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Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
© Colégio Técnico Industrial de Santa MariaEste Material Didático foi elaborado pelo Colégio Técnico Industrial de Santa Maria para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil.
Comissão de Acompanhamento e Validação – Colégio Técnico Industrial de Santa Maria/CTISM
F815c Franceschi, Alessandro.Curso técnico em automação industrial : controle ambiental /
Alessandro Franceschi. – 3. ed. – Santa Maria : Universidade Federal de Santa Maria: Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, 2010.
68 p. : il.
1. Automação industrial. 2. Conscientização ambiental.3. Impacto ambiental. 4. Preservação do solo. 5. Qualidade da água. 6. Gestão ambiental. 7. Globalização. I.Título.
CDU: 681.5504
Coordenador InstitucionalPaulo Roberto Colusso/CTISM
Professor-autorAlessandro de Franceschi/CTISM
Coordenação TécnicaIza Neuza Teixeira Bohrer/CTISM
Coordenação de DesignErika Goellner/CTISM
Revisão Pedagógica Andressa Rosemárie de Menezes Costa/CTISMFrancine Netto Martins Tadielo/CTISMMarcia Migliore Freo/CTISM
Revisão TextualDaiane Siveris/CTISMLourdes Maria Grotto de Moura/CTISMVera da Silva Oliveira/CTISM
Diagramação e IlustraçãoGustavo Schwendler/CTISMLeandro Felipe Aguilar Freitas/CTISMMarcel Santos Jacques/CTISMMaíra Rodrigues/CTISMMáuren Fernandes Massia/CTISMRafael Cavalli Viapiana/CTISMRicardo Antunes Machado/CTISM
Ficha catalográfica elaborada por Denise B. dos Santos – CRB 10/1456Biblioteca Central – UFSM
e-Tec Brasil33
Apresentação e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo ao e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica
Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro
2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público,
na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre
o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distância
(SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e
escolas técnicas estaduais e federais.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da
formação de jovens moradores de regiões distantes dos grandes centros
geograficamente ou economicamente.
O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de
ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a con-
cluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de
ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integran-
tes das redes públicas municipais e estaduais.
O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus
servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional
qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz
de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com
autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social,
familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Janeiro de 2010
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
e-Tec Brasil5
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o
assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao
tema estudado.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão
utilizada no texto.
Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes
desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos,
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em
diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.
e-Tec Brasil7
Sumário
Palavra do professor-autor 9
Apresentação da disciplina 11
Projeto instrucional 13
Aula 1 – Conscientização ambiental 151.1 Mudança perceptível 15
1.2 Histórico 15
1.3 Fenômenos que marcaram as mudanças climáticas no planeta entre as décadas de 60 a 90 16
1.4 O crescimento populacional 17
1.5 Esgotamento dos recursos naturais 18
1.6 Esgotamento da capacidade da biosfera em absorver resíduos e poluentes 19
1.7 As desigualdades norte-sul 20
Aula 2 – Impacto ambiental 232.1 Impacto ambiental sistemático 23
2.2 Etapas de um estudo de impacto ambiental 23
2.3 Estudo do Impacto Ambiental (EIA) 24
2.4 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 24
2.5 Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) 25
2.6 ISO e o TC-207 26
2.7 Normas ambientais BS 7750 e ISO 14000 27
2.8 Efeito estufa 27
Aula 3 – A preservação do solo 333.1 Importância do solo 33
3.2 Resíduos sólidos 33
3.3 Resíduos industriais 35
3.4 Problemas relacionados aos resíduos sólidos 36
e-Tec Brasil
Aula 4 – A qualidade da água 394.1 Eterno recurso vital 39
4.2 Efluentes líquidos 39
4.3 Controle dos efluentes líquidos 41
4.4 Monitoramento 41
4.5 Redução de cargas poluidoras na fonte 41
4.6 Implantação de sistemas de tratamento 42
4.7 Controle da qualidade da água no corpo receptor 44
4.8 Minimização do consumo de água 45
Aula 5 – A globalização 515.1 Ambiente globalizado 51
5.2 A situação das empresas frente à questão ambiental 52
5.3 Por que controlar o ambiente 53
Aula 6 – Documentação do Sistema de Gestão Ambiental – SGA 576.1 SGA 57
6.2 Organismos certificadores 57
6.3 Etapas do processo de certificação, segundo o Inmetro 58
6.4 Órgãos públicos 59
6.5 Legislação 60
6.6 Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98) 61
6.7 Licenciamento 62
6.8 Leis Federais 64
6.9 Medidas Provisórias 64
6.10 Decretos 64
6.11 Portarias 64
6.12 Resoluções 64
Referências 66
Currículo do professor-autor 68
e-Tec Brasil9
Palavra do professor-autor
A conscientização ambiental atualmente está presente nas diversas áreas de
produção, por ser de fundamental importância que se conheça a questão
relativa ao controle ambiental.
É uma realidade presente que se destaca nos mais diversos órgãos e orga-
nismos mundiais, que exigem posturas responsáveis em relação à utilização
de matérias-primas, água, energia, reciclagem de produtos, destinação de
refugos e de lixo, etc. Os impactos ambientais gerados pelo desenvolvimento
industrial e econômico do mundo atual constituem um grande problema
para autoridades e organizações ambientais.
Contudo é imprescindível que se tenha o controle da atividade humana e a
proteção dos ambientes naturais, os quais são regidos por leis, decretos e
normas técnicas, com o objetivo de assegurar a qualidade do meio ambiente,
bem como de garantir a proteção da saúde das populações.
Dessa forma, é imprescindível que, no aperfeiçoamento técnico dos traba-
lhadores, seja ressaltada a importância do controle ambiental, propiciando
auxílio no uso de práticas e técnicas que visem a uma produção industrial
com reduzidos danos ao meio ambiente.
Assim, constata-se a necessidade de o estudante ler atentamente, todos os
capítulos referentes a este conteúdo, o que facilitará o acompanhamento
das aulas e a consequente assimilação dos conhecimentos propostos.
A complementação do conteúdo abordado pode ser realizada com material
de apoio, via informações atuais, extraídas ou estabelecidas via internet, jor-
nais, livros, revistas. Dessa forma, o estudante adquirirá uma postura mais
crítica referente ao assunto em questão.
Prof. Alessandro de Franceschi
e-Tec Brasil11
Apresentação da disciplina
Estima-se que no ano de 2010 a população da Terra será de aproximada-
mente sete bilhões de humanos, onde a demanda por produtos e serviços,
mantidas as atuais taxas de crescimento econômico, determinará uma forte
pressão sobre os meios de produção com destaque para a energia.
Seria necessário e definitivamente correto mudar nosso estilo de vida, vol-
tando-nos para o natural?
É importante que se encontre uma forma de equilíbrio entre os meios e os
fins, pois uma civilização que tem capacidade de criar vida em laboratório
e de ir ao espaço pode viabilizar a instalação e a operação de atividades
ambientalmente sadias com atendimento pleno aos indispensáveis requisi-
tos de viabilidade técnica e econômica. A necessidade de conscientização
ambiental com a aproximação entre ecologia e economia é irreversível. A par-
tir da última década, tem crescido a importância das questões relacionadas ao
meio ambiente, o que vem afetando significativamente a vida das empresas.
Nesse sentido, as preocupações de caráter ambiental com os processos indus-
triais de produção e seus produtos, uso e posterior descarte, têm-se refletido
nas relações comerciais entre países produtores e importadores.
As questões relativas à conservação ambiental ocupam hoje uma significa-
tiva parcela dos investimentos e esforços administrativos de todos os seg-
mentos da atividade econômica. A legislação, as normas e os regulamentos
aplicáveis aos mais diversos setores produtivos exigem a adoção de sistemas
de gerenciamento ambientais cada vez mais aprimorados, especialmente se
considerada a natureza multidisciplinar das relações entre o homem e o meio
ambiente. A necessidade de se identificarem produtos e processos que apre-
sentassem pouco ou nenhum impacto negativo ao meio ambiente fez com
que aparecessem rótulos ecológicos ou selos verdes dos mais variados tipos
e níveis de abrangência. Ao mesmo tempo, a indústria sentiu a necessidade
de dispor de normas para os sistemas de gestão ambiental, que resultou na
elaboração da BS 7750 e do Sistema ISO 14000 além de outras.
Os SGA (Sistemas de Gestão Ambiental) estão sendo desenvolvidos e imple-
mentados no mundo todo muito rapidamente. Isso ocorre por causa dos
Para saber mais sobre a população mundial atual, acesse:http://www.novomilenio.inf.br/porto/mapas/nmpop.htm
crescentes impactos ambientais, da necessidade das organizações conhece-
rem e se adequarem a uma legislação ambiental complexa e em constante
mudança, em função dos crescentes riscos e responsabilidades, do controle
dos custos ambientais, da necessidade de melhoria contínua e dos cuidados
com a imagem corporativa e com a opinião pública. Nessa perspectiva, a
disciplina de Controle Ambiental é de grande importância devido aos fatores
mencionados e fundamentais para a formação técnica na área industrial.
e-Tec Brasil 12
e-Tec Brasil
Disciplina: Controle Ambiental (carga horária: 60h).
Ementa: Conscientização ambiental, impacto ambiental, preservação do
solo, qualidade da água, a globalização, documentação do sistema de gestão
ambiental.
AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM MATERIAIS
CARGA HORÁRIA
(horas)
1. Conscientização ambiental
Considerando o histórico dos principais acidentes ambientais, reconhecer problemas que podem ser gerados pela degradação ambiental.Compreender as necessidades de implantação de um sistema de gestão ambiental.Empregar o conhecimento adquirido nesta área em outras situações.
Apostila didática, com roteiro de estudo e referências aos assuntos mais relevantes. Ambiente virtual: ead.ctism.ufsm.br/moodleAcompanhamento dos estudos pelos tutores e pelo professor.
10
2. Impacto ambiental
Conhecer as mudanças que podem promover ou gerar impacto ambiental.Compreender as normas referentes à questão ambiental.Empregar o conhecimento adquirido nesta aula para posterior análise na área ambiental.
Apostila didática, com roteiro de estudo e referências aos assuntos mais relevantes. Ambiente virtual: ead.ctism.ufsm.br/moodleAcompanhamento dos estudos pelos tutores e pelo professor.
10
3. A preservação do solo
Reconhecer a necessidade de preservar o solo.Identificar os tipos de resíduos sólidosde acordo com a sua classificação, categorias, grupos e subgrupos.Evitar problemas relacionados aos resíduos sólidos.
Apostila didática, com roteiro de estudo e referências aos assuntos mais relevantes. Ambiente virtual: ead.ctism.ufsm.br/moodleAcompanhamento dos estudos pelos tutores e pelo professor.
10
4. A qualidade da água
Reconhecer as etapas e processos necessários para conservar a água e o meio ambiente pela educação ambiental e pelo desenvolvimento sustentável.Identificar as formas de controle e monitoramento dos efluentes líquidos e de redução de cargas poluidoras.Identificar formas de minimização do consumo de água.
Apostila didática, com roteiro de estudo e referências aos assuntos mais relevantes. Ambiente virtual: ead.ctism.ufsm.br/moodleAcompanhamento dos estudos pelos tutores e pelo professor.
