Fundamentos do desenho 2015

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Anotações sobre desenho

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O QUE É DESENHO?

O QUE É ESBOÇO?

ELEMENTOS GERADORES

DA FORMA

ANTONIO AUGUSTO BUENO pequeno desenho de bolso

a FORMA resulta da

Articulação de pontos, linhas

e manchas

Das spiel mit den bildelementen punkt und linie

Das spiel mit den bildelementen punkt und linie pg37

QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS FORMAIS DE

UM ESBOÇO?

LEONARDO DA

VINCI

MASASHI KISHIMOTO naruto vol5 pg162 2007

Ao analisarmos os desenhos de Leonardo da Vinci e de

Masashi Kishimoto percebemos, que mesmo com uma

diferença de 500 anos, as noções de esboço predominam

nestes desenhos. Um do renascimento e outro contemporâneo,

um em artes outro em quadrinhos, mas ambos utilizando o

esboço como estratégia para dar forma a uma idéia.

Ao se dar destaque para o GESTO, num desenho, a

“semelhança” com o modelo torna-se secundária.

O ESBOÇO permite agarrar rapidamente uma idéia, ou

vestígios da mesma, antes que ela se desfaça. Funciona

como uma aproximação, por diferentes caminhos, de um

problema que se quer resolver, e que, normalmente não

tem uma única solução. Com o esboço é possível anotar

essas diferentes possibilidades, em um único esboço ou

em diferentes esboços. Nele, a dúvida é permitida, e ao

mesmo tempo nos mostra importantes informações sobre

a dinâmica utilizada para construir a imagem. Informações

como segurança ou insegurança, pressão, velocidade

podem ser intuídas a partir da análise de um esboço.

Pablo PICASSO retratos de Silvestte David 1954

Pablo PICASSO onze estágios de uma litogravura 1945

Contorno único

CONTORNO ÚNICO E

CONTORNOS MÚLTIPLOS

Contornos múltiplos e

abertos

PABLO PICASSO

Francesca en Bandeau

1946 66x50

Simblet, p132

ALBERTO GIACOMETTI

retrato de Marie-Laure de

Noailles 1948 20x15

Simblet, p136

ANTONIO AUGUSTO BUENO desenho na areia

“O DESENHO ESCAPOU DA FOLHA”

O ato de desenhar também pode ocorrer com uma economia

de marcas gráficas. Isto destaca a presença do corpo de quem

desenha, como vestígio.

GESTO E LINHA

Desenho no espaço

Pablo Picasso

DESENHOS NO ESPAÇO – Rosalind Krauss, ao estudar

as esculturas em ferro de Júlio Gonzalez fala em

“desenho no espaço”

DESENHOS NO ESPAÇO Alexander Calder

PROCESSOS ou ATITUDES NO DESENHO

além de riscar, é possível

Colar

Rasgar

Dobrar Desenhos

Fotomontagem

Decalcar

Estampar

Apagar

Frotar

Maltratar

Raspar/ lixar

ROBERT

RAUSCHENBERG

Erased de Kooning

drawing 1953

http://www.heikeweber.net/index.html

EXERCÍCIOS

PEDIR PARA QUE DESENHEM QUALQUER COISA,NUMA FOLHA COM UM

LÁPIS DURO E DEPOIS COM UM LÁPIS DE MAIOR INTENSIDADE DE

PRETOS.

Riscar em várias direções, de modo abstrato (sem construir figuras), prestando

atenção no gestual(diferentes velocidades, interrupções, retomadas,

sobreposições...)

- Analisar quanto ao uso de LINHA ÚNICA OU LINHAS, DIFERENTES

DINÂMICAS, INTENSIDADES, CONTINUIDADES OU INTERRUPÇÕES,

ADENSAMENTOS OU DISPERÇÕES

-Analisar o resultado considerando tipologias dos ELEMENTOS GERADORES

DA FORMA ( pontos, linhas e planos )

Desenho só com linhas

Desenho com mancha

Combinação de linha e mancha

PONTORMO

duas mulheres veladas

TIZIANO

VECELLIO casal mitológico

abraçado

PORDENONE martírio de são pedro mártir

MATISSE

HENRY MOORE

Madona com menino

Aquarela cinza, pena, tinta,

giz de cera e carvão

Pablo PICASSO

Pablo PICASSO

nú com pernas cruzadas

1903

Pablo PICASSO retrato de família 1962

Pablo PICASSO retrato de família 1962

Todos exemplos anteriores são desenhos de figura humana.

Nota-se que a dinâmica do gesto, ao desenhar, do artista

registrada no desenho, determina um caráter “vivo” à imagem,

como se o movimento das mesmas fosse representado pelo

desenho.

LINHAS EM FORMA DE

ANÉIS

EXERCÍCIO

com caneta gel, nanquim e pincéis redondos, lápis diversos,

A. R. Williams mapa de luz do contorno lateral

de uma gestante 1979 (SIMBLET, pg1080

Cabeça (SIMBLET,pg144)

Mãos

(SIMBLET,

Pg123)

TEXTURAS

Coleções de texturas: - objetos, frotagens, fotos, desenhos...

