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Barriga VerdeAno XV — Edição Especial
Janeiro de 2020Informativo Epidemiológico
www.dive.sc.gov.br
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/AIDS 2018 SANTA CATARINA
O boletim epidemiológico HIV/Aids da Gerência de Vigilância de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, vinculada a Superintendência de Vigilância em Saúde da SES/SC é uma publicação anual que apresenta infor-mações sobre os casos de HIV e de Aids em Santa Catarina.
INTRODUÇÃO
Em Santa Catarina, em 2018, foram diagnosticados 2.224 casos novos de HIV e 1.260 de aids – notificados no Sinan. Desde o ano de 2015, observa-se uma diminuição na taxa de detecção de aids em Santa Catarina, que passou de 28,1 ca-sos/100.000 habitantes em 2015 para 17,9 casos/100.000 habitantes em 2018, configurando um decréscimo de 36,3% nos últi-mos três anos.
A redução na taxa de detecção de aids no Estado, em parte, é resultado das medidas implementadas em 2013 pelo Ministério da Saúde, onde o tratamento foi estendido para todas as pessoas com HIV. O protocolo instituiu que, adultos com testes positivos de HIV, mesmo antes de apresentarem comprometimento do sistema imunológico, tenham acesso aos medica-mentos antirretrovirais contra a aids pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids é uma medida inovadora, com impacto na saúde individual, porque garante a melhoria da qualidade de vida das pessoas infectadas pelo HIV; e também na saúde pública porque a pessoa em tratamento com antirretrovirais, ao diminuir a sua carga viral, reduz a propagação do HIV. Alguns estudos internacionais apontam que o uso precoce de antirretrovirais diminui em 96% a taxa de transmissão do HIV.
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De forma similar, o coeficiente de mortalidade por aids vem diminuindo no Estado. Foram registrados no Sistema de Informação por Mortalidade (SIM) um total de 435 casos de óbitos por causa básica aids (CID10: B20 a B24), em 2018. Em 2015, era de 8,7 casos por cada 100 mil habitantes, caindo para 6,1 casos por 100 mil habitantes em 2018, sofrendo um decréscimo de 29,8%, nos últimos três anos.
No período de 2007 até 2018, foram notificadas 5.660 gestantes infectadas com HIV, das quais 482 no ano de 2018, com uma taxa de detecção de 4,9/1.000 nascidos vivos. As taxas de gestante com HIV também apresentaram decréscimos. Em 2015, a taxa era de 5,9/1.000 nascidos vivos (quadro-resumo 1).
Quadro-resumo 1 - Taxas de detecção de aids, aids em menores de cinco anos, infecção pelo HIV em gestantes, coeficientes de mortalidade por aids e número de casos de HIV. Santa Catarina, 2007-2018.
METODOLOGIA
As fontes utilizadas para a obtenção dos dados são: (1) as notificações compulsórias dos casos de HIV e de aids no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), (2) os óbitos notificados com causa básica por HIV/aids (CID10: B20 a B24) no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), (3) os registros do Sistema de Informação de Exames Laboratoriais (Siscel) e (4) os registros do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (Siclom). Os dados populacionais foram estimados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgados no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). Todas as informações foram coletadas do sistema no mês de outubro de 2019 e são relativas as notificações de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2018, passíveis de alterações, conforme a atualização da base de dados. Os dados foram importados pelo programa TabWin e gerenciados no software Excel, onde foram realizadas as tabulações, orga-nização dos dados e a construção das taxas e gráficos.
A infecção pelo HIV e a aids fazem parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças (Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016), sendo que a aids é de notificação compulsória desde 1986 e a infecção pelo HIV é de notificação compulsória desde 2014. Assim, na ocorrência de casos de infecção pelo HIV ou de aids, estes devem ser reportados às auto-ridades de saúde.
Os resultados são apresentados através de números absolutos, percentuais, taxas de detecção (incidência) e coefi-cientes de mortalidade. As bases de cálculos utilizados na construção dos indicadores podem ser consultadas no apêndice I deste documento.
