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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Enfermagem
Claudia Lucimara Andrade Cavalcante Cracco
Juliana dos Anjos Salvador
IDENTIFICAÇÃO DA SÍNDROME DE BURNOUT NA
EQUIPE DE ENFERMAGEM DE UMA UNIDADE DE
PRONTO ATENDIMENTO
LINS – SP
2010
CLAUDIA LUCIMARA ANDRADE CAVALCANTE CRACCO
JULIANA DOS ANJOS SALVADOR
IDENTIFICAÇÃO DA SÍNDROME DE BURNOUT NA EQUIPE DE
ENFERMAGEM DE UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Enfermagem, sob a orientação da Profa M.Sc. Ludmila Janaína dos Santos de Assis Balancieri e orientação técnica da Profa M.Sc. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2010
Cracco, Claudia Lucimara Andrade Cavalcante; Salvador, Juliana dos Anjos
Identificação da Síndrome de Burnout na Equipe de Enfermagem de uma Unidade de Pronto Atendimento / Claudia Lucimara Andrade Cavalcante Cracco; Juliana dos Anjos Salvador. – – Lins, 2010.
60p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem, 2010
Orientadora: Ludmila Janaina dos Santos de Assis Balancieri
C921i
CLAUDIA LUCIMARA ANDRADE CAVALCANTE CRACCO
JULIANA DOS ANJOS SALVADOR
IDENTIFICAÇÃO DA SÍNDROME DE BURNOUT NA EQUIPE DE
ENFERMAGEM DE UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.
Aprovada em: ____/____/____
Banca Examinadora:
Prof(a) Orientador(a): Ludmila Janaina dos Santos de Assis Balancieri
Titulação: Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Sagrado Coração
(USC).
Assinatura:__________________________________
1º Prof (a):_______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:__________________________
2º Prof (a):_______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:__________________________
Agradecimentos A Deus, Pelo dom da vida, pela inteligência, pelas companhias adquiridas no decorrer da estrada, pelos bens conquistados, enfim por todas experiências que só me fazem evoluir cada vez mais.
Ao meu marido, Meu amado, companheiro de todas as horas, todos os momentos, sejam alegres ou tristes, de saúde ou doença, mas que está sempre presente ao meu lado e em meu coração, o meu desejo maior para que você seja sempre muito feliz por tudo o que você sempre foi para mim: o meu grande amor! Aos meus pais (in memorian), agradeço a educação e o amor que por vocês recebi.
Aos meus filhos, Roberta e Lorenzo Pela compreensão dos meus momentos de ausência, pela felicidade que proporcionam a minha vida e a alegria de ser a mãe de duas criaturas lindas e adoráveis!!! Às professoras Jovira e Ludmila por todas as orientações e paciência para a concretização deste trabalho. A todas professoras que passaram por nossas vidas muito obrigada. A companheira de monografia Juliana, com quem aprendi o valor da amizade e pela compreensão com minhas dificuldades no decorrer deste trabalho Claudia
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no dia a dia, obrigada por estar sempre comigo e por mais no dia a dia, obrigada por estar sempre comigo e por mais no dia a dia, obrigada por estar sempre comigo e por mais no dia a dia, obrigada por estar sempre comigo e por mais esesesesssssa etapa a etapa a etapa a etapa da minha vida.da minha vida.da minha vida.da minha vida. Tudo Posso Naquele que me Fortalece. (Fl. 4.13)Tudo Posso Naquele que me Fortalece. (Fl. 4.13)Tudo Posso Naquele que me Fortalece. (Fl. 4.13)Tudo Posso Naquele que me Fortalece. (Fl. 4.13)
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tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por issotempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por issotempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por issotempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos existem momentos existem momentos existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. ...E a ...E a ...E a ...E a todos os professores obrigados por contribuírem para minha formaçãotodos os professores obrigados por contribuírem para minha formaçãotodos os professores obrigados por contribuírem para minha formaçãotodos os professores obrigados por contribuírem para minha formação.... AmigosAmigosAmigosAmigos Laine, Laine, Laine, Laine, Frávia, Dona Inês, Mel, ViVi,Frávia, Dona Inês, Mel, ViVi,Frávia, Dona Inês, Mel, ViVi,Frávia, Dona Inês, Mel, ViVi, Nice,Nice,Nice,Nice, Amigos Decolores, Ká, Bel, Amigos Decolores, Ká, Bel, Amigos Decolores, Ká, Bel, Amigos Decolores, Ká, Bel, tchurmas de estágiotchurmas de estágiotchurmas de estágiotchurmas de estágio, P, P, P, Pe. e. e. e. Tadeuadeuadeuadeu............
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JulianaJulianaJulianaJuliana
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo geral identificar a síndrome de burnout na equipe de enfermagem da unidade do pronto atendimento da Associação Hospitalar Santa Casa de Lins, e demonstrar se há influência do estresse ocupacional na qualidade da assistência de enfermagem. A coleta de dados foi realizada através do questionário Instrumento Maslach Burnout Inventory – MBI, entregues à equipe e teve como participantes 4 enfermeiros e 10 técnicos de enfermagem, que exercem atividade profissional, totalizando 14 profissionais. Os métodos utilizados foram estudo de caso através de questionários, observação sistemática realizada de junho a julho de 2010, onde através dos dados coletados verificou-se que o tema síndrome de burnout - estresse ocupacional crônico é desconhecido, precisando ser divulgado entre os profissionais apesar da palavra estresse estar em alta. Dos 14 profissionais de enfermagem nenhum apresentou síndrome de burnout. De acordo com a observação sistemática ficou claro a dedicação de cada profissional, sendo que cada procedimento foi realizado com calma, destreza e profissionalismo, mostrando também que não há distinção de pessoas e mesmo diante das dificuldades do dia a dia é visível a qualidade da assistência durante o atendimento. Palavras-chave: Síndrome de Burnout. Enfermagem. Pronto Atendimento.
ABSTRACT
This study present aimed to identify the burnout syndrome in the nursing team in the emergency care unit of Santa Casa Hospital Association of Lins, and to show whether there is influence of occupational stress on the quality of nursing care. Data collection was conducted through the questionnaire instrument Maslach Burnout Inventory - MBI, deliveres to the team and had as participants 4 nurses and 10 nursing technicians, the performing professional activity, totaling 14 professionals. The methods used were a case study through questionnaires, systematic observation achieved from June to July 2010, where through the data collected showed that the burnout syndrome`s subject - chronic occupational stress is unknown and need to be disseminated among professionals despite word stress being in high. Of the 14 nurses had presented no burnout syndromet. According to the systematic observation became clear dedication of each professional being that each procedure was performed with calm, skill and professionalism, showing also that there is no distinction of persons and even with the difficulties of everyday life is visible to the quality of care during the service. Keywords: Burnout Syndrome. Nursing. Emergency Unit.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Valores da escala do MBI desenvolvidos pelo Núcleo de
Estudos Avançados sobre a Síndrome de Burnout.....................................
17
Quadro 2: Resumo Esquemático da Sintomatologia do Burnout.............. 22
Quadro 3: Resumo Esquemático dos Mediadores, Facilitadores e/ou
Desencadeadores do Burnout.....................................................................
24
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Exaustão Emocional ................................................................... 40
Gráfico 2: Despersonalização ..................................................................... 40
Gráfico 3: Realização Profissional .............................................................. 41
LISTA DE TABELA
Tabela 1: Dados encontrados sobre as dimensões.................................... 56
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A%: Porcentual de Ausência do Pessoal de Enfermagem
ACTH: Hormônio Adreno Corticotrófico
CEP: Comitê de Ética e Pesquisa
CHS: Número de Horas
CRF: Fator de Regulação Cortical
D: dias trabalhados no mês
DS: dias trabalhados
F: número total de funcionários da categoria
FTE(tipo de cuidado): Força Média de Trabalho de Enfermagem
HÁ: tempo médio
MBI: Maslach Burnout Inventory
N: número mensal de ausência dos funcionários da categoria em estudo
NC: número médio de clientes
NEPASB: Núcleo de Estudos Avançados sobre Síndrome de Burnout
PE: número médio de funcionários de enfermagem
UTI: Unidade de Terapia Intensiva
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..............................................................................................
12
CAPÍTULO I – SÍNDROME DE BURNOUT .................................................. 15
1 SINDROME DE BURNOUT- ESTRESSE OCUPACIONAL
CRÔNICO...........................................................................................
15
1.1 Síndrome de burnout na equipe de enfermagem no pronto
atendimento .......................................................................................
18
1.2 A importância da identificação da síndrome de burnout para o
profissional de enfermagem...............................................................
19
1.3 Síndrome de burnout e suas implicações ........................................ 21
1.4 O estresse normal..............................................................................
25
CAPÍTULO II – FINALIDADES E PROCEDIMENTOS DO PRONTO
ATENDIMENTO ............................................................................................
28
2 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E PROCEDIMENTOS DO PRONTO
ATENDIMENTO ................................................................................
28
2.1 Dimensionamento e divisão do trabalho no pronto atendimento...... 29
2.2 Divisão do trabalho de enfermagem .................................................. 33
2.2.1 Escala mensal ................................................................................... 33
2.2.2. Escala diária ...................................................................................... 33
2.2.3 Escala de férias .................................................................................
34
CAPÍTLO III – PESQUISA ............................................................................ 35
3 INTRODUÇÃO .................................................................................. 35
3.1 Relato histórico da Associação Hospitalar Santa Casa de Lins e
caracterização do pronto atendimento ..............................................
35
3.2 Perfil do enfermeiro do pronto atendimento ...................................... 38
3.3 Aplicação dos questionários e discussão .......................................... 39
3.4 Apresentação dos dados.................................................................... 39
3.5 Conclusão da pesquisa...................................................................... 43
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ................................................................. 44
CONCLUSÃO ................................................................................................ 45
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 47
APÊNDICES .................................................................................................. 50
12
INTRODUÇÃO
O homem desde os primórdios de sua existência vive em busca de
suprir suas necessidades pessoal, familiar ou profissional, podendo gerar
desequilíbrios mentais, dentre eles o estresse. Essa é a causa de muitas
doenças que perturbam o equilíbrio e bem estar do ser humano.
