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AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
Literatura Infantil: o despertar para a aprendizagem Por: Roberta de Almeida Silva
Orientador Profª. EDLA LUCIA TROCOLI XAVIER DA SILVA
Rio de Janeiro 2011
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AVM FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Literatura Infantil: o despertar para a aprendizagem
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em educação infantil e desenvolvimento.
Por Roberta de Almeida Silva.
3
AGRADECIMENTOS
A Deus; por ele estar sempre na minha frente
me guiando e me possibilitando às
conquistas diárias.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a toda minha família;
que são a minha base.
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO, p.6
CAPÍTULO 1- UM BREVE HISTÓRICO DA LITERATURA INFANTIL, p.9
CAPÍTULO 2- A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO, p.17
CAPÍTULO 3- A LITERATURA INFANTIL: Um instrumento facilitador no
desenvolvimento infantil, p.24
CONCLUSÃO, p.34
BIBLIOGRAFIA, p.35
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INTRODUÇÃO
Neste presente trabalho será abordada a importância da literatura infantil no
compromisso de formar leitores em um mundo tão tecnológico em que vivemos.
Desta forma, falaremos da necessidade do professor, e neste caso, o de
literatura infantil, de contar e relatar histórias e favorecer aos alunos situações no
qual reflitam sobre o que estará sendo abordado, assim, abrindo espaço para
verbalizarem suas opiniões e seus sentimentos em relação aquele determinado
assunto para desde já formar o aluno para a vida em sociedade, ou seja, formar
um alicerce para sua social.
Para tanto, os educadores devem criar, na hora do conto, uma situação real
para a criança relacionar ao seu contexto de vida e principalmente ampliar seu
próprio repertório literário. Com isso, o educador estará inovando seu próprio
trabalho e da mesma forma ajudando seu aluno a encontrar nos contos; na
literatura um “aconchego”, pois a leitura desenvolve um pensamento crítico e uma
imaginação saudável.
Desta maneira, traça-se como objetivo geral desta pesquisa, fomentar que
através da Literatura Infantil a criança torna-se capaz para interpretar as diferentes
situações de sua vida real e mais tarde inserir-se no mundo da leitura, tornando-se
um leitor ativo.
Sendo assim, os objetivos especificam-se para entender como que través
da leitura amplia-se o conhecimento, o próprio raciocínio e a criatividade,
sistematizar o processo de aprendizagem através da literatura, identificar a
literatura infantil como fonte primordial para desenvolver o leitor para a sociedade
atual e avaliar a integração das diversas situações do cotidiano, onde necessite
questionamento para construir novas capacidades.
Foram estes os objetivos elaborados, pois se acredita que e literatura se
insere a partir da infância desde os primeiros anos de vida. A criança cresce com
mais autonomia, independência, com pensamentos e idéias organizadas, pois
entende-se que a leitura é o caminho transformador capaz de efetivamente
7
conduzir o homem a uma sociedade mais crítica, esse é um trabalho no qual
pretendemos enfatizar a necessidade da inserção da literatura na educação
infantil, para desde já, ir mostrando aos alunos os caminhos por onde a leitura
pode levar, como por exemplo, relações familiares, pois a literatura leva a criança
de volta para sua vida real e não fica presa apenas na imaginação, no fictício, mas
não podemos deixar de falar da importância fundamental que a imaginação tem
para desenvolver um leitor.
Para que as crianças se tornem leitores maduros é importante que os
educadores sejam um guia, um exemplo para elas, ou seja, só se tornarão leitores
se forem leitores.
Portanto, nós professores devemos ser sempre o espelho para nossos
alunos para que no futuro o nosso exemplo, o nosso incentivo junto aos livros de
literatura ajude no crescimento da criança, tanto na parte afetiva e social, quanto
na construção de sua personalidade.
A literatura proporciona uma ponte entre leitura e aprendizagem, pois a
leitura promove uma aprendizagem significativa relacionada à vida real do
indivíduo.
Entretanto, a leitura deve estar presente no cotidiano escolar e familiar da
criança desde pequena, pois, assim, a leitura se tornará um hábito e este será
fundamental para sua vida escolar, pois a leitura é parte principal do ciclo-
aprendizagem.
É importante que se forme uma base na educação dos alunos considerando
os aspectos sociais, crítico, político e cognitivo, pois no futuro será cobrada uma
postura crítica diante das situações que lhes forem propostas em seu dia-a-dia e
principalmente no seu ambiente escolar.
Considera-se assim essa pesquisa importante para a eficácia do trabalho docente
junto com o discente, para que ambos possam juntos firmar um compromisso com
a educação de tornar necessária, logo, um gosto pela leitura para maior
compreensão e capacidade para viver em uma sociedade tão exigente e por
considerar a diversidade de informação e várias formas de expressão com seus
diversos meios de veiculação esse estudo pretende respaldar teoricamente
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através de pesquisa bibliográfica descritiva para esclarecer a questão de estudo.
Assim, a considerar fontes necessárias para esta pesquisa materiais bibliográficos
e periódicos.
9
CAPÍTULO I
UM BREVE HISTÓRICO DA LITERATURA INFANTIL
Ao longo dos séculos percebe-se uma grande evolução voltada para a
criança isso porque passam a notar o mundo da criança; sua fala, seus
comportamentos, suas ações e percebem que precisam de um cuidado
especial, daí estudiosos fazem pesquisas sobre o universo da criança e pensam
em uma literatura mais específica que é a literatura infantil.
Durante muito tempo a criança era considerada como um ser a-histórico e
um simples objeto passivo (OLIVEIRA, 2002). Não percebiam as características,
as evoluções das crianças e, com isso, ela era condicionada e “levada” pelos
adultos. A criança agia passivamente, pois não oportunizavam um espaço para
elas agirem naturalmente e livremente como crianças de verdade.
No século XVI começam a ver a criança como um ser singular, isto é, não
tinha sua identidade marcada; não via a criança como criança, aquele ser que
tem suas próprias características e que pode interferir na vida do adulto e na
sua própria cultura. Passado para o século XVIII surge um novo sentimento dos
adultos em relação às crianças; com a noção de infância e não como um adulto
em miniatura (OLIVEIRA, 2002).
Aí sim, neste momento tudo o que foi citado acima começa a ser notado e
percebem que a criança é mesmo um indivíduo que deve ter atenção e
compreensão.
O século XX foi uma época de muitas mudanças e avanços positivos nos
estudos feitos sobre a criança, pois ela começa a ser vista como um ser ativo,
espontâneo, curioso, que manipula o mundo. Por esta mudança de pensamento
na sociedade, que “eclode” a literatura infantil (ZILBERMAN, 2003). Isso ocorre
nos anos 70 e anos 80 e a noção de infância vem a ser definida de acordo com
a idade do indivíduo, pelas brincadeiras e também pelas coisas que consome,
isto é, torna-se algo definido pela mídia.