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INFECÇÃO PELO HIV
Em Santa Catarina, entre os anos de 2007 a 2018, foram notificados no Sinan 14.232 casos de infecção pelo HIV. Entre 2007 e 2018 podemos observar um aumento de 5,5 vezes na taxa de detecção, passando de 7,0 casos em 2008 para 39,0 casos de HIV por 100 mil habitantes em 2018, resultado da ampliação do diagnóstico precoce com a universalização dos Testes Rápi-dos (TR), a partir de 2014. (Tabela 1 e Figura 1).
No ano de 2018, as Regiões de Saúde – Grande Florianópolis (24,2%), Foz do Rio Itajaí (20,3%), Nordeste (13,8%) e Mé-dio Vale do Itajaí (11,9%) foram as que concentraram 70,1% dos casos (Tabela 2). A distribuição dos casos de HIV segundo sexo nesse período foi de 9.200 (64,6%) casos em homens e 5.031 (35,3%) casos em mulheres. A razão de sexos para o ano de 2018 foi de 1,8 (M:F), ou seja, 18 homens para cada dez mulheres (Tabela 1). Entre os homens, nos últimos dez anos, observou-se um incremento na taxa de detecção entre todas as faixas etárias. Destaca-se o aumento na taxa em 11 vezes entre jovens de 15 a 24 anos e em 7 vezes 25 a 34 anos, quando comparamos os valores de 2008 e 2018, respectivamente. Em 2018, a maior taxa de detecção foi de 43,9 casos/100.000 habitantes, que ocorreu entre homens na faixa etária de 25 a 34 anos (Figuras 2,3 e Tabela 1).
Nos casos de infecção pelo HIV notificados segundo faixa etária e escolaridade, entre os anos de 2007 a 2018, obser-vou-se que a maioria são jovens na faixa de 15 a 34 anos (59,6%). Com relação à escolaridade, a maior parte possui ensino mé-dio completo (25,7%), em seguida, observa-se 16,9% de casos com escolaridade entre a 5ª e a 8ª série incompleta. Verificou-se que, somente 10,9% dos casos, têm sua escolaridade ignorada, bem abaixo da taxa do Brasil (25,5%) (Tabela 1). Com relação à raça/cor da pele autodeclarada, observa-se que nesse período, 80,7% ocorreram entre brancos e 16,6% entre negros (pretos e pardos, sendo as proporções estratificadas 7,0% e 9,6%, respectivamente). Ressalte-se o baixo percentual de casos com a informação sobre raça/cor ignorada: 2,2%. (Tabela 1)
Os casos de infecção pelo HIV notificados no Sinan de 2007 a 2018 em indivíduos maiores de 13 anos de idade, segun-do a categoria de exposição: 60% foram decorrentes de exposição heterossexual, com redução de 20%, também observado na categoria de exposição ao uso de drogas injetáveis (UDI) que continua caindo, apresentando uma redução de 61,2% dos casos quando comparamos os anos de 2008 e 2018, respectivamente. Durante o período observado, 33,2% dos casos são decorrentes de exposição homossexual ou bissexual, sendo 28,1% entre homens que fazem sexo com homens (HSH). Esta categoria apre-sentou um incremento de 85,5% entre os anos de 2008 e 2018, respectivamente.
Figura 1 - Taxa de detecção de HIV em adultos (por 100.000 hab.), segundo o ano de diagnóstico. SC, 2007-2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SES Notas: Taxa de detecção calculada por 100.000 habitantes; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
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Figura 2 - Taxa de detecção de HIV (por 100.000 habitantes) segundo faixa etária e sexo. Santa Catarina 2008 e 2018
Fonte: Sinan/Dive/SUS/SESNotas: Taxas de detecção calculados por 100.000 habitantes. Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
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Figura 3 - Taxa de detecção de HIV (por 100.000 hab.) em homens, segundo faixa etária. Santa Catarina. 2008 e 2018.
