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Noção formal de crime
• Art.º 1.º C.P.
• É a conduta humana, voluntária e culposa, que preencheu um dos modelos ou tipos onde a lei inscreveu bens jurídicos considerados dignos de protecção.
Direito Penal I Dra. Sheila Frederico 1
• O crime é constituído por:
– Acção ou conduta material (Nullum crime sine actione).
– que preencha uma tipo descrito na lei (nullum crimen sine lege)
– que tenha sido praticado culposamente (nullum crimen sine culpa)
– que seja lesivo de algum interesse juridicamente protegido (nullum crimen sine injuria)
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Resumindo:
Crime é um:
I. Facto humano
II. Típico
III. Ilícito
IV. Culposo
Crime
Facto Humano• Porque só os Homens
são susceptíveis de culpa, logo da responsabilidade penal.
• ↙ ↘
• Acção Omissão
Típico• Adequação da conduta
ao tipo, ou seja, o enquadramento de um comportamento real à hipótese legal
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Crime
Ilícito
• É a desconformidade com o direito
Culposo
• É a possibilidade de o comportamento assumido pelo agente vir a ser-lhe censurado por lhe ter dado causa
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Noção material de crime ou infração
• A infracção ou crime é um facto lesivo de interesses fundamentais da sociedade, um facto que põe em perigo “as condições de existência, de conservação e desenvolvimento da sociedade”.
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Crime ou Infração
• Resumindo:
• O crime, sob uma dupla prespectiva, formal e material, é um facto humano que coincide com o modelo descrito na previsão da lei penal, lesivo de interesses sociais juridicamente tutelados e cometidos com culpa.
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Pressuposto da Infracção
• Sujeito activo
• Sujeito passivo
• O objecto
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Sujeito activo
•É o agente da infracção. E como a responsabilidade assenta na culpa e esta, em última análise na vontade, só o homem, individualmente considerado, pode ser sujeito activo.
• Excepto organizações sociais, associações e sociedades
Sujeito passivo
É o que sofre os efeitos da infracção, é o ofendido, o titular dos interesses lesados.
Qualquer pessoa, singular ou coléctiva pode ser sujeito passivo da infracção.
OBJECTO
• Objecto material:
– São coisas ou pessoas sobre as quais incide a acção.
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• Objecto jurídico:
– Mediato: são as relações sociais que os interesses jurídicos ofendidos exprimem.
– Imediato: são os valores ou interesses jurídicos tutelados pela norma penal que a infracção viola.
Exemplo:
Num crime de roubo:A coisa roubada é o objecto material da infracção;A propriedade é o objecto jurídico imediato;As relações de propriedade são o objecto jurídico mediato.
Concepção objectivista da infracção
• A infracção transporta o perigo social, é um facto socialmente perigoso.
• A gravidade e o grau do perigo de uma infracção são medidos pelo dano efectivo causado e é por essa gravidade que se medem a culpa e a responsabilidade.
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Concepção subjectivista da infracção
• A infracção é um acto de contrariedade, de oposição à norma penal e à ordem jurídica.
• O agente deveria ser punido em razão da posição em que se coloca, em relação ao imperativo legal e não pelo dano ou prejuizocausado. Porque só assim se poderia compreender a punição da tentativa.
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Elementos da infracção
• A infracção é uma conduta, uma acção material e humana.
1. Acção humana
2. Típica
3. Ilícita
4. Culposa
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Fases do desenvolvimento da teoria da infracção
1. O SISTEMA CLÁSSICO
ACÇÃO – é qualquer movimento corpóreo provocado por um esforço muscular e nervoso.
TIPICIDADE – é a correspondência formal e externa da acção ao modelo ou descrição legal, ao tipo legal.
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ILICITUDE – é a oposição ou contrariedade formal da acção com a ordem jurídica no seu conjunto, independentemente da vontade do agente.
Culpabilidade - é o nexo que liga o agente à acção que praticou.
Criticas ao sistema Clássico
1 Fundamento naturalista e mecanicista
2 A impossibilidade de englobar no seu conceito de acção as condutas omissivas, a omissão
3 A consideração puramente formal da ilicitude
4 Não resolve os casos de negligência inconsciente
5 Não explica a inimputabilidade
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Sistema neoclássico
ACÇÃO – é o comportamento humano que nega os valores definidos e tutelados pela norma penal e não apenas um movimento exterior e mecânico.
