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anotações sobre colagem e apropriações na história da Arte
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Ctrl+V Apropriações e colagens
1913
1863
1917
ÉDOUARD MANET Almoço na relva, 1863, óleo s/ tela, 81 x 101 cm, Musée d´Orsay
No Almoço..., Manet se baseou em
obras antigas, entre elas se destaca
um detalhe de um Sarcófago romano
com figuras fluviais, uma gravura de
Marco Antonio Raimondi baseado em
um quadro desaparecido de Rafael
sobre o Julgamento de Paris, e o
quadro Concerto campestre, atribuido
inicialmente a Giorgione, depois a
Tiziano ou, conforme uma hipótese,
que tenha sido iniciado por Giorgione
e terminado por Tiziano. A modelo que
posou para Olympia e Almoço... foi
Victorine Meurent.
Podemos perceber que este recurso de visitar obras
já existentes não é uma característica apenas da
Arte Moderna.
Além desta constatação também é possível
perceber alguns índices da ruptura representada
pela Olympia quanto ao tratamento da
representação do nú feminino reclinado. A mulher
representada assume uma postura cada vez mais
“ativa”. Também ocorre uma revolução no
tratamento dos volumes, cores e contornos da
figura. Olympia deixa de ser um nú anônimo para se
tornar uma figura provocadora tanto dos valores
sociais quanto das concepções de pintura.
Cabanel
o nascimento da vênus 1863
ÉDOUARD MANET
Olympia 1863
óleo s/tela
130 x 190
Musée dOrsay
GIORGIONE Vênus Adormecida 1510
Pinacoteca dos Mestres Antigos (Gemäldegalerie Alte Meister). Dresden, Alemanha
Na ala Gottfried Semper do palácio Zwinger. Foi terminado por Tiziano
TIZIANO Vênus de Urbino 1538 -119x165- Galleria degli Uffizi- Florença
ÉDOUARD MANET Olympia 1863 óleo s/tela 130 x 190 Musée dOrsay
CUBISMO
BRAQUE
PICASSO
1912
COLAGEM
DADA
SURREALISMO
Fotocolagem
Objeto trouvé
READY MADE
MARCEL DUCHAMP
A FONTE 1917
POP ART
Apropriações de imagens
de outras mídias( HQ,
JORNAIS, OBJETOS
INDUSTRIAIS)
MATISSE
Série JAZZ
DAVID HOCKNEY
Fotocolagens
FRANK STELLA
Pinturas objetos
Robert Rauschenberg
(Pinturas combinadas)
Richard Hamilton
Roy Lichtenstein
Andy Warhol
ASSEMBLAGE
Jean Dubuffet
1953
DANIEL SENISE VIK MUNIZ
JEFF KOONS
Collage
Max Ernst 1918
Merzbau
Kurt Schwiters 1920
Outros artistas
Segundo Tadeu Chiarelli[1], “uma das características mais marcantes da produção artística dos últimos anos é o citacionismo”, isto é, a produção de imagens através da utilização de imagens preexistentes, tais como obras de arte (de qualquer época), história em quadrinhos, cinema, televisão, ou qualquer outro meio de produção de imagens. Ao contrário da visão modernista, a visão de mundo do pós-moderno exige um olhar retrospectivo ao universo das imagens já produzidas. Estas imagens são usadas como referência para a produção de novas obras.
A produção de textos, visuais ou outros, em diálogo com textos anteriores, é característica de um grande contingente de artistas nacionais e estrangeiros. Segundo Chiarelli, na maioria destes artistas “(...) percebe-se muitas vezes que a opção pela “volta ao museu” se deu a partir de uma sensação de impossibilidade de prosseguir trilhando os caminhos da arte moderna, presa à tarefa de buscar sempre o Novo e o Original. Sente-se neles, muitas vezes, a consciência do fim definitivo das vanguardas e, mais ainda, a consciência do falimento da noção de arte como atividade transformadora, capaz de mudar a face do mundo.”
[1] No texto “Considerações sobre o uso de imagens de segunda geração na arte contemporânea”. Imagens de Segunda Geração, São Paulo, MAC/USP, set/ out. 1987.
