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Clínica Médica IClínica Médica ICARDIOLOGIACARDIOLOGIA
DOENÇAS DO MIOCÁRDIO DOENÇAS DO MIOCÁRDIO E DO PERICÁRDIOE DO PERICÁRDIO
A. Pinheiro VieiraA. Pinheiro Vieira
Assistente Hospitalar de CardiologiaAssistente Hospitalar de Cardiologia
MIOCARDIOPATIASMIOCARDIOPATIAS
CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO WHO/ISFC 95WHO/ISFC 95
A – Classificação FuncionalA – Classificação Funcional
Miocardiopatia Dilatada Miocardiopatia Dilatada (primária/secundária)(primária/secundária)
Miocardiopatia Restritiva Miocardiopatia Restritiva (primária/secundária)(primária/secundária)
Miocardiopatia Hipertrófica Miocardiopatia Hipertrófica
Miocardiopatia Arritmogénica do Ventrículo DireitoMiocardiopatia Arritmogénica do Ventrículo Direito
B – Miocardiopatias EspecíficasB – Miocardiopatias Específicas
B – Miocardiopatias EspecíficasB – Miocardiopatias Específicas
1 – Miocardiopatia Isquémica1 – Miocardiopatia Isquémica2 – Miocardiopatia Valvular2 – Miocardiopatia Valvular3 – Miocardiopatia Hipertensiva3 – Miocardiopatia Hipertensiva4 – Miocardiopatia Inflamatória / Miocardites 4 – Miocardiopatia Inflamatória / Miocardites Auto-imunesAuto-imunes InfecciosasInfecciosas 5 – Miocardiopatia Metabólicas 5 – Miocardiopatia Metabólicas Endócrinas Endócrinas (doença da tiróide, insuficiência supra-renal, feocromocitoma…)(doença da tiróide, insuficiência supra-renal, feocromocitoma…)
Doenças familiares de armazenamento Doenças familiares de armazenamento (hemocromatose, doenças do glicogénio…)(hemocromatose, doenças do glicogénio…)
Distúrbios nutricionais Distúrbios nutricionais (anemia, beribéri, selénio …)(anemia, beribéri, selénio …)
AmioloidoseAmioloidose6 – Doenças do Tecido Conjuntivo / Granulomatoses 6 – Doenças do Tecido Conjuntivo / Granulomatoses (LES, AR, esclerodermia…)(LES, AR, esclerodermia…)
7 – Distrofias Musculares7 – Distrofias Musculares8 – Doenças neuromusculares8 – Doenças neuromusculares9 – Miocardiopatia Peri-parto9 – Miocardiopatia Peri-parto10 – Tóxicos 10 – Tóxicos (quimioterapia – antraciclinas, álcool, catecolaminas, cocaína…)(quimioterapia – antraciclinas, álcool, catecolaminas, cocaína…)
MIOCARDIOPATIASMIOCARDIOPATIAS
↑↑ Diâmetro tele-diastólicoDiâmetro tele-diastólico / / ↑↑ Diâmetro tele-sistólicoDiâmetro tele-sistólico / / ↓↓ Fracção ejecçãoFracção ejecção
Diagnóstico de exclusãoDiagnóstico de exclusão
Familiar 35-40% casosFamiliar 35-40% casos
Processo fisiopatológico primário não esclarecido / obscurecido pelas Processo fisiopatológico primário não esclarecido / obscurecido pelas
alterações adaptativas secundáriasalterações adaptativas secundárias
(proteínas do cito-esqueleto dos miócitos / polimorfismo ECA / (proteínas do cito-esqueleto dos miócitos / polimorfismo ECA /
auto-anticorpos / pós-infecção vírica)auto-anticorpos / pós-infecção vírica)
MIOCARDIOPATIA DILATADA IDIOPÁTICAMIOCARDIOPATIA DILATADA IDIOPÁTICA
Disfunção Ventricular - AssintomáticaDisfunção Ventricular - Assintomática Insuficiência CardíacaInsuficiência Cardíaca -DispneiaDispneia-Ortopneia / DPNOrtopneia / DPN-TosseTosse-Fadiga / Baixa capacidade funcionalFadiga / Baixa capacidade funcional-Anorexia / Dor abdominalAnorexia / Dor abdominal-Nictúria Nictúria -Palpitações / Tonturas / SíncopePalpitações / Tonturas / Síncope-Insónias / Alterações de memória / Confusão / Insónias / Alterações de memória / Confusão /
