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Universidade Federal de Pernambuco - Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologias na Educação 1
Comunicação Gráfica em Interfaces de Hipermídia de Educação a Distância via WEB
Taciana Burgosi (UFRN)
Resumo: O estudo tem como objetivo discutir a comunicação gráfica de leiautes de hipermídia de interfaces de Educação a Distância via Internet, pela necessidade de termos que construir interfaces para diferentes cursos e públicos. Nessa análise apresentamos os atributos de usabilidade dos elementos de hipermídia que compõem as interfaces de EaD e como resultados apresentamos o Design Virtual de Aprendizagem que representa a proposição de interface em sua estrutura base de usabilidade e navegabilidade. Palavras-chave: comunicação hipermídia, interatividade hipermídia, Educação a Distância Abstract: The study it has as objective to argue the graphical communication of layout of hypermedia of interfaces of Education in the distance it saw Internet, for the necessity to construct to interfaces for different courses and public. In this analysis we present the attributes of usability of the hypermedia elements that compose the interfaces of EaD and as resulted we present the Virtual Design of Learning that represents the proposal of interface in its structure base of usability and navigability. Palavras-chave: communication hypermedia, interactivity hypermedia, Distance Education
Introdução
Na Internet, as práticas de Educação a Distância se fazem em plataformas,
denominadas Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA, cuja interface converge
elementos diversos, como hipertexto virtual, som, vídeo, imagem, animação, cor,
som, gráficos vetoriais, hiperlinks e ícones. Um AVA corresponde, de certo modo,
ao espaço tradicional da sala de aula, no qual o aluno/cursista interage com o
professor/tutor e demais colegas, como também acessa o conteúdo ministrado e
realiza atividades via interface de hipermídia. Por outro lado, qualquer elemento
de hipermídia que se apresente inoperante, ou que possua um significado
desconhecido ou dúbio, compromete a usabilidade do AVA e, por conseqüência, as
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ações de leitura, identificação de conteúdos e postagem de atividades. Podemos
comparar essa interatividade com a leitura tradicional de um livro, cujo projeto
gráfico (capa, paginação, sumário, notas de rodapé, ilustrações, ícones, glossário,
gramatura e cor do papel, corpo e modelo de família tipográfica, espaço
entrelinhas) pode vir a auxiliar ou prejudicar a compreensão do seu conteúdo.
O desenho gráfico da interface para um AVA é dimensionado em função da
arquitetura da informação, do perfil dos suportes de interação e dos sistemas de
avaliação específicos para seu propósito educacional e curricular. Assim, para a
composição do leiaute, o designer transpõe em forma de comunicação visual a
informação educativa que irá fazer parte do desenho da interface de hipermídia de
EaD. Essa informação é convergida em elementos de hipermídia, e o resultado
deve transmitir uma devida usabilidade ao AVA, de modo que o público escolar a
que é destinado obtenha a máxima comunicabilidade com o conteúdo educacional.
Para isso, é importante que os profissionais responsáveis pelo desenho gráfico
da interface do AVA considerem alguns atributos, tais como, uma navegação
intuitiva que permita a localização dos conteúdos de forma rápida e sensorial, que
as imagens fixas ou em movimento tenham relação com o assunto apresentado, e
que os vídeos tragam informações complementares ao que está sendo estudado.
Esses recursos integram estratégias que precisam estar perfeitamente conectadas
com os contextos do projeto de curso e a formação cultural dos participantes, já
que o AVA é um meio possível de propiciar a co-autoria, a participação e a troca de
informações, que são os fundamentos da interatividade.