Para Oliveira (2001), o estresse é sentido diariamente podendo ser bom,
quando age como impulsionador para a vida, é o que proporciona ao cérebro
ser criativo, elaborar e relacionar idéias, estar atento e o qual tornaria o ser
humano apático, sem iniciativa para conquistar objetivos em quaisquer campos
do trabalho, afetivo ou emocional.
De acordo com Oliveira (2001), se o homem estiver conectado de forma
constante a uma situação de perigo, o organismo torna-se sempre pronto a
uma reação, gerando assim, como consequência reações emocionais e
comportamentais, tornando o estresse patológico.
Estresse é resultado do esgotamento, da decepção e da perda do
interesse pelas atividades laborais, em profissões que lidam direta e
diariamente com pessoas (BENEVIDES-PEREIRA apud BELANCIERI, 2002).
Quando as situações de estresse são constantes e os métodos de
enfrentamentos são insuficientes torna-se então crônico, o que pode gerar a
síndrome de burnout, onde uma das causas é a falta de reconhecimento
profissional. Portanto burnout é o produto de uma interação negativa entre o
local de trabalho e seu grupo profissional.
Buscando identificar a síndrome de burnout é necessária a utilização de
um questionário auto-aplicável composto por 22 questões, Instrumento
Maslach Burnout Inventory – MBI, criado por Christine Maslach, psicóloga e
professora da Universidade da Califórnia – EUA, validado no Brasil em 2001,
ele identifica as dimensões sintomatológicas da síndrome de burnout, sendo
que a questão de 1 a 9 identifica o nível de exaustão emocional, de 10 a 17
estão relacionadas à realização profissional e as perguntas de 18 a 22 à
despersonalização. Os dados são tabulados através dos valores da escala do
13
MBI desenvolvidos pelo Núcleo de Estudos Avançados sobre a Síndrome de
Burnout (NEPASB). (JODAS; HADDAD, 2009)
A partir da possibilidade da identificação do profissional com estresse, o
conhecimento de como se manifesta, as estratégias de enfrentamento e a
identificação da síndrome de burnout, os hospitais podem direcionar programas
de treinamento para prevenir, acompanhar e tratar esse mal nos trabalhadores
do pronto atendimento, reduzindo os problemas no processo de trabalho e
através da implementação de ações especificas promover a melhoria do
atendimento ao paciente.
O estresse no trabalho é decorrente da inserção do indivíduo nesse contexto, pois o trabalho, além de possibilitar crescimento, transformação, reconhecimento e independência pessoal, também causa problemas de insatisfação, desinteresse, apatia e irritação. Sendo assim, o trabalho deve ser algo prazeroso, com os requisitos mínimos para a atuação e para a qualidade de vida dos indivíduos. (BATISTA; BIANCHI, 2006, p. 534)
Segundo Chamon; Marinho; Oliveira, (2006) o ser humano para
concretizar seus projetos de vida, depende do trabalho que pode constituir
fonte de satisfação ou frustração, e conforme a condição torna-se penoso ou
doloroso, sendo que na unidade de pronto atendimento os profissionais são
extremamente exigidos físico e psicologicamente, em virtude do tipo de
atendimento prestado, o que pode gerar circunstâncias causadoras de
estresse. Para se proteger das condições estressoras o trabalhador deve
buscar e criar mecanismos de defesa com o objetivo de manter-se
psiquicamente saudável.
A enfermagem exerce atividades intensas, em contato constante e direto
com pacientes, com a dor e a morte, expondo-se a uma sobrecarga de trabalho
e desgaste que levam a um estado constante de estresse.
Mediante a demanda de casos atendidos no decorrer do dia na unidade
de pronto atendimento surgiu o seguinte questionamento: pode a equipe de
enfermagem estar desenvolvendo a síndrome de burnout pelo nível de
estresse ocupacional enfrentado e esse interferir na qualidade da assistência
de enfermagem?
14
Dentro dessa perspectiva, objetiva-se nesse trabalho identificar e
avaliar a ocorrência síndrome de burnout na equipe de enfermagem que atua
no pronto atendimento e avaliar se o acontecimento da mesma influência na
qualidade da assistência.
15
CAPÍTULO I
SÍNDROME DE BURNOUT
1 SÍNDROME DE BURNOUT – ESTRESSE OCUPACIONAL CRÔNICO
O homem exerce atividades para sua subsistência e com o
desenvolvimento tecnológico, sócio-cultural e modernidades ocorreram
profundas mudanças no comportamento bio-psico-social do ser humano.
Segundo Ressurreição (2005), o homem não encontrou objetos prontos
na natureza, mas teve que produzí-los, ou seja, criar os próprios meios de
produção diante das condições naturais encontradas. Ainda hoje o homem vive
em busca de suprir as suas necessidades, gerando assim, desequilíbrios
mentais, entre eles o estresse.
De acordo com Jodas; Haddad (2009), O ser humano é uma dualidade
funcionante numa unidade, o corpo produz mudanças na mente e esta age
sobre o corpo. Assim muitas doenças geradas por estresse perturbam o
equilíbrio, saúde e bem-estar do ser humano.
Porém o estresse não é necessariamente, sempre negativo, podendo
ser o “sal da vida”, uma vez que qualquer emoção ou atividade poderá
desencadear estresse, passamos constantemente por ele, sendo o que vai
determinar o gosto da vida é a maneira que enfrentamos cada situação
(SELYE apud BELANCIERI, 2005).
O estresse pode ocorrer de duas formas, a primeira de natureza aguda (muito intenso, mas que desaparece rapidamente) e a segunda de natureza crônica (não tão intenso, perdurando por períodos de tempo mais prolongados e os recursos utilizados pelo indivíduo para enfrentá-lo são escassos). O estresse crônico contribui para uma pobre qualidade de vida e aumento do risco de diversas doenças, como coronarianas, hipertensão e baixa do sistema imunológico. (CALDERERO; MIASSO; CORRADI-WEBSTER, 2008, p. 52)
16
Quando as situações de estresse são constantes e os métodos de
enfrentamentos insuficientes, pode ocorrer o estresse crônico, e
consequentemente a síndrome de burnout, principalmente porque se espera
alcançar reconhecimento profissional o que na grande maioria não ocorre.
Burnout é o produto de uma interação negativa entre o local de trabalho e seu
grupo profissional.
Segundo Azzi (apud SILVA, 2001, p. 6), nem sempre o estresse é
prejudicial, no entanto, o estresse prolongado é uma das causas que pode
levar ao burnout.
As atividades profissionais que garantem a sobrevivência e determinam
a situação social do individuo, dependendo das condições em que o trabalho é
realizado, pode se tornar penosa e dolorosa. Para o trabalhador o que antes
poderia ser algo de motivação e satisfação, passa a ser sacrificante, tornando o
relacionamento difícil e podendo ocorrer à queda no rendimento (CHAMON;
MARINHO; OLIVEIRA, 2006, p. 1).
Segundo (BENEVIDES-PEREIRA apud BELANCIERI, 2005), burnout é
um conceito surgido em meados dos anos 70, nos Estados Unidos, sendo ele
consequência do estresse laboral, portanto resultado do esgotamento, da
decepção e da perda do interesse pelas atividades do trabalho em profissões
que lidam direta e diariamente com pessoas.
A síndrome de burnout corresponde à resposta emocional às situações de estresse crônico em razão de relações intensas de trabalho com outras pessoas, ou de profissionais que apresentem grandes expectativas com relação a seu desenvolvimento profissional e dedicação à profissão e não alcançam o retorno esperado. Decorre de um processo gradual de desgaste no humor e desmotivação acompanhado de sintomas físicos e psíquicos. (JODAS; HADDAD, 2009, p. 193).
A atenção direta aos usuários durante o atendimento e o confronto com
diversas doenças diariamente, faz com que o profissional, por mais preparado
tecnicamente que esteja, desperte diversas reações e sentimentos
relacionados ao estresse caracterizando síndrome de burnout.
Trata-se de síndrome multidimensional, caracterizada por três componentes: exaustão emocional, diminuição da realização
17
pessoal/profissional e despersonalização. O primeiro refere-se a sentimentos de fadiga e redução dos recursos emocionais necessários para lidar com a situação estressora. O segundo refere-se à percepção de deterioração da auto-competência e falta de satisfação com as realizações e os sucessos de si próprio no trabalho. O terceiro componente refere-se a atitudes negativas, ceticismo, insensibilidade e despreocupação com respeito a outras pessoas. (ARGOLO et al., 2002, p. 193)
Para Borges, Argolo, Baker, (2006), a síndrome de burnout ocorre como
um processo dinâmico e gradual, sendo que é possível identificá-la em níveis
distintos.
Um alto nível de estresse contínuo pode gerar um quadro de esgotamento físico e emocional caracterizado por pessimismo, imagens negativas de si mesmo, atitudes desfavoráveis em relação ao trabalho, mais conhecidas como síndrome de burnout. (PAFARO; MARTINHO, 2004, p. 154)
Segundo JODAS; HADDAD (2009), para identificar da Síndrome de
burnout é utilizado de um questionário auto-aplicável composto por 22
questões, Instrumento Maslach Burnout Inventory – MBI, criado por Christine
Maslach, psicóloga e professora na Universidade da Califórnia-EUA e validado
no Brasil em 2001, onde são identificadas dimensões sintomatológicas da
síndrome de burnout. As questões de 1 a 9 identificam o nível de exaustão
emocional, da 10 a 17 estão relacionadas à realização profissional e as
questões de 18 a 22 relacionam-se à despersonalização.
Os dados são tabulados através dos valores da escala do MBI
desenvolvidos pelo Núcleo de Estudos Avançados sobre a Síndrome de
burnout (NEPASB).