ROSSI, Maria Helena Wagner. Intertextualidade, releitura, citação, apropriação,
imagens de segunda geração... Disciplina: Evolução das artes visuais.UCS
Em 1999 o Museu de Orsay, Paris, realizou uma exposição
intitulada: VAN GOGH-MILLET: UMA RELAÇÃO OBCESSIVA
Van Gogh considerava a Millet uma referência e estudou seus
quadros até o fim de sua vida. Acreditava que copiar um motivo
de um quadro de outro artista permitia criar uma obra nova.
Picasso foi outro artista que estudou várias obras da história da
pintura.
1850 1881 O Semeador
PABLO PICASSO
Demoiselles d’Avignon
1907
Obra que marca o início
do cubismo
COLAGEM E CUBISMO
A COLAGEM surge na 3ªfase do Cubismo, a SINTÉTICA
Guillaume Apollinaire, em Méditations esthétiques. Les
peintres cubistes de 1913, estabeleceu uma tipologia para o
Cubismo: científico, órfico e instintivo. Também se utilizou
a classificação: fase analítica (da observação a
desconstrução da realidade, resultando um conjunto de
planos indecifráveis) , fase hermética(aparecem detalhes
figurativos e esquematizados, sugerindo os objetos.
Também aparecem de caracteres de imprensa, letras ou
madeira sugerindo partes de instrumentos,
e fase sintética.
A COLAGEM surge primeiro com Braque, a partir do Papier
collé. A COLAGEM incorpora à arte um fragmento da vida.
Esta união entre arte e vida nunca havia ocorrido antes.
Inaugura-se uma série de técnicas que provocam a revisão
do ato de pintar. Além de pintar, também junta-se, cola-se
abrindo caminho para a tridimensionalidade. Além do pincel,
usa-se a tesoura, a cola e depois pregos e solda. Os
materiais se descontextualizam e adquirem outras
características.
Pode-se relacionar a Colagem Cubista com o Ready
made de Duchamp.
PICASSO, Guitarre, verre, boutelle de Vieux-Marc, 1913
PICASSO
Diego Rodríguez de Silva y
VELÁZQUEZ Las Meninas
1656-57 3,18 x 2,76 m
Óleo s/ tela Museo del Prado,
Madrid
Na pintura de Velazquez, no espelho da parede se refletem o rei Felipe IV e a rainha Mariana de Austria que são o tema da pintura
que o artista está trabalhando. Aparece a princesa olhando seus pais e rodeada de ajudantes e o cão da família. La Infanta
Margarita (no centro) rodeada de Isabel Velasco e Agustina Sarmiento (las meninas), na parte direita do quadro, os anões María
Bárbola e Nicolás Pertusato, este último brincando com o mastín a seus pés. Atrás deles estão Marcela de Ulloa e um personagem
não identificado. No fundo, no ponto de perspectiva da composição, aparece Don José Nieto no umbral da porta. Por último, quase
na penumbra aparece o pintor atrás de sua tela. Ver: Ensaio de Michel Foucault em As Palavras e as Coisas
Las meninas de PICASSO
PABLO PICASSO Guitarra 1913
Cabeça de
touro, 1943.
PABLO
PICASSO
Guitarra 1913
EM DIREÇÃO AO CAMPO AMPLIADO
Uma infinidade de trabalhos e atividades-
(Instalações, happenings e land art )que não são pinturas,
desenhos ou esculturas- podem ser encarados como uma
radicalização da discussão sobre a eliminação do quadro como
suporte, cujas origens são o papier collé cubista, o ready-made
de Duchamp e o objet trouvé surrealista.
Substituir a pintura pelo objeto é desnaturar a
linguagem pictórica, gerando ou a total eliminação da figura(?) ou
mesmo a eliminação da linguagem, de forma que cada obra
criasse seu próprio código. Exemplo disso é o Merzbau de
Schwitters, cuja intenção era fazer uma obra não planejada e
interminável, que adquiriria sentido e forma final apenas com a
morte do artista.