DepressãoDepressão
-PalidezPalidez-Distensão venosa Distensão venosa -EdemasEdemas-Sinais Vitais - TaquicardiaSinais Vitais - Taquicardia - Taquipneia - Taquipneia - Pulso parvus- Pulso parvus-Auscultação Pulmonar - Crepitações Auscultação Pulmonar - Crepitações -Auscultação Cardíaca – Sopro sistólico mitral / S3 Auscultação Cardíaca – Sopro sistólico mitral / S3
MCD – QUADRO CLÍNICOMCD – QUADRO CLÍNICO
Critérios de FraminghamCritérios de FraminghamCritérios MajorCritérios MajorCrepitações Crepitações DPNDPNCardiomegalia no RXCardiomegalia no RXEAPEAPRefluxo hepato-jugularRefluxo hepato-jugularGalope de S3Galope de S3TVJ + 45ºTVJ + 45ºCritérios MinorCritérios MinorDispneia de esforçoDispneia de esforçoEdemas periféricosEdemas periféricosTosse nocturnaTosse nocturnaDerrame pleuralDerrame pleuralHepatomegaliaHepatomegaliaTaquicardia » 120/minTaquicardia » 120/min
MCD – EXAMES AUXILIARES DE DIAGNÓSTICO MCD – EXAMES AUXILIARES DE DIAGNÓSTICO
Hemograma / BioquímicaHemograma / BioquímicaECG ECG RX Tórax RX Tórax EcocardiogramaEcocardiogramaCateterismo CardíacoCateterismo CardíacoBiopsia miocárdicaBiopsia miocárdica
MCD – TRATAMENTOMCD – TRATAMENTOAumento da sobrevida e melhoria dos sintomas e da classe funcional. Aumento da sobrevida e melhoria dos sintomas e da classe funcional.
Etiológico específicoEtiológico específicoCausa precipitanteCausa precipitanteInibição do sistema neuro-endócrinoInibição do sistema neuro-endócrinoControle do quadro congestivoControle do quadro congestivo
Medidas geraisMedidas geraisTerapêutica farmacológicaTerapêutica farmacológica
Inibidores da ECA / ARA – IIInibidores da ECA / ARA – IIBloqueadores betaBloqueadores beta
DiuréticosDiuréticosAntagonistas dos receptores da aldosterona Antagonistas dos receptores da aldosterona DigoxinaDigoxinaOutros vasodilatadores – Nitratos / HidralazinaOutros vasodilatadores – Nitratos / Hidralazina
(Hipocoagulação oral crónica)(Hipocoagulação oral crónica)
Terapêutica de ressincronização cardíaca / Pacing biventricular Terapêutica de ressincronização cardíaca / Pacing biventricular Cardioversor-desfibrilhador implantávelCardioversor-desfibrilhador implantávelTransplante cardíacoTransplante cardíaco
MIOCARDIOPATIA DILATADA ALCOÓLICAMIOCARDIOPATIA DILATADA ALCOÓLICA
Ingestão prolongada / altas doses (40-80 g/dia – 10 anos)Efeito tóxico directo Carências nutricionais associadasAditivos tóxicos
Biopsia revela achados inespecíficos
Taquidisritmias supraventriculars / ventriculares Insuficiência cardíacaMorte súbita
Tratamento abstinência Disfunção reversível nas primeiras fases da doençaProgressiva com taxas se sobrevida < 25 % aos 3 anos nas fases avançadas da doença
MIOCARDIOPATIA DILATADA PERI-PARTOMIOCARDIOPATIA DILATADA PERI-PARTO
Disfunção sistólica do VE associada e clínica IC no período peri-parto (último trimestre – primeiros 6 meses pós-parto / raramente antes das 36 semanas)