Dimensões
Pontos de corte
Baixo Médio Alto
Exaustão emocional 0 - 15 16 – 25 26 – 54 Despersonalização 0 - 02 03 – 08 09 – 30 Realização profissional 0 - 33 34 – 42 43 - 48 Fonte: Jodas e Haddad, 2009 (apud BENEVIDES-PEREIRA, 2001)
Quadro 1: Valores da escala do MBI desenvolvidos pelo Núcleo de Estudos
Avançados sobre a Síndrome de Burnout
18
Realizado análise dos dados através do Manual do MBI que traz como
princípio para o diagnóstico de burnout a obtenção de nível alto para exaustão
emocional e despersonalização e nível baixo para realização profissional.
Portanto o enquadramento do profissional nesses três critérios dimensionados
indica a manifestação da síndrome de burnout. Dessa maneira possibilita-se o
desenvolvimento do estudo. (JODAS; HADDAD, 2009, p.194)
1.1 Síndrome de burnout na equipe de enfermagem no pronto atendimento
O ser humano, para concretizar seus projetos de vida, depende do
trabalho que pode ser fonte de satisfação ou frustração, e conforme as
condições tornam-se penoso ou doloroso. A unidade de pronto atendimento
requer muitas vezes criatividade e habilidade dos profissionais que ali
trabalham.
A enfermagem exerce atividades intensas, em contato constante e direto
com pacientes, onde se confronta com a dor e morte, expondo-se a sobrecarga
de trabalho e desgaste que levam ao estado constante de estresse.
Segundo Silva; Souza, (2002), a síndrome de burnout parece acometer
pessoas altamente motivadas e dedicadas, onde se pode observar nos
profissionais acometidos uma queda na performance que influi na qualidade
dos serviços prestados.
A síndrome de burnout talvez possa oferecer uma explicação para as dificuldades percebidas na relação profissional de saúde – paciente, dificuldades estas que, ao mesmo tempo em que não contribuem para a recuperação dos doentes, podem levar ao sentimento de grande insatisfação com o trabalho muitas vezes referido pelos profissionais. (SILVA; SOUZA, 2002, p. 32)
Segundo Jodas; Haddad (2009) no caso de trabalhadores de
enfermagem as consequências podem atingir os pacientes, organizações e o
próprio trabalho quando os métodos de enfrentamento falham ou são
insuficientes.
19
A dupla jornada de trabalho, faz-se necessária aos trabalhadores de enfermagem devido à situação econômica da área da saúde, aos baixos salários insuficientes para o sustento da família, o que os leva a procurar novas fontes de renda. Na realidade, necessitam enfrentar dupla atividade, o que pode interferir em alguns aspectos referentes à qualidade de vida do trabalhador. (PAFARO; MARTINHO, 2004, p. 155)
De acordo com Menzani; Bianchi (2009), muitas vezes a oferta de
serviços são restritas fazendo com que o usuário excedente busque
atendimento em unidades de pronto atendimento hospitalar que tem como
perfil atender as demandas de forma mais ágil e concentrada. Apesar de
superlotadas, impessoais e atuando sobre a queixa principal, esses locais
reúnem uma somatória de recursos, enquanto que nas unidades básicas os
usuários contam apenas com consultas médicas, fazendo com que a equipe de
enfermagem nas unidades de pronto atendimento se sobrecarregue com a
demanda de usuários.
Com o conhecimento dos níveis de estresse e como se manifesta, as
estratégias de enfrentamento e de identificação da síndrome de burnout, os
hospitais podem direcionar programas de treinamento para acompanhar, tratar
e prevenir esses males em seus profissionais diminuindo os problemas com o
processo de trabalho e com essas ações promover a melhoria do atendimento
ao usuário.
1.2 A importância da identificação da síndrome de burnout para o
profissional de enfermagem
Nos dias atuais, as empresas têm interesse que os seus funcionários
tenham boa saúde, o que representa vida saudável, harmônica, equilibrada e
consequentemente de boa qualidade.
Segundo Marques, (2002), a partir da década de 60 surgiu esse
interesse por uma melhor qualidade de vida, em virtude do impacto que os
problemas de saúde ocupacional causam em termos financeiros, o que passa
20
a ser representativos e preocupantes para o profissional e a empresa que o
emprega.
Segundo Chamon, Marinho, Oliveira (2006), essas questões podem
afetar a produtividade do homem dentro das empresas sendo significativa
quando analisada do ponto de vista econômico porque um funcionário doente
diminui a produtividade. Por essa razão muitas empresas preocupam-se com a
saúde de seus empregados, sabendo ser essa uma garantia de rendimento
tanto para a instituição como para a sociedade quando o que se busca é uma
eficácia de desempenho.
Para Chamon, Marinho, Oliveira (2006), o trabalho para o ser humano é
fonte de sobrevivência onde pode ser fonte de prazer ou frustração, para
alguns o trabalho é um esforço, para outro necessário, há quem veja como
castigo ou quem diga que o trabalho dignifica o homem, portanto a ocupação
laboral de cada ser humano pode ser penosa ou prazerosa dependendo das
condições de trabalho de cada um.
Hoje se pode ver no mercado de trabalho que a competitividade e a
atualização profissional são necessárias e decorrentes das rápidas mudanças
na sociedade contemporânea, que colocam o homem em situação de
desequilíbrio físico e mental.
Quando se transportar tal quadro para o ambiente de trabalho e
acrescentar fatos como de dificuldades de relacionamentos com o chefe e
colegas, falta reconhecimento ao trabalho realizado, problemas organizacionais
e administrativos que vivenciados no trabalho causam insatisfação, frustração,
fracasso gerando sofrimento ao trabalhador.
Segundo Chamon, Marinho, Oliveira (2006), a equipe de enfermagem
num hospital é sem dúvida quem passa a maior parte do tempo com o cliente e
sua família sendo responsável por todos os cuidados durante a permanência
na instituição hospitalar, muitas vezes, expostos a sobrecarga de trabalho, e
desgaste que os levam ao estresse constante. A equipe é responsável pela
qualidade da assistência ao paciente no hospital, sendo também considerada o
maior contingente de recursos humanos. A realidade do trabalho diário e seus
ideais e expectativas, são muitas vezes, fonte de estresse deixando os
profissionais de enfermagem predispostos à síndrome de burnout.
21
Para Chamon, Marinho, Oliveira (2006), no serviço de emergência há
geralmente sobrecarga de trabalho, onde também ocorrem problemas como a
falta de material hospitalar, baixa remuneração e em algumas instituições,
quadro de funcionários reduzido, contingente com turno rotativo de até três
empregos, absenteísmo aliado ao dimensionamento de equipe inadequado, o
que constituem fatores geradores de ansiedade na equipe de enfermagem.
De acordo com Chamon, Marinho, Oliveira (2006), ao longo do tempo, o
contato direto com as situações de dor, morte e sofrimento pode levar os
profissionais de enfermagem em pronto atendimento a desenvolverem
síndrome de burnout, em consequência do estresse ocupacional crônico ao
qual são submetidos.
Segundo Carlotto e Gobbi, 2003; (apud MUROFUSE, ABRANCHES,
NAPOLEÃO, 2005), a síndrome de burnout foi identificada através de estudos
realizados nos Estados Unidos, como sendo um dos grandes problemas
psicossociais atualmente e que despertam interesse não só da comunidade
científica internacional, mas também das entidades governamentais,
empresariais e sindicais norte-americanas e européias, em virtude das graves
conseqüências que podem gerar, tanto em nível individual como
organizacional. O sofrimento do trabalhador traz efeitos sobre seu estado de
saúde e também sobre seu desempenho, pois passam a existir alterações e/ou
disfunções pessoais e organizacionais, com repercussões econômicas e
sociais.
A equipe de enfermagem pode ter como sintoma sensação de
incapacidade, queixa de cansaço sem explicação, falta de atenção e de
concentração, perda do interesse pelo trabalho e isso constituírem
características da síndrome de burnout. Sabe-se o quanto é importante para a
enfermagem o cuidar do outro, porém se alguns dos companheiros de trabalho
apresentam sintomas da síndrome de burnout, não estará apto a desempenhar
assistência de enfermagem de qualidade.
1.3 Síndrome de burnout e suas implicações
22
A síndrome de burnout é definida por Benevides-Pereira (2004), como
uma síndrome multidimensional constituída por exaustão emocional,
desumanização e realização pessoal reduzida no trabalho. É considerada
como uma cronificação do estresse ocupacional, quando a pessoa não
consegue usar outras formas de enfrentar ou lidar com o estresse.
A exaustão emocional significa a falta de energia para o trabalho, onde a
pessoa se sente fatigado e estar diante do trabalho torna-se penoso e
doloroso, ou seja, não tem energia para cumprir suas atividades ocupacionais.
Segundo Maslach, Jackson e Leiter (1996), o que anteriormente era
chamada de desumanização, hoje se denomina cinismo onde se identificam
atitudes de distanciamento emocional da pessoa afetada para com os seus
colegas e as pessoas a quem presta serviço. São contatos sem afetividade,
impessoais, ríspidos, cínicos, irônicos, sendo esse considerado o elemento
defensivo da síndrome.
A realização pessoal no trabalho diminui com a perda da satisfação e
eficiência no trabalho, a falta de realização nas atividades laborais, faz com que
o trabalhador veja a ocupação como um fardo e sem sentido.
Segundo Benevides-Pereira (2004), qualquer ocupação pode vir a
desencadear um processo de síndrome de burnout, mas algumas profissões
são as que mais predispõem os indivíduos a esta patologia, como as atividades
que proporcionem contato direto com o público, ou que possibilite ao
trabalhador se envolver emocionalmente, como ocorre com os profissionais da
enfermagem, psicólogos, professores, policiais, médicos.
Sendo a síndrome de burnout agravamento do processo de estresse
ocupacional, vários são os sintomas atribuídos, sendo então divididos em
quatro categorias: físicos, psíquicos, comportamentais e defensivos como
mostra o quadro.