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Projeto instrucional
e-Tec Brasil13
AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM MATERIAIS
CARGA HORÁRIA
(horas)
5. A globalização
Reconhecer as mudanças ocorridas nas empresas causadas pela questão ambiental.Reconhecer a necessidade do controle ambiental.
Apostila didática, com roteiro de estudo e referências aos assuntos mais relevantes. Ambiente virtual: ead.ctism.ufsm.br/moodleAcompanhamento dos estudos pelos tutores e pelo professor.
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6. Documentação do sistema de gestão ambiental
Identificar os organismos certificadores e as respectivas etapas do processo de certificação.Reconhecer a importância das legisla-ções Federal, Estadual, Municipal, assim como das Medidas Provisórias, Decretos Resoluções CONAMA e das Portarias aplicáveis ao meio ambiente.Identificar os desafios ambientais do futuro, trabalhando continuamente para melhorar o desempenho ambiental.
Apostila didática, com roteiro de estudo e referências aos assuntos mais relevantes. Ambiente virtual: ead.ctism.ufsm.br/moodleAcompanhamento dos estudos pelos tutores e pelo professor.
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e-Tec Brasil 14
e-Tec Brasil
Aula 1 – Conscientização ambiental
Objetivos
Considerando o histórico dos principais acidentes acidentes am-
bientais, reconhecer os problemas que podem ser gerados pela
degradação ambiental.
Compreender as necessidades de implantação de um sistema de
gestão ambiental.
Empregar o conhecimento adquirido nesta área em outras situações.
1.1 Mudança perceptívelO propósito desta aula é apresentar um resumo histórico com os principais
fatos que têm conduzido governos, empresas e a sociedade em geral a uma
mudança de postura motivada por acidentes ambientais. Os objetivos de
sua apresentação estão ligados ao conhecimento do passado, de forma a
perceber as tendências para o futuro, bem como à motivação que deve exis-
tir na empresa para a realização das mudanças necessárias ao sucesso da
implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
1.2 HistóricoA percepção de que a degradação ambiental poderia causar graves proble-
mas de saúde, ficou evidenciada em diversas situações como a inversão térmica ocorrida na região de Londres, entre 4 e 13 de dezembro de 1952.
Nessa época, grande parte das indústrias, sobretudo as de geração de ener-
gia elétrica, e residências, usavam carvão para produção de energia que, em
sua queima, sem posterior tratamento dos gases, emitia grande quantidade
de enxofre e material particulado na atmosfera, ocasionando um fenômeno
denominado “smog”.
O Ministério da Saúde britânico realizou profundo estudo, inventariando as
causas das mortes nessa região (aproximadamente o dobro de mortes em
inversão térmica A inversão térmica é caracterizada por formar, em uma determinada altura, uma camada de ar mais quente do que a camada imediatamente mais baixa. Nesse ponto, cessa a convecção e a massa de ar quente ascendente que transporta o material particulado e outros gases interrompe sua subida, criando um grande bolsão, como se fosse a tampa de uma panela.
Para saber mais sobre smog, acesse:http://cave.cave.com.br/fio/smog/smog.htm
e-Tec BrasilAula 1 - Conscientização ambiental 15
relação ao mesmo período do ano anterior). Cerca de 8000 pessoas falece-
ram como consequência direta do smog. As principais causas dessas mortes
foram gripe, pneumonia e ataques cardíacos. Foi a primeira constatação
científica relacionando um determinado tipo de poluição a perdas de vidas
humanas em grande escala, pois somente no dia 13 de dezembro ocorreram
cerca de 4000 mortes.
1.3 Fenômenos que marcaram as mudanças climáticas no planeta entre as décadas de 60 a 901.3.1 Década de 60Foi a partir da década de 60 que começou a mudar a situação de descaso
às emissões de poluentes. Nessa época, na Inglaterra, buscavam-se soluções
tecnológicas para evitar a repetição dos eventos de 1952. Nessa década,
alguns recursos passaram a ser mais valorizados, devido à preocupação com
o aumento da população e do consumo, vislumbrando-se seu esgotamento
futuro (petróleo, madeira, água, etc.), e da ocorrência de grandes acidentes
que alertaram a humanidade para a magnitude das agressões à natureza e
suas repercussões sobre a vida.
1.3.2 Década de 70No início dos anos 70, ocorreu uma contaminação ambiental com sérias
repercussões na Baía de Minamata, no Japão. O acidente foi provocado
pelo despejo de efluentes industriais, sobretudo mercúrio, na Baía de Mina-
mata. Um dos piores casos de intoxicação relatados saiu numa coluna inti-
tulada “Morte pela Boca”. Conta o artigo que o mercúrio presente em resí-
duos industriais despejados durante anos, contaminou o pescado da região.
De 1953 a 1997, 12500 pessoas haviam sido diagnosticadas com o “Mal de
Minamata”. A repercussão só se deu em 1972, quando, por força de decisão
judicial inédita no mundo, as vítimas passaram a receber indenizações pelos
males sofridos.
O denominado “Mal de Minamata” provocava tonteiras, paralisias, ceguei-
ras, deformações físicas e mortes de familiares de pescadores (total de 50
mortes e cerca de 2200 pessoas oficialmente reconhecidas como vítimas
de envenenamento) com repercussões em descendentes. A década de 70
caracterizou-se como aquela em que aumentaram as atividades de regula-
mentação e de controle ambiental.
Baía de MinamataO acidente na Baía de
Minamata – Japão. É uma contaminação que degenera o
sistema nervoso e é transmitida geneticamente, acarretando
deformação nos fetos.
Para saber mais sobre o Grande Nevoeiro de 1952, acesse:
http://pt.wikipedia.org/wiki/grande_nevoeiro_de_1952
Controle Ambientale-Tec Brasil 16
1.3.3 Década de 80A década de 80 foi marcada como aquela em que surgiram, em grande
parte dos países, leis regulamentando a atividade industrial no tocante à
poluição. Também nessa década teve impulso o formalismo da realização
de Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impactos sobre o Meio
Ambiente (EIA-RIMA), com audiências públicas e aprovações dos licencia-
mentos ambientais em diferentes níveis de organizações do governo. Nesta
década (1986) ocorreu em Chernobyl, a explosão de um reator da usina, que
espalhou radioatividade em quantidade superior a 10 bombas atômicas do
tipo lançado em Hiroshima. Foram contabilizadas mortes de 10 mil pessoas
e retiradas da região pelo governo 200 mil pessoas.
1.3.4 Década de 90Nessa década, houve um grande impulso com relação à consciência ambiental
na maioria dos países, aceitando-se pagar um preço pela qualidade de vida
e pela manutenção do ambiente limpo. A expressão qualidade ambiental
passou a fazer parte do cotidiano das pessoas. Muitas empresas passaram a
se preocupar com a racionalização do uso de energia e de matérias-primas
(madeiras para fabricação de papel, água, combustíveis, etc.), além de maior
empenho e estímulos à reciclagem e à reutilização.
1.4 O crescimento populacionalAo longo da história da humanidade diversas modificações aconteceram
relativamente ao número de habitantes na Terra. É possível perceber perío-
dos nos quais o número de habitantes era modesto e outros, como o atual,
com número considerado bastante elevado. O crescimento populacional
significa uma alteração no número de uma população de forma positiva.
O crescimento populacional ocorreu no decorrer da história, às vezes em
ritmo compassado, outras vezes de maneira veloz. Um bom exemplo disso
é o século XX, período no qual houve maior crescimento da população.
Fazendo uma retrospectiva quanto ao número da população mundial, é pos-
sível traçar uma comparação entre o passado, o presente e o futuro. Cerca
de 300 milhões de pessoas eram a população mundial há aproximadamente
2000 anos. A população permaneceu sem apresentar crescimento relevante
ao longo de extensos períodos, uma vez que havia momentos de apogeu no
crescimento populacional e outros de grande declínio. Por causa da instabili-
dade do crescimento populacional, foram precisos cerca de 1600 anos para
que o contingente atingisse 600 milhões de habitantes. O crescimento da
Para saber mais sobre crescimento populacional, acesse:http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/crescimento-populacao-mundial.htm
populaçãoÉ o conjunto de pessoas que residem em determinado ter-ritório, que pode ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta como um todo. Ela pode ser classificada segundo sua religião, nacionalidade, local de moradia, atividade econômica e tem seu comportamento e suas condições de vida retratada através de indicadores sociais.
e-Tec BrasilAula 1 - Conscientização ambiental 17
população desenvolveu-se em diferentes intensidades, que pode ser simpli-
ficado da seguinte forma:
• Em 10.000 a.C., o planeta abrigava poucos milhões de habitantes.
• No ano 1 d.C., a população mundial totalizava cerca de 250 milhões de
habitantes.
• Após 1600 anos, a soma da população mundial não ultrapassava 500
milhões de habitantes.
• Em 1850, 200 anos depois, a população do planeta atingiu 1 bilhão de
pessoas.
• De 1850 a 1950, o contingente populacional teve um estrondoso cresci-
mento, alcançando 2,5 bilhões de habitantes.
• 40 anos depois, a população já havia crescido mais do que o dobro, to-
talizando 5,2 bilhões de habitantes.
• A partir do ano 2000, a população total do mundo somava 6 bilhões de
pessoas.
No dia 05 de agosto de 2008 a ONU (Organização das Nações Unidas) divul-
gou um relatório que apresenta uma estimativa em relação ao número de
habitantes em escala planetária para o ano de 2050, que poderá atingir 9,2
bilhões de pessoas. O relatório levantou as possíveis causas para esse cresci-
mento: a elevação na expectativa de vida e maior acesso ao tratamento da
AIDS. O estudo afirmou também que no mês de julho de 2008 a população
atingiu 6,7 bilhões de habitantes.
1.5 Esgotamento dos recursos naturaisTrata-se da questão inicial levantada na década de 60, no relatório do Clube
de Roma, relacionada ao crescimento populacional.
Essa é uma das mais influentes e conceituadas organizações não governa-
mentais do mundo. Fundado em 1968, o Clube de Roma reúne economis-
tas, industriais, banqueiros, chefes de estado, líderes políticos e cientistas
de vários países para analisar a situação mundial e apresentar previsões e
soluções para o futuro.
Controle Ambientale-Tec Brasil 18
Os recursos (matérias-primas, minérios, madeiras, alimentos) não são infini-
tos, observando-se sua escassez progressiva, inclusive de água em algumas
regiões da Terra, não somente nos países pobres (na África, com a deser-
tificação crescente, na Índia pela irrigação), mas também em regiões ricas
(Estados Unidos, no Meio-Oeste com irrigação intensiva sem ocorrer à repo-
sição dos aquíferos e na Califórnia). A crise da água será um dos maiores
problemas deste século. A água passará a ser vista como uma commodity,
de valor cada vez mais elevado.
Nos últimos 45 anos, a demanda pelos recursos naturais do planeta dobrou.
Esse aumento se deve, principalmente, à elevação do padrão de vida das
nações ricas e emergentes e ao crescimento demográfico dos países pobres.
A população africana triplicou nas últimas quatro décadas e o crescimento
econômico dos países em desenvolvimento, como a China e a Índia, vem
crescendo em ritmo frenético, aumentando a necessidade de matérias-pri-
mas para as indústrias. China e Estados Unidos juntos consomem quase
metade das riquezas naturais da Terra. O impacto ambiental da China se
explica pela demanda de sua imensa população e nos Estados Unidos pelo
elevado nível de consumo.
