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CENTRO EDUCACIONAL VITÓRIA RÉGIADANILO BRITO MEDRADO, GABRIEL VEIGA, LORENA DE
ALMEIDA MOTA, MURILO SOUZA CRUZ, VINICIUS MARTINS
RUIZ
A PROSA DE 30 COM DESTAQUE PARA A OBRA
“CAPITÃES DA AREIA” DE JORGE AMADO
SALVADOR2009
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CENTRO EDUCACIONAL VITÓRIA RÉGIADANILO BRITO MEDRADO, GABRIEL VEIGA, LORENA DE
ALMEIDA MOTA, MURILO SOUZA CRUZ, VINICIUS MARTINS
RUIZ
A PROSA DE 30 COM DESTAQUE PARA A OBRA“CAPITÃES DA AREIA” DE JORGE AMADO
Projeto apresentado ao Centro
Educacional Vitória Régia comorequisito de aval iação para a discipl inaLiteratura sob a or ientação da Profª AnaPaula.
SALVADOR2009
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INTRODUÇÃO
Esse trabalho se propõe a compreender melhor a prosa da geração modernista de30, entendendo o contexto histórico da época e fazendo a análise de uma obra
específica desse período, no caso, a construção literária “Capitães de Areia”, escrita
por Jorge Amado.
Com o conhecimento aprofundado do que estava ocorrendo na década de 30, é
possível perceber o que foi absorvido para o movimento literário, como a grandepreocupação social e o regionalismo na maioria das obras.
A biografia do autor, permitindo a análise de sua vida, ajuda a compreender o
conteúdo expresso em suas criações e a sua forma de escrever. Tendo foco
principal para o livro “Capitães da Areia”.
A análise minuciosa do livro é apresentada de forma que ele possa ser entendido
em todos os seus detalhes, abordando não só o enredo em si como o conteúdo
principal, mas também o espaço, o tempo, o foco narrativo e a análise de cada
personagem.
Assim, torna-se muito mais fácil entender o que o autor quis passar para os leitores
com sua obra quando se analisa todo o contexto por trás dela e não só a leitura do
livro.
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1. O CONTEXTO HISTÓRICO
A década de 30 é lembrada como uma das mais sangrentas da história mundial e
marcada pela crise financeira iniciada nos Estados Unidos no final da década de 20.
Foi nesse período que ocorreu a Segunda Guerra Mundial e que Hitler iniciou o
genocídio das raças consideradas inferiores por ele, principalmente os judeus.
O mundo estava passando por uma crise política e econômica em 1930. Os
mercados mostravam-se desorganizados e a gestão do capital tornou-se uma
questão premente. A democracia liberal estava encurralada pela Revolução Russa e
pelo seu antagonista, os movimentos fascistas.
No Brasil, a situação não era muito diferente. A velha política oligárquica começou a
ser questionada. O antigo sistema não atendia às necessidades da nova realidade
brasileira, que estava urbanizando-se. A crise do final dos anos 20 deixou claro que
o Brasil não poderia ficar à parte das intensas transformações que ocorriam no
mundo.
A crise que se abateu sobre o país e o mundo, a urbanização crescente, o aumento
do número de trabalhadores e o crescimento de grupos intelectuais urbanos fizeram
aumentar as contestações políticas e novas propostas de organização. O Brasil
enfrentou essa questão social, marca de sociedades capitalistas e urbanas, e teveque lidar com problemas de organização do sistema produtivo, que começava a
deixar de ser exclusivamente agrário-exportador para voltar-se também para a
produção interna.
A força de atuação dos trabalhadores, seja no meio urbano ou rural, começou a ser
vista como uma fonte séria de ameaças à consolidação do Estado Novo de GetúlioVargas.
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A Revolução de 30, movimento que chegou ao poder liderado pelo político gaúcho
Getúlio Vargas, ocorreu no Brasil. Em 1932, iniciou-se a Revolução
Constitucionalista, organizada pelo estado de São Paulo, que exigia a
constitucionalização do novo regime. O movimento foi derrotado, mas forçou a
convocação da Assembléia Constituinte em 1933. Em 1934, foi promulgada a Nova
Constituição. A política do café-com-leite acabou e iniciou-se o Estado Novo em
novembro de 1937.