(continua)
SINTOMATOLOGIA DO BURNOUT Físicos Comportamentais
Fadiga constante e progressiva Negligencia ou excesso de escrúpulos Distúrbios do sono Irritabilidade Dores musculares ou osteo-musculares Incremento da agressividade Cefaléia, enxaquecas Incapacidade para relaxar Perturbações gastrointestinais Dificuldade na aceitação de mudanças Imunodeficiência Perda de iniciativa
23
(conclusão) Transtornos cardiovasculares Aumento do consumo de substâncias Distúrbios do sistema respiratório Comportamento de alto-risco Disfunções sexuais Suicídio Alterações menstruais nas mulheres
Psíquicos Defensivos Falta de atenção, de concentração Tendência ao isolamento Alterações de memória Sentimento de onipotência Lentificação do pensamento Perda do interesse pelo trabalho (ou até pelo
lazer) Sentimento de alienação Absenteísmo Sentimento de solidão Ironia, Cinismo Impaciência Sentimento de insuficiência Baixa auto-estima Labilidade emocional Dificuldade de auto-aceitação, Astenia, desânimo, distrofia, depressão Desconfiança, paranóia Fonte: Benevides-Pereira, 2002, p. 44
Quadro 2: Resumo Esquemático da Sintomatologia do Burnout
Os trabalhadores sentem os sintomas e apresentam as causas
predisponentes diferentes umas das outras. Mas os profissionais que os
apresentam em alguns casos e, os que estão com a síndrome apresentam
sintomas de forma diferente.
Segundo Murofuse, Abranches, Napoleão (2005), os estudos são
motivos de controvérsias e não são conclusivos com relação aos sintomas
porque existem diferenças entre as relações do que é o estudado como a
resposta, o estímulo, a interação em termos, a reação fisiológica, psicológica
ou social, e as respostas individuais ou universais.
De acordo com Benevides-Pereira, (2002), são multifatoriais as causas
da síndrome de burnout e envolve características pessoais, o tipo de atividade
realizada e a gama de variáveis advindas da instituição onde a atividade
ocupacional é realizada, portanto esses fatores que podem mediar ou facilitar o
processo de estresse que irá desencadear a síndrome de burnout no
trabalhador.
Não basta haver variáveis de personalidade junto com as sócio-
demográficas para desencadear o burnout, é preciso que haja também o fator
relacionado à instituição, ou seja, características de um trabalho comprometido.
24
Mediadores, Facilitadores e/ou Desencadeantes do Burnout
Características Pessoais Características do Trabalho
Idade Tipo de ocupação
Sexo Tempo de profissão
Nível educacional Tempo na Instituição
Filhos Trabalho por turnos
Personalidade: Sobrecarga
• Nível de Resiliência Relacionamento entre os colegas de trabalho
• Lócus de controle Assédio moral
• Padrão de personalidade Tipo A Relação Profissional-cliente
• Variáveis do ‘self’ Tipo de Cliente
• Estratégias de Enfrentamento Conflito de Papel
• Neuroticismo Ambigüidade de Papel
• Perfeccionismo Suporte Organizacional
Sentido de Coerência Satisfação
Motivação Nível de Controle, Autonomia
Idealismo Responsabilidade
Características Organizacionais Pressão
Ambiente Físico Possibilidade de progresso
Mudanças Organizacionais Percepção de Inequidade
Normas Institucionais Conflito com os Valores Pessoais
Clima Falta de feed-back
Burocracia Características Sociais
Suporte social
Comunicação Suporte familiar
Autonomia Cultura
Recompensas Prestigio
Segurança
Fonte: Benevides-Pereira, 2002, p. 69
Quadro 3: Resumo Esquemático dos Mediadores, Facilitadores e/ou Desencadeadores do Burnout
São muitas as características e suas variáveis, as combinações entre si
pode desencadear ou não a patologia, ás vezes um agente estressor em um
momento pode agir e em outro ser neutro, ou inócuo para uma pessoa e
extremamente lesivo para outra, tudo depende do processo de vida que estão
25
sendo vivenciados, tomando uma dimensão complexa e difícil de ser
determinada.
O termo síndrome de burnout não é tão divulgado quanto o termo
estresse e nem por isso deve ser confundido com este, visto que no caso do
burnout são envolvidas atitudes e condutas negativas com relação aos colegas
de trabalho, clientes, organização e trabalho.
É um processo gradual, de uma experiência subjetiva, envolve atitudes e sentimentos que acarretam problemas de ordem prática e emocional ao trabalhador e à organização. Ocorre quando o lado humano do trabalho não é considerado. (MUROFUSE, ABRANCHES, NAPOLEÃO, 2005)
Borges et al. (2002), refere-se a fatores desencadeadores, como sendo
relacionados ao trabalho desempenhado, aspectos da estrutura organizacional,
e fatores facilitadores como sendo as variáveis demográficas e as de
personalidade.
O trabalhador dedica-se com afinco ao seu labor, e não se sente
realizado pessoalmente, e em paralelo ocorre o sentimento de esgotamento
emocional, por fim ocorre como uma estratégia de afrontamento ou defensiva,
os sintomas de despersonalização ou cinismo.
1.4 O estresse normal
A síndrome de burnout ocorre em decorrência do estresse crônico
ocupacional.
De acordo com Oliveira (2001), o estresse é uma reação considerada
normal, saudável frente a uma situação que foge da rotina, ainda que o perigo
não tenha sido identificado ao nível do córtex cerebral, possa vir a ser perigoso.
São situações que colocam o organismo em condições de alerta
desencadeando reações fisiológicas, hormonais e emocionais consideradas
saudáveis e necessárias.
26
Para Oliveira (2001), a formação neurológica do estresse é baseada na
vivência que a criança tem na sua memória consciente ou inconsciente sendo
este o modelo neural. Assim indivíduos, que em sua infância tiveram um
modelo neural patológico em função do aprendizado (meio ambiente, tensão,
educação) terão uma interpretação errada dos fatos que os levarão ao estado
de alerta ocasionando doenças orgânicas e psíquicas (estresse patológico). Já
nos indivíduos que não sofreram o modelo neural patológico, os estímulos
aversivos desencadearão o estresse fisiológico favorecendo que realizem
mudanças adaptativas.
De acordo com Oliveira (2001), frente a uma situação de perigo qualquer
organismo se prepara para enfrentar a situação inesperada que poderá ser
perigosa, onde o estímulo é captado pelo tálamo que o repassa para o córtex
(ocorrer à identificação), e também para o hipotálamo que aciona o centro de
ataque-defesa-fuga e elabora uma substância que é o fator de regulação
cortical (CRF), que irá estimular a hipófise passando a produzir outra
substância, o hormônio adreno-corticotrófico (ACTH), o qual jorrado no sangue
estimulará diversos órgãos, principalmente o fígado e as glândulas supra-
renais.
Os glicocorticóides elaborados pelas glândulas supra-renais retiram o combustível das células e mandam para os músculos, os mineralcorticóides também elaborados pelas supra-renais são enviados para outros órgãos como estômago e intestino dando ordem de parada para poupar energia. A adrenalina e a noradrenalina possibilitam reação com as seguintes alterações orgânicas: taquicardia, dilatação da pupila, aumento da temperatura corporal, constrição dos vasos sanguíneos superficiais, hipertensão, aumento da circulação nos músculos esqueléticos, diminuição do raciocínio, dificuldade digestiva, aumento da energia e desativação parcial do sistema imunológico. (OLIVEIRA, 2001, p. 175).
Essas reações do estresse fisiológico são necessárias para a defesa do
ser humano, porém todo esse complexo mecanismo que em segundos é
acionado também rapidamente deverá desaparecer ao passar a situação de
perigo e voltar ao normal.
Segundo Oliveira (2001), essas reações permitem ao cérebro ser
criativo, elaborar e relacionar idéias, estar atento, pois na ausência delas o ser
27
humano é apático, sem iniciativa para conquistar objetivos em quaisquer
campos seja do trabalho, afetivo ou emocional.
Quando se fica constantemente conectado a uma ação de perigo,
mesmo imaginário, o organismo torna-se sempre pronto a reagir, apresentando
as reações fisiológicas, com consequências emocionais e comportamentais
como: mau humor, falta de sono, ausência de apetite, ausência de impulso
sexual, insuficiência de impulso prazeroso, depressão, dificuldade digestiva,
dores por todo o corpo, dores de cabeça (cefaléia e enxaqueca), e facilidade
em adquirir doenças, constituindo, assim o estresse patológico.
Pela ação do pensamento ou da imaginação, o organismo identifica
como reais as cenas estressantes, desencadeando todo o processo de defesa,
sendo assim, o homem como um ser animal capaz de gerar seu próprio
estresse despertando conflitos íntimos, causando doença e podendo levar à
morte.
28
CAPÍTULO II
FINALIDADES E PROCEDIMENTOS DO PRONTO ATENDIMENTO
2 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E PRONTO ATENDIMENTO
A Unidade de Pronto Atendimento está localizada em local de fácil
acesso junto à instituição hospitalar de assistência à saúde, está preparada
para atender casos diversos de agravos à saúde como, por exemplo, os que
ocorrem de forma aguda sendo então considerados de urgência e as
emergências.
Segundo Santos (2007), considera-se urgência como o agravo a saúde
onde não há risco de morte, cujo portador necessita de atendimento médico
mediato, sendo considerada prioridade moderada de atendimento.
Parafraseando Santos (2007), emergência são casos onde há risco de
morte, exigindo tratamento médico imediato, considerando-o alta prioridade de
atendimento.
Na unidade de pronto atendimento deve haver estrutura ideal para o
atendimento correto e adequado, seja em suporte básico, médio ou avançado
de vida, nesse caso deverá haver uma sala de emergência com equipamentos,
medicações, fácil acesso do meio externo que garanta a chegada de
ambulâncias, proximidade a outros serviços, como: Unidade de Terapia
Intensiva (UTI), centro cirúrgico, banco de sangue, unidade de imagem e
diagnóstico, laboratórios.