1/3000 nascimentos Idade > 30 anos / multíparas / eclâmpsia / cocaína / deficiência selénioBiopsia endomiocárdica - miocardite é frequente50-60% recuperação total da função ventricular – 6 mesesTaxa de mortalidade 10-50%
MIOCARDITESMIOCARDITES
Infiltração inflamatória do miocárdio com necrose ou degeneração – Miocardiopatia inflamatória
Classificação clínico-patológica:
Miocardite fulminante (17%)
Miocardite aguda (65%)
Miocardite crónica activa (11%)
Miocardite crónica persistente (7%)
MIOCARDITES – QUADRO CLÍNICOMIOCARDITES – QUADRO CLÍNICO
Síndrome de dor torácicaAntecedentes de infecção vírica – 1 a 2 semanas antes (60%)Quadro de insuficiência cardíaca (dispneia, fadiga e edemas)Disritmias/Síncope
Sinais de descompensação cardíaca – S3, crepitações, distensão venosa, edemas, taquicardiaAchados específicos relacionados com o agente etiológico
Avaliação laboratorial
Hemograma – Leucocitose (linfocitose, eosinofilia)Elevação das proteínas de fase agudaTítulo sérico de anticorpos víricosSreening reumatológicoMarcadores de necrose miocárdica
MIOCARDITES – EXAMES AUXILIARES DE DIAGNÓSTICOMIOCARDITES – EXAMES AUXILIARES DE DIAGNÓSTICO
ECG - Taquicardia sinusal - Alterações de ST – T - Perturbação da condução nodal e infra-nodal
ETT - Disfunção ventricular (por vezes com carácter segmentar)
Cintigrafia Miocárdica - Gallium / Anti-miosina
Coronariografia Biopsia endomiocárdica - IC progressiva / disritmias - Suspeita de miocardites específicas - Estadiamento Não se justifica por rotina, dado não alterar o tratamento. Probabilidade de comprovar miocardite num quadro de IC inexplicada de novo é baixa (10%). Elevada percentagem de falsos positivos. Sensibilidade aumenta com biopsias múltiplas (90%).
MIOCARDITES - ETIOLOGIAMIOCARDITES - ETIOLOGIA
Idiopática - 50%
Infecciosa - Miocardite Vírica - Enterovírus
(Coxsackie grupo B e Echovirus)
- Doença das Chagas - Trypanosoma cruzi
- Miocardite de Lyme – Borrelia burgdorferi
- Miocardiopatia do HIV
Miocardiopatia peri-parto
Miocardite de células gigantes
Miocardite eosinofílica
Miocardite auto-imune
MIOCARDITESMIOCARDITES
Prognóstico
- Mortalidade 1 ano - 20%
- Após a fase aguda tem bom prognóstico, maioria tem recuperação total
(excepto os que desenvolvem miocardite crónica activa)
- 30% desenvolve miocardiopatia dilatada (3 meses - 13 anos)
- Evidencia histológica de miocardite em 10% das biopsias endomiocárdicas
de doentes com MCDI
- Pior prognóstico miocardiopatia peri-parto e miocardite de células gigantes
MIOCARDITESMIOCARDITES
Tratamento
- Tratamento da IC - iECA, bloqueadores beta, diuréticos, antagonistas da aldosterona.- Digoxina a evitar por efeito pró-arrítmico.- Terapêutica inotrópica.- Transplante cardíaco (miocardite de células gigantes progressiva, miocardiopatia peri- parto).- Repouso físico.- Tratamento anti-arrítmico - bloqueadores beta, amiodarona, sotalol. - CDI – Doentes estáveis em fase crónica. - Terapêutica imunossupressora (ciclosporina/metilprednisolona) - Miocardite de células gigantes, miocardite eosinofílica, miocardite da sarcoidose, associada a doenças do colagénio e na miocardite refratária.- Anti-víricos e AINES sem benefício comprovado.
Seguimento
- Devido à persistente inflamação e à probabilidade de miocardiopatia dilatada - 3 meses, com necessidade de ecocardiogramas seriados.