Entendemos que uma interface de hipermídia para ensino-aprendizagem deve
acionar em seus alunos/cursistas conhecimentos prévios e, para isso, apresentamos
o Design Virtual de Aprendizagem - DVA. Uma proposta de composição gráfica
fundamentada em atributos de usabilidade e na reunião de elementos de
hipermídia, presentes na interface gráfica dos portais de comércio eletrônico e de
notícias, uma vez que eles apresentam desenhos de arquitetura externa e são
utilizados por diferentes nichos de cursistas. Com a nossa proposição na forma do
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DVA, defendemos que será possível aplicar, com uma usabilidade adequada, a
comunicação gráfica e a tecnologia computacional no contexto escolar.
Os atributos de usabilidade da interface de hipermídia
Definimos o termo hipermídia como um sistema ou interface
computacional virtual ou digital, formada por linguagens verbais e não-verbais,
convergidas em hipertextos virtuais, cores, sons, animações, gráficos vetoriais,
imagens, vídeos, hiperlinks e ícones, que se interconectam interativamente e
promovem uma navegação não-linear.
A interface de hipermídia está presente nas mídias móveis, nos jogos, nos
portais de comércio eletrônico e de notícias, como em Ambientes Virtuais de
Aprendizagem. Seu uso na Internet revela inúmeras experimentações, porém, os
atributos de usabilidade estabelecidos até então são direcionados, em sua grande
maioria, para interfaces de comércio eletrônico e de notícias, já que são os tipos
de páginas virtuais mais antigas e populares na web. É através de suas experiências
com esses ambientes, que os cursistas de EaD costumam adquirir seus letramentos
digitais e virtuais, que serão acionados posteriormente, como competências e
habilidades prévias, ao eles estiverem participando de uma atividade de formação
ou capacitação mediada por AVA.
Devemos compreender que uma interface de hipermídia é, acima de tudo,
um meio de comunicação e que, para cumprir seu papel, precisa transmitir para
seu público a mensagem de maneira eficaz, de acordo com o seu objetivo de uso e
comunicação. Visando a essas metas, são empregados os atributos de usabilidade,
que são parâmetros ergonômicos para aplicação de ferramentas, mídias e
tecnologias, que foram testadas e determinadas, visando gerar acessibilidade e
comunicabilidade. A aplicação de atributos de usabilidade reduziu elimina a
possibilidade de erro que um cursista terá ao utilizar uma interface de hipermídia.
Para Krug (2006) criar um novo modelo de atributo de usabilidade em
substituição aos já existentes, como um redesenho de hiperlink, de ícone ou
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seqüência de hipertexto virtual, só é recomendável se ele for suficientemente
auto-explicativo, de forma a não exigir muito esforço dos cursistas para entender,
navegar e intercambiar dados, ou se for uma idéia que acrescente valor a sua
experiência.
Com vistas ao aprofundamento sobre a comunicação gráfica a interface de
hipermídia, apresentaremos a seguir, seus os atributos de usabilidade,
considerando os aspectos da navegabilidade e comunicabilidade.
Hipertexto virtual: ser aplicado em tipografia não serifada; corpo de sua
fonte entre 10 e 12 pontos; integrar os vídeos como legendas ou
transcrição do áudio; ser empregado no máximo duas famílias
tipográficas; apresentar variação entre caixa alta e baixa; itálico e/ou
negrito somente para destaques e citações; evitar efeitos intermitentes
de brilho e luminosidade, não aplicar hifenizações; os textos devem
somar até vinte linhas e ser subdivididos em parágrafos com até cinco
linhas; os parágrafos devem ser alinhados à esquerda e conter espaço
duplo em si; cada linha de parágrafo deve ser formada pelo mínimo de
quarenta caracteres; quando adicionados a gráficos vetoriais devem
apresentar o mesmo padrão semântico; todos os textos devem
acompanhar hiperlinks para sua ampliação e impressão; indicar o
tamanho e o formato do arquivo para download e acompanhar
marcadores ALT (BURGOS,T.L. 2006; NIELSEN, 1995; NIEMEYER, 2003;
RADFAHRER, 1995).
