View
480
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
AULA IV - ESTÉTICA
O QUE É ARTE ????
Essas obras são „obras de arte‟...
... no mesmo sentido que essas são?
O QUE MUDA DE UM PARA O OUTRO?
QUAL A DIFERENÇA ENTRE OS DOIS?
O que mudou?
O que define, agora,
aquilo que chamamos
“arte”?
O que significa ser artista?
E AGORA?
POR QUE A ARTE É (AINDA) UMA QUESTÃO
CENTRAL PARA A FILOSOFIA?
Compreender os critérios que determinaram a
arte e o „fazer artístico‟ ao longo do tempo
Compreender o papel do artista em cada uma
das fases trabalhadas
Qual é o papel da crítica de arte em cada um
desses momentos?
UM POUCO DE „NARRATIVA‟ DA ARTE
Diálogo “Íon”
Doutrina do entusiasmo (éntheos) – “ter um
deus dentro”
Diálogo “A República – Livro X”
Doutrina da mímesis – arte como „imitação‟
Imitação de que? Do que aparece como „belo‟
no mundo imperfeito das sombras
Imitação por quem? Pelo artista que, ao
contrário do filósofo, afasta os homens da
verdade, da justiça e do bem.
PLATÃO (427 – 347 A.C.)
CONSEQUÊNCIA:
Os poetas são expulsos da
polis ideal de Platão
porque o artista cria a
cópia da cópia e afasta os
homens da verdade.
[Para Platão]
“A beleza é um assunto
importante demais para
ser tratado por artistas”
(Iris Murdoch)
1. Qual é a essência da obra de arte?[imitação]
2. Qual a relação entre elas e a Beleza?[cópia da cópia]
3. Qual o efeito moral e psicológico da arte?[nos afasta das ideias de „belo‟ e, portanto, de „bem‟ e „justo‟]
Platão, no entanto, dá as coordenadas de toda reflexão
posterior sobre a arte e o fazer artístico resumindo o
problema em três questões principais:
Mímesis poética –
„imitação ou
representação‟ poética
da natureza
Poética vem de poiêsis,
ou seja, criação. Nesse
sentido cria-se uma
realidade idealizada
capaz de dar sentido à
realidade efetiva.
ARISTÓTELES (384 – 322 A.C.)
Mímesis (poesia épica, tragédia)
enquadramento ficcional:
- lógica interna própria ao enquadramento
- as partes são cegas em relação ao todo e ao sentido
que as subjaz. Somente a conclusão da obra pode
iluminar retrospectivamente o sentido de cada parte e
as conexões entre elas.
- Ex: Édipo.
Função do enquadramento ficcional
- traz à luz a estrutura racional que configura as ações
- cria o contexto preciso no qual uma ação pode ser avaliada
como virtuosa ou vil
- torna possível, portanto, a visualização dos móbeis das
ações e, justamente por isso, fornece um modelo de ação a
ser seguido sempre que temos a possibilidade da escolha.
“A morte de Aquiles é um modelo de morte virtuosa”
A ideia de “modelo de ação” se baseia no fato de que
podemos antecipar uma ação pela reflexão e pela
imaginação antes da sua realização
“Morrer como Aquiles” é algo que posso desejar realizar
como a realização de uma ação virtuosa
Nesse sentido, enquanto a ação pode ser a realização de algo
já projetado pela imaginação e pela reflexão, a ação efetiva é
já a imitação de uma ação ideal, idealizada, fantasiada
Aquiles deseja morrer como Aquiles
O problema:
Na Epopeia o narrador (Homero) é onisciente e ele pode
mostrar diretamente aquilo que acontece no processo de
decisão de Aquiles.
Na tragédia, ao contrário, há um personagem que representa
Édipo, mas não há um narrador onisciente. Isso significa que
a tragédia, diferentemente da epopeia, não pode representar
o dilema interno das personagens, suas inclinações e
motivações.
Epopéia: Tragédia
Plano de intenção
Plano de ação
A tensão mimética é muito maior na tragédia do que na
epopeia:
1. Não há transparência das motivações
2. Há uma representação mais verossímil, mais próxima à
realidade porque se trata de um teatro e não mais de uma
narrativa
Consequência: Catarse
Purificação/Purgação das paixões quando a realidade é
observada de um ponto de vista idealizado, reflexivo.