Fonte: Sinan/Dive/SUS/SESNotas: Taxas de detecção calculados por 100.000 habitantes. Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
Figura 4 - Taxa de detecção de HIV (por 100.000 hab.) em mulheres, segundo faixa etária. Santa Catarina. 2008 e 2018.
Fonte: Sinan/Dive/SUS/SESNotas: Taxas de detecção calculados por 100.000 habitantes. Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
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INFECÇÃO PELO HIV EM GESTANTES
Em Santa Catarina, no período de 2007 a 2018, foram notificadas 5.660 gestantes infectadas pelo HIV. Verificou-se que 23,48% das gestantes eram residentes na Região da Grande Florianópolis; 19,64% na de Foz do Rio Itajaí; 15,42% na Região Nordeste; e 10,10% na Região do Médio Vale do Itajaí (Tabela 3).
Analisando a tabela, observa-se que Santa Catarina teve um incremento de 16,2% nas taxas de detecção de HIV em ges-tantes no período de 2007 a 2018. Esse aumento se observa em nove das dezesseis regiões de saúde do estado: Oeste, Xanxerê, Alto Vale do Itajaí, Médio Vale do Itajaí, Meio Oeste, Alto Vale do Rio do Peixe, Planalto Norte, Serra Catarinense e Extremo Sul Catarinense. Esse aumento pode ser explicado, em parte, pela ampliação do diagnóstico no pré-natal e a consequente melho-ria na prevenção da transmissão vertical do HIV. Já nas regiões de Laguna, Carbonífera, Nordeste, Alto Uruguai Catarinense, Grande Florianópolis, Foz do Rio Itajaí e Extremo Oeste, essas taxas têm diminuído, o que nos faz refletir sobre a possibilidade de redução na incidência de HIV em mulheres em idade fértil ou na possibilidade de falta de diagnóstico precoce durante a gestação nessas regiões.
Na figura 5, observa-se que, no estado de Santa Catarina, no período de 2007 a 2018, houve um aumento na detecção dos casos de HIV em gestantes. Nos anos de 2014 com 5,7 casos/1000 nascidos vivos e em 2015 com 5,9 casos/1000 nascidos vivos, podendo estar relacionado com a implementação do teste rápido nos municípios, aumentando assim o diagnóstico do HIV durante o pré-natal. A partir de 2015 é possível observar uma queda nesta taxa, sendo que no ano de 2007 a taxa era de 5,1 casos/1000 nascidos vivos e em 2018 4,9 casos/1000 nascidos vivos.
Comparando os dados de Santa Catarina com os dados nacionais, percebe-se que a taxa estadual no período é 2 vezes maior que a nacional. No período de 2007 a 2018, a taxa nacional está se apresentando de forma crescente, apesar de pequenas variações, sendo que em 2007 tivemos uma taxa de detecção de 2,3 casos/1000 nascidos vivos e em 2018 a taxa foi de 2,9 casos /1000 nascidos (Figura 5).
Figura 5 - Taxa de detecção de HIV em gestantes (por 1.000 nascidos vivos), segundo ano de diagnóstico em Santa Catarina e no Brasil, no período 2007 a 2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SES Notas: Taxa de detecção calculada por 1.000 nascidos vivos; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
Entre as dezesseis regiões de saúde de Santa Catarina, em 2018, cinco apresentaram taxa de detecção de HIV em ges-tantes superior a taxa estadual: Grande Florianópolis (7,2 casos/1000 nascidos vivos), Foz do Rio Itajaí (7,0 casos/1000 nascidos vivos), Médio Vale do Itajaí (6,8 casos/1000 nascidos vivos), Extremo Sul (5,9 casos/1000 nascidos vivos) e Alto Vale do Itajaí (5,6 casos/1000 nascidos vivos) ao mesmo tempo em que apresentaram taxas superiores a do Estado (4,9 casos/1000 nascidos vivos) (Tabela 3 e Figura 6).