A exploração abusiva do planeta já tem consequências visíveis. O grande
desafio é conciliar o desenvolvimento dos países com a preservação dos
recursos naturais. Para isso, segundo os especialistas, são necessárias solu-
ções tecnológicas e políticas.
1.6 Esgotamento da capacidade da biosfera em absorver resíduos e poluentesNeste contexto, situam-se problemas globais como o efeito estufa, assunto
que será abordado na aula 2.
Estamos retirando átomos de carbono aprisionados no subsolo há milênios
(nas formas de carvão e petróleo) e jogando-os na atmosfera. Sabe-se que
a atmosfera é capaz de assimilar e processar por fotossíntese cerca de 40%
do CO2 que emitimos.
O excesso vem-se acumulando e retendo parte considerável do calor solar
refletido pela Terra, o que vem causando um aumento de calor considerável
para o futuro, problema causado principalmente pelos países ricos.
commodity É um termo de língua inglesa que, como o seu plural commodities, significa mercadoria. É utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária nas bolsas de mercadorias.
Meio ambientehttp://www.youtube.com/watch?v=6aM_rp5JYAM
Ciclo do carbono e efeito estufahttp:///www.youtube.com/watch?v=XkiHM8ZwP5I&feature=PlayList&p=49097BAE5B6A1455&playnext=1&playnext_from=PL&index=68
e-Tec BrasilAula 1 - Conscientização ambiental 19
Representantes de diversos países se reuniram no Japão, em 1997. O Pro-
tocolo de Kyoto foi o resultado da 3ª Conferência das Partes da Convenção
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A conferência reuniu repre-
sentantes de 166 países para discutir providências para o controle do aque-
cimento global. O documento estabelece a redução das emissões de dióxido
de carbono (CO2) e outros gases do efeito estufa nos países industrializados.
Os signatários se comprometeriam a reduzir a emissão de poluentes em
5,2% em relação aos níveis de 1990. A redução seria feita em cotas diferen-
ciadas de até 8%, entre 2008 e 2012.
O protocolo tem como objetivo discutir e firmar acordos internacionais para
conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases na atmos-
fera, principalmente por parte dos países industrializados, assim como criar
formas de desenvolvimento de maneira menos impactante aos países em
pleno desenvolvimento. O que está em jogo, além do bem-estar mundial,
é o impacto que as medidas podem trazer à economia de todos os países,
inclusive no Brasil.
1.7 As desigualdades norte-sulO 3° Relatório do Clube de Roma, “Por uma Nova Ordem Internacional”, de
1976, propunha a existência de facilidades no comércio de matérias-primas
dos países em desenvolvimento, como uma forma de diminuir a pobreza e
as desigualdades. Com o passar do tempo, verificou-se que, em vez de faci-
lidades, criaram-se dificuldades – hoje a matéria-prima custa muito pouco.
O preço dos produtos industrializados é fortemente influenciado pelo con-
teúdo tecnológico agregado, o que beneficia os países ricos. Além de a
matéria-prima custar muito pouco, o preço dos produtos industrializados
aumentaram muito. Para os pobres, o meio ambiente, não é prioridade, pois
nem suas necessidades básicas são atendidas (alimentação, saúde, energia,
saneamento).
ResumoNesta aula, estudamos alguns fatos relacionados à degradação ambiental
nas últimas décadas, suas consequências e medidas adotadas por órgãos,
entidades e governos para minimizar futuros acontecimentos catastróficos
ao planeta e à humanidade.
Controle Ambientale-Tec Brasil 20
Atividades de aprendizagem 1. Quando ficou evidenciado que a degradação ambiental poderia causar
graves problemas de saúde? Por quê?
2. O que caracteriza a inversão térmica?
3. Construa um gráfico cartesiano que contenha a seguinte relação: Ano
(de 1850 a 2000) variando de 50 em 50 anos e a respectiva população
em cada época.
4. A demanda pelos recursos naturais do planeta aumentou consideravel-
mente nas últimas décadas. A que se deve principalmente esse fato?
5. Qual é o objetivo do Protocolo de Kioto?
6. Considerando o efeito estufa cite os tipos de gases responsáveis por esse
processo. Quais são considerados os mais nocivos. Por quê?
7. Considerando as desigualdades norte-sul, exemplifique a interface maté-
ria-prima/produto industrializado.
e-Tec BrasilAula 1 - Conscientização ambiental 21
e-Tec Brasil
Aula 2 – Impacto ambiental
Objetivos
Conhecer as mudanças que podem promover ou gerar um impacto
ambiental.
Compreender as normas referentes à questão ambiental.
Empregar o conhecimento adquirido nesta aula para posterior
análise na área ambiental.
2.1 Impacto ambiental sistemáticoNesta aula serão abordados os vários elementos que compõem o processo
de avaliação do impacto ambiental, suas etapas, estudo, relatórios e avalia-
ção, assim como algumas Normas Ambientais e o Efeito Estufa.
2.2 Etapas de um estudo de impacto ambientalCom base na Resolução 001/86 – CONAMA, a estrutura mínima de um
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) deverá contemplar as seguintes etapas:
Definição da área de influência – delimitar os limites da área geográfica a
ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos.
Diagnóstico ambiental – relatar a situação ambiental da área de influência
do projeto, com completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas
interações, tal como existem antes da implantação do projeto.
Identificação dos impactos – realizada com auxílio dos vários métodos de Ava-
liação de Impacto Ambiental (AIA).
e-Tec BrasilAula 2 - Impacto ambiental 23
Dimensionamento dos impactos – identicamente à etapa anterior, o
dimensionamento dos impactos será possibilitado pela utilização de méto-
dos quantitativos de AIA.
Confrontação dos impactos e alternativas – estudo comparativo dos
diversos impactos causados e das alternativas de projeto, considerando
inclusive a possibilidade de não realização do projeto.
Identificação e detalhamento de medidas mitigadoras – as medidas
mitigadoras objetivam minimizar os impactos negativos e devem ocorrer na
fase de planejamento da atividade para que tenham condições de serem
efetivadas, dado o seu caráter preventivo.
Identificação de plano de monitoramento – definição das atividades e
parâmetros a serem acompanhados e monitorados, de que maneira e com
que frequência.
Preparação de material para divulgação de resultados – RIMA – os
resultados obtidos com o EIA deverão ser repassados ao órgão fiscalizador e
à comunidade de um modo geral, de forma adequada a sua compreensão.
2.3 Estudo do Impacto Ambiental (EIA)O estudo de impacto ambiental compreende, no mínimo, a descrição do
projeto e suas alternativas nas etapas de planejamento, construção e opera-
ção. A preparação do EIA é a etapa de maior conteúdo técnico-científico. É a
que consome mais tempo e recursos de todo o processo de AIA. Esse Estudo
apresenta a identificação dos impactos ambientais, a previsão da magnitude
desses impactos e a avaliação de sua importância.
2.4 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)O relatório de impacto ambiental é o documento que apresenta os resul-
tados dos estudos técnicos e científicos do estudo de impacto ambiental.
Constitui um documento do processo de avaliação de impacto ambiental e
deve esclarecer todos os elementos da proposta em estudo, de modo que
possam ser divulgados e apreciados pelos grupos sociais interessados e por
todas as instituições envolvidas na tomada de decisão.
Controle Ambientale-Tec Brasil 24
O Decreto nº 88.351 de 01/06/83, ao regulamentar a Lei nº 6.938, de
31/08/81 no parágrafo segundo do Artigo nº 18, denomina Relatório de
Impacto Ambiental – RIMA, o documento que será constituído pelo estudo
de impacto ambiental a ser exigido para fins de licenciamento das atividades
modificadoras do meio ambiente.
O RIMA é acessível ao público, estando à disposição de todos os interessados,
salvo quando protegido por sigilo industrial – o qual deverá ser devidamente
demonstrado. Caberão ao órgão ambiental a análise do EIA e RIMA e a par-
ticipação na audiência pública, devendo instruir o processo com os pareceres
técnicos parciais, finais, a avaliação do impacto ambiental e a concessão ou
não da licença ambiental. O processo deve ser aberto com livre acesso à
comunidade interessada. Logo, o RIMA deve ser apresentado de forma obje-
tiva e adequada à sua compreensão. As informações devem ser traduzidas
em linguagem acessível, utilizando-se recursos variados, tais como mapas,
cartas, quadros, gráficos e outras técnicas de comunicação visual.
2.5 Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)A AIA é um instrumento de política ambiental, formado por um conjunto
de procedimentos capaz de assegurar, desde o início do processo, que seja
realizado um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação pro-
posta (projeto, programa, plano ou política) e de suas alternativas e que os
resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos res-
ponsáveis pela tomada de decisão e por eles considerados. Além disso, os
procedimentos devem garantir a adoção das medidas de proteção ao meio
ambiente determinadas no caso de decisão sobre a implantação do projeto.
A avaliação de impacto ambiental é hoje considerada uma técnica de iden-
tificação de riscos e um instrumento de prevenção de danos ambientais,
pois ela conduz a um processo formal cuidadoso de verificações e análises
(procedimentos) da viabilidade ambiental que irá identificar o potencial de
riscos dos empreendimentos (projetos, programas, etc.).
A AIA tem uma segunda finalidade muito importante que é a de comunicar
as conclusões da análise ao proponente do projeto, às autoridades encarre-
gadas de tomar a decisão de aprovação ou não e ao público em geral, ou
seja, visa proporcionar uma transparência administrativa, permitindo a todos
os envolvidos a possibilidade de conhecimento do projeto e suas repercus-
sões, ressalvados os segredos tecnológicos.
e-Tec BrasilAula 2 - Impacto ambiental 25
As atividades de identificação, previsão e interpretação dos impactos
ambientais são realizadas por meio do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). A
função de comunicação é realizada pelo Relatório de Impactos sobre o Meio
Ambiente (RIMA).
2.6 ISO e o TC-207No plano internacional, a organização principal de normalização é a Interna-tional Organization for Standardization – ISO, fundada em 1947, com sede
em Genebra, Suíça, da qual participam 110 organismos nacionais. Para fazer
parte da ISO, é necessário que o país tenha um único organismo normali-
zador. No Brasil, temos a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas,
fundada em 1940. O Brasil é um dos sócios fundadores e com assento no
seu Conselho Superior, representado pela ABNT.
Recentemente, a ISO passou a ser citada com maior frequência pelo grande
impacto internacional obtido com suas normas da série 9000, referentes a
sistemas da qualidade.
Na área ambiental, com base nas recomendações do Strategic Advisory Group on Environment (SAGE), foi instalado em 1993, pela ISO, um Comitê
Técnico para a elaboração de uma série de normas sobre gestão ambiental e
suas ferramentas para as empresas, a ISO/TC-207 e a ISO 14000. Observa-se,
hoje, a grande repercussão mundial dessas normas que afetam em larga
escala o relacionamento comercial das empresas, sobretudo no comércio
internacional. Verificamos a existência no Brasil, de uma quantidade consi-
derável de empresas certificadas na ISO 9000. As normas ambientais tam-
bém terão grande repercussão sobre as decisões estratégicas nas empresas,
tais como investimentos em equipamentos não poluentes, modificações em
processos produtivos, decisões para se obter certificação, custos decorren-
tes. As normas ambientais precisarão ser consideradas visando à própria
sobrevivência do produto. Em um mercado muito mais exigente em termos
de desempenho ambiental, decidiu-se que seria importante que o país repre-
sentado pela ABNT participasse e opinasse sobre o conteúdo das normas da
série ISO 14000 e seus impactos sobre a realidade industrial do país.