Os corredores devem ser amplos e não havendo nada que impeça o
livre acesso.
De acordo com o Ministério da Saúde (2000), a área deve ter no mínimo
12m² para hospitais de até 50 leitos e 24m² para hospitais de até 150 leitos; o
teto, parede e pisos devem ser de fácil limpeza, resistente a água e soluções,
geminados, isentos de desenhos, rachaduras ou frestas que possam abrigar
29
partículas de sujeira, deve conter lavatório com torneira automática, fonte de
energia alternativa (gerador), tomadas identificadas em 110V e 220V e
iluminação e ventilação naturais.
Os recursos humanos na urgência e emergência devem ser compostos
por equipe de enfermagem treinada contendo enfermeiros e técnicos de
enfermagem, médicos de várias especialidades, principalmente clínicos,
cirurgiões, pediatras, neurologistas e ortopedistas e ainda pessoal
administrativo.
Os recursos materiais devem conter equipamentos diversos dentre eles, os de suporte básicos como pranchas longas, talas para imobilização, colar cervical, cânula de guedel, ressuscitador manual para ventilação dentre outros, e os equipamentos de suporte avançado, como monitor cardíaco e desfibrilador, oxímetro de pulso, cateteres, sonda, bomba de infusão e outros.(TUNES, 2009, p. 2)
Os serviços de apoio devem funcionar em sistema de plantão de 24
horas, buscando o atendimento do paciente o mais rápido possível, portando
os serviços de diagnóstico por imagem, laboratório, banco de sangue, entre
outros devem estar disponíveis e serem de fácil acesso.
O pronto atendimento deve estar ligado a uma unidade de hospitalar de
atenção secundária que possa dar solução aos problemas do cliente.
2.1 Dimensionamento e divisão do trabalho no pronto atendimento.
No pronto atendimento da Associação Hospitalar Santa Casa de Lins, o
dimensionamento da equipe de enfermagem é realizado pelas enfermeiras do
pronto atendimento, cada uma de acordo com o seu plantão, junto com a
enfermeira de Recurso Técnico em Enfermagem. Havendo a necessidade de
maior número de funcionários em um plantão de maior movimento, há o
deslocamento destes de outros setores, sendo de no máximo 2, com a
autorização da enfermeira de Recurso Técnico em Enfermagem.
30
O número de funcionários por plantão são 5 sendo no total de 23
funcionários que realizam carga horária de trabalho variando de 12 horas (h)
diárias a 6 h diárias. O horário de trabalho para quem trabalha 12h é das 7h às
19h, e das 19h às 7h constituindo respectivamente os plantões diurno e
noturno. Quem realiza trabalho por 6h diárias trabalha das 7h às 13h, e das
13h às 19h.
Na unidade de pronto atendimento são atendidos em torno de 200 a 600
pacientes num período de 12h, sendo em torno do mesmo o número de
procedimentos realizados. Os mais realizados são a administração de
medicação, curativos diversos e imobilização. Os casos de emergência
correspondem a 2% dos atendimentos.
Constitui-se um verdadeiro desafio dimensionar pessoal em instituições
com dificuldades socioeconômicas, onde se faz necessário reduzir pessoal
sem prejudicar a qualidade da assistência de enfermagem prestada ao cliente.
A equipe de enfermagem representa cerca de 60% do pessoal das instituições
hospitalares, sendo a mais prejudicada quando a questão é a redução de
gastos, porém dar enfoque à qualidade do dimensionamento é tão importante
quanto a quantidade.
Dimensionar o pessoal de enfermagem constitui a etapa inicial do processo de provimento de pessoal e tem por finalidade a previsão da quantidade de funcionários por categoria, requerida para atender, direta ou indiretamente, ás necessidades de assistência de enfermagem da clientela” (KURCGANT,1991,p.191).
Um erro de dimensionamento prejudicará aos usuários do sistema de
saúde em seus direitos e a instituição poderá responder legalmente por falhas
ocorridas na assistência, em virtude de erros no dimensionamento dos
recursos humanos.
Constitui competência do enfermeiro o dimensionamento dos recursos
humanos que atuam diretamente na assistência aos seus clientes, não
devendo assim ocorrer interferência de outros profissionais, visto que só o
enfermeiro é capaz de identificar e reavaliar as necessidades continuamente de
31
recursos existentes frente às necessidades da clientela, podendo então
coerentemente elaborar propostas para melhorar essa assistência.
Pode ser usado para dimensionar o pessoal de enfermagem o método
de trabalho de KURCGANT et al. (1991, p. 93) que fundamenta-se através das
seguintes fases:
a) Reconhecimento da situação: nesta fase deve-se fazer uma caracterização da instituição, conhecer a sua filosofia e objetivos, recursos humanos, materiais físicos e tecnológicos; caracterização do serviço de enfermagem, conhecer seus objetivos, complexidade das atividades diretas ou indiretamente ligadas à assistência, análise do preparo técnico específico dos elementos da equipe de enfermagem, horas de trabalho semanal, distribuição da equipes nas 24 horas, dinâmica das atividades desenvolvidas, análise do método utilizado na prestação da assistência de enfermagem, análise do percentual de ausências da equipe de enfermagem, considerando qualquer ausência do funcionário ao trabalho; pela caracterização da clientela como conhecer o padrão epidemiológico, classificar o paciente segundo as necessidades de cuidado prestadas pela equipe de enfermagem, devendo o cliente ser avaliado todos os dias, num mesmo horário através de entrevista e exame físico, (Sistematização da Assistência de Enfermagem, SAE).
b) Cálculo pessoal de enfermagem: após a obtenção dos valores, será necessário encontrar os cálculos de pessoal usado para isso o cálculo da força média de trabalho de enfermagem, necessária a cada tipo de cuidado, segundo o sistema de classificação do paciente, adotado pela instituição.
FTE (tipo de cuidado) = NCxHAxDS/CHS
FTE (tipo de cuidado)= força média de trabalho de enfermagem
necessária para um dado tipo de cuidado (intensivo, semi-intensivo, auto-
cuidado, etc.),
NC= número médio de clientes classificados dentro de um mesmo tipo
de cuidado,
HA= tempo médio dispendido pelos elementos da equipe de
enfermagem, nas 24 horas, para atender as necessidades de cada paciente
segundo o tipo de cuidado (10 horas/dia para cada paciente classificado em
cuidado semi-intensivo etc),
DS= dias trabalhados na unidade durante a semana (7 dias para as
unidades de internação ou 5 dias para os ambulatórios),
CHS= número de horas, determinadas pela instituição para serem
trabalhadas na semana (36 horas semanais).
Cálculo do pessoal de enfermagem necessário para cada unidade:
32
PE= (FTE1+ FTE2+...+FTEn)x(1+A%/100)
Onde:
PE= número médio de funcionários de enfermagem necessários para
cada unidade da instituição;
FTE1+ FTE2+...+FTEn= soma de todas as forças médias de trabalho
calculadas conforme cada tipo de cuidado,
A%= porcentual de ausência do pessoal de enfermagem, onde estão
computadas as ausências de funcionários devido a licenças, férias e faltas,
obtido através da fórmula:
A%= Nx100/FxD
Onde:
A%= porcentagem mensal de ausência por categoria
N= número mensal de ausência dos funcionários da categoria em
estudo,
F= número total de funcionários da categoria
D= dias trabalhados no mês
c) Distribuição do pessoal de Enfermagem: o pessoal de enfermagem deverá ser distribuído segundo alguns critérios como categoria necessária à unidade, de acordo com o tipo e a complexidade dos cuidados de enfermagem e nos turnos de trabalho (manhã, tarde e noite).
d) Avaliação dos resultados: o dimensionamento de pessoal em enfermagem não se constitui uma tarefa fácil por ser um processo dinâmico complexo, sujeito a mudanças que sofre com a interferência de muitos fatores, devendo ser continuamente avaliado pelos enfermeiros responsáveis, correlacionando as necessidades de assistência de enfermagem da clientela com os recursos humanos disponíveis na unidade. A eficácia do dimensionamento se dará nessa continua avaliação, não sendo portanto um processo rápido.
De acordo com Kurcgant, (1991) a previsão adequada de equipe em
enfermagem que presta a assistência à clientela, com qualidade e quantidade
necessária, levará assim à melhora da qualidade da assistência de
enfermagem.
33
2.2 Divisão do trabalho de enfermagem
A divisão do trabalho de enfermagem é uma atividade que requer
conhecimento da clientela a ser assistidas, dinâmicas da unidade,
características da equipe de enfermagem e das leis trabalhistas, torna-se um
trabalho complexo que deverá ser feito de forma racional assegurando uma
melhor assistência ao cliente, sendo realizada sob a forma de escalas, seja de
atividades diárias, mensal ou de férias.
2.2.1 Escala mensal
Para elaboração da escala mensal devem ser observados alguns pontos
como conhecer as leis trabalhistas que subsidiam a elaboração da escala,
conhecer o regulamento da instituição do regimento do serviço de enfermagem
e as atribuições dos elementos da equipe de enfermagem, saber a duração do
trabalho semanal da equipe de enfermagem na instituição, compreender as
características da clientela, da dinâmica da unidade e da equipe de
enfermagem, usar a humanização para a elaboração da escala, seguir as
recomendações para a elaboração da escala mensal e determinar um
cronograma para a elaboração da escala.
É da competência da enfermeira a confecção da escala mensal e “refere-se à distribuição do pessoal da equipe de enfermagem de uma unidade, durante todos os dias do mês, segundo os turnos de trabalho (manhã, tarde e noite). É onde estão registradas as folgas, férias e licenças dos elementos da equipe.”(KURCGANT,1991, p. 107).
2.2.2 Escala Diária
A escala diária tem o objetivo de dividir as atividades de enfermagem
entre a equipe de forma a garantir a assistência de enfermagem aos clientes,
34
evitando que alguns trabalhadores se sobrecarreguem com atividades
enquanto outros ficam ociosos, distribuindo-as de forma equitativa.
