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DIREITO PROCESSUAL DO
TRABALHO
TEORIA GERAL(PRINCÍPIOS. FONTES. EFICÁCIA.
FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS)
Prof. Antero Arantes Martins
FORMAS DE SOLUÇÃO DOS
CONFLITOS INDIVIDUAIS E
COLETIVOS DO TRABALHO
PARTE 1
Solução dos conflitos trabalhistas individuais e coletivos
• Direito Material x Direito Processual
TRABALHO
C O N F L I T O
Conflito: Pretensão x Resistência
• Conflitos individuais
Titular do direitoplenamenteidentificado.
Resulta de um contratode trabalho.
Pode conter um oumais individuos.
Homogêneos ou não.
• Conflitos coletivos
Titulares não
identificados, mas
identificáveis.
Titulares ligados entre
si por uma relação
jurídica ou de fato.
Representação sindical
Natureza das formas de solução dos conflitos
• AUTOTUTELA
Greve
Lockout (proibido: Art.
17, L. 7783/89)
• AUTOCOMPOSIÇÃO
Conciliação
Mediação
• HETEROCOMPOSIÇÃO
Arbitragem
Jurisdição
Autotutela
• Consiste na solução do conflito pela imposição da
vontade de um sobre o outro.
• Forma mais primitiva de solução dos conflitos.
• De regra, vedada no ordenamento jurídico. Aceita
em hipóteses expressamente autorizadas:
Greve
Lockout
(vedado)
Crítica: Em geral não solucionam o
conflito. Apenas forçam a solução por um
dos outros meios.
AUTOCOMPOSIÇÃO
• A autocomposição é a solução do litígio
pelas próprias partes envolvidas.
• Pode ser realizada sem a participação de
terceiros (conciliação) ou com a
participação de terceiros (mediação).
• Sob a ótica social e filosófica, é a melhor
forma de solução dos conflitos, eis que
encontrada pelas próprias partes.
CONCILIAÇÃO
• São diametralmente opostas as orientações
no que tange à conciliação de conflitos
trabalhistas, consoante sua natureza
(coletiva ou individual).
• A conciliação é preferencial na solução dos
conflitos coletivos, à luz do art. 114, § 2º, da
Constituição Federal.
“Recusando-se qualquer das partes à negociação ...”
CONCILIAÇÃO
• Já nos conflitos individuais, há enorme
resistência quanto à conciliação, principalmente em
face à hipossuficiência do empregado e ao Princípio
da irrenunciabilidade.
Admite-se apenas a conciliação judicial, que,
como veremos, não é conciliação.
Na prática pode-se constatar sua ocorrência mas,
dificilmente encontram reconhecimento quando
questionados judicialmente.
PDV: Não é conciliação. OJ 270, SDI-1, TST
• Há, entretanto, decisão do STF em sentido contrário:
*
CONCILIAÇÃO DE CONFLITOS COLETIVOS
• A exaustiva tentativa de conciliação tem sidoconsiderada pelo TST como condição da açãopara os dissídios coletivos.
• Se frutífera gera convenção coletiva ouacordo coletivo.
• Convenção coletiva: Entre sindicatos.Aplicabilidade para toda categoriaprofissional e patronal.
• Acordo coletivo: Entre sindicato e empresa.Aplicabilidade restrita.
MEDIAÇÃO
• Alguns autores consideram forma deheterocomposição. Não é correto.
• Terceiro aproxima as partes para alcançar aconciliação que não foi possível sem suaparticipação. Não impõe a solução da lide.
• A mediação pode ser voluntária ou legal.
• Para conflitos coletivos: Ministério doTrabalho (“mesa redonda”).
• Para conflitos individuais: CCP
CCP
• Sua instituição é facultativa.
• Pode ser no âmbito empresarial ou entre
sindicatos.
• Só pode conciliar conflitos envolvendo
empregados da respectiva categoria e desde
que não envolva apenas verbas rescisórias.
(Portaria 329/2002).
CCP – ASPECTOS POLÊMICOS
• Constitucionalidade.
O E. STF concedeu medida liminar nas ADIN’s
2.139 e 2.160 com efeito “erga omnes” no sentido de
que a passagem pela Comissão de Conciliação Prévia
é facultativa e entendimento em contrário viola a
Constituição Federal. Eficácia liberatória.