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Como a mídia e o capitalismo andam juntos e ambos influenciam as
pessoas (os consumidores), colocam no mercado livros de literatura infantil e
deixam um pouco de lado a literatura pedagógica a qual se tratava apenas de
valores morais e sociais.
O livro, porém, é um objeto de mercado. Seus produtores são agentes que se inserem na dinâmica do mercado do sistema capitalista e tendem à produção do mais lucrativo. À medida que cresce o movimento educacional em torno do livro para a criança, este, que é produzido para o mercado, e dele recebe cerceamentos ou incentivos, responde em proporção à demanda. (CADEMARTORI, 1986, p.19-20).
O livro infantil, primeiramente, surgiu para efeitos exclusivamente
pedagógicos e não literários, pois estes influenciavam no ensino. Mas a literatura
tanto de cunho pedagógico como literário transfere para a criança um grande
envolvimento com as obras, pois a literatura de cunho pedagógico oferece uma
formação moral e a literatura de cunho literária mesmo desperta o interesse
próprio da criança, isto é, da relação que ela faz com o meio. (ZILBERMAN, 2003).
O livro infantil começa a fazer parte da dinâmica do mercado do sistema
capitalista. Tendo em vista que a criança é um consumidor influenciado, pois o
que lhe chama a atenção o interessa, “As preocupações pedagógicas coincidem
com o descobrimento pelo mercado da criança como móvel do consumo”. Assim o
livro infantil passa a ter também um caráter educativo e não apenas um mero
consumismo. (CADERMATORI, 1986).
De nada adiantaria se os livros específicos para as crianças fossem de
interesse apenas lucrativo, se fosse esse o foco, as crianças não se interessariam
por eles, pois os autores não iriam se preocupar em criar histórias interessantes
que ofuscassem os olhos das crianças.
A literatura infantil nasce pelas características da família burguesa que
enfoca que a criança faz parte da sociedade e da reorganização da escola e
também, logicamente, a literatura infantil se deu a partir de exigências próprias da
época (COSTA, 2007).
Literatura infantil são obras literárias ligadas às crianças. Toda literatura,
seja ela infantil ou não, tem uma mensagem a ser passada para o leitor. Os
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autores procuram escrever sobre assuntos pertinentes à realidade da criança,
como: o medo, a aventura, a perda, etc.
Então, na verdade, a literatura infantil é um auxílio para a formação pessoal
e emocional da criança, pois se o professor for um leitor, os livros farão parte,
com certeza, de toda vida acadêmica do indivíduo.
Cada criança interpreta o texto de uma forma e esta interpretação é que
será levada para sua vida, pois é a sua própria interpretação que terá significado
para ela.
Contudo, é a partir da interpretação em conseqüência da concentração que
o aluno teve ao ouvir ou ler a história, que ele estará desenvolvendo a
autonomia do pensamento, a organização dele e também uma linguagem mais
articulada (CADERMATORI, 1986).
A literatura infantil se vivenciada desde a infância, ela abre caminhos para a
leitura e esta abre as portas para a imaginação da criança. Mas para que isso
ocorra, é de suma importância que os colaboradores, os responsáveis e os
professores façam parte desse aprendizado na vida das crianças (ZILBERMAN,
2003).
Enfatiza-se que as pessoas envolvidas no processo de aprendizagem da
criança têm que ser presentes, é porque elas aprendem através dos exemplos
que passam para elas; como se fosse um espelho e tudo refletisse nelas. Então
se os professores forem leitores isso quer dizer que lerão e contarão histórias
para eles e consequentemente formarão leitores e se os pais estimularem a
leitura em seus filhos estará ajudando para que isso se torne um hábito.
As preocupações e os interesses por estudos ligados à criança e sua
infância se aprofunda tanto que em 1998 foi elaborado um material exclusivo
para profissionais da educação infantil; o Referencial Curricular Nacional para a
educação infantil. O RCNEI atende às determinações da Lei de Diretrizes e
Bases de 1996(9.394/96). O objetivo deste material é auxiliar os professores
durante a realização do trabalho educativo diário junto às crianças pequenas
(BRASIL, 1998).
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Este trabalho educativo diário que o RECNEI (Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil) propõe, está ligado também à literatura
infantil que fica em evidência, pois o referencial trabalha todos os aspectos de
forma contextualizada e a literatura é a forma mais significativa para a criança
aprender.
A literatura é ligada à realidade da criança com o objetivo de ajudá-la a
resolver seus conflitos, isto é, a literatura infantil informa, ou seja, se a criança
está sofrendo uma perda, um descontrole emocional, enfim, algo que lhe esteja
fazendo mal, a literatura ajuda.
Nos anos 1970, a ação pedagógica junto à criança, volta a privilegiar os
livros e nesta década o foco era os de quadrinho destinado à criança que foram
enfocados sob o ponto de vista estético, histórico e semiológico
(CADEMARTORI, 1986).
Apesar do peso que o consumismo coloca nos livros, a escola deverá impor
outros aspectos referentes aos textos e livros no sentido de aprendizagem, isto
é, fazer um bom proveito do material, pois quando a criança tem um contato
direto com os livros, isto se torna um hábito e muitas vezes um desejo. Este
desejo aflora a vontade para novas descobertas que as crianças só descobrirão
dentro dos livros.
Para tanto, todo esse encanto pelos livros que a criança cria está
relacionada á sua realidade, pois os livros infantis fazem essa relação e isso
ajuda para a formação de um pensamento crítico e bem desenvolvido.
A literatura, por sua vez, propicia uma reorganização das percepções do mundo e, desse modo, possibilita uma nova ordenação das experiências existenciais da criança. A convivência com textos literários provoca a formação de novos padrões e o desenvolvimento do senso crítico. (CADERMATORI, 1986, p. 18-19).
A literatura infantil voltou em cena para expandir o domínio linguístico dos
alunos, porém, a literatura sem texto também é muita rica, pois a partir de uma
boa leitura do professor com entonação, a criança que ainda não lê desperta a
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criatividade pela sua forma particular de entender o que o educador está lendo.
(ABRAMOVICH, 1991).
A leitura, se desde cedo estimulada, naturalmente cria-se um gosto e um
hábito por ela. Esta influencia para um bom desenvolvimento cognitivo
possibilitando um grau de conhecimento e informações que ajudam em seu
processo de aprendizagem.
Se, adquirindo o hábito da leitura, a criança passa a escrever melhor e a dispor de um repertório mais amplo de informações, a principal função que a literatura cumpre junto a seu leitor é a apresentação de novas possibilidades existenciais, sociais, políticas e educacionais. É nessa dimensão que ela se constrói em meio emancipatório que a escola e a família, como instituições, não podem oferecer (CADEMARTORI, 1986, p. 19- 20).
