceu Hanemann – Assistente Administrativo
Entrevista recebida por e-mail em 03 de outubro de 2008. Dalton Dirceu Hanemann é
assistente administrativo da empresa Malwee. Telefone: (47) 2107 7613 – e-mail:
dalton.marketing@malwee.com.br. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado;
afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.
1. Por que a sua empresa escolheu o futebol de salão para patrocinar?
“A Malwee Futsal iniciou a parceria no ano de 2001 com equipe de futsal da cidade de
Jaraguá do Sul (SC). Inicialmente, já se planejavam projetos para a finalidade de conotação
social de colaborar com esporte jaraguaense, pois, por meio desta equipe buscava-se
projetar-se nacionalmente. Surpreendentemente o patrocínio ganhou grande projeção:
conquistando uma torcida apaixonada, que vai aos estádios gritando o nome da equipe
Malwee”.
2. Descreva todas as ações de comunicação que são realizadas pela empresa baseada
neste patrocínio?
“Exposição nos meios de comunicação, seja na mídia eletrônica ou impressa, ocasionando
melhorias na imagem institucional e difundindo a marca em todo o Brasil. Tanto que hoje,
para muitos não há mais distinção entre a equipe de Jaraguá e a patrocinadora Malwee
Malhas, tudo se resume ‘Equipe Malwee Futsal’. Obviamente, esta interação entre a equipe e
patrocinador não foi conquistada ‘da noite para o dia’. Estamos caminhando no oitavo ano
do patrocínio, uma parceria que proporciona sucesso, alcançando significativos resultados
para a empresa, como uma empresa que ‘abraça o esporte’”.
3. A pouca divulgação dos meios de comunicação afeta a sua ação de patrocínio?
“Conforme descrevemos na primeira questão, nossa ação de patrocínio sempre se focou em
interagirmos com projetos de conotação social e de colaborar com o esporte. Sendo assim, a
comunicação não afeta nossas ações”.
4. Como vocês acham que esse esporte poderia ser mais divulgado pela mídia?
“A falta de transmissões de emissoras abertas tem nos afetado de forma negativa, pois não
sabemos a razão que as mesmas não têm interesse em transmitir alguns jogos de clubes”.
147
5. Onde está o principal problema do futebol de salão?
“Mídia TV aberta, pouca projeção, esporte amador e não olímpico. Como já havíamos
comentado, a mídia de TV aberta nos afeta de forma negativa, a falta de interesse nas
transmissões dos jogos é um dos maiores problemas. Também, não podemos nos esquecer
que por este esporte ser amador e não ser olímpico, também gera uma falta de interesse pelas
mídias”.
6. A empresa vem tendo retorno de imagem com essa ação de patrocínio. Qual retorno?
“Temos um bom retorno, pois nossa busca sempre foi um reconhecimento do público pelo
compromisso que assumimos ao esporte”.
7. Qual o principal problema encontrado para patrocinar um time de futebol de salão?
“Precisaríamos de um maior apoio das emissoras abertas, para uma visibilidade maior do
esporte e, por assim, do patrocinador também”.
8. Quanto tempo mais sua empresa patrocinará esse esporte e por quê?
“Não temos previsão até quando permanecerá a parceria da empresa Malwee Malhas e o
Futsal de Jaraguá do Sul. Mas temos confirmado que para este ano de 2009 nossa parceria
continuará”.
9. Quanto em média as empresas investem para patrocinar um clube de futsal?
“Não divulgamos valores”.
10. O que poderia ser feito para aumentar o interesse e o retorno do investimento em
futebol de salão no Brasil?
“A associação que fazemos com o clube e da marca é um elemento decisivo na estratégia de
valorização, divulgação e rejuvenescimento do que estamos querendo vender. Acreditamos
que um respaldo maior das mídias como Globo, SporTv, ESPN, favoreceria um interesse
maior da população brasileira”.
11. Qual é o valor aproximado que a Liga cobra para ser um franqueado? O
investimento vale a pena? Se sim, por quê?
“Não divulgamos valores”.
148
2.13 Entrevista por e-mail com Roberto Toledo – Assessor de Imprensa da Liga Futsal
Entrevista recebida por e-mail em 06 de setembro de 2008. Roberto Toledo é assessor
de imprensa da Liga Futsal. Telefone: (62) 9228 1464 – e-mail: imprensa@ligafutsal.com.br.
Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações geradas a partir do e-
mail recebido na data acima citada.
1. O trabalho de assessoria de imprensa que você presta para a Liga Futsal está voltado
para a imprensa local, regional ou nacional? Como a mídia tem reagido a este trabalho?
Há espaços cativos para o futebol de salão ou ele tem que competir com os outros
esportes e por isso leva desvantagem em termos de divulgação?
“O trabalho que a gente faz está voltado para a imprensa nacional. Temos um ‘mailling’ com
os principais veículos de comunicação de todo o país. Lógico que, em algumas regiões, temos
um espaço maior normalmente em cidades que estão diretamente envolvidas com a Liga
Futsal. É comum ver textos produzidos pela assessoria de imprensa em jornais destes
Estados. Conseguimos fazer esse acompanhamento, através de empresas de ‘clipagem’, que
são contratadas para termos a noção da resposta do nosso trabalho. O futsal tem seu espaço
em alguns jornais e outras regiões. Em jornais de âmbito nacional, normalmente a cobertura
se dá através de fatos inusitados, históricos, ou pela Seleção Brasileira”.
2. Como são mensurados os resultados dos serviços prestados? Existe algum relatório de
controle?
“Há sim! Todo ano tem o relatório de tudo que foi publicado nos sites e do material que foi
publicado em jornais, revistas de todo o país. Essa medição é feita por empresas
especializadas”.
3. Na sua opinião, qual a importância do futsal como produto para a mídia em geral e
em especial para a TV aberta? Em que ambiente e segmentos de veículos (jornais,
revistas, TV aberta, TV fechada, rádio e internet), há maior espaço para a divulgação
desse esporte e do clube, para o qual presta serviço, em particular?
“Vejo o futsal como um produto de entretenimento para a mídia em geral. É um esporte
bonito de se ver e que atrai a atenção do público como espetáculo. Acredito que o grande
desafio do futsal, é se transformar em um esporte de competição, para os demais públicos,
assim como é o futebol. Mas isso só ocorreria se a TV aberta transmitisse jogos de clubes.
149
Existem muitas transmissões de rádio, sites especializados, jornais que dão grande espaço,
mas ainda falta a tv aberta transmitir jogos de futsal. Tvs regionais, às vezes transmitem,
como é o caso da TV Sergipe, que transmite os jogos do campeonato sergipano e tem uma
boa audiência. Entretanto é um fato isolado”.
4. Você tem alguma sugestão para que a Liga Futsal possa ter uma maior exposição nos
veículos de comunicação?
“Acredito que deve se preocupar com a tabela. Colocar jogos em poucos dias. Eleger o‘dia
do futsal’, como já foi feito com o basquete. Ter um calendário que atraia os veículos de
comunicação. Não pode dividir a atenção com o futebol, porque sempre vai perder. Tem que
procurar horários estratégicos, que fica bom para os meios de comunicação, e para o público
que vai aos jogos”.
5. Quais são as técnicas utilizadas para conseguir uma melhor exposição da Liga nas
mídias locais, regionais e nacionais?
“Fazer contato direto com os jornalistas que cobrem esporte. Quando o evento é importante,
a Confederação os convida para acompanhar, com todas as despesas pagas pela entidade.