KURT SCHWITTERS
construção para
mulheres nobres
1919
DADÁ:
O dadaísmo apresenta-se como um movimento de crítica cultural, que interpela
não somente as artes mas modelos culturais, passados e presentes. Trata-se
de um movimento radical de contestação de valores que utilizou variados
canais de expressão: revistas, manifestos, exposições, entre outros. O termo
dada é encontrado "por acaso" numa consulta a um dicionário francês. "Cavalo
de brinquedo", sentido original da palavra,
não guarda relação direta, nem necessária,
com bandeiras ou programas, daí o seu valor:
sinaliza uma escolha aleatória (princípio central
da criação para os dadaístas), contrariando
qualquer sentido de eleição racional
Roda de bicicleta-1912
MARCEL DUCHAMP
A Fonte, 1917
READY MADE
Arranjada para sair, 1936 HANNAH-HOCH,
O corte com a faca do pastel, 1919
RAOUL HAUSMANN
Dada vencerá 1920 Tatlin em casa, 1920
SCHWITTERS, casa Merz,
1920
SURREALISMO
(...) Colagens e assemblages , montadas com base em materiais heterogêneos,
expressam a lógica de produção surrealista, amparada na idéia de acaso e de
escolha aleatória, princípios centrais de criação para os dadaístas. A célebre frase de
Lautréamont é emblemática dessa direção dos experimentos surrealistas: "belo
como o encontro casual entre uma máquina de costura e um guarda-chuva numa
mesa de dissecção". A sugestão do escritor se faz notar na justaposição de objetos
desconexos e nas associações à primeira vista impossíveis que particularizam as
colagens e objetos surrealistas.
Que dizer de um ferro de
passar cheio de pregos,
de uma xícara de chá coberta
de peles ou de uma bola
suspensa por corda de
violino?
O Camarão Telefone, 1936 –
literalmente um aparelho
telefônico com um grande
camarão rosado posto sobre
ele - de Salvador Dalí
(1904 - 1989), é um dos
muitos exemplos das
apropriações surrealistas.
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3182
TATLIN, Relief
A partir dos “RELEVOS”, Tatlin
passou a produzir os “CONTRA-
RELEVOS”, os quais são construídos
e apoiados na arquitetura do
ambiente onde são expostos.
TATLIN contra relevo de canto
RICHARD
HAMILTON
O que exatamente
torna os lares de
hoje tão diferentes,
tão atraentes?"
1956
TOM WESSELMANN Natureza morta
TOM WESSELMANN
grande nu americano 50
1963
ROY LICHTENSTEIN – Nos levantamos lentamente..., 1964
ROBERT RAUSCHENBERG Monogram 1955-59 Nas “pinturas combinadas” o artista leva adiante noções de colagem
entre imagens e objetos diferentes, algo que será radicalizado na Arte contemporânea.
JEAN MICHAEL BASQUIAT KEITH HARRING
A obra destes artistas apresenta influências do grafitti. Característico no grafitti são os cadernos de anotação, que registram desenhos de vários
Grafiteiros, não raro desenhados sobre outras superfícies e colados (lambe lambe)
MATISSE
Jazz Na série Jazz, Matisse
Utiliza papéis pintados e
recortados, os quais são
colados uns sobre os outros.
Neste trabalho Matisse
aproxima desenho e pintura
através da combinação da
linha recortada sobre a cor.
MATISSE
Tristeza do rei 1952
Icaro 1943
O cavalo, o ginete e o palhaço. 1947
DAVID HOCKNEY
fotocollage
Mesa de despacho, 1984
Hockney, Pearblossom, 1986
FRANK STELLA
FRANK STELLA
kastura
FRANK
STELLA
to prince Edward
FRANK STELLA
JEFF KOONS nestas pinturas, diferentes imagens são agrupadas no
computador e depois pintadas por uma equipe de auxiliares.
JEFF KOONS Sino da liberdade 2007
DAVE MCKEAN ver: capas da HQ Sandman, filme The Mirror mask,
http://www.mckean-art.co.uk/
ADIR SODRÉ almoço na relva1988
ALFREDO NICOLAIEWSKY
Em “Mistura Fina” o artista
combina imagens populares e
eruditas.
as santinhas1995
DANIEL SENISE
NUNO RAMOS st1992.jpg
VIK MUNIZ
VIK MUNIZ
Marat (Sebastião) da série
Pictures of Garbage, 2008 -
impressão digital, 129,5 x
101,6 cm
VIK MUNIZ
ShoeShineBoy
after Lewis Hine
rebus series 2004
VIK MUNIZ
esqueci como se voa
VIK MUNIZ
valentine
the sugar children series
1996
Em “Crianças do Açúcar”, Muniz
fotografou os filhos dos
operários que trabalhavam em
uma plantação de açúcar em St.