Em 1876, Marx Twain escreve As aventuras de Tom Sawyer que vem
quebrar a predominância do didático na literatura infantil. E Lewis Carrol em 1863
escreve Alice no País das Maravilhas que foge dos contos de princesas e passa
para aventuras e escolhas de caminhos (CADEMARTORI, 1986). Assim como o
Mágico de Oz, que cada personagem escolhe o caminho a seguir de acordo com
suas necessidades. (ZILBERMAN, 2003).
No século XVII, o francês Charles Perrault une contos e lendas da Idade
Média e cria contos de fadas (Cinderela, Chapeuzinho Vermelho). Os contos de
Perrault requerem um enfoque multidisciplinar, pois a arte dele é moralizante
(CADEMARTORI, 1986).
Em toda a história da literatura, duas se destacam: a Literatura pedagógica
na cultura erudita, que visa beneficiar as classes mais favorecidas fornecendo um
maior acesso aos livros; é uma literatura livresca (CADEMARTORI, 1986). Na
literatura erudita as pessoas têm mais oportunidades de estudo, podendo assim
dar mais ênfase à leitura proporcionando uma formação mais disciplinada e
direcionada, mas logo tornou-se literatura de massa. E a literatura oral de
vertentes ou Popular: é a “literatura” contada que vem de histórias dos mais
velhos; algo que já aconteceu antes; é uma literatura agráfica (CADEMARTORI,
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1986). A literatura popular é vasta em contos e lendas. Não é uma literatura que
utiliza o livro como instrumento, mas sim as experiências de vida das pessoas
antigas, portanto de dá como u literatura falada e contada.
A todo instante estamos em contato com a literatura e seja ela qual for sua
especificidade, trata-se enfim de literatura, uma forma de fornecer ligação com sua
realidade e com sua história de vida.
Não sendo cultura de massa (embora os quadrinhos e demais produções da indústria cultural seja tratados, muitas vezes, em conjunto com a produção infanto-juvenil), e nem tampouco cultura popular (embora novamente aqui os contos folclóricos sejam enfatizados como leitura própria para tal público), a literatura infanto-juvenil é característica no sentido de que seu produtor é um adulto que deseja chegar ao nível da criança e do jovem, sendo impossível, obviamente, desfazer-se de seu status de adulto (COSTA, 2007, p. 17).
A literatura envolve públicos de todas as idades sem discriminação. Isso
porque todos acabam tendo contato com a literatura e com os livros. Isso é tão
bom que levam a admiração pelos livros o resto da vida e muitos acabam sendo
escritores produzindo livros para o público infantil.
Segundo Cademartori (1986), a literatura infantil no Brasil inicia com
Monteiro Lobato que faz sua literatura em cima de questões sociais e deseja
questionar o que já havia tido resposta. As obras de Lobato instigam o leitor a
“ver” a realidade, pois está voltada para uma interpretação pessoal. Todas as suas
personagens vivem situações de liberdade, que para ele é o maior valor.
Em 1921 Monteiro Lobato escreve “Narizinho Arrebitado” e apresenta ao
mundo a boneca encantadora “Emília”; uma das personagens do Sítio do Pica Pau
Amarelo – que pode considerar a obra mais conhecida de Monteiro Lobato e
também o Jeca Tatu, outro personagem muito importante na literatura Infantil
brasileira (CADEMARTORI, 1986).
As obras de Monteiro Lobato estimulam a formação da consciência crítica e
o mais interessante, cada leitor interpreta de um jeito (CADEMARTORI, 1986). As
obras literárias de Monteiro Lobato, oferecem ao leitor uma visão íntima, isto é, ao
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ler ou ouvir histórias de Lobato, o indivíduo controla o seu próprio desenvolvimento
intelectual organizando suas idéias e pensamentos.
O mercado de livros infantis no Brasil oferece livros de boa qualidade para
todas as idades, até mesmo, para as crianças que não leem ainda, que são os
livros de linguagem visual e também livros com pequenas frases e grandes
figuras.
São estes livros que contribuem para que as crianças iniciem um gosto e
um hábito pela leitura já desde pequeno, pois são livros que despertam a atenção
e a curiosidade do pequeno leitor.
Atualmente, a literatura, em todo o mundo é bem vista e no Brasil
especificamente tem um papel fundamental, pois tem uma relação direta com a
escola, pois o livro é um material de extrema importância na vida escolar de cada
criança, com ele, a criança absorve a essência para sua vida real o que contribui
também em seu processo de ensino-aprendizagem (ABRAMOVICH, 2002).
A criança na infância necessita de livros infantis para manipulá-los para
“lerem” as figuras que neles contêm e, o mais importante, precisa do educador ao
seu lado neste momento para ler história, demonstrar e encenar qual a mensagem
que o livro quer passar para o pequeno leitor.
E a forma da criança expor o que extraiu do livro pela sua interpretação é
através de suas atitudes e também através da arte visual, ou seja, de suas
garatujas feitas por ela de acordo com sua imaginação (CRAMER e CASTLE,
2001).
Vê-se que a literatura é o mais belo instrumento para o processo de ensino
aprendizagem da criança, com ela, os responsáveis desta etapa contribuem para
desde já formar um aluno leitor crítico, pois a vida do indivíduo se desenvolve
através de estudos e estes se darão por muitas leituras e informações absorvidas
dela e até mesmo a criança que ainda não sabe ler; que apenas ouve e observa,
extrai algo para sua realidade. E toda essa riqueza dos livros torna-se íntima dos
alunos, formando assim, sua própria identidade.
Segundo Panutti e Gastaldi (1998), a linguagem é um recurso a ser
explorado nas crianças em todos os momentos de sua vida, mas deve ser um
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trabalho direcionado onde deva ter objetivos e metas e para dar continuidade é
preciso a intervenção do professor nas práticas dos alunos.
Sendo assim, o professor deve oferecer situações onde os alunos se sintam
à vontade para se colocarem e proporcionar um ambiente seguro para que fique
aconchegante e prazeroso a comunicação diante das situações diversas.
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CAPÍTULO II
A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO
Falar da formação do professor é falar sobre os desafios e problemas que
este encontra em oferecer uma boa educação para seus alunos; é falar da
necessidade de uma educação de qualidade, enfim, é falar da importância da
atualização do professor para poder transmitir o prazer do estudo.
A formação continuada é essencial e primordial, pois a atualização do
profissional requer competências e disponibilidade, para assim cumprir com todos
os compromissos do qual ele se comprometeu.
A escola cumpre papéis diversos para oferecer uma boa educação aos
seus alunos. Para tanto, deve estar atenta ao que o aluno precisa para viver em
harmonia na sociedade, até porque esta é uma exigência dos pais e também da
própria sociedade e do mercado de trabalho. Mas para tudo isso dar certo é
preciso ter professores capacitados e especializados na área para atender a
demanda.