Sempre procuramos mandar material para os jornais, antes do horário do fechamento, porém
isso é difícil, porque muitos jogos acabam tarde”.
6. A Copa do Mundo de Futsal será realizada no Brasil. Como a Liga Futsal vai
aproveitar esse momento para ampliar a divulgação do esporte?
“A Liga Futsal em si não está envolvida com o Mundial. Mas o Comitê organizador do
Mundial no Brasil, montado pela Fifa, faz um trabalho de divulgação do esporte em todo o
país, que se chama ‘Promotional Tour’. Em todas as capitais existem palestras sobre o futsal,
onde é abordado o esporte, e dá um destaque para os campeonatos, incluindo a Liga Futsal”.
7. O que as estratégias de comunicação e marketing podem fazer para ampliar a
divulgação do esporte?
“Procurar pontos positivos e diferentes no esporte, e dar maior visibilidade. Um exemplo
disso foi uma matéria que saiu no ‘Lance’ no final de 2007. Era um momento que se discutia
o que fazer com o futebol feminino no Brasil, já que não conseguiram organizar nenhum
campeonato nacional. Aproveitei o momento para dar um destaque para o futsal feminino,
que tem diversas competições nacionais, bem diferentes do futebol. O jornalista gostou da
150
idéia porque ele pôde fazer esse paralelo. Ou seja, sempre procurar idéias diferentes, que
fujam da rotina para atrair a atenção do público. Para que, aos poucos, o esporte possa ficar
mais popular”.
8. Qual é o prazo mínimo para que um bom trabalho de assessoria de imprensa no futsal
possa dar resultados?
“Não sei, exatamente, em questão de tempo. Mas deve criar uma rotina de contatos com os
veículos, para os resultados aparecerem”.
9. Relate detalhadamente as principais dificuldades encontradas por você em seu
trabalho como assessor de imprensa dentro do esporte, no âmbito local, regional e
nacional?
“Acredito que, a maior dificuldade é, a falta de conhecimento do esporte por grande parte
dos profissionais, e falta de interesse por outro esporte, que não seja o futebol. Quando
acompanho as partidas ‘em loco’, normalmente jogos decisivos da Liga e campeonatos da
CBFS, recepciono todos os profissionais de imprensa e tiro as dúvidas. Para alguns, tenho
que explicar fundamentos básicos do esporte. Dar dicas que, qualquer mínimo conhecedor do
esporte saberia. A falta de interesse também é grande, porque para o futsal está reservado o
espaço que sobra do noticiário”.
10. Você pode mencionar os veículos de imprensa que mais cobrem o futebol de salão?
Há efetivamente jornalistas especializados nesse esporte? Há veículos especializados no
futebol de salão? Se não, por que isso não acontece se é o esporte mais praticado no
Brasil?
“Os principais veículos normalmente estão na região sul. Entretanto existem locais onde o
futsal atrai a atenção da mídia local, como o Acre, Roraima, Pará, Rio Grande do Norte,
Sergipe. São locais onde o futsal tem um espaço grande, às vezes até pelo não
desenvolvimento do futebol. Jornais como ‘Correio do Povo’, ‘A Notícia’, de Santa Catarina
e alguns do interior do Rio Grande do Sul, até mesmo o ‘Zero Hora’, de Porto Alegre, dão
espaços bons para o futsal. ‘O Globo’, é outro jornal que acompanha bem o futsal,
principalmente por causa do seu editor de esportes, que tem um contato direto com o esporte.
Existem algumas revistas sobre futebol de salão e blogs, porém são poucos. Jornalistas
especializados em futebol de salão eu conheço apenas o Marcelo Rodrigues, da Sportv,
porém existem outros em rádios, principalmente do interior do país. Como eu já disse antes,
151
não há essa especialidade do futsal no país, porque ele é visto como modalidade de
espetáculo, e não como competição. Acredito que uma Olimpíada ajudaria bastante a mudar
essa visão”.
11. Relate detalhamente todas as ações de comunicação, em especial, a de assessoria de
imprensa, que foram utilizadas para a divulgação da Liga Futsal 2008, tanto no seu
decorrer, quanto no seu lançamento?
“Na abertura da Liga Futsal, convidamos jornalistas dos principais veículos de comunicação
do país para acompanhar a entrega dos prêmios dos melhores da Liga 2007 e da abertura da
competição. No decorrer é enviado material em forma de release e boletins informativos para
todo o mailling cadastrado diariamente. Há um contato direto com jornalistas da área na
tentativa de conseguir espaço para o futsal. Esse contato é feito por telefone, e-mail e msn”.
12. Como foi organizado o evento de lançamento da Liga Futsal 2008? A quais públicos
ele foi direcionado e por quê? Quais foram os aspectos positivos e negativos desse
evento?
“O lançamento foi organizado pela CBFS e pelo Praia Clube, em Uberlândia. O clube, que
participava da competição pela primeira vez, cedeu o espaço para fazer o lançamento. Ele foi
direcionado à imprensa em geral e clubes participantes. A Confederação Brasileira de Futsal
aproveitou o momento de realização de um amistoso da Seleção Brasileira contra a Sérvia,
na mesma época, atraindo a atenção da imprensa nacional. Pontos positivos: - Atraiu a
atenção de um público que não tem costume em acompanhar a Liga Futsal, que é o caso da
imprensa de Minas Gerais. Pontos negativos: - Ficou longe do centro-sul do país, onde estão
os principais veículos que acompanham o esporte, por isso, muitos deles não enviaram
repórteres para cobrir o evento”.
152
2.14 Entrevista por e-mail com Adeodato Rosa da Silva Júnior – Coordenador de Futsal
Entrevista recebida por e-mail em 22 de agosto de 2008. Adeodato Rosa da Silva Júnior
é coordenador de futsal do SPFC Praia Clube de Uberlândia. Telefone: (34) 3256 3100 – e-
mail: valdemir@praiaclube.org.br. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado;
afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.
1. O clube foi fundado há quanto tempo e há quanto tempo mantém equipe de futebol de
salão? Em que modalidades profissionais o clube atua ou dedica-se apenas ao futebol de
salão? Enumere os títulos conquistados ou desde quando está filiado à Liga?
“O Praia Clube foi fundado em 1972. Todas as modalidades (basquete, futsal e vôlei) são
semi-profissionais. Fomos, Campeão Mineiro em 93 e em 2003, Vice da Liga Sudeste em
2006. É a primeira vez que disputamos a Liga (parceria com o São Paulo Futebol Clube)”.
2. Existe um setor específico de comunicação/marketing? Quem é o responsável? Qual é
a sua estrutura (número de pessoas e formação profissional)? Que atividades e ações o
clube desenvolve em comunicação/marketing? Quais as ações específicas antes, durante
e depois dos jogos? Qual o e-mail, fone direto para contato com este setor?
“Sim. Sergio Gouvêa. Nove pessoas (jornalistas, publicitários e designers gráficos).
Marketing esportivo, marketing institucional e assessoria de comunicação. (34) 3256 3201 –
mkt@praiaclube.org.br”.
3. A mídia local, regional e nacional dá, no seu entender, atenção adequada ao futebol de
salão no Brasil? Se não, por que?
“Sim”.
4. Como se poderia atrair mais público para o futebol de salão?
“Com um apoio maior de empresas para a formação de equipes mais fortes, e
conseqüentemente campeonatos mais atrativos”.