Apesar da crise financeira de 1929, a década de 30 foi um período de produção,invenção e criação cultural artística muito intensa. Nos Estados Unidos, os grandes
estúdios de Hollywood dominaram o cenário cinematográfico mundial e esse período
é marcado também pela produção dos primeiros filmes a cores.
O cinema foi o grande referencial de disseminação dos novos costumes. Hollywood,
através de suas estrelas, como Audrey Hepburn e Marlene Dietrich, e de estilistas,como Edith Head e Gilbert Adrian, influenciaram milhares de pessoas.
No Brasil, o processo de transformações sucessivas no sistema da moda foi
amplamente marcado por influências da imprensa e do cinema. O aspecto de cores,
cortes e decotes, os modelos de bolsas, chapéus e diferentes calçados passou a ser
ditado pelos personagens protagonizados por atrizes e atores dos grandes estúdiosde Hollywood.
No âmbito literário do Brasil, os autores da Segunda Geração Modernista
elaboraram uma literatura mais politizada, centrando a preocupação social,
aproveitando as conquistas da primeira geração.
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É claro que há razões para isso ter acontecido. No plano mundial, os problemas
econômicos advindos da queda na Bolsa de Nova Iorque, a Segunda Guerra
Mundial, o nazifascismo, as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, enfim, a
desintegração da sociedade mundial. No Brasil, a Revolução de 30, o Estado Novo
de Getúlio Vargas faziam com que os autores, de alguma forma, demonstrassem
uma preocupação social em suas obras. Um exemplo é o próprio livro Capitães da
Areia, escrito por Jorge Amado.
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2. O MOVIMENTO LITERÁRIO
O modernismo foi um movimento literário e artístico do início do séc. XX, que
rompeu com o tradicionalismo e buscou a libertação estética, a experimentação
constante e, principalmente a independência cultural do país. No Brasil, esse
movimento possui como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, realizada em
1922, na cidade de São Paulo.
A primeira fase do Modernismo ou Fase Heróica vai de 1922 a 1930 e écaracterizada com um compromisso dos artistas com a renovação estética a partir
das relações com as vanguardas européias. Na literatura, inicia-se um processo de
mudanças, como a Liberdade Formal, que era a utilização do verso livre, quase o
abandono das formas fixas, a fala coloquial e a ausência de pontuação, rompendo,
assim, com o tradicional.
Depois da Fase Heróica do Modernismo Brasileiro, que se empenhou para implantar
no país as inovações das vanguardas européias, surge uma geração de poetas e
romancistas considerada uma das mais talentosas da história. Os modernistas de
1922 abriram caminho para que os novos escritores pudessem criar com mais
liberdade, sem a formalidade do academicismo e mais preocupados com a realidade
brasileira.
Surgem, durante a década de 1930, romancistas regionalistas que chamaram a
atenção para os problemas sociais das regiões mais carentes do Brasil. Eles
usavam uma linguagem coloquial e crítica herdada dos primeiros modernistas. Essa
foi a segunda fase do Modernismo ou Fase de Consolidação, que dura até 1945. É
perceptível um amadurecimento nas obras dos autores da primeira fase e o
surgimento de novos escritores participantes do movimento.
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Alguns poetas da década de 1930 viveram a revolução literária de 1922, mas não de
forma tão eloquente. A partir da segunda fase, eles começaram a chamar mais
atenção com seus trabalhos. Carlos Drummond de Andrade, por exemplo, escreveu
o poema “No Meio do Caminho”, que se transformou em um símbolo da ruptura com
a literatura mais saudosista. Autores como Cecília Meireles, Augusto Frederico
Schmidt e Jorge de Lima conservaram, respectivamente, uma herança do
Simbolismo, do Romantismo e da poesia parnasiana em suas composições.
A ficção desse mesmo período deu continuidade ao projeto modernista e acentuou a
literatura regionalista, que se preocupava em apresentar as desigualdades sociaisdo Brasil. Houve também a produção voltada aos problemas urbanos e prevalecia
uma linguagem direta, com ênfase na linguagem coloquial.
O romance da geração de 1930 é visto nas obras dos autores José Lins do Rego,
Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Mário Quintana, Jorge Amado e Érico
Veríssimo. Eles produziram uma literatura de caráter mais construtivo e de maiormaturidade, aproveitando, ainda, as conquistas da geração anterior e sua prosa
inovadora.