Efeitos da conciliação:
Total – Todo o Contrato
Parcelas – Apenas parcelas transacionadas
Valores - Quitação x acordo
HETEROCOMPOSIÇÃO
• Heterocomposição implica na
solução do conflito imposta por um
terceiro.
• Pode ser privada (arbitragem) ou
publica (jurisdição)
ARBITRAGEM - LEI 9.307/96
• Requisitos: Agente capaz e direito disponível
• Árbitro: um ou mais (sempre ímpar), “ad hoc” ouinstitucional.
• Critérios: “de direito” ou “de eqüidade”.
• Instituição: cláusula compromissória (extrajudi-cial) ou compromissório arbitral (judicial).
• Prazo: Fixado pelas partes. No silêncio – 6 meses.
• Resultado: Sentença arbitral. Não sujeita arecurso. Vale como título executivo judicial.
ARBITRAGEM - LEI 9.307/96
Sujeita-se a ação anulatória e não rescisória.
• O MPT pode atuar como árbitro (Art. 83, XI, LeiComplementar 75/93), inclusive de propostasfinais.
VANTAGENS:
• Pressupõe alguma convergência de vontade(escolha do árbitro, critérios da arbitragem, etc.).
• Maior celeridade na solução dos conflitos, já que adecisão não está sujeita a recursos.
APLICABILIDADE DA ARBITRAGEM NOS CONFLITOS
COLETIVOS
• Nos conflitos coletivos, tem preferência àsolução jurisdicional (art. 114, §2º, CF).
• Pode ser instituída com fundamento no art.613, V, CLT. Estabelecer formas de soluçãode conflitos entre os convenentes.
• Embora a Lei 9.307/96 não preveja aaplicação para conflitos trabalhistas, háexpressa previsão constitucional.
APLICABILIDADE DA ARBITRAGEM NOS CONFLITOS
INDIVIDUAIS
• Não há previsão constitucional ouinfraconstitucional.
Art. 613, V, CLT trata dos convenentes e não de seusrepresentados.
Aplicação subsidiária da Lei 9.307/96 é impossível emface ao art. 8º da CLT. Princípio protetor afasta a igualdadeentre as partes.
Implica em renúncia ao direito de acesso ao PoderJudiciário
Quando o direito comum reconhece a hipossuficiência deum dos contratantes (relação de consumo), declara nula acláusula compromissória (art. 51, VIII, CDC).
NOVAS FORMAS DE SOLUÇÃO
DOS CONFLITOS INDIVIDUAIS
DO TRABALHO.
LEI 13.467/2017
(REFORMA TRABALHISTA)
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DE ARBITRAGEM e QUITAÇÃO ANUAL.
Redação
anterior
Nova redação
Inexistente X “Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja
remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo
estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula
compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do
empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos
termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.”
Inexistente X “Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na
vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de
quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato
dos empregados da categoria.
Inexistente X Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e
fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual
dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas
nele especificadas.”
Quitação anual de débitos.
– Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na
vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de
quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato
dos empregados da categoria.
– Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e
fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual
dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas
nele especificadas.
Acordo Judicial. Jurisdição voluntária.
Redação
anterior
Nova redação
Inexistente X Art. 652. Compete às Varas do Trabalho:
...
f) decidir quanto à homologação de acordo
extrajudicial em matéria de competência da Justiça
do Trabalho.
Inexistente X ‘Art. 855-B. O processo de homologação de acordo
extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo
obrigatória a representação das partes por advogado.
Inexistente X § 1º As partes não poderão ser representadas por
advogado comum.
Inexistente X § 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo
advogado do sindicato de sua categoria.
Acordo Judicial. Jurisdição voluntária.
Inexistente X Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica
o prazo estabelecido no § 6o do art. 477 desta
Consolidação e não afasta a aplicação da multa
prevista no § 8o art. 477 desta Consolidação.’
Inexistente X ‘Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da
distribuição da petição, o juiz analisará o acordo,
designará audiência se entender necessário e
proferirá sentença.’
Inexistente X ‘Art. 855-E. A petição de homologação de acordo
extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação
quanto aos direitos nela especificados.