Cor: manter a relação semântica com o conteúdo abordado; destacar
itens e áreas temáticas; para marcador em barras de menu para os
hiperlinks acessados e não acessados; para demarcar grupos temáticos;
as cores quentes são apenas para marcadores e as neutras para os planos
de fundo; máximo de duas cores para as famílias tipográficas, uma para o
título e outra para o corpo do texto; não devem reduzir a função de um
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elemento de hipermídia; não devem gerar fadiga vibrações, ilusões de
sombras e imagens sobrepostas - azul próximo ao vermelho, contraste
entre vermelho-verde, azul-amarelo, verde-azul e vermelho-azul –
(FARINA, 2002; KRUG, 2006; PARIZOTTO, 1997).
Ícone: manter a relação semântica com o conteúdo abordado;
representar signos comuns aos leitores; conter o mesmo padrão de estilo
gráfico e cromático; seu desenho deve ampliar o significado do
hipertexto virtual; possuir aparência simplificada; acompanhar marcador
ALT e rótulos; funcionar como recurso alternativo à barra de menu; ser
legível em ampliações e reduções da interface; apresentar animação
apenas para itens de destaque; não conter som; possuir diferenciação
cromática quando aplicados como botões (DIAS, 2007; KRUG, 2006;
ROBERTSON 1993).
Hiperlink: seu texto deve ser formado por palavra em negrito, sublinhada
e na cor azul royal, vermelho para rollover e roxo quando já acessada;
hiperlinks em itálico apenas quando este estiver no corpo do texto;
acompanhar rótulo quando em forma de ícone; conter animações só na
ocasião em que necessite destaque; reunir hipertexto virtual, cor e
elementos gráficos; ser aplicado na barra de menu no formato
breadcrumb e abas; acompanhar marcador ALT; ser visível em todas as
páginas (BURGOS,T.L. 2006; KRUG, 2006; NIELSEN, 2003; PINHO, 2000).
Animação: manter relação semântica com o conteúdo abordado; ser
diferenciada graficamente dos anúncios publicitários; ilustrar downloads
como barra carregamento progressivo; sua reprodução não deve solicitar
a instalação de plugins; não de apresentar reprodução intermitente; deve
acompanhar hiperlink para uma nova reprodução e para interrupção;
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apresentar ausência de som; não ser empregada em logotipo, slogan ou
como título principal (KRUG, 2006; NIELSEN, 2003-2005; SAUCIER, 2000).
Som: manter relação semântica com o conteúdo abordado; indicar erro,
ações de sistema e solicitações de permissões; sinalizar o acionamento e
finalização de tarefas e downloads; identificar a inicialização e
encerramento de softwares/sistemas operacionais; sinalizar a abertura,
maximização, minimização e fechamento de janelas; deve integrar os
botões liga, desliga,volume, avanço e regresso quando em players (KRUG,
2006; NIELSEN, 2003-2005; ROBERTSON, 2003).
Vídeo: manter relação semântica com o conteúdo abordado; acompanhar
recursos interativos para o uso de webcam; descrever o formato e o
tamanho do arquivo para download; apresentar controles de avanço e
regresso; ser legendado; ser disponibilizado em diferentes extensões; seu
roteiro deve ser adaptado para a web; os conteúdos dever ter até cinco
minutos de duração; cada arquivo deve ter entre 20 a 30mb de tamanho
para que as imagens não se pixelizem; carregamento do arquivo em
buffer (AVILA, 2004; LINDSTROM, 1995; LYNCH E HORTON 2002; NIELSEN,
2003-2005).
Imagens (fotografias): manter relação semântica com o conteúdo
abordado; acompanhar legendas; apresentar formato GIF, JPEG, PNG ou
TIFF; não ser aplicada como plano de fundo; garantir legibilidade entre as
imagens em primeiro plano e a cor do leiaute; acompanhar marcadores
ALT; não comprometer o carregamento da página; não ser aplicada como
ícone; ampliar o significado do texto; manter alinhamento à esquerda;
não acompanhar som; possuir resolução entre 72dpi a 100dpi; compor
uma narrativa quando em slideshow (CARRION, 2008; MCCLURG-
GENEVESE, 2005; NIELSEN, 2005).