5. Quais os principais desafios do futebol de salão no Brasil?
“Tentar segurar os atletas ‘revelações’, para que os mesmos permaneçam no país, e não
saiam tão cedo para o exterior”.
153
6. Como avalia especificamente o relacionamento com a mídia? Existe uma ação
específica para a imprensa? Existe uma assessoria de imprensa ou assessor de imprensa
que trata especificamente do relacionamento com os veículos e jornalistas? Se sim, qual
é o nome do assessor de imprensa e como fazer o contato direto com ele (fone, e-mail)?
“Excelente. Sim, a Cláudia Salgado. (34) 3256 3113 – imprensa@praiaclube.org.br”.
7. Que retorno o futebol de salão tem propiciado para o clube em termos de imagem,
marca, etc?
“O retorno poderia ser maior, caso houvesse transmissões na Tv aberta”.
8. O clube tem um plano de comunicação/marketing para o futebol de salão?
“Especificamente para o Futsal não”.
9. Como avalia a Liga Futsal atualmente? Pode enumerar aspectos positivos e/ou
negativos da Liga?
“Excelente. A organização é um ponto positivo, pois existem pessoas de bom caráter e que
estão sempre dispostas a atender os clubes participantes”.
10. De que recursos um clube de Futebol de Salão dispõe além do patrocínio das
empresas? Só o patrocínio das camisas sustenta o futebol de salão do clube?
“Recursos próprios (mensalidades, etc...). Não, não sustenta”.
11. Existe um vínculo entre os clubes de futebol de salão e a cidade/comunidade? Como
avalia no momento esta relação?
“Sim. Boa relação, pois a Prefeitura sempre está aberta a nos atender”.
12. Qual a sua visão sobre o presente e o futuro do futebol de salão no Brasil? E da Liga
em particular?
“O futsal brasileiro precisa se expandir para outras regiões, como norte, nordeste, centro
oeste (equipes da Liga). Precisamos também, buscar o título mundial, para que maiores
investimentos sejam feitos no esporte. Quanto à Liga, acho que seria muito interessante abrir
mais vagas para uma possível segunda divisão”.
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2.15 Entrevista por e-mail com Marcelo Vido – Gerente de Negócios e de Marketing
Entrevista recebida por e-mail em 11 de agosto de 2008. Marcelo Vido é gerente de
negócios e de marketing do Minas Tênis Clube. Telefone: (31) 3516 1091 – e-mail:
marcelo.vido@minastc.com.br. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado;
afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.
1. Você tem acompanhado o futebol de salão nos últimos anos?
“Sim, tanto os jogos da Liga Futsal, quanto os jogos da Seleção Brasileira”.
2. Por quais meios de comunicação você atualiza seus conhecimentos quanto ao esporte?
“Site do Minas, Sportv, Internet e Jornal”.
3. A cobertura feita pelos veículos de comunicação tem contribuído para o
desenvolvimento do esporte?
“No Brasil a cobertura dada ao futebol é demasiada. Entendo também que é uma questão
comercial, pois se existe uma cobertura enorme é porque existem receptores das informações
e empresas que investem em forma de publicidade e patrocínio. Com isso, as modalidades,
ditas como especializadas, que incluem o futsal, têm uma cobertura muito pequena. Mesmo
com uma pequena cobertura, o futsal tem crescido através dos veículos de comunicação”.
4. Por que, no seu entender, a mídia ainda dá pouca atenção ao futebol de salão?
“Não só ao futsal, mas em todas as modalidades. Por outro lado, há uma questão comercial
envolvida. Quando o futsal tiver uma audiência nacional grande, com toda certeza o espaço
será maior nos veículos”.
5. A Liga Futsal é um produto da CBFS que equivale a um Campeonato Brasileiro de
clubes de futebol de salão. Você conhece a Liga Futsal?
“Como esportista e ‘minastenista’, acompanho todas as ligas que o clube participa”.
6. Você já viu alguma propaganda da Liga Futsal em algum veículo de comunicação?
“Não vejo propaganda. Vejo sim, os resultados pelo site e intranet do clube, no Sportv,
Internet e Jornal”.
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7. Você sabe quem foi o último Campeão da Liga Futsal?
“Sim, Malwee Jaraguá”.
8. Na sua opinião, quem é o principal jogador da Liga Futsal atualmente?
“Individualmente, o Falcão. Não tenho conhecimento técnico suficiente para uma análise
mais aprofundada. Talvez, o melhor para uma equipe, no sentido coletivo, não seja o
Falcão”.
9. Você acha que esse jogador tem um real potencial de Marketing para auxiliar na
divulgação da Liga nos meios de comunicação?
“Sim, pois é um ídolo reconhecido nacionalmente. Portanto, existe um real potencial para ser
trabalhado”.
10. Quais são as principais ações de Marketing realizadas pela CBFS para a Liga
Futsal?
“A Liga Futsal, na minha opinião, é uma das mais organizadas. Quando televisionados, a
publicidade estática é estruturada tanto nas laterais, fundos e no piso. Isso é um avanço”.
11. Qual a principal falha na divulgação do produto Liga Futsal junto aos seus diversos
públicos?
“Primeiro, quais são os públicos? Um dos problemas, novamente na minha opinião, é que o
futsal é mais uma modalidade vinda do futebol de campo, assim, como o de areia, o society, o
show bol. Desse modo, o futsal tem um concorrente pesado que é o futebol. Inclusive a mídia
do futsal é prejudicada pelo futebol. Uma pesquisa para definir em qual público o futsal tem
uma penetração maior, talvez possa ser um início”.
12. Na sua opinião quais seriam os principais problemas enfrentados pela Liga Futsal
para aumentar a sua visibilidade na mídia?
“Apesar de eu gostar da estrutura de franquias, acredito que vinte equipes é um número alto.
Tenho um quadro comparativo entre as quatro equipes de ponta no Minas (VM, VF, BA e
FUTSAL) em relação ao retorno de visibilidade. Sem dúvida, o futsal é a menor das quatro”.
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13. Como você vê o desenvolvimento deste esporte em nível mundial?
“Um acelerado desenvolvimento, principalmente na Europa. No mercado Americano, que é
importante para qualquer modalidade, é pouco desenvolvido. Um outro grande problema é o
político. A FIFA e o COI não se entendem. Com isso, acho que dificilmente o futsal volte a
ser modalidade panamericana e muito menos olímpica”.
14. A participação da FIFA na divulgação das Ligas em âmbito nacional pode ser
ampliada?
“Não sei se a FIFA tem muito interesse nessa divulgação. Força eles têm”.
15. A próxima Copa do Mundo de Futsal será realizada no Brasil. Como você analisa
esse evento do ponto de vista da divulgação da imagem institucional do esporte?
“Todo mundial é importante em vários aspectos. A divulgação é um deles. Qual seria o maior
interesse na divulgação? Aumentar os simpatizantes pela modalidade, atrair novos
investidores, novos praticantes, mostrar aos veículos de comunicação que o futsal é um bom
negócio? Do ponto de vista comercial para os veículos, a audiência (seja ela qual for) é a
principal razão para uma maior ou menor cobertura”.
16. Você acha que os nossos ginásios são adequados para os torcedores e atletas?
“Com algumas exceções, por exemplo, Maracanãzinho, Arena HSBC e Arena Vivo”.