O contexto histórico muito influenciou para a construção dessa literatura. Naquela
década, o país passava por grandes transformações, fortemente marcadas pela
Revolução de 30 e pelo questionamento das oligarquias tradicionais. Não havia
como não sentir os efeitos da crise econômica mundial, os choques ideológicos que
levavam a posições mais definidas e engajadas. Por todos esses motivos, formou-se
um campo propício ao desenvolvimento de um romance caracterizado pela denúncia
social, um documento da realidade brasileira, atingindo um elevado grau de tensão
nas relações do indivíduo com o mundo. Nessa busca do homem brasileiro, o
regionalismo ganha uma importância até então não alcançada na literatura
brasileira, levando ao extremo as relações do personagem com o meio natural e
social.
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Os escritores nordestinos que vivenciam a passagem de um Nordeste medieval para
uma nova realidade capitalista e imperialista merecem destaque especial. Nesse
aspecto, o baiano Jorge Amado é um dos melhores representantes do romance
brasileiro, quando retrata o drama da economia cacaueira, desde a conquista e uso
da terra até a passagem de seus produtos para as mãos dos exportadores.
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3. O AUTOR
Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, no distrito de
Ferradas, município de Itabuna, sul do Estado da Bahia. Filho do fazendeiro de
cacau João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado.
Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a infância. Estudou, por muitos
anos, em escola de regime interno, primeiro no Colégio Antônio Vieira, fazendo os
estudos secundários. Depois, no Ginásio Ipiranga, onde começou a desenvolver seulado de escritor com a criação do jornalzinho “A luneta”, o qual distribuíra para
colegas e parentes e os jornais “A Pátria” e “A Folha”, do grêmio estudantil. Neste
período, começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária, sendo um
dos fundadores da Academia dos Rebeldes.
Em 1927, ainda estudante, mas do regime de externato, começou a trabalhar comorepórter no “Diário da Bahia”. Nesta época, recebeu titulação no candomblé.
Publicou seu primeiro romance, O país do carnaval, em 1931. Casou-se em 1933,
com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha, Lila. Nesse ano publicou seu
segundo romance, Cacau.
Envolveu-se com o comunismo, como a maioria dos escritores da época, e viu seu
romance “Cacau” ser apreendido por policiais.
Em dezembro de 1933, casou-se com a primeira mulher, Matilde Garcia Lopes, com
quem teve uma filha, Eulália. Um ano depois, publicou os romances “Suor” e
“Jubiabá” e formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em
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1935, quando começaram as perseguições que o levariam a ser preso, entre 1936 e
1937, por se opor ao Estado Novo.
O livro “Mar morto” foi publicado e recebeu o prêmio Graça Aranha. E enquanto
viajava para o exterior, o livro “Capitães da Areia” foi publicado. De volta ao Brasil,
foi preso novamente, quando tentando escapar, foi parar em Manaus. Milhares de
exemplares de seus livros publicados, tidos como revolucionários, são queimados
em Salvador por ordem militar.
Pouco tempo na prisão, foi solto em 1938, quando mudou-se para São Paulo. Seus
livros começaram a ser traduzidos e publicados no exterior.
Após permanecer envolvido com questões de ordem política, tornou-se redator das
revistas “Dom Casmurro” e “Diretrizes”.
Em 1942, publicou, em Buenos Aires, “A vida de Luís Carlos Prestes”, com o intuito
de ajudar na anistia do comunista.
Mais uma vez, foi preso ao desembarcar em Porto Alegre e, então, é proibido de sair
das terras de Salvador. Publicou o livro “Terras do sem fim”, o qual não foi
censurado. Separou-se de Matilde em 1944.
Em 1945, foi eleito membro da Assembléia Nacional Constituinte, na legenda do
Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido o deputado federal mais votado do
Estado de São Paulo. Jorge Amado foi o autor da lei, ainda hoje em vigor, que
assegura o direito à liberdade de culto religioso. Nesse mesmo ano, casou-se com
Zélia Gattai.
Em 1947, ano do nascimento de João Jorge, primeiro filho do casal, o PCB foi
declarado ilegal e seus membros perseguidos e presos. Jorge Amado teve que se
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exilar com a família na França, onde ficou até 1950, quando foi expulso. Em 1949,
morreu no Rio de Janeiro sua filha Lila. Entre 1950 e 1952, viveu na
Tchecoslováquia, onde nasceu sua filha Paloma.