Exemplo da experiência da análise na psicanálise
CONCEPÇÃO (PREDOMINANTE) DE ARTE
NA ANTIGUIDADE
Concepção predominantemente “mimética” – arte
como imitação/representação da natureza ou da
realidade
Arte como techné, como uma habilidade cuja boa
realização resulta na beleza ou na representação
bela
Platão: Beleza é assunto da Filosofia
Aristóteles: A arte deve ter um
efeito sobre o espectador
(catarse).
Arte é imitação da natureza
O artista não cria nada, mas
imita aquilo que é criado por
Deus
Não há ainda a concepção do
homem como criador.
CONCEPÇÃO DE ARTE NO
PERÍODO MEDIEVAL
Giorgio Vasari (1511-1574): “O renascimento
(Rinascitá) da arte antiga”
Classificou a arte medieval e gótica de “bárbara”
Ruptura com unidade estilística que até então tinha
sido „supranacional‟
Humanismo – a mentalidade científica da época tem
seu efeito sobre a arte, e pinturas e esculturas são
feitas sob o princípio da perfeição; os artistas, agora
estudiosos (por ex., do corpo humano), passam da
categoria de „mero artesão‟ a „intelectual‟
Elevação do status do artista
ARTE NO RENASCIMENTO (SÉC. XV-XVI)
“David” de Michelângelo
Como resgate da cultura „clássica‟ da
Antiguidade após séculos de influência árabe e
obras „didáticas‟, o Renascimento parte da
ideia de que as artes alcançaram sua perfeição
com os gregos, que é então tomada como
objeto de estudo e imitação.
Venus de Milo
Alexandros de Antióquia
Vitória de Samotrácia
Cidade de Rodes
Temas „profanos‟ e buscados na mitologia grega
Sandro Botticelli
“O nascimento de Vênus”
Ticiano
“Retrato de Eleonora
Gonzada”
“Escola de Atenas” de Rafael Sanzio
- Elaboração de diversas regras de perfeição ensinadas pelos
„mestres‟
- Virtuosismo técnico
- Mecenato (o maior Mecenas: Igreja Católica)
Ex: Leonardo Da Vinci
“Monalisa” de Leonardo Da Vinci
“A criação” - Michelângelo
BARROCO (SÉC. XVI-XVII)
Difusão nos países católicos
Corresponde à arte das
Monarquias Absolutistas e
da Contra Reforma
Estilo ambíguo: por um lado
a pregação da fé e da
transcendência; por outro, a
opulência material
Sensibilização dos sentidos
Charles Le Brun
“A apoteose de Luís XIV”
Criação das Academias de arte ligadas ao Estados
(e, portanto, sob seus serviços)
Academia Real de Pintura e EsculturaFundada sob o reinado de Louis XIV na França
Coordenada por Charles Le Brun
O Estado detinha o monopólio:
- Do gosto
- Da crítica das obras
- Das vias de exibição e difusão da produção artística
NEOCLASSICISMO (SÉC XVII)
Pureza formal ancorada na arte da Antiguidade Clássica
marcado pela simplicidade, regularidade das
formas, harmonia, equilíbrio e sobriedade. Esta nova
dinâmica representou o regresso à ordem na arte, depois
de um período de extravagância e exagero que
dominaram o barroco e o rococó.
Estética normativa
Princípios da criação são reduzidos a um sistema, e
esses são ensinados pelas academias de arte
Talento do artista medido segundo sua habilidade em
executar com perícia e precisão as regras estabelecidas
Expressou os valores próprios de uma burguesia fortalecida
após o sucesso das revoluções burguesas
“Napoleão Bonaparte” de
Jacques-Louis David
“A juventude de Baco” de William-Adolphe Bouguereau
“A morte de Sócrates” de
Jacques-Louis David
Teatro Wielki
em
Varsovia, Polôni
a
Parthenon, em
Atenas, Grécia
Outros exemplos
de arquitetura
neoclássica
SÉC. XVIII – “O SÉCULO DO GOSTO”
A ideia da 'autonomia' da razão deve, segundo os iluministas, ser efetuada em todos os domínios da vida e do espírito, dos quais certamente faz parte a estética.
Emancipação crescente entre o âmbito do sensível e o do intelectual: o gradual reconhecimento de que o sensível tem uma dinâmica inteiramente própria e, diferente do que observamos no neoclassicismo, bem como na arte clássica antiga, a problemática da beleza agora se desvincula da questão da moral ou do conhecimento
Alexander von Baumgarten: “estética é a ciência do conhecimento sensível”
Baumgarten: Estética – “aísthesis”
(„sensação‟ em grego)
Conhecimento sensorial que alcança
a apreciação do belo.