17. Os ginásios permitem aos profissionais de imprensa exercerem bem seu trabalho?
“Nos locais citados acima, sim. Não conheço as outras praças de futsal”.
18. Você acha que a Liga Futsal tem um público adequado em seus jogos?
“Necessito atualizar os números. No Minas o público é razoável”.
19. Como ampliar a participação do torcedor nos dias de jogos?
“Identificando quem é o público alvo. Com isso, a assertividade pode ser maior. O futsal tem
que ser encarado como um entretenimento. Para isso, a presença e participação dos
torcedores são fundamentais. Vamos aprender com as ligas americanas, como a NBA”.
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20. O fato de muitas vezes o nome do clube vir atrelado ao nome do patrocinador
dificulta a fidelização dos torcedores e a criação de uma marca forte?
“É um assunto para uma boa discussão. Primeiro que a TV não divulga o nome do
patrocinador e, também, os clubes trocam os patrocínios com freqüência. Pode haver uma
dificuldade na assimilação pelos amantes da modalidade. Sou contra o excesso de ‘ logos’
nas camisas assim como nos nomes dos clubes”.
21. Na sua opinião, existe a possibilidade de transformar os clubes de futebol de salão
em clubes de tradição como existe no futebol de campo?
“Não, o futebol no Brasil é um caso totalmente especial. Nunca haverá a paixão pelo futebol,
comparada a nenhuma modalidade esportiva. No Brasil, chega a um ponto em que os
torcedores falam: ‘Eu sou atleticano, ou cruzeirense ou flamenguista’. E não falam que
torcem pelo Atlético ou Cruzeiro. Eles falam que são brasileiros, assim como são atleticanos
ou cruzeirenses”.
22. Atualmente os dirigentes esportivos no futsal são dirigentes profissionais?
“Acredito que tenham bons profissionais no futsal. O importante é, que atualizem seus
conhecimentos em outros mercados e outras modalidades”.
23. Quais são as principais características que um dirigente deve ter para atuar no
futebol de salão?
“Ética, respeito, conhecimento, inovação, ousadia, dentre outras características”.
24. Qual o principal problema enfrentado pela administração esportiva no futebol de
salão?
“É muito específico para eu dar minha opinião. Mas, a partir do momento que os valores e
princípios básicos do ser humano são usados em prol de alguma coisa, os objetivos poderão
ser alcançados. Temos que ter em mente, que o produto futsal só será um grande produto
quando a gestão for profissional e transparente. Com isso a credibilidade é conseqüência.
Não podemos jamais esquecer que o esporte é o único segmento da indústria que necessita de
concorrentes, ou seja, quanto mais equipes competitivas estiveram na disputa, mais o produto
terá atratividade para todos os envolvidos. É o famoso balanço competitivo”.
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2.16 Entrevista por e-mail com Tiago Amaral – Gerente de Marketing
Entrevista recebida por e-mail em 9 de julho de 2008. Tiago Amaral é gerente de
marketing da DalPonte & Cia Ltda. empresa de materiais esportivos e patrocinadora da Liga
Futsal. Telefone: (54) 3441 9013 – E-mail: tiago.amaral@dalponte.com.br. Todas as citações
a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data
acima citada.
1. Por que a sua empresa escolheu o futebol de salão para patrocinar?
“A DALPONTE entrou no segmento do Futsal, pela grande tradição que este esporte tem
aqui no sul, e pelo espaço que o mercado calçadista oferecia nessa modalidade esportiva”.
2. Descreva todas as ações de comunicação que são realizadas pe la empresa baseada
neste patrocínio?
“Atualmente patrocinamos três clubes da liga futsal, onde possuímos placas de publicidade
nas quadras e fechamos contrato com a Liga em 2008, para colocação do centro de quadra
em todos os ginásios da Liga. Patrocinamos também atletas do Brasil e exterior que utilizam
os nossos calçados. Essas são algumas das formas que temos para comunicar a marca, e
apresentar nossos produtos de performance”.
3. A pouca divulgação dos meios de comunicação afeta a sua ação de patrocínio?
“Certamente, a pouca divulgação dessa prática esportiva pelos meios de comunicação, faz
com que o investimento seja mais controlado. Dizer controlado, não significa que seja menor,
mas sim mais analisado, pois o retorno em termos de imagem se dá mais nas quadras e nos
pontos de venda”.
4. Como vocês acham que esse esporte poderia ser mais divulgado pela mídia?
“Para que o Futsal seja mais divulgado, acredito basicamente no interesse de clubes de
futebol em entrar com força nessa modalidade. Hoje o futebol de campo concentra todas as
atenções da mídia e acaba enfraquecendo o apoio no futsal”.
5. Onde está o principal problema do futebol de salão?
“Hoje o futebol de campo não é mais visto como um esporte e sim como uma empresa. Tem
administração profissional, estratégias de negócios, marketing bem definido e todo um
159
glamour que envolve as competições. No futsal ainda não temos esse perfil. Os clubes são
dirigidos por pessoas que têm afinidade com o esporte, são amantes do futsal e tentam fazer
com que o futsal cresça. Acredito que o grande problema seja a falta de profissionalismo na
administração. Não digo que as pessoas que dirigem os clubes, não saibam o que fazem, mas
uma administração profissional, faz com que o foco deixe de ser um pouco,‘o amor que o
dirigente tem pelo esporte’, e passe a ser encarado como um negócio, que tenha atratividade,
lucro, e que desperte o desejo de praticantes e torcedores”.
6. A empresa vem tendo retorno de imagem com essa ação de patrocínio. Qual retorno?
“Hoje, segundo pesquisa de mercado, a ‘DalPonte’ é vista como a marca número 1 do futsal.
Como patrocinamos por 7 anos a Seleção Brasileira e sempre fizemos ações com os clubes,
nos deu a possibilidade de ter essa imagem no mercado. Mesmo com a saída da Seleção, no
início do ano, conseguimos manter esse status”.
7. Qual o principal problema encontrado para patrocinar um time de futebol de salão?
“Acredito que o principal problema está na mensuração do retorno. Se esse retorno será
institucional, em termos de imagem da marca, ou se será um retorno financeiro, onde a
marca se tornará desejada e procurada no ponto de venda, devido ao patrocínio de um
clube”.
8. Quanto tempo mais sua empresa patrocinará esse esporte e por quê?
“A DALPONTE nunca deixará de apoiar o futsal, pois está no DNA da empresa. A empresa
cresceu com o futsal e tem um grande know-how. Esse segmento, mesmo não sendo a grande
atração dentro do cenário do futebol, é muito praticado devido ao crescimento das cidades
que, cada vez menos, possuem campos de futebol. As pessoas que praticam futebol, acabam
praticando futsal pela disponibilidade de locais, e pela necessidade de agrupar um menor
número de pessoas”.
9. Quanto em média as empresas investem para patrocinar um clube de futsal?
“Este número é muito flexível, pois depende da estrutura do clube e das competições que ele
participa. Se tivesse que te dizer um valor médio, seria em torno de 50 mil reais”.
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2.17 Entrevista por e-mail com Atílio Cláudio Fonseca – Supervisor de Futsal
Entrevista recebida por e-mail em 7 de julho de 2008. Atílio Cláudio Fonseca é
supervisor de futsal do Sport Club Ulbra. Telefones: (51) 3477 9149 e (51) 8445 7986 –
e-mail: atilio.dias@ulbra.br. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado;
afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.