De volta ao Brasil, Jorge Amado afastou-se, em 1955, da militância política, sem, no
entanto, deixar os quadros do Partido Comunista. Fixou residência no Rio de Janeiro
e passou a produzir e viver da literatura modestamente.
Então, em 1958 escreveu “Gabriela, cravo e canela”, livro que lhe rendeu várias
premiações, além de ter sido adaptado para a TV. Nesta época, recebeu de uma
mãe-de-santo um dos mais altos títulos do candomblé. Um tempo depois, lançou o
livro “Dona Flor e seus dois maridos”, que também aparece nas telas mais tarde.
Dedicou-se, a partir de então, inteiramente à literatura.
Foi eleito, em 6 de abril de 1961, para a cadeira de número 23, da AcademiaBrasileira de Letras, que tem por patrono José de Alencar e por primeiro ocupante
Machado de Assis. Doutor Honoris Causa por diversas universidades, Jorge Amado
orgulhava-se do título de Obá, posto civil que exercia no Ilê Axé Opô Afonjá, na
Bahia.
Jorge Amado sofreu um edema pulmonar no ano de 1996 e logo depois foisubmetido a uma angioplastia. A partir de então, vive uma vida de privações e de
tristeza, pois não conseguia mais enxergar direito e, por isso, tinha dificuldade em ler
e escrever e também por não poder comer mais o que gostava.
Em 2001, é internado com crise de hiperglicemia e tem uma fibrilação cardíaca.
Voltou para sua casa, mas passando mal novamente, morreu no dia 06 de agosto,
em Salvador, aos 88 anos de idade. Foi cremado, e suas cinzas foram enterradas no
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jardim de sua residência, na Rua Alagoinhas, em 10 de agosto, dia em que
completaria 89 anos.
Jorge Amado conseguiu unir em suas obras os problemas sociais de sua época,
permitindo a identificação e o retrato da vida da população baiana dentro de suas
construções literárias. Sua literatura é adaptada ao quadro rural e urbano da Bahia e
apresenta, nesse sentido, um aspecto autenticamente regionalista.
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4. AS OBRAS DO AUTOR
Jorge Amado é representante da segunda fase do Modernismo no Brasil, voltada
aos romances regionalistas. No entanto, a obra de Jorge Amado é dividida pelos
críticos literários em romances da Bahia ou proletários, que retratam a vida na
cidade de Salvador, como é o caso de Suor, O país do Carnaval e Capitães da
areia; romances ligados ao ciclo do cacau, que correspondem aos livros Cacau e
Terras do sem fim e crônicas de costumes, começadas com Jubiabá e Mar Morto e
estendendo-se por Gabriela, cravo e canela.
As obras mais importantes do autor no romance são O país do carnaval (1931);
Cacau (1933); Suor (1934); Jubiabá (1935); Mar Morto (1936); Capitães da areia
(1937); Terras do sem-fim (1942); São Jorge dos Ilhéus (1944); Seara vermelha
(1946); Os subterrâneos da liberdade (1952); Gabriela, cravo e canela (1958); Dona
flor e seus dois maridos (1967); Tenda dos milagres (1970); Teresa Batista cansada
de guerra (1973); Tieta do agreste (1977) e Farda, fardão e camisola de dormir(1979).
Jorge também escreveu novelas como Os velhos marinheiros (1961) e Os pastores
da noite (1964), além de biografias como ABC de Castro Alves (1941) e Vida de Luís
Carlos Prestes, o cavaleiro da esperança (1945). No teatro, ele compôs O amor de
Castro Alves, reeditado como O amor do soldado (1947).
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5. A OBRA
5.1 Apresentação da obra
A obra “Capitães da Areia” é um romance da Segunda Geração Modernista,
publicada pelo escritor Jorge Amado em 1937. O livro retrata a vida de menores
abandonados que viviam nas ruas da cidade de Salvador nos anos 30. Ninguém
nunca havia mencionando antes esse grupo de jovens que desafiava as
autoridades, roubava a classe privilegiada e dividia entre si o produto de seus
roubos.
Além de apresentar o problema do menor abandonado, são reveladas também as
imposições sociais e a injusta conduta da população abastada da cidade de
Salvador com os pobres. Ainda pode-se encontrar, nessa construção literária, a
inconformidade dos trabalhadores assalariados com os baixos salários, realizando
greves a fim de solucionar esse problema.