Mas, ao modo de Descartes, a ideia
do „belo‟, como o são as ideias
sensíveis, é „confusa‟ e não evidente.
Noção de que o gosto é subjetivo
O belo subjetivo e o gosto
O que muda?
1. A beleza é pensada como uma questão de sensibilidade
e, por isso, está atrelada aos sentidos dos seres
humanos
2. A ideia da beleza sai da „objetividade‟ do mundo e das
coisas para se tornar uma característica da percepção
do sujeito
Nossos sentidos são o critério de beleza, e não a
coisa ela mesma
3. “O belo é” transforma-se “o que é belo para mim”, ou
seja, não é uma qualidade da coisa mas o sentimento de
prazer que ela me causa.
O julgamento de beleza depende tão somente da presença ou
ausência de prazer em nossas mentes. Todos os julgamentos
de beleza, portanto, são verdadeiros, e todos os gostos são
igualmente válidos. Aquilo que depende do gosto e da opinião
pessoal não pode ser discutido racionalmente, donde o ditado:
"Gosto não se discute".
Consequências da supremacia do gosto:
1. Dificuldade de explicação da concordância ou
discordância dos juízos estéticos
2. Dificuldade de definir o que é a arte e o que ela não é
3. Dificuldade de estabelecer a tarefa do artista
A crítica de arte
- Salões de Pintura da Academia Real
- Surgimento dos „críticos de arte leigos”
- Mudança dos “Salões” para o Museu do Louvre
Segunda metade do século XIX
Surgimento de outros salões concorrentes
Escritores começam a ganhar dinheiro publicando seus
comentários e críticas de arte, dentre os quais, Charles
Baudelaire
“Salão dos Recusados” 1863
Singes comme critiques d'art, 1889,
Gabriel von Max.
Édouard Manet – “Almoço sobre a relva”
“Impressions” de Claude Monet
O impressionismo
Arte de ruptura (o que de certa forma „justifica‟ sua
exclusão dos Salões) que rompe com os
convencionalismos.
Forma de captar um particularismo, um subjetivismo
do instante que não estava presente anteriormente,
quando os artistas retratavam as cenas da forma
mais „objetiva‟ e distanciada possível.
Desenvolvimento de novas técnicas
Uso diferente das cores, da luminosidade, da
pincelada rápida que buscava o caráter prismático da
luz.
“Venus” de Ticiano em 1538
“Olympia” de Manet
E agora, José??
Qual das duas é “mais arte” que a outra? E por que?
A pergunta pela „essência do belo‟ é deslocada para a
pergunta da razão da existência de diversos tipos de belo
A Antiguidade Clássica deixa de ser o modelo eterno de
beleza e o artista deixa de ser o imitador e passa a ser o
criador.
ENQUANTO ISSO, NA ALEMANHA...
As traduções de
Shakespeare na Alemanha
fez surgir a ideia da
composição artística livre do
aprisionamento imposto
pelas regras do
neoclassicismo
Surgimento da noção de
originalidade
Talento se contrapõe à
técnica
Criação se contrapõe à
imitação
SÉC. XIX – “SÉCULO DO GÊNIO”
Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto)
Originalidade acima de tudo
Gênio radical
Movimento que pregou a revolta do sentimento e da interioridade contra a superficialidade do Iluminismo
Movimento que começa em Estrasburgo com Herder e Goethe – “Revolução literária”
“Os sofrimentos do jovem Werther”
Rompimento com a
concepção clássica de
natureza como fonte de
serenidade e harmonia:
O sentimento pode ser de
tal maneira brutal e
violento que podemos
interpreta-lo como um
estado de alma provocado
pelas manifestações da
natureza que, pelos
cataclismos e visões
perturbadoras, atingem o
homem.
Surgimento da ideia de SUBLIME
Caspar David Friedrich “O viajante
contemplando um mar de nuvens”
Com Edmund Burke
(1759) e Immanuel
Kant (1790), o conceito
de Sublime surge como
uma segunda categoria
estética ao lado do
„Belo‟.