Inexistente X Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a
fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado
da decisão que negar a homologação do acordo.
JURISDIÇÃO
• Jurisdição é forma heterônoma estatal de
solução dos conflitos.
• Provém da expressão latina juris dictio que
significa “dizer o direito”.
• É definida como o Poder/dever do Estado
de dizer o direito no caso concreto,
solucionando o conflito.
JURISDIÇÃO
• É um poder eis que, uma vez instaurada, a sua solução
vincula as partes envolvidas no conflito, apresentando-
se, assim, como uma das faces da jurisdição.
• É um dever porque o Estado impede a autotutela e, ao
faze-lo, assume para si o ônus de solucionar todo
conflito que lhe for apresentado
• A todo dever corresponde um direito.
• Qual o direito que corresponde ao dever de jurisdição?
• É o direito de ação, que se define como a faculdade
geral e abstrata de provocar a jurisdição
AUTOR RÉU
ESTADO (JUIZ)
Pedido de entrega de
tutela jurisdicional.
D. Processual
A própria pretensão
resistida. Mérito do
conflito.
D. Material
D. Processual: Ramo do direito que rege a forma
pela qual o Estado entregará a tutela Jurisdicional
JURISDIÇÃO E DIREITO DE
AÇÃO
PARTE 2
JURISDIÇÃO
• Termo que se origina do latim juris dictio esignifica “dizer o direito”.
• Jurisdição é o Poder/Dever do Estado de Dizer odireito solucionando o conflito no caso concreto.
• É um Poder porque a solução estatal é vinculativa.Seu cumprimento não depende da vontade daspartes
• É um dever, na medida em que o Estado impede aautotutela. Ao assim fazer, atrai para si aobrigação de solucionar o conflito.
• A toda obrigação corresponde um direito. Aodever do Estado de prestar jurisdição écorrespondente o direito de ação concedido a todocidadão.
JURISDIÇÃO (CONT.)
• A jurisdição é una e indivisível, como o
próprio Poder Soberano. Dizer que sobre
um mesmo território existem várias
jurisdições é o mesmo que admitir a
existência de várias soberanias.
• Competência é a limitação da jurisdição.
AÇÃO
• A ação é o direito correspondente ao
dever de jurisdição do Estado.
• A concepção moderna da teoria da
ação a define como um direito público,
subjetivo, constitucional e abstrato de
provocar a jurisdição.
AÇÃO
• Público porque exercido contra o Estado.
• Subjetivo porque está no campo da facultas agendi, já que
seu exercício pelo titular é uma faculdade e não uma
obrigação.
• Constitucional porque está expressamente amparado pela
Constituição Federal. (Art. 5º, XXXV).
• Abstrato porque sua existência não está relacionada com
a existência do direito material nela perseguido. O direito
de ação existe ainda que improcedente seja o seu
resultado final. Logo, o direito de ação é o direito de
postular a tutela jurisdicional para solução do conflito,
tendo ou não seu autor direito a esta pretensão.
PROCESSO e PROCEDIMENTO.
• O processo é o meio pelo qual se materializa dodireito de ação, podendo ser definido como uma sériede atos ordenados em relação de causa e efeito cujoobjetivo é atingir a entrega da tutela jurisdicional.
• A teoria moderna aponta o processo comoinstrumento da jurisdição, ou seja, a forma pela qualo Estado deve atuar na pacificação dos conflitossociais.
• Daí porque a tendência, não só do Processo doTrabalho mas também do Processo Civil, é a reduçãodo formalismo e a busca da efetividade do processo.
• Procedimento, por sua vez, e a forma pela qual seordena o processo.
PARTE 3
• “... são verdades fundantes de um sistemade conhecimento, como tais admitidas, porserem evidentes ou por terem sidocomprovadas, mas também por motivos deordem prática de caráter operacional, isto é,como pressupostos exigidos pelasnecessidades da pesquisa e da práxis”.
(Reale, Miguel. Lições preliminares deDireito. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995, p.299. )
• Em nossa cultura jurídica, há uma tendência emrelegar os Princípios a um segundo plano, como fontesubsidiária do direito, elegendo a norma jurídica comofonte primária, como mostra o art. 8º da CLT.