E o mais importante, a escola deve ajudar o professor em sua prática e em
sua formação continuada.
Para poder dar conta de missão tão importante e complexa, a escola precisa de professores e demais colaboradores capazes de reinterpretar os seus papéis e ampliar a sua formação, colocando-o a serviço dos ideais de uma educação democrática (QUELUZ e ALONSO, 1999, p.18).
Atualmente, os professores de todas as modalidades de ensino, estão
vivendo uma preocupação que, bem ou mal, acaba sendo benéfica, ou seja,
profissionais da educação tem se preocupado em o que a sociedade quer do
indivíduo. Essa é uma questão que nos faz levantar uma dúvida: como dar conta
de tudo isso?
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O papel do novo professor é o de usar a perspectiva de como se dá a aprendizagem, para que, usando a ferramenta dos conteúdos postos pelo ambiente e pelo meio social, estimule as diferentes inteligências de seus alunos e os leve a se tornarem aptos a resolver problemas ou, quem sabe, criar produtos válidos para seu tempo e sua cultura (ANTUNES apud HENGEMÜHLE, 2004, p.166).
Todas essas dúvidas e esse medo acabam despertando no professor a
vontade de aprender mais para ensinar melhor, talvez, pode não ser tanto a
vontade e sim a necessidade, mas muitos profissionais teem mesmo a vontade e
a ambição de aprender e de “renovar” suas habilidades (QUELUZ e ALONSO,
1999).
A formação continuada se inicia com a formação (graduação) e se estende
por toda a vida profissional. Esta formação é um processo que ocorre mudança na
prática docente. Tal mudança se dá através de modificações internas no indivíduo,
isto é, modificações de dentro para fora; através de reflexões críticas de seu
próprio trabalho.
A prática pedagógica do professor não é neutra nem deve ser burocrática. Sua ação deve ser intencionalmente definida e comprometida filosófica e socialmente. O professor não poderá realizar o seu trabalho sem que, antes, explicite as suas concepções teóricas, nas quais esteja presente a sua opção por uma teoria de conhecimento que oriente uma pratica repetitiva ou reflexiva (QUELUX e ALONSO, 1999, p.54).
Motivação faz parte do processo de aprendizagem do indivíduo, portanto
ela deve fazer parte da formação continuada, isto é, o professor deve ser sempre
incentivado a buscar algo novo, deve ser elogiado, etc. estes aspectos ajudam no
trabalho e no estudo do profissional, isto é, ele estando motivado, ele tem mais
vontade de aprender.
Quando perdemos a utopia, a vida perde a graça, e quando a vida do educador perde a graça, não é só ele, educador, que perde o sentido, mas muitos, principalmente as crianças e os jovens que estão desabrochando para ávida (HENGEMÜHLE, 2004, p.166).
19
Deve haver uma reciprocidade entre todos os membros da escola, ou seja,
deve partir do princípio de que todos os agentes da instituição nela presentes são
partes fundamentais, onde cada um age para o sucesso da escola.
Os professores quer queiram ou não, tem uma responsabilidade muito
grande em desenvolver nos alunos todos os aspectos para uma boa formação, o
que acaba sendo um acúmulo de funções, pois jogam todo o compromisso no
professor em educar sozinho integralmente o indivíduo.
Como educador, não queremos ser egoístas, mas a educação sempre foi e sempre será a chave-mestra de toda a transformação social. Exemplo disso são os países chamados desenvolvidos. No Brasil, a educação não pode continuar a ser tratada como objeto de esmolas, de promoções políticas, de formação cultural ideológica, mas necessita ter espaço, no mínimo igual ao das áreas de desenvolvimento (IBIDEM, p.167).
Mas para que isso ocorra realmente, é preciso que o professor intervenha
neste processo de aprendizagem. A formação do professor influenciará muito
neste momento, pois ele terá que buscar caminhos diversificados para que o aluno
obtenha avanços em sua própria formação.
O docente, ele cumpre um papel de norteador durante todo o
desenvolvimento cognitivo do educando, onde ele incentiva as ações do aluno
para que este seja também um participante ativo de seu próprio desenvolvimento
(LA TORRE e BARRIOS, 2002).
Portanto, o professor deve estar atento às inovações do núcleo comum das
escolas, por exemplo, para que o professor trabalhe com seu aluno (com qualquer
faixa etária) o multiculturalismo, que é uma realidade em todas as escolas, ou
melhor, em toda a sociedade, é necessário que ele apresente toda a diversidade
cultural existente dentro da sala de aula, da escola, da sua própria casa e de sua
família.
A cultura da escola é uma multicultura, formada pela cultura de vários segmentos, pessoas heterogêneas, em épocas
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diversificadas. Os professores, enquanto grupo significativo encontra-se em condições privilegiadas para um movimento de mudança cultural da escola, o que supõe mudanças em sua formação (QUELUZ e ALONSO, 1999, p.138).
Este foi apenas um exemplo real de nossas escolas para mostrar que o
professor requer uma boa formação para sua prática docente.
“[...] seja lá qual for o campo teórico com o qual trabalhe, o educador tem necessidade de possuir competência teórica suficiente para desempenhar com adequação sua atividade...” (LUCKESI, 1990, p.).
‘A formação do profissional é de suma importância. Não se pode falar de
formação de professores, sem falar de valorização deste, pois o indivíduo que se
dedica, ele vai se especializar na área e vai fazer o melhor em tudo aquilo que ele
exerce. Para tanto, a atual situação do professor é esta: baixo salário,
desvalorização da profissão, instabilidade financeira, etc. O professor quer que
seu esforço seja visto com bons olhos.
Os documentos ressaltam, também, preocupações com a profissionalização docente implicando salários, condições de trabalho, melhor qualificação, mais estabilidade das equipes docentes nas escolas, tudo isso com condição para a reconfiguração da identidade profissional e melhoria da imagem do professor, inclusive para aumentar o número de candidatos à profissão (LIBÂNEO, 1998, p.84).
Segundo LUCKESI (1990), é preciso desejar ensinar, é preciso querer ensinar.
Então fica claro que, tudo o que foi dito acima precisa, antes de mais nada, do
comprometimento do professor para com a educação, seja qual for a faixa etária,
seja qual for o segmento precisa de dedicação e bom desempenho do profissional.
O professor deve estar atento às inovações, deve estar ansioso para
ensinar e colocar em prática suas aptidões (LA TORRE e BARRIOS, 2002).
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O educador tem que ser, porém, o mediador de sua própria prática, pois
será a partir da auto-crítica que levantará previsões e soluções para uma prática
inovadora.
Cabe ao professor o papel de observador para refletir conscientemente qual
o nível de sua turma e o que os alunos estão precisando para sua aprendizagem
ser mais rica. Neste momento a criatividade do professor tem que ser incomum,
ou seja, “ir além da imaginação”, assim como as crianças fazem quando lêem ou
ouvem histórias: observam, interpretam, fazem alguma relação com a sua
realidade e depois idealizam algo novo.