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Gráficos vetoriais: manter relação semântica com o conteúdo abordado;
ser empregado para destacar de áreas temáticas e de plano de fundo; ser
adicionado como marcadores de seções e nos hiperlinks; para o desenho
de ícones; em elementos de plano de fundo deve ser acompanhado por
marcador ALT (CARRION, 2008; DONDIS, 1997; MULLET E SANO 1995).
Leiaute: manter relação semântica com o conteúdo abordado; empregar
os padrões de organização e composição dos elementos visuais hierarquia
da informação, foco e ênfase, estrutura e equilíbrio, relação de
elementos e unidade de integração; evitar conter rolagem horizontal;
apresentar no máximo duas dobras (rolagens); integrar aplicativos de
interação - fórum, sala de bate-papo, etc. (CARRION, 2008; DONDIS,
1997; MULLET E SANO 1995).
O Design Virtual de Aprendizagem: composição e encaminhamentos
O Design Virtual de Aprendizagem – DVA é um modelo de desenho de
hipermídia que se propõe a estabelecer uma arquitetura mínima de usabilidade,
navegabilidade, e comunicabilidade para o desenvolvimento de leiautes virtuais de
Ambientes Virtuais de Aprendizagem.
O objetivo do Design Virtual de Aprendizagem é promover a construção de
leiautes virtuais que possibilitem um AVA no qual cursistas, tutores e conteúdo
estabeleçam uma interação e interatividade ergonômicas. Enquanto os tipos de
design Instrucional, Educacional, Baseado em Sistemas e Pedagógico se expressam
de forma superficial quando o assunto é o planejamento gráfico dos AVA, o Design
Virtual de Aprendizagem se volta inteiramente para essa questão, já que a
interatividade entre cursistas, tutores e conteúdo está intimamente relacionada à
usabilidade da interface, como também para a aplicação, nomeação e disposição
de um item gráfico ou de conteúdo.
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As interfaces de materiais educacionais digitais devem estar contextualizadas na cultura do cursista, tanto em relação aos aspectos gráficos e ergonômicos quanto a respeito da lógica aplicada à organização do conteúdo e estrutura interativa. O aluno deve ter a oportunidade de percorrer livremente o material educacional digital de uma maneira não linear, conforme a lógica que estiver construindo em cada momento. O equilíbrio entre os fatores técnicos, gráficos e pedagógicos apoiará a interatividade entre aluno e material educacional digital, assim como também a interação entre aluno-aluno-professor. Deve-se ultrapassar os limites de um design ilustrativo, possibilitando que o aluno encontre a liberdade pra vencer a pressão do pensamento meramente racional e buscar o equilíbrio entre sentir, agir e construir(BEHAR,2009. p. 35).
O DVA reúne em sua interface de hipermídia os seguintes elementos:
Elementos de Composição de Hipermídia: aplicação dos sete
componentes próprios da hipermídia (cor, som, animação, imagem,
vídeo, gráficos vetoriais, hipertexto virtual);
Elementos de Navegação: aplicação de hiperlinks e ícones;
Áreas de Focagem Visual: distribuição dos elementos de composição de
hipermídia e de navegação entre os cinco pontos de focagem visual da
interface virtual (BURGOS,T.L; 2006).
Figura 1: Áreas de focagem visual.
Fonte: biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/19125423.html
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No que se refere à organização e à composição dos elementos visuais de uma
interface gráfica de hipermídia, nossa proposta de Design Virtual de Aprendizagem
leva em conta os cinco padrões de organização e de composição dos elementos
visuais, conforme apresentados por Mullet e Sano (1995). Os padrões são os
seguintes:
a) Hierarquia da informação: compreende, primeiramente, a demarcação
das cinco áreas de focagem visual, para em seguida, haver a aplicação dos
“Elementos de Navegação” e de “Composição de Hipermídia”, a partir da
convergência da arquitetura típica dos portais de notícia e de comércio eletrônico.