Esse livro foi escrito na primeira fase da carreira de Jorge Amado e são notadas
grandes preocupações sociais. As autoridades e o clero são, na maioria das vezes,
retratados como opressores e cruéis, mas existindo exceções, como o Padre José
Pedro. Os Capitães da Areia são tachados como heróis no estilo Robin Hood. No
geral, as preocupações sociais dominam, mas os problemas existenciais dosgarotos transformam-nos em personagens únicos.
Os Capitães da Areia, como esses meninos são chamados, mostram-se bastante
envolvidos e respeitadores do folclore e religião da Bahia. Eles se relacionam tão
bem com o padre José Pedro, quanto com a mãe de santo Dona Aninha. Envolviam-
se com o candomblé, a igreja e viam na capoeira um modo de se distrair.
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A justiça mostrava-se indiferente aos Capitães da Areia, só preocupando-se com
eles quando roubavam alguém importante. A igreja também não se mostrava
preocupada, apenas o padre José Pedro interessou-se em ajudá-los. A imprensa
divulgava os problemas relacionados a esses garotos, mas o espaço sempre era
maior e mais destacado se fosse para acusá-los.
5.2 O espaço
A narrativa desenrola-se no Trapiche, onde hoje se localiza o Solar do Unhão e oMuseu de Arte Moderna. No Terreiro de Jesus, os meninos circulavam na esperança
de conseguirem dinheiro e comida, devido à grande movimentação de pessoas,
pois, na época, era o lugar de destaque comercial de Salvador. O Corredor da
Vitória, área nobre de Salvador, era um local visado pelo grupo por abrigar as
pessoas da alta sociedade baiana.
5.3 O foco narrativo
A obra é narrada na terceira pessoa, sendo o autor, Jorge Amado, o narrador
observador. Ele se comporta, durante todo o desenvolvimento do tema, de maneira
indiferente, criando e narrando os acontecimentos sem se envolver diretamente com
eles.
5.4 O tempo
O tempo, relativamente extenso, mas impreciso, compreende um retalho da vida dos
meninos, desde a infância até a maturidade. Mas só é possível conhecer com mais
intensidade a fase da adolescência desse grupo, utilizando-se o tempo cronológico.
Já a infância só é mostrada através do retorno ao passado, utilizando-se o tempo
psicológico.
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O autor recorre às lembranças e recordações de cada personagem para mostrar a
formação de cada um e as razões do desamparo e para a criação da personalidade.
5.5 As personagens
O livro “Capitães da Areia” não se vale de ocas figuras centrais que se limitem a
expor determinadas filosofias, tampouco marcas negativas. Todas as principais
personagens, como as secundárias mais significativas, são bem desenvolvidas.
A obra não possui um personagem principal. Para indicar um protagonista, o mais
apropriado seria apontar o conjunto do bando, ou seja, os Capitães da Areia como
grupo. Isso porque as ações não giram em torno de um ou de outro personagem,
mas ao redor de todos. Pedro Bala, o líder dos garotos, não é mais importante para
o enredo do que Sem-Pernas ou Gato. Pode-se dizer que ele lidera o bando, masnão lidera o eixo do romance. Assim tem-se a idéia de que o protagonista é o
elemento coletivo e que cada membro do grupo funciona como uma parte da
personalidade, uma faceta desse organismo maior que forma os Capitães da Areia.
Pedro Bala era um jovem de quinze anos que tinha uma cicatriz no rosto, fruto da
luta em que venceu o antigo comandante do bando. Assim passou a ser o chefe dosCapitães da Areia e era uma espécie de pai para os outros garotos, mesmo sendo
tão jovem quanto eles. Ele descobriu ser filho de um homem conhecido como Loiro,
que era estivador e liderou uma greve no porto, onde foi assassinado por policiais.
Pedro Bala saiu do grupo e transformou-se em um revolucionário comunista.
Dora é a única figura feminina presente no grupo dos Capitães da Areia. Seus pais
morreram vítimas da varíola, quando a garota tinha apenas 13 anos. Ela foi
encontrada com seu irmão mais novo, Zé Fuinha, pelo Professor e por João Grande.
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Ao chegar ao trapiche abandonado, Dora quase é violentada, mas, foi protegida por
João Grande. Depois o grupo a aceita, primeiro como a mãe de que todos careciam
e depois como a valente mulher de Pedro Bala. Dora tem sua primeira relação
sexual com Pedro Bala e morre queimando de febre.