• Se os Princípios são verdades fundamentais que
sustentam este ramo de ciência (Direito do Trabalho),
evidente que estas verdades não podem ser
confrontadas por normas legais ou contratuais.
• Daí se concluir que os Princípios devem ser as fontes
primárias do Direito do Trabalho e, por conseqüência,
fundamental é o seu estudo.
• A função primordial dos Princípios é, sem dúvida, a de
orientação do operador da ciência respectiva na utilização de
seus institutos e instrumentos.
• No caso do direito, sua função é indicar as premissas de
interpretação das normas jurídicas e sua aplicabilidade.
• No caso específico do Direito do Trabalho e Direito
Processual do Trabalho, os Princípios têm, ainda, uma outra
função importantíssima. Funcionam como verdadeiros
FILTROS na aplicação de legislação extravagante, o que,
infelizmente, é muitas vezes esquecido pelos operadores do
direito. (Art. 769, CLT)
Princípio da Ampla
Defesa
Princípio do Contraditório
Princípio da Igualdade ou
Isonomia
Princípio da Ordem
Consecutiva Legal
Princípio da Prova Formal e da
Persuasão racional na apreciação
da prova
Princípio da Oralidade
e da Imediação
Princípio da Publicidade Princípio da Iniciativa da
parte
Princípio Devido Processo Legal Princípio da Pluralidade
dos graus de Jurisdição
• Princípio do Devido Processo Legal: O Estado, comoresponsável por pelo poder/dever da jurisdição, nãopode assim agir arbitrariamente, sem seguir umprocesso, uma sucessão lógica de atos que garantam aefetividade de todos os princípios.
• O Princípio do Devido Processo Legal garante queninguém sofrerá qualquer pena sem um devidoprocesso realizado para avaliar o conflito.
• Está previsto no Art. 5º, LIV da CF
• Princípio do Contraditório:
• Consiste no direito de participar detodos os atos do processo e napossibilidade de reagir àqueles quelhes forem desfavoráveis.
• Contraditório real: CPC/2015: Art.
10. O juiz não pode decidir, em grau algum dejurisdição, com base em fundamento a respeito doqual não se tenha dado às partes oportunidade dese manifestar, ainda que se trate de matéria sobre
a qual deva decidir de ofício.
• Princípio da Ampla Defesa: Funciona comocomplemento do princípio do contraditório, mas comeste não se confunde. Pois o princípio da ampla defesadefende a possibilidade de se utilizar de todos os meiospara defender seus interesses no processo.
• Não basta apenas ter a oportunidade de acompanhar osatos e se manifestar (contraditório), deve também ter aliberdade de argumentar, produzir provas, etc
• Princípio da Igualdade ou da Isonomia: As partesdevem receber tratamento igual no processo,consistindo em igualdade de oportunidades,paridade de tratamento ou “paridade de armas”.
• Certas ocasiões, o sistema estabelece exceções aeste princípio em favor de certas instituições,como à Fazenda Pública, ao Ministério Público ea Defensoria Pública, as quais possuem prazomaior do que os entes privados
• Princípio da Ordem Consecutiva Legal: O processo estáordenado de forma legal pelo procedimento, e a ordemdos atos deve ser observada, porque se destina àgarantia das partes e da aplicação dos demaisPrincípios.
• Princípio da Prova Formal e da Persuasão racional naapreciação da prova:
• O mundo do Juiz é o mundo dos autos. O Juiz está adstrito àverdade dos autos. O fato não provado não existe. É agarantia da parte. Prova não produzida no processo ou semo contraditório, não tem valor. A prova deve ser, portanto,formal.
• O Juiz tem o livre convencimento diante da prova, mas esteconvencimento deve decorrer de um raciocínio lógico ecoerente que o leve à decisão prolatada, fundamentando-a.
• Princípio da Publicidade: Devem ser públicos osatos processuais, porque sua tramitação transcendeo interesse das partes, caindo no interesse público.É a garantia da democracia no processo.
• Exceção: Segredo de Justiça (Art. 189 doCPC/2015), quando as partes puderem serconstrangidas pela publicação destes autos.
