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EnsaiosHistóricosICpold HDdéS
Fibras vegetais e sua classificação
Considerações preliminaresates de nos adentrar na história
cvolutii das tecnologias da feiturarnanual de papéis é conveniente proceder a uma pequena revisão dos constituintes principais das Fibras vegetais dasua arquitetura estrutural assim cornodas suas características físico químicasmais relevantes Também apontar aqueles de seus aspectos morfológicos eloubotânicos que têm sido usados na classificação e identificação dos materiais fibrosos ao longo dos tempos A atualização destes conhecimentos deverá pertnitir uma interpretação mais Fácil e objetiva das mudanças tecnológicas observadas ao longo de nossos mergulhos nahistória Corra este propósito o presenteensaio focaliza a grandes traços o sistema de classificação botânica e deveráser complementado por outros dois ensaios relativos ã composição química e àmorfologia das Fibras formando um conjunto mutuamente complementar
As plantas e seus nomes popularesAo longo iirIisuïria a plantas rece
beram inúmera norncw que se popularizaram nos vários idioma usados pelosseres humanos Por exemplo uma dasplantas fibrosas mais antigas o rami recebeu os seguintes nomes tchaumatchou a planta e rara a obra tsinpyma e pama tsë na China natnhartkararrrusi no Japão caygai na Conchinchina pane e pa rná em Laos goni noSião lipan àso e umirai nas Filipinasimey na CarmboJa daí erra Anam rareiea planta chinarsa Fibra bruta egrass cloth o tecido fabricado com afibra da China em inglês ramie orticde Chine e orbe hlarache em francês
ramia ou ramie em italiano ramí em
catalão rameh em holandês rami e
rami branco em português ramie emcastelhano
As variedades cultivadas nos paísesprodutores de rami aumentam ainda a
0 Papel junho 1994
coletânea de denominaçócs Aio Japãoregistramos as seguintes HaktrhSaikeiSeishín Mfiyasaki Kagi Ktrmamato entre outras nas Filipinas Guíran Taipan Formosa e Ktgai na FlÓrida EUA é cultivada a variedade PI
87521 obtida por seleção local no Brasil especialmente no norte do Paranáforam introdLIIidtr diversas variedades
de ramí procedentes do Japão e queforam batizadas localmente pelos nomes de Pirianito Anhumas Pé Finoentre outras
0 linho outra planta usada para asmais diversas finalidades desde temposremotos recebeu acima de 25 nomes nos
diferentes idiomas dos grupas éticolingüísticos que benefrciararn suas fibrasEsta proliferação de nomes resultavanuma situação muito confusa que fezsentir a necessidade de se padronizar osnomes das plainas e pelas mesmas razões também os dos outros seres vivosde forma a facilitar mediante o uso de
regras objetivas e de resultados consistentes no chie diz respeito à classificação a identificação dos organismos quecompetem a biodiversidade
Classificação botanica das fibrasNeste caso clasificar significa agru
par organismos vegetais ou mais concretamente as plantas fibrosas com base aumas características comuns visando fa
cilitar estudos comparativos entre os grupos e entre os seus componentes Desdetempos remotos os registros históricosevidenciam diversas tentativas de classi
ficar os seres viventes com base nas suas
características especificas assim dandolugar aos sistemas de classificação natural e aos de classificação artificial Osprimeiros são aqueles chie se haciam emuns poucos caracteres escolhidos arbitrariamente sendo um exemplo destas classíficaçáes a proposta por Aristóteles dedividir os animais em dois grupos animais com sangue e os sem sangue
Este sisterna natural de classificaçãose baseia na morfologia e fisiologia dos
Fç
As fibras formam corpos fibroso bem t
diferenciados na forma de feixes ou re
des que vão ocupando uns espaços definidos por duas superfícies cilíndricas ec sncêntricas entre as quais se encontra ocâmbio No lado interno deste anel cilín
drico cambial se encontra o xilema com
fibras lenhosas ou de xilema no lado
externo do câmbio se encontra o floema tonde se localizam as fibras liberianas ou
