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Dificuldade e Transtorno de Aprendizagem
Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Disciplina de Neuropediatria – Ambulatório de Desvios da Aprendizagem – ADAN. Dra. Lara Cristina Antunes dos Santos Neuropediatra- CRM 75844- CURSO NUCADE PROFESSORES
Dificuldade de
aprendizagem
Transtornos psiquiátricos
TDAH
Dislexia
Retardo mental
Síndromes genéticas
Superdotação
Epilepsia
Parassonias
Alterações sensoriais
Privações
Cefaléia
Transtorno de
aprendizagem
“Não acompanha a classe”
2016
Dificuldades para a Aprendizagem
(Desvios da Aprendizagem)
Ato de aprender = ato de plasticidade cerebral
Modulado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (experiência)
Dificuldades e transtornos = falhas dos processos
Termo genérico – abrange um grupo heterogêneo de problemas capazes
de alterar as possibilidade de a criança aprender, independentemente de
suas condições neurológicas para tal (falha extrínseca).
Prevalência: 50% nos 6 primeiros anos de escolaridade
15- 20% no primeiro ano
França (1968) e Rio Grande do Sul (1973): primeiro ano =33,91%
Fatores envolvidos na aprendizagem
Fatores relacionados- 1) com a escola
2) com a família
3) com a criança
1) Fatores relacionados com a
escola
Condições físicas da sala de aula
número de alunos
ambiente seguro, limpo, arejado
iluminação, frio, calor
acústica
Condições pedagógicas
método pedagógico
material didático
duração do turno escolar
preocupação da interação escola-família
Condições do corpo docente
Motivação
Dedicação
Qualificação
Remuneração adequada
2) Fatores relacionados com a família
Escolaridade dos pais
Hábito da leitura, rotina de estudo, lazer,
alimentação e sono
Atividade escolar x castigo
Condições socioeconômicas
Desagregação familiar, alcoolismo, drogas
3) Fatores relacionados com a criança
Problemas físicos- Dificuldades sensoriais
- IVAS, Rinite, SAHOS
- Visuais
- doenças crônicas
(hipotireoidismo, desnutrição, anemia, parasitoses,
doenças reumáticas, nefropatias, cardiopatias, asma,
pneumopatias, hepatopatias, doenças imunológicas)
Problemas Psicológicos
Situação prévia de fundo psicológico
- timidez, insegurança, ansiedade, baixa
autoestima, necessidade de afirmação e
falta de motivação.
Transtornos psiquiátricos
- Fobias, depressão, TDO, transtornos
do humor, de conduta (confusão com
TDAH)
Patologias neurológicas
Epilepsia, “Paralisia Cerebral”
Deficiência mental
Definição Termos: distúrbios, problemas, discapacidades, transtornos...
Dificuldade X Transtorno
Dificuldade: “de percurso”
secundárias a outros quadros
diagnosticáveis
(autismo, TDAH, epilepsia)
Transtorno: inabilidade específica- 5 a 15%
características: Inteligência normal
Ausência de alterações motoras ou
sensoriais
Bom ajuste emocional
Nível socioeconômico/cultural aceitável
Descrição CID-10 e DSM-V
Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saúde- OMS, 1992
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais- Associação de Psiquiatria Americana, 2014
Dificuldade de classificação e
terminologia
Transtornos (Desvios) da aprendizagem
Inabilidade específica
-Padrões anormais de aquisição de habilidades
perturbados desde os estágios iniciais do
desenvolvimento- não secundários
-Exclui variação normal nas realizações escolares
-Transtornos específicos do desenvolvimento das
habilidades escolares
Transtornos específicos do desenvolvimento das
habilidades escolares
Comprometimentos específicos que não se devem
a outros transtornos, mesmo que ocorram juntos
- grau de comprometimento avaliado por meio de teste
padronizado, 2 anos abaixo do esperado para uma
criança da mesma idade, nível metal e de escolaridade
- presente desde os primeiros anos de escolaridade
- persiste após intervenções
- não há deficiência mental
- afastadas causas (percurso/ dificuldade)
- antecedente + na família (origem genética)
Transtornos específicos da aprendizagem
Transtorno da leitura- dislexia
Transtorno da matemática- discalculia
Transtorno da expressão escrita- disortografia
- disgrafia
2009
Definições- classificação
• 2004- EUA- IDEA: Lei Individuals with desabilities education
• Classificação : 4 modelos
Discrepância entre aptidão e desempenho
Desempenho baixo
Diferenças intraindividuais
Resposta à instrução
• Exclusão
• TA x Dist. Comportamento x alt. linguagem oral x Retardo Mental
Transtornos da Aprendizagem (TA)
DSM-IV-TR TM – T. geralmente diagnosticados
pela primeira vez na infância ou adolescência
- RM
-Transtornos da Aprendizagem
– Leitura
- Matemática
- Expressão Escrita
- TA SOE
Transtornos da Aprendizagem
Contexto- encaminhados para amb. especializados por
mau desempenho escolar e/ou comportamento.