1. O clube foi fundado há quanto tempo e há quanto tempo mantém equipe de futebol de
salão? Em que modalidades profissionais o clube atua ou dedica-se apenas ao futebol de
salão? Enumere os títulos conquistados ou desde quando está filiado à Liga?
“O clube foi fundado em 23/01/1998 e mantém o futsal desde então. O Sport Club Ulbra
dedica-se ao Futsal, Vôlei, Basquete, Atletismo, Futebol de Campo e Judô. Os principais
títulos conquistados foram: Campeão da Liga Futsal: 1998, 2002, 2003 – Em parceria com o
Inter – Inter/Ulbra em 1996”.
2. Existe um setor específico de comunicação/marketing? Quem é o responsável? Qual é
a sua estrutura (número de pessoas e formação profissional)? Que atividades e ações o
clube desenvolve em comunicação/marketing? Quais as ações específicas antes, durante
e depois dos jogos? Qual o e-mail, fone direto para contato com este setor?
“Sim, o responsável é o Campelo. Fale com eles lá no marketing. O telefone e o e-mail são
estes: (51) 3477 9149 - marketing.esporte@ulbra.br”.
3. Como avalia especificamente o relacionamento com a mídia? Existe uma ação
específica para a imprensa? Existe uma assessoria de imprensa ou assessor de imprensa
que trata especificamente do relacionamento com os veículos e jornalistas? Se sim, qual
é o nome do assessor de imprensa e como fazer o contato direto com ele (fone, e-mail)?
“Ernane Campelo - imprensa@ulbra.br - 3477 9149 – imprensa”.
4. A mídia local, regional e nacional dá, no seu entender, atenção adequada ao futebol de
salão no Brasil? Se não, por quê?
“Sim”.
5. Como se poderia atrair mais público para o futebol de salão?
“Times de ‘camisa’ e Tv Aberta”.
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6. Quais os principais desafios do futebol de salão no Brasil?
“Ser olímpico. Voltar a ser campeão mundial em outubro”.
7. Que retorno o futebol de salão tem propiciado para o clube em termos de imagem,
marca, etc?
“Muito acima do esperado”.
8. O clube tem um plano de comunicação/marketing para o futebol de salão?
“Temos um plano de comunicação para todos os esportes”.
9. Como avalia a Liga Futsal atualmente? Pode enumerar aspectos positivos e/ou
negativos da Liga?
“O negativo é não ter TV Aberta. E o positivo é ter adquirido um padrão de formato de
disputa de clubes fixos. São 20 atualmente”.
10. De que recursos um clube de Futebol de Salão dispõe além do patrocínio das
empresas? Só o patrocínio das camisas sustenta o futebol de salão do clube?
“Dispõem das Parcerias e dos Patrocinadores. De forma alguma, tem que ter outros
apoios”.
11. Existe um vínculo entre os clubes de futebol de salão e a cidade/comunidade? Como
avalia no momento esta relação?
“Sim, na maioria tem. Aqui a relação é com a cidade de Suzano-SP. Muito bom pra nós e pra
eles. Divulga a cidade, nós os representamos nos jogos regionais e abertos de São Paulo”.
12. Qual a sua visão sobre o presente e o futuro do futebol de salão no Brasil? E da Liga
em particular?
“Precisamos com urgência ter a TV Aberta. Temos que ter uma Liga de Prata. Com o
Mundial agora em 2008, aqui no Brasil, esperamos que dê um ´plus’ de crescimento. A Liga
Nacional está crescendo e vai indo bem. O que precisa é o que já falei: TV Aberta, Times de
Camisa e que o Futsal se torne Olímpico”.
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2.18 Entrevista por e-mail com Cláudia Mendes – Assessora de imprensa
Entrevista recebida por e-mail em 4 de julho de 2008. Cláudia Mendes é assessora de
imprensa do PEC – Petrópolis Esporte Clube. Telefones: (24) 8811 1059 e (24) 2242 7909 –
e-mail: imprensa@pec.esp.br. Todas as citações a seguir são de autoria da entrevistada;
afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.
1. O trabalho de assessoria de imprensa que você presta para o clube de futebol de salão
está voltado para a imprensa local, regional ou nacional? Como a mídia tem reagido a
este trabalho? Há espaços cativos para o futebol de salão ou ele tem que competir com os
outros esportes e por isso leva desvantagem em termos de divulgação?
“O trabalho é voltado para a imprensa local, regional e nacional. Porém, cada uma tem a
sua característica e foco. Por isso, necessitamos adequar o trabalho para que todos sejam
atendidos. Os órgãos de imprensa, de maneira geral, têm muito mais propensão a divulgar
uma marca com assessoria do que outra que não tem. A assessoria passa transparência,
profissionalismo, respeito pela informação e pelo torcedor. Quanto ao espaço para o futsal,
este é um dos problemas mais graves da atualidade, pois ele perde, a cada dia, pelo fato de
não ser olímpico”.
2. Como são mensurados os resultados dos serviços prestados? Existe algum relatório de
controle?
“Sim, trabalhamos com um ‘clipping’ mensal, e relatórios de impacto de mídia”.
3. Na sua opinião, qual a importância do futsal como produto para a mídia em geral e
em especial para a TV aberta? Em que ambiente e segmentos de veículos (jornais,
revistas, TV aberta, TV fechada, rádio e internet) há maior espaço para a divulgação
desse esporte e do clube para o qual presta serviço em particular?
“Infelizmente, o futsal perdeu em importância nos últimos anos, por ações não-profissionais
e pelo afastamento de craques dos grandes centros brasileiros, especificamente no Rio de
Janeiro. Os jornais podem dar divulgação maior, assim como as TVs abertas”.
4. Você tem alguma sugestão para que a Liga Futsal possa ter uma maior exposição nos
veículos de comunicação?
“Várias. E a principal delas é a mudança dos dias e horários dos jogos”.
163
5. Quais são as técnicas utilizadas para conseguir uma melhor exposição do clube nas
mídias locais, regionais e nacionais?
“A melhor técnica é o contato direto, no dia a dia. Atender às necessidades da imprensa seria
fundamental para aumentar a divulgação do futsal. Envio de fotos, vídeos e ‘releases’
pontuais também são necessários”.
6. A Copa do Mundo de Futsal será realizada no Brasil. Como o seu clube vai aproveitar
esse momento para ampliar a divulgação do esporte?
“Este é um momento especial para o futsal. Mas as ações de aumento da divulgação do
esporte devem partir das entidades. Cremos que, com o Brasil campeão e um plano detalhado
de marketing e divulgação, modificando-se a estrutura do calendário atual e os vícios
existentes, poderá render algo inesperado para o esporte”.
7. O que as estratégias de comunicação e marketing podem fazer para ampliar a
divulgação do esporte?
“Tudo. Sem elas, nada existe. Sem divulgação, o torcedor não toma conhecimento do que
acontece no esporte. Assim, o patrocinador também se afasta, pois não há gente interessada
em consumir o produto. E o esporte morre, pois não há como se sustentar”.
8. Qual é o prazo mínimo para que um bom trabalho de assessoria de imprensa no futsal
possa dar resultados?
“Depende do planejamento. Se for feito de acordo com o que a imprensa precisa, pode ter
retorno imediato, em poucos meses, dependendo, é claro, da credibilidade dos profissionais
que executam”.
9. Relate detalhadamente as principais dificuldades encontradas por você em seu
trabalho como assessora de imprensa dentro do esporte, no âmbito local, regional e
nacional?