O professor, principalmente o de educação infantil, tem que repensar sua
prática a todo instante, porque a criança quer novidade a cada momento vivido na
escola e eles precisam disso, de algo novo, de desafios diferentes. E a literatura
proporciona exatamente isso. É interessante quando o professor deixa livros à
vista do aluno para ele manuseá-lo, “ler” para despertar o interesse por livros e
leituras no futuro; esta é uma prática significativa para professor e aluno.
Já a existência de livros e matérias de leituras em biblioteca escolares ou públicas, em sala de aula propicia a circulação de volumes e de leituras. Nesse caso, a disponibilidade dos materiais e o exemplo de leitores adultos têm efeito multiplicador porque fazem circular o conhecimento, a indicação e a sugestão de outras e novas leituras (COSTA, 2007, p.24).
O Plano Nacional de Educação deixa claro que o profissional de educação
infantil tem que ter uma atenção especial, isto é, deve reforçar que os profissionais
de educação infantil devem ter formação relacionada a faixa etária na qual está
atuando como mediador no processo de aprendizagem do aluno. Esta formação
inicial requer do professor conhecimento em relação ao desenvolvimento das
crianças e na própria prática - deve haver uma reflexão crítica referente a sua
práxis pedagógica. Deve frisar que esta formação é apenas inicial e que o
professor deve estar sempre se atualizando e buscando algo novo (BRASIL,
2001).
22
Para tanto, todo profissional de educação de qualquer segmento deve ter
formação continuada a fim de oferecer uma educação de qualidade para seus
educandos de forma atualizada.
A formação dos profissionais de educação infantil merecerá uma atenção especial, dada a relevância de sua atuação como mediadores no processo de desenvolvimento e aprendizagem. A qualificação específica para atuar na faixa de zero a seis anos inclui o conhecimento das bases científicas do desenvolvimento da criança, da produção de aprendizagens e habilidades de reflexão sobre a prática, de sorte que esta se torne, cada vez mais, fonte de novos conhecimentos e habilidades na educação das crianças. Além da formação acadêmica prévia, requer-se a formação permanente, inserida no trabalho pedagógico, nitrindo-se dele e renovando constantemente (BRASIL, 2001, p.51).
O professor de educação infantil que tem boa formação acadêmica; o
professor atualizado tem consciência da importância e necessidade da inserção
da literatura infantil neste segmento. Portanto deixar que o aluno tenha uma
relação direta e espontânea com os livros, pois este instrumento só traz benéficos
para a aprendizagem dele. É esta prática que irá proporcionar um leitor no futuro.
DEMO (2002, p.31) ao abordar sobre estratégias didáticas diz que: o hábito da leitura deve ser impulsionada com sistematicidade persistente, sobretudo diante da concorrência dos meios modernos de comunicação e informática, que induzem à passividade receptiva da informação; o maior problema não está no aluno, mas na escola que não tem biblioteca e outros apoios dessa ordem, e no professor que também não lê; a leitura sistemática tem dupla finalidade: estar a par do conhecimento disponível, participar do fluxo cultural constante, informar-se de modo permanente, e alimentar o processo de formulação própria, de argumentar e contra-argumentar, de questionar e reconstruir; não deixa de ser um tipo de analfabetismo a falta habitual de leitura instigadora nas pessoas, que se contentam em ver televisão e ler as revistas que de novo repetem a televisão.
O profissional de educação competente e comprometido visa o futuro do
aluno e com isso elabora aulas de prazer e emoção para formar a base do bom
desempenho escolar.
23
E esta ação começa desde a educação infantil tendo como instrumento
facilitador e instigante o livro, ou seja, será ele que mostrará para a criança o
mundo que o espera, isto é, através de histórias contadas e atividades feitas.
Tudo isso requer do professor amor e dedicação baseado em um
planejamento criterioso e atento às necessidades dos alunos. O professor deve
proporcionar aos alunos momentos de prazer, imaginação e emoções. Por isso a
importância do educador ter uma boa formação; porque esta dará suporte para
seus desafios e dificuldades, e o mais importante para o professor mobilizar os
alunos através dos livros ele precisa ser um leitor e transmitir isso para o aluno.
Para o professor perceber o que deve ser modificado ou alterado é
essencial seu posicionamento frente a esses aspectos sendo ele um profissional
competente. Porém, não bastam somente seus estudos teóricos, ele precisa
mesmo é colocar a mão na massa; tem que se entrosar com sua turma para
realmente enxergar a verdadeira necessidade daquele grupo no qual está
formando.
Pela educação, queremos mudar o mundo, a começar pela sala de aula, pois as grandes transformações não se dão apenas como resultantes dos grandes gestos, mas de iniciativas cotidianas, simples e persistentes. Portanto, não há excludência entre o projeto pessoal e o coletivo: ambos se completam dialeticamente (GADOTTI e ROMÃO, 2002, p.65).
Toda prática tem que se fundamentar em estudos filosóficos e teóricos para
seguir uma metodologia que será o fio condutor da prática educativa. Daí a
necessidade da formação acadêmica do professor (LUCKESI, 2002).
O trabalho docente é realizado com base em muitos estudos, muitas
experiências vividas, é através da dialética, mas com tudo isso, apenas dará certo
se for feito com dedicação e perseverança e isso consome tempo, porém, traz
bons resultados que é o que realmente vale a pena.
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CAPÍTULO III
A LITERATURA INFANTIL: um instrumento facilitador no
desenvolvimento infantil.
O desenvolvimento cognitivo da criança de 0 A 3 anos depende muito de
observação, estimulação e afetividade. E uma forma de adequar essas
características à educação infantil é a partir da literatura, pois ela é vista como um
meio de levar a criança a pensar sobre sua própria realidade.
Para se ouvir história requer muita atenção e concentração, pois através
delas pode sentir emoções e pode também fazer uma viagem imaginária dentro
delas mesmas. Isso é feito automaticamente, isto é, não percebe que está
mantendo uma relação íntima e envolvente com os livros. Só nota essa relação
quando isto se torna significativo e atraente, e é exatamente esta sensação que
fará para construir um hábito e um gosto pela leitura e um vício pelos livros.
Considerada enquanto criação na linguagem, a literatura tem por natureza uma profunda característica social. A linguagem pressupõe sempre o contato e a interação entre o criador e o produtor do texto e os receptores. Além dessa natureza lingüística, a literatura trata de assuntos e temas humanos, isto é, que tem relação com a vida humana (sentimentos, afetos, temores, desejos, vivências), mesmo que apresente personagens sob forma de animais ou objetos, pois eles representam sempre a compreensão do ser humano sobre a realidade. Um terceiro aspecto de socialização é o fato de a literatura ser uma forma expressiva em imagens verbais, que, por sua vez, criam imagens nos leitores, essa relação comunicacional entre imaginários busca sempre o entendimento, a identificação e a visão crítica. Há, pois, nessa expressão do imaginário em formas estéticas o encontro entre indivíduos e, portanto, um processo de socialização (COSTA, 2007).