• Princípio da Iniciativa da parte: “Ne procedat iudex ex officio”.Assegura a eqüidistância do Juiz. O Juiz que promove a demandaou decida fora do pedido compromete sua condição deimparcialidade, ou seja, uma autoridade arbitrária (Arts 2º e 492do CPC/2015);
• Princípio do Impulso oficial: O princípio anteriorrestringe-se aos limites objetivos do processo, ou seja,sua iniciativa e seu objeto. Entretanto, cabe ao Juizzelar pelo andamento do mesmo, uma vez proposto, afim de que chegue ao seu ato-fim, que é a decisão. Oautor é o dominus litis. O Juiz é o dominus processus.
• Art. 2º do CPC/2015.
• Princípio da Pluralidade dos Graus de Jurisdição.Conhecido como Duplo Grau de Jurisdição, é a garantiade reexame da decisão, a fim de assegurar a certezadesta decisão e minimizar a possibilidade de erro.
• Princípio da Instrumentalidade das Formas: O processo
é um instrumento do Estado para se prestar a jurisdição,
solucionar conflitos e, consequentemente, promover a
paz social. Assim, não é um fim em si mesmo.
• Portanto, o direito processual deve estar a disposição do
direito material, e não o inverso.
• Art. 188 do CPC/2015.
• Assim, vela este princípio que, se uma determinada
finalidade foi cumprida, ainda que de forma diversa da
prevista em lei, sem gerar prejuízos, tal ato é válido.
• Ex: citação por carta a outra comarca.
• Princípio da Lealdade Processual. O dever delealdade e colaboração com a Justiça cabe à ambasas partes, e é ressaltado nos arts. 77 e 340 doCPC/2015.
• Cabe ao Juiz reprimir qualquer ato desleal (Art.139, III do CPC/2015) e puni-los com a litigânciade má-fé (art. 80/81 do CPC/2015 - conhecimento eArt. 774 do CPC/2015 - execução).
• Princípio da Economia Processual. Economia não ésuprimir atos, mas escolher o menos gravoso às partesquando houverem duas ou mais formas de praticardeterminado ato.
• Princípio Da Celeridade: É o princípio que defende que o processo deve andar da maneira mais célere possível a fim de solucionar o conflito, vez que a lide tem objeto de natureza alimentar.
• Princípio da Irrecorribilidade imediata das DecisõesInterlocutórias
Na Justiça do Trabalho, não é possível recorrer imediatamente das
decisões interlocutórias, as quais somente poderão ser atacadas
quando do recurso da decisão definitiva.
Está em consonância com os Princípios da Celeridade e da
Concentração
Decisão interlocutória é toda manifestação do juiz, com caráter
decisório, mas que não põe fim à lide.
Este princípio está previsto no Art. 893, §1º da CLT.
• Princípio da Verdade Real:
Segundo Carlos Bezerra Leite, deriva do princípio da primazia da
realidade.
Segundo este princípio, o juiz não ficará adstrito às provas
documentais ou à “roupagem” de uma determinada relação.
Contido neste princípio esta o poder inquisitivo do Juiz Trabalhista,
que deixa de ser um mero espectador das provas e passa a ter o
dever de velar e conduzir o processo em busca da verdade real.
Este princípio está bem definido no Art. 765 da CLT
• Princípio da Subsidiariedade:
É o princípio que diz que o direito comum será fonte subsidiária
do direito processual trabalhista nos casos em que a Legislação
Trabalhista for omissa (Art. 769 da CLT). Quando estiver em fase
de execução, a fonte subsidiária será a Lei de Execuções Fiscais
(Art. 889 da CLT).
No nosso entender, e também da IN 39 do C. TST, o art. 15 do
CPC/2015 não alterou esta situação.
• Princípio da Natureza Conciliatória:
•Este princípio é a essência da Justiça do Trabalho, que desde a
sua criação teve como escopo solucionar o conflito mediante
acordo.
•O Art. 764 da CLT traduz este espírito conciliador da Justiça do
Trabalho
•No processo do Trabalho, a tentativa de conciliação é
obrigatória em pelo menos dois momentos:
-Antes da apresentação da defesa (Art. 846 da CLT)
- Após a formulação das razões finais (Art. 850 da CLT)
-Isso não impede que no decorrer do processo o magistrado não
tente a conciliação das partes durante o processo.
-Art. 3, §§ 2º e 3º do CPC/2015
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