“Os jornais encontram extrema dificuldade por causa de seus fechamentos antecipados e
falta de recursos. Outra dificuldade é o péssimo horário em que o futsal é jogado. Isto
inviabiliza qualquer tipo de trabalho mais profundo. Falta também o apoio da entidade
estadual (Federação de Futsal)”.
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10. Você pode mencionar os veículos de imprensa que mais cobrem o futebol de salão?
Há efetivamente jornalistas especializados nesse esporte? Há veículos especializados no
futebol de salão? Se não, por que isso não acontece se é o esporte mais praticado no
Brasil?
“No Rio, o ‘Jornal dos Sports’ e ‘O Globo’ são os que mais divulgam o futsal. O Sportv
divulga apenas os jogos que transmite ao vivo. Há alguns jornalistas especializados neste
esporte. Alguns até exercem funções de chefia em determinados órgãos. Porém, eles não
podem brigar pelo esporte se os dirigentes das entidades não ajudarem. Existem sites
especializados, como o Futsal Brasil, Futsal na Rede, entre outros. A divulgação só não é
maior porque jamais se executou um plano para identificar quais seriam os melhores
horários e datas para as competições mais importantes e porque jamais se executou um plano
comercial sério, detalhando o público alvo, suas carências e seus desejos, para atrair
investidores e consumidores para o futsal”.
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2.19 Entrevista por e-mail com Kleber Rangel – Gerente de Futebol
Entrevista recebida por e-mail em 2 de julho de 2008. Kleber Rangel é gerente de
futebol da Malwee Futsal. Telefone: (47) 3376 3262 – e-mail: kleber_futsal@hotmail.com.
Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações geradas a partir do e-
mail recebido na data acima citada.
1. O clube foi fundado há quanto tempo e há quanto tempo mantém equipe de futebol de
salão? Em que modalidades profissionais o clube atua ou dedica-se apenas ao futebol de
salão? Enumere os títulos conquistados ou desde quando está filiado à Liga?
“A equipe tem mais de 15 anos de existência, apenas a modalidade de futsal é mantida pela
equipe. Somos filiados à liga desde 2001, somos Bi Campeões da Liga Nacional, Penta
Campeões Brasileiros, Penta Campeã Estadual, Bi Campeã da Super Liga, Tetra Campeã da
Libertadores da América , Tetra Campeã Sul americana, entre outros”.
2. Existe um setor específico de comunicação/marketing? Quem é o responsável? Qual é
a sua estrutura (número de pessoas e formação profissional)? Que atividades e ações o
clube desenvolve em comunicação/marketing? Quais as ações específicas antes, durante
e depois dos jogos? Qual o e-mail, fone direto para contato com este setor?
“Existe hoje um assessor de imprensa chamado Denis, ele faz toda a comunicação da equipe,
o marketing é vinculado ao Dep. de Marketing da Empresa. Não temos uma ação de
marketing específica para a equipe, já que a empresa trabalha direcionada à empresa de
malhas. Denis é o nosso assessor, seu tel é: (47) 9919 1177”.
3. Como avalia especificamente o relacionamento com a mídia? Existe uma ação
específica para a imprensa? Existe uma assessoria de imprensa ou assessor de imprensa
que trata especificamente do relacionamento com os veículos e jornalistas? Se sim, qual
é o nome do assessor de imprensa e como fazer o contato direto com ele (fone, e-mail)?
“Resposta acima”.
4. A mídia local, regional e nacional dá, no seu entender, atenção adequada ao futebol de
salão no Brasil? Se não, por que?
“A mídia nacional vem crescendo no esporte como o próprio esporte, mas deixa muito a
desejar, isso é claro porque as ações de marketing das equipes de futsal não são feitas da
166
maneira correta, até porque nenhuma equipe tem um departamento específico para o
marketing da equipe. Isso dificulta em muito as ações. Quando as equipes tiverem uma visão
mais profissional, com certeza, isso será fundamental para os patrocinadores”.
5. Como se poderia atrair mais público para o futebol de salão?
“Profissionalizando as equipes. No eixo sul do Brasil é melhor, pois os ginásios sempre têm
público, e o mais importante, público pagante, isso ajuda na receita de uma equipe. No
restante das regiões do Brasil é muito difícil”.
6. Quais os principais desafios do futebol de salão no Brasil?
“O principal desafio do Brasil é primeiramente ser campeão mundial, e com certeza assim, o
esporte ganhará novo oxigênio”.
7. Que retorno o futebol de salão tem propiciado para o clube em termos de imagem,
marca, etc?
“É muito satisfatório. Com certeza maior do que se investe”.
8. O clube tem um plano de comunicação/marketing para o futebol de salão?
“De comunicação já temos, com assessoria de imprensa, mas o marketing ainda esbarra nas
ações específicas da empresa”.
9. Como avalia a Liga Futsal atualmente? Pode enumerar aspectos positivos e/ou
negativos da Liga?
“A Liga Nacional necessita ainda aprender a ser mais profissional, está engatinhando,
mesmo com seus 11 anos, mas é que houve uma mudança de estratégia e quando há
mudanças, existem dificuldades. Lado positivo, é que os clubes vieram a ser mais respeitados,
a modalidade teve um crescimento, a mídia está um pouco mais perto, entre outras coisas. O
lado negativo é a mudança constante de jogos em virtude de atender a tv, isso não ajuda no
planejamento”.
10. De que recursos um clube de futebol de salão dispõe além do patrocínio das
empresas? Só o patrocínio das camisas sustenta o futebol de salão do clube?
“Posso falar pela minha equipe, hoje o patrocínio da empresa”.
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11. Existe um vínculo entre os clubes de futebol de salão e a cidade/comunidade? Como
avalia no momento esta relação?
“Aqui o vínculo com a cidade e a comunidade é muito grande, uma relação de carinho e
respeito”.
12. Qual a sua visão sobre o presente e o futuro do futebol de salão no Brasil? E da Liga
em particular?
“O futsal já se mostrou ser um grande produto, precisamos sim, é entender que este produto
precisa ser bem trabalhado para que a cada ano tenha crescimento, sabemos da importância
do produto, mas se não tivermos bons profissionais para desenvolver ações para crescimento,
o futuro poderá ser ruim, então o que fazer? Tornar o produto atrativo para que o público
alvo permaneça, e assim, atrair mais e mais público”.
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2.20 Entrevista por e-mail com Flávio Berredo – Coordenador de Marketing
Entrevista recebida por e-mail em 26 de junho de 2008. Flávio Berredo é coordenador
de marketing do PEC – Petrópolis Esporte Clube. Telefones: (24) 8811 1059 e (24) 2242
7909 – e-mail: marketing@pec.esp.br. Todas as citações a seguir são de autoria do
entrevistado; afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.
1. Você tem acompanhado o futebol de salão nos últimos anos?
“Na verdade, comecei a acompanhar mais com o Petrópolis, pois trabalhava como repórter
esportivo de um canal de TV local em 2002. Era o primeiro ano do clube, que surpreendeu e
conquistou o título estadual. Fui à final contra o Botafogo - épica, por sinal - e ali vi que o
Petrópolis tinha estrela”.
2. Por quais meios de comunicação você atualiza seus conhecimentos quanto ao esporte?
“Na verdade, acompanho mais as novidades da Liga pelo site e vejo os jogos da competição
pelo SporTV”.
3. A cobertura feita pelos veículos de comunicação tem contribuído para o
desenvolvimento do esporte?