A criança até chegar a sua fase adulta, ela passa por várias fases
evolutivas e estas são marcadas por estudiosos que contribuem significativamente
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no trabalho diário do professor. Falaremos então, mais especificado um pouco
destas teorias.
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896 e faleceu em 1980.
Elaborou sua teoria baseado nas experiências feitas com suas próprias filhas.
Piaget diz que a adaptação ao meio físico ajuda a organizar o ambiente. A
mente e o corpo são dependentes e os atos: intelectual e biológico são partes do
processo global através do qual o organismo adapta-se ao meio e organiza as
experiências, com isso ele elabora quatros conceitos cognitivo que são eles:
esquema. O termo esquema é para associar à memória quando a criança passa
por um estímulo e ela chega a uma resposta, ela encaixa essa resposta em sua
ficha ampliando-a. “Todo esquema é coordenado com outros esquemas e ele
próprio constitui uma totalidade com partes diferenciadas.” (PIAGET, 1952, p.07).
Os processos responsáveis pela mudança são assimilação e acomodação.
Assimilação: A assimilação ocorre continuamente, ela não resulta em mudanças.
É o processo pelo qual o indivíduo passa para que ocorra uma evolução nesse
processo. Acomodação: A acomodação é a criação de novos esquemas ou a
modificação de velhos esquemas. Ambas as ações resultam em uma mudança na
estrutura cognitiva (esquema) ou no seu desenvolvimento. A acomodação é
responsável pelo desenvolvimento que seria uma mudança qualitativa e
assimilação pelo crescimento é uma mudança quantitativa. Equilíbrio: É um estado
de balanço entre assimilação e acomodação. Desequilíbrio é um estado de não
balanço entre a assimilação e a acomodação. Equilibração é o processo de
passagem do desequilíbrio para o equilíbrio.
Segundo Piaget as crianças passam por etapas de desenvolvimento e cada
etapa é identificada de acordo com cada faixa etária da criança e essas etapas
são consideradas universais.
Desenvolvimento sensório motor: os comportamentos sensórios motores
são os primeiros aspectos do desenvolvimento intelectual e esse desenvolvimento
é fundamental para os outros desenvolvimentos da criança durante sua vida, pois
as raízes de todo o desenvolvimento intelectual se encontram no comportamento
primitivo sensório- motor (WADSWORTH, 1998).
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Segundo os estudos de Piaget, as estruturas de inteligência e sentimentos
começam a se desenvolver na primeira infância.
Desenvolvimento pré-operacional: é a passagem da criança do sensório
motor para o pré- operacional, isto é, seu pensamento se dá através de ações e
comportamentos assim como a socialização que nesta fase começam as relações
nos pequenos grupos. A criança ainda é egocêntrica, mas percebe que seu
comportamento influencia em suas ações e vice-versa.
Desenvolvimento operacional concreto: nesta fase a criança tem o
pensamento lógico ligado a realidade e sua fala está intimamente ligada a
comunicação o que gera uma boa socialização.
Desenvolvimento operacional formal: nesta fase o pensamento do
adolescente já está formado e então já visa a resolução dos problemas. O
pensamento do adolescente já é capaz de assumir as responsabilidades, mas não
igual a do adulto (WADSWORTH, 1998).
Toda leitura está relacionada a questões pertinente à vida escolar, social e
familiar da criança e esta ajuda na aprendizagem de leitura e escrita, pois faz
sentido para criança, formando assim uma aprendizagem significativa e prazerosa.
A leitura faz parte da vida do indivíduo e esta deve ser estimulada desde o início
de sua vida escolar, isto é, desde a educação infantil para criar um hábito,
exemplo: deixar a criança escolher um livro como forma de entretenimento e
observá-lo manuseando.
Consequentemente cabe ao educador permitir que a criança pré-escolar manuseie materiais e objetos, apalpando-os e virando-os de cabeça para baixo... ”O espírito infantil é essencialmente dinâmico”. O exercício funcional, isto é, o exercício livre e não obrigatório de cada uma de suas possibilidades físicas e mentais, continua sendo a condição indispensável ao bom funcionamento de todas as peças da engrenagem (NICOLAU, 1994, p.54).
Todo conteúdo de leitura apresentado para criança deve ser de interesse
dela, pois assim a criança assimila a leitura à sua realidade.
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A motivação é fundamental em todo processo de aprendizagem por tanto,
na hora da contação de história o professor deve questionar o aluno a todo
instante e incentivá-lo, criando cada vez mais interesse pela historia contada e
pelo hábito da leitura (WADSWORTH, 1998).
Henri Wallon nascido na França em 1872 era médico, filósofo e psicólogo.
Era um estudioso do processo psíquico e por isso se interessou em estudar o
desenvolvimento infantil porque na infância a genética é mais “pura” (AMARAL,
2003).
A teoria de Wallon também tem sua imensa contribuição para uma melhor
explicação das fases evolutivas da criança. Sua teoria é marcada pelos estágios
do desenvolvimento.
Primeiro estágio de desenvolvimento – primeira fase: o impulsivo emocional
que vai do nascimento até aproximadamente os 3 meses de idade, que é
caracterizada pela impulsividade motora e por uma fase pré- consciente. Neste
momento o foco da criança é o de chamar atenção do adulto pelo choro para
demonstrar sensações de bem estar e mal estar. Nesta fase os cuidados simples
com a higiene, a alimentação e a conversa são primordiais (AMARAL, 2003).
É essencial que o adulto construa afinidade com a criança. Desta forma, a
conversa é o melhor meio para se conquistar a confiança da criança. A mãe, em
especial, manter um diálogo simples com seu filho. A criança irá perceber, através
desta atitude, que filho e mãe, estão mantendo uma relação de afeto e zelo.
Segunda fase: denominada emocional que vai dos 3 aos 12 meses. Nesta
fase há uma intencionalidade nos gestos e atitudes da criança para com os
adultos 9 o adulto interpreta e dá significado ás necessidades da criança; é aí que
começa uma relação afetiva entre adulto e criança (AMARAL, 2003).
É a fase em que a criança tem o pensamento globalizado e subjetivo. Sua
ligação é diretamente ligada ao seu cuidador e depois começa com as pessoas
mais próximas, exemplo: pai, mãe, tio, avós, etc.
O adulto, por sua vez, atribui seu próprio significado às necessidades da
criança. Quando a criança faz gestos de insatisfação ou algo parecido, ao fazê-los
o adulto deve incentivar a oralidade dela.