Ponto de partida: Mau desempenho escolar
(rendimento aquém ao esperado para as habilidades
cognitivas, idade e escolaridade em domínios
específicos da leitura e matemática).
Transtorno de aprendizagem
• Expressão genérica que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e no uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas.
T. A. ≠ Dificuldade (Problema) de Aprendizagem (escolar)
T.A.(ou distúrbio de A.): Base neurobiológica intrínseca;
funções cerebrais envolvidas no aprend.
Dificuldade de Aprendizagem: extrínseco;
problema pedagógico, sociocultural
sem base orgânica
Ex. de Fatores de risco para T.A.:
Anteced. p/ TA ou TDAH
Atraso de linguagem oral
Dificuldade de rimas (4 anos),
para figuras geométricas, contar.
Preditores de sucesso acadêmico: habilidades sociais
Critérios Diagnósticos
Desempenho nos teses de leitura, matemática ou expressão
escrita abaixo do
esperado para a idade, inteligência e escolarização
- Mais de 2 desvios-padrão entre o rendimento e o QI
- Menor que 2 : quando o desempenho do teste de QI foi
comprometido por T assoc.,
por co-ocorrências com T. mental ou pela bagagem étnica/
cultural.
- Se há defic. Sensorial, a dificuldade acadêmica deve exceder
- TA pode persistir até a idade adulta.
Características:
Desmoralização, baixa autoestima e déficits nas
habilidades sociais
Taxa de evasão escolar: 40%
Adultos: Dificuldades no emprego/ ajustamento social
T. associados:
T de conduta (10-25%); TDO; TDA/H; T. depressivo
maior, T. distímico, outros TA, TDC.
Atraso no desenvolvimento da linguagem (+ T de leitura)
- Obs.: as anormalidades no process cognit precedem ou
estão associadas (atenção, memória, percepção visual)
Associados ao TA
TA
Predisposição
genética
Lesões
perinatais Lesões
neurológicas
ou condições
médicas gerais
Características da cultura
Sempre teste de Inteligência individual e
padronizado para a cultura
Prevalência: 2 a 10%
Diagnóstico diferencial: variações nls no
rendimento; alt. Visual/auditiva; RM leve (ou
adicional); Diagn. adicional (outros TA) ; T. da
comunicação (usar inteligência não verbal).
Se: critério para mais de 1 TA,
todos devem ser diagnosticados.
Transtorno da leitura
A- rendimento em leitura inferior ao esperado para idade, inteligência medida e escolaridade;
B- a perturbação da leitura interfere no rendimento escolar ou em atividades da vida cotidiana que exigem leitura;
C- na presença de déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem as habitualmente associadas a este.
Se: doença neurol. ou outra condição
Médica geral/outro déficit sensorial-
Eixo III.
Transtorno da matemática A- capacidade para realizar operações matemáticas medida por testes padronizados e individuais acentuadamente abaixo da esperada para idade, inteligência medida e escolaridade.
B- a perturbação interfere no rendimento ou atividade vida diária.
C- se há déficit sensorial, a dificuldade é maior.