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As demais regiões encontram-se inferiores a taxa do estado, sendo que as regiões com menor detecção de HIV em ges-tantes são: Extremo Oeste (0,7 casos/1000 nascidos vivos), Alto Uruguai Catarinense (1,6 casos/1000 nascidos vivos), Planalto Norte (1,7 casos/1000 nascidos vivos) e Carbonífera (2,2 casos por 1000 nascidos vivos).
Verifica-se na tabela 4 que, a maioria das gestantes diagnosticadas com HIV, possui da 5ª a 8ª série incompleta (23,9%), seguida das mulheres com ensino médio completo (22,4%). Em relação a raça/cor, a maioria das gestantes HIV se auto decla-ram brancas (73,5%), seguidas das pardas (13,3 %) e pretas (11%). De acordo com a faixa etária podemos observar que dos casos de gestantes HIV, a maioria se encontra na faixa etária 20 a 34 anos, seguida da faixa dos 35 - 49 anos desde 2014, pois anteriormente a segunda faixa etária mais diagnosticada eram as mulheres entre 15 a 19 anos, havendo assim uma mudança do perfil desse público.
De acordo com os dados analisados podemos conhecer a predominância do perfil de gestante HIV do estado neste período de 2007 a 2018, sendo mulheres brancas, na faixa etária de 20 a 34 anos com escolaridade de 5º a 8 série incompleta.
Figura 6 - Taxa de detecção de HIV em gestantes (por 1.000 nascidos vivos), segundo região de saúde. Santa Catarina, 2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SES Notas: Taxa de detecção calculada por 1.000 nascidos vivos; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
CRIANÇA EXPOSTA AO HIV
De 2007 a 2018 foram notificados no Sinan 5.791 casos de crianças expostas em Santa Catarina. Nesse mesmo perí-odo foram notificados 5.660 casos de gestantes HIV (Tabela 3). Podemos perceber uma diferença na quantidade de casos de crianças expostas e de gestantes HIV, sendo que temos mais registro de crianças expostas do que de gestantes, podendo ser resultado de gestações gemelares, bem como de uma baixa detecção da gestante no período pré-natal.
Na figura 7 é possível observar que, na grande maioria das regiões de saúde de Santa Catarina, o número de casos de crianças expostas é superior ao de gestantes HIV. A tendência é que tenhamos número de crianças expostas próximo dos casos de gestantes HIV, o que sugere que essa gestante foi detectada e tratada oportunamente para que a criança exposta não se torne infectada.
Também é possível observar que, em 2018, no estado, foram notificados cinco casos de menores de 1 ano que soro con-verteram, distribuídos por regiões: Extremo Oeste com a taxa de 0,3 (6 casos de crianças expostas e 1 criança aids); Foz do Rio Itajaí 0,1 (de 103 casos de crianças expostas e 1 criança com aids), Grande Florianópolis 0,1 (de 137 casos de crianças expostas e 2 crianças aids); e Serra Catarinense 0,2 (de 15 casos de crianças expostas 1 criança aids). Em comparação com a taxa do estado de 0,1 por 1000 nascidos vivos, apenas duas regiões têm suas taxas acima da estadual: a região Extremo Oeste e Serra Catari-
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nense. Com a finalidade de evitar a transmissão vertical da doença importante trabalhar em cima da detecção e diagnóstico precoce da gestante HIV, para a realização do tratamento oportuno e a não infecção da criança exposta.
Na tabela 7, é possível analisar no período 2007 a 2018 a relação de gestantes x crianças expostas e infectadas, conforme ano diagnóstico e faixa etária. No Estado, neste período, existe uma proporção de 5,9% de crianças infectadas com relação aos casos de crianças expostas, de 5.792 casos de crianças expostas, temos 346 casos de crianças aids, sendo que dessas 1,1% (69 casos) são e menores de 1 ano.