IMMANUEL KANT (1724-1804) E A
TEORIA DO GÊNIO
Estruturas do conhecimento:
Espaço + Tempo
Conceitos do Entendimento
Para lembrar: como se dá o conhecimento em Kant
Material da
sensibilidade
percebido como
um objeto
específico
Como isso acontece?
Pela faculdade de „julgar‟, pois o juízo é a operação
mental que encontra um conceito (universal) para
um particular percebido (uma banana).
Esses são “Juízos determinantes”, pois determinam o
conceito que deve se aplicar a uma percepção
qualquer.
Mas, e quando não há um conceito? E quando nossas
faculdades cognitivas não conseguem encontrar um
conceito para o material de uma percepção?
Temos os chamados “Juízos reflexionantes”
Juízo reflexivo
Não encontra nenhum conceito universal para o particular
então ele continua tentando. Isso promove um jogo entre a
sensibilidade e o entendimento no qual o sujeito tem prazer.
O belo não é um conceito (senão recairíamos na ideia de
„perfeição‟ neoclássica), e portanto não pode ser
universalizável;
O juízo da beleza não é um juízo de conhecimento – ele é
livre;
O belo não está nas coisas, mas é o prazer que sentimos no
jogo livre das nossas faculdades.
O belo é, no entanto, objetivo
3 ACORDOS / 3 CRÍTICAS
1- ACORDO DO CONHECIMENTO:
Entre sensibilidade e entendimento. A imaginação também participa. / CRP.
2- ACORDO MORAL:
Entre razão e entendimento. / CRPr.
3- ACORDO ESTÉTICO:
Entre entendimento e imaginação. / CFJ.
4- “DESACORDO” SUBLIME:
Entre razão e imaginação. / CFJ.
A TEORIA DO GÊNIO
“O belo consiste, para Kant, num acordocontingente da natureza com nossasfaculdades (...) A natureza nos dá somente aocasião exterior “de apreender a finalidadeinterna da relação de nossas faculdadessubjetivas” (...)
“Somos nós que recebemos a naturezafavoravelmente, enquanto que ela mesmanão nos faz qualquer favor.”
DELEUZE, Gilles, Para ler Kant
Do ponto de vista do espectador:
arte deve parecer natureza porque deve parecer ter sido
produzida sem qualquer ponderação racional, sem qualquer
projeto prévio, sem qualquer regra, como se ela se tivesse feito
ao acaso.
Do ponto de vista do artista:
A arte deve ser concebida e produzida segundo regras, senão
recairíamos nos „absurdos originais‟. Mas estas regras não
podem ser dadas ou indicada na obra, senão ela deixará de ser
bela.
Esse aparente paradoxo entre
1) Necessidade de produzir arte mediante regras e conceitos
2) Impossibilidade de haver conceitos na fruição do objeto
belo
... é resolvido por Kant na figura do GÊNIO
“Gênio é o talento natural (o dom natural) que dá regra à arte.
Já que o próprio talento enquanto faculdade produtiva inata
do artista pertence à natureza, também se poderia expressar
assim: Gênio é a inata disposição de ânimo (ingenium) pela
qual a natureza dá regra à arte.” (Kant)
1. Talento e originalidade
2. Produção de produtos exemplares (responsabilidade de
servir de paradigma)
3. Incapacidade de explicar ou ensinar a própria regra
HEGEL (1770 – 1831) E O FIM DA ARTE
O tema do fim da arte, apresentado
por Hegel nos Cursos de Estética
ministrados entre 1819 e 1829
reaparece nas discussões
posteriores sobre a arte e o fazer
artístico.
INÍCIO Indeterminação absoluta – estágio imediato e
carente de toda e qualquer determinação
Igualdade indeterminada consigo mesmo
“Consciência de si”
OUTROContradição entre o ser e o nada porque
é o incessante movimento através do
qual o ser se determina pelo seu oposto
“Natureza”
FIMDeterminação absoluta. O
outro foi reconhecido
como parte determinante
do ser.
“Espírito Absoluto”
Outra forma de representar o sistema hegeliano:
O que isso tem a ver com a arte?
A Arte é um dos tripés que forma o estágio final do Espírito
Absoluto
Mas, por ser dentre os três a mais dependente do sensível e
do material e, portanto, a menos espiritual dentre elas, deve
ser superada; primeiro pela Religião revelada, depois pela
Filosofia.
