Filho prodigo abadim[1]

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Havia um homem que tinha dois filhos. Um dia disse-lhe o mais novo:

- «Pai, dá-me a parte da herança que me toca».

E o pai repartiu entre os filhos os seus bens.

Passados poucos dias, o filho mais novo juntou tudo o que era seu e saiu de casa.

Chegou a uma terra distante, satisfeito por se sentir livre.

Nessa terra viveu dissolutamente e esbanjou tudo quanto possuía.

Depois de ter gasto tudo quanto tinha, houve grande fome naquela terra e ele começou a passar privações.

Cada dia que passava, a vida tornava-se mais difícil. Até que um dia foi pedir trabalho a um dos habitantes daquela terra que o mandou para os seus campos guardar porcos.

Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que Os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. E, caindo em si, disse:"Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei e irei ter com meu pai, e dir-Ihe-ei: Pai, pequei contra o Céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me

como um dos teus jornaleiros!»

E, levantando-se, foi ter com o pai que, ao vê-Io ao longe, ficou comovido de compaixão...

...e correu ao seu encontro abraçando-o afectuosamente. O filho disse-lhe:- "Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho!».

Mas o pai -disse aos seus servos «Trazei depressa a mais bela túnica e vesti-lha!».

-"Ponde-Ihe um anel no dedo e sandálias nos pés».

"Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e alegremo-nos porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado!».

E a festa principiou.

Entretanto, o filho mais velho regressou do campo e, ao aproximar-se de casa, começou a ouvir música e as danças.

Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo."Teu irmão voltou - disse este - e teu pai matou o vitelo gordo, porque o teu irmão chegou são e salvo».Ao, ouvir isto,

ficou triste e não queria entrar.

Mas o pai foi ao seu encontro e pediu-lhe que entrasse. Ele, porém, respondeu :- "Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua e nunca me deste um

cabrito para festejar com os meu amigos. E, agora, ao chegar esse teu filho que consumiu os teus bens com mulheres, mataste-lhe o vitelo gordo!».

O pai respondeu-lhe: «Filho, tu sempre estás comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e

reviveu, estava perdido e foi encontrado!».