Para isso, foi constituído em 1994, na ABNT, o Grupo de Apoio à Normaliza-
ção Ambiental (GANA), subsidiado por um conjunto de 34 empresas, como
a Eletrobrás, Bosch, Usiminas, Villares e Rhodia, entre outras. As atividades
do GANA foram encerradas com a criação de um Comitê Técnico na ABNT
que absorveu e expandiu suas atividades, o ABNT/CB-38 – Gestão Ambiental.
A função do CB-38 é organizar as sugestões das instituições brasileiras na formulação das
normas da série ISO 14000, referente a sistemas de gestão
ambiental, auditorias ambientais, rotulagem ambiental, avaliação
do desempenho ambiental, avaliação do ciclo de vida e
terminologia.
Para saber mais sobreISO, acesse:
http://www.iso.org/iso/home.htm
Controle Ambientale-Tec Brasil 26
2.7 Normas ambientais BS 7750 e ISO 140002.7.1 BS 7750Esta norma especifica os requisitos para o desenvolvimento, implantação e
manutenção de sistemas de gestão ambiental que visem garantir o cumpri-
mento de políticas e objetivos ambientais definidos e declarados. A Norma
BS 7750 foi emitida pelo Instituto Britânico de Normatização – BSI, tendo
sua primeira versão publicada em 1992. A norma não estabelece critérios de
desempenho ambiental específicos, mas exige que as organizações formu-
lem políticas e estabeleçam objetivos, levando em consideração a disponibi-
lização das informações sobre efeitos ambientais significativos.
A BS 7750 aplica-se a qualquer organização que deseje:
• Garantir o cumprimento a uma política ambiental estabelecida.
• Demonstrar esse cumprimento a terceiros.
2.7.2 ISO 14000 É uma série de normas desenvolvidas pela International Organization for Standardization (ISO) e que estabelece diretrizes sobre a área de gestão
ambiental dentro de empresas.
Em reunião ocorrida em agosto de 1996, no Rio de Janeiro, com a participação
de aproximadamente 80 países, foram aprovadas as cinco primeiras normas da
série ISO 14000, que são as normas 14001, 14004, 14010, 14011 e 14012.
2.8 Efeito estufa É um processo que ocorre quando uma parte da radiação solar refletida pela
superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmos-
fera. Como consequência, o calor fica retido, sem ser liberado para o espaço.
O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital importância, pois
sem ele a vida como a conhecemos não poderia existir. Serve para manter o
planeta aquecido e garantir a manutenção da vida.
Para saber mais sobre ISO 14000, acesse:http://pt.wikipedia.org/wiki/ISO_14000
Para saber mais sobre efeito estufa, acesse:http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./carbono/index.html&conteudo=./carbono/artigos/efeitoestufa.html
e-Tec BrasilAula 2 - Impacto ambiental 27
Figura 2.1: Efeito estufaFonte: CTISM
O aquecimento global também denominado “efeito estufa” é considerado
um dos principais problemas ambientais globais.
A principal causa do aquecimento é a poluição da atmosfera por gases gera-
dos pela queima de combustíveis fósseis como carvão e petróleo. O metano,
gás do efeito estufa, responde por um terço do aquecimento do planeta. A
sua capacidade de reter calor na atmosfera é 23 vezes maior que a do gás
carbônico. Cerca de 28% das emissões mundiais desse gás vêm da pecuá-
ria. O gado envia milhões de toneladas anuais de metano para a atmosfera
(ruminação, fermentação intestinal, esterco).
Aquecimento globalhttp://www.youtube.com/
atch?v=fdDZHxmPosw&feature
Controle Ambientale-Tec Brasil 28
O metano também é liberado na queima de gás natural, em campos de
arroz inundados, em aterros e lixões (decomposição de resíduos orgânicos),
no esgoto, na queima do carvão e de material vegetal. Clorofluorcarbonos
(CFC´s) produzidos pela indústria química também são gases que provocam
o efeito estufa e destroem a camada de ozônio que protege a Terra contra
os raios nocivos do sol que provocam danos na vegetação e câncer de pele
em humanos.
Figura 2.2: Gases do efeito estufaFonte: CTISM
CFC´sDenomina-se clorofluorcarbono (CFC) o grupo de compostos pertencente à função orgânica derivados de halogenados obtidos principalmente pela halogenação do metano.
e-Tec BrasilAula 2 - Impacto ambiental 29
Devido a um acordo internacional, o Protocolo de Montreal subscrito em
1987, determina a eliminação de todas as substâncias que destroem a
camada de ozônio. Os CFC’s foram banidos de refrigeradores, condicio-
nadores de ar e de aerossóis. Com esse esforço global, cientistas esperam
uma recuperação lenta da camada de ozônio, porém a situação na Antártica
vem piorando nas últimas décadas. A presença média de CO2 registrada
durante o ano de 2005 na atmosfera terrestre foi 35,4% acima do que havia
em tempos pré-industriais. Já a concentração de óxido nitroso aumentou
18,2% desde o século 17, gerada principalmente pela queima de combustí-
veis fósseis, biomassa, pelo uso de fertilizantes e em processos industriais. A
presença do metano na atmosfera terrestre cresceu 154,7% desde o início
da era industrial. Esses dados são do boletim publicado pela OMM – Organi-
zação Meteorológica Mundial, vinculada à ONU.
Figura 2.3: Combustíveis fósseisFonte: CTISM
ResumoPor meio do estudo do impacto ambiental, das normas ambientais e do
efeito estufa, foi possível evidenciar a necessidade de se prevenirem danos
ambientais, orientando a escolha da melhor alternativa para que se evitem,
eliminem ou reduzam os efeitos prejudiciais decorrentes de empreendimen-
tos a serem propostos.
BTU British Thermal Unit (ou Unidade
Térmica Britânica) é uma unidade de medida não métrica.
Controle Ambientale-Tec Brasil 30
Atividades de aprendizagem1. Identifique a etapa do Estudo de Impacto Ambiental – EIA em que pode
ocorrer a possibilidade de não realização de um projeto.
2. O que deve ser realizado na etapa de identificação do plano de monito-
ramento do EIA?
3. O que o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA deve esclarecer?
4. De que forma é considerada atualmente a Avaliação de Impacto Ambien-
tal – AIA?
5. Qual a segunda finalidade relacionada a AIA?
6. O que o Estudo de Impacto Ambiental – EIA, etapa de maior conteúdo
técnico-científico, apresenta?
7. O que é necessário para que um país faça parte da International Organi-zation for Standardization – ISO?
8. Qual comitê foi instalado pela ISO em 1983, para elaborar uma série de
normas a respeito de gestão ambiental?
9. De que forma as normas ambientais têm repercussão nas decisões estra-
tégicas das empresas?
10. O que a Norma BS 7750 especifica?
11. Cite três possíveis formas de redução dos níveis de gases poluentes na
atmosfera que minimizem o efeito estufa. (Pesquise na internet)
e-Tec BrasilAula 2 - Impacto ambiental 31
e-Tec Brasil
Aula 3 – A preservação do solo
Objetivos
Reconhecer a necessidade de preservar o solo.
Identificar os tipos de resíduos sólidos de acordo com a sua
classificação, categorias, grupos e subgrupos.
Evitar problemas relacionados aos resíduos sólidos
3.1 Importância do soloO solo é um componente fundamental do ecossistema terrestre, pois é o prin-
cipal substrato utilizado pelas plantas para o seu crescimento e disseminação.
Devido a sua importância, em muitas universidades e institutos de pesquisa,
muitos departamentos se dedicam especificamente ao seu estudo. O solo
desempenha vários papéis vitais, tanto no aspecto ambiental, quanto eco-
lógico, social e econômico, o que comprova o quanto a população em geral
deve ser estimulada a conhecê-lo, para entender suas funções e se preocu-
par com a sua preservação.
3.2 Resíduos sólidos 3.2.1 Conceito de resíduo sólidoDe acordo com a NBR 10004, são denominados resíduos sólidos os resíduos
nos estados sólido e semissólido que resultam de atividades da comunidade
de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviço e de varrição. Incluem-se nessa definição os lodos provenientes de sistemas de tra-
tamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle
de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água.
A definição de resíduo pode variar de acordo com a conjuntura econômica, política
e tecnológica – fatores determinantes para arbitragem dos processos produtivos.
resíduo sólidode origem de varriçãoAqueles originados nos diversos serviços de limpeza pública urbana, incluindo os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, limpeza de galerias, de córregos e de terrenos, restos de podas de árvores, corpos de animais, etc.; e os de limpeza de áreas de feiras-livres.
e-Tec BrasilAula 3 - A preservação do solo 33
3.2.2 Classificação dos resíduos sólidosA classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou
atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características e a
comparação desses constituintes com listagens de resíduos e substâncias
cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido (ABNT – NBR 10004).
Para efeitos dessa Norma, os resíduos são classificados em:
a) Resíduos classe I – perigosos
São os que apresentam periculosidade, conforme classificação anterior, ou
uma das seguintes características:
• Inflamabilidade
• Corrosividade
• Toxicidade
• Patogenicidade
b) Resíduos classe II – não perigosos
• resíduos classe ll A – não inertes
Aqueles que não se enquadram na classificação de resíduos classe I – perigo-
sos ou de resíduos classe II B – inertes, nos termos dessa Norma. Os resíduos
classe II A – não inertes podem ter propriedades como biodegradabilidade,
combustibilidade ou solubilidade em água.
• resíduos classe ll B – inertes
Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa,
segundo a ABNT NBR 10007 e submetidos a um contato dinâmico e estático
com água destilada ou desionizada à temperatura ambiente, conforme ABNT
NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a con-
centrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se
aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
turbidezTurbidez de uma amostra de
água é o grau de atenuação de intensidade que um feixe de
luz sofre ao atravessá-la (e esta redução se dá por absorção e
espalhamento, uma vez que as partículas que provocam turbidez
nas águas são maiores que o comprimento de onda da luz
branca), devido à presença de sólidos em suspensão.
Controle Ambientale-Tec Brasil 34
3.3 Resíduos industriaisPara fins de destinação final, são incluídos na categoria de resíduos sólidos
industriais os resíduos sólidos e semissólidos do processamento industrial,
bem como todos os resíduos considerados perigosos (sólidos, líquidos e
pastosos) gerados pelo mesmo processamento. Definem-se como perigosos
ou nocivos, os resíduos e/ou combinações de resíduos que apresentem
substancial periculosidade real ou potencial à saúde humana ou aos
organismos vivos. Os resíduos sólidos industriais podem ser classificados em
quatro categorias básicas:
Categoria 1 – resíduos que requerem cuidados especiais quanto à coleta,
ao acondicionamento, ao transporte e à disposição final. Incluem-se nessa
categoria os resíduos perigosos definidos anteriormente.
Categoria 2 – resíduos potencialmente biodegradáveis e/ou combustíveis.