Espírito Absoluto
Arte Religião Revelada Filosofia
ARTHUR C. DANTO (1924- ) E AS
NARRATIVAS HISTÓRICAS
É possível fazer “arte”
depois do fim da arte?
O que entendemos por
“fim da arte”?
Para Danto significa o
fim das grandes
narrativas e o fim da
(possibilidade da)
história da arte.
Conceito de “Modernismo” na pintura
Representação do mundo tal como se apresenta à vista e
não tal qual é.
Kandinsky (Abstracionismo) Dalí (Surrealismo)
Para Danto esse momento de “autorreflexão” do fazer
pictórico deixou de ser um estilo que se sucedeu a outro e se
tornou “consciência artística de que a reflexão é mais
importante que a representação mimética”.
Daí o conceito que Danto elabora do
“Contemporâneo”:
“Esse designa menos um período do que o que
acontece depois que não há mais períodos em
algumas narrativas-mestras da arte; e menos um
estilo de fazer arte do que um estilo de usar estilos.”
O que ele chamou “contemporâneo” vai ser, num
segundo momento, caracterizado como “pós-histórico”,
ou seja, a arte que se faz depois do fim das narrativas,
depois do fim da arte, que para Danto “consiste na
chegada da consciência da natureza verdadeiramente
filosófica da arte.”
“Uma vez que a questão foi trazida à consciência em
certo instante no desdobramento histórico da arte, um
novo nível de consciência filosófica foi atingido. E isso
significa duas coisas: primeiro, que tendo trazido a si
mesma a esse nível de consciência, a arte já não carrega
a responsabilidade por sua própria definição filosófica.
Isso é, antes, tarefa para os filósofos da arte. Em
segundo lugar, isso significa que já não há um modo
segundo o qual as obras de arte têm que ser.”
O fim „histórico‟ desse enquadramento histórico da
arte, ou seja, o fim da era „histórica‟ e o começo da
„pós-histórica‟ acontece quando o expressionismo
abstrato nova-iorquino entra crise e é substituído pela
pop art.
Jackson Pollock
Pop art de Andy Wahrol
Pop art: Transfiguração de emblemas
da cultura popular em arte erudita”
Expressionismo Abstrato
Body art Performances Instalações
Pop art
“Origem” do pluralismo estético atual
Exemplos de body-art
Marina Ibramovic
Gina Pane
Exemplos de Performances
Exemplos de instalações
FRIEDRICH NIETZSCHE (1844-1900)
Significado da arte para Nietzsche
“Arte existe para que a verdade não nos destrua”
- Arte não é imitação da natureza mas um meio de
transcender, de superar esta que é a nossa natureza. É
nesse sentido um caminho até o supra-humano.
- A vida é afirmada em sua potência pela arte, e como tal
ela é a alegria suprema
- Arte é superação do pessimismo, desencadeado pela
busca incessante pela verdade.
A criação artística supõe um estado psíquico [Nietzsche
usa psíquico para recusar a oposição entre corpo e
alma] particular, que aumenta a força vital, que faz com
que o artista experimente um momento de plenitude.
Esse é o impulso dionisíaco.
Dionísio:Deus da embriaguez, do vinho,
das orgias, das forças da natureza
e da música
Para adquirir forma, para ganhar plasticidade e existir no
mundo em forma da obra de arte, esse impulso dionisíaco
deve ser limitado pela força contrária, que Nietzsche chama
de „Impulso apolíneo‟.
Apolo:Deus da individuação, da
ordem, da luz, da forma e das
artes plásticas.
O impulso apolíneo reconduz
o impulso caótico e destrutivo
de Dionísio para a criação.
Esses dois impulsos antagônicos confluem e se harmonizam
na tragédia grega. Nisso consistiria a originalidade e a riqueza
estética da cultura grega.
O elemento imagético (e potencialmente conceitual –
apolíneo) se harmonizaria perfeitamente com o elemento
sonoro-dionisíaco (representado por certa irracionalidade e
potência animal/corpórea).
“Enquanto em todos os homens
produtivos o instinto é uma força
afirmativa e criadora e a
consciência uma força crítica e
negativa, em Sócrates, o instinto
torna-se crítico, e a consciência,
criadora.”
(Nietzsche, A Origem da
tragédia)
Essa harmonia é no entanto destruída quando Sócrates
(representando a racionalidade filosófica) procurou suprimir o
elemento dionisíaco por considera-lo perigosamente
irracional. Sócrates instaura, então, o primado do discurso
sobre a intuição, a alma sobre o corpo, Apolo sobre Dionísio.