Figura 7 - Taxa de detecção (por 1000 nascidos vivos) de gestante HIV, criança exposta ao HIV e criança infectada menor de 1 ano por HIV, segundo região de saúde. SC, 2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SES Notas: Taxa de detecção calculada por 1.000 nascidos vivos; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
Figura 8 - Mapa de Santa Catarina, dividido por macrorregiões de saúde, com casos de crianças expostas e menores de um ano infectadas com HIV no ano de 2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SES Notas: Taxa de detecção calculada por 1.000 nascidos vivos; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
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Pode-se observar na figura 8, através do mapa do Estado, uma distribuição por macrorregiões de saúde, onde é possível avaliar as regiões que possuem crianças expostas e os locais que estão soroconvertendo no ano de 2018. Das 6 macrorregiões de Santa Catarina apenas duas possuem crianças expostas: Região Sul com 94 casos de crianças expostas e Vale do Itajaí com 80 casos de crianças expostas.
Também observamos as 4 regiões que tiveram crianças infectadas entre as crianças expostas: Grande Oeste: de 36 casos de crianças expostas, uma criança infectada; Foz do Rio Itajaí: dos 105 casos de crianças expostas, 1 criança infectada; Meio Oes-te e Serra: de 39 crianças expostas, 1 criança infectada; e Grande Florianópolis: com 138 casos de crianças expostas, 2 crianças infectadas. O que nos chama a atenção para o acompanhamento, principalmente, nessas regiões no trabalho de prevenção da infecção infantil ao HIV, através de diagnóstico precoce do HIV na gestante durante o pré-natal, a atenção no parto, no tratamen-to adequado, no cuidado específico da criança exposta em Santa Catarina.
Figura 9 - Taxa de detecção de criança exposta e criança infectada HIV por 1000 nascidos vivos segundo ano diagnóstico, em Santa Catarina no período de 2007 a 2018.
Fonte: Sinan: DIVE/SUS/SES, acessado em 22/11/2019, dados sujeitos à alteração.
Na figura 9, observa-se os casos de detecção de crianças expostas e, em proporção com a taxa de crianças infectadas por ano diagnóstico, em Santa Catarina, no período de 2007 a 2018, podemos verificar que, no decorrer dos anos, as taxas de detecção de crianças expostas estão em crescimento. Em 2007, eram 275 casos de crianças expostas (taxa de 3,3 casos/1000 nascidos vivos) e, em 2018, 577 casos de crianças expostas (taxa de 5,8 casos/1000 nascidos vivos). No entanto, a proporção de crianças soro convertidas no estado tem diminuído: em 2007 eram 32 casos (taxa de 0,4 casos/ 1000 nascidos vivos) e, em 2018, 15 casos (taxa de 0,2 casos por 1000 nascidos vivos).
Na tabela 6 há um comparativo da transmissão vertical no estado de Santa Catarina, no período de 2007 a 2018, por ano diagnóstico e faixa etária das crianças expostas e infectadas. Em geral, pode-se verificar que, no decorrer da série histórica, apesar do aumento da detecção da gestante HIV, bem com criança exposta, vemos uma redução nos casos de crianças infec-tadas. Também pode-se observar que a detecção dos casos de crianças expostas acontece de forma precoce em menores de 1 ano de idade com um total de 5.733 casos deste período. Já no histórico da criança infectada observa-se que a detecção nos ca-sos das crianças HIV acontece com maior frequência na faixa etária dos 5 a 12 anos, seguidas da detecção das crianças da faixa etária de 1 a 4 anos. No entanto, percebe-se também que houve diminuição de casos de crianças infectadas no decorrer deste período em todas as faixas etárias. Isso pode ser relacionado ao aumento na detecção e tratamento oportuno, como forma de prevenção à transmissão vertical.
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AIDS CRIANÇA
Em indivíduos menores de 13 anos de idade, a transmissão vertical aparece como sendo a categoria de exposição predominante ao longo de toda série histórica. Em Santa Catarina, em 2018, 85,7% dos casos de crianças infectadas foram de forma perinatal. No Brasil, neste mesmo ano, tivemos 86,2% dos casos de crianças infectadas por transmissão vertical, por isso a importância de um acompanhamento pré-natal efetivo, principalmente, nos casos de gestantes HIV (Tabela 7).