Estão incluídos nessa categoria os papéis, papelão, matéria vegetal, etc.
Categoria 3 – resíduos inertes inorgânicos e incombustíveis, incluindo todos
os inorgânicos inertes.
Categoria 4 – resíduos que contêm uma mistura variável e heterogênea de subs-
tâncias que individualmente poderiam ser classificadas nas categorias 2 ou 3.
Os resíduos perigosos incluídos na categoria 1 poderiam ser classificados em
grupos:
Grupo 1 – resíduos tóxicos
Grupo 2 – resíduos radioativos
Grupo 3 – resíduos inflamáveis
Grupo 4 – resíduos explosivos
Grupo 5 – resíduos biológicos
e-Tec BrasilAula 3 - A preservação do solo 35
Dentro do grupo 1, os resíduos tóxicos podem ser subcategorizados em:
3.4 Problemas relacionados aos resíduos sólidosO agravamento da questão dos resíduos está diretamente relacionado a dois
fatores: o aumento do consumo e a criação de materiais “artificiais”. O pri-
meiro fator está associado ao crescimento populacional e ao aumento da
geração de lixo per capita, decorrência dos padrões de consumo da atuali-
dade. O segundo está relacionado à criação de novos materiais, com estrutu-
ras complexas e normalmente não biodegradáveis que apresentam um alto
potencial de impactos ao homem e ao meio ambiente, como é o caso dos
metais pesados e dos materiais radioativos. Os problemas gerados por essa
situação são os mais diversos. Dentre eles podemos destacar:
Poluição visual provocada pelo lixo exposto nas ruas – levam o poder
público a investir recursos significativos na sua coleta periódica.
Problemas de saneamento – a ocorrência de depósitos de lixo próximos
aos aglomerados populacionais, ocasiona a proliferação de vetores biológi-
cos, como moscas, mosquitos, baratas, ratos, que favorecerão a ocorrência
de problemas de saúde: aumento da incidência de doenças diversas, como
diarréias infecciosas, leptospiroses, alergias, etc.
Poluição sonora – principalmente nas localidades onde a coleta do lixo é
feita no horário noturno.
Contaminação dos recursos hídricos – quando o lixo é depositado sem
cuidados técnicos para proteção do lençol freático ou quando o ‘chorume’
(líquido produzido durante a decomposição dos resíduos) atinge mananciais
ou cursos d’água. Isso compromete o abastecimento de água para as comu-
nidades próximas.
a) Tóxicos inorgânicos: metais, sais, ácidos e bases
b) Tóxicos orgânicos
c) Tóxicos orgânicos sintéticos
Controle Ambientale-Tec Brasil 36
Degradação ambiental das áreas destinadas ao tratamento do lixo e suas vizinhanças – de modo geral, está aumentando o crescimento da
geração de resíduos de alto impacto ambiental, por sua toxicidade e pelo
alto potencial de risco ao meio ambiente.
Aumento da demanda de áreas para destinação final do lixo – esse
problema decorre basicamente do aumento do volume de resíduos gerados
nas cidades que requerem a cada dia mais espaço para o tratamento do lixo.
Aumento dos deslocamentos para transporte do lixo – é consequência
do crescimento vertiginoso das grandes cidades e da falta de planejamento
urbano.
Desvalorização imobiliária (redução de renda urbana) – decorre da
deterioração de áreas próximas a locais destinados ao tratamento do lixo
(aterros, compostagem, incineração, etc.).
Discriminação social – manifesta-se quando a população mais carente uti-
liza os resíduos sólidos como fonte de sobrevivência, gerando repúdio dos
demais grupos sociais.
Problemas eminentemente políticos – o aumento da quantidade de lixo
urbano e sua necessidade de tratamento aumentam as funções do Estado.
Falta de recursos financeiros – um dos problemas mais graves enfrentado
pelas administrações municipais. Seu efeito direto é a falta de recursos tec-
nológicos, materiais e humanos para tratar o problema.
ResumoNesta aula, obtivemos conhecimentos a respeito de resíduos sólidos, com
informações sobre sua classificação, categorias, grupos e subgrupos, o que
possibilitou um melhor entendimento dos problemas relacionados à sua
geração. Obtivemos também subsídios que corroboram a necessidade de se
buscarem alternativas que viabilizem a redução e um destino final adequado
para eles.
e-Tec BrasilAula 3 - A preservação do solo 37
Atividades de aprendizagem 1. Como são classificados os resíduos sólidos?
2. Quais são as características referentes a um resíduo classe I – perigoso?
3. Cite exemplos de resíduo perigoso incluído na categoria I considerando
seus respectivos grupos.
4. O agravamento de resíduos sólidos está relacionado a dois fatores. Quais
são? Com que estão relacionados ou associados?
5. Quando a geração de resíduos sólidos pode contaminar os recursos
hídricos?
Controle Ambientale-Tec Brasil 38
e-Tec Brasil
Aula 4 – A qualidade da água
Objetivos
Reconhecer as etapas e processos necessários para conservar a
água e o meio ambiente pela educação ambiental e pelo desenvol-
vimento sustentável.
Identificar as formas de controle e monitoramento dos efluentes
líquidos e de redução de cargas poluidoras.
Identificar as formas de minimização do consumo de água.
4.1 Eterno recurso vitalA água é um recurso estratégico para a humanidade, sustenta a biodiver-
sidade e a produção de alimentos e suporta todos os ciclos naturais. Tem,
portanto, importância ecológica, econômica e social. Já as grandes civili-
zações do passado e do presente, assim como as do futuro, dependem e
dependerão da água para sua sobrevivência econômica, biológica e para o
seu desenvolvimento econômico e cultural.
Para uma adequada gestão dos recursos hídricos é necessária uma integra-
ção mais efetiva e consistente das informações sobre a importância de lagos,
rios, represas e áreas alagadas e dos processos econômicos e sociais que
influenciam os recursos hídricos.
4.2 Efluentes líquidos“Qualquer tipo de água, ou outro líquido que flui de um sistema de coleta,
de transporte, como tubulações, canais, reservatórios, elevatórias, ou de um
sistema de tratamento ou disposição final, como estações de tratamento e
corpos d’água.” (ABNT, 1973).
Os efluentes líquidos constituem hoje um dos principais problemas enfren-
tados pela humanidade por serem lançados inadequadamente e sem tra-
e-Tec BrasilAula 4 - A qualidade da água 39
tamento, nos corpos receptores. O crescimento populacional e o desenvol-
vimento urbano e industrial aumentaram consideravelmente a quantidade
de esgotos de origem sanitária e industrial que, muitas vezes, é direcionada
para rios e mares in natura, alterando as condições das águas superficiais
e sedimentos. Considerando-se que o desenvolvimento tecnológico e o
crescimento demográfico não podem parar a fim de garantir a sustenta-
bilidade ambiental, faz-se necessário a introdução de unidades de trata-
mento de efluentes nas indústrias para que as concentrações dos consti-
tuintes físico-químicos e biológicos sejam reduzidas ou eliminadas para
reaproveitamento dentro da empresa e em último caso, direcionadas ao
meio ambiente. Os parâmetros mais utilizados na avaliação do impacto
ambiental causado pelo lançamento de efluentes nos corpos receptores são
a Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO e a Demanda Química de Oxigênio – DQO. Esses dois parâmetros representam métodos indiretos,
de análise simples e de custo relativamente baixo, para a quantificação do
potencial poluidor dos efluentes industriais.
O modelo matemático universalmente aceito que permite o cálculo da con-
centração máxima de carga orgânica presente em um efluente a ser lan-
çado num determinado curso d’água, de modo a permitir o processo de
autodepuração é representado pela seguinte equação:
Onde: DBOe = concentração máxima de DBO no efluente a ser lançado (mg L-1)
Lo = DBO da mistura água do rio + efluente, no ponto de lançamento (mg L-1)
Sendo: Lo = (DBOr * Qr + DBOe * Qe)/(Qr + Qe)
Qe = vazão do efluente no ponto de lançamento (L s-1)
Qr = vazão do rio no ponto de lançamento (L s-1)
DBOr = concentração de DBO na água do rio, a montante do lançamento
(mg L-1).
Assim, um efluente, além de satisfazer os padrões de lançamento, deve pro-
porcionar condições no corpo receptor, de tal forma que a sua qualidade se
enquadre nos dos padrões dos corpos receptores.
autodepuraçãoCapacidade de um corpo de água de, após receber uma carga poluidora, através de processos naturais (físicos,
químicos e biológicos) recuperar suas qualidades ecológicas e
sanitárias. Zona de contato entre duas formações com
características distintas.
Controle Ambientale-Tec Brasil 40
4.3 Controle dos efluentes líquidosExigências adicionais ao nível básico de tecnologia serão feitas sempre que for
necessária a compatibilização dos lançamentos com os critérios de qualidade
de água estabelecidos para o corpo d’água ou trecho do mesmo em que se
realizar o lançamento, segundo seus usos benéficos (legislação estadual) ou
segundo classes que agrupam determinados usos preponderantes (legisla-
ção federal). Esses usos e classes estão relacionados a limites e condições
estabelecidos na legislação e nos regulamentos em vigor que definem teo-
res máximos de substâncias potencial ou efetivamente prejudiciais à saúde
humana ou à biota. Além disso, poderão ser feitas exigências de redução
nos teores de outras substâncias e na toxicidade dos efluentes, de modo a se
obterem ausências de toxicidade aguda e crônica que possa causar danos à
flora e à fauna aquática dos corpos receptores. O nível básico de tecnologia
a ser estabelecido para os ramos industriais mais relevantes quanto à poluição
das águas corresponderá à tecnologia de uso corrente no país.
4.4 MonitoramentoAs empresas têm investido no desenvolvimento e implantação de novas tec-
nologias de processo e aumentado os gastos com monitoramento, controle
e reuso dos efluentes como fonte de água limpa para uso industrial.
O monitoramento da qualidade das águas tem a finalidade de verificação de
parâmetros indicadores relacionados com a condição ambiental dos cursos
hídricos. O padrão de uso e ocupação do solo de uma região determina os
limites permitidos para cada poluente. A partir da avaliação da qualidade
das águas, pode-se estabelecer o adequado uso para cada caso. No monito-
ramento, é necessário que se analisem os parâmetros de qualidade da água
que retratam como está o estado do corpo d’água receptor. São considera-
dos parâmetros como cor, turbidez, sólidos totais, oxigênio dissolvido (OD),
pH, DBO, sais minerais, entre outros. O monitoramento dos recursos hídricos
constitui-se num poderoso instrumento, que possibilita a avaliação da oferta
hídrica, base para decisões do aproveitamento múltiplo e integrado da água,
bem como a minimização de impactos ao meio ambiente.
4.5 Redução de cargas poluidoras na fonteA gestão dos recursos hídricos no Brasil, especialmente nas indústrias mais
antigas, sempre foi vista como um assunto de importância menor, já que
a água era considerada um recurso inesgotável e muito barato, não ofere-
e-Tec BrasilAula 4 - A qualidade da água 41
cendo o apelo econômico de outros custos variáveis como energia e insumos
químicos. Porém, esta realidade vem mudando gradativamente, tanto em
virtude de uma legislação cada vez mais restritiva, como pelo aumento da
conscientização da população cuja demanda por produtos gerados por pro-
cessos industriais menos agressivos ambientalmente começa a ser sentida.