A arte é o refúgio daqueles que são fortes , é o último reduto
das forças criativas, ativas, exiladas do mundo pelo poder
reativo.
Força ativa
Poder de criação
Poder de realização
Ímpeto
Energia vital
Forças que atuam no
mundo e obrigam as
demais forças a se
mexerem
Força Reativa
Interesse em refrear os
fortes, em diminuir o poder
daqueles que criam, que
não precisam dos
mecanismos da verdade
nem de regras.
Niilismo
Decadência
THEODOR W. ADORNO (1903 – 1969) E O
PENSAMENTO DO PÓS-GUERRA
Avaliação negativa do mundo contemporâneo:
“mundo administrado”
Predomínio da „Razão Instrumental‟, surgida em tempos
imemoriais a partir da necessidade de dominar a natureza, a
fim de superar a inferioridade humana diante dela.
No momento de sua realização plena a razão instrumental
se transforma numa prisão porque inverte o „jogo‟ e produz o
inverso do que propõe:
- não a razão, mas a barbárie
- não o progresso, mas o regresso
- não a emancipação do homem, mas sua
submissão, alienação, reificação
Obra em colaboração com Max Horkheimer
na qual os autores pretendem “descobrir por
que a humanidade, em vez de entrar em um
estado verdadeiramente humano, está se
afundando em uma nova espécie de
barbárie”.
Preocupação com o „processo de
desumanização‟, diagnóstico de que o
prometido progresso, na verdade, anula
tudo aquilo “que se supõe ser o seu próprio
objetivo”, a saber, desenvolver “a ideia de
ser humano”.
Dialética do Esclarecimento (1947)
A meta do esclarecimento: eliminar a superstição,
“dissolver os mitos e substituir a imaginação pelo
saber”
Mas a natureza uma vez dominada pela razão deixou
de ser compreendida para ser reduzida a fórmulas; as
diferenças foram eliminadas a favor da abstração dos
conceitos, o que era múltiplo foi unificado e
universalizado, e o que deveria ser conhecimento
tornou-se uma nova e perigosa forma de mitologia
que não aceita o diferente e o desconhecido.
Todo movimento é fixado, toda diferença é reduzida
à identidade porque a razão instrumental é sintética
e não se interessa pelo diferente.
INDÚSTRIA CULTURAL
Cenário marxista na compreensão da arte:
Todos os fenômenos ligados à produção cultural estariam igual
e totalmente subordinados à base econômica da sociedade.
Adorno e Horkheimer:
Introduzem a ideia de que no cenário do capitalismo tardio não
há uma plena autonomia entre os fenômenos da infraestrutura
e da superestrutura; não há tampouco, portanto, uma
subordinação entre eles.
A cultura, originalmente „superestrutura‟, é agora pensada
como parte constituinte da „infraestrutura‟ por ser, nesse
contexto, também „indústria‟.
A cultura torna-se um ramo da economia capitalista, embora
atue como se fosse apenas cultura.
A Indústria Cultural ou cultura de massa proporciona uma
determinada satisfação que pode ser (psicanaliticamente)
descrita como 'narcisista'.
A indústria cultural justifica a
produção de suas mercadorias
segundo o argumento de que é
aquilo que o público quer. O
problema, para além daquilo que 'o
público quer', é que a forma como a
Indústria Cultural satisfaz essa
carência inconsciente é
satisfazendo parcialmente para logo
depois frustrar essa carência,
tornando o 'consumidor' viciado no
prazer mentiroso que ela oferece.
Com seu sistema, portanto, a
Indústria Cultural reforça a carência
ao invés de satisfaze-la e torna os
consumidores seus viciados.
Thais Bianca está contente com sua boa forma e
resolveu postar uma foto em que aparece apenas de
calcinha. "Isto é dedicação, foco e objetivo. Não é fácil,
mas vale a pena. Muitos criticam meu estilo de vida,
mas quando me olho no espelho vejo que todas as
críticas não passam de falta de conhecimento daquilo
que nos faz bem. O quanto é válido cada doce que
resistimos a comer, cada minuto na academia. Então
galera, ao invés de me criticarem, acordem amanhã e
se dediquem a este life style e venham fazer parte de
um mundo onde você é quem dita suas regras e seu
ponto final!", discursou no Instagram
Recommended