MIOCARDIOPATIA RESTRITIVAMIOCARDIOPATIA RESTRITIVA
Caracterizada pela restrição do enchimento e do volume diastólico na presença de função sistólica dentro da normalidade.
Infiltrativa (intersticial/ celular) / Não infiltrativa
MIOCARDIOPATIA RESTRITIVAMIOCARDIOPATIA RESTRITIVA
Característica é a função diastólica anormal, que limita o débito cardíaco e Característica é a função diastólica anormal, que limita o débito cardíaco e eleva as pressões de enchimento, com pressões venosas persistentemente eleva as pressões de enchimento, com pressões venosas persistentemente elevadaselevadas
- Dispneia- Dispneia- Ortopneia / DPNOrtopneia / DPN- TosseTosse- Fadiga / Baixa capacidade funcionalFadiga / Baixa capacidade funcional- Anorexia / Dor abdominal Anorexia / Dor abdominal - Palpitações / Tonturas / SíncopePalpitações / Tonturas / Síncope
- Distensão venosa / Distensão venosa / TVJ + 45ºTVJ + 45º
- EdemasEdemas- Sinais Vitais - TaquicardiaSinais Vitais - Taquicardia - Taquipneia - Taquipneia - Pulso parvus- Pulso parvus- Auscultação Pulmonar - Crepitações Auscultação Pulmonar - Crepitações - Auscultação Cardíaca – Hipofonese global / S4 Auscultação Cardíaca – Hipofonese global / S4
MIOCARDIOPATIA RESTRITIVAMIOCARDIOPATIA RESTRITIVA
ECG - Baixa voltagem QRS - Alterações inespecíficas de ST-T - Taquicardia sinusal /FA - Perturbação da condução AV e intraventriculares
RX TóraxEcocardiograma - Paredes ventriculares espessadas - Diâmetro ventricular - N ou ↓ / Dilatação auricular - Função sistólica conservada - Estudo Doppler da função diastólica (alteração do relaxamento e padrão restritivo do enchimento)
Cateterismo cardíaco - Pressões diastólicas ventriculares elevadas e débito cardíaco reduzidoBiopsia endomiocárdica
MIOCARDIOPATIAS RESTRITIVAS PRIMÁRIASMIOCARDIOPATIAS RESTRITIVAS PRIMÁRIAS
Fibrose endomiocárdica - Doença progressiva, mortalidade aos 2 anos = 50% - Áreas tropicais - Adultos jovens - Granulações e fibrose subendocárdica - Bilateral (50%), VE (40%), VD (10%) - FA, insuficiência mitral, trombos endocavitários
Doença endomiocárdica eosinofílica (Endocardite de Loeffler´s) - Componente do síndrome hipereosinofílico - Espessamento do endocárdio e miocárdio subjacente - biventricular - Grandes trombos murais / Fenómenos tromboembólicos - Eosinofilia, envolvimento da medula óssea, rash cutâneo - Terapêutica convencional da IC com hipocoagulação + corticóides e hidroxiureia
Miocardiopatia restritiva idiopática - Diagnóstico de exclusão - AD / Miopatia periférica - Qualquer idade, prognóstico variável - Hipertrofia dos miócitos e fibrose - Parede ventricular pouco espessada, dilatação auricular significativa
MIOCARDIOPATIAS RESTRITIVAS SECUNDÁRIASMIOCARDIOPATIAS RESTRITIVAS SECUNDÁRIASAmiloidose Cardíaca - Infiltração intersticial- Forma primária (cadeias leves IG) frequentemente associada a mieloma múltiplo- Formas secundárias associadas a doenças inflamatórias crónicas, familiar e a forma senil (transtirretina –TTR) - Espessamento miocárdico significativo com padrão heterogénico- Disfunção diastólica / Arritmias / Hipotensão ortostática- Mau prognóstico, sobrevida média de 2 anos- Tratamento para os sintomas congestivos. Melphalan e corticóides na forma primária. Transplante hepático nas formas familiares
Sarcoidose - Doença sistémica / Granulomas não caseosos - Pulmonar, linfáticos, pele, baço, fígado, parótidas, miocárdio - 25% - Miocardiopatia restritiva, TV e BAV - Terapêutica convencional da IC + corticóides