Muitas empresas brasileiras têm procurado melhorar seu desempenho
ambiental ao identificar, em seus processos produtivos e instalações industriais
e administrativas, oportunidades de otimização do uso da água e de minimi-
zação da geração de efluentes líquidos. Nos tempos atuais de economia e de
poluição globalizadas, a nova ordem das empresas é a maior produtividade,
com uso adequado da água disponível, reuso de efluentes, processos indus-
triais mais confiáveis e redução de impactos sobre o meio ambiente.
A geração de efluentes vem ao longo do tempo se tornando um assunto
de grande preocupação no meio industrial na medida em que avançam as
restrições legislativas sobre os responsáveis pelas fontes emissoras. Tal fato
acaba induzindo a um constante aperfeiçoamento técnico no sentido de se
alcançar uma máxima redução do impacto ambiental. Na indústria de proces-
sos químicos, particularmente, a consideração deste problema é influenciada
por fatores como as matérias-primas envolvidas, a necessidade de alteração
do processo, a reciclagem de correntes residuais, o tratamento na fonte e o
reuso dos efluentes tratados, além da sua consequente disposição final nos
limites estabelecidos pela legislação.
4.6 Implantação de sistemas de tratamentoOs sistemas de tratamento de água compreendem desde o manancial de
abastecimento, a captação de água, a estação de tratamento de água e a
distribuição de água potável.
Controle Ambientale-Tec Brasil 42
Como uma indústria de transformação, uma estação de tratamento de água
(ETA) transforma a matéria-prima (água bruta) retirada da natureza, em
produto final (água potável), ocorrendo neste processo, geração de resíduos
que retornam ao meio ambiente de maneira inadequada. A maioria das
estações de tratamento de água de abastecimento (ETAs) não trata os resíduos
sólidos gerados principalmente nas etapas de sedimentação e filtração. Sem
o tratamento e disposição final, os resíduos gerados em ETAs são lançados
em corpos d’água, não respeitando a legislação ambiental vigente. A grande
preocupação com a qualidade e quantidade disponível de recursos hídricos
faz com que seja necessário identificar os impactos ambientais causados por
resíduos gerados em ETAs e propor medidas mitigadoras visando minimizar os
impactos negativos desta atividade. Com base nestes objetivos, considera-se
que as características da água bruta, os produtos químicos utilizados e o
tipo de tratamento adotado são fatores determinantes nas características e
quantidades de resíduos gerados nos decantadores e na água de lavagem
de filtros. A escolha do tratamento e a disposição final da fase sólida do lodo
depende de aspectos técnicos e econômicos e são imprescindíveis no projeto
e implantação de ETAs.
4.7 Controle da qualidade da água no corpo receptorO crescimento das cidades nas últimas décadas tem sido responsável pelo
aumento da pressão das atividades antrópicas sobre os recursos naturais. A
poluição dos corpos d’água é causada pela introdução de matéria e/ou ener-
gia, alterando as características da água e podendo afetar a biota. A resposta
dos corpos hídricos ao lançamento de despejos industriais e domésticos varia
em função de suas características físicas, químicas e biológicas e da natureza
das substâncias lançadas. O processo de autodepuração em corpos d’água
está vinculado ao restabelecimento do equilíbrio no meio aquático, após as
alterações induzidas pelos despejos afluentes. Uma das etapas da avaliação
de impacto que um despejo industrial causa em um corpo hídrico e da eficá-
cia das medidas de controle é a quantificação das cargas poluidoras afluen-
tes. São necessários levantamentos de campo na área em estudo, incluindo
amostragem dos poluentes, análises de laboratório e medição de vazões. Esse
trabalho visa à compreensão do processo de autodepuração em um corpo
hídrico receptor de despejos industriais e domésticos. Subordinadamente
constituem-se objetivos da investigação caracterizar amostras dos despejos
identificados e sua distribuição, em termos de concentrações ao longo do
curso d’água, além de identificar parâmetros relevantes sob o ponto de vista
Controle Ambientale-Tec Brasil 44
ambiental. O presente estudo pode fundamentar ações de gestão dos recursos
hídricos da bacia hidrográfica, além de direcionar eventuais ações corretivas.
4.8 Minimização do consumo de águaA redução de volume e a carga poluidora gerada nos processos industriais,
têm se mostrado de fundamental importância na compatibilização das ativida-
des produtivas com o meio ambiente. As condições de abundância de recursos
hídricos, o relativo baixo custo da água necessária aos processos, a existência
de elevadas áreas disponíveis para implantação de estações de depuração de
despejos retratam um cenário tipicamente favorável para a implantação de
unidades industriais e de processos com tecnologias despreocupadas com a
questão ambiental. Dessa forma, assistiu-se, no passado, à implantação de
empreendimentos em que a escolha do sistema de tratamento de efluentes
foi definida apenas a poucos meses do início de operação da indústria, sem a
preocupação criteriosa de avaliar-se preliminarmente qual seria o impacto do
custo de implantação e sua operação no empreendimento.
Particularmente, no que se refere a efluentes industriais, a análise dos proces-
sos produtivos deve ter início na avaliação detalhada do fluxograma de pro-
cesso, que deverá indicar os pontos de uso de água e de geração de despejos,
com indicação clara, ponto a ponto, das vazões e cargas poluidoras a serem
descartadas.
Deve-se então, proceder a uma verificação crítica de alternativas de processo
que resultem em menor consumo de água e a uma redução de perdas de
matérias-primas e/ou produtos ou subprodutos.
4.8.1 Importância da minimizaçãoSão diversos os benefícios advindos da implantação de programas de minimi-
zação de efluentes e de cargas orgânicas. Primeiramente deve-se considerar
a redução de custos de implantação e de operação de estações de depuração
de efluentes. Em segundo lugar, a minimização dos efluentes tem relevância
em ocasiões de aumentos de produção ou ampliações industriais, quando
uma consequente ampliação nas facilidades de tratamento de efluentes seria
necessária. Através de um programa de minimização dos efluentes, pode-se
considerar a possibilidade de que essas ampliações sejam realizadas sem obri-
gatoriamente acarretar ampliação da ETE.
e-Tec BrasilAula 4 - A qualidade da água 45
Qualquer programa de minimização de efluentes deve ter início por um mapea-
mento e reorientação dos circuitos de uso da água e de geração de despejos
líquidos na indústria.
Este mapeamento deve ser realizado por meio de medição de vazão, amostra-
gem e análises representativas, procurando estabelecer as cargas pontuais no
processo industrial. Um dos principais pontos a ser verificado em programas
de minimização refere-se à lavagem e à limpeza de pisos e equipamentos.
A automação dos processos é fundamental para a redução de vazões e cargas
poluidoras. Em operações de limpeza ou lavagem de produtos ou matérias pri-
mas com introdução de água limpa, o uso de válvulas solenóides associadas,
ou intertravadas, com a passagem dos itens a serem limpos ou lavados, tem
papel fundamental na economia do uso da água.
Cabe salientar que nenhum programa de redução ou de minimização de
poluição atinge os resultados desejados sem a devida conscientização, envol-
vimento e comprometimento do pessoal que o conduzirá, o que deve ser
obtido por treinamento adequado em todos os níveis e setores da empresa.
Exemplo prático!Preparação de xarope de açúcar em indústrias de bebida. A Figura 4.2 apre-
senta a configuração de um sistema antigo de preparação de xarope de açú-
car, utilizando-se a diluição de açúcar refinado em água, o qual é aquecido
e posteriormente filtrado e resfriado.
Controle Ambientale-Tec Brasil 46
Figura 4.2: Preparação de xarope de açúcar em indústrias de bebidasFonte: CTISM
Na etapa de preparação, adiciona-se ainda carvão ativado, para descolo-
ração. Ao final dessas operações realizadas em bateladas costumava-se
“empurrar” o xarope através das tubulações, do filtro e pelo trocador de
calor até seu ponto de uso, o que provocava remanescência de uma quanti-
dade excessiva de açúcar nesses equipamentos.
O tanque de preparação de xarope era então lavado, e a água de lavagem
passava pelo filtro e trocador de calor, constituindo um efluente de elevada
carga orgânica decorrente do açúcar residual.
e-Tec BrasilAula 4 - A qualidade da água 47
O açúcar, além de conferir uma DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
elevada, representava uma perda de matéria-prima importante.
A Figura 4.3 representa uma reconfiguração desse processo, visando à minimi-
zação de vazão e de carga orgânica.
Figura 4.3: Preparação de xarope de açúcar em indústrias de bebidasFonte: CTISM
Controle Ambientale-Tec Brasil 48
Após o término da batelada de preparação e transferência de xarope de açúcar,
introduz-se uma corrente de ar comprimido que “empurra” o xarope a seu
ponto de utilização ou estocagem. Após essa operação, introduz-se a água de
lavagem a qual é recirculada ao próprio tanque de preparação de xarope após
passar pelo filtro e trocador de calor. A água de lavagem, retornada ao tan-
que de preparo de xarope, tem seu nível complementado, e a concentração de
xarope ajustada para a batelada seguinte.
ResumoNesta aula, analisamos a importância da qualidade da água e a necessidade
do controle e monitoramento dos efluentes líquidos, bem como a redução das
cargas poluidoras e respectiva implantação de sistemas de tratamento, assim
como a questão da minimização do consumo d’água.
Atividades de aprendizagem 1. Considerando os efluentes líquidos, qual é a sua relação com o cresci-
mento populacional e o desenvolvimento urbano e industrial?
2. Quais são os parâmetros mais utilizados na avaliação do impacto am-
biental causado pelo lançamento de efluentes nos corpos receptores? O
que eles representam?
3. Qual a finalidade do monitoramento da qualidade das águas?
4. Em que consiste um sistema de tratamento de água?
5. Que fatores influenciam a redução de cargas poluidoras na fonte, na
indústria de processos químicos?
6. Como a automação contribui com a economia da água?
7. Considerando uma barragem, como se pode definir jusante e montante?
e-Tec BrasilAula 4 - A qualidade da água 49
e-Tec Brasil
Aula 5 – A globalização
Objetivos
Reconhecer as mudanças ocorridas nas empresas causadas pela
questão ambiental.
Reconhecer a necessidade do controle ambiental.
5.1 Ambiente globalizadoVivemos a época da globalização, comercial e financeira, com facilidades
de comunicação, transporte e interesse de aumento de trocas comerciais.
As questões ambientais também estão globalizadas, sobretudo quando os
impactos apresentam caráter global (efeito estufa, redução da camada de
ozônio, poluição do ar, acidentes nucleares).
Figura 5.1: Escassez de recursosFonte: CTISM
e-Tec BrasilAula 5 - A globalização 51
5.2 A situação das empresas frente à questão ambientalAs empresas, que têm interesses em exportação, devem se adequar às nor-
mas da série ISO 9000, por uma exigência do mercado. A grande vantagem
dessas normas, que se referem à implantação, operação e à manutenção
de um sistema de gerenciamento da qualidade, é a de proporcionar uma
qualidade constante ao produto pelo fato de existir um sistema gerencial
estabelecido e estruturado que se preocupa com os procedimentos, treina-
mento de pessoas, auditorias, registros, etc.