Professor era um garoto magro, muito inteligente, o único do grupo que sabia ler e
que desenhava vorazmente. Ele planejava os roubos dos Capitães de Areia. Depois
de muito tempo, aceitou um convite e foi pintar no Rio de Janeiro e ficou conhecido
por isso.
Gato era um sujeito malandro e o mais elegante e bonito da turma. Tinha um casocom uma prostituta, chamada Dalva. Ele participava dos planos mais arriscados.
Seu destino foi ir para Ilhéus, na Bahia, tentar a sorte.
Sem-Pernas era um garoto pequeno para a sua idade, coxo de uma perna,
agressivo e individualista. Ele servia de espião para os Capitães de areia, fingindo-
se de órfão desamparado, penetrando nas casas de famílias abastadas paradescobrir os lugares onde os objetos de valor ficavam. Assim, depois de fugir, o seu
grupo assaltava a casa. Em uma das casas que vai, ele é tão bem acolhido que fica
inseguro para trair a família, mas o faz mesmo assim. Sem Pernas suicidou-se se
atirando do parapeito do elevador Lacerda, pelo ódio que tinha pela polícia baiana.
João Grande era um negro alto e forte, o segundo no comando do bando. Defendiaos meninos menores e realizava os mais audaciosos furtos ao lado de Pedro Bala.
Ele defendeu Dora logo quando ela entrou para o grupo e despertou o desejo dos
outros garotos. No final da trama, ele vai embora e vira ajudante em um navio.
Pirulito era um garoto magro e muito alto, pouco risonho, com olhos fundos e boca
rasgada. Era o único dos Capitães da Areia que tinha vocação religiosa. Quando ele
parou de roubar, começou a vender jornais para sobreviver e, por fim, foi ajudar o
padre José Pedro em uma paróquia distante.
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José Pedro era um padre que procurava ajudar os meninos, submetendo-se a
grandes embaraços por causa disso. Levava a palavra de Deus para os Capitães da
Areia, tentando fazer deles homens de bem e crentes em Deus.
Boa Vida era um mulato muito malandro, capoeirista, que sabia tocar violão e
participava dos principais roubos dos Capitães da Areia. Ele adorava Querido-de-
Deus e se encantou por Gato, logo quando ele chegou ao Trapiche, mostrando
dessa forma o homossexualismo que não era incomum. Ele continuou sendo umverdadeiro malandro, que vivia correndo pelos morros compondo sambas.
Querido-de-Deus, um capoeirista, era apenas amigo do grupo.
Volta Seca era um mulato sertanejo, afilhado de Lampião, que odeia a polícia e asdemais autoridades. Tinha o desejo de tornar-se cangaceiro e, para isso, pega um
trem e viaja pelo nordeste até entrar no grupo de seu padrinho e virar um cangaceiro
destinado.
Dona Aninha era uma negra, mãe de santo, praticante do candomblé e amiga dos
Capitães da areia.
Raimundo foi o antigo chefe do grupo. Ele cortou o rosto de Pedro Bala, mas logo foi
embora.
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5.6 O enredo
Capitães da Areia é diferente dos demais romances de Jorge Amado, não só por
causa da sua temática, mas também por causa de sua estrutura. A obra não tem
propriamente um enredo, ela é montada por meio de quadros mais ou menos
independentes. Assim, nota-se a modernidade em sua criação literária, rompendo
com a tradição do romance convencional, com rigorosa organização dos fatos e
relações de causa e efeito entre os eventos.
O romance começa com um prólogo, uma sequência de reportagens e cartas, que
têm como tema esses menores abandonados, denominados Capitães da Areia.
Desse modo, o autor dá uma impressão de que o que ele irá contar é algo
absolutamente verdadeiro.
O livro é dividido em três partes. A primeira parte, “Sob a lua, num velho trapiche
abandonado”, é composta por onze capítulos. São apresentadas histórias quase
independentes sobre alguns dos principais Capitães da Areia.
A obra inicia-se com a descrição do trapiche abandonado e a primeira personagem a
ser introduzida é Pedro Bala, o chefe dos Capitães de Areia. Para saber mais sobre
o passado do garoto, é utilizado o tempo psicológico, retornando ao passado paratomar-se conhecimento da morte do pai e o desconhecimento da identidade da mãe
dele. Além de mostrar como ele chega à liderança, após lutar com Raimundo, antigo
líder do bando.