Hemocromatose Hemocromatose - Primária – AR/ Secundária- Primária – AR/ Secundária - Envolvimento multi-orgânico (diabetes bronzeado, disfunção hepática) - Envolvimento multi-orgânico (diabetes bronzeado, disfunção hepática) - Restritiva inicialmente, evolui para uma forma dilatada- Restritiva inicialmente, evolui para uma forma dilatada - Arritmias frequentes- Arritmias frequentes - Flebotomias / Desferoxamina- Flebotomias / Desferoxamina
Doenças do GlicogénioDoenças do GlicogénioSíndrome CarcinóideCardite pós-radioterapia
MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICAMIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICADoença genética ADMutações dos genes das proteínas do sarcómeroPrevalência 0,2% (1/500)
Fisiopatologia - Hipertrofia miocárdica, com desarranjo estrutural dos miócitos e fibrose, condicionando um conjunto diverso de alterações funcionais (disfunção diastólica, movimento anterior da v.mitral, insuficiência mitral, obstrução subaórtica, isquemia miocárdica, taquidisritmias)
MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA - MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA - QUADRO CLÍNICO
- Maioria assintomáticos
- Dispneia (90%) / Angina (70%) / Fadiga / Síncope (20%) - ICC progressiva com remodeling e disfunção diatólica (10%)- Fibrilhação auricular
- Morte súbita - Pode ser a primeira manifestação da doença - Risco anual 2% - Causa mais comum de morte súbita nos jovens, incluindo atletas - Subgrupo de maior risco 6% ano (antecedentes de PC ou TV, história familiar de MS, síncope inexplicada, TVNM no Holter, resposta hipotensiva ao esforço, HVE extrema »30mm, mutações genéticas de alto risco)
- Impulso précordial sustentado duplo- Pulso biesférico- Sopro sistólico em diamante BEE / Sopro holossistólico ápex / S4
MCH - DIAGNÓSTICOMCH - DIAGNÓSTICO
ECG - Critérios de HVE 80% - Ondas Q 25% - BAV, PCIV - Inversão simétrica de T (MCH apical)
ETT - Hipertrofia miocárdica tipicamente » 15 mm, assimétrica, com envolvimento predominante do septo, podendo apresentar qualquer padrão difuso ou segmentar de envolvimento das paredes ventriculares - Gradiente subaórtico - Movimento sistólico anterior da válvula mitral - Insuficiência mitral
Baseado na evidência ecocardiográfica de hipertrofia ventricular, na ausência de outra doença cardíaca ou sistémica capaz de produzir a hipertrofia evidente
Classificação - Gradiente subaórtico basal Obstrutiva (>30 mm Hg) / Obstrutiva latente / Não obstrutiva (<30 mm Hg)
MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA - TRATAMENTOMIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA - TRATAMENTO
Doentes sintomáticos / MCH obstrutivaProibição da prática desportivaProfilaxia da endocardite bacteriana
Bloqueadores beta
Verapamil
Miotomia-miectomia de Morrow
Ablação septal alcoólica
Pacemaker de dupla-câmara
CDI - Doentes com PC prévia ou TV mantida (prevenção secundária) - Doentes com 2 ou + factores de risco (prevenção primária)
MIOCARDIOPATIA ARRITMOGÉNICA DO MIOCARDIOPATIA ARRITMOGÉNICA DO VENTRÍCULO DIREITOVENTRÍCULO DIREITO
Doença do miocárdio originalmente designada displasia arritmogénica do VD. Caracteriza-se pela substituição regional ou global do miocárdio por tecido adiposo e fibroso.Doença genética AD / AR Doença de Naxos.Uma das causas mais comum de MSC em jovensQuadro clínico dominado pelas disritmias ventriculares - TV monomórfica,e IC direita
Diagnóstico: ECG - PCIVD, onda épsilon, inversão de T V1-V3 ETT - Dilatação/Disfunção do VD RMN / Biopsia endomiocárdica