Segundo Gama (2009), para sua elaboração deve-se observar: escolha
dos métodos de prestação de cuidados; número e qualificação dos elementos
da equipe de enfermagem; área física, volume e complexidade da assistência e
tipo de atividade a ser desenvolvida; divisão eqüitativa das atividades;
avaliação constante com rodízio para evitar automatismo, visando maior
preparo da equipe, considerando as características da clientela, as
necessidades do SE e do próprio pessoal; discussão constante com a equipe
para a avaliação; importância da cooperação no trabalho.
Essa distribuição pode ser feita seguindo alguns métodos:
a) Método funcional: onde a distribuição da assistência é feita por tarefas aos membros da equipe.
b) Método integral: quando um membro da equipe recebe um ou mais pacientes e realiza a assistência integral durante todo o turno de serviço.
c) Método do trabalho em equipe: quando um determinado grupo de enfermagem é designado para dar todo o atendimento durante um turno de serviço.
2.2.3 Escala de férias
As férias devem ser distribuídas entre os membros da equipe de forma
racionalizada, buscando promover a satisfação pessoal e o bom andamento do
serviço, para elaborá-la é preciso observar a lei trabalhista, conhecer a
dinâmica da unidade, e da instituição, é preciso, sobretudo ser imparcial, justo
para com todos os funcionários.
...as escalas sob responsabilidade da enfermeira são de três tipos: mensal, de tarefas e de férias: que as enfermeiras encontram estratégias para lidar com essa atividade seguindo modelos e regras teóricas, assim como, consideram a realidade institucional de modo a maximizarem os recursos de que dispõem; ainda, o conhecimento da legislação trabalhista fundamental para a elaboração das mesmas, sem esquecer, no entanto, de aspectos que humanizam essa ação.(SILVA; 2001, p. 28
35
CAPÍTULO III
A PESQUISA
3 INTRODUÇÃO
Visto que o estresse ocupacional vem invadindo cada vez mais a vida
das pessoas devido às exigências do trabalho, exposição da equipe de
enfermagem a situações de conflito, optou-se por demonstrar a presença de
estresse ocupacional nos trabalhadores de enfermagem, com o diagnóstico de
burnout, verificando se este influencia na qualidade da assistência de
enfermagem prestada.
Em fase de aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa do
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Araçatuba SP, protocolo no.
371 em 23/09/2010, foi realizado estudo de caso com o objetivo de identificar a
síndrome de burnout na equipe de enfermagem da unidade do pronto
atendimento de um hospital filantrópico do município de Lins, durante o período
de junho a julho de 2010.
Foram utilizados os métodos de estudo de caso e observação
sistemática, através de aplicação de questionário, os dados foram coletados de
junho a julho, sendo que durante a pesquisa foram utilizadas as seguintes
técnicas: roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A), roteiro de observação
sistemática (Apêndice B), o instrumento Maslach Burnout Inventory – MBI
(Apêndice C) e termo de Consentimento Livre esclarecido (Apêndice C).
O presente estudo teve como participantes 4 enfermeiros e 10 técnico
de enfermagem, que exercem atividade profissional totalizando 14
profissionais, que voluntariamente aceitaram participar da coleta de dados após
assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido.
3.1 Breve relato da história da Associação Hospitalar Santa Casa de Lins e
Caracterização do pronto atendimento
36
Em 1923, na cidade de Lins/SP, um grupo de 45 pessoas conhecedoras
de seus direitos e deveres, dotados de boa vontade e civismo, se reuniram de
livre e espontânea vontade congregando uma entidade para criar e gerir um
empreendimento de caráter filantrópico na área da saúde, qual seja, de uma
Santa Casa de Misericórdia, tendo em vista a carência de recursos no que se
refere ao atendimento médico ao povo linense e das cidades vizinhas. Assim
determinados, se reuniram em Assembléia no dia 18 de março de 1923, tendo
em pauta aprovar o Estatuto e eleger a primeira Diretoria, com a escolha
ocorreu o registro em cartório de Pirajuí e iniciaram as reuniões para a
construção e sendo lançada a pedra fundamental em 29 de Junho de 1924.
Devido aos trabalhos espontâneos e em regime de mutirões, em menos
de três anos, ficaram concluídos os três primeiros pavilhões destinados à
enfermarias.
Depois, em determinada ocasião, foi constituído o pavilhão Santa Izabel,
o maior de todos, em andar térreo e superior, com recursos financeiros
arrecadados através de doações.
Por fim, durante a gestão de Provedor da Santa Casa, Dr. Érico de
Abreu Sodré, homem de grande coração e largos recursos, que via com
entusiasmo o trabalho da Irmã Elide, foi construído na parte interna do pátio a
Capela que é uma jóia de arquitetura. Fez também doações de seu próprio
bolso, provendo recursos financeiros para a nova diretoria, modernizando todos
os aparelhamentos da administração e da clínica médica.
Ao passar do tempo, através do trabalho, dedicação e espírito de
colaboração e harmonia a Santa Casa completa 87 anos.
A Santa Casa de Lins localizada à Rua Pedro de Toledo, 486 – Centro, é
uma entidade sem fins lucrativos. Atende desde os usuários do Sistema Único
de Saúde (SUS) à diversos convênios de saúde. Vem passando por um
problema de reestruturação no quadro funcional, administrativo, contábil e
organizacional.
Atuando atualmente com 273 funcionários, expandido devido ao
processo extraordinário no campo da saúde, tanto na técnica médica, como na
legislação estatal que favoreceram a ampliação das instalações existentes,
tendo um instrumental eficiente e moderno para o atendimento aos pacientes,
37
totalizando uma média de 12.000 pacientes mensais, com uma capacidade de
100 leitos:- sendo 28 leitos 5º andar (convênios e particulares), leitos SUS - 34
leitos para clínico e cirúrgico , 16 leitos Ginecologia e Obstetrícia, 6 UTI Adulto,
6 leitos UTI-Neonatal e 10 leitos Pediatria
Em funcionamento UTI-adulto e UTI- NEONATAL, setor de Imagem e
Diagnóstico com tomógrafo, mamógrafo, endoscopia, aparelho de raios X fixo
e portátil, aparelho de ultra-som; um setor de Hemonúcleo destinado à coleta
de sangue para atender a receptores dos hospitais de Lins e região, setor de
Fisioterapia necessária à complementação de tratamento médico, setor de
laboratório de análises destinado a exames de verificação de dados
fisiológicos, setor de farmácia fornecendo medicamentos para pacientes
internados. Tem no seu Corpo Clínico as seguintes especialidades:
Anestesiologia, Clínica Médica, Cirurgião Geral, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia
Plástica, Cardiologia, Dermatologia, Endocrinologia, Endoscopia,
Ginecologia/Obstetrícia, Neurologia, Nefrologia, Oftalmologia, Ortopedia,
Pneumologia, Pediatria e Urologia.
Além destes, conta com serviços de nutrição e dietética, com câmaras
frigoríficas, lavanderia hospitalar e serviços de segurança sanitária para
controle das infecções hospitalares, muito embora a Santa Casa esteja
passando por situações financeiras adversas.
O campo de abrangência da Santa Casa, como hospital de referência da
Direção Regional de Bauru compreende 10 municípios: Sabino, Promissão,
Guaiçara, Cafelândia, Guaimbê, Pongaí, Uru, Guarantã, Getulina e Lins, com
uma população estimada em 163 mil habitantes. Além desta população,
eventualmente há o atendimento a pacientes em trânsito ou de outras cidades
em urgência e emergência.
A unidade de pronto atendimento da Associação Hospitalar Santa Casa
de Lins é composta por hall de entrada com sala de espera, recepção, sala de
triagem, sala para guardar macas e cadeiras de roda, dois consultórios médico-
clínica e um consultório pediátrico, três observações médico-clínica, uma
observação composta por 4 leitos e a outra por 5 leitos para pacientes que
requerem maior atenção juntamente com o posto de enfermagem, visto a
possibilidade de riscos de agravos à sua saúde. É neste local onde ocorre o
38
preparo de medicações, atendimento telefônico, realização de relatórios de
enfermagem, encaminhamentos, entre outros. Ainda conta com observação
para pediatria com 3 leitos, sala para preparo e administração de medicação,
sala para realização de curativos, sala de emergência e sutura, sala para
inalação, sala da secretária do setor, sala para guardar os pertences da equipe
de enfermagem, porta de acesso para o hemonúcleo, escadaria e elevador de
acesso aos outros andares.
O atendimento ocorre durante 24h/d, no período das 7h às 00h, são
atendidos por volta de 300 pacientes por dia, exigindo um ritmo maior de
trabalho do profissional de enfermagem e durante a madrugada diminui bem o
fluxo de pessoas.
3.2 Perfil do enfermeiro no pronto atendimento
No pronto atendimento nem todos os enfermeiros observados demonstra
conhecimento científico atualizado, capacidade de tomar decisões imediatas,
habilidade na realização dos procedimentos trabalhando em equipe, liderança
na coordenação da equipe e poder administrativo.
Na passagem de plantão ocorre troca de informações entre as equipes
de forma clara, objetiva, sobre as intercorrências de cada paciente na
observação e na emergência, clientes que aguardam atendimento pós-
consulta, as medicações controladas, os materiais necessários a serem
requisitados na farmácia.
No decorrer do plantão as emergências são previamente avisadas
ocorrendo sinergismo entre o atendimento pré-hospitalar e a unidade de pronto
atendimento. São realizadas, algumas vezes, curtas reuniões com a equipe
para relembrar procedimentos usados na emergência, onde o enfermeiro
realiza a educação permanente do grupo de enfermagem, sendo primordial nas
tomadas de decisão e na coordenação da equipe durante o atendimento. O
39
enfermeiro no pronto atendimento exerce um papel de promover a saúde de
seus usuários com orientações e educação em saúde, sempre que necessário.