Figura 10 - Taxa de detecção de aids (por 100.000 hab.) menores de cinco anos, segundo ano de diagnóstico. SC. 2007-2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SES Notas: Taxa de detecção calculada por 1.000 nascidos vivos; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
A taxa de detecção de Aids em menores de cinco anos tem sido utilizada como indicador para o monitoramento da transmissão vertical do HIV. Observou-se que, a partir de 2012, houve uma queda nas taxas de detecção de crianças com aids, em consequência da realização da prevenção efetiva na gravidez para evitar a infecção da criança exposta. Observa-se também neste período de 2007 a 2018 uma queda nas taxas de detecção: sendo que em 2007 foram 10 casos em crianças menores de 5 anos infectadas (taxa de 2,2 casos/100 mil habitantes) para 5 casos em 2018 (taxa de 1,1 casos/100 mil habitantes) (Figura 10).
Ao observar a tabela 7, para se conhecer o perfil das crianças infectadas aids, com relação a raça/cor, podemos perce-ber um maior número de crianças brancas (79,6%), seguido pelas crianças de cor parda (8,7%) e ignorados (7,2%,) que ultrapas-sa o percentual de crianças infectadas de raça cor preta.
Sobre o sexo das crianças infectadas não existe um padrão. Há alguns anos, as crianças infectadas eram mais do sexo feminino, em outros do sexo masculino, sendo que a partir de 2017 a relação de proporção começa a se igualar.
Em uma análise conforme a categoria de exposição, percebe-se que em sua maioria são decorrentes da transmissão vertical, sendo expostas de forma perinatal (95,8%).
De acordo com a faixa etária, com relação ao diagnóstico, consegue-se visualizar que houve aumento no percentual de crianças diagnosticadas de forma precoce. Também é possível avaliar que, no decorrer desse período, houve diminuição no número de casos entre menores de cinco anos, consequentemente, houve redução no número de casos de crianças infectadas por transmissão vertical. Em 2007, foram notificados 10 casos em menores de 5 anos e 17 casos em crianças de 5 até 12 anos 11 meses e 29 dias. Já em 2018 foram cinco casos em menores de 5 anos e dois casos em crianças de 5 a 12 anos 11 meses e 29 dias.
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CASOS DE AIDS
Em Santa Catarina, de 1984 a dezembro de 2018, foram notificados 48.098 casos de Aids. Nos últimos cinco anos, o Esta-do tem mantido uma média de 2.200 novos casos por ano.
Entre 2007 e 2018, a taxa de detecção de novos casos foi reduzida em 38,8%. Passou de 29,1 em 2007 para 17,8 casos por 100 mil habitantes/ano em 2018, sendo que essa redução mais acentuada pode ser observada a partir de 2013, com a imple-mentação do “tratamento para todos” (Figura 11).
No que se refere à distribuição geográfica dos casos residentes no estado, em 2018 a taxa de detecção de SC foi de 17,8 casos de aids por 100 mil habitantes, sendo que as cincos regiões que apresentaram taxas acima dessa média foram: Grande Florianópolis (30,2); Foz do Rio Itajaí (23,9); Médio Vale do Rio Itajaí (21,6); Laguna (20,5); e Nordeste (20,4) (Figura13).
Neste período observado, a taxa de incidência de aids em jovens do sexo masculino mostra incremento de 30% na faixa de 15 a 24 anos passando de 12,5 para 16,2 por 100 mil habitantes nos anos de 2007 e 2018, respectivamente. Em homens idosos (acima de 65 anos), a incidência teve aumento de 62,7%, passando de 5,1 para 8,3 por 100 mil habitantes/ano no mesmo período (Figura 13).
