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8/6/2019 CIG-003 Raniere Garcia Paiva (Francisco de Assis Goncalves
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ANLISE MULTITEMPORAL DO MUNICPIO DE SO MIGUEL DO IGUAU-PR BRASIL: ANLISE DOS ASPECTOS GERAIS DA PAISAGEM RURAL
Raniere Garcia PaivaProfessor Mestre em Geografia
ranieregpaiva@gmail.comFrancisco de Assis Gonalves JuniorProfessor Doutorando em Geografia Programa de ps graduao emGeografia Fsica FFLCH/USPshykogeo@gmail.com
Rafael Marques dos SantosMestrando em Geografia UNESP Rio Claro bolsista CNPQgeografia.rafael@gmail.com
RESUMOO presente artigo teve por objetivo, a anlise multitemporal (1985 a 2010) douso e ocupao do solo no municpio de So Miguel do Iguau-PR Brasil, pormeio de tcnicas de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento elevantamento de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE. A metodologia deste trabalho foi realizada com o apoio de mapastemticos de uso e ocupao do solo nos anos de 1985, 1999 e 2010.Constatou-se que o municpio de So Miguel do Iguau, tem a agricultura comoprincipal uso desde a dcada 1980 e at mesmo nas dcadas anteriores.
Palavras-chave: Sensoriamento Remoto; So Miguel do Iguau-PR; Impactos
Geoecolgicos.RESUMENEste artculo tiene como objetivo, el levantamento (1985-2010) del uso yocupacin del suelo en el municipio de Sao Miguel do Iguau-PR - Brasil,atravs de la teledeteccin y los SIG y datos del Instituto Brasileo deGeografa y Estadstica - IBGE. La metodologa de este estudio se realiz conel apoyo de mapas temticos para el uso y ocupacin de tierras en los aos1985, 1999 y 2010. Se encontr que el municipio de So Miguel do Iguau, laagricultura tiene como principal uso desde 1980, e incluso en dcada antes.
Palabras-clave: Teledeteccin; So Miguel do Iguau; Impactos del paisaje.
INTRODUO
O municpio estudado pertence Mesorregio Oeste do Paranaense e
se situa no extremo Oeste do estado do Paran. Esta mesorregio se destaca
por conta de sua grande ocupao agrcola, sobretudo no mbito de
mecanizao da agricultura.
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No incio de sua ocupao, a regio passou por um grande perodo de
abandono territorial. J na dcada de 1920, colonos vindos do Rio Grande Sul
fixaram-se s margens do Rio Paran. Entretanto, Colodel (1988), ressalta que
nesta regio: nada mais havia do que um arremedo de povoamento.
De fato, a corrente que iria povoar esta regio teria sua chegada a partir
da dcada de 1940, com grande maioria destes colonos vindos do Rio Grande
do Sul e Santa Catarina, onde residiam em colnias talo-germnicas (MORO,
1998).
No processo de ocupao desta regio o autor (op. cit.) destaca dois
momentos distintos. No primeiro momento (1820 a 1945) a situao era de
uma economia extrativista, depredatria, espoliadora. Esta base era liderada
por companhias exploradoras de madeira e mate, que eram exportados,sobretudo, para Argentina.
Durante a revoluo de 1930, o Governo anulou diversas concesses de
terras, e posteriormente, no perodo da Segunda Guerra mundial, nacionalizou
tais concesses e empresas nas zonas de fronteiras (WESTPHALEN,
MACHADO e BALHANA apudMORO, 1998).
Nesta dcada os colonos sulistas se limitavam a ficar no territrio da
atual mesorregio Sudoeste Paranaense (MORO, 1998).No segundo momento, a partir da dcada de 1950 a regio passou por
um desenvolvimento mais acelerado, sendo em apenas 20 anos construdas
quase 40 cidades (PADIS, 1981). Nesta fase os sulistas migraram da
Mesorregio Sudoeste durante as dcadas de 1940 e 1950 para a Mesorregio
Oeste (MORO,1998).