Ao observar necessidade dos outros membros da equipe, o enfermeiro
coloca-se prontamente a ajudá-los, realizando desde triagem, atendimentos,
medicação e auxiliando durante as emergências, ocorre também o
deslocamento de enfermeiros de outras unidades, quando solicitado.
Pode-se observar a diferença entre os turnos, onde a equipe se adapta à
postura do enfermeiro, trabalhando em equipe e proporcionando atendimento
necessário e adequado aos usuários.
3.3 Aplicação dos questionários
Os questionários foram aplicados às equipes de enfermagem do pronto
atendimento do hospital filantrópico. Anteriormente à aplicação do questionário,
os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice C) foram
assinados pelos profissionais que aceitaram participar da pesquisa. Após
realização do inquérito, os questionários foram recolhidos para realização do
processo de tabulação e análise dos dados.
A equipe é composta por 23 profissionais de enfermagem, sendo 4
enfermeiros e 19 técnicos de enfermagem, onde 14 trabalhadores participaram
da pesquisa, ou seja 4 Enfermeiros e 10 Técnicos de Enfermagem.
O relacionamento entre entrevistadores e entrevistados foi amistoso,
porém, dentre os profissionais abordados a participar da pesquisa, alguns não
se colocaram prontamente a responder e outros ficaram receosos em assinar o
termo de consentimento, preocupados com sua identificação pela instituição
perante a sua resposta.
3.4 Apresentação dos dados
40
Analisando os dados, observou-se que houve prevalência do sexo
feminino (64%), sendo 43% casados, 36% solteiros. A faixa etária
predominante é entre 30 a 39 anos (50%), com os extremos de idade de 23 e
57 anos.
Fonte: Cracco; Salvador; 2010.
Gráfico 1: Exaustão Emocional
Fonte: Cracco; Salvador; 2010.
Gráfico 2: Despersonalização
41
Fonte: Cracco; Salvador; 2010.
Gráfico 3: Realização Profissional
Constatou-se que dos 14 profissionais da enfermagem pesquisados,
nenhum manifestou síndrome de burnout, não se enquadrando nas pontuações
que indique níveis necessários para a manifestação de burnout, com relação
aos valores encontrados em cada dimensão, verificou-se que 50,00% dos
profissionais tinham baixo nível para exaustão emocional, 57,14% possuíam
nível médio para despersonalização e 57,14% apresentavam um médio nível
para realização profissional.
Quando se fala nas três dimensões, exaustão emocional,
despersonalização e realização profissional, conclui-se que uma porcentagem
significativa de 57,14% apresentou níveis para média despersonalização e
realização profissional levando a crer em nível de estresse ocupacional que
cronificando poderá vir a desenvolver a síndrome de burnout.
Com relação aos limites estabelecidos pelo NEPASB, verificou-se que
28,57% dos profissionais apresentaram alta classificação para exaustão
emocional, 21,43% alta classificação para despersonalização e 14,29%
apresentaram baixa classificação para realização profissional, características
estas que estabelecem diagnóstico para manifestação de burnout.
Segundo ZANELA, MIGLIORINI (2008) a síndrome de burnout ocorre
quando o indivíduo percebe não possuir mais condições de despender a
energia que o seu trabalho requer. Este estado costuma deixar os profissionais
pouco tolerantes e facilmente irritáveis no ambiente de trabalho.
42
A despersonalização é considerada uma dimensão típica da síndrome
de burnout e um elemento no qual se distingue esta síndrome do estresse.
Originalmente apresenta-se como uma maneira do profissional se defender da
carga emocional derivada do contato direto com o outro, devido a isso,
desencadeiam-se atitudes insensíveis em relação às pessoas nas funções que
desempenha.
A reduzida realização profissional (rRP) ocorre na sensação de
insatisfação que a pessoa passa a ter consigo e com a execução de seus
trabalhos, derivando daí, sentimentos de incompetência e baixa auto-estima.
Através da realização do estudo de caso e aplicação dos questionários,
verificou-se que o tema síndrome de burnout - estresse ocupacional crônico é
desconhecido, precisando ser divulgado entre os profissionais, apesar de a
palavra estresse estar em evidência.
De acordo com a observação sistemática, a equipe trabalha com
sinergismo, porém, ocorre falta de comunicação entre os plantões no sentido
de falta de materiais e medicação; as escalas de plantões e de atividades são
realizadas com antecedência, sofrendo alterações quando necessário; as
folgas são distribuídas de forma homogênea e tentando satisfazer a
necessidade dos profissionais; a demanda de usuário é constante e há falta de
recursos materiais e humano, exigindo mais do profissional. A cada plantão
observado ficou claro a dedicação de cada profissional, sendo que cada
procedimento foi realizado com calma, destreza e profissionalismo, mostrando
também que não há distinção de pessoas e mesmo diante das dificuldades do
dia a dia é visível a qualidade da assistência durante o atendimento.
Encontramos profissionais desmotivados devido à sobrecarga de
trabalho e não cumprir todas as tarefas, ou mesmo cumprí-las de forma rápida
sem tempo para refletir o que se está realizando. O profissional sente-se assim
desprestigiado, sem identidade, chegando à conclusão que é apenas mais um
num universo de vários técnicos de saúde. (DIAS et al, 2005, p.8).
Para a maioria da população, ainda há o pensamento de que essa
unidade é um meio mais rápido e alternativo, pois não há restrição de
marcação de consultas, onde exames laboratoriais e de imagem, assim como o
diagnóstico, são obtidos em um mesmo dia sem grande tempo de espera. Essa
43
atitude ocasiona aumento da demanda de atendimentos, gerando filas
intermináveis, morosidade no resultado de diagnósticos, ausência de
especialistas, acarretando aumento da carga de trabalho aos profissionais de
saúde, falta de leitos, falta de equipamentos e materiais, dificultando o
atendimento de casos realmente emergenciais. Consequentemente, essa
situação agrava a existência de estressores ao profissional de saúde, pois
prestam assistência aos pacientes em condições críticas além de atender
aqueles que poderiam ser assistidos nos níveis ambulatoriais (MENZANI,
2006).
As relações interpessoais na equipe de saúde são referidas por muitos
profissionais como fator contributivo para estresse oriundo do ambiente onde
se desenvolvem as atividades laborais, bem como o ritmo e as exigências de
serviços. (MELO; SILVA, 2006 p. 16)
3.5 Conclusão da pesquisa
Conclui-se que tema síndrome de burnout é pouco conhecido entre os
profissionais, que os trabalhadores da unidade de pronto atendimento,
demonstraram que mesmo em situações de estresse ocupacional, possuem
mecanismos de enfrentamento internos e externos, que contribuem para o não
desenvolvimento da síndrome de burnout e não deixam que as situações
estressoras proporcionada pelo local interfiram na qualidade da assistência.
Evidenciou-se que os recursos humanos e materiais são escassos,
tendo que ser deslocado de outros setores.
Outro ponto a ser destacado é a colaboração entre os plantões, onde
por diversas vezes houve reclamações por falta de material.
Dentro desta perspectiva, observou-se a necessidade de sugerir uma
proposta de intervenção buscando a melhora da qualidade de vida dos
profissionais e por conseguinte manter a qualidade da assistência de
enfermagem aos usuários.
44
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Mediante os resultados obtidos, compete ao profissional buscar o
aprimoramento da qualidade da assistência de enfermagem visando sempre o
melhor atendimento ao usuário e, para isso a educação continuada estabelece
o seu papel principal, devendo ser realizada periodicamente, atingindo a
totalidade da equipe de enfermagem.
Importante também proporcionar um sinergismo entre os turnos através
da comunicação e também, da previsão e provisão bem elaborada de materiais
a fim de evitar falta do mesmo para os plantões seguintes.
Contudo, verificou-se a importância e a necessidade de aprofundamento
no assunto em prol da saúde dos profissionais de enfermagem.
45
CONCLUSÃO
A equipe de enfermagem do pronto atendimento em seu dia a dia
enfrenta muitas dificuldades, com necessidade de usar recursos adaptivos para
manter-se aptos a novos desafios, desconhecendo o que vem a ser síndrome
de burnout.
Os pesquisadores vêem com atenção os fatores que levam os
profissionais de enfermagem ao estresse ocupacional, que pode ser definido
como tensão, desgaste que advêm do exercício da atividade laboral, que para
os trabalhadores de enfermagem do pronto atendimento mostra-se como um
local com potencial estressor.
Muito importante se faz o conhecimento dos agentes estressores
negativos, para identificação dos sinais e sintomas e adoção correta de
medidas preventivas contra o estresse ocupacional.
Os profissionais pesquisados demonstraram preocupação com sua
identificação pessoal e alguns que pudessem vir a ser prejudicados na
instituição.
Após a tabulação dos dados nenhum foi identificado com a síndrome de
burnout, tendo a pesquisa apresentado um resultado satisfatório.
Responder a um questionário é um ato subjetivo, visto que não pode-se
comprovar que as respostas sejam fidedignas. Desse modo conclui-se que não
deve-se afirmar não haver nenhum caso de síndrome de burnout entre os
profissionais pesquisados, por que perfizeram apenas uma amostra do
universo total pesquisado. Apenas afirma-se que na avaliação do questionário,
dos 14 participantes, nenhum foi identificado com a síndrome de burnout.
Este tema contribui no processo de trabalho da equipe de enfermagem,
por que como visto a síndrome de burnout coloca em risco o bem estar físico,
psíquico e emocional do profissional e isto certamente influenciará na
qualidade da assistência de enfermagem prestada, podendo colocar a vida do
paciente em risco.
A enfermeira desempenha um papel fundamental neste processo, visto
que é de sua responsabilidade identificar fatores estressantes, bem como,
identificar precocemente a ocorrência da síndrome de burnout, para assim
46
elaborar um plano de ação que solucione este problema, proporcionando
ambiente de trabalho tranquilo e agradável, com a valorização do trabalhador e
consequentemente contribuindo para o processo de trabalho em enfermagem.
Este trabalho demonstrou a importância de novas pesquisas no âmbito
da qualidade ocupacional, sendo de muita relevância aos profissionais da
enfermagem.