Na sequência, são introduzidos o negro João Grande, forte e de bom coração; João
José, conhecido Professor, porque vive lendo; Gato, futuro malandro; Pirulito, que
mostra desde cedo vocação religiosa; Sem-Pernas, aleijado e revoltado. Além da
apresentação das principais figuras do trapiche, o narrador, aproveita para mostrar a
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carência afetiva desses garotos. Aborda inclusive a homossexualidade, quando, por
exemplo, Boa Vida sente-se atraído em relação a Gato.
O capítulo que se segue narra quando um capoeirista, amigo dos garotos, arranja
um negócio pra eles. Os Capitães da Areia deveriam roubar um pacote de cartas
comprometedoras que estavam com um homem. Pedro Bala, Gato e João Grande
recebem uma recompensa pelo feito. Assim, nota-se a precocidade dos meninos.
O capítulo “As luzes do carrossel” mostra quando um senhor leva seu parque de
diversões, já decadente, para Itapagipe e contrata Sem-Pernas e Volta Seca, os
mais durões e rancorosos do grupo. Apesar disso, ambos parecem retroceder àinfância, encantados com os animais, as luzes coloridas e o movimento de pessoas.
Ainda no mesmo capítulo, o padre José Pedro desvia dinheiro das beatas para
comprar bilhetes de entrada no parque para os garotos, mostrando a figura do padre
de uma maneira diferente daquela do alto clero, que só se preocupa com os ricos.
Em “Docas”, Pedro Bala fica sabendo da vida heróica do pai, que foi morto por
liderar uma greve. Isso faz surgir nele um desejo de participar futuramente das lutas
libertárias. O contraste aparece quando Pedro Bala tenta violentar uma garota de
quinze anos. Atormentado pelo desejo, num primeiro momento, esquece-se da
desumanidade de seu ato, mas, logo depois, sente-se confuso, como se ele tivesse
tomado consciência de que estaria cometendo um erro.
Na sequência dos quadros, o narrador trata de outras ações dos Capitães da Areia,
como o resgate de uma imagem de Ogum das mãos da polícia e o golpe do pobre
órfão aplicado pelo Sem-Pernas numa família rica. Além disso,são mostrados o
sincretismo religioso na Bahia, o ambiente sórdido da cadeia, quando Pedro Bala é
preso, e a impossibilidade de o Sem-Pernas viver normalmente.
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Quando Pedro Bala se propõe a ajudar a mãe de santo a recuperar a imagem de
Ogum, nota-se uma discriminação com as religiões não oficiais, demonstrando
também a oposição entre ricos e pobres através da religião.
O capítulo “Deus sorri como um negrinho” é caracterizado pela ilustração da fé de
Pirulito, que fica encantado com uma imagem do Menino Jesus em uma vitrina e a
rouba. Sabendo que o que fez foi errado, ele tenta justificar para si mesmo que isso
foi como uma doação por obra e graça da Virgem Maria.
Em “Família”, os Capitães de Areia planejam roubar uma família rica, usando como
isca Sem-Pernas, fingindo ser um órfão desamparado. O garoto é tão bem tratadona casa que acaba sentindo remorso de traí-los, mas ele é mais fiel ao seu grupo e,
mesmo pensando numa possibilidade de um futuro junto à família, prefere ajudar os
seus companheiros.
A primeira parte encerra-se com três capítulos finais. O primeiro mostra as
habilidades do Professor com o desenho. O próximo, denominado “Alastrim” conta
sobre a doença bexiga negra, que se abate sobre o grupo, e o tratamento injusto
dado aos doentes. Mostra também que o padre José foi reprimido por ter ajudado as
crianças. No último capítulo, “Destino”, Pedro Bala começa a tomar consciência de
que pode mudar o destino.
A segunda parte do livro, denominada de “Noite da grande paz, da grande paz dosteus olhos”, possui oito capítulos e trata mais especificamente da descoberta do
amor por Pedro Bala, é quando a personagem Dora é introduzida na obra.
Dora perde os pais com a doença que se alastrou pela cidade e fica órfã com seu
irmão menor, Fuinha. Ela tenta arranjar empregos, mas não consegue, e acaba
sendo encontrada por João Grande e Professor, que a levam para o Trapiche.