O mesmo autor (op. cit.) afirma que as companhias de Terras tiveram
papel fundamental na ocupao da regio, onde estas compravam terras
desocupadas e planificavam e dirigiam a ocupao em lotes pequenos e
mdios, logo foram destacando centros urbanos tais como Cascavel, Foz do
Iguau, Toledo, e outros que posteriormente formaram os ncleos regionais
mais urbanizados que os demais municpios.
Na ocupao inicial, os colonos a terra era ocupada por colonos que
mantinham a agricultura familiar, sobretudo criao de sunos e plantao de
cereais, fatores preponderantes para a expanso destas atividades durante a
modernizao agrcola na dcada de 1970, pois a experincia aliada ao
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sentimento cooperativista fizeram a regio se alavancar nestes setores
(MORO, 1998).
Dentro deste contexto, o presente artigo teve por objetivo, a anlise
multitemporal (1985 a 2010) do uso e ocupao do solo no municpio de So
Miguel do Iguau-PR Brasil, por meio de tcnicas de Sensoriamento Remoto
e Geoprocessamento e levantamento de dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatstica IBGE.
Mtodos e tcnicas
A metodologia deste trabalho foi realizada com o apoio de mapas
temticos de uso e ocupao do solo nos anos de 1985, 1999 e 2010. Osmapeamentos foram elaborados por base em imagens dos sistemas de
satlites Landsat 5 e 7; e, IRS-P6 (RESOURCESAT).
Foram elaborados, ainda, mapas de relevo utilizando como base dados
SRTM (Shuttle Radar Topography Mission, 2000), atravs dos softwares
Globais Mapper e Spring. O mapa de tipos de solos foi elaborado a partir do
mapeamento de solos do Estado do Paran (IAP e EMBRAPA, 2008).
Foram analisados mapas, dados e bibliografias regionais com intuito deapontar impactos geoecolgicos relacionados ocupao do espao rural
regional, tendo em vista anlises relativas vulnerabilidade ambiental deste
espao.
Resultados e discusses
O municpio de So Miguel do Iguau localiza-se no Estado do Paran,
Regio Sul do Brasil, na Mesorregio Oeste Paranaense (Figura 1).
So Miguel do Iguau representa cerca de 70% do territrio da
Mesorregio Oeste Paranaense, onde h o predomnio de ocupao agrcola
do territrio pelo cultivo de soja e milho, em alguns casos trigo; e na pecuria,
criao de sunos e galinceos.
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Figura 1 Localizao do municpio de So Miguel do Iguau-Paran-Brasil.
Em relao pecuria, segundo dos dados do IBGE, o municpio desde
1974, tem uma produo de bovinos relativamente estvel com uma mdia de
40 mil cabeas de gado por ano, produo de suno tambm estvel com
mdia de 50 mil cabeas por ano. No caso dos galinceos houve
superprodues nos anos de 1978, 1979 e 1980, chegando a 640 mil cabeas
neste ltimo ano. Depois de trs anos a produo se manteve entre 1981 a1995 com mdia de 90 mil cabeas por ano, e a partir de 1996 at 2010, mdia
de 60 mil cabeas por ano (Figura 2).
Figura 2 Efetivo dos principais tipos de rebanhos no municpio de So Miguel do Iguau.
No mapeamento realizado por meio de imagens do satlite LANDSAT-5,
a agricultura em 1985 representava 63,74% do total do territrio do municpio,
enquanto que apenas 6,42% eram de pastagem (Figura 3).
Figura 3 Uso do solo do municpio de So Miguel do Iguau-PR, em 1985.
No ano de 1999, segundo mapeamento, tambm por meio do satlite
LANDSAT-5, a agricultura passa a representar 67,12% da rea do territrio do
municpio, enquanto que a pastagem passa a ser de 1,71%, nota-se tambm
que a rea urbana cresceu mais de 35% (Figura 4).
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Figura 4 Uso do solo do municpio de So Miguel do Iguau-PR, em 1999.
J no mapeamento realizado por meio de imagens do satlite
ResourceSat, a agricultura passou a ter 66,64%, decrscimo que deu lugar
novamente pastagem que neste ano possui rea de 2,06% do total do
territrio (Figura 5).