Se há doença neurol- eixo III
Obs.: Geralmente associado ao T leitura /expressão escrita.
Prevalência- 1 para cada 5 TA (1% estimado)
Curso: sem diagn antes do ensino formal de mat.
Se alto QI- quinto ano ou +
T. da
expressão
escrita
Diagnósticos- Critérios
A- habilidades de escrita abaixo do
esperado para inteligência medida e o
nível escolar próprios da idade;
B- A perturbação interfere no rendimento
escolar ou em atividades de vida diária...
C- se há déficit sensorial...
Obs.: não somente para erros ortográficos ou má
caligrafia
Sabe-se pouco, testes menos desenvolvidos
+ assoc. a T. de Leitura ou Matemática
Prevalência (estudos não separam)
Curso: diagn. após ensino formal da escrita;
adultos.
Diferencial: TDC.
T. de aprendizagem
SOE
Não satisfazem critérios para outros
Podem incluir problemas das 3 áreas
Desempenho de cada habilidade isolada
não está acentuadamente abaixo do nível
esperado
• Dorneles, Beatriz Vargas; Corso, Luciana Vellinho; Costa, Adriana Corrêa; Pisacco, Nelba Maria Teixeira; Sperafico, Yasmini Lais Spindler; Rohde, Luis Augusto Paim.
• Psicol. reflex. crit; 27(4): 759-767, Oct-Dec/2014. tab, graf.
• Artigo em Português | LILACS-Express | ID: lil-728855
• Estudos de prevalência de Transtornos de Aprendizagem (TA) em crianças e adolescentes com TDAH apresentam resultados não conclusivos, apesar da frequente comorbidade entre as síndromes. Esse artigo descreve e analisa a prevalência de TA em uma amostra referida de 270 crianças e adolescentes com TDAH atendidas no Programa de Transtornos de Déficit de Atenção/Hiperatividade/Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ProDAH/HCPA-UFRGS), de acordo com os critérios diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV - versão revisada (DSM-IV-TR). Verificou-se que 46,7% dos estudantes apresentam, pelo menos, um TA, sendo o Transtorno da Expressão Escrita o mais frequente (32,6%). Discutiu-se o potencial impacto das mudanças nos critérios diagnósticos para os TA, propostas pelo DSM-5 na prevalência desses transtornos. Embora seja possível afirmar que ocorrerão alterações nas taxas de prevalência de TA, o impacto do DSM-5 sobre a prevalência, especificidade e comorbidade do TA permanece incerto, já que há mudanças que ampliarão a abrangência dos critérios de inclusão e outras que a reduzirão.(AU)
Impacto do DSM-5 no diagnóstico de transtornos de
aprendizagem em crianças e adolescentes com TDAH: um
estudo de prevalência
ANÁLISE DO FUNCIONAMENTO DA MEMÓRIA OPERACIONAL EM CRIANÇAS COM
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
OCAMPO GAVIRIA, TULIA; SIERRA FITZGERALD, ÓSCAR.
Acta colomb. psicol; 17(2): 81-90, jul.-dic. 2014. ilus, tab.
Artigo em Espanhol | LILACS-Express | ID: lil-729422
A presente pesquisa procurou indagar a maneira em que os diferentes componentes do modelo de
memória operacional, inicialmente proposto por Baddeley e Hitch em 1974, estão afetados em dois
tipos de transtornos na aprendizagem escolar em crianças de sete anos: Transtorno na
Aprendizagem da Leitura (TAL) e transtorno concomitante de TAL com Transtorno na
Aprendizagem de Matemática (TAL/TAM), com objetivo de ajudar a compreender as diferenças
entre os diferentes transtornos na aprendizagem escolar. Na pesquisa estudaram-se 45 crianças:
15crianças sem Transtornos Específicos na Aprendizagem (Sin TEA), 15 com TAL e 15 com
TAL/TAM. Os resultados mostram que as crianças com qualquer desses transtornos específicos da
aprendizagem apresentam déficits na memória operacional, e que ele é maior naqueles que
apresentam um transtorno mais generalizado na aprendizagem como é caso das crianças
com TAL/TAM, confirmando-se a relação estreita entre a memória operacional e a aprendizagem
escolar. Além disso, encontrou-se que as crianças com TAL apresentavam dificuldades
significativas na memória operacional verbal quando se requer não só o armazenamento da
informação, mas também seu processamento. As crianças com TAL/TAM se diferenciaram das
crianças com TAL em tarefas de memória operacional viso-espacial, podendo concluir-se que um
déficit nesta habilidade cognoscitiva é o que os poria em risco de apresentar dificuldades em
matemática, além das de leitura.(AU) Biblioteca responsável: CO332
Stress and child development. Thompson RA.