Esta proposição, busca transpor para o ambiente de aprendizagem virtual
letramentos já adquiridos pelos cursistas e tutores que utilizarem o ambiente.
Reunir elementos de interação, de interatividade e de hipermídia, já
previamente conhecidos, lhes permite interagir com um leiaute familiar, uma vez
que o desenho
Tem um papel importante em um projeto, pois ele influencia a maneira como o cursista sente e entende a informação que se deseja comunicar. A informação visual comunica de modo não verbal e pode incluir sinais emocionais que motivem, dirijam, ou distraiam o cursista, de modo que a forma como a informação é organizada em uma página possa fazer a diferença entre comunicar uma mensagem, ou não, ou, ainda, deixar perplexo o cursista com a mensagem informada (Cybis, 1997, p. 53).
b) Foco e ênfase: no Design Virtual de Aprendizagem esse item é
representado pelos itens “Áreas de Focagem Visual” e “Elementos de Composição
de Hipermídia”, nos quais as cinco áreas de focagem visual correspondem à junção
do sentido ocidental de leitura e o ponto de ênfase central típico dos monitores de
TV. Após a distribuição do conteúdo, em meio a estes cinco pontos de focagem,
pode-se estabelecer outras áreas de ênfase a partir da geração de um destaque
comunicativo, concedido pela ampliação ou adição do uso de “Elementos de
Composição de Hipermídia”, como as cores, os sons, as animações, os gráficos
vetoriais, as imagens em hiperlinks, os hipertextos, os ícones, as ferramenta(s) de
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interatividade (áreas de entrada e saída do sistema, áreas para fixação do
conteúdo programático e postagem de atividades, caixa de busca, mapa do sítio,
players de áudio e vídeo), ferramenta(s) de interação (áreas de fóruns de
discussão, e-mail, podcast, tags, videoconferência e áudio-conferência).
c) Estrutura e equilíbrio: estão presentes no DVA através do item
“Elementos de Composição de Hipermídia”, já que neste item a distribuição do
conteúdo é pensada a partir do seu desenho gráfico. A aplicação de cada elemento
de composição de hipermídia está aliada aos princípios do design e da percepção
visual, tais como: a) Proximidade e alinhamento; b) Equilíbrio, proporção e
simetria; c) Contrastes, cores e brancos: d) Ordem, consistência e repetição; e)
Simplificação; f) Legibilidade e g) Integração. (DONDIS, 1997; RADFAHRER, 1998).
d) Relação de elementos: a utilização dos “Elementos de Composição de
Hipermídia”, isolados ou convergidos referem-se a este item, já que o conceito do
DVA em detrimento do perfil dos cursistas ou tutores pode enfatizar a utilização de
combinações entre elementos ou a sua adição em meio às ferramentas de interação
e interatividade.
e) Unidade de integração: os “Elementos de Navegação” representam esse
item, no tocante a concatenação de hiperlinks e de ícones presentes no leiaute do
DVA Para isso, propomos a utilização de metáforas comuns às práticas sociais dos
cursistas e tutores. Os hiperlinks foram dispostos em forma de aba, com marcação
cromática e animação em rollover, foram adicionados rótulos em ALT,
breadcrumbs, caixa de busca, e mapa do sítio.
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A aplicação dos elementos de hipermídia, de navegação e de
focagem visual do leiaute do Design Virtual de Aprendizagem
A interface de hipermídia do Design Virtual de Aprendizagem reúne em sua
composição a convergência dos elementos da arquitetura do portal de notícias e do
comércio eletrônico. Tal desenho se justifica pela familiaridade que os cursistas
possuem com esses desenhos de interfaces, graças à popularidade dos seus desenho
e pelo freqüente acesso que os internautas mantem com esses tipos de interfaces.