Figura 5 Uso do solo do municpio de So Miguel do Iguau-PR, em 1999.
Confrontando os dados dos mapeamentos realizados por meio das
imagens de satlite com os dados do IBGE (Figura 6), possvel verificar que
na agricultura, as lavouras que predominam no municpio so a soja e o milho
desde a dcada de 1990 at 2009, entretanto, na dcada de 1980 o trigo
atingia considerveis reas de ocupao no municpio.
Figura 6 Principais lavouras temporrias do municpio de So Miguel do Iguau.
Os mapeamentos realizados auxiliam na espacializao da distribuio
das classes de uso do solo no decorrer do tempo. Analisando a Figura 7, nota-
se que a pastagem ocupava parte da rea do Parque Nacional do Iguau, uma
reserva da Mata Atlntica protegida por leis federais e estaduais. Neste caso
possvel que a rea pudesse no ter utilizao para a criao de gado, e sim
estava a ser recuperada naturalmente.
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Figura 8 Correlao entre o Uso do Solo de 2010, e os tipos de solos do municpio de SoMiguel do Iguau.
possvel que na rea de contato entre os NITOSSOLOS ou
LATOSSOLOS com NEOSSOLOS, haja a existncia de solos do tipo
CAMBISSOLO.
Os agricultores ocupavam no incio da dcada de 1970 at onde era
possvel para a agricultura mecanizada. Sendo que o limite eram os solos
rasos. Reflexos destes fatos podem ser comprovados pelo limite atual, em que
a lavoura temporria chega at o contato entre o NITOSSOLO e NEOSSOLO,
o primeiro mais espesso, e o ltimo raso (Figura 9 e 10).
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Figura 9 rea ocupada com lavouras temporrias sobre NITOSSOLOS VERMELHOS, e rea
de contato com solos rasos, ocupados por matas.
Figura 10 rea de contato entre LATOSSOLOS e NEOSSOLOS REGOLTICOS.
Consideraes finais
O presente artigo levanta que desde a dcada de 1960 o municpio de
So Miguel do Iguau possui influncia da ocupao por lavouras temporrias.Isso se d por motivo das condies geoecolgicas favorveis dos tipos de
solos predominantes (LATOSSOLOS e NITOSSOLOS) e em concordncia com
os solos o relevo.
A agricultura para exportao de gros se desenvolve bem nestas
condies levantadas. Cabe-se ressaltar que seria de importante relevncia um
estudo mais aprofundado sobre os manejos de solos, e as caractersticas
geoecolgicas por meio de compartimentao da paisagem. Contudo, este
estudo registra parte da histria rural de ocupao deste municpio.
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Referncias
COLODEL, J.A. Obrages & companhias colonizadora: Santa Helena na histriado Oeste paranaense at 1960. Cascavel : Assoeste, 1988.
GLOBAL LAND COVER FACILITY. Shuttle Radar Topography Mission(SRTM). Disponvel em:. Acesso em: 15 dez. 2010.
EMBRAPA. Servio Nacional de Levantamento e Conservao de Solos.Levantamento de reconhecimento dos solos do Estado do Paran. Londrina:EMBRAPASNLCS/SUDESUL / IAPAR, 1984. 2 v. Boletim de Pesquisa, 27;IAPAR. Boletim Tcnico,16.
IBGE, Pesquisa Agrcola Municipal. Disponveis em:
. Acesso em: 13 ago. 2010.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Departamento deProcessamento de Imagens (INPE/DPI). Sistema de processamento deinformaes georreferenciadas(SPRING). Verso 5.1 [S.I.]: INPE, 2009. Disponvel em: .Acesso em: 15 ago. 2010.
MORO, D.A. Desenvolvimento econmico e dinmica espacial da populao noParan Contemporneo. Boletim de Geografia. Maring, n.1, v.1, 1998.
PADIS, P.C. Formao de uma economia perifrica: o caso do Paran. SoPaulo: HUCITEC, 1981.
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