“Sem dúvida, a cobertura da mídia é o que sustenta a modalidade, com a visibilidade das
marcas envolvidas”.
4. Por que, no seu entender, a mídia ainda dá pouca atenção ao futebol de salão?
“Na minha opinião particular, o futebol ofusca o futsal. Acredito que este seja um exercício
interessante e um desafio para os dirigentes, em especial os promotores da Liga Futsal.
Acredito que a saída da RedeTV, um canal aberto, tenha sido mais uma grande perda e
contribua para este quadro”.
5. A Liga Futsal é um produto da CBFS que equivale a um Campeonato Brasileiro de
clubes de futebol de salão. Você conhece a Liga Futsal?
“Passei a conhecer só com a inclusão do Petrópolis em 2005”.
6. Você já viu alguma propaganda da Liga Futsal em algum veículo de comunicação?
“Não”.
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7. Você sabe quem foi o último Campeão da Liga Futsal?
“Sim”.
8. Na sua opinião, quem é o principal jogador da Liga Futsal atualmente?
“Falcão”.
9. Você acha que esse jogador tem um real potencial de Marketing para auxiliar na
divulgação da Liga nos meios de comunicação?
“Sem dúvida”.
10. Quais são as principais ações de Marketing realizadas pela CBFS para a Liga
Futsal?
“Há ações básicas como publicidade estática, negociação com fornecedores de bola e
materiais e com o SporTV para transmissão. Isso é o que eu me lembro, no momento. No
campo da comunicação, o site da Liga é um ponto de referência e a assessoria de imprensa
apresenta um bom trabalho”.
11. Qual a principal falha na divulgação do produto Liga Futsal junto
aos seus diversos públicos?
“Acredito que a inserção da Liga Futsal na televisão aberta deveria ser tratada como
prioridade. Com isso, as equipes teriam um potencial de visibilidade maior, poderiam atrair
mais investimentos e as equipes tenderiam e ficar mais fortes, com a conseqüente elevação do
nível dos espetáculos”.
12. Na sua opinião quais seriam os principais problemas enfrentados pela
Liga Futsal para aumentar a sua visibilidade na mídia?
“Acredito que a falta da TV aberta, o futsal não ser considerado olímpico e a concorrência
'desleal' com as grandes marcas do futebol. Como a maioria das equipes da Liga é do
interior, isso requer uma atenção especial e torna o desafio ainda maior. É preciso seguir o
exemplo do vôlei. A Copa do Mundo pode ser um ótimo momento para alavancar o nosso
futsal. É preciso ter um plano pronto para valorização da modalidade, a começar agora com
reflexos já em 2009”.
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13. Quais são as fontes de receita de um clube de futsal? Como ele se mantém já que não
cobram ingressos?
“As receitas vêm de patrocínios, no caso do Petrópolis, da Ikinha Malhas. Com certeza,
mesmo que outros clubes cobrem ingressos, a maior fonte de receita não vem daí, mas sim,
de patrocínios e parcerias”.
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2.21 Entrevista por e-mail com Norberto Mello – Presidente do Petrópolis Esporte Clube
Entrevista recebida por e-mail em 20 de junho de 2008. Norberto Mello é presidente do
PEC – Petrópolis Esporte Clube. Telefones: (24) 2242 9195 e (24) 2242 9227 – e-mail:
diretoria@pec.esp.br. Todas as citações a seguir são de autoria do entrevistado; afirmações
geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.
1. O clube foi fundado há quanto tempo e há quanto tempo mantém equipe de futebol de
salão? Em que modalidades profissionais o clube atua ou dedica-se apenas ao futebol de
salão? Enumere os títulos conquistados ou desde quando está filiado à Liga?
“O clube foi fundado em dezembro de 2001, a equipe de futsal existe desde fevereiro de 2002.
Não disputamos nenhuma modalidade profissional, dedicamo-nos apenas ao futsal. Campeão
Estadual 2002, Campeão Carioca 2004, Campeão Estadual 2005, Campeão Carioca 2006 e
Campeão Estadual 2006. Disputamos a Liga desde 2005”.
2. Existe um setor específico de comunicação/marketing? Quem é o responsável? Qual é
a sua estrutura (número de pessoas e formação profissional)? Que atividades e ações o
clube desenvolve em comunicação/marketing? Quais as ações específicas antes, durante
e depois dos jogos? Qual o e-mail, fone direto para contato com este setor?
“Temos uma assessoria de Marketing prestada pelo Flávio Berredo (formado
em Comunicação Social, com pós em Assessoria de Comunicação e MBA em Marketing).
Temos um projeto embrionário de sócio torcedor (40 associados), encartamos no jornal
Tribuna de Petrópolis um Guia da Liga (15.000 exemplares - antes do início de cada fase),
distribuímos um jornal bimestral do PEC (2.000 exemplares). O e-mail para contato é
marketing@pec.esp.br”.
3. Como avalia especificamente o relacionamento com a mídia? Existe uma ação
específica para a imprensa? Existe uma assessoria de imprensa ou assessor de imprensa
que trata especificamente do relacionamento com os veículos e jornalistas? Se sim, qual
é o nome do assessor de imprensa e como fazer o contato direto com ele (fone, e-mail)?
“Temos uma assessoria de Imprensa prestada pela Claudia Mendes (formada em
Comunicação Social). Enviamos releases para 145 e-mails em todo o Brasil. O e-mail para
contato é: imprensa@pec.esp.br”.
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4. A mídia local, regional e nacional dá, no seu entender, atenção adequada ao futebol de
salão no Brasil? Se não, por quê?
“A mídia local dá uma boa cobertura, a regional é média, e a nacional só se interessa pela
Seleção. Acho que temos pouca cobertura, pois ainda não temos campeonatos estruturados,
como por exemplo: datas de início e término das competições anunciadas com antecedência,
rodadas semanais com apenas um jogo, todas as equipes estarem com o mesmo número de
jogos durante o campeonato”.
5. Como se poderia atrair mais público para o futebol de salão?
“Nas cidades grandes (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, etc...) os jogos
deveriam ser nos finais de semana, de preferência aos domingos pela manhã, pois temos que
transformar os jogos em um momento de lazer para as famílias. Nas cidades do interior
(Petrópolis, Garça, Orlândia, Carlos Barbosa, etc...) podemos até ter jogos durante os dias
da semana, de preferência às 19:00h (conseguimos enviar informações para os jornais após
o jogo), mas acho que também deveriam ser aos domingos”.
6. Quais os principais desafios do futebol de salão no Brasil?
“Acho que a grande luta é torná-lo olímpico ou profissionalizá-lo (CBFS). Temos que
mostrar para o resto do mundo que o futsal é um esporte apaixonante. O futsal cresceu muito
em número de participantes, mas ainda precisamos de uma competição nacional melhor
formatada, precisamos de talvez mais uma ou duas Ligas (Prata e Bronze), onde as equipes
participantes tenham o direito de ascender até a Liga Nacional”.
7. Que retorno o futebol de salão tem propiciado para o clube em termos de imagem,
marca, etc?
“Somos um clube com apenas 06 anos, conseguimos conquistar alguns títulos estaduais e
temos tido boas participações nos certames nacionais. Isto nos proporcionou uma
visibilidade maior dentro de nosso estado, pois nenhuma equipe do interior tinha alcançado
tais resultados”.