Nos Estados Unidos, a melhoria do desempenho ambiental das empresas
tem sido obtida, em grande parte, graças à aplicação de auditorias ambien-
tais, realizada por integrantes da própria empresa (da própria fábrica ou da
matriz), ou eventualmente por pessoas de fora. Os movimentos ecológicos
têm tido forte atuação, obrigando as empresas a adequarem seus proces-
sos aos novos requisitos. Eventualmente os movimentos ecológicos levam as
empresas a situações difíceis como a que ocorreu no início da década de 80,
quando grupos ambientalistas fizeram forte propaganda de boicote à rede
de lanchonetes BURGER KING, alegando que ela consumia grande quan-
tidade de carne bovina importada, boa parte originária de gado criado na
Amazônia. A razão para esse boicote seria a preservação da floresta tropical
brasileira ameaçada de destruição com a formação de pastagens em lugar
da mata nativa.
Um exemplo oposto ocorreu com empresas que usaram o marketing ecológico
como a CULTURAL SURVIVAL, que importou produtos de povos indígenas com
habitat ameaçado (nozes, óleos da floresta, alimentos e cosméticos, botões
de madeira), com movimentos de 30 milhões de dólares em vendas. A BODY
SHOP é outra empresa que tem apostado alto em programas ecológicos.
Algumas empresas como a 3M, Nike, Kodak e outras, passaram a realizar
investimentos elevados em melhorias ambientais. A 3M criou o programa 3P,
sigla de “Pollution Prevention Pays” – prevenir a poluição dá lucro, obtendo
significativa economia com a reutilização de materiais que seriam descarta-
dos como resíduo. A Kodak vem desenvolvendo uma série de iniciativas para
conscientizar os colaboradores e a comunidade sobre a importância da ree-
ducação no consumo de água, tanto em empresas como em residências. A
Nike desenvolveu tecnologia voltada à reciclagem de tênis e a Kodak investiu
fortemente na modificação de processos produtivos e no reaproveitamento
de materiais poluentes como o toner de máquinas copiadoras.
Responsabilidade ambientalhttp://solutions.3m.com/
wps/portal/3m/pt_pt/about 3m/information/corporate/
responsibility/
Controle Ambientale-Tec Brasil 52
Em relação à indústria automobilística da Europa (VOLVO da Suécia, Merce-
des da Alemanha, FIAT e outras), os novos projetos têm procurado utilizar
materiais ecologicamente corretos (bancos de caminhões e pára-choques
com fibras de coco), uso de materiais reciclados (na primeira vida do carro o
plástico é usado em painéis, na segunda em pára-choques e na terceira em
revestimentos internos de bancos), facilidades de desmonte.
A indústria química, bastante visada pela sociedade em função de emissões
de poluentes, riscos de acidentes e problemas de segurança associados, foi
uma das primeiras áreas a criar códigos de desempenho. Assim, surgiu no
Canadá em 1985, patrocinado pela Indústria Química o “Responsable Care Program – A Total Commitment”, que, através de um enfoque próativo,
definiu cinco elementos de atuação:
• Princípios diretivos
• Estabelecimento de códigos e práticas gerenciais
• Reunião de grupos (comitês) de liderança executiva
• Formação de um conselho público consultivo
• Autoavaliação de desempenho
5.3 Por que controlar o ambienteA empresa deve, antes de tudo, atender às necessidades de seus consumi-
dores, sendo este o seu objetivo principal, vital para que ela possa sobreviver.
O lucro, ao contrário do que muitos pensam, não é a finalidade da empresa,
e sim um resultado do seu trabalho, sendo na realidade uma medida de seu
desempenho: quando ela estiver atendendo bem, naquilo que os seus clien-
tes esperam, consegue vender mais, consegue melhores preços, e, portanto
tem lucro. A empresa que não esteja atendendo o que os clientes esperam,
ao contrário, vende menos, seus clientes passam a dar preferência a concor-
rentes e, cada vez vendendo menos, ela passa a ter prejuízos até o ponto em
que ela mude radicalmente sua postura ou encerre as suas atividades.
e-Tec BrasilAula 5 - A globalização 53
Para que façamos a escolha de um dado bem ou serviço, cada um de nós
pensa em três aspectos, independentemente daquilo que estamos com-
prando, seja em uma feira de verduras e frutas, em uma loja de automóveis,
supermercado, joalheria, hotel, serviços (cursos, tratamento em um hospital,
pacote turístico). Esses três aspectos são representados pela sigla SPC:
S – satisfação da pessoa que está comprando o bem ou serviço, ou seja, se
ele agrada, atende à finalidade pretendida, se é durável, resistente, confor-
tável e cumpre os quesitos de qualidade;
P – preço, ou seja, se o seu preço está compatível com a qualidade apre-
sentada, se temos condição de pagar o valor solicitado, se o preço é melhor
do que o apresentado por um outro concorrente para o mesmo produto ou
similar;
C – condições de entrega, ou seja, se o produto existe nas quantidade de
que estamos precisando, se o prazo é adequado às nossas necessidades, etc.
Esses são tradicionalmente os três aspectos que instintivamente qualquer
pessoa analisa ao fazer uma compra e que compõem o conceito de qua-
lidade daquele bem ou produto. Hoje, as pessoas têm consciência de uma
quarta variável, o MA – Meio Ambiente, que está gerando um novo relacio-
namento entre consumidores e produtores com ações de apoio ou boicotes,
pressão junto ao governo para que se cumpram leis, estimulando a atuação
de ONGs e órgãos comunitários, acionistas, comunidade internacional, etc.
Nesse contexto, verifica-se que a proteção ambiental passou a ser uma neces-
sidade das pessoas e clientes da empresa. Para sobreviver, as organizações
estão se estruturando para atender melhor a esse aspecto, criando áreas
específicas para atuar interna e externamente em melhorias de desempenho
ambiental. As tendências de preocupação ambiental vêm aumentando subs-
tancialmente, e o Brasil é um foco. Na Europa, por exemplo, eles queriam
saber de onde vinha o aço de todos os produtos comprados do exterior,
se havia impacto ambiental na produção. Outro setor bastante cobrado é
o petroquímico que causa alto impacto ambiental. Os clientes europeus
começaram a exigir responsabilidade sócioambiental. Frente ao alerta de
aquecimento global e esgotamento de recursos, as companhias têm feito
investimentos em tecnologias limpas, programas de redução ou anulação de
emissão de carbono, reciclagem, conscientização de funcionários e restrição
a clientes que não respeitam o meio ambiente.
Meio ambientehttp://www.youtube.com/watch?v=6aM_rp5JYAM
Controle Ambientale-Tec Brasil 54
ResumoVimos nessa aula que, independentemente de existirem alguns fatos iso-
lados, a questão ambiental está sendo vista como um todo, em que toda
a humanidade deve agir junto na redução de indicadores poluidores e em
melhorias de desempenho ambiental.
Atividades de aprendizagem1. Como deve proceder relativamente à questão ambiental, uma empresa
que tem interesse em exportar seus produtos?
2. Cite (pesquise) duas empresas que tenham se adequado às normas am-
bientais, considerando à interface produção de seus produtos /questão
ambiental?
3. Por que a indústria química é muito visada em relação a questão ambiental?
4. O que fazem as companhias diante do alerta de aquecimento global e
esgotamento de recursos?
e-Tec BrasilAula 5 - A globalização 55
e-Tec Brasil
Aula 6 – Documentação do Sistema de Gestão Ambiental – SGA
Objetivos
Identificar os organismos certificadores e as respectivas etapas do
processo de certificação.
Reconhecer a importância das legislações Federal, Estadual, Munici-
pal, assim como das Medidas Provisórias, dos Decretos, das Resolu-
ções CONAMA e das Portarias aplicáveis ao meio ambiente.
Identificar os desafios ambientais do futuro, trabalhando continua-
mente para melhorar o desempenho ambiental.
6.1 SGAA documentação do SGA foi implementada com o objetivo de descrever o
SGA e assegurar planejamento, operação e controle eficaz dos processos
associados aos impactos ambientais da empresa. O SGA permite o controle
dos aspectos ambientais do empreendimento em sua construção e ocupação,
de forma organizada. O SGA encontra-se normalizado pela NBR ISO 14001
(ABNT, 1996). De acordo com essa norma, o sistema de gestão ambiental é
parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional, ativi-
dades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, proces-
sos e recursos para desenvolver, programar, atingir, analisar criticamente e
manter a política ambiental.
O diferencial na adoção do SGA normalizado é que seus requisitos são
padrões; assim, há uniformidade de conceitos e procedimentos.
6.2 Organismos certificadoresSão organismos, também sem fins lucrativos (exigência legal) que, segundo
os critérios do INMETRO e as normas (da ABNT, ou normas vindas do exte-
rior, como a ISO 14001) realizam as auditorias nas empresas e, verificando a
conformidade com elas, emitem um certificado.
e-Tec BrasilAula 6 - Documentação do Sistema de Gestão Ambiental – SGA 57
Entre outros, atuam na certificação ambiental o Bureau Veritas Quality Inter-national (BVQI), a American Bureau of Shipping Quality Evaluations e o Det Norske Veritas, o Lloyd’s Register of Shipping, a Fundação Carlos Alberto
Vanzolini e União Certificadora da Indústria Eletroeletrônica – UCIEE.
6.3 Etapas do processo de certificação, segundo o Inmetro6.3.1 Pré-avaliação
• Solicitação da certificação pela empresa interessada.
• Análise do processo pelo organismo de certificação.
• Visita preliminar do organismo à empresa.
• Preparação da auditoria pelo organismo de certificação.
6.3.2 Avaliação
• Reunião entre a equipe de auditores e os gerentes da empresa interessa-
da (para que a empresa conheça os procedimentos da auditoria e defina
os canais e responsabilidades).
• Realização da auditoria.
• Nova reunião. Indicação de não conformidades. Recomendação da cer-
tificação (ou não).
6.3.3 Pós-avalição
• Análise do relatório de auditoria pelo organismo de certificação.
• Emissão do certificado e contrato.
• Acompanhamento do desempenho (através de re-certificações periódicas).
Controle Ambientale-Tec Brasil 58
Se a empresa obtiver o certificado, receberá os seguintes documentos:
• Relatório de auditoria.
• Informe de não conformidades.
• Certificado de conformidade e anexos.
• Procedimento para utilização do símbolo de empresa certificada.
• Lista de empresas certificadas.
A certificação tem acompanhamento constante. O organismo de certifica-
ção tem o poder de suspender, cancelar ou revogar o certificado obtido pela
empresa.
6.4 Órgãos públicosNo tocante ao meio ambiente, o Serviço Público Federal possui hoje, em
nível mais elevado, o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e
da Amazônia Legal.