Na Figura 14, observa-se que taxa de incidência de aids em jovens do sexo masculino teve um incremento de 30% na faixa de 15 a 24 anos passando de 12,5 para 16,2 por 100 mil habitantes nos anos de 2008 e 2018, respectivamente. Em homens idosos (acima de 65 anos), a incidência teve aumento de 62,7%, passando de 5,1 para 8,3 por 100 mil habitantes/ano no mesmo período. Entre as mulheres, em todas as faixas etárias, verifica-se importante queda na incidência de aids, principalmente, na faixa de 25 a 34 anos (redução de 69,9%), passando de 47,2 para 14,2 por 100 mil habitantes nos anos de 2008 e 2018, respecti-vamente (Figura 15).
Na Figuras 12 e 14, observa-se que a taxa de incidência de aids em jovens do sexo masculino tem um incremento de 30% entre 15 a 24 anos passando de 12,5 para 16,2 por 100 mil habitantes nos anos de 2008 e 2018, respectivamente. Em homens idosos (acima de 65 anos), a incidência teve aumento de 62,7%, passando de 5,1 para 8,3 por 100 mil habitantes/ano no mesmo período. Entre as mulheres, em todas as faixas etárias, verifica-se importante queda na incidência de aids, principalmente, na faixa de 25 a 34 anos (redução de 69,9%), passando de 47,2 para 14,2 por 100 mil habitantes nos anos de 2008 e 2018, respecti-vamente (Figuras 15 e 16).
A maior parte dos casos notificados no período analisado informou escolaridade entre a 5ª e a 8ª série incompleta (23,1%). Apesar da pequena proporção (8,9%) de casos entre analfabetos ou com até o 4º ano do fundamental, o registro de 1.979 indivíduos com aids nesse grupo, de 2007 a 2018, aponta a necessidade de adequação das vias e formas de comunicação de prevenção às IST para esta população com menor instrução. Em relação a raça/cor autodeclarada, 83,8% dos casos foram em pessoas que se declararam brancas e 14,4% em pessoas que se declararam pretas/pardas (Tabela 9).
Entre os casos de aids notificados no período de 2007 e 2018, segundo a categoria de exposição, 70,6% foram decorren-tes de exposição heterossexual, com decréscimo de 4,8%. Verifica-se que a ocorrência por exposição ao uso de drogas injetáveis (UDI) continua em queda e apresenta uma redução de 71,7% dos casos ao se comparar os anos de 2008 e 2018, respectivamen-te. Na comparação destes anos específicos houve aumento de 89,1% dos casos com a categoria de exposição sexual de homens que fazem sexo com homens (HSH) (Tabela 9).
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Figura 11 - Taxa de detecção (por 100 mil hab.) de casos de Aids notificados no Sinan, segundo ano diagnóstico em Santa Catarina e no Brasil, 2007-2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SES Notas: Taxa de detecção calculada por 100.000 habitantes; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
Figura 12 - Taxa de detecção (por 100 mil hab.) de casos de Aids notificados no Sinan, segundo regiões de saúde em Santa Catarina em 2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SES Notas: Taxa de detecção calculada por 100.000 habitantes; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
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Figura 13 - Taxa de detecção de aids (por 100 mil hab.) segundo sexo e razão de sexos, por ano de diagnóstico. Santa Catarina, 2007-2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SES Notas: Taxa de detecção calculada por 100.000 habitantes; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
Figura 14 - Taxa de detecção de aids (por 100.000 habitantes) em homens, segundo faixa etária e sexo, Santa Catarina. 2008 e 2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SESNotas: Taxa de detecção calculada por 100.000 habitantes; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
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Figura 15 - Taxa de detecção de aids (por 100.000 habitantes) em mulheres, segundo faixa etária e sexo, Santa Catarina. 2008 e 2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SES Notas: Taxa de detecção calculada por 100.000 habitantes; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
Figura 16 - Taxa de detecção de aids (por 100.000 habitantes) segundo faixa etária e sexo. Santa Catarina. 2008 e 2018.