Kitts. Depois, em Nova York, ele
copiou os instantâneos das
crianças fotografando diferentes
tipos de açúcar sobre papel
preto.
VIK MUNIZ Waterlilies after Monet Pictures of Magazines 2005
A representação do espaço na pintura
-A casa e a arquitetura.
-Em torno de três eixos:
Espaço da Memória, Espaço Histórico e Espaço Estético
O Espaço da Memória. Diz respeito ao universo íntimo do artista, àquelas imagens que
o cercam e que são referências pessoais, afetivas. Imagens que desencadeiam novas
imagens. Imagens que deverão ser transferidas para o campo da pintura e transmutadas.
MARILICE CORONA Em que sentido em que sentido acrilica stela tríptico. 120x300 2000
O Espaço Histórico: nele ocorre o diálogo com a história da pintura e suas
convenções. Revisitar a história permite a formulação de novas perguntas e o resgate
de imagens ou motivos representacionais.
Arquitetura padrão acrílica s/ t 200x300 2000
O Espaço Estético: seria a zona de confronto e de revisão dos discursos pictóricos.
Espaço de alusão à antinomia “ilusão-planaridade”. Este espaço é o de contextualização,
entendimento e discussão sobre os discursos da pintura contemporânea.
“Costumo dizer que cada eixo, isoladamente, não faz a obra. É preciso que haja o
entrecruzamento dos três. Ao sistematizar meu processo de trabalho, dei-me conta que
este ‘esquema’ poderia servir para abordar, quase que de forma geral e, didaticamente,
como se constrói o trabalho artístico. “
CORONA, Marilice. Revista AS PARTES nº2- pg6- P.Alegre. Revista da Atelier Livre da
Prefeitura de Porto Alegre: 2007.
DAREL VALENÇA LINS
O amigo de Degas. Colagem(
ao alto) e o desenho. 1985
Nestes dois retratos da artista Beatriz
Milhazes o artista LUIZ ZERBINI mistura
fotos, imagens de pintura corporal dos
índios Kadiweu e referências da pintura
da própria artista.
ERIC FISCHL
CRISTINA CANALE st 140x165 acrílica s/tela
CRISTINA CANALE st 110x145 acrílica s/tela
BIBLIOGRAFIA
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
BECKETT, Wendy. História da Pintura. São Paulo: Ática, 1997
CORONA, Marilice. Revista AS PARTES nº2- pg6- P.Alegre. Revista da Atelier Livre da
Prefeitura de Porto Alegre: 2007.
DA SILVA, Gladys Neves. ARQUITETURA & COLLAGE: um catálogo de obras
relevantes do século XX. Dissertação de Mestrado. UFRGS. 2005.
GREENBERG, Clement. A revolução da colagem em Greenberg e o debate critico. Rio
de Janeiro, . Zahar, 1998.
KRAUSS, Rosalind E. Os papéis de Picasso. Editora Iluminuras Ltda, 2006
PERLOFF, Marjorie. A invenção da colagem em O Momento Futurista, Edusp.São
Paulo, 1996.
ROSSI, Maria Helena Wagner. Intertextualidade, releitura, citação, apropriação,
imagens de segunda geração... Disciplina: Evolução das artes visuais.UCS
STANGOS, Nikos. Conceitos de Arte Moderna.Rio de Janeiro:Jorge Zahar Editor, 1991
TASSINARI, Alberto. Generalizando a colagem em o Espaço Moderno. Cosac &
Naify,São Paulo,2002.
VIEIRA DA CUNHA, Susana Rangel. 5ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul/ Ação
Educativa. Encontro com professores/as. Faculdade de Educação – UFRGS, 2005.
PROJETO PEDAGÓGICO DA 6ª EDIÇÃO DA BIENAL DO MERCOSUL, ENCONTRO
DE FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES, 2007.
WALTHER, Ingo F. (org.). Obras primas da pintura ocidental. Lisboa: Taschen, 2002.
SITES
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termo
s_texto&cd_verbete=3182 http://sobrearte.blog.com/2008/9/
www.spanisharts.com
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp497.asp
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