De acordo com o Instituto Ibope/NetRating, conteúdos relacionados a
comércio eletrônico, notícias e informações são responsáveis por 36% dos acesos
em portais e sítios. Assim, o cursista ao acessar uma interface de hipermídia
composta a partir do Design Virtual de Aprendizagem acionaria letramentos
prévios, por seus elementos já serem familiares e presentes em outras práticas
sociais de natureza semelhante. Com base nesse pressuposto, o desenho gráfico da
interface proposta para o Design Virtual de Aprendizagem reúne os seguintes
atributos:
Elementos de Composição de Hipermídia: aplicação dos sete
componentes próprios da hipermídia - cor, som, animação, imagem,
vídeo, gráficos vetoriais, hipertexto virtual; hipertextos virtuais em
parágrafos com até cinco linhas e rotulados por hiperlinks compostos por
até cinco palavras; os resumos dos títulos de conteúdos - “hiperlinks
grandes títulos” – devem ser compostos por um parágrafo com quarenta a
setenta caracteres; os conteúdos textuais devem compor parágrafos com
até vinte linhas e máximo de setenta caracteres por linha; os grupos de
imagens devem formar uma seqüência semântica quando inseridos em
slideshow; os parágrafos com conteúdos de ensino-aprendizagem devem
apresentar arquitetura hipertextual de webnotícia – texto em resumo >
expansão do resumo em texto com até vinte linhas, subdividido em
parágrafos com espaçamento duplo > texto na íntegra.
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Elementos de Navegação: aplicação de hiperlinks e ícones: barra de
menu em abas com diferenciação cromática e ampliação em rollover;
campos de busca visíveis em todas as páginas; versão dos textos em
*pdf; descrição do tamanho e formato dos arquivos; hiperlinks para
ampliação de todos os conteúdos da página, imagens e vídeos; destacar
em negrito as palavras-chave no corpo dos textos; usos de “hiperlinks
grandes títulos” (texto de três a cinco palavras que descreve o título do
hiperlink), “hiperlink legenda” (descrição de três a cinco palavras que
acompanha as imagens), “hiperlink índice” (palavras dispostas como
índice para descrever sessões), “hiperlink ícone” (ícones ou fragmentos
de imagens com temáticas referentes aos títulos e sub-títulos aos quais
se destinam), “hiperlink subtítulo” (texto de três a cinco palavras que
descrevem o “link título”); os hiperlinks, as ícones e as imagens devem
acompanhar marcadores ALT; aplicação de breadcrumbs; adição de
legendas ou sinopses para as imagens, áudios e vídeos em players;
distinção cromática dos itens já visitados, a partir do padrão cores azul,
vermelho e roxo; os rótulos dos hiperlinks e dos campos temáticos são
grafadas com iniciais maiúsculas.
Áreas de Focagem Visual: distribuição dos elementos de hipermídia e de
navegação, entre os cinco pontos de focagem visual da interface virtual
de aprendizagem; adição mapa de arborescência da página; espaço duplo
entre parágrafos; aplicação de página explicativa, em tópicos, sobre o
conteúdo do módulo e das suas ferramentas de interação e de
interatividade; emprego de fontes não serifadas; navegação entre
páginas transcorrida em apenas uma janela; aplicação de cores quentes
somente para marcadores; a página ou sua moldura deve apresentar a
mesma cor da aba de menu correspondente; manter em todas as páginas
o mesmo desenho gráfico para o leiaute; os títulos dos hipertextos e dos
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hiperlinks devem ser alinhados à esquerda; os gráficos vetoriais devem
demarcar áreas temáticas, de login, de players e de imagens prioritárias;
ampliação e distinção gráfica e cromática do corpo da fonte dos
hipertextos que devam ser lidos com prioridade; aplicar sistemas de
exibição randômicos ou seqüenciados para imagens em slide show.