Fonte: SINAN/ DIVE/SUV/SES Notas: Taxa de detecção calculada por 100.000 habitantes; Casos confirmados no SINAN até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
15
MORTALIDADE POR AIDS
Entre os anos de 2007 e 2018 foram notificados no estado de Santa Catarina um total de 6.585 óbitos tendo como causa básica o HIV/aids (CID10: B20 a B24). Observando a série histórica, percebe-se que desde 2015 o coeficiente vem apresentando quedas, passando de 8,7 casos/100.000 habitantes em 2015 para 6,1 casos/100 mil habitantes em 2018. De forma similar, o Brasil também apresenta quedas nos coeficientes desde a mesma data, 2015, reduzindo a mortalidade de 6,2 casos/100.000 habitantes para 5,3 casos/ 100.000 habitantes. A figura 17 apresenta a comparação entre a mortalidade no Estado e a morta-lidade no Brasil dentro da série histórica. Em relação as variáveis sócias demográficas, a raça branca, ao longo de toda série, representa o maior percentual de óbitos quando comparado a outras raças, somando 78,8% do total de óbitos.
Ao analisar os diferentes anos da série, nota-se que houve uma inversão em relação a faixa etária mais acometida e que domina o percentual de óbitos. Em 2007, o maior número de óbitos encontrava-se na faixa etária com idade entre 35 e 44 anos, totalizando 38,2% (n=210) dos óbitos, seguida pela faixa etária de 45 a 54 anos com 22,2% (n=122). Em 2018, a maior frequência de casos encontra-se na faixa etária de 45 a 54 anos com 27,6% (n=121), seguida pela faixa etária de 35 a 44 anos com 26,3% (n=115). Em 2018, no Estado, 34% dos óbitos foram entre indivíduos com até a 4ª série do ensino fundamental e 24,7% tinham até a 8ª série completa (Tabela 10). Em relação ao sexo, a figura 18 mostra a distribuição entre óbitos no sexo masculino e óbitos no sexo feminino no período de 2007 a 2018, bem como a razão de sexo. Nota-se que, o número de homens que foram a óbito em comparação as mulheres, é de praticamente 2 homens para 1 mulher, em quase todos os anos, com pequenas flutuações no período.
Figura 17 - Coeficiente de mortalidade por aids (por 100 mil hab.). Santa Catarina e Brasil. 2007-2018.
Fonte: SIM/ DIVE/SUV/SES Notas: Coeficiente calculada por 100.000 habitantes; Casos confirmados no SIM até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
16
Figura 18 - Coeficiente de mortalidade por Aids (por 100.000 hab.) segundo sexo, razão de sexo e ano do óbito. Santa Catarina. 2007-2018.
Fonte: SIM/ DIVE/SUV/SES Notas: Coeficiente calculada por 100.000 habitantes; Casos confirmados no SIM até 23 de outubro de 2019, sujeitos a alterações.
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EXPEDIENTE
O informativo Epidemiológico Barriga Verde é um boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina. Rua Esteves Júnior, 390 — Anexo I — 1º andar — Centro — Florianópolis — CEP: 88010-002 — Fone: (48)3664-7400. www.dive.sc.gov.br Governo do Estado: Carlos Moisés da Silva | Secretário de Estado da Saúde: Helton de Souza Zeferino | Secretário Adjunto: André Motta Ribeiro | Superintendente de Vigilância em Saúde: Raquel Ribeiro Bittencourt | Diretora de Vigilância Epidemiológica: Maria Teresa Agostini | Gerência de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) Aids e Hepatites Virais: Nardele Maria Juncks | Organização e elaboração: Bianca Bittencourt de Souza, Claudia Maria Augusto da Rosa, Carina Veloso De Luca Janesch, Flávia Moreira Soares, Eduardo Campos de Oliveira | Produção: Núcleo de Comunicação DIVE/SC - Supervisão: Patrícia Pozzo - Revisão: Amanda Mariano - Diagramação: Nayara Gomes.
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