Definido pela Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81) existe
o SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA), que é composto
pelos órgãos e instituições ambientais das três esferas do governo, ou seja,
federal, estadual e municipal, além de representantes de diversas entidades,
com atuação principal realizada por meio de dois órgãos:
a) CONAMA – participam do CONAMA representantes de organizações
do governo e não governamentais, estabelecendo normas, diretrizes
e critérios para operacionalizar a Política Nacional de Meio Ambiente,
PNMA.
b) IBAMA – o IBAMA é o órgão encarregado de fiscalizar e multar os infra-
tores. Na estrutura administrativa dos Estados, existem as Secretarias do
Meio Ambiente, subordinadas aos Governos Estaduais. Em cada Estado,
ligado à Secretaria existe o Conselho Estadual de Meio Ambiente (CON-
SEMA). Os estados têm uma atuação importante na questão ambiental,
principalmente aprovando o licenciamento de atividades potencialmente
poluidoras, desde que os impactos digam respeito ao território do Esta-
CONAMAConselho Nacional do Meio Ambiente, é um órgão consultivo e normativo, encarregado de fixar as resoluções que regem todas as atividades no tocante ao meio ambiente.
IBAMAInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. É o órgão responsável pela execução da política federal no tocante ao meio ambiente.
e-Tec BrasilAula 6 - Documentação do Sistema de Gestão Ambiental – SGA 59
do, conforme será apresentado mais adiante. Recentemente, o IBAMA
vem transferindo para os Estados a responsabilidade e autoridade para
fiscalização, a não ser os casos definidos em lei (atividades nucleares, por
exemplo) e quando os impactos extrapolarem a jurisdição estadual.
6.5 LegislaçãoA legislação brasileira é, de certa forma, uma herança das leis portuguesas,
que continham alguns tópicos ambientais, desde antes do descobrimento.
Atualmente a legislação ambiental brasileira é considerada uma das mais
bem elaboradas e completas do mundo graças principalmente, aos decre-
tos, às leis e aos regulamentos que foram emitidos a partir de 1981. Existe
um conjunto bastante completo de leis que definem as obrigações, respon-
sabilidades e as atribuições, tanto dos empreendedores, quanto do poder
público, nas várias esferas: federal, estadual e municipal. Além das leis, há
toda uma série de regulamentos a serem cumpridos, elaborados por órgãos
como o CONAMA, Ministério do Meio Ambiente e Secretarias Estaduais e
Municipais de Meio Ambiente.
Um fato jurídico muito importante foi a promulgação da Lei nº 6.938, de
31/08/1981, com o estabelecimento da Política Nacional de Meio Ambiente,
onde estão estabelecidos princípios e objetivos bem definidos.
Instrumentos de Política Ambiental, que inibem a ação predatória das ativi-
dades humanas:
• Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental (sobretudo qualidade
do ar).
• Zoneamento ambiental (evita o mau uso da propriedade).
• Avaliação de impactos ambientais (evita a implantação de certas atividades).
• Licenciamento e revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras.
Um dos fatores mais importantes no Direito Ambiental, no Brasil, foi a pro-
mulgação da Lei nº 7.347, de 24/07/1985, que definiu um instrumento pro-
cessual para defender o cidadão em relação às ações lesivas de outros e
quanto ao meio ambiente.
Controle Ambientale-Tec Brasil 60
O Brasil é o único ou talvez um dos poucos países do mundo em que a pró-
pria Constituição estabelece a obrigatoriedade da realização de um Estudo
de Impacto Ambiental antes da aprovação de uma série de empreendimen-
tos que apresentem riscos reais ou potenciais de degradação ambiental. A
legislação brasileira atribui ao gerador do resíduo uma responsabilidade ili-
mitada no tempo, até que este seja destruído. Qualquer consequência do
resíduo (indenizações a vítimas, responsabilidade pela recuperação de áreas,
correções, etc.) será da responsabilidade do gerador. Mesmo quando o resí-
duo é enviado a um aterro industrial, continua uma participação da respon-
sabilidade do gerador, até o prazo de 20 anos, após a desativação do aterro.
Outro tópico previsto em lei é que o proprietário da empresa responde pelos
atos de seus empregados (prepostos), já que ele aufere lucro com a ativi-
dade da empresa (existe uma relação de causa e efeito entre a atividade da
empresa e o prejuízo ambiental causado).
6.6 Lei de Crimes Ambientais (Lei n º 9.605/98)A Lei nº 9.605, de 13/03/1998, também chamada de Lei de Crimes Ambientais trouxe muitas inovações.
As penas previstas para as pessoas jurídicas (arts. 21 e 23 da Lei nº 9.605/98), são:
I – Multa.
II – Restritivas de direito.
a) suspensão total ou parcial de atividades;
b) interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
c) proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsí-
dios, subvenções ou doações.
III – Prestação de serviços à comunidade: custeio de programas e de pro-
jetos ambientais; execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
manutenção de espaços públicos; contribuições a entidades ambientais ou
culturais, públicas.
IV – Pena de perda de bens e valores.
e-Tec BrasilAula 6 - Documentação do Sistema de Gestão Ambiental – SGA 61
6.7 LicenciamentoO licenciamento ambiental é um procedimento pelo qual um órgão ambiental
permite a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos
e atividades que utilizam recursos ambientais e que possam ser consideradas
efetivas ou potencialmente poluidoras. No licenciamento ambiental, são ava-
liados impactos causados pelo empreendimento, como potencial de gerar
líquidos (despejos e efluentes), emissões atmosféricas, resíduos sólidos, ruí-
dos e potencial de risco, por meio de incêndios e explosões. Com esse instru-
mento, busca-se garantir que as medidas preventivas e de controle adotadas
no empreendimento sejam compatíveis com o desenvolvimento sustentável.
A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/8 1) e a Consti-
tuição Federal de 1988 (art. 225) exigem a realização de estudos de impacto
ambiental e o licenciamento de atividades potencialmente perigosas, reque-
rendo-se essa licença ao órgão ambiental federal (IBAMA), estadual ou
municipal, conforme o caso.
A Resolução CONAMA 001 de 26/01/1986, no seu art. 40 estabelece que:
”Os órgãos setoriais (nível estadual) do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio
Ambiente) deverão compatibilizar os processos de licenciamento com as
etapas de planejamento de implantação das atividades modificadoras do
ambiente”.
O processo de licenciamento inicia-se com a “Consulta Prévia”, seguido das
obtenções da “Licença de Instalação” e da “Licença de Operação”.
6.7.1 Consulta préviaÉ feita uma solicitação de licença à Secretaria do Meio Ambiente (SMA) do
Estado pelo empreendedor. O órgão ambiental faz, então, uma primeira
avaliação sobre a possibilidade de implantar o empreendimento no local
pretendido e informa esse resultado ao solicitante. Nessa ocasião, é tam-
bém decidida a necessidade ou não, da apresentação de estudos de impacto
ambiental (EIA-RIMA), dependendo dos problemas (impactos) ambientais
que poderiam ser potencialmente causados pelo empreendimento.
6.7.2 Licença préviaO Decreto Federal nº 99.274, de 06/06/1990, estabelece que:
A Licença Prévia (LP) será expedida na fase de planejamento de ati-
vidade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de
Controle Ambientale-Tec Brasil 62
instalação e operação, observados os Planos Municipais, Estaduais ou
Federais de uso do solo.
Nesta fase, o órgão ambiental recebe o EIA, contratado pelo empreendedor,
realiza uma análise e, caso aprove, emite a Licença Ambiental Prévia (LAP).
6.7.3 Licença de instalaçãoO Decreto Federal nº 99.274, de 06/06/1990, estabelece que:
A Licença de Instalação (LI) será expedida autorizando o início da im-
plantação da atividade de acordo com as especificações constantes do
projeto executivo ambiental aprovado.
Pré-requisitos para a licença de instalação:
a) Ter apresentado, junto com o pedido, o “Memorial de Caracterização do
Empreendimento” (MCE), que descreve:
• o processo;
• equipamentos a instalar;
• atividades que serão realizadas;
• combustíveis que serão utilizados;
• efluentes gerados e o plano de disposição de resíduos (se houver resíduos
perigosos, ou que possam gerar danos ao meio ambiente).
b) Ter anunciado, em jornal de grande circulação a solicitação da licença.
c) Comprovar o atendimento à legislação municipal sobre uso e ocupação
do solo.
d) Ter aprovado o Estudo de Impacto Ambiental. Nesta fase, serão realizadas as
obras de implantação do empreendimento, sendo então solicitada a licença
de operação.
e-Tec BrasilAula 6 - Documentação do Sistema de Gestão Ambiental – SGA 63
6.7.4 Licença de operação ou funcionamentoO Decreto Federal nº 99.274, de 06/06/1990, estabelece que:
A Licença de Operação (LO) será emitida autorizando após as verifica-
ções necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de
seus equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto
nas licenças prévias e de instalação.
Essa licença é concedida quando:
• A instalação já estiver pronta, em condições de operar.
• Tenha sido verificada a conformidade com aquilo que foi previsto na con-
cessão da licença de instalação.
6.8 Leis Federais3.071, de 01/01/1916 – Código Civil. (Vide Lei nº 10.406, de 10/01/2002).
6.9 Medidas Provisórias1.263, de 12/01/1996 – dispõe sobre a organização da Presidência da Repú-
blica e dos Ministérios (cria o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos
Hídricos e da Amazônia Legal).
1.511, de 25/07/1996 – estabelece a proibição da conversão de áreas flo-
restais em áreas agrícolas.
6.10 Decretos23.777, de 23/01/1934 – regulariza o lançamento, nas águas fluviais, de
resíduo industrial das usinas açucareiras.
6.11 Portarias3, de 11/04/1975 – SEMA – dispõe sobre a concentração de mercúrio.
6.12 Resoluções4, de 18/09/1985 – CONAMA – define o que são reservas ecológicas.
Controle Ambientale-Tec Brasil 64
ResumoNesta aula, verificou-se a importância da informação e do conhecimento a
respeito das mais diversas leis, decretos, portarias, entre outros que envol-
vem a área do meio ambiente. Ou seja, a documentação que dá condições
e habilita uma empresa a tomar decisões, como ampliação na produção ou
na fabricação de determinados produtos.
Atividades de aprendizagem1. Qual o objetivo de implementação da documentação da SGA?
2. Quais as ações dos órgãos CONAMA e IBAMA?
3. Que fator importante do Direito Ambiental no Brasil ocorreu em 24 de
julho de 1985 e o que foi definido?
4. Defina licenciamento ambiental.
5. Quando é concedida a licença de operação ou funcionamento?
6. Pesquise duas (02) Leis Federais, (02) Decretos e (02) Portarias na respec-
tiva área ambiental.
e-Tec BrasilAula 6 - Documentação do Sistema de Gestão Ambiental – SGA 65
Referências
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Currículo do professor-autor
O professor Alessandro de Franceschi está lotado no Colégio Técnico
Industrial de Santa Maria (CTISM), graduado em Engenharia Mecânica pela
UFSM e, em Formação Pedagógica – Licenciatura Plena em Ensino Profis-
sionalizante pela Universidade de Ijuí (UNIJUÍ). Especialista em Engenharia e
Segurança no Trabalho e em Gerenciamento da Qualidade pela UFSM, com
Especialização em Gerenciamento de Máquinas e Equipamentos Agrícolas
pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e Mestrado em Engenharia de
Produção pela UFSM. No CTISM, ministra as disciplinas de Tecnologia Mecâ-
nica e Elementos de Máquinas nos cursos Técnicos e Gestão Industrial I no
curso superior de Tecnologia em Fabricação Mecânica, é membro do núcleo
de ensino a distância. Em 2011 iniciou o Doutorado em Engenharia Agrícola
na UFSM, área de Mecanização Agrícola.
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