ele floema Assim e segundo sua localização topografica no vegetal as fibrastêm sido artificialmente classificadas em
dois grandes grupos 1 as fibras chieintegram o xilema ou lenho as inlraxi wlares com dimensões relativamente uni
formes e constantes para cada espécievegetal 2 as fibras extraxilares compreendendo aquelas que formam partedo floema liber ou entrecasca Estas fi
bras extraxilares constituem tini grupoheterogêneo de células genericamentedenominadas fibras liberianas
w
As libras vegetais são ainda agrupadas segundo sua natureza química seuuso funcional sua utilidade ecortãmfca
elou sua origem botânica entre outroscritérios Cada um destes sistemas apresenta vantagens e inconvenientes Entreos diversos propostos porém se destacaaquele que classifica as fibras pela farnília botânica da planta que as produz poroferecer urna consistência crcmïlicacon
fiável nos critérios usados ria classifica
ção e inclusive permitir identificar afinidades fibrosas intra e interespecíficasexistemes dentro de uma mesma família
botânica
Este sisterna natural de classificaçãose baseia na morfologia e fisiologia dosvegetais adultos assim como no desenvolvimento embrionário dos indivíduose no posicionamento dos novos indivíduos perante seus ancestrais Neste sistema a unidade básica de classificação éa espécie constituïda de indivíduos bemsemelhantes uns aos outros e que têmcapacidade de cruzar entre si gerandodescendentes férteis e iguais a eles
Um conjunto de espécies mais semelhantes recebe o nome de gênero estessão agrupada em famílias que por suavez integram as ordens Estas se congregam em classes as duais por seu turnoformam os frlos integrando um grandenúmero de organismos A reunião de fl1osrecebe o nome de reino Durante muitos
séculos os seres vivas foram divididos
em dois grandes reinos Vegetalia eAnimalia tis trabalhos de Lincu o cria
dor do sistema binomial de nontenclatu
13 w
nucicnO5ma muito ajudaram nokortnlecimento dessa classificação
Vegetais superiores aestruturas
A grande mainhu das cmnutumu fibrosas dewinpenliaiii xuux úmyÜcs nosva8ctuiy xupcóonyassim denominadospor mcom dotados de órgãos bem desenvolvidos tais como raízes cumrfhuuflores ccm muitas delas huiosOsve
getais superiores uc dividem cmGimnopormosc Aoâiompcnnay
As0imnoppermus não poyouem ovário o ponaoto não possuem verdadeiros frutos Suas OorcsuBosecun c rece
bem o nome de cones nu eyr6hiino
masculinos ou 0onuninno Dw priniciros produzem grãos de pólen os segundos abrigam por rês de suas escamasnmóvynoápÚxuccunduyüoduuóvulos o cxoÚhUn feminino yc trans
forma numa pinha cheia Jo pinhões Agerminação dc cada pinhão leva uo desenvolvimento deuoouoovapiaoaAyhzlbam são mccuarox ou seja em forma de uâuhum longas c verdes uooscouicu são lenhosos sua ramificaçãocostuma ser monupodiai
m coníferas uQn uni iutercaxuotc
nxcmyo das primitivas Oimnosponnupor apresentarem um número razoávelde owpícom fornecedoras de fibra mascujo aproveitamento somente mctornouuuuÜvo com o descobrimento das mo
deroum técnicas dcpupu4üu química domadeira visando conseguir o mais completa demü8ui6cuçDo ponaivcL Estas fibras de madeira somente chegaram a seruxuduu paru u feitura manual do papelmuito nofim das ondâus manufaturas
A grande disponibilidade de madniros adequadas e aconDubiiúudc das uurocerísúcumdinueuuionuin úux fibras de
las extraídaspocnciucaniumcnoimeotnexplosivo nodonnundudc papéis provocando umuumcnoxuhxxnümJnuuscoo
operacional c nu moüxócuçüu doo processos produtivos EstedeenvolvimentotecnoWgicueoubceceu rapidamentenovos pozãrnuLroadoennonmiuidadeooponto de cm pouco tempo deixar obsoletos os métodos tradicionais de produção manual relegando para um segundoplanouhcoocimooudcpolpas preparadas com fibras dcAoêiuxpoonuu
sfnâiouponnus são ao plantas maisevoluídas dos tempos presentes Elas possuem ovário e portanto frutos onde osóvulos eo apresentam uuoou cavidadecuquurfechada Suas flores são emgeral cnm6duy o yc6ümdao com estru
turas delicadas que abrigam nm Úrâüoade reprodução São vegetais herbáceosou lenhosos arbustivos ounrbó000xcom