Quando ela chega lá desperta o desejo dos garotos, que querem violentá-la, mas
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João Grande, Pedro Bala e Professor protegem-na. Assim, aos poucos Dora torna-
se um referencial de mãe e irmã para os meninos.
A garota integra-se totalmente ao grupo quando troca o vestido por calça e começa
a roubar também. Além de tudo, Dora se apaixona por Pedro Bala.
Em um assalto frustrado, Pedro Bala e Dora acabam sendo capturados. Ele vai para
um reformatório, onde sofre com as torturas, mas não entrega seus companheiros.
Dora é levada para um orfanato e acaba adoecendo. Depois eles conseguem fugir eeles têm a primeira relação sexual juntos. A segunda parte termina com a morte de
Dora, que, segundo Pedro Bala, se transformará em uma estrela do céu.
A função de Dora no romance está ligada, portanto, ao amadurecimento do herói, ou
seja, a menina colabora para que Pedro Bala possa descobrir o amor, não mais
como uma violência, mas como entrega afetiva ao próximo. É a partir dessadescoberta, quando passa a ter a estrela-Dora como guia, que ele começa a
participar ativamente de movimentos grevistas, como se vê na terceira parte do livro.
“Canção da Bahia, canção da liberdade” é a terceira parte, com oito capítulos,
mostra o destino de cada personagem.
O grupo se desfaz. O primeiro a ir embora do trapiche é o Professor, que vai estudar
pintura no Rio e se transforma em um grande artista, que retrata a realidade que ele
já experimentou. Em seguida sai Pirulito, que se torna frade e vai ajudar o padre
José Pedro em uma paróquia distante. Boa-Vida, por sua vez, escolhe a vida de
malandro das ruas. Gato parte para Ilhéus e se torna vigarista e jogador profissional.
Volta Seca integra-se ao grupo de Lampião e Sem-Pernas morre por causa da
polícia. Para dar destaque ao destino das personagens, o narrador, no capítulo
“Notícias de jornal”, utiliza-se do relato indireto, por meio de notícias.
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João Grande torna-se marinheiro e embarca em um navio. Já Pedro Bala toma
consciência das injustiças sociais, luta ao lado dos grevistas, transforma-se em um
militante proletário e passa a lutar contra as opressões, como se poderá verificar no
capítulo que fecha o livro, “Uma pátria e uma família”.
Apesar de tudo, o romance termina positivamente. O autor, Jorge Amado, concentra
sua crença de que o homem pode modificar o seu destino por meio da ação através
do Pedro Bala. Desse modo, ele apresenta uma narrativa que se presta a
conscientizar as pessoas.
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CONCLUSÃO
A obra literária “Capitães da Areia”, que tem como autor o grande escritor
modernista Jorge Amado, revela o quadro de um país que vem sofrendo com um
sistema social perverso há muito tempo. Os problemas sociais denunciados pelo
escritor, infelizmente, ainda persistem na atualidade.
Com esse livro, o autor faz com que os leitores pensem criticamente sobre as
questões mencionadas, além de passar a ideia que o homem pode mudar o seudestino e se transformar em alguém melhor.
A discriminação sofrida pelos menores abandonados, a carência de afeto, o
menosprezo e a falta de preocupação da elite e das autoridades com eles mostram
que parte da sociedade ainda não evoluiu o bastante a ponto de ter total
solidariedade ao próximo.
A densidade psicológica das personagens faz deles seres tão reais, que é possível
sentir a emoção do momento em cada fala e ainda perceber o significado racional
que há por trás dela.
Contando ainda com o entendimento do contexto histórico e do movimento
modernista de 30, é possível notar um amadurecimento do conteúdo literário, além
da forma de escrever. É perceptível que o movimento modernista da década de 20 e
a situação do país e do mundo tiveram grande influência para a montagem da
narrativa não só desse livro, mas de muitos outros do mesmo período.
Portanto, toda essa pesquisa teve um valor extremamente importante para a
compreensão da rica produção literária brasileira na década de 30 e para descobrir
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especificamente que a obra citada denunciou problemas sociais que existem ainda
hoje na sociedade, mesmo com tantos anos passados. O entendimento do tema e
toda a análise feita foram capazes de ampliar a visão e leitura de mundo,
acrescentando bastante cultura e desenvolvendo intelectualmente os componentes
desse trabalho.
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