Leiaute da interface de hipermídia com o Design Virtual de Aprendizagem
A seguir, ilustramos o leiaute do Design Virtual de Aprendizagem para uma
interface inicial de AVA e para três modelos de módulos de aprendizagem. Nos
desenhos destacamos a aplicação dos elementos de composição de hipermídia, de
navegação e de focagem visual.
Figura 2: Interface de entrada de AVA segundo o DVA.
Figura 3: Descrição da interface de módulo após o login – DVA modelo 1.
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Figura 3: Descrição da interface de módulo após o login – DVA modelo 1.
Figura 4: Navegação entre os conteúdos - DVA modelo 1.
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Figura 5: Navegação entre os conteúdos – DVA modelo 2.
Figura 6: Navegação entre os conteúdos – DVA modelo 3.
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Considerações Finais
O DVA não busca estabelecer definições estanques ou modelos fechados de
desenho de interface de hipermídia, mas sim ampliar diálogos sobre o tema e
apontar para a importância da aplicação de atributos de usabilidade e de
navegabilidade, com vistas à comunicabilidade em interfaces de EaD. De fato, um
Ambiente Virtual de Aprendizagem cujo desenho aplica atributos de usabilidade
colabora para as ações de interatividade e interação. A esse respeito, sabe-se que,
apesar de não impedir completamente o uso de um AVA ou de seus módulos de
aprendizagem, um baixo grau de interatividade pode, em certa medida, dificultar,
desestimular, gerar abandono, insegurança e desorientação nas atividades de
ensino-aprendizagem. Assim, eliminar os problemas de usabilidade e de
interatividade proporciona aos desenvolvedores do desenho gráfico, arquitetos da
informação e produtores de material didático, o acesso a um emprego ergonômico
dos elementos de hipermídia em interfaces virtuais, e é isso que nossa proposta de
DVA pretende lhes oferecer.
A aplicação dos elementos de composição de hipermídia, de navegação e as
áreas de focagem visual propostos no DVA possibilitam a criação de interfaces com
navegação intuitiva e de fácil utilização. Com isso, espera-se que o leiaute leve
interatividade a cursistas e tutores, como amplie a produtividade e a satisfação na
execução das tarefas. Dessa forma, pode-se evitar a evasão dos participantes,
minimizar a idéia de ineficiência da educação a distância via Internet, como
também disponibilizar interfaces que promovam a facilidade de aprendizado, a
eficiência de uso, a facilidade de memorização, a baixa taxa de erros e a satisfação
subjetiva.
Dessa forma, é importante, no projeto de arquitetura de uma interface de
hipermídia, dar atenção ao desenho do seu leiaute, como também à aplicação de
atributos de usabilidade e de navegabilidade aos seus elementos de hipermídia. As
limitações de interatividade, impossibilidades de localização de áreas de postagem
de conteúdos e de atividades, a necessidade de reaprender a cada novo acesso ao
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AVA e aos seus módulos são problemas graves no contexto da educação a distância
via Internet. Para solucioná-los, propomos o Design Virtual de Aprendizagem, na
forma de um desenho para interface de hipermídia que reúne os elementos de
navegabilidade e de comunicabilidade próprios de portais de comércio eletrônico e
de notícias. Essa reunião de arquitetura se justifica pela popularidade desses tipos
de interfaces em meio aos diferentes perfis de cursistas, mas, principalmente, por
sua arquitetura objetiva, composta por hiperlinks e conteúdos externos.
O Design Virtual de Aprendizagem se mostra, pois, como um modelo de
desenho que reúne os atributos de usabilidade que levam à interface de hipermídia
uma navegação intuitiva, composta por elementos de comunicabilidade comuns aos
vivenciados por cursistas e tutores cotidianamente na Internet
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