mnüõcaç8o súnpodlul c como 600nuw oncrvuçcso6adbmmuanas suas folhasAo grupo de àuQospcmmoy pcucoccmuo plantas anuais fibrosas quc nas suasvuúcdodcw cultivadas ou xdugoox nativas nu euÁüoua fornecem m maioria
das fibras vegetais ainda hoje comeniahzuduxfyáugioupnonuuoumprccnúemduas cxxox ux diccxiodÚneux o uo
Ówoie6ünmao
Aúcmied8nnos assim denomina
das por apresentar düm ondódoneo noseu embrião e no seu caule podem serobservados feixes Ubrovuscuarex for
mando uma aucoxmüo de espaços cibndri000coocênthcoodc lenho iiberse
parados pelo anel cilíndrico do câmbioO tecido docúmbio mostra unia intensa
udvidodcdurunuo primavera coverãoparalisando suas hunç0cs c cxcacmcnmdurante u período dc frio invernal Assim cada uno é formado um uoe de
lenho nu udn interno do tubo cilíndrico
formado pelo tecido cambial c muuuncumenic no lado externo deste ciUudroé únnnodu outra camada congituNude
tecido iberiouo
áuaiou os feixes de libras liboiouoxou de floema mais antigos estão localizados nos anéis situados na periferia docuue e ou anéis de lenho ou xilemaFicam mais pr6ximooú medula Ponann as úbmx iberionusnrnnemnaquelapnoJ8o da região Gbroiheriunu geralmente chamada floema e que se localizaem tomo do lenho uuxíemae logo abaixo dacuucoducuuecnucouana
Gxtuo fibras iherianus são feixes
mukiceuarexiutoéugrogudoudccéluIas formando cordões fibrosos que ficamcimentados entre si por mcidnsdoOoomuu substâncias gomosas nv ccrox uxinreforçando as hucdi8uç0ex entre ux fibras cicouenmzs ou íibhlas que compõem os feixes
s Obhuy podem ser isoladas domfilamentos ou feixes de fibras mediou
tepnoccm000uiaoomounoumocorugaoou digestão biológica ou mediante umadesagregação física causada pela aplicação de fortes e ncycddov impactomecânicos sobre no feixes fibrosos ou
uindo pela ação conjugada alternadaoo simultânea du vários dos processosmgu mencionados á forma cocoouprnicutoduucélniux individuais drerminampeiomau grau Jesobreposição
u robustez das suas interligações fatoreste de suma importância no desenvolvimento da resistência no coojunodo fibras que formam oufeixes fibrosos o cujx hnyÜu consiste em proporcionar resistência c flexibilidadeao caule da planta
As fibras ibehanoa mais ioqportaocssão oomcoiuicudus sob u forma dcui
xcm00soucomphmcouomSeparados da planta uxucy üxco são denominados UuVuw Exemplos úc fibras deplantas dicuiicd8mux aüo oa seguintesocmciu algodão umorrimbranoocüohumo carvoho cmtulóriacmbimhmnoo
euoaiipmjuuo linho paina monioc
AAonocqGe6ônmou
As plantas mouocnócdóncuo oucudáâcnae iam ü de crescimento pucdcn00 fornecem as denominada Dhrue
de foihu fihrun vasculares nu Ührux ey
mturui nas suas puzux úhmzu Nasfuhu das monocuú1cdÚncua as fibrasocorrem também em feixes ou fascícu
los compostos dccélulas individuais denominadas fibras elementares ou fibrilas
Emum células cmüo coladas onur si porum cimento vcêolu gomus uurux ecom oscxuzmiúuduy yc sobrepondo deto manciruquo permitem que ua fibrilasformem 0umxnuycontínuos nosentido
do comprimento duüahuOs feixes Ubrovumcouedax folhas
dcmouocuúud0omusênuni curso lon
go e reto sua função dar resistência erigidez ú folha e ao mesmo mmpo servir de muauuaçDo aos vasos condutoresdm seiva Em decorrência de suas ün
çüum de suporte mecânico emua fibrasrecebem também a denominação dc fibras estruturais
s fibras duras ou de folha são separadas doa tecidos carnosos das hbas
recém cortadas mediante u aplicação direta dc energia mecânica p0y uni processo úc secagem elas são unbunluduxoassim õcmn prontas para sua mmcsauaos centros consumidoresindustrializa
dores Alguns exemplo úc plantas fibrosas rnonocotilcdôncas são abacá ar
rozbombooaooúeuçúcuruurnácogucirocspmtu6unnüujunoopiuisuLtrigo tucum metverete
Tal como exposto nas conxidon4õcnpnicumarex deste ensaio foram relembrados alguns conceitos básicos relativos buoomihcuço botânica das
6hrom vegetoiu no intuito de facilitarinterpretação da evolução xoguidupcian tecnologias papeleiras desde n seuapucccúncuco
14 0 PapelJunho 1994
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