47
REFERÊNCIAS
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50
APÊNDICES
51
APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso
1 INTRODUÇÃO
O objetivo do estudo de caso será verificar a síndrome de burnout se a
mesma esta influenciando na qualidade da assistência de enfermagem na
equipe de enfermagem da unidade de pronto atendimento, nos turnos da
manhã, tarde e noite. Trata-se de uma pesquisa descritiva, um estudo de caso,
com abordagem quantitativa e observação sistemática e aplicação do
questionário Maslach Burnout Inventory.
2 Relato do trabalho
a) Será realizado um estudo descritivo, utilizando o método de estudo de
caso, observação sistemática, utilizando o questionário Maslach Burnout
Inventory.
2 Discussão
Através das pesquisas será confrontada a teoria conforme os estudos e
pesquisas exploratórias e a prática realizada unidade de pronto atendimento
da Associação Hospitalar Santa Casa de Lins.
3 Resultados e sugestões
Serão colocados os resultados do estudo realizado e sugerida proposta
de intervenção.
52
APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática
1 IDENTIFICAÇÃO
Serão observados, analisados e acompanhados os procedimentos
aplicados durante o atendimento da equipe de enfermagem em urgência e
emergência: organização de trabalho em equipe; distribuição de escala de
atividades; distribuição de folga; recursos materiais; recursos humanos;
abordagem para com o paciente; comportamento da equipe na dinâmica de
atendimento; realização de procedimentos técnicos.
53
APÊNDICE C – Instrumento Maslach Burnout Inventory (MBI)
Cargo:........................................................Setor:..............................................................
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Data De Nascimento:____/____/____
Estado Civil:......................................................................................................................
Por favor, leia atentamente cada um dos itens a seguir e responda se já experimentou o que é relatado, em relação a seu trabalho. Caso nunca tenha tido tal sentimento, responda “0” (zero) na coluna ao lado. Em caso afirmativo, indique a freqüência (de 1 a 6) que descreveria melhor seus sentimentos, conforme a descrição abaixo:
0. Nunca 4. Uma vez por semana 1. Uma vez ao ano ou menos 5. Algumas vezes por semana 2. Uma vez ao mês ou menos 6. Todos os dias 3. Algumas vezes ao mês
1. Sinto-me esgotado/a ao final de um dia de trabalho
2. Sinto-me como se estivesse no meu limite
3. Sinto-me emocionalmente exausto/a com o meu trabalho
4. Sinto-me frustrado/a com o meu trabalho
5. Sinto-me esgotado/a com o meu trabalho
6. Sinto que estou trabalhando demais nesse emprego
7. Trabalhar diariamente com pessoas me deixa muito estressado/a
8. Trabalhar com pessoas o dia todo me exige um grande esforço
9. Sinto-me cansado/a quando levanto de manhã e tenho que encarar outro dia de trabalho
10. Sinto-me cheio/a de energia
11. Sinto-me estimulado/a de trabalhar em contato com os pacientes
12. Sinto-me que posso criar um ambiente tranquilo para os pacientes
13. Sinto que influencio positivamente a vida dos outros através do meu trabalho
14. Lido de forma adequada com os problemas dos pacientes
15. Posso entender com facilidade o que sentem os pacientes
16. Sinto que sei tratar de forma tranquila os problemas emocionais do meu trabalho
17. Tenho que conseguir muitas realizações em minha profissão
18. Sinto que os pacientes culpam-me por alguns dos seus problemas
19. Sinto que trato alguns pacientes como se fossem objetos
20. Tenho me tornado mais insensível com as pessoas desde que exerço esse trabalho
21. Não me preocupo realmente com o que ocorre com alguns dos meus pacientes
22. Preocupo-me o fato de que este trabalho esteja me endurecendo emocionalmente
54
APÊNDICE D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO (Resolução nº 01 de 13/06/98 – CNS)
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1. Nome:
Documento de Identidade nº Sexo:
Data de Nascimento:
Endereço:
Cidade: U.F.
Telefone:
CEP:
II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1. Título do protocolo de pesquisa: IDENTIFICAÇÃO DA SÍNDROME DE BURNOUT NA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO PRONTO
ATENDIMENTO
2. Pesquisador responsável: Ludmila Janaina dos Santos de Assis Cargo/função:
Enfermeira Docente
Inscr.Cons.Regional: - Unidade ou Departamento do Solicitante:
3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo).
SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR
4. Justificativa e os objetivos da pesquisa (explicitar):
O ser humano é uma dualidade funcionante numa unidade, o corpo produz mudanças na mente e esta
55
age sobre o corpo. Assim muitas doenças geradas por estresse perturbam o equilíbrio saúde e bem-estar do
ser humano (JODAS; HADDAD, 2009).
Na área da saúde os fatores estressantes são inúmeros entre eles lidar com pacientes críticos e a
morte , são situações que geram diversos sentimentos e muitas vezes os métodos de enfrentamento são
insuficientes causando um estresse maior no profissional.
Segundo Jodas; Haddad (2009) no caso de trabalhadores de Enfermagem, atinge os pacientes,
organizações e o próprio trabalho quando os métodos de enfrentamento falham ou são insuficientes.
A Síndrome de Burnout corresponde à resposta emocional às situações de estresse crônico em razão de relações intensas de trabalho com outras pessoas, ou de profissionais que apresentem grandes expectativas com relação a seu desenvolvimento profissional e dedicação à profissão e não alcançam o retorno esperado. Decorre de um processo gradual de desgaste no humor e desmotivação acompanhado de sintomas físicos e psíquicos. (JODAS; HADDAD, 2009, p. 193)
Quando as situações de estresse são constantes e os métodos de enfrentamentos não insuficientes
passando ao estresse crônico sendo assim ocorrendo a Síndrome de Burnout, principalmente porque o
profissional espera alcançar reconhecimento profissional o que na grande maioria não ocorre.
Segundo Azzi (apud SILVA, 2007, p. 6) nem sempre o estresse é prejudicial, no entanto, o estresse
prolongado é uma das causas que pode levar ao Burnout.
Segundo França e Rodrigues (1999), o burnout seria a resposta emocional a situações de stress
crônico em função de relações intensas – em situações de trabalho – com outras pessoas ou de profissionais
e dedicação à profissão; no entanto em funções de diferentes obstáculos, não alcançaram o retorno
esperado.
O tema é pertinente para a equipe de enfermagem tendo em vista que visa avaliar as condições
emocionais do trabalhador durante o atendimento em urgência e emergência e os fatores que o levaram a
desenvolver a Síndrome de Burnout.
Neste sentindo demonstrar que o estresse ocupacional pode influenciar na qualidade da assistência
de enfermagem levando o trabalhador a apresentar déficit no atendimento
A pesquisa será realizada na Associação Hospitalar Santa Casa de Lins, na unidade de urgência e
emergência e optou-se por realizar a pesquisa com a equipe de enfermagem (técnicos e enfermeiros), por
ser um hospital filantrópico atendendo grande parte das urgências e emergências de Lins e das cidades da
região.
Mediante a demanda de casos atendidos no decorrer do dia na unidade de pronto atendimento
surgiu o seguinte questionamento: pode a equipe de enfermagem estar desenvolvendo a Síndrome de
Burnout pelo nível de estresse ocupacional enfrentado e esse estar interferindo na qualidade da assistência
de enfermagem?
Objetivo geral
Identificar e avaliar a ocorrência Síndrome de Burnout na equipe de Enfermagem que atua no pronto
atendimento na Associação Hospitalar Santa Casa de Lins.
Objetivos específicos
56
- Identificar a Síndrome de Burnout na equipe de enfermagem;
- Demonstrar se o estresse ocupacional está influenciando na qualidade da assistência.
Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais: (explicitar) Será realizado o estudo de caso, na Associação Hospitalar da Santa Casa de Lins, com a equipe de
enfermagem da unidade de urgência e emergência buscando identificar a Síndrome de Burnout através do
instrumento Maslach Burnout Inventory – MBI, verificar fatores que levam ao estresse ocupacional do
trabalhador através do questionário e demonstrar através da observação sistemática se o estresse
ocupacional está influenciando na qualidade da assistência.
Método de Observação Sistemática
Serão observados, analisados e acompanhados os procedimentos aplicados durante o atendimento
da equipe de enfermagem em urgência e emergência: organização de trabalho em equipe; distribuição de
escala de atividades; distribuição de folga; recursos materiais; recursos humanos; abordagem para com o
paciente; comportamento da equipe na dinâmica de atendimento; realização de procedimentos técnicos.
Técnicas
Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A/B)
Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice C)
Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Apêndice D)
Instrumento Maslach Burnout Inventory – MBI (Apêndice E)
5. Desconfortos e riscos esperados: (explicitar) Não se aplica
6. Benefícios que poderão ser obtidos: (explicitar)
Identificar a Síndrome de Burnout na equipe de Enfermagem;
Verificar os fatores que levam ao estresse ocupacional do trabalhador de Enfermagem que atua
no pronto atendimento;
Demonstrar se o estresse ocupacional está influenciando na qualidade da assistência.
7. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: (explicitar)
Não se aplica
8. Duração da pesquisa: Será realizada pesquisa de campo na Associação Hospitalar da Santa Casa de Lins no período de 1 mês.
10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de
57
pesquisa em / /
III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL
1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo.
2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento.
3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.
4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa.
5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos decorrentes da pesquisa.
Observações complementares.
IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido(a) pelo pesquisador, conforme registro nos itens 1 a 6 do inciso III, consinto em participar, na qualidade de paciente, do Projeto de Pesquisa referido no inciso II.
________________________________ Local, / / .
Assinatura
58
APÊNDICE E – Resultado dos Dados
Tabela 1: Dados encontrados sobre as dimensões
Dimensão Baixo Médio Alto
Exaustão emocional 7 3 4
Despersonalização 3 8 3
Realização profissional 2 8 4
Total 12 19 11
Fonte: CRACCO; SALVADOR; 2010
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