TIPICIDADE – deixa de ser uma mera correspondência formal e objetiva da conduta à descrição legal, aqui já entra elementos referidos a valores
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Sistema neoclássico
A ILICITUDE – é a ofensa material de certos bens jurídicos (danosidade).
A CULPA – O agente é culpado se puder ser censurado pelo seu comportamento. Já não é um mero nexo psicológico entre o agente que praticou o facto e o próprio facto, mas sim uma sensurabilidade.
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Criticas ao sistema Neoclássico
• Separar o mundo da natureza, o mundo real, o mundo objectivo do mundo dos valores, em que se situa o direito.
• Reconhece na ação típica de certos crimes a existência de elementos subjetivos, mas empurra-os para a culpabilidade.
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Sistema finalista
• A ACÇÃO – o homem utiliza o seu comportamento para realizar os fins que lhe interessam. A acção é acção final, dolosa, consciente e desejada pelo agente da infracção.
• A TIPICIDADE – passa a incluir o dolo como elemento essencial e constitutivo da acção típica.
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Sistema finalista
• A ILICITUDE – é uma falta social grave do homem e não apenas uma ofensa dos valores jurídicos penalmente tutelados.
• A CULPABILIDADE – centra no juízo de reprovação que se possa dirigir ao agente, resultante da consciência da ilicitude.
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Criticas ao sistema finalista
• A acção final defendida por eles não explica nem o crime omissivo nem o crime negligente, apenas se adequando ao crime doloso de acção.
• Não permite uma análise unitária da infracção.
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TEORIA GERAL DA INFRACÇÃO CRIMINAL
Crimes e Contravenções
Crime
• Comportamento lesivo de valores ético-sociaisda acção e a função do Direito Penal comotutela de tais direitos (H. WEZEL)
• Comportamento disfuncional ao sistemasocial, sendo função do D.P. como exercício dereconhecimento da validade das normas (G.JAKOBS)
• Art.º 1.º do C.P
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CONTRAVENÇÃO
• É um facto voluntário violador ou transgressor das disposições preventivas das leis e regulamentos
• O bem ou interesse jurídico-penalmente tutelado, não precisa ser violado, basta a simples violação da disposição preventiva
• Art.º 3.º C.P.
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CONTRAVENÇÃO
• O Estado preveni a lesão de valores através de leis e regulamentos e quando são violados conduz às contravenções ou transgressões.
• Não há infração do ponto de vista material, mas sim do ponto de vista formal
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Crime ≠ Contravenção
• A diferença entre crime e contravenção não assenta num critério meramente quantitativo mas sim num critério qualitativo.
• As contravenções são usados pelo Estado na prevenção das lesões de bens e valores jurídicos indeterminados prosseguidos pelas disposições preventivas das leis e regulamentos.
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Regras aplicáveis às contravenções
1. Aplica-se o regime geral das infrações, mas por ter uma natureza especial exige que haja algumas regras privativas das mesmas.
2. A responsabilidade não é graduável, em princípio. Exceto art.º 33.º e 36.º do C.P.
3. Não são possíveis as figuras da tentativa e da frustração. Art.º 11.º, n.º 4 C.P
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Regras aplicáveis às contravenções
4 – Não são puníveis nem os cúmplices nem os encobridores. Art.º 25.º C.P.
5 – O dolo é indiferente art.º 3 C.P.
6 – Os prazos de prescrição e procedimento criminal são mais reduzidos , art. 125.º n.º 2 e 126.º n.º 3.º do C.P.
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Regras aplicáveis às contravenções
7 – A responsabilidade penal pode cessar com o pagamento voluntário da multa.
8 – os instrumentos e objetos apreendidos só são declarados perdidos a favor do Estado quando a lei especialmente o declarar. Art.º 486.º § único do C.P., diferente do art. 75.º, n.º1 do C.P.
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Distinção entre infração penal e ilícito civil
Infração Penal → pena
Ilícito Civil → reparação ou indemnização
Distinção entre infração penal e ilícito civil
• Ambos tutelam valores e bens jurídicos
• Ambos defendem a ordem social e jurídica do Estado
• O D.P. tutela e assegura a defesa de interesses e valores essenciais do Estado
• A principal diferença entre ambos reside na natureza dos interesses lesados
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