Terapêutica: CDI (prevenção secundária) Ablação / Sotalol Proibição da prática desportiva
DOENÇAS DO PERICÁRDIODOENÇAS DO PERICÁRDIO
Fisiologia Fisiologia
Limita a distensão das câmaras cardíacas Limita a distensão das câmaras cardíacas
Facilita interacção entre as câmaras cardíacasFacilita interacção entre as câmaras cardíacas
Previne a torção e deslocamentoPrevine a torção e deslocamento
Minimiza fricção e atritoMinimiza fricção e atrito
Barreira anatómica à infecçãoBarreira anatómica à infecção
DOENÇAS DO PERICÁRDIODOENÇAS DO PERICÁRDIO
Pericardite aguda (fibrinosa / exsudativa)Pericardite aguda (fibrinosa / exsudativa)Pericardite aguda recidivantePericardite aguda recidivante
Pericardite constritivaPericardite constritiva
Derrame pericárdicoDerrame pericárdico Tamponamento cardíacoTamponamento cardíaco
Tumores pericárdicosTumores pericárdicosDoenças congénitas Doenças congénitas
PERICARDITE AGUDA - ETIOLOGIAPERICARDITE AGUDA - ETIOLOGIA
Pericardite IdiopáticaPericardite Idiopática
Pericardite InfecciosaPericardite Infecciosa Vírica (coxsackievirus, echovirus, adenovirus, CMV, HIV)Vírica (coxsackievirus, echovirus, adenovirus, CMV, HIV)Bacteriana (Pneumococcus, Staphylococcus, Streptococcus, Legionellaa, M. tuberculosis) Bacteriana (Pneumococcus, Staphylococcus, Streptococcus, Legionellaa, M. tuberculosis) FungosFungos
Pericardite Não-InfecciosaPericardite Não-Infecciosa- Urémica- Urémica- Neoplásica- Neoplásica- Mixedema- Mixedema- Amiloidose- Amiloidose- Pós-radiaçãoPós-radiação
Pericardite Imune/HipersensibilidadePericardite Imune/Hipersensibilidade - Febre Reumática - Febre Reumática - Colagenoses (LES, AR, esclerodermia)- Colagenoses (LES, AR, esclerodermia)- Fármaco-induzida (ciclosporina, isoniazida, doxorrubicina, procainamida, fenitoína)Fármaco-induzida (ciclosporina, isoniazida, doxorrubicina, procainamida, fenitoína)- Pós-lesão cardíaca (pós-traumática, pós-pericardiotomia, pós-EAM - Síndrome de Dressler)Pós-lesão cardíaca (pós-traumática, pós-pericardiotomia, pós-EAM - Síndrome de Dressler)
PERICARDITE AGUDAPERICARDITE AGUDA
Dor torácica / Atrito pericárdico / Alterações ECGDor torácica / Atrito pericárdico / Alterações ECG
Adultos jovensAdultos jovensInfecção respiratória prévia (10-12 dias)Infecção respiratória prévia (10-12 dias)
DorDor - Aguda, intensa, retroesternal, precordial, horas, componente - Aguda, intensa, retroesternal, precordial, horas, componente pleurítico, alivia flexão troncopleurítico, alivia flexão tronco
Febre, mialgias e sintomas geraisFebre, mialgias e sintomas geraisPleurite e pneumonite associadaPleurite e pneumonite associada
Atrito pericárdicoAtrito pericárdico - BEE, som agudo, irregular - BEE, som agudo, irregular
Tamponamento CardíacoTamponamento CardíacoHipotensão / Taquicardia / Hipofonese / Elevação PVJ / Pulso paradoxal Hipotensão / Taquicardia / Hipofonese / Elevação PVJ / Pulso paradoxal
PERICARDITE AGUDAPERICARDITE AGUDAAnaliticamenteAnaliticamente - VS / Linfocitose / Troponina I (30-50%) - VS / Linfocitose / Troponina I (30-50%)
- Função renal / Função tiroideia
- Título sérico de anticorpos víricos / Marcadores HIV
- Sreening reumatológico
Alterações ECGAlterações ECG - Secundárias à pressão/inflamação subepicárdica - Secundárias à pressão/inflamação subepicárdica
- Supradesnivelamento côncavo de ST múltiplas derivações- Supradesnivelamento côncavo de ST múltiplas derivações
- Depressão PQ- Depressão PQ
- Baixa voltagem (DP)- Baixa voltagem (DP)
RX TóraxRX Tórax