- desenhar em lâminas, projetar e

redesenhar.

- observar texturas no plano e texturas

em volumes.

- desenhar os objetos trazidos.

- desenhar no museu da bio

Num volume, a textura sofre influência da luz e da perspectiva. O exemplo

abaixo foi obtido através de Frotagens de texturas não orgânicas.

Num exercício de desenho de observação a distância entre os pontos e linhas,

na textura, diminuem em direção a borda dos volumes observados e desenhados, e não

Como mostrado abaixo, a direita.

Texturas obtidas na web

a partir de revestimentos

usados em arquitetura,

design de superfície e

estamparia de tecidos. A

preocupação com a

textura, em diferentes

campos nos mostra a

importância de seu

estudo.

TEXTURAS realize Frotagens,

recorte imagens em preto, branco

e cinzas de revistas, fotografe

texturas de formas orgânicas.

Analise o comportamento das

texturas em formas planas e em

Volumes.

VINCENT VAN GOGH produziu mais de 1.000 desenhos, 870 pinturas,

150 aquarelas e 133 esboços nas suas cartas ao longo dez anos como artista.

Trees with ivy in the asylum garden, 1889 Ainda TEXTURAS

Sobreposições

de formas

planas

Sobreposições

de formas

volumétricas

EXERCÍCIOS COM COLAGENS E SOBREPOSIÇÕES

Usando recortes de revistas e frotagens.

Algumas referências para este exercício são as

colagens desenvolvidas a partir do Cubismo e a série “Jazz”

PABLO PICASSO

guitarra 1913

Tristeza do rei 1952

MATISSE Série Jazz

FRANK STELLA

to prince Edward kastura

DAVID HOCKNEY the 11th 1992

David

Hockney

Mesa de

Despacho,

1984

ANOTAÇÕES RÁPIDAS COM NANQUIM

Nas imagens ao lado, foram utilizadas

camadas de linhas de nanquim

diluídas com água. A primeira anotação

foi feita com a tinta bem diluída e

apreendendo a forma geral.

A segunda imagem, possui outra

camada de tinta com menos água,

e anotou-se alguns detalhes dos

volumes e texturas. Na terceira, são

utilizadas três ou mais camadas de linhas

com diferentes diluições e se

acrescentam aspectos de sombra

e outros detalhes.

EXERCÍCIO

Passagem da forma plana para o volume

Observe que no desenho da fila de cima, a linha de contorno das figuras

permaneceu homogênea quanto à espessura e intensidade, fornecendo para

nossa percepção uma informação de que as formas seriam planas.. Para

perceber estas formas sugerindo volume, seria necessário que seu contorno

apresentasse algum tipo de variação.

Nas figuras abaixo, a linha de contorno permaneceu homogênea, e a mancha

irregular indica a sombra, sugerindo para nossa percepção que trata-se de

uma forma com volume. Se elas fossem formas planas, a mancha seria

homogênea.

A definição do volume é indicada pela mancha irregular, indo do mais claro para

o mais escuro, de acordo com a direção da luz.

DO PLANO PARA O VOLUME

O uso do tom, ou intensidade

da linha, para definir

profundidade,

dependem do conjunto de

imagens que compõem a

representação.

Na imagem simplificada, ao lado

a linha mais escura indica mais

proximidade. Observe, no entanto

que o uso de uma linha

homogênea nos “vasos” torna-os

achatados.

Na paisagem a seguir, os tons

escuros indicam os planos mais

próximos do observador.

Cilindros vistos em

diferentes posições

em relação à altura

dos olhos -------------------------------------------------

Uso de simetria e elipses

SIMETRIA

Tunga

ESPAÇO

PAULO UCELLO

Cálice em perspectiva

Desenho esquemático com o

uso de faixas verticais para

descrever o formato do volume.

A aplicação de linhas

ao longo do corpo do

objeto a ser desenhado

auxilia na percepção

do volume da forma.

Na 3ª coluna, a mancha

segue a direção das

linhas, reforçando a

percepção do volume.

ESPAÇO

CONTRASTES

Figura e fundo

ESPAÇO NEGATIVO

é a forma vazia em torno dos

objetos. Num desenho de observação,

esta forma também deve ser observada,

sendo tão importante quanto o objeto

que está sendo desenhado, pois a

linha que define o perfil do objeto,

também define a forma do vazio, isto é,

esta linha é comum ao objeto e ao

vazio. Além disso o vazio, no modelo,

é representado como forma, no desenho.

Na imagem ao lado, o espaço negativo

está indicado em preto.

O Espaço vazio tem forma, como bem exemplifica o auto-retrato

Desenhando de 1983 de TOM WESSELMANN, no próximo slide.

PERSPECTIVA E UM POUCO DE HISTÓRIA

Considerar duas posições básicas para os cubos: uma com a

face de frente para o observador e outra com uma aresta mais

próxima do observador. Estas duas posições se relacionam com

a teoria da Perspectiva.