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Segundo estágio do desenvolvimento – primeira fase: sensório motor e
projetivo (dos 12 aos 18 meses). Começa a conhecer os outros como outras
pessoas- relação entre o eu e o outro. Esta relação se dá a partir de brincadeiras
simples com a criança e o adulto, mas ainda é dependente do meio social
(AMARAL, 2003).
É o momento que a criança necessita fazer parte de ambientes sociais que
lhe proporcione situações de “conflito”, onde ele terá que manter uma relação
interpessoal. Tal relação influenciará em seu desenvolvimento durante todo e
aprendizagem.
Temos de oferecer-lhes oportunidades de contatos de diferentes modelos, contextualizando a língua escrita através seus usos, mesmo antes de se tornarem efetivamente capazes de ler e escrever (REGO, 1988, p.50).
Segunda fase: projetiva e vai dos 2 aos 3 anos.
A marcha e a linguagem são conquistas importantes nesta fase, pois a
criança começa a identificar objetos e pessoas que estão inseridas no seu meio.
Nesta fase a simulação e a imitação são essenciais para a formação do esquema
corporal.
É a continuidade da fase anterior para esta, ou seja, toda relação social que
a criança manteve antes se fixará aqui.
Terceiro estágio do desenvolvimento: identificado como personalismo que
vai dos 3 aos 5 anos de idade. A criança está mais sensível a figura do eu em
oposição à figura do outro. A família é o grupo social do qual faz parte e é neste
momento consciente de sua autonomia que a criança entende as relações e os
papéis dentro do grupo e da família. Neste momento pode acarretar na criança
sensações de insegurança e desconforto (AMARAL, 2003).
Em momentos de confusão emocional que a criança sofre na passagem de
um estágio para outro, a literatura contida nos livros auxilia e ajuda a resolver este
desequilíbrio emocional, pois a história transmite emoções de raiva, amor,
vingança, ódio, alegria e tranquilidade, como uma verdade que entra em nós sem
percebermos. Tais emoções possibilitam uma viagem imaginária dentro de nós.
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É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranqüilidade e tantos outros mais, e viver profundamente tudo que as narrativas provocam em quem as ouve – com toda a amplitude, significância e verdade que cada uma delas faz (ou não) brotar... Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário! (ABRAMOVICH, 1991, p.17).
A passagem de um estágio para o outro provoca mudanças no
comportamento da criança, isto é, ocorre o amadurecimento do indivíduo
correspondente à sua idade, há também um amadurecimento na sua linguagem
oral.
Nesta idade as atividades que prevalecem são o faz de conta - que pode
ser desenvolvido através de histórias contadas e atividades relacionadas a ela -,
jogos de papel, etc. Os jogos passam a ser mais sociais e menos afetivos.
Nesta fase de socialização do indivíduo elas apresentam características
variadas como rivalidades, exclusão e cooperação. É neste momento que o
professor intervém com atividades de coletividade e grupo; é muito bom, pois
ajudará na próxima etapa, a da adolescência na qual se sente desorientado, pois
há um conflito interno de si mesmo (AMARAL, 2003).
Friedrick Froebel nasceu em 1782 na Prússia e morreu em 1852 foi
influenciado por Pestalozzi, se dedicou a jardins de infância, abrindo vários, se
preocupando com a formação dos professores.
O corpo é um complexo orgânico devidamente subdividido, sendo assim,
encontramos no cérebro o cerne de seu comendo, com isso, a constante
estimulação do mesmo faz com que todo o corpo participe de um processo de
mudança, tal mudança se dá na aquisição contínua no que diz respeito ao
conhecimento multisensorial do indivíduo quando ela entra em contato com os
livros.
A atividade produtiva exige a integração da memória, da percepção, do raciocínio, da vontade com os nervos, músculos e órgãos sensoriais (NICOLAU, 1994, p.31).
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Define a infância sendo um momento em que os pais devem proteger seus
filhos. A criança era considerada uma sementinha e o professor era o jardineiro
que regava e, cuidava e que via o seu crescimento, por isso, jardim de infância.
Froebel destaca as atividades de percepção sensorial, da linguagem e do
brinquedo; a linguagem - onde o professor - através da literatura infantil pode
desenvolver toda essa habilidade na criança. Coloca em evidência a linguagem
oral relacionada à vida do aluno. A linguagem oral se associaria à natureza e à
vida; enfatizava o lúdico com brinquedos, atividades com movimento com o corpo
e o desenho (NICOLAU, 1994).
Quando desde cedo as crianças já têm um contato maior com livros, elas já
vão construindo uma visão ampla sobre a linguagem oral e escrita. A sua vivência
na sociedade também influencia e ajuda a estabelecer uma relação entre os livros
literários e o mundo.
Contudo, é importante selecionar bons livros de leitura a ser feita para a
criança.
As crianças que nascem em ambientes letrados cedo desenvolvem um interesse lúdico em relação às atividades de leitura e escrita que os adultos praticam ao seu redor. Esse interesse será variável em função da qualidade, da freqüência e do valor que possam ter essas atividades para os adultos que convivem mais diretamente com as crianças. Assim, mamãe que lê textos interessantes e de boa qualidade diariamente para seu filho transmite informalmente para ele uma série de informações, sobre a língua escrita e sobre o mundo, que superam os limites das conversações restritos ao aqui e ao agora. A qualidade, portanto, do que se lê para as crianças é extremamente importante e não pode estar alheia aos interesses dela (REGO, 1988, p.51).
Se desde os primeiros anos de vida, o adulto (seja ele professor ou
responsável) incentivar o hábito da leitura, estimulando a partir da literatura, ou
seja, da história contada, a oralidade, a percepção visual, a concentração e a
observação, a criança se tornará um leitor independente com autonomia para
resolver seus problemas e também se tornará um sujeito informado com
31
habilidades de pensamentos. Todos estes aspectos contribuirão para um bom
desempenho em seu processo de ensino aprendizagem.
Maria Montessori nasceu na Itália em 1870, se formou em medicina e mais
tarde obteve a atenção à educação.
Seu método é individual e voltado para a estimulação sensorial e
intelectual. O método respeita as fases de desenvolvimento infantil e as diferenças
individuais, preocupando-se com o corpo e o espírito do aluno e o processo de
adaptação à vida. È um método que se preocupa em conhecer a criança
individualmente, entendê-la em seus vários aspectos. A criança é livre na escolha
dos objetos e espaços didáticos (NICOLAU, 1994).
A teoria Montessoriana exerce na criança livres papeis pré estabelecidos,
ou seja, a livre escolha do material. Isso é sinônimo de autonomia, independência,
curiosidade, atenção ao novo e concentração. Essa dinâmica possibilita a criança
desenvolver todos os aspectos citados de forma espontânea.
Professores criativos tornam o lugar de aprendizagem (a sala de aula) um
mundo de descobertas onde estimula o interesse e a capacidade do indivíduo.