Ecocardiograma Ecocardiograma - Espessamento pericárdico - Espessamento pericárdico
- Derrame pericárdico- Derrame pericárdico
PericardiocentesePericardiocentese - Tamponamento - Tamponamento
- Suspeita de pericardite neoplásica ou purulenta- Suspeita de pericardite neoplásica ou purulenta
- Pericardite recorrente - Pericardite recorrente
Biopsia pericárdicaBiopsia pericárdica - Tamponamentos recorrentes - Tamponamentos recorrentes
PERICARDITE AGUDAPERICARDITE AGUDA
TratamentoTratamento - AINE´s- AINE´s
( Ibuprofeno 400-800 mg 6-8 horas / Aspirina - 2/3 semanas)( Ibuprofeno 400-800 mg 6-8 horas / Aspirina - 2/3 semanas)
- Colchicina- Colchicina (pericardite recorrente)(pericardite recorrente)
- Corticóides- Corticóides (colagenoses, pericardite recorrente refratária)(colagenoses, pericardite recorrente refratária)
Ambulatório 2 semanas Ambulatório 2 semanas Excepto – Febre alta / Estado imunodeprimido / Hipocoagulação oral / Trauma / Excepto – Febre alta / Estado imunodeprimido / Hipocoagulação oral / Trauma / Miopericardite / Derrame pericárdico grande volumeMiopericardite / Derrame pericárdico grande volume
ComplicaçõesComplicações - Tamponamento - Tamponamento (15% - Neoplásica / Tuberculosa / Purulenta)(15% - Neoplásica / Tuberculosa / Purulenta)
- Pericardite recorrente- Pericardite recorrente (15-30% Pericardite Idiopática)(15-30% Pericardite Idiopática)
- Pericardite constritiva - Pericardite constritiva
DERRAME PERICÁRDICODERRAME PERICÁRDICO
Transudado (hidropericárdio – IC) / Exsudado / Hemopericárdio Transudado (hidropericárdio – IC) / Exsudado / Hemopericárdio
Grande volume – Neoplásica / Bacilar / Urémica / Mixedema Grande volume – Neoplásica / Bacilar / Urémica / Mixedema
Assintomáticos Assintomáticos
Manifestações da doença primáriaManifestações da doença primária
Associados a quadros de pericardite agudaAssociados a quadros de pericardite aguda
Quadro de pré ou tamponamento cardíacoQuadro de pré ou tamponamento cardíaco
ECG - Baixa voltagem / Alternância eléctricaECG - Baixa voltagem / Alternância eléctrica
ETT - DP ETT - DP (espaço livre de ecos / ligeiro (espaço livre de ecos / ligeiro < 10 mm / < 10 mm / moderado / grande volume moderado / grande volume > 20 mm> 20 mm))
Pericardiocentese - Fins diagnósticos (bioquímica geral, exame microbiológico, PCR, Pericardiocentese - Fins diagnósticos (bioquímica geral, exame microbiológico, PCR,
ADA, exame citológico e imunofenotipagem)ADA, exame citológico e imunofenotipagem)
TratamentoTratamento - AINE´S / Colchicina / Corticóides - Idiopáticos / Imunes/Inflamatórios - AINE´S / Colchicina / Corticóides - Idiopáticos / Imunes/Inflamatórios
- Tratamento etiológico específico - Tratamento etiológico específico
- Pericardiocentese - Derrames maiores de 20 mm- Pericardiocentese - Derrames maiores de 20 mm
- Derrames recorrentes - Pericardiocenteses de repetição / Esclerose / - Derrames recorrentes - Pericardiocenteses de repetição / Esclerose /
Cirurgia (Janela pericárdica / Pericardiectomia)Cirurgia (Janela pericárdica / Pericardiectomia)
DERRAME PERICÁRDICO E DERRAME PERICÁRDICO E TAMPONAMENTO CARDÍACOTAMPONAMENTO CARDÍACO
Tamponamento cardíacoTamponamento cardíaco
Fase de descompensação, com obstrução ao enchimento diastólico. Forma aguda, 300 ml Fase de descompensação, com obstrução ao enchimento diastólico. Forma aguda, 300 ml podem implicar aumento da pressão intrapericárdica e levar ao tamponamento.podem implicar aumento da pressão intrapericárdica e levar ao tamponamento.