PERSPECTIVA

PARALELA

(1ponto de fuga) e

OBLÍQUA

(2pontos de fuga)

RENASCIMENTO LORENZO GHIBERTI-

As portas do paraíso. A história de Isaac, Esaú e Jaco-

1403-1424 Museo Nazionale de Firenze

Em 1401, ocorreu um

concurso para a

produção dos painéis

destinados às portas da

face leste do batistério,

junto a catedral de

Florença. Sete

escultores, entre eles

Fillipo Brunelleschi

competiram. O tema foi

o sacrifício de Isaac e o

vencedor foi Ghiberti, o

qual levou 20 anos para

concluir a obra, que foi

instalada na face norte.

Após iniciou a

construção dos outros

painéis para a face

leste.

Michelangelo chamava-

os de as Portas do

Paraíso.

ALBRECHT DÜRER 1525

Nesta imagem, temos o uso da “janela” renascentista”, e a

transferência da imagem visualizada para uma superfície quadriculada.

Destaca-se a importância do ponto de vista único.

ALBRECHT DÜRER Artista pintando um alaúde 1525

Imagem reproduzida de Gombrich 1986 p 219

LEONARDO da VINCI- A última ceia. 1490 –460 × 880 cm

Refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie (Milão)

Jacopo Robusti TINTORETTO- A última ceia- 1592

foi provavelmente o último grande pintor da Renascença Italiana. Por sua energia

fenomenal em pintar, foi chamado Il Furioso, e sua dramática utilização da

perspectiva e dos efeitos da luz fez dele um dos precursores do Barroco. Seu pai,

Battista Robusti, era tintore (tingia seda), daí seu apelido.

NEOCLÁSSICO- JACQUES LOUIS DAVID- O juramento dos Horácios- 1784 A guerra entre Alba e Roma, foi resolvida através de um combate até a morte entre os três irmãos

Horácios, romanos, e os três Curiáceos, albanos. Um Horácio venceu, no entanto sua irmã Camila

estava prometida a um Curiáceo e acabou também sendo morta. Ao ser preso, o pai dos Horácios

interveio alegando lealdade à pátria, conseguindo inocentá-lo. David faz uma alegoria sobre o

compromisso do poder do monarca frente a coletividade.

ROMANTISMO - T. Géricault, A Balsa do Medusa, 1818, óleo sobre tela

4´5 x 6´5 m, Museu do Louvre, París.

Escher

O cubo impossível

Daniel Senise

Perspectiva na

arte

contemporânea

Existem diversas maneiras de lidar com a figura sem, necessariamente, utilizar a

perspectiva. Por exemplo: o uso de referências de outras mídias ou a utilização de

fotografias.

-Recupere trabalhos já realizados (quando existirem) tais como desenhos, fotos,

pinturas, ... cujo resultado final e/ou execução tenha sido relevante. Traga os

trabalhos originais e fotografias ou cópias coloridas dos mesmos.

-Cópias de imagens de trabalhos de artistas visuais, designers, artistas gráficos

que você admira ou por cuja obra você se interessa;

-Imagens significativas na sua vida: fotografias, recortes, revistas,coleções de

“coisas”;

-Coisas/objetos/materiais (os tecidos, papéis velhos, caixinhas de fósforo, ...).

-Separe alguns dos materiais acima e traga para a aula.

-Pense em atividades e procedimentos, artísticos ou cotidianos que lhe interessam.

-Escreva um pequeno texto, tentando estabelecer relações entre os materiais

escolhidos.

Estes materiais e esta reflexão serão a base para o desenvolvimento de uma

atividade, na qual cada aluno desenvolverá um trabalho independente e pessoal,

explorando noções de desenho praticadas:

SOBREPOSIÇÃO DE PLANOS, TEXTURAS, ESBOÇOS, CONTORNOS

MÚLTIPLOS, VOLUME.

A seguir veremos alguns trabalhos nos quais a fotografia e a apropriação ocorrem:

Gil Vicente

Chuck Close

J. Eddy Dumper

KENT WILLIAMS

Sokkin No

Bushitachi

2006

KENT WILLIAMS Sena com pijama de macacos 2007 lápis sobre papel

Fábio Zimbres

Wagner Pinto in http://www.wagnerpinto.com

Irena Zablotska

Talita Hoffmann

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho. São Paulo: Scipione, 1989.

_____________. Linha de costura. São Paulo: Iluminuras, 1997.

______________Desenho de Figura Humana.

______________Designio...

EDWARDS, Betty. Desenhando com o lado direito do cérebro. São Paulo: Ediouro,1984.

NOVAES, Adauto (org.). O olhar. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1987.

SARA SIMBLET cuaderno de dibujo.

SITES

http://www.heikeweber.net/index.html

http://www.spanisharts.com/e_index.html

http://picasso.csdl.tamu.edu/picasso/

http://www.vggallery.com/drawings/main_az.htm

http://www.zablotska.com

http://www.gilvicente.com.br/index2.html

http://www.kentwilliams.com/

http://www.wagnerpinto.com

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