Esses profissionais de educação devem ser pessoas motivadas, fato este que
normalmente não se é observado pelos gestores de diversas instituições, porém,
muito se sabe sobre esta importância, já que os profissionais devem estar aptos a
dirigirem o processo de ensino-aprendizagem.
Os professores devem criar dentro da sala de aula uma atmosfera positiva, uma forma de vida que conduza o aluno ao encontro da leitura através do afeto positivo. Os professores positivos são realísticos, mas sempre procuram o melhor em seu aluno. Esses profissionais são professores competentes em constante luta para aprimorar suas habilidades. Eles percebem que afeto positivo, juntamente com um alto nível de capacidade de ensino, promove o máximo desempenho de seus alunos (CRAMER E CASTLE, 2001, p.86).
A cada escolha do aluno o professor deve intervir com um jogo de
perguntas e respostas, onde o livro é o melhor meio para desenvolver a linguagem
e a percepção visual.
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A literatura infantil ajuda o individuo a desenvolver suas habilidades
cognitivas levando em consideração suas individualidades, porém criando uma
gama de artifícios para assim obtê-las. Neste contexto o professor se faz
necessário visto que ele é o profissional mediador de todo esse processo.
O conto da história para as crianças é um momento muito rico na
aprendizagem dela e por isso deve ser um momento prazeroso e produtivo, ou
seja, a criança tem que extrair algo daquela história.
Quando um adulto lê a história para a criança ela observa tudo
simultaneamente; observa o livro e como o adulto o segura, observa as
expressões faciais ao ler, etc. Por estas razões, esse é um momento muito
delicado, pois a criança está atenta a tudo tendo o contador de histórias como seu
espelho naquele momento e especial por ser um momento de lazer e prazer para
a criança.
Ao escutar uma história lida em voz alta, a criança começa naturalmente a ser exposta a um uso da língua que estimula o desenvolvimento de estratégias de processamento de linguagens importantes para o seu êxito escolar (REGO, 1988, p.28).
A literatura cria um diálogo entre o leitor e o livro. Desta forma, reforça a
formação do desenvolvimento lingüístico dela, tendo a oportunidade de um
conhecimento significativo a fim de contribuir para seu desempenho durante toda
a sua vida escolar.
[...] a linguagem, que é o mediador entre a criança e o mundo, de modo que, propiciando, pela leitura, um alargamento do domínio lingüístico, a literatura preencherá uma função de conhecimento: “o ler relaciona-se com o desenvolvimento lingüístico da criança, com a formação da compreensão do fictício, com a função específica da fantasia infantil, com credulidade na história e a aquisição de saber” (ZILBERMAN, 2003, p.45-46).
O professor leitor e incentivador pela leitura aproveita todo seu tempo para
fazer bom uso dele. Desta forma, faz boas leituras para seus alunos, fazendo com
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que eles aproveitem da melhor forma possível todo o desafio que a história vem
trazer, sendo assim, deixando-os instigados pela leitura.
Os professores devem ter consciência das formas verbais e não-verbais, como comunicam seus sentimentos em relação à leitura aos alunos, porque é através de interação e emulação que os alunos passam a aceitar o valor que cada professor dá à leitura e a considerar o meio como a mensagem (CRAMER e CASTLE, 2001, P.167).
O professor durante todo esse processo de incentivo ao livro e à leitura
deve ser cauteloso ao expor a importância destes para a sua vida. Deve-se ter
cuidado para não lançar uma carga muito grande sobre os alunos e os mesmos
sentirem o livro como uma obrigação, já que o incentivo evidenciado aqui é todo
relacionado à Educação Infantil. O pequeno leitor não pode se sentir pressionado
para tal tarefa, senão, na hora em que precisar do livro para aprender a ler e
escrever sua reação será de recusa. Portanto, este primeiro contato com a
literatura -os livros e as histórias- onde o professor aproveita dos alunos a questão
do aprendizado deve ser sereno e gostoso para tais.
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CONCLUSÃO
Desenvolver o hábito da leitura nas crianças, desde cedo, os tornarão
grandes leitores, apreciando e viajando através da leitura, tornando-os
conhecedores de qualquer assunto, interagidos ao mundo sobre qualquer aspecto.
Isto será possível se a criança for estimulada nos primeiros anos de sua
vida, a historinha contada por seus familiares, demonstrando a riqueza da
literatura infantil, tornando-os conhecedores dos maravilhosos personagens
criados por incríveis autores, que fazem a nossa imaginação voar e ir de encontro
aos detalhes e riquezas oferecidas na leitura.
Através da literatura infantil, temos a oportunidade de extrair a moral da
história que mostram boas ações, a diferença entre o bem e o mal, atitudes
honestas, generosas, delicadas, gentilezas, assim como personagens que tiram
lições de atitudes ruins para aprenderem a serem melhor.
Enfim, feliz é a criança que ouve histórias, viaja na imaginação, conhece o
mundo dos livros e da leitura. Com certeza se tornará um indivíduo interessado
em todo o tipo de leitura, que o transformará em cidadão atualizado.
Família e escola devem caminhar juntas nessa tarefa, tarefa fácil, simples
que vai crescendo a cada ano da educação infantil, acrescentando graus de
dificuldades por etapa e descobrindo o prazer de ler e entender.
E por falar em tornar-se cidadão, a literatura oferece também aspectos
fundamentais para se viver e conviver em sociedade, ou seja, enquanto a criança
ouve uma história ela está participando do universo literário, isto é, consegue
absorver positivamente toda a mensagem emitida daquela história, texto ou até
mesmo das figuras e, acima de tudo, desenvolve boa concentração, aprende
palavras novas, atitudes de caráter, companheirismo... Aspectos estes que são
imprescindíveis para uma boa formação intelectual, pessoal e social.
Mas, a criança só conseguirá todo esse benefício se o professor tiver
formação para tal ação (saber contar uma história), entender a moral da história e
transmití-la com emoção e entusiasmo para seu aluno.
35
BIBLIOGRAFIA
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Scipione,2002.
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São Paulo. Ed. Thomson Pioneira, 1998.
ZILBERMAN, R. A literatura infantil na escola. São Paulo. Ed. ABDR ed.
Afiliada, 2003.
37
ÍNDICE
1. LITERATURA INFANTIL: o despertar para a aprendizagem
2. AGRADECIMENTO
3. DEDICATÓRIA
4. SUMÁRIO
5. INTRODUÇÃO
6. CAPÍTULO 1- UM BREVE HISTÓRICO DA LITERATURA INFANTIL
7. CAPÍTULO 2- A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO
8. CAPÍTULO 3- A LITERATURA INFANTIL: Um instrumento facilitador no
desenvolvimento infantil
9. CONCLUSÃO
10. BIBLIOGRAFIA
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