Future Child; 24(1): 41-59, 2014.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-25518702
Resumo
Children's early social experiences shape their developing neurological and biological
systems for good or for ill, writes Ross Thompson, and the kinds of stressful experiences
that are endemic to families living in poverty can alter children's neurobiology in ways that
undermine their health, their social competence, and their ability to succeed in school and
in life. For example, when children are born into a world where resources are scarce and
violence is a constant possibility, neurobiological changes may make them wary and
vigilant, and they are likely to have a hard time controlling their emotions, focusing on
tasks, and forming healthy relationships. Unfortunately, these adaptive responses to
chronic stress serve them poorly in situations, such as school and work, where
they must concentrate and cooperate to do well. But thanks to the plasticity of the
developing brain and other biological systems, the neurobiological response to
chronic stress can be buffered and even reversed, Thompson writes, especially when
we intervene early in children's lives. In particular, warm and nurturing relationships
between children and adults can serve as a powerful bulwark against the neurobiological
changes that accompany stress, and interventions that help build such relationships have
shown particular promise. These programs have targeted biological parents, of course, but
also foster parents, teachers and other caregivers, and more distant relatives, such as
grandparents. For this reason, Thompson suggests that the concept of two-generation
programs may need to be expanded, and that we should consider a "multigenerational"
approach to helping children living in poverty cope and thrive in the face of chronic stress.
Caso 1
M H R, masc, 8 anos
Relat. escolar: “...muita dificuldade de aprendizagem e
excesso de agitação... Anda pela sala o tempo todo, fala muito
alto, não é organizado e cuidadoso com seu material, rasga e
corta folhas do caderno, morde a borracha e joga nos colegas,
boa socialização, não reconhece as letras do alfabeto e nem
as vogais... Numerais reconhece e quantifica até o 5...
Registra bem somente o cabeçalho, a letra é boa e é rápido na
escrita...”
Anamnese- neuroped com a avó: agitado, não aprende,
ninguém, exceto ela, entende o que ele fala
Antecedente- fumo na gestação; ISDA: SAHOS
DNPM normal
Irmã e prima com quadro semelhante
Ex. séricos: alteração da função tireoidiana
Avaliação neuropsicológica
Eficiência Intelectual limítrofe, ansiedade aumentada,
conflitos familiares, déficit de atenção
Ver fotos
Caso 2
I V S S, 10 a, fem.
Relatório escolar: “... Não falta, participa das atividades, às vezes
agitada, conversa fora de hora, dificuldade para interpretar
alguns problemas matemáticos, boa caligrafia,
bom rendimento, leitura fluente, não precisa de aula de reforço...”
Anamnese: Paralisia cerebral, faz fisioterapia- APAE, nasceu roxa.
Avaliação neuropsicológica: Eficiência intelectual dentro da média
ver fotos
Diagnóstico
Fatores orgânicos
específicos- lateralidade, esquema
corporal
Psicógenos
Ambientais
Necessidade de equipe
Agir sobre dificuldades predominantes:
Sensitivos-sensoriais
Perceptomotoras
Emocionais
sociais Rotta e col, 2016
Tratamento
Neuropediatra
Psiquiatra
Integração equipe-escola-família
Tratamento das comorbidade- medicamentos (TAB,
TAG, TDO, Tourette, TDAH)
Rotta e col, 2016
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