8. O clube tem um plano de comunicação/marketing para o futebol de salão?
“Estamos inicialmente procurando consolidar a marca PEC em nossa cidade, ações como a
do sócio-torcedor, guias da Liga Futsal, jornais do PEC, a divulgação do hino do clube, a
divulgação do mascote, fazem parte de nosso plano inicial. Esperamos em breve poder ter
173
um ‘hospitality center’ para recebermos convidados de nossos patrocinadores. Em um prazo
médio termos uma sala de imprensa, com internet disponibilizada para podermos receber
jornalistas”.
9. Como avalia a Liga Futsal atualmente? Pode enumerar aspectos positivos e/ou
negativos da Liga?
“Podemos melhorá-la bastante, os franqueados envolvidos estão cientes disso, e estão se
mostrando receptivos às mudanças necessárias. Como aspectos positivos, posso citar a total
transparência da comissão organizadora, a eficiência da comissão disciplinar, a busca
incessante da comissão de arbitragem na reciclagem dos árbitros. Em relação aos aspectos
negativos (ver resposta da pergunta 6), estamos buscando soluções para que em 2009 já
possamos estar modificando-os”.
10. De que recursos um clube de Futebol de Salão dispõe além do patrocínio das
empresas? Só o patrocínio das camisas sustenta o futebol de salão do clube?
“Infelizmente, não é só com o futsal, todos os esportes ‘amadores’ vivem exclusivamente da
ajuda de seus patrocinadores. Algumas equipes conseguem ajuda pública (municipal e
estadual), mas acho que esta é muito complicada (as equipes iniciam e acabam ao bel prazer
do político), não existe planejamento de médio e longo prazo”.
11. Existe um vínculo entre os clubes de futebol de salão e a cidade/comunidade? Como
avalia no momento esta relação?
“Com certeza isto ocorre nas cidades do interior dos estados. A relação aqui em Petrópolis é
excelente, temos uma média de 1.500 pessoas por jogo, muitas famílias comparecem e isso é
muito importante para nós”.
12. Qual a sua visão sobre o presente e o futuro do futebol de salão no Brasil? E da Liga
em particular?
“Como disse anteriormente, temos que melhorar muito para nos tornarmos uma modalidade
respeitada e com visibilidade. Estamos no caminho certo, buscando transformar a Liga
Nacional em modelo e exemplo para outras modalidades esportivas. Em nível estadual (RJ),
temos que recomeçar do zero. Precisamos urgentemente de mudanças!”.
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2.22 Entrevista por e-mail com Elton Jose Dalla Vecchia – Preparador Físico
Entrevista recebida por e-mail em 17 de junho de 2008. Elton Jose Dalla Vecchia é
preparador físico e supervisor do C.E.R. Atlânt ico – Clube Esportivo e Recreativo Atlântico.
Telefone: (54) 3321 1121 – e-mail: eltondv@ibest.com.br. Todas as citações a seguir são de
autoria do entrevistado; afirmações geradas a partir do e-mail recebido na data acima citada.
1. O clube foi fundado há quanto tempo e há quanto tempo mantém equipe de futebol de
salão? Em que modalidades profissionais o clube atua ou dedica-se apenas ao futebol de
salão? Enumere os títulos conquistados ou desde quando está filiado à Liga?
“O C.E.R. Atlântico foi fundado em 1915. Mantém equipe de futsal desde 1999. É a única
modalidade que o clube disputa competições a nível nacional. Principais títulos são
Campeão da Copa Max – Assunción/ Paraguay - 2003, Campeão da Copa Sul – Joaçaba/SC
– 2003 e Vice-Campeão da Liga Nacional em 2005”.
2. Existe um setor específico de comunicação/marketing? Quem é o responsável? Qual é
a sua estrutura (número de pessoas e formação profissional)? Que atividades e ações o
clube desenvolve em comunicação/marketing? Quais as ações específicas antes, durante
e depois dos jogos? Qual o e-mail, fone direto para contato com este setor?
“Rodrigo de Vargas é o Assessor de imprensa, e-mail”.
3. Como avalia especificamente o relacionamento com a mídia? Existe uma ação
específica para a imprensa? Existe uma assessoria de imprensa ou assessor de imprensa
que trata especificamente do relacionamento com os veículos e jornalistas? Se sim, qual
é o nome do assessor de imprensa e como fazer o contato direto com ele (fone, e-mail)?
“Rodrigo de Vargas é o Assessor de imprensa, (54) 9948 4675”.
4. A mídia local, regional e nacional dá, no seu entender, atenção adequada ao futebol de
salão no Brasil? Se não, por quê?
“Ainda não, pois o futebol de campo ainda é muito mais divulgado que o futsal, não devemos
tentar competir com o futebol, mas bem que a mídia poderia divulgar um pouco mais nossa
modalidade, pois a quantidade de praticantes em nosso país é muito grande, mas nos últimos
anos melhorou bastante”.
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5. Como se poderia atrair mais público para o futebol de salão?
“Através de mais propaganda, principalmente da TV, que com certeza, com o nível do futsal
do nosso país e o número de praticantes poderia explorar mais esta modalidade”.
6. Quais os principais desafios do futebol de salão no Brasil?
“Primeiro fazer com que os meios de comunicação divulguem mais a modalidade para em
conseqüência disso as grandes empresas aumentarem seus investimentos nesta modalidade”.
7. Que retorno o futebol de salão tem propiciado para o clube em termos de imagem,
marca, etc?
“Dentro das nossas expectativas até o momento sim, mas o objetivo é que num futuro bem
próximo este retorno de imagem e marca seja muito maior devido ao crescimento que vem
ocorrendo nesta modalidade nos últimos anos”.
8. Existe um vínculo entre os clubes de futebol de salão e a cidade/comunidade? Como
avalia no momento esta relação?
“Existe sim, principalmente devido ao trabalho sério que o clube sempre fez, com isso
aumenta a cada ano a credibilidade com a comunidade, mesmo assim, nota-se que quanto
melhor os resultados, maior a integração da comunidade com a equipe, pois toda equipe vive
de resultados”.
9. Como avalia a Liga Futsal atualmente? Pode enumerar aspectos positivos e/ou
negativos da Liga?
“A Liga Nacional de Futsal vem evoluindo a cada ano. Com uma administração muito boa
com a participação de representantes das equipes nas reuniões, com essa troca de idéias
CBFS com Clubes, ela tende a crescer ainda mais. Acredito que está no caminho certo”.
10. O clube tem um plano de comunicação/marketing para o futebol de salão?
“Sim. Mas ainda não é da maneira que esperamos por isso estamos sempre tentando
melhorar para com isso aumentarmos a divulgação da marca, nome, conseguindo assim mais
recursos financeiros”.
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11. De que recursos um clube de futebol de salão dispõe além do patrocínio das
empresas? Só o patrocínio das camisas sustenta o futebol de salão do clube?
“O clube dispõe além dos patrocínios das empresas, colaboradores, torcedores (ingressos
nos jogos) o apoio da CBFS nos jogos da liga com repasse de verba da venda de espaços na
quadra, fardamento da arbitragem, representantes da marca da bola”.
12. Qual a sua visão sobre o presente e o futuro do futebol de salão no Brasil? E da Liga
em particular?
“É uma modalidade que está em ascensão, e tende a crescer muito mais após a realização do
mundial no Brasil este ano. A Liga é sem dúvida a maior competição de futsal do país talvez
até do mundo, e devido a sua organização tende a crescer ainda mais”.
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