Desconforto pré-cordial / Dispneia / Choque / Hipotensão arterial Desconforto pré-cordial / Dispneia / Choque / Hipotensão arterial
Aumento PVJ / Taquicardia / Pulso paradoxalAumento PVJ / Taquicardia / Pulso paradoxal
RX TóraxRX Tórax
Ecocardiograma Ecocardiograma - Colapso diastólico das câmaras direitas- Colapso diastólico das câmaras direitas
Emergência MédicaEmergência Médica - Pericardiocentese - Pericardiocentese
PERICARDITE CONSTRITIVAPERICARDITE CONSTRITIVA
Obliteração da cavidade pericárdica, com formação de tecido de Obliteração da cavidade pericárdica, com formação de tecido de granulação, fibrose e calcificações.granulação, fibrose e calcificações.
Pós pericardite aguda idiopática, pericardite vírica, pericardite Pós pericardite aguda idiopática, pericardite vírica, pericardite bacilar, urêmica, radioterapia, LES.bacilar, urêmica, radioterapia, LES.
Muitos casos indeterminada. Muitos casos indeterminada.
Espessamento e fibrose do pericárdio, levam à diminuição da Espessamento e fibrose do pericárdio, levam à diminuição da compliancecompliance ventricular e à dissociação com a pressão intra-torácicaventricular e à dissociação com a pressão intra-torácica
Restrição do enchimento ventricular, diminuição de débito cardíacoRestrição do enchimento ventricular, diminuição de débito cardíaco
Aumento das pressões diastólicas nas câmaras cardíacasAumento das pressões diastólicas nas câmaras cardíacas
PERICARDITE CONSTRITIVAPERICARDITE CONSTRITIVA
Evolução em meses/anosEvolução em meses/anos
Dispneia, fadiga, intolerância ao esforçoDispneia, fadiga, intolerância ao esforço
Anorexia, desconforto abdominalAnorexia, desconforto abdominal
Hipofonese sons cardíacosHipofonese sons cardíacos
Distensão venosa jugularDistensão venosa jugular
Sinal de KussmaulSinal de Kussmaul
Edemas periféricosEdemas periféricos
ECG - Baixa voltagem QRS / alterações não específicas da onda T / FA (1/3)ECG - Baixa voltagem QRS / alterações não específicas da onda T / FA (1/3)
RX Tórax - Calcificações pericárdicas (50%)RX Tórax - Calcificações pericárdicas (50%)
EcoDoppler / TAC Torácico / Cateterismo cardíaco EcoDoppler / TAC Torácico / Cateterismo cardíaco
Tratamento - DiuréticosTratamento - Diuréticos
- Pericardiectomia- Pericardiectomia
DOENÇAS DO PERICÁRDIODOENÇAS DO PERICÁRDIO
Tumores pericárdicosTumores pericárdicos Primários - Mesotelioma / FibrosarcomaPrimários - Mesotelioma / Fibrosarcoma
Metástases - Pulmão / Mama / Melanoma / Linfoma / LeucemiaMetástases - Pulmão / Mama / Melanoma / Linfoma / Leucemia
Doenças congénitasDoenças congénitasQuistos pericárdicosQuistos pericárdicos
Ausência ou parcial ausência do pericárdioAusência ou parcial ausência do pericárdio
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